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Registo de Apresentação de LivrosPor Telma Margarida Lopes AntunesTurma A do 12º ano<br />Ficha técnicaAutor: Manuel alegreEditora: Dom QuixoteAno de edição: 6ª edição, Dezembro de 2008Local de edição: AlfragideAno de publicação: Abril de 19894286885144145                                                                                                                       <br />                                                                                                                      <br />Manuel Alegre Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de Maio de 1936 em Águeda. Estudou em Lisboa, no Porto e na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Foi campeão de natação e actor no teatro universitário de Coimbra. Em 1961 foi mobilizado para Angola, foi preso pela PIDE, passando seis meses na fortaleza de são Paulo, em Luanda. Em 1964 foi eleito membro do comité nacional da frente patriótica e passa a trabalhar em Argel, na emissora voz da liberdade. Apenas regressa a Portugal após o 25 de Abril de 1974. É dirigente do partido socialista desde 1974 e é também vice-presidente da Assembleia da República desde 1995. Em 2006 tal como em 2010 foi candidato à Presidência da República. Foram-lhe atribuídos os mais distintos prémios literários: Grande prémio de Poesia da APE-CTT, Prémio da Crítica Literária da AICL, Prémio Fernando Namora, Prémio Pessoa, em 1999 e em 2008, o Prémio Dom Dinis.<br />4605020116205 <br />Relatório de LeituraPeríodo de leitura: cerca de 1 dia com excepção do primeiro conto, que o li umas semanas antes dos restantes contos.Apresentação geral do livro: O Homem do País Azul foi publicado pela primeira vez em 1989, 15 anos após o 25 de Abril. É composto por 10 pequenos contos. Este livro pode ser quase considerado como uma reflexão de Manuel Alegre sobre os tempos de luta contra exílio, a guerra colonial e o fascismo deixando transparecer muitas marcas autobiográficas. Em todos os contos existe um ponto em comum, a esperança e procura de um destino diferente e as dificuldades enfrentadas por todos os conflitos que existem em nós.No conto “O homem do país azul” (primeiro conto) estão bem presentes diversas marcas sobre o tempo em que este esteve exilado durante a ditadura. Neste conto existe um “herói”, Vladimir, que para mim funciona como um símbolo de liberdade (um símbolo da revolução de Abril) e alguém que dá esperança aos outros que a liberdade vai ser algo possível de alcançar, neste caso representado por apenas uma pessoa mas que na realidade pode enquadrar-se no conto como uma personagem que representa um todo.O segundo conto “ A senhora do retrato” representa a repressão que as pessoas viviam antes do 25 de Abril. No conto isto é retratado através de um retrato de uma senhora, existente numa casa que funciona como um assunto tabu sendo expressamente proibido falar sobre o que quer que seja acerca desse mesmo quadro, mas a curiosidade aguçada de uma criança faz com que este tabu seja quebrado por um breve momento, sendo que depois tudo volte a ser como sempre tinha sido até àquele momento.No conto “A grande subversão” mostra a rotina de uma família e o conformismo que se fazia sentir durante o regime salazarista. São aí tratados, penso que, alguns dos rituais domésticos da infância de Manuel Alegre onde está muito marcada a tristeza e a monotonia dos dias na época da ditadura. Sendo que esta monotonia é quebrada quando ocorre alguma revolta por se estar saturado com toda aquela situação dando-se assim uma libertação.  No conto “A última noite” é abordado novamente a temática do exílio pois retrata a experiência de alguém que foi para o exílio e deixou para trás o seu grande amor. Aqui é possível ver quanto as pessoas tinham de passar quando iam para o exílio, pois tinham muitas vezes que deixar para trás muitas pessoas importantes nas suas vidas e que ao se relembrarem do momento conseguiriam revivê-lo quase da mesma forma como tinham vivido a situação no passado.No conto “Artur e os múltiplos de três é retratada a vida de um homem que tinha um tique um pouco invulgar, pois tudo o que ele fazia era procedido por rituais onde estava sempre presente uma acção com o número três ou seus múltiplos como por exemplo antes de se sentar tocar na cadeira três ou qualquer múltiplo seu. Porém uma vez ao estar com febre sentiu que o 3 se estava a desmoronar e então decidiu redobrar os seus tiques para 9 ou até mesmo 27 vezes. Contudo, pouco tempo depois foi destacado para Angola onde redobrou ainda mais os seus tiques e chegou mesmo a faze-los mais vezes que o normal. Mas um dia este esqueceu-se do seu “ritual” ao sair do quartel, tendo ficado muito preocupado por ter falhado o mesmo e pensou que este seria o seu fim. E foi mesmo, morreu quando uma rajada o cortou pela cintura, mas mesmo antes de morrer teve tempo de contar toadas as suas feridas (três feridas) e fazer o seu ritual. Este conto demonstra que muitas vezes nos deixamos levar pelas nossas manias e esquecemo-nos de todo o resto.No conto a “Pedra”( sétimo conto), há também um”herói” que durante toda a vida procurou uma pedra especial e ao encontrá-la descobre que não consegue ler o que o que encontra escrito no avesso da pedra pois esta não é possível virar. Neste conto está retratado que o sentido das coisas muitas vezes senão sempre se encontra escondido do outro lado das coisas e que muitas vezes só o conseguimos ver quando estamos dispostos a tal. Mas a grande maioria das vezes ao conseguirmos o que procuramos deixamos de dar tanta importância ao que buscamos pois é como se aquilo que procuramos funcionasse como o nosso “motor” e ao encontrarmos o que nos fazia mover por vezes a vida pode deixar de ter todo o seu sentido. (Faltam ainda quatro contos, estes aqui tratados foram os que mais gostei)<br />Opinião pessoal: Gostei muito de ler este livro apesar de ter tido algumas dificuldades em compreender o que estava subjacente a alguns contos. Vou ter que ler novamente dois dos contos que constituem este livro para conseguir perceber o que realmente têm escondido por detrás de tudo o que está visível. Este livro fez-me pesquisar alguns assuntos relacionados com a vida do autor e a época retratada para que desta forma fosse possível entendê-lo melhor. Mas no geral foi um livro bastante agradável de ler. Porém, devo ainda confessar que esperava que fosse um livro muito mais fácil de compreender.Frases relevantes: “… a liberdade começa na consciência de que cada homem é um ser único e insubstituível.”“… a luta de libertação é um acto de cultura.”“Compreendeu que cada coisa é ela própria e o contrário, como cada homem é o seu rosto e o seu avesso. De que lado está a verdade? Talvez no avesso e no direito. E talvez dela só tenhamos a parte que se procura e não se vê.”“Os retratos a óleo fascinam-me. E ao mesmo tempo assustam-me.”Relação título - livro: o nome do livro é exactamente o mesmo do seu primeiro conto porém não consegui encontrar informações que me esclarecessem do porquê do seu nome.<br />
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  • 1. Registo de Apresentação de LivrosPor Telma Margarida Lopes AntunesTurma A do 12º ano<br />Ficha técnicaAutor: Manuel alegreEditora: Dom QuixoteAno de edição: 6ª edição, Dezembro de 2008Local de edição: AlfragideAno de publicação: Abril de 19894286885144145 <br /> <br />Manuel Alegre Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de Maio de 1936 em Águeda. Estudou em Lisboa, no Porto e na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Foi campeão de natação e actor no teatro universitário de Coimbra. Em 1961 foi mobilizado para Angola, foi preso pela PIDE, passando seis meses na fortaleza de são Paulo, em Luanda. Em 1964 foi eleito membro do comité nacional da frente patriótica e passa a trabalhar em Argel, na emissora voz da liberdade. Apenas regressa a Portugal após o 25 de Abril de 1974. É dirigente do partido socialista desde 1974 e é também vice-presidente da Assembleia da República desde 1995. Em 2006 tal como em 2010 foi candidato à Presidência da República. Foram-lhe atribuídos os mais distintos prémios literários: Grande prémio de Poesia da APE-CTT, Prémio da Crítica Literária da AICL, Prémio Fernando Namora, Prémio Pessoa, em 1999 e em 2008, o Prémio Dom Dinis.<br />4605020116205 <br />Relatório de LeituraPeríodo de leitura: cerca de 1 dia com excepção do primeiro conto, que o li umas semanas antes dos restantes contos.Apresentação geral do livro: O Homem do País Azul foi publicado pela primeira vez em 1989, 15 anos após o 25 de Abril. É composto por 10 pequenos contos. Este livro pode ser quase considerado como uma reflexão de Manuel Alegre sobre os tempos de luta contra exílio, a guerra colonial e o fascismo deixando transparecer muitas marcas autobiográficas. Em todos os contos existe um ponto em comum, a esperança e procura de um destino diferente e as dificuldades enfrentadas por todos os conflitos que existem em nós.No conto “O homem do país azul” (primeiro conto) estão bem presentes diversas marcas sobre o tempo em que este esteve exilado durante a ditadura. Neste conto existe um “herói”, Vladimir, que para mim funciona como um símbolo de liberdade (um símbolo da revolução de Abril) e alguém que dá esperança aos outros que a liberdade vai ser algo possível de alcançar, neste caso representado por apenas uma pessoa mas que na realidade pode enquadrar-se no conto como uma personagem que representa um todo.O segundo conto “ A senhora do retrato” representa a repressão que as pessoas viviam antes do 25 de Abril. No conto isto é retratado através de um retrato de uma senhora, existente numa casa que funciona como um assunto tabu sendo expressamente proibido falar sobre o que quer que seja acerca desse mesmo quadro, mas a curiosidade aguçada de uma criança faz com que este tabu seja quebrado por um breve momento, sendo que depois tudo volte a ser como sempre tinha sido até àquele momento.No conto “A grande subversão” mostra a rotina de uma família e o conformismo que se fazia sentir durante o regime salazarista. São aí tratados, penso que, alguns dos rituais domésticos da infância de Manuel Alegre onde está muito marcada a tristeza e a monotonia dos dias na época da ditadura. Sendo que esta monotonia é quebrada quando ocorre alguma revolta por se estar saturado com toda aquela situação dando-se assim uma libertação.  No conto “A última noite” é abordado novamente a temática do exílio pois retrata a experiência de alguém que foi para o exílio e deixou para trás o seu grande amor. 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