A Escrava Isaura é um romance escrito por Bernardo Guimarães em 1875 que aborda a temática da escravidão no Brasil do século XIX. A história gira em torno de Isaura, uma bela escrava branca que sofre assédio de seu senhor Leôncio. Após muitas reviravoltas, Isaura acaba sendo liberta com a ajuda de Álvaro, um abolicionista que compra a dívida de Leôncio. A obra teve grande repercussão e foi adaptada duas vezes para a televisão.
2. BIOGRAFIA
É filho de João Joaquim da Silva Guimarães, também poeta, e de Constança Beatriz de
Oliveira Guimarães. Ele se casou com Teresa Maria Gomes de Lima Guimarães, e
tiveram oitos filhos: João Nabor (1868-1873), Horário (1870-1959), Constança (1871-
1888), Isabel (1873-1915), Affonso (1876-1955), José (1882-1919), Bernardo (1832-1955)
e Pedro (1884-1948).
Formou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1847, e nesta cidade tornou-se
amigo dos poetas Álvares de Azevedo (1831-1852) e Aureliano Lessa (1828-1861). Os
três e outros estudantes fundaram a Sociedade Epicuréia. Foi nessa época em que
Bernardo Guimarães teria introduzido no Brasil o bestialógico (ou pantagruélico), que se
tratava de poesia cujos versos não tinham nenhum sentido, embora bem metrificados. A
maioria dessa poesia não foi publicada porque era considerada pornográfica, e se
perdeu. Para alguns críticos, o melhor do escritor seria o bestialógico. Um exemplo dessa
produção (não-pornográfica) é o soneto Eu Vi dos Pólos o Gigante Alado.
Histórico das obras
Estátua de Bernardo Guimarães, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
O seu livro mais conhecido é A Escrava Isaura. Foi publicado pela primeira vez em 1875,
pela Garnier. Conta as agruras de uma bela escrava branca que vivia em uma fazenda do
Vale do Paraíba, na região fluminense de Campos.
3. BIOGRAFIA
O romance foi levado à tela da Rede Globo de Televisão em 1976 e em 1977 e
à da Rede Record em 2004 (Ver Escrava Isaura (telenovela) e A Escrava Isaura
(2004), respectivamente). A versão da Globo foi exportada para cerca de 150
países. Na China, protagonizada por Lucélia Santos, a Escrava Isaura foi
assistida por mais de 1 bilhão de pessoas. Uma edição do livro naquele país
teve pelo menos 300 mil exemplares. O romance é considerado por alguns
críticos como antiescravista. José Armelim Bernardo Guimarães (1915-2004),
neto do escritor, argumenta que, se a história fosse de uma escrava negra, não
chamaria a atenção dos leitores daquela época para a questão da escravidão.
O livro de Bernardo Guimarães mais bem aceito pela crítica é O seminarista,
cuja primeira edição é de 1872. Permanece atual porque questiona o celibato
dos padres. Conta a história de um fazendeiro de Minas Gerais que obriga o
seu filho a ser padre. Eugênio, o filho, ama desde criança Margarida, filha de
uma agregada da fazenda. Ele tenta abandonar o Seminário de Congonhas em
Minas Gerais, mas o pai dele, o capitão Antunes, inventa que Margarida se
casou. Eugênio se ordena. Mas ele se endoidece no dia em que volta a sua
cidade para rezar a sua primeira missa e se depara, na igreja, com um cadáver,
o da Margarida, que tinha estado muito doente.
4. BIOGRAFIA
Duas das poesias mais conhecidas são consideradas pornográficas,
embora não sejam do período bestialógico. Trata-se do O Elixir do Pajé
e A Origem do Mênstruo. Ambas foram publicadas clandestinamente em
1875.
Em 1852, tornou-se juiz municipal e de órfãos de Catalão (Goiás).
Exerceu o cargo até 1854. Em 1858, mudou-se para o Rio de Janeiro.
Em 1859, trabalhou como jornalista e crítico literário no jornal
Atualidade, do Rio de Janeiro. Em 1861, reassumiu o cargo de juiz
municipal e de órfãos de Catalão. Foi quando, ao ocupar interinamente
o juizado de Direito, Bernardo Guimarães convocou uma sessão
extraordinária do júri, que liberou 11 réus porque a cadeia não estava
em condições de abrigá-los. Em 1864, volta para o Rio de Janeiro. Em
1866, é nomeado professor de retórica e poética do Liceu Mineiro, de
Ouro Preto. Em 1867, casa-se. Em 1873, leciona latim e francês em
Queluz (Minas Gerais). Em 1881, é homenageado pelo imperador Dom
Pedro II. Morre pobre em 10 de março de 1884.
5. OBRAS
* Cantos da Solidão (1852)
* Inspirações da Tarde (1858)
* O Ermitão de Muquém (1858)
* A Voz do Pajé (drama – 1860)
* Poesias Diversas (1865)
* Evocações (1865)
* Poesias (volume que reúne as quatro obras de versos anteriores publicadas e mais o
poema A Baia de Botafogo – 1865)
* Lendas e Romances (contos – 1871)
* O Garimpeiro (romance – 1872)
* História e Tradições da Província de Minas Gerais (crônicas e novelas – 1872)
* O Seminarista (romance – 1872)
* O Índio Afonso (romance – 1872)
* A Escrava Isaura (romance – 1875)
* Novas Poesias (1876)
* Maurício ou Os Paulistas em São João del-Rei (romance – 1877)
* A Ilha Maldita ou A Filha das Ondas (romance – 1879)
* O Pão de Ouro (conto – 1879)
* Folhas de Outono (poesias – 1883)
* Rosaura
* A Enjeitada (romance – 1883)
* O Bandido do Rio das Mortes (romance terminado em 1905 por Teresa Guimarães, mulher
do autor).
* Dança dos Ossos
6. MAIS SOBRE GUIMARÃES
Bernardo Joaquim da Silva Guimarães nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais,
no dia 15 de agosto de 1825. Quatro anos depois, muda-se com sua família
para Uberaba, onde cursou a escola primária. Posteriormente, completa a
instrução secundária em Campo Belo e Ouro Preto.
Ingressa na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em 1847,
tardiamente, aos 24 anos. As letras jurídicas não eram a sua vocação, tanto que
foi reprovado na prova de conclusão de curso e, para receber o diploma de
bacharel, precisou fazer uma “segunda-época”, espécie de recuperação, vindo
a receber o título apenas no ano seguinte.
Foi no ambiente acadêmico que Bernardo Guimarães consolidou sua vocação
para a literatura. Lá, reuniam-se escritores como José de Alencar e Alvarez de
Azevedo, de quem Bernardo se tornou amigo íntimo. Esse ambiente era
marcadamente festivo, literário, boêmio e estava grandemente influenciado
pelas idéias do romantismo, movimento artístico que se iniciou na Europa e se
desenvolvia no Brasil desde 1838, movimento esse que dava vazão aos
sentimentos e emoções do indivíduo, à popularização da produção artística e à
valorização dos elementos característicos da cultura nacional.
9. ESTRUTURA DO LIVRO
1. FOCO NARRATIVO
O foco narrativo do livro Escrava Isaura é na terceira pessoa.
2. PROTAGONISTA
Isaura: Uma escrava branca, da cor do marfim, magra, estatura
pequena, cabelos longos, muito bonita, pura, virginal, possuía um
caráter nobre, inteligente, era dotada de natural bondade e muito
singela de coração, além disso, sabia ler e escrever, falava italiano,
francês e tocava piano.
3. ANTAGONISTA
Leôncio é o vilão leviano, devasso e insensível que, de “criança
incorrigível e insubordinada” e adolescente que sangra a carteira do pai
com suas aventuras, acaba por tornar-se um homem cruel e
inescrupuloso. Homem de aparência rude era o herdeiro de todos os
maus instintos e devassidão do comendador, seu pai. Nutre por Isaura o
mais cego e violento amor
10. ESTRUTURA DO LIVRO
4 - OUTROS PERSONAGENS
Comendador Almeida (Dono da Fazenda) um homem rude, imundo, avarento e canalha.
Feitor Miguel (pai de Isaura e Capataz da Fazenda), homem bom e forte. Tratara bem aos escravos.
Juliana (mãe de Isaura). Era a mais linda escrava e sofria de privações, por não querer ser amante do
Comendador Almeida.
Leôncio (filho do Comendador Almeida), mau caráter, dominador, mandão, mas de boa aparência.
Malvina (esposa de Leôncio), mulher dócil e bonita.
Henrique (cunhado de Leôncio), rapaz bom, estudioso e rico.
Elvira e Anselmo (nomes de Isaura e Miguel, quando fogem e vão morar em Recife)
Álvaro (abolicionista), moço bonito, rico, liberal e republicano.
Martinho (estudante), ganancioso e desprezível, cabeça grande, cara larga, feições grosseiras, olhos pardos e
pequeninos.
Belchior (Jardineiro), um ser disforme e desprezível. É o símbolo da estupidez submissa e também sua
descrição física se presta a demonstrar sua conduta: feio, cabeludo, atarracado e corcunda.
Dr. Geraldo: é um advogado conceituado, que serve como fiel da balança para Álvaro, já que procura
equilibrar os arroubos do amigo, mostrando-lhe a realidade dos fatos
11. ESTRUTURA DO LIVRO
5- TEMPO (QUANDO A DURAÇÃO
APROXIMADAMENTE DA HISTÓRIA)
Escrito na campanha abolicionista (1875). O autor
pretende, nesta obra, fazer uma acusação
documentada anti - escravo e da liberdade. O autor
explorou uma das questões mais polêmicas da
sociedade brasileira da época: a escravidão.
6- LUGAR (ES) ONDE ACONTECEU O ROMANCE.
Município de Campos de Goitacases (Rio de Janeiro)
e Recife
12. O ENREDO DA OBRA
Em uma bela fazenda, no município de Campos de Goitacases (RJ), morava Isaura, uma linda
escrava de cor de marfim. Isaura era filha de uma bonita escrava que por não se sujeitar aos
sórdidos desejos do senhor comendador Almeida (dono da casa) sofreu as mais terríveis
privações. Esta escrava teve um caso com o feitor Miguel, que era um bom homem e não
aceitou castigá-la como mandou o seu senhor, sendo Isaura fruto desse relacionamento. Isaura
foi educada pela mulher do comendador, e era dotada de natural bondade e candura do
coração além de saber ler, escrever, italiano, francês e piano. A mulher do comendador tinha
desejo de libertar Isaura, porém não fazia para conservá-la perto e assim ter companhia.
O Sr. Almeida se aposenta, retirando-se para a corte e entrega a fazenda a seu filho Leôncio.
Este era digno herdeiro de todos os maus instintos e devassidão do comendador.
Casou-se por especulação. Nutre por Isaura o mais cego e violento amor. Ele chega à fazenda
com sua mulher - Malvina - e seu cunhado - Henrique. Malvina era mulher dócil e tratava Isaura
muito bem. Henrique era um filho rico, estudante de medicina, e também ficou tocado pela
beleza de Isaura. Morre a mãe de Leôncio sem deixar testamento que libertasse Isaura.
Henrique rapidamente percebe as intenções de Leôncio para com Isaura. Temendo que ele
traia sua irmã, adverte que não vai tolerar tal ato. Henrique se oferece como amante para Isaura
e daria em troca sua liberdade. O jardineiro da fazenda, um ser disforme e desprezível, também
se oferece como amante. Isaura não dá atenção a essas propostas, e diz nunca casar sem
amor. Leôncio é avistado por Henrique e Malvina quando fazia semelhante proposta à Isaura.
Malvina sentencia: ou ela (Isaura) ou eu.
13. ..
A aparição é seguida de forte discussão e Álvaro avança contra
Leôncio. A briga é cessada com a aparição de Isaura que se entrega ao
seu senhor.
Isaura volta à fazenda onde fica na mais completa reclusão. Leôncio
volta para Malvina, pois iria precisar do seu dinheiro. Miguel é ludibriado
na cadeia e convencido
a tentar persuadir Isaura a se casar com Belchior, o jardineiro da
fazenda, em troca da liberdade sua e da filha.
Isaura aceita o sacrifício, pois estava sem forças e sem esperança.
Leôncio já havia tomado todas as providências para o casamento,
quando é informado que alguns cavalheiros chegaram. Pensando se
tratar do vigário e do tabelião, manda eles entrarem. Fica surpreso ao
ver Álvaro. Este tinha ido ao Rio de Janeiro e descobre com alguns
comerciantes que Leôncio estava falido. Compra os seus créditos e fica
dono de toda a dívida de Leôncio.
Álvaro fala para Leôncio que nada mais o pertence, que toda a sua
fazenda incluindo os escravos passava a ser dele com a execução dos
débitos. Isaura abraça Álvaro. Leôncio jura que nunca irá implorar a sua
generosidade para abrandar a dívida. Ele se ausenta da sala e se mata
14. COM GRANDE REPERCUSÃO , A NOVELA
GANHOU DUAS VERSÕES
ÉPOCA DA ESCRITA DO LIVRO ÁPOS APROXIMADAMENTE 8 ANOS
15. GRUPO :
Jayne Kethlyn Dos Santos Nº 16
Suellen Aparecida Dos Santos Nº 35
Larissa Fernada Dos Santos Nº 20