Este documento analisa o poema "Num bairro moderno" de Cesário Verde. Resume a divisão do poema em quatro partes, descrevendo cada uma. Também discute as figuras de estilo usadas, como a "imaginação transfiguradora" que transforma os frutos na cesta em um corpo humano.
3. Divisão em partes:
• 1.ª parte: 1.ª e 3.ª estrofes: relação de oposição entre o
sujeito poético que se dirige ao emprego e o bairro que
ainda dorme;
• 2.ª parte: 4.ª e 6.ª estrofes: entrada da vendedeira de
fruta e hortaliça, que desperta no sujeito sentimentos
de simpatia e solidariedade;
4. • 3.º parte: 7.ª e 12.ª estrofes: transfiguração dos frutos e
hortaliças da giga da vendedeira num corpo humano;
• 4.ª parte: 13.ª e 20.ª estrofes: o sujeito poético,
desperto pelo pedido de ajuda da vendedeira vai
dispersar-se pela observação do mundo à sua volta.
7. Resolução da actividade da página 295
do Manual
1- A ação decorre “Num bairro moderno”, como o próprio título
anuncia, no qual se destacam “uma casa palaçada, “os jardins”
“uma rua macamadizada”, “as persianas”, “os quartos
estucados”, e os “papéis pintados” do interior de algumas
habitações. Nesse espaço “rodam umas carruagens”.
8. 1.1. O adjetivo moderno presente no título do poema,
caracteriza um bairro marcado pela atualidade, em que o
sujeito poético reconhece novidades técnicas, como as vias
revestidas de macadame e as paredes rebocadas.
9. • 2- O narrador é o próprio sujeito poético qu “descia/Sem
muita pressa”, a caminho do seu emprego, por ser início de
dia – “Dez horas da manha”.
10. 2.1- O pretérito imperfeito concede à ação um carater de
monotonia e lentidão explicável pela admiração que o sujeito
poético sente por aqueles que têm uma “vida fácil” e que se
mantêm no “seu aconchego” enquanto ele se dirige para o seu
“emprego” “sem muita pressa”. Este tempo verbal sugere a
“deslocação preguiçosa do poeta para o emprego. O vagar que
o pretérito imperfeito reitera, permite a divagação”.
3.1- “Notei” e “examinei-a”.
3.2- “Pequenina”, “feia”, “pitoresca”, “magra”, “enfadazita “
11. • 3.3- A “pobre” é a vendedeira de legumes. Esta é apresentada
como “prazenteira” e como alguém que transmite “As forças,
a alegria, a plenitude” ao sujeito poético. Esta caracterização
que o paradoxo “desgraça alegre” condensa, destaca o facto
de quem vive em contacto com o campo(representado
simbolicamente pela cesta que a regateira carrega ), é
saudável e feliz, apesar das dificuldades da vida dura de
trabalho. A figura da pobre rapariga contribui, assim, para a
apologia do campo e da vida em contacto com a natureza que
o sujeito poético desenvolve me modo subtil e latente. Ela
representa aquilo que a cidade, opressora e destrutiva, não
permite aos seus habitantes, pelas influências negativas que
sobre eles exerce
12. • 3.4- O sujeito poético, que, nas suas próprias palavras, se
aproxima “sem desprezo”, da regateira reconhece a mudança do
seu estado psicológico após esse contacto. Afirma ter alcançado
“forças”, “alegria” e “plenitude” e ter-se sentido desafiado a mudar
a sua situação anímica depois da proximidade com a jovem e com
as “emanações sadias” produzidas pela sua giga. Deste modo, e
dada a interpretação da cesta de frutas e legumes como metáforas
do campo, o próprio “eu” narrador atesta os efeitos benéficos do
espaço natural sobre os habitantes da cidade.
13. 4- As personagens da regateira, do criado e dos padeiros servem
essencialmente propósitos de denúncia das condições de vida
do povo e de situações de exploração interna à própria classe,
como acontece no episódio em que o criado humilha a
vendedora de frescos. Por outro lado, constituem a expressão
de solidariedade social do poeta face aos oprimidos.
14. 5- a) 4
b) 2
c) 1
d) 5
e) 3
6- C.
7.1- A “imaginação transfiguradora” ocorre nas
estrofes 7, 9 a 12 e 20.
15. 7.2- O advérbio “Subitamente” destaca quer a natureza
imprevista e abrupta da “visão do artista” que irrompeu na
mente do sujeito poético, quer o modo surpreendente como a
mesma foi ganhando forma na sua imaginação.