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Inês Severino nº 8
      12ºA
A natureza biológica da mente




       O cérebro é encarado com o núcleo processador da mente, uma
peça essencial do hardware.
       O cérebro apresenta um funcionamento global, sistémico. Os
estudos sobre o funcionamento do cérebro reforçam a concepção em
que sobressai o aspecto activo, transformador e total do
funcionamento da mente e, neste funcionamento está implicado o corpo
na sua totalidade com características próprias relacionadas com a
pertença à nossa espécie, enquanto seres humanos.
A natureza sociocultural da mente

        O cérebro sofre
alterações, quer ao nível da
sua estrutura física, que ao
nível do seu funcionamento,
provocadas pela vivência
social e pela cultura: as
redes de funcionamento
cerebral transformam-se e
aprendem     nas    diversas
interacções com o meio
social. Todo o corpo sofre
modificações resultantes da
interacção com o meio.
Dos comportamentos mais
simples aos mais complexos
está presente a marca da
vida em sociedade.
A natureza biossociocultural da
                 mente

        A complexidade humana pode ser compreendida se tivermos
em conta as dimensões biológica e sociocultural.
        O modo como nos comportamos, aquilo que somos e como
somos, é resultado das características biológicas, da influência dos
contextos e das situações. Para se compreenderem as
características da situação e do contexto, é importante ter em
conta a cultura e os modos de interacção social e também a história
de vida de cada um, por isso, é impossível compreender como somos,
como pensamos, como agimos, sem referência ao mundo em que
vivemos.
        O funcionamento mental não é independente das
características quer do indivíduo quer da situação, constitui-se
através do envolvimento activo do ser humano nos seus contextos ao
longo da sua existência.
Alimentação




        Sabemos que precisamos de nos alimentar quando
sentimos fome. Esta sensação é provocada pelas contracções do
estômago, que desencadeiam estímulos internos que nos movem a
procurar alimentos, contudo, não é este órgão que controla o
impulso da fome. Passadas umas horas após a ingestão de
alimentos, o nível do açúcar no sangue desce, situação que é
detectada pelo hipotálamo. É este estado que nos leva a orientar
o nosso comportamento com o objectivo de encontrar alimento.
Nos seres humanos, a aprendizagem desempenha um
papel fundamental na satisfação deste impulso: o que
comemos, quando comemos e como comemos ultrapassa as
determinações orgânicas. O tipo de alimentos, o modo
como são cozinhados e até as horas das refeições são
manifestações culturais significativas. Por exemplo, a
carne de porco, muito apreciada entre nós, é um alimento
proibido pela religião dos judeus e dos muçulmanos; a
carne de vaca, por sua vez, não é ingerida pelos hindus.
Dentro da mesma cultura, as preferências individuais por
diferentes alimentos variam, o que se relaciona com o
processo de socialização.

                                      Algumas situações podem levar-
                                      nos a ingerir alimentos mesmo que
                                      não tenhamos fome: comemos
                                      para fazer companhia a alguém ou
                                      comemos        porque     estamos
                                      ansiosos,    por     exemplo.   A
                                      alimentação humana, para além da
                                      sua natureza biológica, está
                                      fortemente marcada por factores
                                      de ordem social e psicológica.
A Sexualidade            O         comportamento
                sexual nos seres humanos está
                relacionado          com          o
                funcionamento de determinados
                mecanismos fisiológicos: com o
                sistema     endócrino     (glândula
                sexuais), com a hipófise e com
                o hipotálamo. A sexualidade
                tem uma matriz biológica.
                         A influência cultural –
                sistema     de     valorespadrões
                culturais – faz-se sentir de uma
                forma      muito     intensa     no
                comportamento sexual humano.
                         A       aceitação       ou
                interdição da masturbação, o
                relacionamento sexual antes do
                casamento, a homossexualidade
                e o adultério são encarados de
                forma diferente em diferentes
                épocas     históricas      e    em
                diferentes culturas.
As respostas sexuais variam também
 nos diferentes estádios etários e de
pessoa para pessoa. Mesmo dentro da
  mesma cultura, os comportamentos
   sexuais variam entre diferentes
            grupos sociais.
 A sexualidade humana manifesta-se
    em comportamentos de grande
   complexidade envolvendo várias
              dimensões.
Necessidades

         Uma das características do
nosso corpo humano, no sentido
biológico e evolutivo, é que traz
consigo não apenas potencialidades –
de agir, de comunicar, de manipular,
de    imaginar,     de   trocar,  de
compreender      -,    mas    também
necessidades. Estas não podem ser
descuradas sem que a nossa
sobrevivência, a manutenção do nosso
corpo vivo, seja posta em causa:
necessidade de alimento de repouso,
de abrigo e protecção de estimulação
sensorial adequada.
A     satisfação     destas
necessidades marca a forma como
pensamos e como orientamos as
nossas acções e comportamentos,
nomeadamente       como        vamos
construindo as nossas rotinas.




                                               Foi a satisfação das
                                       necessidades uma das razões que
                                       levaram os seres humanos a
                                       organizaram-se em grupos sociais
                                       complexos, criando culturas. Os
                                       elementos socioculturais marcam
                                       a forma como as necessidades se
                                       manifestam e satisfazem.
Desejos




        A dimensão do desejo – geralmente associado a aspiração,
a anseio – está presente em todas as nossas acções e
comportamentos. No que pensamos e fazemos há um propósito e
essa finalidade liga-se ao que desejamos e queremos, na forma
como estabelecemos objectivos e nos esforçamos para os
cumprir, no modo como nos envolvemos nas mais diversas
situações e actividades.
O desejo relaciona-se com uma aspiração de alguma coisa que nos
falta, que não temos e, por vezes, definem-no pela insatisfação, a partir do
momento em que o desejo é realizado, deixa de ser desejo.
         Os desejos não têm de ser concretizados de forma imperiosa na
medida em que a sobrevivência não está posta em causa, estes fazem parte
do plano de vida de cada um motivando o comportamento, a acção. Somos
livres de desejar “qualquer coisa”, de ter um desejo que reconhecemos como
impossível (um sonho, uma utopia).
         O desejo tem uma dimensão psicossocial uma vez que os
conhecimentos que temos do que somos, das nossas capacidades, do
contexto em que estamos inseridos afectam o tipo de desejos que sentimos.
É com a mente que        O Pensamento
pensamos: pensar é ter uma
mente que funciona e o
pensamento             exprime,
precisamente, o funcionamento
total da mente.
         O pensamento é uma
operação da mente que é
contínua e que abrange quase
todos os nossos processos
mentais,     remete-nos    para
ideias, símbolos, percepções,
imagens, palavras, proposições,
conceitos, intenções, memórias,
etc.,    envolve    todas    as
actividades mentais associadas
com a formação de conceitos, a
resolução de problemas, a
decisão, a compreensão, a
descoberta, a planificação, a
criatividade, a aprendizagem
complexa, a imaginação, a
memória…
Existem três tipos de
representações cognitivas:

 As imagens mentais;
 Os conceitos ou representações
conceptuais;
 As representações ligadas à
acção.

        Os       conceitos     ou
representações        conceptuais
podem ser concretos, como livro,
fotografia, ou abstractos, como
liberdade,       ambição       ou
construtivismos. Alguns conceitos
reportam-se a uma unidade, a um
acontecimento, outros reportam-
se a um grupo que apresenta as
mesmas características. Estes
permitem-nos, numa palavra só,
traduzir um conjunto enorme de
informações.
Pensamento e
        Acção
        O     pensamento     está
dependente da acção. É a partir
da acção, relacionando-se a cada
momento com esta, que o
pensamento se constitui.
        É em relação que cada ser
humano conhece o mundo, o que
sente e age sobre ele. É um
processo que acontece a cada
momento e de forma integrada.
        Não    conhecemos     sem
sentir e sem agir, não agimos sem
conhecer e sentir… e não sentimos
sem agir e conhecer.
Imaginação




         É a imaginação que permite que o pensamento vá para além dos
limites da realidade percebida. Esta amplia o pensamento: analogia,
metáforas e outras relações vão favorecer o estabelecimento de pontes
entre experiências vividas e imaginadas, entre significados presentes e
alternativos, assim, a imaginação abre ao pensamento novas oportunidades
em termos de apropriação dos significado.
         É pela imaginação que encontramos alternativas para os
sabermos, para as formas de sentir, é pela imaginação que nos é possível
antecipar as intenções próprias ou dos outros.
Existem    dois   processos   diferentes   de
pensamento:

 Pensamento convergente: caracteriza-se pela
síntese de informação e de conhecimento orientados
para a solução de um problema, é um pensamento
dominado pela lógica e pela objectividade, em que
dominam os raciocínios hipotético-dedutivos. Este
pensamento está associado à resolução de problemas
de solução única.

 Pensamento divergente: caracteriza-se por um
processo de exploração em várias direcções, por um
divergir de ideias, de modo a contemplar vários
aspectos, face a um problema surgem várias soluções.
Neste pensamento domina a intuição sobre as
operações mentais de tipo lógico-dedutivo que
caracterizam o pensamento convergente. É um
pensamento associado à criatividade, por sugerir
novas ideias e soluções originais.

        Estes dois tipos de pensamento estão
presentes na vida quotidiana dos seres humanos.
A criatividade implica sempre
invenção, originalidade. A criatividade
está presente em todas as produções                       Criatividade
humanas: científicas, políticas, técnicas,
até na resolução inovadora de um
problema que ocorra no dia-a-dia.
        Os psicólogos têm recorrido ao
estudo dos processos cognitivos, da
motivação, das características da
personalidade, das histórias de vida,
para explicar os actos criativos.


                                                      Um ambiente social estimulante,
                                             que encoraje a diferença e a fantasia, que
                                             estimule a autonomia e a liberdade de
                                             escolha, cria condições para que uma
                                             pessoa possa desenvolver uma actividade
                                             criativa. Características pessoais, como a
                                             curiosidade, o empenho, o inconformismo,
                                             o    gosto    pela   complexidade,     pelo
                                             desconhecido     e    pela   novidade,    a
                                             autonomia, a inquietação, a insatisfação
                                             face ao que existe, são factores que
                                             favorecem a produção criativa.
Há um grande número de elementos que participam no nosso
 pensamento.       Quando      pensamos,       fazemo-lo  mobilizando     as
 características do nosso corpo, assim como as características da situação
 ou contexto em que nos encontramos; mobilizamos conhecimentos, formas
 de sentir e modos de fazer; mobilizamos necessidades, intenções, desejos e
 ainda planos para o futuro, etc. O pensamento organiza todos estes
 elementos e cria a possibilidade de eles se integrarem de forma
 significativa e pessoal na nossa experiência.
          O pensamento organiza todos estes elementos de acordo com
 regras próprias: diz-se, por isso, que o pensamento é auto-organizado, isto
 é, que se organiza de forma não determinada por nenhum dos seus
 elementos, mas a partir das regras que emergem da interacção complexa
 entre os seus elementos.




Auto-organização
A auto-organização é
importante para se compreender
a forma como os seres humanos
conseguem encontrar significados
próprios para as suas vivências e
agir com alguma autonomia – isto
é, actuar a partir de regras que
não são determinadas à partida,
mas em cuja especificação
também        participam.   Estas
características são centrais para
a compreensão do EU psicológico
e da sua identidade.
         O pensamento incorpora
todos      os     aspectos    das
interacções entre os indivíduos e
o seu ambiente. Pensar é viver
num permanente envolvimento
criativo com um mundo que se
constrói e nos constrói à medida
que se vive.
O        pensamento
permite-nos construir o
nosso dia-a-dia através da
nossa     criatividade     e
constrói-nos a nós próprios
através      das      nossas
experiências,    da    nossa
forma de ver as coisas.
        O pensamento, ao
longo da vida, muda os
nossos comportamentos e
as    nossas    formas    de
pensar.

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  • 2. A natureza biológica da mente O cérebro é encarado com o núcleo processador da mente, uma peça essencial do hardware. O cérebro apresenta um funcionamento global, sistémico. Os estudos sobre o funcionamento do cérebro reforçam a concepção em que sobressai o aspecto activo, transformador e total do funcionamento da mente e, neste funcionamento está implicado o corpo na sua totalidade com características próprias relacionadas com a pertença à nossa espécie, enquanto seres humanos.
  • 3. A natureza sociocultural da mente O cérebro sofre alterações, quer ao nível da sua estrutura física, que ao nível do seu funcionamento, provocadas pela vivência social e pela cultura: as redes de funcionamento cerebral transformam-se e aprendem nas diversas interacções com o meio social. Todo o corpo sofre modificações resultantes da interacção com o meio. Dos comportamentos mais simples aos mais complexos está presente a marca da vida em sociedade.
  • 4. A natureza biossociocultural da mente A complexidade humana pode ser compreendida se tivermos em conta as dimensões biológica e sociocultural. O modo como nos comportamos, aquilo que somos e como somos, é resultado das características biológicas, da influência dos contextos e das situações. Para se compreenderem as características da situação e do contexto, é importante ter em conta a cultura e os modos de interacção social e também a história de vida de cada um, por isso, é impossível compreender como somos, como pensamos, como agimos, sem referência ao mundo em que vivemos. O funcionamento mental não é independente das características quer do indivíduo quer da situação, constitui-se através do envolvimento activo do ser humano nos seus contextos ao longo da sua existência.
  • 5. Alimentação Sabemos que precisamos de nos alimentar quando sentimos fome. Esta sensação é provocada pelas contracções do estômago, que desencadeiam estímulos internos que nos movem a procurar alimentos, contudo, não é este órgão que controla o impulso da fome. Passadas umas horas após a ingestão de alimentos, o nível do açúcar no sangue desce, situação que é detectada pelo hipotálamo. É este estado que nos leva a orientar o nosso comportamento com o objectivo de encontrar alimento.
  • 6. Nos seres humanos, a aprendizagem desempenha um papel fundamental na satisfação deste impulso: o que comemos, quando comemos e como comemos ultrapassa as determinações orgânicas. O tipo de alimentos, o modo como são cozinhados e até as horas das refeições são manifestações culturais significativas. Por exemplo, a carne de porco, muito apreciada entre nós, é um alimento proibido pela religião dos judeus e dos muçulmanos; a carne de vaca, por sua vez, não é ingerida pelos hindus. Dentro da mesma cultura, as preferências individuais por diferentes alimentos variam, o que se relaciona com o processo de socialização. Algumas situações podem levar- nos a ingerir alimentos mesmo que não tenhamos fome: comemos para fazer companhia a alguém ou comemos porque estamos ansiosos, por exemplo. A alimentação humana, para além da sua natureza biológica, está fortemente marcada por factores de ordem social e psicológica.
  • 7. A Sexualidade O comportamento sexual nos seres humanos está relacionado com o funcionamento de determinados mecanismos fisiológicos: com o sistema endócrino (glândula sexuais), com a hipófise e com o hipotálamo. A sexualidade tem uma matriz biológica. A influência cultural – sistema de valorespadrões culturais – faz-se sentir de uma forma muito intensa no comportamento sexual humano. A aceitação ou interdição da masturbação, o relacionamento sexual antes do casamento, a homossexualidade e o adultério são encarados de forma diferente em diferentes épocas históricas e em diferentes culturas.
  • 8. As respostas sexuais variam também nos diferentes estádios etários e de pessoa para pessoa. Mesmo dentro da mesma cultura, os comportamentos sexuais variam entre diferentes grupos sociais. A sexualidade humana manifesta-se em comportamentos de grande complexidade envolvendo várias dimensões.
  • 9. Necessidades Uma das características do nosso corpo humano, no sentido biológico e evolutivo, é que traz consigo não apenas potencialidades – de agir, de comunicar, de manipular, de imaginar, de trocar, de compreender -, mas também necessidades. Estas não podem ser descuradas sem que a nossa sobrevivência, a manutenção do nosso corpo vivo, seja posta em causa: necessidade de alimento de repouso, de abrigo e protecção de estimulação sensorial adequada.
  • 10. A satisfação destas necessidades marca a forma como pensamos e como orientamos as nossas acções e comportamentos, nomeadamente como vamos construindo as nossas rotinas. Foi a satisfação das necessidades uma das razões que levaram os seres humanos a organizaram-se em grupos sociais complexos, criando culturas. Os elementos socioculturais marcam a forma como as necessidades se manifestam e satisfazem.
  • 11. Desejos A dimensão do desejo – geralmente associado a aspiração, a anseio – está presente em todas as nossas acções e comportamentos. No que pensamos e fazemos há um propósito e essa finalidade liga-se ao que desejamos e queremos, na forma como estabelecemos objectivos e nos esforçamos para os cumprir, no modo como nos envolvemos nas mais diversas situações e actividades.
  • 12. O desejo relaciona-se com uma aspiração de alguma coisa que nos falta, que não temos e, por vezes, definem-no pela insatisfação, a partir do momento em que o desejo é realizado, deixa de ser desejo. Os desejos não têm de ser concretizados de forma imperiosa na medida em que a sobrevivência não está posta em causa, estes fazem parte do plano de vida de cada um motivando o comportamento, a acção. Somos livres de desejar “qualquer coisa”, de ter um desejo que reconhecemos como impossível (um sonho, uma utopia). O desejo tem uma dimensão psicossocial uma vez que os conhecimentos que temos do que somos, das nossas capacidades, do contexto em que estamos inseridos afectam o tipo de desejos que sentimos.
  • 13. É com a mente que O Pensamento pensamos: pensar é ter uma mente que funciona e o pensamento exprime, precisamente, o funcionamento total da mente. O pensamento é uma operação da mente que é contínua e que abrange quase todos os nossos processos mentais, remete-nos para ideias, símbolos, percepções, imagens, palavras, proposições, conceitos, intenções, memórias, etc., envolve todas as actividades mentais associadas com a formação de conceitos, a resolução de problemas, a decisão, a compreensão, a descoberta, a planificação, a criatividade, a aprendizagem complexa, a imaginação, a memória…
  • 14. Existem três tipos de representações cognitivas:  As imagens mentais;  Os conceitos ou representações conceptuais;  As representações ligadas à acção. Os conceitos ou representações conceptuais podem ser concretos, como livro, fotografia, ou abstractos, como liberdade, ambição ou construtivismos. Alguns conceitos reportam-se a uma unidade, a um acontecimento, outros reportam- se a um grupo que apresenta as mesmas características. Estes permitem-nos, numa palavra só, traduzir um conjunto enorme de informações.
  • 15. Pensamento e Acção O pensamento está dependente da acção. É a partir da acção, relacionando-se a cada momento com esta, que o pensamento se constitui. É em relação que cada ser humano conhece o mundo, o que sente e age sobre ele. É um processo que acontece a cada momento e de forma integrada. Não conhecemos sem sentir e sem agir, não agimos sem conhecer e sentir… e não sentimos sem agir e conhecer.
  • 16. Imaginação É a imaginação que permite que o pensamento vá para além dos limites da realidade percebida. Esta amplia o pensamento: analogia, metáforas e outras relações vão favorecer o estabelecimento de pontes entre experiências vividas e imaginadas, entre significados presentes e alternativos, assim, a imaginação abre ao pensamento novas oportunidades em termos de apropriação dos significado. É pela imaginação que encontramos alternativas para os sabermos, para as formas de sentir, é pela imaginação que nos é possível antecipar as intenções próprias ou dos outros.
  • 17. Existem dois processos diferentes de pensamento:  Pensamento convergente: caracteriza-se pela síntese de informação e de conhecimento orientados para a solução de um problema, é um pensamento dominado pela lógica e pela objectividade, em que dominam os raciocínios hipotético-dedutivos. Este pensamento está associado à resolução de problemas de solução única.  Pensamento divergente: caracteriza-se por um processo de exploração em várias direcções, por um divergir de ideias, de modo a contemplar vários aspectos, face a um problema surgem várias soluções. Neste pensamento domina a intuição sobre as operações mentais de tipo lógico-dedutivo que caracterizam o pensamento convergente. É um pensamento associado à criatividade, por sugerir novas ideias e soluções originais. Estes dois tipos de pensamento estão presentes na vida quotidiana dos seres humanos.
  • 18. A criatividade implica sempre invenção, originalidade. A criatividade está presente em todas as produções Criatividade humanas: científicas, políticas, técnicas, até na resolução inovadora de um problema que ocorra no dia-a-dia. Os psicólogos têm recorrido ao estudo dos processos cognitivos, da motivação, das características da personalidade, das histórias de vida, para explicar os actos criativos. Um ambiente social estimulante, que encoraje a diferença e a fantasia, que estimule a autonomia e a liberdade de escolha, cria condições para que uma pessoa possa desenvolver uma actividade criativa. Características pessoais, como a curiosidade, o empenho, o inconformismo, o gosto pela complexidade, pelo desconhecido e pela novidade, a autonomia, a inquietação, a insatisfação face ao que existe, são factores que favorecem a produção criativa.
  • 19. Há um grande número de elementos que participam no nosso pensamento. Quando pensamos, fazemo-lo mobilizando as características do nosso corpo, assim como as características da situação ou contexto em que nos encontramos; mobilizamos conhecimentos, formas de sentir e modos de fazer; mobilizamos necessidades, intenções, desejos e ainda planos para o futuro, etc. O pensamento organiza todos estes elementos e cria a possibilidade de eles se integrarem de forma significativa e pessoal na nossa experiência. O pensamento organiza todos estes elementos de acordo com regras próprias: diz-se, por isso, que o pensamento é auto-organizado, isto é, que se organiza de forma não determinada por nenhum dos seus elementos, mas a partir das regras que emergem da interacção complexa entre os seus elementos. Auto-organização
  • 20. A auto-organização é importante para se compreender a forma como os seres humanos conseguem encontrar significados próprios para as suas vivências e agir com alguma autonomia – isto é, actuar a partir de regras que não são determinadas à partida, mas em cuja especificação também participam. Estas características são centrais para a compreensão do EU psicológico e da sua identidade. O pensamento incorpora todos os aspectos das interacções entre os indivíduos e o seu ambiente. Pensar é viver num permanente envolvimento criativo com um mundo que se constrói e nos constrói à medida que se vive.
  • 21. O pensamento permite-nos construir o nosso dia-a-dia através da nossa criatividade e constrói-nos a nós próprios através das nossas experiências, da nossa forma de ver as coisas. O pensamento, ao longo da vida, muda os nossos comportamentos e as nossas formas de pensar.