SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 3
Divergências na análise
Se aceitamos a existência de um sistema nervoso periférico ( sistema límbico ), que muito
embora se comunique com o sistema nervoso central, responde de forma autônoma como
porta de entrada e saída de estímulos, nos é dado a perceber que será a sala de entrada para
um mundo mais profundo, que não pode ser acessível de imediato.
Este sistema periférico recolhe informação do exterior e de acordo com o mapa cerebral terá,
por parte do corpo, uma resposta imediata de recusa, poderá mostrar-se indiferente, ou
simplesmente os aceitar por reconhecer neles uma compatibilidade.
Estamos a falar do sistema nervoso, mas igualmente dos neurônios de que são constituídos, a
que Freud se refere em sua obra de forma insistente e ao mesmo tempo clara, transmitindo a
ideia que alguns são permeáveis aos estímulos e outros não o serão, cuja finalidade vai no
sentido de explicar a organização neural, que hoje a neurociência vem confirmar.
A questão da penetrabilidade e impenetrabilidade pode ser entendida segundo a visão de um
espaço exterior que mantêm uma relação com o corpo cujos estímulos atingem os sentidos,
que perpassando a periferia se debate com a compatibilidade de sentidos adquiridos e
registrados no corpo, ou sua incompatibilidade, derivando daí a autorização do próprio corpo
para continuar sua viagem interior, ou simplesmente é criada uma barreira interior, cuja
finalidade será rejeitar os estímulos que chegam e mostram ser incompatíveis com os sentidos
registrados no interior de determinado corpo.
No meio de tudo isto, devemos considerar um grau de valorização dos próprios registros do
corpo, que implicam uma maior ou menor resistência à entrada de estímulos considerados
adversos, ou incompatíveis.
Quanto maior o grau de valorização dos registros do corpo ( Mapa cerebral – António Damásio
) maior será a resistência à invasão de estímulos considerados hostis, ou incompatíveis.
Da organização cerebral somos levados à dinâmica, e por conseguinte à síntese como resposta.
Sistema límbico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Na superfície medial do cérebro dos mamíferos, o sistema límbico é a unidade responsável pelas
emoções e comportamentos sociais. É uma região constituída de neurônios, células que formam uma
massa cinzenta denominada de lobo límbico.
Originou-se a partir da emergência dos mamíferos mais antigos. Através do sistema nervoso autônomo,
ele comanda certos comportamentos necessários à sobrevivência de todos os mamíferos, interferindo
positiva ou negativamente no funcionamento visceral e na regulamentação metabólica de todo o
organismo.
O sistema límbico tem formato de anel cortical e é um conjunto de estruturas do cérebro que são
responsáveis primordialmente por controlar as emoções e secundariamente participa das funções de
aprendizado e memória, podendo também participar do sistema endócrino. Localiza-se na parte medial
do cérebro dos mamíferos.
Palavras de incentivo, motivação, conselhos, em suma uma dinâmica de coisas prazerosas, que
tendem a provocar uma satisfação do corpo, apresentam sua base de apoio numa parte dos
neurônios que respondem a esses estímulos, designados por afeto.
Por outro lado, outros neurônios são representados por cargas de afetação, como seja a
angústia, a tristeza e o desprazer, como representantes de estímulos exteriores incorporados
na infância, proveniente da formação infantil.
Afeto e afetação caminham lado a lado no mesmo corpo, cujo acesso se faz através dos
sentidos via neural, neurônios, que apresentam a missão de promover descargas elétricas e
químicas para o corpo, para que este possa responder adequadamente.
Pelo que nos é dado a perceber perante a organização neural, embora exista uma
comunicação entre eles, todos eles funcionam de forma autônoma, o que nos faz pensar, que
a excitação provocada em alguns, podem não ser comunicados a outros que não representem
as mesmas características.
Desse modo, a motivação, os conselhos, os incentivos, atuam numa parte do sistema nervoso,
e tudo aquilo que possa provocar desprazer numa outra parte do sistema, porque se assim não
fosse o corpo não conseguiria distinguir a satisfação da insatisfação e sucumbiria perante a
realidade exterior.
Nas terapias breves, tal como no Marketing, assistimos á exaltação das forças motivadoras,
conferindo-lhe um grau de importância muito superior relativamente a práticas que possam
conduzir à insatisfação e desprazer, o que provoca no sujeito que padece, e em alguns
terapeutas a sensação de que a terapia está a funcionar.
Afirmam alguns terapeutas que essas alterações de comportamento são provocadas por
transformação neurobiológica proveniente da terapia que estão a usar, dando ênfase a um
regresso daquele que padece ao bem estar emocional, quando apenas parece tratar-se de
uma ilusão, que pode ser frustrada alguns dias depois, devido a alterações circunstancias de
sua vivência diária.
O paciente acredita que o alívio de suas dores e sofrimento possa corresponder ao seu
equilíbrio emocional, e o terapeuta tende a criar a ilusão que assim é, deixando para trás o
estudo e investigação, dado estar satisfeito com os resultados obtidos, tende a bater-se pela
aparente realidade de sua prática.
Tal ilusão só é rompida com as consequências posteriores que nos vem dizer, que afinal, não
passou de limpar a ferida, em vez de a curar, em que os exemplos abundam e podem ser
enunciados, mas que teimamos em ignorar.
Podemos falar em transformação neurobiológica, mas devemos perceber se ela foi produzida
por alterações de grau das forças em precisa, ou se conseguiu transformar seu conteúdo
dinâmico, sendo a associação dos dois fatores que podem obstar a um desencadeamento da
agressividade excessiva.
Ou seja, valorizando uma através de um método de indução, a outra tende a ganhar menor
importância, mas seus conteúdos organizados permanecem exatamente iguais, ou pelo menos
semelhantes, ao que sempre foram.
Por exemplo, em medicina, quando o paciente em estado terminal apresenta repentinas
melhoras, suspeita-se sempre que a morte vem no dia seguinte, ou daí a poucas horas, o que
infelizmente é fato comprovado na maioria dos casos.
Que a aparente tranquilidade do esquizofrênico após um surto, pode apresentar resultados
inesperados, como a tentativa de suicídio, o que nos leva a supor da existência de forças
interiores que ainda não conseguimos dominar.
O agressor não é a tempo inteiro agressivo, apresentando uma doçura e tranquilidade em sua
prática diária, que alterna com práticas violadoras e de uma agressividade extrema em
determinadas circunstâncias.
Numa separação, aquele que parecia normal, tantas vezes vira monstro e atenta contra a vida
de seu grande amor, objeto de seu desejo.
Insistir na motivação é não curar a ferida a deixando aberta, o que coloca o sujeito perante o
perigo da frustração e suas consequências, que pode levar á destruição dos outros ou de si
mesmo.
João António Fernandes
Psicanalista Freudiano
ANALIZZARE – Centro de Pesquisa e Estudo em Psicologia e Psicanálise
Divergências na análise do sistema límbico

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

( Espiritismo) # - aureo - hernani t sant'anna - universo e vida # cap 07 i...
( Espiritismo)   # - aureo - hernani t sant'anna - universo e vida # cap 07 i...( Espiritismo)   # - aureo - hernani t sant'anna - universo e vida # cap 07 i...
( Espiritismo) # - aureo - hernani t sant'anna - universo e vida # cap 07 i...Instituto de Psicobiofísica Rama Schain
 
I tópica Aula da Analizzare em Pará de minas
I tópica   Aula da Analizzare em Pará de minasI tópica   Aula da Analizzare em Pará de minas
I tópica Aula da Analizzare em Pará de minasJoao António Fernandes
 
IGT_Corporeidade_experimento corporal
IGT_Corporeidade_experimento corporalIGT_Corporeidade_experimento corporal
IGT_Corporeidade_experimento corporalFlora Couto
 
Teoria psicanalítica
Teoria psicanalíticaTeoria psicanalítica
Teoria psicanalíticaEdleusa Silva
 
Trabalho de personalidade ii pdf
Trabalho de personalidade ii pdfTrabalho de personalidade ii pdf
Trabalho de personalidade ii pdfPsicologia_2015
 
Documento 2 (gislene duarte)
Documento 2 (gislene duarte)Documento 2 (gislene duarte)
Documento 2 (gislene duarte)Psicologia_2015
 
Preconceito implícito e explicito
Preconceito implícito e explicitoPreconceito implícito e explicito
Preconceito implícito e explicitoRossilene Thomas
 
O Erro de Descartes - António Damásio
O Erro de Descartes - António DamásioO Erro de Descartes - António Damásio
O Erro de Descartes - António DamásioPsicologia Fanor
 
Psicologia - a mente, as emoções e a conação
Psicologia - a mente, as emoções e a conaçãoPsicologia - a mente, as emoções e a conação
Psicologia - a mente, as emoções e a conaçãoJoana Filipa Rodrigues
 
A dinâmica da transferência 12
A dinâmica da transferência 12A dinâmica da transferência 12
A dinâmica da transferência 12Psicologia_2015
 
Seminário de neuroanatomia: Emoções
Seminário de neuroanatomia: EmoçõesSeminário de neuroanatomia: Emoções
Seminário de neuroanatomia: EmoçõesAntonio Francisco
 
A estrutura da_alma__carl_gustav_jung
A estrutura da_alma__carl_gustav_jungA estrutura da_alma__carl_gustav_jung
A estrutura da_alma__carl_gustav_jungAlessandra F. Torres
 

La actualidad más candente (19)

( Espiritismo) # - aureo - hernani t sant'anna - universo e vida # cap 07 i...
( Espiritismo)   # - aureo - hernani t sant'anna - universo e vida # cap 07 i...( Espiritismo)   # - aureo - hernani t sant'anna - universo e vida # cap 07 i...
( Espiritismo) # - aureo - hernani t sant'anna - universo e vida # cap 07 i...
 
I tópica Aula da Analizzare em Pará de minas
I tópica   Aula da Analizzare em Pará de minasI tópica   Aula da Analizzare em Pará de minas
I tópica Aula da Analizzare em Pará de minas
 
IGT_Corporeidade_experimento corporal
IGT_Corporeidade_experimento corporalIGT_Corporeidade_experimento corporal
IGT_Corporeidade_experimento corporal
 
( Espiritismo) # - adenauer m f novaes - complexos
( Espiritismo)   # - adenauer m f novaes - complexos( Espiritismo)   # - adenauer m f novaes - complexos
( Espiritismo) # - adenauer m f novaes - complexos
 
Teoria psicanalítica
Teoria psicanalíticaTeoria psicanalítica
Teoria psicanalítica
 
Trabalho de personalidade ii pdf
Trabalho de personalidade ii pdfTrabalho de personalidade ii pdf
Trabalho de personalidade ii pdf
 
Documento 2 (gislene duarte)
Documento 2 (gislene duarte)Documento 2 (gislene duarte)
Documento 2 (gislene duarte)
 
Estímulos e processo neural
Estímulos e processo neuralEstímulos e processo neural
Estímulos e processo neural
 
Emoções
EmoçõesEmoções
Emoções
 
Preconceito implícito e explicito
Preconceito implícito e explicitoPreconceito implícito e explicito
Preconceito implícito e explicito
 
O Erro de Descartes - António Damásio
O Erro de Descartes - António DamásioO Erro de Descartes - António Damásio
O Erro de Descartes - António Damásio
 
Psicologia - a mente, as emoções e a conação
Psicologia - a mente, as emoções e a conaçãoPsicologia - a mente, as emoções e a conação
Psicologia - a mente, as emoções e a conação
 
A dinâmica da transferência 12
A dinâmica da transferência 12A dinâmica da transferência 12
A dinâmica da transferência 12
 
Seminário de neuroanatomia: Emoções
Seminário de neuroanatomia: EmoçõesSeminário de neuroanatomia: Emoções
Seminário de neuroanatomia: Emoções
 
Aula - O que é o inconsciente
Aula - O que é o inconscienteAula - O que é o inconsciente
Aula - O que é o inconsciente
 
A estrutura da_alma__carl_gustav_jung
A estrutura da_alma__carl_gustav_jungA estrutura da_alma__carl_gustav_jung
A estrutura da_alma__carl_gustav_jung
 
Aula de cerebro
Aula de cerebroAula de cerebro
Aula de cerebro
 
NO LIMITE DAS EMOÇÕES
NO LIMITE DAS EMOÇÕESNO LIMITE DAS EMOÇÕES
NO LIMITE DAS EMOÇÕES
 
António Damásio
António Damásio  António Damásio
António Damásio
 

Similar a Divergências na análise do sistema límbico

A logica da emocao manoelita dias dos santos
A logica da emocao   manoelita dias dos santosA logica da emocao   manoelita dias dos santos
A logica da emocao manoelita dias dos santosMarcio da Mota Silva
 
A cura da esquizofrenia 1ed - Eric Campos Bastos Guedes
A cura da esquizofrenia 1ed - Eric Campos Bastos GuedesA cura da esquizofrenia 1ed - Eric Campos Bastos Guedes
A cura da esquizofrenia 1ed - Eric Campos Bastos Guedesericnalanhouse2
 
A Cura da Esquizofrenia 1ed - eric campos bastos guedes
A Cura da Esquizofrenia 1ed - eric campos bastos guedesA Cura da Esquizofrenia 1ed - eric campos bastos guedes
A Cura da Esquizofrenia 1ed - eric campos bastos guedesericbaymarketconectrio
 
A lógica da emoção.pdf
A lógica da emoção.pdfA lógica da emoção.pdf
A lógica da emoção.pdfssuser76abf3
 
Humanismo x Behaviorismo
Humanismo x BehaviorismoHumanismo x Behaviorismo
Humanismo x Behaviorismomairamatoscosta
 
Humanismo x Behaviorismo
Humanismo x BehaviorismoHumanismo x Behaviorismo
Humanismo x Behaviorismomairamatoscosta
 
Comportamento Emocional
Comportamento EmocionalComportamento Emocional
Comportamento EmocionalTiago Malta
 
Medicinaeoespiritismo 091220141822-phpapp02
Medicinaeoespiritismo 091220141822-phpapp02Medicinaeoespiritismo 091220141822-phpapp02
Medicinaeoespiritismo 091220141822-phpapp02Alberto Barth
 
Medicina E O Espiritismo
Medicina E O EspiritismoMedicina E O Espiritismo
Medicina E O EspiritismoAndySans 2008
 
ELIZETH CORONA - MEDICINA E O ESPIRITISMO
ELIZETH CORONA - MEDICINA E O ESPIRITISMOELIZETH CORONA - MEDICINA E O ESPIRITISMO
ELIZETH CORONA - MEDICINA E O ESPIRITISMOguest9002b0
 
12 encontro espírita sobre medicina espiritual (celd)
12 encontro espírita sobre medicina espiritual (celd)12 encontro espírita sobre medicina espiritual (celd)
12 encontro espírita sobre medicina espiritual (celd)Ricardo Akerman
 
A base material dos sentimentos
A base material dos sentimentosA base material dos sentimentos
A base material dos sentimentosArgos Arruda Pinto
 

Similar a Divergências na análise do sistema límbico (20)

A logica da emocao manoelita dias dos santos
A logica da emocao   manoelita dias dos santosA logica da emocao   manoelita dias dos santos
A logica da emocao manoelita dias dos santos
 
A cura da esquizofrenia 1ed - Eric Campos Bastos Guedes
A cura da esquizofrenia 1ed - Eric Campos Bastos GuedesA cura da esquizofrenia 1ed - Eric Campos Bastos Guedes
A cura da esquizofrenia 1ed - Eric Campos Bastos Guedes
 
A Cura da Esquizofrenia 1ed - eric campos bastos guedes
A Cura da Esquizofrenia 1ed - eric campos bastos guedesA Cura da Esquizofrenia 1ed - eric campos bastos guedes
A Cura da Esquizofrenia 1ed - eric campos bastos guedes
 
Cérebro social
Cérebro social Cérebro social
Cérebro social
 
A lógica da emoção.pdf
A lógica da emoção.pdfA lógica da emoção.pdf
A lógica da emoção.pdf
 
AMIGDALA SEQUESTRO EMOCIONAL.ppt
AMIGDALA SEQUESTRO EMOCIONAL.pptAMIGDALA SEQUESTRO EMOCIONAL.ppt
AMIGDALA SEQUESTRO EMOCIONAL.ppt
 
Humanismo x Behaviorismo
Humanismo x BehaviorismoHumanismo x Behaviorismo
Humanismo x Behaviorismo
 
Humanismo x Behaviorismo
Humanismo x BehaviorismoHumanismo x Behaviorismo
Humanismo x Behaviorismo
 
Comportamento Emocional
Comportamento EmocionalComportamento Emocional
Comportamento Emocional
 
Medicinaeoespiritismo 091220141822-phpapp02
Medicinaeoespiritismo 091220141822-phpapp02Medicinaeoespiritismo 091220141822-phpapp02
Medicinaeoespiritismo 091220141822-phpapp02
 
Medicina e o_espiritismo
Medicina e o_espiritismoMedicina e o_espiritismo
Medicina e o_espiritismo
 
Medicina e o_espiritismo
Medicina e o_espiritismoMedicina e o_espiritismo
Medicina e o_espiritismo
 
Medicina E O Espiritismo
Medicina E O EspiritismoMedicina E O Espiritismo
Medicina E O Espiritismo
 
ELIZETH CORONA - MEDICINA E O ESPIRITISMO
ELIZETH CORONA - MEDICINA E O ESPIRITISMOELIZETH CORONA - MEDICINA E O ESPIRITISMO
ELIZETH CORONA - MEDICINA E O ESPIRITISMO
 
Medicina e o_espiritismo
Medicina e o_espiritismoMedicina e o_espiritismo
Medicina e o_espiritismo
 
Medicina e o espiritismo
Medicina e o espiritismoMedicina e o espiritismo
Medicina e o espiritismo
 
12 encontro espírita sobre medicina espiritual (celd)
12 encontro espírita sobre medicina espiritual (celd)12 encontro espírita sobre medicina espiritual (celd)
12 encontro espírita sobre medicina espiritual (celd)
 
Medicina e o Espiritismo
Medicina e o EspiritismoMedicina e o Espiritismo
Medicina e o Espiritismo
 
A base material dos sentimentos
A base material dos sentimentosA base material dos sentimentos
A base material dos sentimentos
 
( Apometria) alexandre d c lima - apometria cosmica # nivel basico
( Apometria)   alexandre d c lima - apometria cosmica # nivel basico( Apometria)   alexandre d c lima - apometria cosmica # nivel basico
( Apometria) alexandre d c lima - apometria cosmica # nivel basico
 

Más de Joao António Fernandes (14)

Tesão e afeto
Tesão e afetoTesão e afeto
Tesão e afeto
 
Esta sociedade está fora da realidade, mas é real.
Esta sociedade está fora da realidade, mas é real.Esta sociedade está fora da realidade, mas é real.
Esta sociedade está fora da realidade, mas é real.
 
Vontade e inconsciente
Vontade e inconscienteVontade e inconsciente
Vontade e inconsciente
 
Estímulos e processo neural - II Parte
Estímulos e processo neural - II ParteEstímulos e processo neural - II Parte
Estímulos e processo neural - II Parte
 
Civilização e culpa
Civilização e culpaCivilização e culpa
Civilização e culpa
 
Hipersensibilidade do corpo
Hipersensibilidade do corpoHipersensibilidade do corpo
Hipersensibilidade do corpo
 
Auto mutilação - Borderlines
Auto mutilação - BorderlinesAuto mutilação - Borderlines
Auto mutilação - Borderlines
 
Formação da consciência
Formação da consciência Formação da consciência
Formação da consciência
 
Milagres não acontecem
Milagres não acontecemMilagres não acontecem
Milagres não acontecem
 
Características borderlines
Características borderlinesCaracterísticas borderlines
Características borderlines
 
Energia e corpo
Energia e corpoEnergia e corpo
Energia e corpo
 
Tabu e proibições
Tabu e proibiçõesTabu e proibições
Tabu e proibições
 
Mini curso de formação
Mini curso de formaçãoMini curso de formação
Mini curso de formação
 
Construção do desejo
Construção do desejo Construção do desejo
Construção do desejo
 

Divergências na análise do sistema límbico

  • 1. Divergências na análise Se aceitamos a existência de um sistema nervoso periférico ( sistema límbico ), que muito embora se comunique com o sistema nervoso central, responde de forma autônoma como porta de entrada e saída de estímulos, nos é dado a perceber que será a sala de entrada para um mundo mais profundo, que não pode ser acessível de imediato. Este sistema periférico recolhe informação do exterior e de acordo com o mapa cerebral terá, por parte do corpo, uma resposta imediata de recusa, poderá mostrar-se indiferente, ou simplesmente os aceitar por reconhecer neles uma compatibilidade. Estamos a falar do sistema nervoso, mas igualmente dos neurônios de que são constituídos, a que Freud se refere em sua obra de forma insistente e ao mesmo tempo clara, transmitindo a ideia que alguns são permeáveis aos estímulos e outros não o serão, cuja finalidade vai no sentido de explicar a organização neural, que hoje a neurociência vem confirmar. A questão da penetrabilidade e impenetrabilidade pode ser entendida segundo a visão de um espaço exterior que mantêm uma relação com o corpo cujos estímulos atingem os sentidos, que perpassando a periferia se debate com a compatibilidade de sentidos adquiridos e registrados no corpo, ou sua incompatibilidade, derivando daí a autorização do próprio corpo para continuar sua viagem interior, ou simplesmente é criada uma barreira interior, cuja finalidade será rejeitar os estímulos que chegam e mostram ser incompatíveis com os sentidos registrados no interior de determinado corpo. No meio de tudo isto, devemos considerar um grau de valorização dos próprios registros do corpo, que implicam uma maior ou menor resistência à entrada de estímulos considerados adversos, ou incompatíveis. Quanto maior o grau de valorização dos registros do corpo ( Mapa cerebral – António Damásio ) maior será a resistência à invasão de estímulos considerados hostis, ou incompatíveis. Da organização cerebral somos levados à dinâmica, e por conseguinte à síntese como resposta. Sistema límbico Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Na superfície medial do cérebro dos mamíferos, o sistema límbico é a unidade responsável pelas emoções e comportamentos sociais. É uma região constituída de neurônios, células que formam uma massa cinzenta denominada de lobo límbico. Originou-se a partir da emergência dos mamíferos mais antigos. Através do sistema nervoso autônomo, ele comanda certos comportamentos necessários à sobrevivência de todos os mamíferos, interferindo positiva ou negativamente no funcionamento visceral e na regulamentação metabólica de todo o organismo. O sistema límbico tem formato de anel cortical e é um conjunto de estruturas do cérebro que são responsáveis primordialmente por controlar as emoções e secundariamente participa das funções de aprendizado e memória, podendo também participar do sistema endócrino. Localiza-se na parte medial do cérebro dos mamíferos. Palavras de incentivo, motivação, conselhos, em suma uma dinâmica de coisas prazerosas, que tendem a provocar uma satisfação do corpo, apresentam sua base de apoio numa parte dos neurônios que respondem a esses estímulos, designados por afeto. Por outro lado, outros neurônios são representados por cargas de afetação, como seja a angústia, a tristeza e o desprazer, como representantes de estímulos exteriores incorporados na infância, proveniente da formação infantil. Afeto e afetação caminham lado a lado no mesmo corpo, cujo acesso se faz através dos sentidos via neural, neurônios, que apresentam a missão de promover descargas elétricas e químicas para o corpo, para que este possa responder adequadamente. Pelo que nos é dado a perceber perante a organização neural, embora exista uma comunicação entre eles, todos eles funcionam de forma autônoma, o que nos faz pensar, que
  • 2. a excitação provocada em alguns, podem não ser comunicados a outros que não representem as mesmas características. Desse modo, a motivação, os conselhos, os incentivos, atuam numa parte do sistema nervoso, e tudo aquilo que possa provocar desprazer numa outra parte do sistema, porque se assim não fosse o corpo não conseguiria distinguir a satisfação da insatisfação e sucumbiria perante a realidade exterior. Nas terapias breves, tal como no Marketing, assistimos á exaltação das forças motivadoras, conferindo-lhe um grau de importância muito superior relativamente a práticas que possam conduzir à insatisfação e desprazer, o que provoca no sujeito que padece, e em alguns terapeutas a sensação de que a terapia está a funcionar. Afirmam alguns terapeutas que essas alterações de comportamento são provocadas por transformação neurobiológica proveniente da terapia que estão a usar, dando ênfase a um regresso daquele que padece ao bem estar emocional, quando apenas parece tratar-se de uma ilusão, que pode ser frustrada alguns dias depois, devido a alterações circunstancias de sua vivência diária. O paciente acredita que o alívio de suas dores e sofrimento possa corresponder ao seu equilíbrio emocional, e o terapeuta tende a criar a ilusão que assim é, deixando para trás o estudo e investigação, dado estar satisfeito com os resultados obtidos, tende a bater-se pela aparente realidade de sua prática. Tal ilusão só é rompida com as consequências posteriores que nos vem dizer, que afinal, não passou de limpar a ferida, em vez de a curar, em que os exemplos abundam e podem ser enunciados, mas que teimamos em ignorar. Podemos falar em transformação neurobiológica, mas devemos perceber se ela foi produzida por alterações de grau das forças em precisa, ou se conseguiu transformar seu conteúdo dinâmico, sendo a associação dos dois fatores que podem obstar a um desencadeamento da agressividade excessiva. Ou seja, valorizando uma através de um método de indução, a outra tende a ganhar menor importância, mas seus conteúdos organizados permanecem exatamente iguais, ou pelo menos semelhantes, ao que sempre foram. Por exemplo, em medicina, quando o paciente em estado terminal apresenta repentinas melhoras, suspeita-se sempre que a morte vem no dia seguinte, ou daí a poucas horas, o que infelizmente é fato comprovado na maioria dos casos. Que a aparente tranquilidade do esquizofrênico após um surto, pode apresentar resultados inesperados, como a tentativa de suicídio, o que nos leva a supor da existência de forças interiores que ainda não conseguimos dominar. O agressor não é a tempo inteiro agressivo, apresentando uma doçura e tranquilidade em sua prática diária, que alterna com práticas violadoras e de uma agressividade extrema em determinadas circunstâncias. Numa separação, aquele que parecia normal, tantas vezes vira monstro e atenta contra a vida de seu grande amor, objeto de seu desejo. Insistir na motivação é não curar a ferida a deixando aberta, o que coloca o sujeito perante o perigo da frustração e suas consequências, que pode levar á destruição dos outros ou de si mesmo. João António Fernandes Psicanalista Freudiano ANALIZZARE – Centro de Pesquisa e Estudo em Psicologia e Psicanálise