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Caro(a) aluno(a),
O mundo contemporâneo é marcado pela diversidade, que se revela na riqueza
de línguas, religiões e modos de viver, de se alimentar, de se vestir, enfim, de produzir
cultura.
Na escola, essa diversidade se manifesta no currículo de todas as áreas, mas é especialmente em Ciências Humanas que ela é tomada como objeto de estudo. Os lugares, os
tempos, as sociedades humanas e suas formas de pensar e de produzir conhecimento
são objetos de estudo da Filosofia, da Geografia, da História e da Sociologia.
Durante o ano letivo, após o contato com os conhecimentos produzidos pelas
Ciências Humanas, você poderá compreender melhor a vida em sociedade e as transformações que ocorrem no mundo, em seus aspectos sociais, econômicos, políticos e
culturais. Você perceberá como a intervenção humana em aspectos naturais do planeta
pode transformar as relações de trabalho, promover o desenvolvimento e, ao mesmo
tempo, gerar problemas ambientais, sociais, guerras e conflitos entre povos e nações.
Além disso, as aulas o ajudarão a compreender que a aproximação entre diferentes povos
e culturas estimula o intercâmbio entre eles, podendo reforçar identidades e criar novos
laços de solidariedade. Você também terá oportunidade de estudar temas relacionados
à produção de conhecimento – tecnológico, artístico e cultural –, que se expressam em
diferentes linguagens, formas de expressão e movimentos sociais e culturais.
Nas disciplinas dessa área, você perceberá também a importância dos valores e
atitudes que envolvem a solidariedade, o respeito à vida, à natureza e às diferentes
culturas, a democracia, a ética, além de outros valores fundamentais para a preservação
do planeta.
Assim, desejamos que você, estudante do Ensino Médio, ao apropriar-se dos
conhecimentos das Ciências Humanas, possa atuar de forma respeitosa e cidadã no
mundo em que vivemos.
Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas – CENP
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
Equipe Técnica de Ciências Humanas

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Geografia - 1a série - Volume 1

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
OS ELEMENTOS QUE CONSTITUEM OS
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM MAPAS:
OS RECURSOS, AS ESCOLHAS E OS INTERESSES

1.	 Veja o mapa entregue pelo seu professor e/ou indicado do seu livro didático. Para começar, observe
o mapa diretamente, mas sem olhar o título e a legenda. Discuta com seus colegas e registre:
a)	 O que o mapa está representando (por exemplo: distribuição da população, distribuição
de cidades, altitudes do relevo, distribuição de escolas em um país, distribuição da vegetação etc.)?

b)	 Qual a situação geográfica do(s) fenômeno(s) representado(s) no mapa?

c)	 Você sabia que vários mapas publicados em jornais e revistas (e também em livros didáticos e
atlas geográficos escolares) podem conter erros cartográficos (erros de linguagem)? Você acha
que o mapa que você examinou tem erros? Justifique.

3

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Geografia - 1a série - Volume 1

2.	 Analise o mapa abaixo e responda às questões.
Esperança de vida
- 2000-2005 Anos
81,6
73,3
65,3
49,2
MÁXIMO
Japão
Suécia
Hong Kong
Islândia
Canadá

32,4
81,6
80,1
79,9
79,8
79,3

ausência
de informação
método estatístico:
médias ajustadas

MÍNIMO
Lesoto
Suazilândia
Serra Leoa
Zimbábue
Zâmbia

35,1
34,4
34,2
33,1
32,4

Fonte: Relatório do desenvolvimento humano, PNUD 2004
Benoît MARTIN, Atelier de cartographie de Sciences Po, jun. 2005

Fonte: Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/27_esperance_vie_2002.jpg>.
Acesso em: 15 out. 2009.

a)	 O que ele está representando?

b)	 Em quais países/regiões encontram-se as maiores e as menores concentrações do fenômeno
representado? E as situações intermediárias? Em síntese: o que é possível dizer a respeito da
esperança de vida no mundo?

c)	 Esse mapa não tem erros cartográficos. Justifique essa afirmação.

4

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Observe o mapa a seguir.
Evolução das grandes aglomerações, 1975-2003

Evolução, 1975-2003
(população multiplicada por)
x 10,4

Tóquio

x 3,1

Los Angeles (2)

x 2,1

Moscou

Pequim

x 1,5

Osaka-Kobe

Nova Iorque (1)
(1) ) Nova Iorque-Newark
(2) Los AngelesLong Beach-Santa Ana

Nova Délhi

diminuição

Karachi

México

x1

Shangai

Manila

Cairo

método estatístico:
médias ajustadas
com isolamento dos
valores negativos

Estão representadas apenas
as aglomerações com mais de
2 milhões de habitantes.

Bombaim
Calcutá
Daca

Jacarta

Benoît MARTIN, novembro de 2005

Lagos

População total, 2003
(em milhões de habitantes)

Rio de Janeiro

35

São Paulo

18

Buenos Aires

7

Fonte: Nações Unidas, Departamento de Economia e Assuntos Sociais /
Divisão de População, http://www.un.org/

Fonte: Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/12C_villes_1975-2003.jpg>.
Acesso em: 15 out. 2009.

1.	 Responda, procurando olhar primeiro para o mapa, e não para o título e a legenda:
a) O que esse mapa está representando?

b)	 O que representam os círculos? O que significam os círculos maiores? E os círculos menores?
Onde se concentram mais círculos?

5

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c)	 O que representam as tonalidades de cor laranja no interior dos círculos? O que significa a
tonalidade mais escura? E a tonalidade mais clara?

d)	 Onde há a predominância de círculos mais escuros?

2.	 Agora, considere os dados que o mapa apresenta:
a)	 Quais são as três maiores aglomerações urbanas da América do Sul? Qual delas cresceu mais
rapidamente entre 1975 e 2003?

b)	 Quais são as três maiores aglomerações urbanas da Ásia? Qual a população absoluta total em
2003 em cada uma dessas aglomerações?

c)	 Em quais regiões do mundo o fenômeno das grandes aglomerações é mais representativo?
Onde ele é menos representativo? Com base na análise do mapa, o que mais você considera
importante comentar a respeito desse fenômeno?

6

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d)	 Cite exemplos de locais onde grandes aglomerações tiveram um crescimento mais rápido
entre 1975 e 2003.

3.	 Esse mapa tem erros cartográficos? Quais? Você o entendeu? Será que é um bom mapa? Justifique.

4.	 Qual é o recurso cartográfico utilizado e como ele é aplicado para comunicar o tamanho das aglomerações urbanas? E qual o recurso (e como ele é usado) para mostrar velocidades diferentes no
crescimento dessas aglomerações? Você concorda que esses recursos vão compor a linguagem do
mapa? Justifique.

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Geografia - 1a série - Volume 1

Veja com atenção o mapa a seguir.
Projeção equidistante cilíndrica ou equirretangular

Fonte: Carlos A. Furuti. Disponível em: <http://www.progonos.com/furuti/MapProj/Normal/CartProp/DistPres>. Acesso em: 15 out. 2009.

1.	 Este mapa representa o mundo inteiro, com suas terras emersas e oceanos, em um espaço de
apenas 16 x 8 cm. Como isso é possível?

2.	 Agora, observe os traços verdes horizontais.
a)	 Você vai notar que, apesar de eles serem do mesmo comprimento, varia a indicação de quilômetros para cada um. Em qual região se localizam os traços com valores mais baixos? E mais altos?

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b)	 Há uma correspondência entre o número de centímetros do traço verde, o número de
quilômetros que está indicado nele e o tamanho do terreno que ele demarca? Explique.

c)	 Escolha dois traços verdes diferentes no mapa. Quanto vale cada centímetro no terreno, no
ponto onde a reta escolhida foi traçada?

3.	 Imagine uma fotografia de 6 x 8 cm retratando uma pessoa de 1,8 m de corpo inteiro.
a)	 No que diz respeito às medidas, o que há em comum entre essa fotografia e um mapa?

b)	 Que nome se dá, em cartografia, a esse fator de redução?
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Geografia - 1a série - Volume 1

4.	 Um mapa-múndi foi reduzido 23 milhões de vezes. Isso quer dizer que a Terra é 23 milhões de
vezes maior que o mapa? Justifique.

5.	 Se for preciso representar uma pequena cidade em um mapa, será preciso reduzir sua área tantas
vezes quanto é necessário reduzir o planeta para representá-lo em um mapa? Por quê?

6.	 Compare as seguintes informações sobre dois mapas: o primeiro foi reduzido 23 milhões de
vezes em relação ao terreno que representa (a Terra inteira, por exemplo); o segundo foi reduzido
10 mil vezes em relação a uma pequena cidade. Qual dos dois pode apresentar mais detalhes do
terreno que representa? E se você quiser representar a pequena cidade no mapa que foi reduzido
23 milhões de vezes, como ela aparecerá?

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Sob a orientação do seu professor, você e seus colegas vão explorar os mapas apresentados nas
duas próximas páginas com base nas questões a seguir:
1.	 O que esses mapas estão representando?

2.	 Quais são as diferenças entre os mapas apresentados e os mapas-múndi que você está habituado
a ver? Explique.

3.	 Esses quatro mapas apresentam semelhanças e diferenças.
a)	 Liste algumas semelhanças. Explique.

b)	 Liste algumas diferenças. Explique.

4.	 Agora observe o mapa da Projeção Mercator e localize visualmente a Groenlândia e a América
do Sul. Qual das duas áreas aparece como maior no mapa? Será que, na realidade da superfície
terrestre, a Groenlândia é maior que a América do Sul?

11

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Geografia - 1a série - Volume 1

Escala no Equador :

0

Projeção Mercator
Projection Mercator

Projeção Mercator

2 000 km

Fonte: Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/merceuro.pdf>.
Acesso em: 15 out. 2009.
S eul l’us age péda gogique en clas s e ou centre de docum entation es t libre.
Pour toute a utre utilis a tion, conta cter : carto@ s ciences -po.fr
Pedagogical use only. For any other use dissemination or disclosure, either
whole or partial, contact :
carto@sciences-po.fr

A telier de cartogra phie de S ciences Po, 20 07,
w w w .s ciences -po.fr/cartogra phie

Projeção Bertin (1953)

Oficina de cartografia da Sciences Po

Projeção Bertin 1953

Fonte: DURAND, M.-F. et al. Atlas de la mondialisation. Édition 2008. Paris: Presses de Sciences Po, 2008. p. 136.

12

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Geografia - 1a série - Volume 1

Projeção Buckminster Fuller

Oficina de cartografia da Sciences Po

Projeção Buckminster Fuller

Fonte: DURAND, M.-F. et al. Atlas de la mondialisation. Édition 2008. Paris: Presses de Sciences Po, 2008. p. 137.

Projeção Peters

Fonte: Carlos A. Furuti. Disponível em: <http://www.progonos.com/furuti/MapProj/Normal/ProjCyl/ProjCEA/>. Acesso em: 15 out. 2009.

13

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Geografia - 1a série - Volume 1

1.	 Leia o quadro a seguir.

Quadro descritivo das projeções

Mercator

A deformação do tamanho das superfícies torna-se máxima próxima aos
polos. Essa projeção exagera visualmente a importância territorial dos
países do Norte, pois a maior porção das massas continentais dessa região
está localizada nas maiores latitudes, comparativamente às massas continentais do Hemisfério Sul.

Peters

O contraponto com a de Mercator: restabelece o tamanho correto das
superfícies continentais e, com isso, revaloriza visualmente os países do
Hemisfério Sul.

Bertin (1953)

Fiel na relação entre os tamanhos das superfícies dos continentes, é uma
das boas soluções para os mapas temáticos.

Buckminster
Fuller

Centrada no Polo Norte, tem suas maiores deformações nos oceanos.
Apresenta uma organização dos continentes incomum aos nossos olhos.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

a)	 A Projeção Buckminster Fuller mostra o mundo a partir do Polo Norte. Com base no
quadro e no mapa (p. 13), comente as implicações disso para a representação do mundo.

14

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b)	 As outras três projeções (Mercator, Peters e Bertin) mostram o mundo a partir de onde?

2.	 Leia, a seguir, um pequeno texto sobre uma das projeções apresentadas.
Projeção Buckminster Fuller
Jaime Tadeu Oliva

A projeção “Dymaxion” de Buckminster Fuller foi concebida para permitir uma melhor
compreensão das questões humanas e pôr em evidência as relações entre os diferentes povos.
É uma tentativa que busca encontrar a forma cartográfica mais adequada para a época das
telecomunicações em escala mundial, dos transportes intercontinentais, das interdependências
econômicas. Essa projeção reduz as distorções habituais, fornece uma visão mais precisa das
dimensões relativas dos territórios, dos oceanos e dos mares, e uma imagem menos “hierarquizada” do planeta.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

	

Na passagem do texto em que se diz que essa projeção reduz as distorções habituais, pode-se
entender, então, que ela não possui distorções? Justifique.

15

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Geografia - 1a série - Volume 1

Veja, com bastante atenção, os dois novos mapas abaixo:

Total Population

População absoluta, 2000

Produced by the SASI group (Sheffiel

In Spring 2000 wo
estimates reached
thousand million
the earth’s popula
map.

India, China and
on the map beca
populations. Pan
Guinea-Bissau hav
so are barely visib

Population is very
land area. Howev
geographically th
Africa, has a smal
Nigeria, Egypt, Et
Republic of Cong
Tanzania.

The size of each territory
of the world’s population

Fonte: SASI Group (University of Sheffield) and Mark Newman (University of Michigan). Disponível em:
MOST AND FEWEST PEOPLE
<http://www.worldmapper.org/display.php?selected=2>. Acesso em: 15 out. 2009.

Mapa territorial de referência
Land area
Technical notes
• Data source: United Nations Development
Programme, 2004, Human Development Report.
• Population data is from 2002
• The population not included is estimated as 2 to
3 million (see Appendix map 2).
• See website for further information.

Territory
China
India
United States
Indonesia
Brazil
Pakistan
Russian Federation
Bangladesh
Japan
Nigeria

Value
1295
1050
291
217
176
150
144
144
128
121

Rank
191
192
193
194
195
196
197
198
199
200

Territory
Saint Kitts & Nevis
Monaco
Liechtenstein
San Marino
Palau
Cook Islands
Nauru
Tuvalu
Niue
Holy See

millions

Value
42
34
33
27
20
18
13
10
2
1

WORLD POPUL
1400

Regional population (millions)

Land Area

Rank
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

thousands

Produced by the SASI group (Sheffield
1200

The land area of
800
shown here.

1000

600

The total land are
400
territories is 1305
200
Divided up equall
0
1100 1200 for 1400 15
hectares 1300 each
is 100 metres by 1

“Out of every 100 persons added to the population in the coming decade, 97 will However,develo
live in popula
www.worldmapper.org

spread: Australia’s
Ha
bigger than Japa
population is mo
bigger than Aust

© Copyright 2006 SASI Group (University of Sheffield) and Mark Newman (University of Michigan)

Each territory’s size on th
its land area.
Technical notes
• Principal data source: United Nations Environment
Programme, 2005
• Land area excludes land covered by major rivers,
lakes and the sea
• Population data used is from 2002.
• See web site for further information

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Fonte: SASI Group (University of Sheffield) and Mark Newman (University of Michigan). Disponível em:
MOST AND LEAST LAND
<http://www.worldmapper.org/display.php?selected=2>. Acesso em: 15 out. 2009.
Rank
1
2
3
4
5
6
7
8

Territory
Greenland
Western Sahara
Mongolia
Namibia
Australia
Suriname
Mauritania
Iceland

16

Value
821
97
60
41
39
39
37
33

Rank
191
192
193
194
195
196
197
198

Territory
Nauru
Barbados
Bahrain
Maldives
Bangladesh
Malta
Holy See
Singapore

Value
0.154
0.143
0.101
0.100
0.091
0.080
0.044
0.016

WORLD LAN

J
0
Western Europ
2.4%
North America
13.8%
Eastern Europe
1.9%
South America
12.1%

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Geografia - 1a série - Volume 1

1.	 Qual dos dois mapas está mais próximo dos mapas-múndi até agora apresentados? E o outro
mapa? Quais são as principais diferenças entre ele e os demais planisférios já apresentados?

2.	 Com base no mapa “População absoluta, 2000”, responda às questões a seguir.
a)	 Quais são os países mais populosos?

b)	 Quais blocos continentais (ou territórios de países) estão bem alterados, no tamanho e na
forma, ao se comparar esse mapa com outros, mais convencionais?

c)	 Esse tipo de representação se chama anamorfose. Procure o significado dessa palavra e relacione-o
com as formas do mapa.

VOCÊ APRENDEU?
Considerando todos os mapas vistos e analisados, responda às questões a seguir.
1.	 Quais são os elementos cartográficos até aqui identificados nesta Situação de Aprendizagem?

2.	 Que referências de medidas são utilizadas para chegar à escala e às projeções?
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Geografia - 1a série - Volume 1

Veja e analise as variáveis visuais que podem ser utilizadas na elaboração de mapas, gráficos etc.

As variáveis visuais
As variáveis da imagem

2 dimensões
do plano

y
x

1

4

2

4

1
tamanho

e também

valor

e também

As variáveis de separação

e também

Benoît MARTIN, dezembro de 2005

granulação

cor

orientação

e também

forma
Segundo Jacques Bertin

Fonte: DURAND, M.-F. et al. Atlas de la
mondialisation. Édition 2008. Paris: Presses
de Sciences Po, 2008. p. 13.

1.	 Se quisermos mostrar quantidades em um mapa – por exemplo, tamanho de população ou
tamanho dos volumes econômicos de comércio –, devemos usar quais variáveis visuais, entre as
que estão no gráfico? Por quê?

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Geografia - 1a série - Volume 1

2.	 Quando o objetivo de um mapa for mostrar uma ordem, uma gradação – por exemplo, do mais
alto para o mais baixo (relevo), do mais quente para o mais frio (clima) ou do mais rico para o
mais pobre (questões sociais) –, qual variável visual deve ser usada? Justifique.

3.	 E se quisermos expor em um mapa onde se localizam fenômenos diferentes – por exemplo,
recursos naturais distintos ou tipos diferentes de uso econômico do território (agricultura,
indústria, mineração etc.) ou, então, simplesmente destacar países ou Estados diferentes em um
mapa –, qual variável visual seria a correta? Por quê?

4.	 Se você quisesse representar volumes de comércio de um país se dirigindo para outro (por exemplo, o comércio de petróleo), que recurso gráfico das variáveis visuais usaria? Por quê? Qual é o
nome do mapa que mostra direções de relações (comércio, migração, turismo etc.) entre países?

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Geografia - 1a série - Volume 1

Desafio!
Em grupo, selecionem pelo menos cinco mapas de fontes diversas (livros didáticos, atlas
geográficos escolares, revistas, jornais, Cadernos do Aluno etc.) e, seguindo as orientações de
seu professor, analisem cada mapa de acordo com estes critérios:
1.	 Classifiquem de que tipo eles são, conforme tabela abaixo, justificando a escolha de vocês.
Tipos de mapas
Função

Nome

Mostra quantidades

Mapa quantitativo

Põe ordem em um mesmo fenômeno

Mapa ordenado

Mostra relações entre localidades diferentes e as
quantidades dessas relações

Mapa qualitativo

O fenômeno é a própria medida básica do mapa
(não usa as medidas do terreno)

Anamorfose

2.	 Indiquem se eles possuem erros cartográficos, de que tipo são esses erros e como vocês acham
que deveria ser a representação correta.
3.	 Ao final da análise, respondam: É possível um único mapa trabalhar com duas variáveis visuais
(por exemplo, um mapa ser quantitativo e ordenado ao mesmo tempo)? Há algum exemplo
nos mapas selecionados que vocês podem indicar? E nos Cadernos do Aluno? Justifiquem.

Em seu caderno, elabore um texto para responder à seguinte questão: Mapas representam a verdade
das superfícies terrestres, ou são criações humanas, úteis, porém imperfeitas?
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Geografia - 1a série - Volume 1

?

!

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
O SENSORIAMENTO REMOTO: A DEMOCRATIZAÇÃO
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
DAS INFORMAÇÕES

Veja a imagem de satélite a seguir, que mostra o mundo à noite.
1.	 A imagem de satélite representa de forma plana a superfície da Terra, que é curva. Isso pode ser
feito sem criar uma projeção, sem aplicar uma escala de redução? Pode-se dizer, então, que a
imagem de satélite tem as mesmas distorções que um mapa? Explique.

O mundo à noite: foto de satélite. Fonte: <http://veimages.gsfc.nasa.gov/1438/
earth_lights_lrg.jpg>. Acesso em: 15 out. 2009.

22

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Geografia - 1a série - Volume 1

2.	 É possível que uma única imagem de satélite represente toda a Terra à noite? Justifique.

23

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Geografia - 1a série - Volume 1

3.	 Essa imagem é uma montagem. Isso abre possibilidades para equívocos e/ou distorções
intencionais? Justifique.

4.	 Qual das representações, mapa ou imagem, é a que melhor expressa a realidade? Justifique.

Compare a imagem “O mundo à noite: foto de satélite” com o mapa “Evolução das grandes
aglomerações, 1975-2003”. Para tanto, utilize o roteiro a seguir e, em seu caderno, escreva um texto
apresentando os resultados obtidos.
●●

Compare as zonas com maior concentração de iluminação com as de maior aglomeração
urbana e veja se há alguma coincidência.

●●

Identifique as zonas mais intensas e mais dispersas de iluminação no território dos Estados
Unidos e compare se há outras situações como essa na imagem. Por exemplo: é assim na
Índia ou na China?

●●

Identifique as zonas mais iluminadas da imagem e, observando o mapa, descreva a
urbanização ali existente.

●●

Inclua no seu texto um comentário sobre se você entende que o uso conjunto da imagem
de satélite e do mapa das aglomerações acrescentou mais informações e enriqueceu a visão
espacial do fenômeno urbano no mundo.
24

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Geografia - 1a série - Volume 1

1.	 Leia o texto a seguir, considerando o roteiro abaixo.
●●

Ao longo da leitura individual, grife as palavras que desconhece e os trechos que gerarem
dúvidas.

●●

Em dupla com outro colega, procure descobrir o significado das palavras já destacadas e os
termos e passagens que vocês grifaram no texto, anotando-os em seu caderno.

●●

Ainda em dupla, releia o texto e destaque as definições e as passagens principais (por exemplo, o que é sensoriamento remoto, o que é o sensoriamento suborbital, o que é o sensoriamento orbital, o que o sensoriamento remoto orbital pode nos informar etc.).
Sensoriamento remoto
Jaime Tadeu Oliva

Remoto quer dizer distante, logo, o sensoriamento remoto é um meio para a obtenção de informações à distância. O sensor capta a interação dos objetos com a radiação eletromagnética,
e essa interação é transformada em informação. Esse é um dos tipos de sensor que existem.
Um dos produtos do sensoriamento remoto são as fotografias aéreas, que podem ser utilizadas para produzir mapas, entre outros usos possíveis. Elas são obtidas no chamado nível
suborbital. No nível orbital (sensores óticos orbitais localizados em satélites) são coletadas
informações meteorológicas, úteis para previsões do tempo, por exemplo. Mas um uso fundamental das imagens de satélite está ligado ao estudo e à localização de recursos naturais, como
no caso do satélite Landsat.
As condições orbitais em que se encontram os satélites permitem que suas imagens cubram
grandes extensões da superfície terrestre de forma repetitiva. Permite também a coleta de informações em diferentes épocas do ano e em anos distintos, o que facilita os estudos dinâmicos em
diferentes escalas, desde as continentais e as regionais até as locais, podendo chegar ao nível de
quarteirão (pode-se ir além, e obter a imagem de uma casa ou de um prédio).
Além de desenvolver mapas, o sensoriamento remoto permite, ainda, obter informações
sobre áreas minerais, bacias de drenagem, agricultura, florestas; fazer previsões com relação
ao planejamento urbano e regional; monitorar desastres ambientais, como enchentes, poluição de rios e reservatórios, erosão, deslizamentos de terras, secas; monitorar desmatamentos;
realizar estudos sobre correntes oceânicas e movimentação de cardumes, aumentando, assim,
a produtividade da atividade pesqueira; realizar estudos para a construção de rodovias e linhas de fibra ótica; fazer estimativas de áreas plantadas em propriedades rurais para fins de
fiscalização do crédito agrícola; identificar áreas de preservação permanente e avaliar o uso do
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solo; implantar polos turísticos ou industriais; avaliar o impacto da instalação de rodovias,
ferrovias ou de reservatórios etc.
Os dados obtidos por sensoriamento remoto contribuem para o desenvolvimento do planejamento regional, ao disponibilizar informações privilegiadas, que, ao serem cruzadas com dados
socioeconômicos, permitem estabelecer panoramas de alta confiabilidade com relação às reais
necessidades dos municípios, apontando áreas de vulnerabilidade ambiental.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

a)	 Como funciona o sensor remoto para obtenção de imagens de satélite?

b)	 Quais os principais usos do sensoriamento remoto?

2.	 Examine detidamente o quadro a seguir.
Satélite geoestacionário

Satélite orbital

Tem uma órbita equatorial e se movimenta com
velocidade coincidente com a de rotação da Terra.

Percorre uma órbita em torno da Terra,
circulando-a várias vezes por dia.

Pode captar muitas imagens de uma mesma
porção da superfície terrestre em um curto
intervalo de tempo.

Pode captar imagens de diversas porções
da superfície terrestre, registrando-as
com detalhes.

Por fornecer dados contínuos, é apropriado
para acompanhar dinâmicas locais e a evolução
de eventos, como a incidência de queimadas
na Amazônia, sendo também usado na área de
telecomunicações.

Apropriado para produzir informações
mais detalhadas e precisas, algumas das
quais não seriam possíveis de ser obtidas
de outra forma.

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a)	 Considerando o quadro e o trabalho de análise que foi feito, defina o que é um sensor remoto
orbital. Existem satélites que são sensores remotos orbitais?

b)	 Qual dos dois tipos de satélite é mais adequado para acompanhar em um curto espaço de
tempo a evolução dos fenômenos fotografados (transformados em imagem)? Por quê?

c)	 Qual dos dois tipos de satélite pode obter imagens mais amplas da superfície terrestre? Por quê?

Veja a imagem de satélite da próxima página para responder às questões a seguir.
1.	 A imagem está mostrando qual parte do globo terrestre?

2.	 Que fenômeno da natureza ficou registrado na imagem? Para que serve retratar regularmente o
fenômeno que está visível na imagem que você está observando?

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3.	 Essa imagem foi registrada por um satélite geoestacionário. Em que posição em relação à Terra
se encontrava esse satélite para poder tirar essa foto?

Fonte: Departamento de Satélites Ambientais do INPE (12 mar. 2008). Disponível em: <http://www.cpa.unicamp.br/atualizacoes-regulares/
imagens-de-satelite-goes.html>. Acesso em: 12 mar. 2008.

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Geografia - 1a série - Volume 1

Você e seus colegas, sob orientação do seu professor, vão realizar uma pesquisa sobre imagens
de satélite presentes em nosso cotidiano. Para tanto, considerem o roteiro a seguir.
1.	 Individualmente, coletem imagens de satélite disponíveis em jornais e revistas (caso não as
encontrem, vocês podem buscá-las em livros didáticos e paradidáticos, atlas geográficos escolares
etc.). Cataloguem cada uma delas de acordo com os seguintes critérios:
tema da imagem (clima, desmatamento, urbano etc.);
extensão coberta pela imagem (por exemplo: América do Sul, Brasil ou uma cidade);
veículo no qual a imagem foi publicada (jornal ou revista);
data da publicação e da imagem (se houver);
periodicidade da seção na qual a imagem foi publicada (se a imagem aparece em uma
seção periódica ou em uma publicação eventual, associada a um assunto específico).

●●
●●
●●
●●
●●

2.	 Em grupo, analisem o resultado da coleta que cada um fez e, com esse material organizado,
elaborem, em uma folha avulsa, um relatório sobre as imagens de satélites que estão presentes
em nosso cotidiano. Devem integrar os relatórios itens como:
Para que servem as imagens e qual o uso que as pessoas podem fazer delas.
O que as imagens relativas a um mesmo fenômeno permitem conhecer deste fenômeno
(um exemplo: há muitas informações recentes sobre o desmatamento na Amazônia,
e é bem provável que vocês terminem encontrando imagens que os ajudem a ter uma
visão de conjunto desse fenômeno).

●●
●●

Em seu caderno, faça um texto para discutir a importância das imagens de satélite com base nas
questões a seguir.
●●

Qual a utilidade das imagens de satélite para a previsão dos fenômenos climáticos (se for
necessário, faça uma pequena pesquisa no seu livro didático, ou em outro material ou fonte)?

●●

Qual o tipo de satélite ideal para o monitoramento climático: geoestacionário ou orbital?
Justifique no texto a sua opção.
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?

!

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
GEOPOLÍTICA: O APRENDIZAGEM
SITUAÇÃO DE PAPEL DOS ESTADOS UNIDOS E
A NOVA “DESORDEM” MUNDIAL

Para começo de conversa
1.	 Existe um termo muito utilizado para se falar da situação mundial, das relações e dos conflitos
internacionais: “geopolítica”. O que há por trás dessa palavra que mistura os termos “geo” e
“política”? Será uma mistura de geografia e política? Justifique sua resposta.

2.	 A invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003, derrubou o presidente Saddam Hussein.
a)	 A Organização das Nações Unidas (ONU), fundada em outubro de 1945, após o final da
II Guerra Mundial, tem como uma de suas funções tentar resolver conflitos internacionais.
A invasão do Iraque pelos Estados Unidos foi discutida na ONU? Por qual órgão da entidade?
Que países participaram dessa discussão?

b)	 A ONU aprovou a invasão? Todos os países estavam de acordo com os Estados Unidos? Em
caso negativo, quais se manifestaram contra?

c)	 Um ano antes de ocupar o Iraque, os Estados Unidos invadiram o Afeganistão. Onde se
localizam esses dois países? O que você sabe a respeito dessa região do mundo?

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d)	 Por que, em um prazo tão curto, os EUA invadiram militarmente o Afeganistão e o Iraque?
Qual é a relação dessa invasão com o atentado terrorista aos Estados Unidos, em 11 de
setembro de 2001? Justifique.

Para responder às questões abaixo, veja o mapa da próxima página, que mostra uma ideia de
“ordem mundial”.
1.	 Procure localizar e identificar as áreas onde havia fronteiras fechadas durante a Guerra Fria
(observe a legenda, se for necessário).

2.	 Por que essa ideia de fechamento nesse período? Isso tem a ver com a ampliação das relações das
superpotências da época? Quais eram essas superpotências?

3.	 Você sabia que a área sob influência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi
chamada de Cortina de Ferro? Por que o mundo sob influência da URSS estava se fechando
à poderosa influência da superpotência americana? Esse fato não indica a grande importância
existente na capacidade geográfica dos países de atuar na arena internacional? Justifique.

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A BIPOLARIDADE E A ORDEM WE

Irlanda
País Basco
Ex-Iugoslávia
Cuba 1962
Nicarágua
1979-90

Kurdistão
Saara Ocid.

Oficina de cartografia da Sciences Po,
R. GIMENO, C. GOIRAND, outubro de 1998

Nigéria 1970-75
Etiópia
Somália
Grandes Lagos
anos 1960 e 1990

Os territórios
Fronteiras “fechadas”
pela Guerra Fria
“Implante” do Estado
Conflitos ligados à definição
das identidades territoriais ou se
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Geografia - 1a série - Volume 1

DEM WESTFALIANA - 1950-1980

Coreia, 1950-53

Indochina, Vietnã
1945-75
Sri Lanka

nição
riais ou separatistas

Estados ligados
aos EUA por um acordo
militar, como a Otan
Outros Estados ligados
ao bloco do Oeste (1980)
Estados ligados à URSS
por um acordo militar,
como o Pacto de Varsóvia
Outros Estados ligados
ao bloco do Leste (em torno de 1980)
Conflitos ou crises ligados
ao enfrentamento Leste-Oeste

Projeção de J. Bertin, 1950

A bipolaridade

Fonte: Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/bipolc5080.jpg>.
Acesso em: 15 out. 2009.

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Geografia - 1a série - Volume 1

Observe o quadro:
País

Força militar

EUA
França
Alemanha
Japão
Reino Unido (Inglaterra)
China
Índia
Espanha
Rússia
Brasil

+ + + +
+
–
–
+ +
+ + +
+ +
+
+ + +
–

Força
econômica
+ + + +
+ + +
+ + +
+ + +
+ + +
+ + +
+ +
+ +
+ +
+ +

Força
cultural
+ + + +
+ + +
+ +
+ + +
+ + +
+ +
+ + +
+ +
+ +
+

Força geográfica
(força espacial)
+ + + +
+ + +
+ + +
+ + +
+ + +
+ +
+ +
+ +
+ +
+

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

1.	 Defina os elementos presentes no quadro.

Força militar

Força econômica

Força cultural

Força geográfica

2.	 Que países podem ser designados como superpotências e que países podem ser designados como
potências?

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3.	 Qual a força geográfica exercida pelo Brasil? Justifique.

Desafio!
A proposta agora é aumentar o quadro com mais cinco países.
1.	 Escolha aqueles sobre os quais você possui informações, ou a respeito dos quais consegue pesquisar rapidamente. A seguir, atribua a eles sinais segundo suas forças em cada um dos itens.

País

Força
militar

Força
econômica

Força
cultural

Força geográfica
(força espacial)

2.	 Os países que você acrescentou ao quadro, e qualificou com sinais, podem ser chamados de
potências? Eles se encontram em situação próxima ou abaixo do Brasil? Justifique.

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Leia o texto e assinale todas as passagens que abordam as ações do governo do EUA voltadas
para o exterior com vistas a: a) ampliar seu território; b) proteger seu território; c) aumentar sua
influência regional. Para cada tipo de ação, use uma cor diferente para grifar o texto.
A “vocação” geopolítica dos EUA

Jaime Tadeu Oliva

No curso da História, a potência de um Estado nacional territorial se manifestou por ações de
dominação, tanto econômicas como culturais; pela conquista de territórios, quando populações foram destruídas, submetidas, assimiladas ou incorporadas ao Estado mais poderoso. Mas a potência
também se manifestou como proteção com relação aos Estados mais frágeis. Aumentar o número de
aliados, em especial, se são vizinhos, ajudou a resistir a invasões e agressões de outras potências.
Os EUA, a grande superpotência do mundo contemporâneo, inscreve-se nessa história
desde a sua independência. Um marco notório da sua postura geopolítica ativa ficou conhecido
como a Doutrina Monroe. Em 2 de dezembro de 1823, o presidente James Monroe enviou ao
Congresso americano a seguinte mensagem:
“Julgamos propícia esta ocasião para afirmar, como um princípio que afeta os direitos e
interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre
e independente que adquiriram e conservam, não podem mais ser considerados, no futuro,
como suscetíveis de colonização por nenhuma potência europeia.”
A prevenção contra as potências colonizadoras europeias da época, para proteção de seu território em constituição, passava pela aliança com os países vizinhos das Américas do Norte, Central
e do Sul e pelo apoio a esses países contra essas mesmas potências. Aliás, Monroe foi o primeiro
presidente a reconhecer as colônias espanholas como independentes. Pode-se afirmar que nesse
momento apenas se configurava o que já havia sido fecundado anteriormente e enunciado pelos seus primeiros presidentes, como George Washington e Thomas Jefferson.
Posteriormente, respaldados nessa visão geopolítica de proteção contra outras potências, os
EUA partiram para a ampliação do seu próprio território. Além de acordos amigáveis e da compra de territórios, os EUA também fizeram guerras e submeteram outros povos, como testemunham as brutais ações militares contra indígenas e mexicanos durante o processo de ampliação
do território americano para o Oeste (chegando até o Oceano Pacífico) e para o Sul.
Alguns anos depois, um novo presidente, James Knox Polk, exacerbou o conteúdo da
Doutrina Monroe, que pregava que “a América é para americanos”. Com Polk ampliou-se a
influência direta no contexto americano, o que já mostra o país como potência que cria uma
ordem regional, no caso. Este presidente defendia a ideia de que os EUA estariam abertos a
qualquer país que estivesse disposto a anexar-se a ele. Na verdade, isso pode ser interpretado
como uma justificativa para a anexação de antigas áreas coloniais espanholas: Texas, Novo
México, Califórnia, Colorado, Utah e Arizona, que estavam associadas ao México. Com isso,
este último foi despojado de ⅔ do seu território na época.
Em meados do século XIX, a ampliação do território dos EUA continuava alternando compras,
acordos e anexações. Os Estados Unidos adquiriram dimensões continentais. Mas àquela altura o
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país se dividia internamente entre os interesses do Norte, que almejava modernização econômica e
o fim da escravidão, e os interesses do Sul, dominado por uma aristocracia agrária sustentada pela
escravidão. Esses interesses inconciliáveis redundaram em uma guerra civil que terminaria com a
derrota do Sul. A partir daí, o país entrou em um período de grande desenvolvimento.
A expansão da rede ferroviária e de comunicação tiveram um papel fundamental na consolidação geográfica desse território continental e na coesão de uma sociedade ainda desarticulada.
Some-se a isso o enorme desenvolvimento agrícola no Sul e no Oeste, que de nada adiantaria se
o escoamento dessa produção não fosse protegido por uma legislação que garantisse reserva de
mercado e restringisse produtos estrangeiros, o que é um exemplo de ação geopolítica. Tudo isso
contribuiu para que os EUA alcançassem a liderança política nas Américas, acentuada por ações
cada vez mais agressivas nas Américas Central e do Sul. Na época já se falava no imperialismo
americano, expressão até hoje brandida por muitas lideranças e forças políticas do continente.
No século XX, por exemplo, a América Central foi alvo de uma formidável ação geopolítica dos EUA, ação essa caracterizada pelo expansionismo econômico e pelo militarismo
protetor. Os investimentos na área foram significativos, passando inclusive pela construção de
uma infraestrutura de porte: o Canal do Panamá.
Quando esse investimento correu o risco de ser “apropriado” pelas forças locais dos países
da América Central, ações intervencionistas foram realizadas em nome da liberdade, da democracia, figuras de um bem comum que não existem realmente. Isso deixa esse intervencionismo
nu, revelando sua verdadeira motivação: os interesses próprios dos EUA e a autoproteção, a
qualquer custo e em qualquer território, de seus negócios.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

1.	 Complete o quadro a seguir, sintetizando os aspectos abordados no texto.
Ações do governo americano voltadas para o exterior com vistas a:
ampliar seu
território
proteger seu
território
aumentar sua
influência regional
2.	 Comparando-se essa trajetória dos Estados Unidos com a do Brasil, existem pontos semelhantes
e na mesma quantidade no que diz respeito às ações em relação aos seus vizinhos e ao mundo?
Justifique.

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3.	 Considerando o que foi lido, você acha que se pode definir geopolítica como aquela ação voltada
para o exterior (para os vizinhos e o mundo), visando à defesa dos interesses e às estratégias de
expansão do poder de uma nação? Justifique, usando o exemplo dos Estados Unidos.

4.	 O Estado nacional e territorial dos Estados Unidos (a sociedade americana) declararam seus
motivos para invadir o Iraque. Que outros motivos pode ter tido o governo americano para essa
invasão? Justifique com base no texto.

5.	 O que faz com que o governo americano, o Congresso americano, sua população, enfim, decidam
pela guerra, se outros países, até mesmo aliados, são contra? Essa ousadia geopolítica dos Estados
Unidos pode ser atribuída à sua condição de única superpotência contemporânea? Argumente.

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APRENDENDO A APRENDER
A história da formação dos EUA, uma superpotência, pode ser objeto de várias atividades de
aprofundamento. E aqui você pode aproveitar uma oportunidade que vem do próprio poderio
dos EUA: o cinema americano. Essa manifestação é muito familiar: está em grande quantidade nas salas de cinema, mas também nas videolocadoras e na televisão. Além da diversão, com
orientação, é possível usar os filmes americanos como fonte de aprendizado da geopolítica em
si e da ação geopolítica americana no mundo. Você já reparou quantos filmes de guerra o cinema
americano produz? Você já reparou que existem filmes que já retratam episódios da história recente,
como a guerra no Iraque? Quando você assistir a um filme dessa natureza, procure ficar atento às
localidades; às questões levantadas; aos interesses que estão em jogo etc. Tudo isso é bastante útil.

Leia o texto a seguir, que aborda ações recentes dos Estados Unidos no mundo. Ele traz um conjunto de termos muito usados nas discussões conflituosas das relações internacionais (geopolítica,
imperialismo, doutrina, barbárie, terrorismo, medidas de exceção etc.). Grife todos aqueles que não
foram compreendidos, procure seus significados no dicionário e registre-os em seu caderno.
A Doutrina Bush e “A Síndrome do 11 de setembro”
Angela Corrêa da Silva

Após o ano de 2001, uma data ganhou a condição de síndrome mundial: o 11 de setembro. O desabamento das torres gêmeas e o ataque ao Pentágono demonstraram-se como um
acontecimento excepcional e altamente revelador. A partir dele, abriram-se as comportas
para a interpretação do jogo geopolítico, das relações de poder e dos processos de dominação
em escala mundial.
Após estes seis anos, com a dissipação da poeira da História, é possível compreender melhor
as razões e os propósitos que justificam a escalada do terror e as novas cartadas em jogo no sistema
internacional.
A Doutrina Bush é a Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, encaminhada pelo presidente George W. Bush ao Congresso em setembro de 2002, sob o impacto dos atentados de
11 de setembro de 2001, e revista no segundo mandato, em março de 2006. Trata-se, de fato,
de uma articulação de direita que, desde 1970, tenta impor suas ideias para mudar os rumos da
política externa americana, com o intuito de criar as condições para um novo Oriente Médio,
no qual os EUA teriam influências diretas.
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Logo após os ataques de 11 de setembro, análises conservadoras apontavam que os futuros
conflitos adviriam de um choque entre o Ocidente, judaico-cristão, e o Oriente, islâmico e multifacetado, o que configurava a adoção de uma postura maniqueísta do Bem contra o Mal.
O alvo da Doutrina Bush não se resume, apenas, a combater o terrorismo islâmico. Ela nada
mais é do que o início da aplicação da teoria dos falcões, ou seja, do novo imperialismo alinhado
com Israel. Após o bárbaro ataque às torres gêmeas e ao Pentágono, a sociedade americana, antes
relutante em apoiar projetos de intervenção direta, passou a endossar as medidas de exceção.
A Doutrina Bush, ao criar o “eixo do mal”, criou também as condições para perpetuar o
que o escritor Demétrio Magnoli denomina “época de barbárie”, ou seja, não é uma declaração
de guerra a um Estado, mas ao terror, e este é difuso e não tem residência fixa.
Cabe, sem dúvida, uma reflexão acerca do conceito de terrorismo. Teoricamente considerase terrorismo “o uso da violência sistemática, com objetivos políticos, contra civis ou alvos militares que não estejam em operação de guerra”. Como explicar, porém, ações de Estado como
os ataques a Hiroshima e Nagasaki, ao final de II Guerra Mundial, e as ações israelenses nos
territórios palestinos e agora no Sul do Líbano? Há que se estabelecer uma nova classificação
de terrorismo – o de Estado. E é por meio dele que as potências militares sustentam a tese de
que a melhor defesa é o ataque.
SILVA, Angela Corrêa da. A síndrome do 11. Discutindo Geografia. São Paulo: Escala Educacional, 2006. Adaptado.

1.	 Como aparece a palavra “geopolítica” nesse texto? Como ela é empregada para se referir às estratégias dos EUA no Oriente Médio?

2.	 Considerando-se a dimensão da geopolítica que corresponde à defesa do seu território, em que
passagem do texto pode ser identificada essa dimensão? Essa dimensão já aparecia nas ações
históricas dos EUA? Vale consultar o texto anterior para essa resposta.

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3.	 Outra dimensão da geopolítica é a ação fora do seu território, buscando aumentar a influência
do país sobre os seus vizinhos, por exemplo. Nesse sentido, compare as ações mencionadas no
texto “A ‘vocação’ geopolítica dos EUA” com as que aparecem no texto “A Doutrina Bush e
‘A Síndrome do 11 de setembro’”. O que mudou?

4.	 A Doutrina Bush é coerente com a denominada Doutrina Truman. Pode-se dizer que a partir
deste momento as ações geopolíticas americanas já haviam adquirido escala mundial, quer dizer,
tinham deixado de ser de escala regional? Justifique.

Desafio!
Nesta atividade, você vai trabalhar com dois conteúdos enfocados neste Caderno: cartografia
e geopolítica.
Seu desafio é elaborar um mapa que represente, de maneira clara e objetiva, as forças geopolíticas da atualidade. Para isso, os passos são os seguintes:
●●

O que cartografar: o quadro qualitativo da força (militar, econômica, cultural e geográfica) dos países, o que pode lhes dar a condição de potência, foi acrescido de mais cinco
países. Agora todos os países devem ser classificados segundo quatro categorias. Atenção:
mesmo que se chegue à conclusão de que existem vários níveis de potência, para a realização de um mapa que tenha qualidade visual e capacidade comunicativa é preciso reduzir
a informação visual ao que o olho humano apreende. Por isso, mais de quatro grupos já
começa a escapar dessa capacidade do olho humano.
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		Quais as quatro categorias de potências? Tal é o destaque dos EUA que não há sentido em
considerá-los em conjunto com outras potências. Trata-se da única superpotência; logo,
esse país representará a primeira categoria. A segunda categoria será composta dos países
que podem ser chamados de potência (os que estão no quadro e mais algum que você
tenha acrescentado). A terceira categoria será composta do Brasil e de outros que, na pesquisa, você tenha considerado razoavelmente próximos ao nosso país. A quarta categoria
será dos países restantes.
●●

Como cartografar: o primeiro passo será encontrar uma projeção que transmita o que se
quer expressar. Exercite esse mapa nas diversas projeções apresentadas no começo deste
Caderno (p. 12 e 13) e, posteriormente, defina aquela que melhor expressou visualmente
a ordem mundial comandada pelas potências.

●●

A linguagem: a ideia dessa cartografia não é mostrar onde ficam os países da tabela, e sim
mostrar as forças diferentes. As diferentes condições de potência. Da mais forte para a mais
fraca. Assim, é preciso ordenar o fenômeno, o que pode ser feito usando tonalidades de uma
única cor. Escolha essa cor e aplique os tons mais fortes para as maiores potências e os mais
fracos para os países mais frágeis.

Busquem informações sobre os seguintes fatos históricos mencionados no texto “A Doutrina
Bush e ‘A Síndrome do 11 de setembro’” e elaborem, em uma folha avulsa, um texto que explique
a posição geopolítica dos Estados Unidos em cada um desses fatos históricos.
●●

Ataques a Hiroshima e Nagasaki.

●●

Ataques de 11 de setembro de 2001.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
OS DESERDADOS NA NOVA ORDEM MUNDIAL:
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
AS PERSPECTIVAS DE ORDEM MUNDIAL SOLIDÁRIA

Para começo de conversa
Considerando o mundo em que vivemos, você pode afirmar que há paz? Liste os conflitos que
você conhece, os que venham à sua memória. Procure organizá-los do mais antigo ao mais recente
e também situe onde eles ocorreram ou ocorrem.

Principais fluxos de refugiados
e deslocados, situação no final de 2005

1. Sérvia e Montenegro
2. Bósnia-Herzegovina
Rússia

MÁXIMA

Colômbia*
Iraque**
Afeganistão
Sudão
Afeganistão
Azerbaijão

Benoît MARTIN, dezembro de 2006

Veja detidamente o mapa a seguir.

2 000
1 200
Paquistão 1 084
841,9
Irã
662,3
578,5

1

2

Azerbaijão
Geórgia

Afeganistão

Bósnia-H.
Iraque**
Sudão

Somália

Libéria

Sri Lanka

Colômbia*

Número de refugiados
superior a (em mil)
30
* Segundo as estimativas do governo, há
de 2,5 a 3 milhões de DI no país, dos quais
1,8 milhão estão registrados. Segundo as
ONGs, haveria até 3,3 milhões de DI.
** Novos DI indicados no início do ano
e não incluídos nas estatísticas anteriores
do Alto Comissariado da ONU para
Refugiados - ACNUR

2 000

100

1 200

País de origem
Estão representados apenas os fluxos
(refugiados e deslocados internos)
de mais de 30.000 pessoas

Deslocados
internos (DI)
(em mil)

320

Fonte: ACNUR, Refugiados, tendências mundiais em 2005, http://www.unhcr.org/

Fonte: DURAND, M.-F. et al. Atlas de la mondialisation. Édition 2008. Paris: Presses de Sciences Po, 2008. p. 26.

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Geografia - 1a série - Volume 1

1.	 Que mapa é esse? Qual seu tipo, segundo as classificações feitas na primeira parte deste Caderno?
Qual a principal variável utilizada?

2.	 Além de direções, essa variável visual aplicada ao mapa está informando mais alguma coisa?
Justifique.

3.	 Onde se situam os maiores fluxos de refugiados? Quais suas principais direções e quais suas
quantidades?

4.	 Qual a tendência mais comum dos refugiados no seu movimento de fuga?

PESQUISA EM GRUPO
Sob orientação de seu professor, organizem-se em
grupos e façam uma rápida pesquisa sobre uma das
zonas de conflito apresentadas no mapa anterior.
O objetivo é saber, de forma básica, qual conflito
está em andamento (guerra entre países, guerra civil),
suas razões e consequências para a população.

Combine com seu professor
como deverão ser apresentadas
as pesquisas da turma.

44

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Geografia - 1a série - Volume 1

Desafio!
Leia o excerto a seguir, que apresenta um testemunho sobre um dos conflitos notados no
mapa anterior.
As crianças-soldado
Das cerca de 300 mil crianças-soldado que atualmente participam de conflitos pelo
mundo inteiro, uma delas conseguiu escapar da morte, dos entorpecentes, da lavagem cerebral e dos abusos cometidos pelos senhores da guerra, para contar sua história. Ao escapar,
por acaso, aos 12 anos, de um ataque de rebeldes, Ishmael Beah perambulou pelo interior de
Serra Leoa, acompanhando a progressão da guerra civil de seu país. Fã de hip-hop e de boa
literatura, conhecido por recitar Shakespeare em sua aldeia natal, Beah é aliciado pelo exército
do governo e, além de vítima, torna-se algoz. Jogado na roda-viva da guerra, passa parte de sua
infância e da adolescência matando sob o comando de adultos e fugindo da morte.
BEAH, Ishmael. Muito longe de casa: memórias de um menino-soldado. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.

Debata com seus colegas a respeito das questões a seguir e, ao final, registre suas conclusões.
1.	 O que justificaria o uso de crianças como soldados em conflitos?

2.	 Qual é a responsabilidade das potências mundiais no surgimento e na manutenção desses
conflitos?

45

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Geografia - 1a série - Volume 1

Observe com toda a atenção o mapa a seguir.
APD em dólares por habitante
(média de 5 anos, 2000-2004)

Ajuda pública ao desenvolvimento
(países beneficiários)

2,12
1,50
0,80
0,22

Média
mundial

0,05
0
método estatístico:
médias ajustadas com isolamento
dos valores extremos

Estados doadores *
Ausência
de informação

Roberto Gimeno e Oficina de cartografia da Sciences Po,
setembro de 2006

Palau,
Micronésia,
llhas Marshall,
Nauru, Kiribati,
Ilhas Salomão,
Tuvalu, Samoa,
Vanuatu, Fiji,
Tonga, Ilhas
Cook

MÁXIMA
Taiwan
Macau
Índia
Arábia Saudita
Hong Kong
Bermudas
México
Dominica
Kuwait
EAU

Projeção J. Bertin

2,12
2,03
1,95
1,93
1,50
1,48
1,46
1,11
1,06
1,05

* A Coreia do Sul não é um país
doador, mas não recebe mais APD

Fonte: Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/
10-11_aide_dev_hab_2000-04.jpg>. Acesso em: 15 out. 2009.

1.	 Em termos de cartografia compare esse mapa com o mapa “Principais fluxos de refugiados e
deslocados, situação no final de 2005” (p. 43). São representações de tipos diferentes ou são
semelhantes? Justifique.

2.	 Quais os países que mais ajudam no desenvolvimento de outros países? Será a superpotência?
Ou serão outros os principais beneficiadores dos países mais pobres?

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Geografia - 1a série - Volume 1

3.	 Na sua opinião, qual o interesse desses países ao auxiliar os países pobres?

4.	 Os principais países beneficiados são os mais pobres? O Brasil se enquadra nessa condição?

5.	 Na América Latina, quais são os países menos beneficiados? Faça uma lista de ao menos cinco e
diga se eles estão entre os mais pobres ou entre os mais ricos.

6.	 Essas ajudas podem ser incluídas no conjunto das ações geopolíticas, ou, na verdade, representam uma ação que foge aos interesses isolados e correspondem à construção de uma nova
solidariedade mundial? Justifique.

7.	 O fato de parte significativa da opinião pública mundial, assim como líderes de instituições e
países importantes, ter se colocado contra a invasão do Iraque pelos EUA, somado ao avanço
das políticas de colaboração (um exemplo encontra-se no mapa em análise), pode significar um
enfraquecimento da geopolítica? Justifique.

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Geografia - 1a série - Volume 1

Depois do atentado terrorista a Nova Iorque, os Estados Unidos invadiram o território do
Afeganistão, suposto esconderijo do líder terrorista Osama bin Laden. Com a invasão do Afeganistão,
mais de 1 milhão de pessoas fugiram para o Paquistão, seu vizinho. Em seu caderno, comente essa
situação e compare com outras situações visualizáveis no mapa de refugiados.

48

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2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 

Geografia caa 1s_vol1_2010reduzido[1]

  • 1. Caro(a) aluno(a), O mundo contemporâneo é marcado pela diversidade, que se revela na riqueza de línguas, religiões e modos de viver, de se alimentar, de se vestir, enfim, de produzir cultura. Na escola, essa diversidade se manifesta no currículo de todas as áreas, mas é especialmente em Ciências Humanas que ela é tomada como objeto de estudo. Os lugares, os tempos, as sociedades humanas e suas formas de pensar e de produzir conhecimento são objetos de estudo da Filosofia, da Geografia, da História e da Sociologia. Durante o ano letivo, após o contato com os conhecimentos produzidos pelas Ciências Humanas, você poderá compreender melhor a vida em sociedade e as transformações que ocorrem no mundo, em seus aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais. Você perceberá como a intervenção humana em aspectos naturais do planeta pode transformar as relações de trabalho, promover o desenvolvimento e, ao mesmo tempo, gerar problemas ambientais, sociais, guerras e conflitos entre povos e nações. Além disso, as aulas o ajudarão a compreender que a aproximação entre diferentes povos e culturas estimula o intercâmbio entre eles, podendo reforçar identidades e criar novos laços de solidariedade. Você também terá oportunidade de estudar temas relacionados à produção de conhecimento – tecnológico, artístico e cultural –, que se expressam em diferentes linguagens, formas de expressão e movimentos sociais e culturais. Nas disciplinas dessa área, você perceberá também a importância dos valores e atitudes que envolvem a solidariedade, o respeito à vida, à natureza e às diferentes culturas, a democracia, a ética, além de outros valores fundamentais para a preservação do planeta. Assim, desejamos que você, estudante do Ensino Médio, ao apropriar-se dos conhecimentos das Ciências Humanas, possa atuar de forma respeitosa e cidadã no mundo em que vivemos. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas – CENP Secretaria da Educação do Estado de São Paulo Equipe Técnica de Ciências Humanas GEO_1S_VOL1_CA.indd 1 4/8/2010 11:01:30
  • 3. Geografia - 1a série - Volume 1 ? ! SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 OS ELEMENTOS QUE CONSTITUEM OS SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM MAPAS: OS RECURSOS, AS ESCOLHAS E OS INTERESSES 1. Veja o mapa entregue pelo seu professor e/ou indicado do seu livro didático. Para começar, observe o mapa diretamente, mas sem olhar o título e a legenda. Discuta com seus colegas e registre: a) O que o mapa está representando (por exemplo: distribuição da população, distribuição de cidades, altitudes do relevo, distribuição de escolas em um país, distribuição da vegetação etc.)? b) Qual a situação geográfica do(s) fenômeno(s) representado(s) no mapa? c) Você sabia que vários mapas publicados em jornais e revistas (e também em livros didáticos e atlas geográficos escolares) podem conter erros cartográficos (erros de linguagem)? Você acha que o mapa que você examinou tem erros? Justifique. 3 GEO_1S_VOL1_CA.indd 3 4/8/2010 11:01:32
  • 4. Geografia - 1a série - Volume 1 2. Analise o mapa abaixo e responda às questões. Esperança de vida - 2000-2005 Anos 81,6 73,3 65,3 49,2 MÁXIMO Japão Suécia Hong Kong Islândia Canadá 32,4 81,6 80,1 79,9 79,8 79,3 ausência de informação método estatístico: médias ajustadas MÍNIMO Lesoto Suazilândia Serra Leoa Zimbábue Zâmbia 35,1 34,4 34,2 33,1 32,4 Fonte: Relatório do desenvolvimento humano, PNUD 2004 Benoît MARTIN, Atelier de cartographie de Sciences Po, jun. 2005 Fonte: Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/27_esperance_vie_2002.jpg>. Acesso em: 15 out. 2009. a) O que ele está representando? b) Em quais países/regiões encontram-se as maiores e as menores concentrações do fenômeno representado? E as situações intermediárias? Em síntese: o que é possível dizer a respeito da esperança de vida no mundo? c) Esse mapa não tem erros cartográficos. Justifique essa afirmação. 4 GEO_1S_VOL1_CA.indd 4 4/8/2010 11:01:32
  • 5. Geografia - 1a série - Volume 1 Observe o mapa a seguir. Evolução das grandes aglomerações, 1975-2003 Evolução, 1975-2003 (população multiplicada por) x 10,4 Tóquio x 3,1 Los Angeles (2) x 2,1 Moscou Pequim x 1,5 Osaka-Kobe Nova Iorque (1) (1) ) Nova Iorque-Newark (2) Los AngelesLong Beach-Santa Ana Nova Délhi diminuição Karachi México x1 Shangai Manila Cairo método estatístico: médias ajustadas com isolamento dos valores negativos Estão representadas apenas as aglomerações com mais de 2 milhões de habitantes. Bombaim Calcutá Daca Jacarta Benoît MARTIN, novembro de 2005 Lagos População total, 2003 (em milhões de habitantes) Rio de Janeiro 35 São Paulo 18 Buenos Aires 7 Fonte: Nações Unidas, Departamento de Economia e Assuntos Sociais / Divisão de População, http://www.un.org/ Fonte: Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/12C_villes_1975-2003.jpg>. Acesso em: 15 out. 2009. 1. Responda, procurando olhar primeiro para o mapa, e não para o título e a legenda: a) O que esse mapa está representando? b) O que representam os círculos? O que significam os círculos maiores? E os círculos menores? Onde se concentram mais círculos? 5 GEO_1S_VOL1_CA.indd 5 4/8/2010 11:01:34
  • 6. Geografia - 1a série - Volume 1 c) O que representam as tonalidades de cor laranja no interior dos círculos? O que significa a tonalidade mais escura? E a tonalidade mais clara? d) Onde há a predominância de círculos mais escuros? 2. Agora, considere os dados que o mapa apresenta: a) Quais são as três maiores aglomerações urbanas da América do Sul? Qual delas cresceu mais rapidamente entre 1975 e 2003? b) Quais são as três maiores aglomerações urbanas da Ásia? Qual a população absoluta total em 2003 em cada uma dessas aglomerações? c) Em quais regiões do mundo o fenômeno das grandes aglomerações é mais representativo? Onde ele é menos representativo? Com base na análise do mapa, o que mais você considera importante comentar a respeito desse fenômeno? 6 GEO_1S_VOL1_CA.indd 6 4/8/2010 11:01:34
  • 7. Geografia - 1a série - Volume 1 d) Cite exemplos de locais onde grandes aglomerações tiveram um crescimento mais rápido entre 1975 e 2003. 3. Esse mapa tem erros cartográficos? Quais? Você o entendeu? Será que é um bom mapa? Justifique. 4. Qual é o recurso cartográfico utilizado e como ele é aplicado para comunicar o tamanho das aglomerações urbanas? E qual o recurso (e como ele é usado) para mostrar velocidades diferentes no crescimento dessas aglomerações? Você concorda que esses recursos vão compor a linguagem do mapa? Justifique. 7 GEO_1S_VOL1_CA.indd 7 4/8/2010 11:01:34
  • 8. Geografia - 1a série - Volume 1 Veja com atenção o mapa a seguir. Projeção equidistante cilíndrica ou equirretangular Fonte: Carlos A. Furuti. Disponível em: <http://www.progonos.com/furuti/MapProj/Normal/CartProp/DistPres>. Acesso em: 15 out. 2009. 1. Este mapa representa o mundo inteiro, com suas terras emersas e oceanos, em um espaço de apenas 16 x 8 cm. Como isso é possível? 2. Agora, observe os traços verdes horizontais. a) Você vai notar que, apesar de eles serem do mesmo comprimento, varia a indicação de quilômetros para cada um. Em qual região se localizam os traços com valores mais baixos? E mais altos? 8 GEO_1S_VOL1_CA.indd 8 4/8/2010 11:01:36
  • 9. Geografia - 1a série - Volume 1 b) Há uma correspondência entre o número de centímetros do traço verde, o número de quilômetros que está indicado nele e o tamanho do terreno que ele demarca? Explique. c) Escolha dois traços verdes diferentes no mapa. Quanto vale cada centímetro no terreno, no ponto onde a reta escolhida foi traçada? 3. Imagine uma fotografia de 6 x 8 cm retratando uma pessoa de 1,8 m de corpo inteiro. a) No que diz respeito às medidas, o que há em comum entre essa fotografia e um mapa? b) Que nome se dá, em cartografia, a esse fator de redução? 9 GEO_1S_VOL1_CA.indd 9 4/8/2010 11:01:36
  • 10. Geografia - 1a série - Volume 1 4. Um mapa-múndi foi reduzido 23 milhões de vezes. Isso quer dizer que a Terra é 23 milhões de vezes maior que o mapa? Justifique. 5. Se for preciso representar uma pequena cidade em um mapa, será preciso reduzir sua área tantas vezes quanto é necessário reduzir o planeta para representá-lo em um mapa? Por quê? 6. Compare as seguintes informações sobre dois mapas: o primeiro foi reduzido 23 milhões de vezes em relação ao terreno que representa (a Terra inteira, por exemplo); o segundo foi reduzido 10 mil vezes em relação a uma pequena cidade. Qual dos dois pode apresentar mais detalhes do terreno que representa? E se você quiser representar a pequena cidade no mapa que foi reduzido 23 milhões de vezes, como ela aparecerá? 10 GEO_1S_VOL1_CA.indd 10 4/8/2010 11:01:36
  • 11. Geografia - 1a série - Volume 1 Sob a orientação do seu professor, você e seus colegas vão explorar os mapas apresentados nas duas próximas páginas com base nas questões a seguir: 1. O que esses mapas estão representando? 2. Quais são as diferenças entre os mapas apresentados e os mapas-múndi que você está habituado a ver? Explique. 3. Esses quatro mapas apresentam semelhanças e diferenças. a) Liste algumas semelhanças. Explique. b) Liste algumas diferenças. Explique. 4. Agora observe o mapa da Projeção Mercator e localize visualmente a Groenlândia e a América do Sul. Qual das duas áreas aparece como maior no mapa? Será que, na realidade da superfície terrestre, a Groenlândia é maior que a América do Sul? 11 GEO_1S_VOL1_CA.indd 11 4/8/2010 11:01:36
  • 12. Geografia - 1a série - Volume 1 Escala no Equador : 0 Projeção Mercator Projection Mercator Projeção Mercator 2 000 km Fonte: Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/merceuro.pdf>. Acesso em: 15 out. 2009. S eul l’us age péda gogique en clas s e ou centre de docum entation es t libre. Pour toute a utre utilis a tion, conta cter : carto@ s ciences -po.fr Pedagogical use only. For any other use dissemination or disclosure, either whole or partial, contact : carto@sciences-po.fr A telier de cartogra phie de S ciences Po, 20 07, w w w .s ciences -po.fr/cartogra phie Projeção Bertin (1953) Oficina de cartografia da Sciences Po Projeção Bertin 1953 Fonte: DURAND, M.-F. et al. Atlas de la mondialisation. Édition 2008. Paris: Presses de Sciences Po, 2008. p. 136. 12 GEO_1S_VOL1_CA.indd 12 4/8/2010 11:01:38
  • 13. Geografia - 1a série - Volume 1 Projeção Buckminster Fuller Oficina de cartografia da Sciences Po Projeção Buckminster Fuller Fonte: DURAND, M.-F. et al. Atlas de la mondialisation. Édition 2008. Paris: Presses de Sciences Po, 2008. p. 137. Projeção Peters Fonte: Carlos A. Furuti. Disponível em: <http://www.progonos.com/furuti/MapProj/Normal/ProjCyl/ProjCEA/>. Acesso em: 15 out. 2009. 13 GEO_1S_VOL1_CA.indd 13 4/8/2010 11:01:40
  • 14. Geografia - 1a série - Volume 1 1. Leia o quadro a seguir. Quadro descritivo das projeções Mercator A deformação do tamanho das superfícies torna-se máxima próxima aos polos. Essa projeção exagera visualmente a importância territorial dos países do Norte, pois a maior porção das massas continentais dessa região está localizada nas maiores latitudes, comparativamente às massas continentais do Hemisfério Sul. Peters O contraponto com a de Mercator: restabelece o tamanho correto das superfícies continentais e, com isso, revaloriza visualmente os países do Hemisfério Sul. Bertin (1953) Fiel na relação entre os tamanhos das superfícies dos continentes, é uma das boas soluções para os mapas temáticos. Buckminster Fuller Centrada no Polo Norte, tem suas maiores deformações nos oceanos. Apresenta uma organização dos continentes incomum aos nossos olhos. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. a) A Projeção Buckminster Fuller mostra o mundo a partir do Polo Norte. Com base no quadro e no mapa (p. 13), comente as implicações disso para a representação do mundo. 14 GEO_1S_VOL1_CA.indd 14 4/8/2010 11:01:40
  • 15. Geografia - 1a série - Volume 1 b) As outras três projeções (Mercator, Peters e Bertin) mostram o mundo a partir de onde? 2. Leia, a seguir, um pequeno texto sobre uma das projeções apresentadas. Projeção Buckminster Fuller Jaime Tadeu Oliva A projeção “Dymaxion” de Buckminster Fuller foi concebida para permitir uma melhor compreensão das questões humanas e pôr em evidência as relações entre os diferentes povos. É uma tentativa que busca encontrar a forma cartográfica mais adequada para a época das telecomunicações em escala mundial, dos transportes intercontinentais, das interdependências econômicas. Essa projeção reduz as distorções habituais, fornece uma visão mais precisa das dimensões relativas dos territórios, dos oceanos e dos mares, e uma imagem menos “hierarquizada” do planeta. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. Na passagem do texto em que se diz que essa projeção reduz as distorções habituais, pode-se entender, então, que ela não possui distorções? Justifique. 15 GEO_1S_VOL1_CA.indd 15 4/8/2010 11:01:40
  • 16. Geografia - 1a série - Volume 1 Veja, com bastante atenção, os dois novos mapas abaixo: Total Population População absoluta, 2000 Produced by the SASI group (Sheffiel In Spring 2000 wo estimates reached thousand million the earth’s popula map. India, China and on the map beca populations. Pan Guinea-Bissau hav so are barely visib Population is very land area. Howev geographically th Africa, has a smal Nigeria, Egypt, Et Republic of Cong Tanzania. The size of each territory of the world’s population Fonte: SASI Group (University of Sheffield) and Mark Newman (University of Michigan). Disponível em: MOST AND FEWEST PEOPLE <http://www.worldmapper.org/display.php?selected=2>. Acesso em: 15 out. 2009. Mapa territorial de referência Land area Technical notes • Data source: United Nations Development Programme, 2004, Human Development Report. • Population data is from 2002 • The population not included is estimated as 2 to 3 million (see Appendix map 2). • See website for further information. Territory China India United States Indonesia Brazil Pakistan Russian Federation Bangladesh Japan Nigeria Value 1295 1050 291 217 176 150 144 144 128 121 Rank 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 Territory Saint Kitts & Nevis Monaco Liechtenstein San Marino Palau Cook Islands Nauru Tuvalu Niue Holy See millions Value 42 34 33 27 20 18 13 10 2 1 WORLD POPUL 1400 Regional population (millions) Land Area Rank 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 thousands Produced by the SASI group (Sheffield 1200 The land area of 800 shown here. 1000 600 The total land are 400 territories is 1305 200 Divided up equall 0 1100 1200 for 1400 15 hectares 1300 each is 100 metres by 1 “Out of every 100 persons added to the population in the coming decade, 97 will However,develo live in popula www.worldmapper.org spread: Australia’s Ha bigger than Japa population is mo bigger than Aust © Copyright 2006 SASI Group (University of Sheffield) and Mark Newman (University of Michigan) Each territory’s size on th its land area. Technical notes • Principal data source: United Nations Environment Programme, 2005 • Land area excludes land covered by major rivers, lakes and the sea • Population data used is from 2002. • See web site for further information GEO_1S_VOL1_CA.indd 16 Fonte: SASI Group (University of Sheffield) and Mark Newman (University of Michigan). Disponível em: MOST AND LEAST LAND <http://www.worldmapper.org/display.php?selected=2>. Acesso em: 15 out. 2009. Rank 1 2 3 4 5 6 7 8 Territory Greenland Western Sahara Mongolia Namibia Australia Suriname Mauritania Iceland 16 Value 821 97 60 41 39 39 37 33 Rank 191 192 193 194 195 196 197 198 Territory Nauru Barbados Bahrain Maldives Bangladesh Malta Holy See Singapore Value 0.154 0.143 0.101 0.100 0.091 0.080 0.044 0.016 WORLD LAN J 0 Western Europ 2.4% North America 13.8% Eastern Europe 1.9% South America 12.1% 4/8/2010 11:01:42
  • 17. Geografia - 1a série - Volume 1 1. Qual dos dois mapas está mais próximo dos mapas-múndi até agora apresentados? E o outro mapa? Quais são as principais diferenças entre ele e os demais planisférios já apresentados? 2. Com base no mapa “População absoluta, 2000”, responda às questões a seguir. a) Quais são os países mais populosos? b) Quais blocos continentais (ou territórios de países) estão bem alterados, no tamanho e na forma, ao se comparar esse mapa com outros, mais convencionais? c) Esse tipo de representação se chama anamorfose. Procure o significado dessa palavra e relacione-o com as formas do mapa. VOCÊ APRENDEU? Considerando todos os mapas vistos e analisados, responda às questões a seguir. 1. Quais são os elementos cartográficos até aqui identificados nesta Situação de Aprendizagem? 2. Que referências de medidas são utilizadas para chegar à escala e às projeções? 17 GEO_1S_VOL1_CA.indd 17 4/8/2010 11:01:43
  • 18. Geografia - 1a série - Volume 1 Veja e analise as variáveis visuais que podem ser utilizadas na elaboração de mapas, gráficos etc. As variáveis visuais As variáveis da imagem 2 dimensões do plano y x 1 4 2 4 1 tamanho e também valor e também As variáveis de separação e também Benoît MARTIN, dezembro de 2005 granulação cor orientação e também forma Segundo Jacques Bertin Fonte: DURAND, M.-F. et al. Atlas de la mondialisation. Édition 2008. Paris: Presses de Sciences Po, 2008. p. 13. 1. Se quisermos mostrar quantidades em um mapa – por exemplo, tamanho de população ou tamanho dos volumes econômicos de comércio –, devemos usar quais variáveis visuais, entre as que estão no gráfico? Por quê? 18 GEO_1S_VOL1_CA.indd 18 4/8/2010 11:01:43
  • 19. Geografia - 1a série - Volume 1 2. Quando o objetivo de um mapa for mostrar uma ordem, uma gradação – por exemplo, do mais alto para o mais baixo (relevo), do mais quente para o mais frio (clima) ou do mais rico para o mais pobre (questões sociais) –, qual variável visual deve ser usada? Justifique. 3. E se quisermos expor em um mapa onde se localizam fenômenos diferentes – por exemplo, recursos naturais distintos ou tipos diferentes de uso econômico do território (agricultura, indústria, mineração etc.) ou, então, simplesmente destacar países ou Estados diferentes em um mapa –, qual variável visual seria a correta? Por quê? 4. Se você quisesse representar volumes de comércio de um país se dirigindo para outro (por exemplo, o comércio de petróleo), que recurso gráfico das variáveis visuais usaria? Por quê? Qual é o nome do mapa que mostra direções de relações (comércio, migração, turismo etc.) entre países? 19 GEO_1S_VOL1_CA.indd 19 4/8/2010 11:01:43
  • 20. Geografia - 1a série - Volume 1 Desafio! Em grupo, selecionem pelo menos cinco mapas de fontes diversas (livros didáticos, atlas geográficos escolares, revistas, jornais, Cadernos do Aluno etc.) e, seguindo as orientações de seu professor, analisem cada mapa de acordo com estes critérios: 1. Classifiquem de que tipo eles são, conforme tabela abaixo, justificando a escolha de vocês. Tipos de mapas Função Nome Mostra quantidades Mapa quantitativo Põe ordem em um mesmo fenômeno Mapa ordenado Mostra relações entre localidades diferentes e as quantidades dessas relações Mapa qualitativo O fenômeno é a própria medida básica do mapa (não usa as medidas do terreno) Anamorfose 2. Indiquem se eles possuem erros cartográficos, de que tipo são esses erros e como vocês acham que deveria ser a representação correta. 3. Ao final da análise, respondam: É possível um único mapa trabalhar com duas variáveis visuais (por exemplo, um mapa ser quantitativo e ordenado ao mesmo tempo)? Há algum exemplo nos mapas selecionados que vocês podem indicar? E nos Cadernos do Aluno? Justifiquem. Em seu caderno, elabore um texto para responder à seguinte questão: Mapas representam a verdade das superfícies terrestres, ou são criações humanas, úteis, porém imperfeitas? 20 GEO_1S_VOL1_CA.indd 20 4/8/2010 11:01:44
  • 21. Geografia - 1a série - Volume 1 21 GEO_1S_VOL1_CA.indd 21 4/8/2010 11:01:46
  • 22. Geografia - 1a série - Volume 1 ? ! SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 O SENSORIAMENTO REMOTO: A DEMOCRATIZAÇÃO SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM DAS INFORMAÇÕES Veja a imagem de satélite a seguir, que mostra o mundo à noite. 1. A imagem de satélite representa de forma plana a superfície da Terra, que é curva. Isso pode ser feito sem criar uma projeção, sem aplicar uma escala de redução? Pode-se dizer, então, que a imagem de satélite tem as mesmas distorções que um mapa? Explique. O mundo à noite: foto de satélite. Fonte: <http://veimages.gsfc.nasa.gov/1438/ earth_lights_lrg.jpg>. Acesso em: 15 out. 2009. 22 GEO_1S_VOL1_CA.indd 22 4/8/2010 11:01:48
  • 23. Geografia - 1a série - Volume 1 2. É possível que uma única imagem de satélite represente toda a Terra à noite? Justifique. 23 GEO_1S_VOL1_CA.indd 23 4/8/2010 11:01:49
  • 24. Geografia - 1a série - Volume 1 3. Essa imagem é uma montagem. Isso abre possibilidades para equívocos e/ou distorções intencionais? Justifique. 4. Qual das representações, mapa ou imagem, é a que melhor expressa a realidade? Justifique. Compare a imagem “O mundo à noite: foto de satélite” com o mapa “Evolução das grandes aglomerações, 1975-2003”. Para tanto, utilize o roteiro a seguir e, em seu caderno, escreva um texto apresentando os resultados obtidos. ●● Compare as zonas com maior concentração de iluminação com as de maior aglomeração urbana e veja se há alguma coincidência. ●● Identifique as zonas mais intensas e mais dispersas de iluminação no território dos Estados Unidos e compare se há outras situações como essa na imagem. Por exemplo: é assim na Índia ou na China? ●● Identifique as zonas mais iluminadas da imagem e, observando o mapa, descreva a urbanização ali existente. ●● Inclua no seu texto um comentário sobre se você entende que o uso conjunto da imagem de satélite e do mapa das aglomerações acrescentou mais informações e enriqueceu a visão espacial do fenômeno urbano no mundo. 24 GEO_1S_VOL1_CA.indd 24 4/8/2010 11:01:50
  • 25. Geografia - 1a série - Volume 1 1. Leia o texto a seguir, considerando o roteiro abaixo. ●● Ao longo da leitura individual, grife as palavras que desconhece e os trechos que gerarem dúvidas. ●● Em dupla com outro colega, procure descobrir o significado das palavras já destacadas e os termos e passagens que vocês grifaram no texto, anotando-os em seu caderno. ●● Ainda em dupla, releia o texto e destaque as definições e as passagens principais (por exemplo, o que é sensoriamento remoto, o que é o sensoriamento suborbital, o que é o sensoriamento orbital, o que o sensoriamento remoto orbital pode nos informar etc.). Sensoriamento remoto Jaime Tadeu Oliva Remoto quer dizer distante, logo, o sensoriamento remoto é um meio para a obtenção de informações à distância. O sensor capta a interação dos objetos com a radiação eletromagnética, e essa interação é transformada em informação. Esse é um dos tipos de sensor que existem. Um dos produtos do sensoriamento remoto são as fotografias aéreas, que podem ser utilizadas para produzir mapas, entre outros usos possíveis. Elas são obtidas no chamado nível suborbital. No nível orbital (sensores óticos orbitais localizados em satélites) são coletadas informações meteorológicas, úteis para previsões do tempo, por exemplo. Mas um uso fundamental das imagens de satélite está ligado ao estudo e à localização de recursos naturais, como no caso do satélite Landsat. As condições orbitais em que se encontram os satélites permitem que suas imagens cubram grandes extensões da superfície terrestre de forma repetitiva. Permite também a coleta de informações em diferentes épocas do ano e em anos distintos, o que facilita os estudos dinâmicos em diferentes escalas, desde as continentais e as regionais até as locais, podendo chegar ao nível de quarteirão (pode-se ir além, e obter a imagem de uma casa ou de um prédio). Além de desenvolver mapas, o sensoriamento remoto permite, ainda, obter informações sobre áreas minerais, bacias de drenagem, agricultura, florestas; fazer previsões com relação ao planejamento urbano e regional; monitorar desastres ambientais, como enchentes, poluição de rios e reservatórios, erosão, deslizamentos de terras, secas; monitorar desmatamentos; realizar estudos sobre correntes oceânicas e movimentação de cardumes, aumentando, assim, a produtividade da atividade pesqueira; realizar estudos para a construção de rodovias e linhas de fibra ótica; fazer estimativas de áreas plantadas em propriedades rurais para fins de fiscalização do crédito agrícola; identificar áreas de preservação permanente e avaliar o uso do 25 GEO_1S_VOL1_CA.indd 25 4/8/2010 11:01:50
  • 26. Geografia - 1a série - Volume 1 solo; implantar polos turísticos ou industriais; avaliar o impacto da instalação de rodovias, ferrovias ou de reservatórios etc. Os dados obtidos por sensoriamento remoto contribuem para o desenvolvimento do planejamento regional, ao disponibilizar informações privilegiadas, que, ao serem cruzadas com dados socioeconômicos, permitem estabelecer panoramas de alta confiabilidade com relação às reais necessidades dos municípios, apontando áreas de vulnerabilidade ambiental. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. a) Como funciona o sensor remoto para obtenção de imagens de satélite? b) Quais os principais usos do sensoriamento remoto? 2. Examine detidamente o quadro a seguir. Satélite geoestacionário Satélite orbital Tem uma órbita equatorial e se movimenta com velocidade coincidente com a de rotação da Terra. Percorre uma órbita em torno da Terra, circulando-a várias vezes por dia. Pode captar muitas imagens de uma mesma porção da superfície terrestre em um curto intervalo de tempo. Pode captar imagens de diversas porções da superfície terrestre, registrando-as com detalhes. Por fornecer dados contínuos, é apropriado para acompanhar dinâmicas locais e a evolução de eventos, como a incidência de queimadas na Amazônia, sendo também usado na área de telecomunicações. Apropriado para produzir informações mais detalhadas e precisas, algumas das quais não seriam possíveis de ser obtidas de outra forma. 26 GEO_1S_VOL1_CA.indd 26 4/8/2010 11:01:50
  • 27. Geografia - 1a série - Volume 1 a) Considerando o quadro e o trabalho de análise que foi feito, defina o que é um sensor remoto orbital. Existem satélites que são sensores remotos orbitais? b) Qual dos dois tipos de satélite é mais adequado para acompanhar em um curto espaço de tempo a evolução dos fenômenos fotografados (transformados em imagem)? Por quê? c) Qual dos dois tipos de satélite pode obter imagens mais amplas da superfície terrestre? Por quê? Veja a imagem de satélite da próxima página para responder às questões a seguir. 1. A imagem está mostrando qual parte do globo terrestre? 2. Que fenômeno da natureza ficou registrado na imagem? Para que serve retratar regularmente o fenômeno que está visível na imagem que você está observando? 27 GEO_1S_VOL1_CA.indd 27 4/8/2010 11:01:50
  • 28. Geografia - 1a série - Volume 1 3. Essa imagem foi registrada por um satélite geoestacionário. Em que posição em relação à Terra se encontrava esse satélite para poder tirar essa foto? Fonte: Departamento de Satélites Ambientais do INPE (12 mar. 2008). Disponível em: <http://www.cpa.unicamp.br/atualizacoes-regulares/ imagens-de-satelite-goes.html>. Acesso em: 12 mar. 2008. 28 GEO_1S_VOL1_CA.indd 28 4/8/2010 11:01:51
  • 29. Geografia - 1a série - Volume 1 Você e seus colegas, sob orientação do seu professor, vão realizar uma pesquisa sobre imagens de satélite presentes em nosso cotidiano. Para tanto, considerem o roteiro a seguir. 1. Individualmente, coletem imagens de satélite disponíveis em jornais e revistas (caso não as encontrem, vocês podem buscá-las em livros didáticos e paradidáticos, atlas geográficos escolares etc.). Cataloguem cada uma delas de acordo com os seguintes critérios: tema da imagem (clima, desmatamento, urbano etc.); extensão coberta pela imagem (por exemplo: América do Sul, Brasil ou uma cidade); veículo no qual a imagem foi publicada (jornal ou revista); data da publicação e da imagem (se houver); periodicidade da seção na qual a imagem foi publicada (se a imagem aparece em uma seção periódica ou em uma publicação eventual, associada a um assunto específico). ●● ●● ●● ●● ●● 2. Em grupo, analisem o resultado da coleta que cada um fez e, com esse material organizado, elaborem, em uma folha avulsa, um relatório sobre as imagens de satélites que estão presentes em nosso cotidiano. Devem integrar os relatórios itens como: Para que servem as imagens e qual o uso que as pessoas podem fazer delas. O que as imagens relativas a um mesmo fenômeno permitem conhecer deste fenômeno (um exemplo: há muitas informações recentes sobre o desmatamento na Amazônia, e é bem provável que vocês terminem encontrando imagens que os ajudem a ter uma visão de conjunto desse fenômeno). ●● ●● Em seu caderno, faça um texto para discutir a importância das imagens de satélite com base nas questões a seguir. ●● Qual a utilidade das imagens de satélite para a previsão dos fenômenos climáticos (se for necessário, faça uma pequena pesquisa no seu livro didático, ou em outro material ou fonte)? ●● Qual o tipo de satélite ideal para o monitoramento climático: geoestacionário ou orbital? Justifique no texto a sua opção. 29 GEO_1S_VOL1_CA.indd 29 4/8/2010 11:01:52
  • 30. Geografia - 1a série - Volume 1 ? ! SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 GEOPOLÍTICA: O APRENDIZAGEM SITUAÇÃO DE PAPEL DOS ESTADOS UNIDOS E A NOVA “DESORDEM” MUNDIAL Para começo de conversa 1. Existe um termo muito utilizado para se falar da situação mundial, das relações e dos conflitos internacionais: “geopolítica”. O que há por trás dessa palavra que mistura os termos “geo” e “política”? Será uma mistura de geografia e política? Justifique sua resposta. 2. A invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003, derrubou o presidente Saddam Hussein. a) A Organização das Nações Unidas (ONU), fundada em outubro de 1945, após o final da II Guerra Mundial, tem como uma de suas funções tentar resolver conflitos internacionais. A invasão do Iraque pelos Estados Unidos foi discutida na ONU? Por qual órgão da entidade? Que países participaram dessa discussão? b) A ONU aprovou a invasão? Todos os países estavam de acordo com os Estados Unidos? Em caso negativo, quais se manifestaram contra? c) Um ano antes de ocupar o Iraque, os Estados Unidos invadiram o Afeganistão. Onde se localizam esses dois países? O que você sabe a respeito dessa região do mundo? 30 GEO_1S_VOL1_CA.indd 30 4/8/2010 11:01:52
  • 31. Geografia - 1a série - Volume 1 d) Por que, em um prazo tão curto, os EUA invadiram militarmente o Afeganistão e o Iraque? Qual é a relação dessa invasão com o atentado terrorista aos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001? Justifique. Para responder às questões abaixo, veja o mapa da próxima página, que mostra uma ideia de “ordem mundial”. 1. Procure localizar e identificar as áreas onde havia fronteiras fechadas durante a Guerra Fria (observe a legenda, se for necessário). 2. Por que essa ideia de fechamento nesse período? Isso tem a ver com a ampliação das relações das superpotências da época? Quais eram essas superpotências? 3. Você sabia que a área sob influência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi chamada de Cortina de Ferro? Por que o mundo sob influência da URSS estava se fechando à poderosa influência da superpotência americana? Esse fato não indica a grande importância existente na capacidade geográfica dos países de atuar na arena internacional? Justifique. 31 GEO_1S_VOL1_CA.indd 31 4/8/2010 11:01:52
  • 32. Geografia - 1a série - Volume 1 A BIPOLARIDADE E A ORDEM WE Irlanda País Basco Ex-Iugoslávia Cuba 1962 Nicarágua 1979-90 Kurdistão Saara Ocid. Oficina de cartografia da Sciences Po, R. GIMENO, C. GOIRAND, outubro de 1998 Nigéria 1970-75 Etiópia Somália Grandes Lagos anos 1960 e 1990 Os territórios Fronteiras “fechadas” pela Guerra Fria “Implante” do Estado Conflitos ligados à definição das identidades territoriais ou se 32 GEO_1S_VOL1_CA.indd 32 4/8/2010 11:01:53
  • 33. Geografia - 1a série - Volume 1 DEM WESTFALIANA - 1950-1980 Coreia, 1950-53 Indochina, Vietnã 1945-75 Sri Lanka nição riais ou separatistas Estados ligados aos EUA por um acordo militar, como a Otan Outros Estados ligados ao bloco do Oeste (1980) Estados ligados à URSS por um acordo militar, como o Pacto de Varsóvia Outros Estados ligados ao bloco do Leste (em torno de 1980) Conflitos ou crises ligados ao enfrentamento Leste-Oeste Projeção de J. Bertin, 1950 A bipolaridade Fonte: Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/bipolc5080.jpg>. Acesso em: 15 out. 2009. 33 GEO_1S_VOL1_CA.indd 33 4/8/2010 11:01:54
  • 34. Geografia - 1a série - Volume 1 Observe o quadro: País Força militar EUA França Alemanha Japão Reino Unido (Inglaterra) China Índia Espanha Rússia Brasil + + + + + – – + + + + + + + + + + + – Força econômica + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + Força cultural + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + Força geográfica (força espacial) + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. 1. Defina os elementos presentes no quadro. Força militar Força econômica Força cultural Força geográfica 2. Que países podem ser designados como superpotências e que países podem ser designados como potências? 34 GEO_1S_VOL1_CA.indd 34 4/8/2010 11:01:54
  • 35. Geografia - 1a série - Volume 1 3. Qual a força geográfica exercida pelo Brasil? Justifique. Desafio! A proposta agora é aumentar o quadro com mais cinco países. 1. Escolha aqueles sobre os quais você possui informações, ou a respeito dos quais consegue pesquisar rapidamente. A seguir, atribua a eles sinais segundo suas forças em cada um dos itens. País Força militar Força econômica Força cultural Força geográfica (força espacial) 2. Os países que você acrescentou ao quadro, e qualificou com sinais, podem ser chamados de potências? Eles se encontram em situação próxima ou abaixo do Brasil? Justifique. 35 GEO_1S_VOL1_CA.indd 35 4/8/2010 11:01:54
  • 36. Geografia - 1a série - Volume 1 Leia o texto e assinale todas as passagens que abordam as ações do governo do EUA voltadas para o exterior com vistas a: a) ampliar seu território; b) proteger seu território; c) aumentar sua influência regional. Para cada tipo de ação, use uma cor diferente para grifar o texto. A “vocação” geopolítica dos EUA Jaime Tadeu Oliva No curso da História, a potência de um Estado nacional territorial se manifestou por ações de dominação, tanto econômicas como culturais; pela conquista de territórios, quando populações foram destruídas, submetidas, assimiladas ou incorporadas ao Estado mais poderoso. Mas a potência também se manifestou como proteção com relação aos Estados mais frágeis. Aumentar o número de aliados, em especial, se são vizinhos, ajudou a resistir a invasões e agressões de outras potências. Os EUA, a grande superpotência do mundo contemporâneo, inscreve-se nessa história desde a sua independência. Um marco notório da sua postura geopolítica ativa ficou conhecido como a Doutrina Monroe. Em 2 de dezembro de 1823, o presidente James Monroe enviou ao Congresso americano a seguinte mensagem: “Julgamos propícia esta ocasião para afirmar, como um princípio que afeta os direitos e interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre e independente que adquiriram e conservam, não podem mais ser considerados, no futuro, como suscetíveis de colonização por nenhuma potência europeia.” A prevenção contra as potências colonizadoras europeias da época, para proteção de seu território em constituição, passava pela aliança com os países vizinhos das Américas do Norte, Central e do Sul e pelo apoio a esses países contra essas mesmas potências. Aliás, Monroe foi o primeiro presidente a reconhecer as colônias espanholas como independentes. Pode-se afirmar que nesse momento apenas se configurava o que já havia sido fecundado anteriormente e enunciado pelos seus primeiros presidentes, como George Washington e Thomas Jefferson. Posteriormente, respaldados nessa visão geopolítica de proteção contra outras potências, os EUA partiram para a ampliação do seu próprio território. Além de acordos amigáveis e da compra de territórios, os EUA também fizeram guerras e submeteram outros povos, como testemunham as brutais ações militares contra indígenas e mexicanos durante o processo de ampliação do território americano para o Oeste (chegando até o Oceano Pacífico) e para o Sul. Alguns anos depois, um novo presidente, James Knox Polk, exacerbou o conteúdo da Doutrina Monroe, que pregava que “a América é para americanos”. Com Polk ampliou-se a influência direta no contexto americano, o que já mostra o país como potência que cria uma ordem regional, no caso. Este presidente defendia a ideia de que os EUA estariam abertos a qualquer país que estivesse disposto a anexar-se a ele. Na verdade, isso pode ser interpretado como uma justificativa para a anexação de antigas áreas coloniais espanholas: Texas, Novo México, Califórnia, Colorado, Utah e Arizona, que estavam associadas ao México. Com isso, este último foi despojado de ⅔ do seu território na época. Em meados do século XIX, a ampliação do território dos EUA continuava alternando compras, acordos e anexações. Os Estados Unidos adquiriram dimensões continentais. Mas àquela altura o 36 GEO_1S_VOL1_CA.indd 36 4/8/2010 11:01:55
  • 37. Geografia - 1a série - Volume 1 país se dividia internamente entre os interesses do Norte, que almejava modernização econômica e o fim da escravidão, e os interesses do Sul, dominado por uma aristocracia agrária sustentada pela escravidão. Esses interesses inconciliáveis redundaram em uma guerra civil que terminaria com a derrota do Sul. A partir daí, o país entrou em um período de grande desenvolvimento. A expansão da rede ferroviária e de comunicação tiveram um papel fundamental na consolidação geográfica desse território continental e na coesão de uma sociedade ainda desarticulada. Some-se a isso o enorme desenvolvimento agrícola no Sul e no Oeste, que de nada adiantaria se o escoamento dessa produção não fosse protegido por uma legislação que garantisse reserva de mercado e restringisse produtos estrangeiros, o que é um exemplo de ação geopolítica. Tudo isso contribuiu para que os EUA alcançassem a liderança política nas Américas, acentuada por ações cada vez mais agressivas nas Américas Central e do Sul. Na época já se falava no imperialismo americano, expressão até hoje brandida por muitas lideranças e forças políticas do continente. No século XX, por exemplo, a América Central foi alvo de uma formidável ação geopolítica dos EUA, ação essa caracterizada pelo expansionismo econômico e pelo militarismo protetor. Os investimentos na área foram significativos, passando inclusive pela construção de uma infraestrutura de porte: o Canal do Panamá. Quando esse investimento correu o risco de ser “apropriado” pelas forças locais dos países da América Central, ações intervencionistas foram realizadas em nome da liberdade, da democracia, figuras de um bem comum que não existem realmente. Isso deixa esse intervencionismo nu, revelando sua verdadeira motivação: os interesses próprios dos EUA e a autoproteção, a qualquer custo e em qualquer território, de seus negócios. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. 1. Complete o quadro a seguir, sintetizando os aspectos abordados no texto. Ações do governo americano voltadas para o exterior com vistas a: ampliar seu território proteger seu território aumentar sua influência regional 2. Comparando-se essa trajetória dos Estados Unidos com a do Brasil, existem pontos semelhantes e na mesma quantidade no que diz respeito às ações em relação aos seus vizinhos e ao mundo? Justifique. 37 GEO_1S_VOL1_CA.indd 37 4/8/2010 11:01:55
  • 38. Geografia - 1a série - Volume 1 3. Considerando o que foi lido, você acha que se pode definir geopolítica como aquela ação voltada para o exterior (para os vizinhos e o mundo), visando à defesa dos interesses e às estratégias de expansão do poder de uma nação? Justifique, usando o exemplo dos Estados Unidos. 4. O Estado nacional e territorial dos Estados Unidos (a sociedade americana) declararam seus motivos para invadir o Iraque. Que outros motivos pode ter tido o governo americano para essa invasão? Justifique com base no texto. 5. O que faz com que o governo americano, o Congresso americano, sua população, enfim, decidam pela guerra, se outros países, até mesmo aliados, são contra? Essa ousadia geopolítica dos Estados Unidos pode ser atribuída à sua condição de única superpotência contemporânea? Argumente. 38 GEO_1S_VOL1_CA.indd 38 4/8/2010 11:01:55
  • 39. Geografia - 1a série - Volume 1 APRENDENDO A APRENDER A história da formação dos EUA, uma superpotência, pode ser objeto de várias atividades de aprofundamento. E aqui você pode aproveitar uma oportunidade que vem do próprio poderio dos EUA: o cinema americano. Essa manifestação é muito familiar: está em grande quantidade nas salas de cinema, mas também nas videolocadoras e na televisão. Além da diversão, com orientação, é possível usar os filmes americanos como fonte de aprendizado da geopolítica em si e da ação geopolítica americana no mundo. Você já reparou quantos filmes de guerra o cinema americano produz? Você já reparou que existem filmes que já retratam episódios da história recente, como a guerra no Iraque? Quando você assistir a um filme dessa natureza, procure ficar atento às localidades; às questões levantadas; aos interesses que estão em jogo etc. Tudo isso é bastante útil. Leia o texto a seguir, que aborda ações recentes dos Estados Unidos no mundo. Ele traz um conjunto de termos muito usados nas discussões conflituosas das relações internacionais (geopolítica, imperialismo, doutrina, barbárie, terrorismo, medidas de exceção etc.). Grife todos aqueles que não foram compreendidos, procure seus significados no dicionário e registre-os em seu caderno. A Doutrina Bush e “A Síndrome do 11 de setembro” Angela Corrêa da Silva Após o ano de 2001, uma data ganhou a condição de síndrome mundial: o 11 de setembro. O desabamento das torres gêmeas e o ataque ao Pentágono demonstraram-se como um acontecimento excepcional e altamente revelador. A partir dele, abriram-se as comportas para a interpretação do jogo geopolítico, das relações de poder e dos processos de dominação em escala mundial. Após estes seis anos, com a dissipação da poeira da História, é possível compreender melhor as razões e os propósitos que justificam a escalada do terror e as novas cartadas em jogo no sistema internacional. A Doutrina Bush é a Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, encaminhada pelo presidente George W. Bush ao Congresso em setembro de 2002, sob o impacto dos atentados de 11 de setembro de 2001, e revista no segundo mandato, em março de 2006. Trata-se, de fato, de uma articulação de direita que, desde 1970, tenta impor suas ideias para mudar os rumos da política externa americana, com o intuito de criar as condições para um novo Oriente Médio, no qual os EUA teriam influências diretas. 39 GEO_1S_VOL1_CA.indd 39 4/8/2010 11:01:56
  • 40. Geografia - 1a série - Volume 1 Logo após os ataques de 11 de setembro, análises conservadoras apontavam que os futuros conflitos adviriam de um choque entre o Ocidente, judaico-cristão, e o Oriente, islâmico e multifacetado, o que configurava a adoção de uma postura maniqueísta do Bem contra o Mal. O alvo da Doutrina Bush não se resume, apenas, a combater o terrorismo islâmico. Ela nada mais é do que o início da aplicação da teoria dos falcões, ou seja, do novo imperialismo alinhado com Israel. Após o bárbaro ataque às torres gêmeas e ao Pentágono, a sociedade americana, antes relutante em apoiar projetos de intervenção direta, passou a endossar as medidas de exceção. A Doutrina Bush, ao criar o “eixo do mal”, criou também as condições para perpetuar o que o escritor Demétrio Magnoli denomina “época de barbárie”, ou seja, não é uma declaração de guerra a um Estado, mas ao terror, e este é difuso e não tem residência fixa. Cabe, sem dúvida, uma reflexão acerca do conceito de terrorismo. Teoricamente considerase terrorismo “o uso da violência sistemática, com objetivos políticos, contra civis ou alvos militares que não estejam em operação de guerra”. Como explicar, porém, ações de Estado como os ataques a Hiroshima e Nagasaki, ao final de II Guerra Mundial, e as ações israelenses nos territórios palestinos e agora no Sul do Líbano? Há que se estabelecer uma nova classificação de terrorismo – o de Estado. E é por meio dele que as potências militares sustentam a tese de que a melhor defesa é o ataque. SILVA, Angela Corrêa da. A síndrome do 11. Discutindo Geografia. São Paulo: Escala Educacional, 2006. Adaptado. 1. Como aparece a palavra “geopolítica” nesse texto? Como ela é empregada para se referir às estratégias dos EUA no Oriente Médio? 2. Considerando-se a dimensão da geopolítica que corresponde à defesa do seu território, em que passagem do texto pode ser identificada essa dimensão? Essa dimensão já aparecia nas ações históricas dos EUA? Vale consultar o texto anterior para essa resposta. 40 GEO_1S_VOL1_CA.indd 40 4/8/2010 11:01:56
  • 41. Geografia - 1a série - Volume 1 3. Outra dimensão da geopolítica é a ação fora do seu território, buscando aumentar a influência do país sobre os seus vizinhos, por exemplo. Nesse sentido, compare as ações mencionadas no texto “A ‘vocação’ geopolítica dos EUA” com as que aparecem no texto “A Doutrina Bush e ‘A Síndrome do 11 de setembro’”. O que mudou? 4. A Doutrina Bush é coerente com a denominada Doutrina Truman. Pode-se dizer que a partir deste momento as ações geopolíticas americanas já haviam adquirido escala mundial, quer dizer, tinham deixado de ser de escala regional? Justifique. Desafio! Nesta atividade, você vai trabalhar com dois conteúdos enfocados neste Caderno: cartografia e geopolítica. Seu desafio é elaborar um mapa que represente, de maneira clara e objetiva, as forças geopolíticas da atualidade. Para isso, os passos são os seguintes: ●● O que cartografar: o quadro qualitativo da força (militar, econômica, cultural e geográfica) dos países, o que pode lhes dar a condição de potência, foi acrescido de mais cinco países. Agora todos os países devem ser classificados segundo quatro categorias. Atenção: mesmo que se chegue à conclusão de que existem vários níveis de potência, para a realização de um mapa que tenha qualidade visual e capacidade comunicativa é preciso reduzir a informação visual ao que o olho humano apreende. Por isso, mais de quatro grupos já começa a escapar dessa capacidade do olho humano. 41 GEO_1S_VOL1_CA.indd 41 4/8/2010 11:01:56
  • 42. Geografia - 1a série - Volume 1 Quais as quatro categorias de potências? Tal é o destaque dos EUA que não há sentido em considerá-los em conjunto com outras potências. Trata-se da única superpotência; logo, esse país representará a primeira categoria. A segunda categoria será composta dos países que podem ser chamados de potência (os que estão no quadro e mais algum que você tenha acrescentado). A terceira categoria será composta do Brasil e de outros que, na pesquisa, você tenha considerado razoavelmente próximos ao nosso país. A quarta categoria será dos países restantes. ●● Como cartografar: o primeiro passo será encontrar uma projeção que transmita o que se quer expressar. Exercite esse mapa nas diversas projeções apresentadas no começo deste Caderno (p. 12 e 13) e, posteriormente, defina aquela que melhor expressou visualmente a ordem mundial comandada pelas potências. ●● A linguagem: a ideia dessa cartografia não é mostrar onde ficam os países da tabela, e sim mostrar as forças diferentes. As diferentes condições de potência. Da mais forte para a mais fraca. Assim, é preciso ordenar o fenômeno, o que pode ser feito usando tonalidades de uma única cor. Escolha essa cor e aplique os tons mais fortes para as maiores potências e os mais fracos para os países mais frágeis. Busquem informações sobre os seguintes fatos históricos mencionados no texto “A Doutrina Bush e ‘A Síndrome do 11 de setembro’” e elaborem, em uma folha avulsa, um texto que explique a posição geopolítica dos Estados Unidos em cada um desses fatos históricos. ●● Ataques a Hiroshima e Nagasaki. ●● Ataques de 11 de setembro de 2001. 42 GEO_1S_VOL1_CA.indd 42 4/8/2010 11:01:56
  • 43. Geografia - 1a série - Volume 1 ? ! SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 OS DESERDADOS NA NOVA ORDEM MUNDIAL: SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM AS PERSPECTIVAS DE ORDEM MUNDIAL SOLIDÁRIA Para começo de conversa Considerando o mundo em que vivemos, você pode afirmar que há paz? Liste os conflitos que você conhece, os que venham à sua memória. Procure organizá-los do mais antigo ao mais recente e também situe onde eles ocorreram ou ocorrem. Principais fluxos de refugiados e deslocados, situação no final de 2005 1. Sérvia e Montenegro 2. Bósnia-Herzegovina Rússia MÁXIMA Colômbia* Iraque** Afeganistão Sudão Afeganistão Azerbaijão Benoît MARTIN, dezembro de 2006 Veja detidamente o mapa a seguir. 2 000 1 200 Paquistão 1 084 841,9 Irã 662,3 578,5 1 2 Azerbaijão Geórgia Afeganistão Bósnia-H. Iraque** Sudão Somália Libéria Sri Lanka Colômbia* Número de refugiados superior a (em mil) 30 * Segundo as estimativas do governo, há de 2,5 a 3 milhões de DI no país, dos quais 1,8 milhão estão registrados. Segundo as ONGs, haveria até 3,3 milhões de DI. ** Novos DI indicados no início do ano e não incluídos nas estatísticas anteriores do Alto Comissariado da ONU para Refugiados - ACNUR 2 000 100 1 200 País de origem Estão representados apenas os fluxos (refugiados e deslocados internos) de mais de 30.000 pessoas Deslocados internos (DI) (em mil) 320 Fonte: ACNUR, Refugiados, tendências mundiais em 2005, http://www.unhcr.org/ Fonte: DURAND, M.-F. et al. Atlas de la mondialisation. Édition 2008. Paris: Presses de Sciences Po, 2008. p. 26. 43 GEO_1S_VOL1_CA.indd 43 4/8/2010 11:01:58
  • 44. Geografia - 1a série - Volume 1 1. Que mapa é esse? Qual seu tipo, segundo as classificações feitas na primeira parte deste Caderno? Qual a principal variável utilizada? 2. Além de direções, essa variável visual aplicada ao mapa está informando mais alguma coisa? Justifique. 3. Onde se situam os maiores fluxos de refugiados? Quais suas principais direções e quais suas quantidades? 4. Qual a tendência mais comum dos refugiados no seu movimento de fuga? PESQUISA EM GRUPO Sob orientação de seu professor, organizem-se em grupos e façam uma rápida pesquisa sobre uma das zonas de conflito apresentadas no mapa anterior. O objetivo é saber, de forma básica, qual conflito está em andamento (guerra entre países, guerra civil), suas razões e consequências para a população. Combine com seu professor como deverão ser apresentadas as pesquisas da turma. 44 GEO_1S_VOL1_CA.indd 44 4/8/2010 11:01:59
  • 45. Geografia - 1a série - Volume 1 Desafio! Leia o excerto a seguir, que apresenta um testemunho sobre um dos conflitos notados no mapa anterior. As crianças-soldado Das cerca de 300 mil crianças-soldado que atualmente participam de conflitos pelo mundo inteiro, uma delas conseguiu escapar da morte, dos entorpecentes, da lavagem cerebral e dos abusos cometidos pelos senhores da guerra, para contar sua história. Ao escapar, por acaso, aos 12 anos, de um ataque de rebeldes, Ishmael Beah perambulou pelo interior de Serra Leoa, acompanhando a progressão da guerra civil de seu país. Fã de hip-hop e de boa literatura, conhecido por recitar Shakespeare em sua aldeia natal, Beah é aliciado pelo exército do governo e, além de vítima, torna-se algoz. Jogado na roda-viva da guerra, passa parte de sua infância e da adolescência matando sob o comando de adultos e fugindo da morte. BEAH, Ishmael. Muito longe de casa: memórias de um menino-soldado. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007. Debata com seus colegas a respeito das questões a seguir e, ao final, registre suas conclusões. 1. O que justificaria o uso de crianças como soldados em conflitos? 2. Qual é a responsabilidade das potências mundiais no surgimento e na manutenção desses conflitos? 45 GEO_1S_VOL1_CA.indd 45 4/8/2010 11:01:59
  • 46. Geografia - 1a série - Volume 1 Observe com toda a atenção o mapa a seguir. APD em dólares por habitante (média de 5 anos, 2000-2004) Ajuda pública ao desenvolvimento (países beneficiários) 2,12 1,50 0,80 0,22 Média mundial 0,05 0 método estatístico: médias ajustadas com isolamento dos valores extremos Estados doadores * Ausência de informação Roberto Gimeno e Oficina de cartografia da Sciences Po, setembro de 2006 Palau, Micronésia, llhas Marshall, Nauru, Kiribati, Ilhas Salomão, Tuvalu, Samoa, Vanuatu, Fiji, Tonga, Ilhas Cook MÁXIMA Taiwan Macau Índia Arábia Saudita Hong Kong Bermudas México Dominica Kuwait EAU Projeção J. Bertin 2,12 2,03 1,95 1,93 1,50 1,48 1,46 1,11 1,06 1,05 * A Coreia do Sul não é um país doador, mas não recebe mais APD Fonte: Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/ 10-11_aide_dev_hab_2000-04.jpg>. Acesso em: 15 out. 2009. 1. Em termos de cartografia compare esse mapa com o mapa “Principais fluxos de refugiados e deslocados, situação no final de 2005” (p. 43). São representações de tipos diferentes ou são semelhantes? Justifique. 2. Quais os países que mais ajudam no desenvolvimento de outros países? Será a superpotência? Ou serão outros os principais beneficiadores dos países mais pobres? 46 GEO_1S_VOL1_CA.indd 46 4/8/2010 11:02:01
  • 47. Geografia - 1a série - Volume 1 3. Na sua opinião, qual o interesse desses países ao auxiliar os países pobres? 4. Os principais países beneficiados são os mais pobres? O Brasil se enquadra nessa condição? 5. Na América Latina, quais são os países menos beneficiados? Faça uma lista de ao menos cinco e diga se eles estão entre os mais pobres ou entre os mais ricos. 6. Essas ajudas podem ser incluídas no conjunto das ações geopolíticas, ou, na verdade, representam uma ação que foge aos interesses isolados e correspondem à construção de uma nova solidariedade mundial? Justifique. 7. O fato de parte significativa da opinião pública mundial, assim como líderes de instituições e países importantes, ter se colocado contra a invasão do Iraque pelos EUA, somado ao avanço das políticas de colaboração (um exemplo encontra-se no mapa em análise), pode significar um enfraquecimento da geopolítica? Justifique. 47 GEO_1S_VOL1_CA.indd 47 4/8/2010 11:02:01
  • 48. Geografia - 1a série - Volume 1 Depois do atentado terrorista a Nova Iorque, os Estados Unidos invadiram o território do Afeganistão, suposto esconderijo do líder terrorista Osama bin Laden. Com a invasão do Afeganistão, mais de 1 milhão de pessoas fugiram para o Paquistão, seu vizinho. Em seu caderno, comente essa situação e compare com outras situações visualizáveis no mapa de refugiados. 48 GEO_1S_VOL1_CA.indd 48 4/8/2010 11:02:02