Logística reversa no setor de sucatas, 4/06/2012 - Apresentação de Fernando K...
ESTADO DA ARTE DA PRODUÇÃO DO CARVÃO VEGETAL NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - ROSANE A. FERREIRA BACHA, MARNEY PASCOLI CEREDA
1. 1
Estado da arte da produção do carvão vegetal no Estado de Mato
Grosso do Sul
Rosane A. Ferreira Bacha1
Marney Pascoli Cereda 2
RESUMO:
O trabalho apresenta o cenário da produção de carvão vegetal e seus aspectos de
sustentabilidade ambiental, política, social e econômica no Estado de Mato Grosso do Sul
(MS) em junho de 2013. De maneira específica objetivou-se averiguar a origem da lenha, as
fases do processo de pirolise do carvão vegetal, o aproveitamento de seus coprodutos como o
líquido pirolenhoso e os gases condensáveis e não condensáveis. Destaca-se a viabilidade de
respaldo mercadológico-sustentável quanto à sua função de agro combustível. Trata-se de
pesquisa descritiva e exploratória da bibliografia e entrevista com alguns dos atores da cadeia
produtiva, abrangendo os problemas da produção e o mercado do carvão vegetal como agro
combustível. Em Mato Grosso do Sul prevalece a modalidade dos fornos rudimentares,
também conhecidos como rabo quente, o que apresenta uma grande desvantagem, como:
queima parcial da madeira enfornada para gerar a energia exigida ao processo; parco
rendimento gravimétrico e eficiência energética; circulação de gases condensáveis nocivos à
sustentabilidade do meio ambiente; extenso processo de carbonização, em média de 8 a 12
dias com ínfima produtividade; não aproveitamento dos componentes gasosos combustíveis
(condensáveis e não condensáveis), concomitantemente o controle do processo é intrínseco a
habilidade do operador. O que indicou premência em investimentos tecnológicos para o setor,
no sentido de maximizar lucros, preservar o meio ambiente e a saúde dos trabalhadores.
Palavras-Chave: Pirólise, Combustão, Energia, Sustentabilidade
1
Doutoranda em Ciências Ambientais e Sustentabilidade Agropecuária/UCDB
2
Professora Pesquisadora do Programa de Doutorado em Ciências Ambientais e Sustentabilidade
Agropecuária, CeTeAgro/UCDB.
2. 2
ABSTRACT:
The paper presents the scenario of charcoal production and the aspects of sustainability on the
environmental, political, social and economic aspects in the Brazilian State of Mato Grosso do
Sul (MS) in June 2013. Specifically the paper aimed to determine the origin of the wood used
to produces charcoal, and the stages of pyrolysis, the utilization of its byproducts. The paper
highlights the feasibility of support-sustainable market as to its agro fuel function. It is a
descriptive and exploratory research of the literature and interviews with some of the actors in
the production chain, including the problems of production and marketing of vegetable
charcoal as fuel. In Mato Grosso do Sul yet prevailing the use of rudimentary ovens, which
presents a major drawback, as partial burning of wood put into the furnace to generate the
energy required to process; meager gravimetric yield and energy efficiency; production of
harmful of gases and condensable particles to environment sustainability; long term
carbonization process (8-12 days) with crappy productivity, not use of gaseous fuel
components (condensable and non-condensable) and control of the process based on the
ability of the operator. Because of its characteristics there is urgency to technological
investments for the sector, in order to maximize profits, preserve the environment and health
of workers.
Key words: Pyrolysis, Combustion, Energy, Sustainability
INTRODUÇÃO
O presente trabalho pretende estabelecer o cenário da cadeia de produção do carvão
vegetal, em seus aspectos de sustentabilidade ambiental; política; social e econômica, no
Estado de Mato Grosso do Sul (MS) em junho de 2013. De maneira específica objetivou-se
averiguar a origem da lenha, as fases do processo de pirolise do carvão vegetal, o
aproveitamento de seus coprodutos como o líquido pirolenhoso e os gases condensáveis e não
condensáveis. Destaca-se a viabilidade de respaldo mercadológico-sustentável quanto à sua
função de agro combustível.
As informações foram obtidas no ano e em junho de 2013. Trata-se de pesquisa
descritiva e exploratória da bibliografia e entrevista com alguns dos atores da cadeia
produtiva, abrangendo os problemas da produção e o mercado do carvão vegetal como agro
combustível. Simultaneamente, efetuou-se uma entrevista com o presidente SindiCARV/MS,
3. 3
órgão representativo da categoria. As informações foram posteriormente sistematizadas de
modo a permitir a análise e compreensão do cenário do carvão vegetal no Estado.
A pressão mundial por uma produção ecologicamente irrepreensível e autossustentável
tem aprofundado as pesquisas tecnológicas objetivando atender estes anseios, com
efetividade, também, no viés econômico. O fato destaca a necessidade premente de fomento
de novas tecnologias, sobretudo pelas excelentes condições que o carvão vegetal exibe como
opção de energia, tanto para a siderurgia quanto para outros segmentos industriais.
O Brasil é o maior produtor mundial de carvão vegetal e o setor siderúrgico seu
principal consumidor, tendo em vista que mais de dois terços dessa produção são destinados
às indústrias da siderurgia e metalurgia. Não obstante os exemplos mundiais de produção de
carvão vegetal, que incluem modernos processos industriais, de elevados índices
tecnológicos, no Brasil a produção segue sendo efetuada, em sua maioria, em fornos de
alvenaria (MEIRA, 2005).
Em Mato Grosso do Sul prevalece a modalidade dos fornos rudimentares, também
conhecidos como rabo quente, o que apresenta uma grande desvantagem, como: queima
parcial da madeira enfornada para gerar a energia exigida ao processo; parco rendimento
gravimétrico e eficiência energética; circulação de gases condensáveis nocivos à
sustentabilidade do meio ambiente; extenso processo de carbonização, em média de 8 a 12
dias com ínfima produtividade; não aproveitamento dos componentes gasosos combustíveis
(condensáveis e não condensáveis), concomitantemente o controle do processo é intrínseco a
habilidade do operador. O que indicou premência em investimentos tecnológicos para o setor,
no sentido de maximizar lucros, preservar o meio ambiente e a saúde dos trabalhadores.
REFERENCIAL TEÓRICO
Por quase cinco séculos a lenha, biomassa primária, se manteve como a fonte de
energia do Brasil. Em 1941 a madeira era responsável por 75% da energia consumida. A
partir daí houve um declínio de sua participação na matriz energética, em termos
quantitativos. Entretanto o consumo vem ampliando, registrando que há um mercado cativo
para a utilização da biomassa como fonte de energia a partir de florestas artificiais. O Brasil
detém hoje a mais efetiva tecnologia mundial para implementação, manuseio e exploração de
florestas plantadas (REZENDE, 2010).
A produção de ferro-gusa no Brasil tem como sustentáculos dois vértices
termorredutores - o carvão mineral (coque) e o carvão vegetal. O Brasil possui uma das
4. 4
maiores reservas de carvão mineral do mundo e apenas 13 países dispõem de reservas maiores
do que as suas. Entretanto, esses mesmos 13 países são também os maiores produtores
mundiais do minério, enquanto que a produção brasileira encontra-se apenas na 26ª posição.
Ou seja, o Brasil é o único país possuidor de grandes reservas que não se encontra entre os
maiores produtores mundiais de carvão mineral. O recurso de carvão mineral nacional é
expressivo também em termos energéticos. Como comparação, a energia dos recursos de
petróleo corresponde a 2,02x109
tep, enquanto a energia dos recursos de carvão mineral é de
7,04x109
tep. Logo, a quantidade de energia armazenada nos recursos de carvão é 3,5 vezes
maior que a energia dos recursos petrolíferos nacionais. O carvão mineral possui duas
aplicações principais no Brasil: utilização como combustível para geração de energia elétrica,
incluindo uso energético industrial, e utilização na siderurgia para produção de coque, ferro-
gusa e aço. Na atual taxa de utilização, as reservas provadas são suficientes para prover
carvão por mais de 500 anos. Verifica-se, contudo, que além de utilizar de forma modesta a
reserva de carvão nacional disponível, o país ainda importa carvão para uso siderúrgico,
principalmente da Austrália, Estados Unidos, Rússia, Canadá, Colômbia, Venezuela,
Indonésia e África do Sul, visto que o carvão nacional produzido não possui as propriedades
adequadas para este uso com as tecnologias atualmente em operação (CCGE, 2012) 3
.
Conforme relata Assef (2013), as reservas de minério de ferro de Mato Grosso do Sul
correspondem a 9,9% da reserva brasileira, equivalentes a 29,6 bilhões de toneladas. Além
disso, o Estado possui 2,93 bilhões de toneladas com teor médio de 55% de ferro, enquanto
Minas Gerais tem 79,7% das reservas ao teor médio de 51,4% e o Pará com 9,1% das
reservas, com teor médio de 67%. Em 2012, o Mato Grosso do Sul apresentou uma produção
equivalente a 6,38 milhões de toneladas de minério de ferro, o que representou 1,61% da
produção nacional, isto é, 395 milhões de toneladas. Contudo, ao contrário do desempenho
nacional em 2012, a produção de minério de ferro no Estado apresentou crescimento de
14,2% sobre o ano de 2011, enquanto, nacionalmente foi registrada queda de 1%. Ainda no
ano passado, a produção de minério de ferro em Mato Grosso do Sul alcançou o equivalente a
6,4 milhões de toneladas, representando 1,6% da produção nacional. Em valores, a produção
estadual atingiu a marca de R$ 964,6 milhões ou 1,4% do valor total da produção nacional.
No ano de 2010, segundo a Pesquisa Industrial Anual do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), Mato Grosso do Sul produziu 469,5 mil toneladas de ferro-gusa que,
em valores, representaram R$ 319,9 milhões ou 6,4% do valor total da produção nacional.
3
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos - Série Documentos Técnicos, nº 14
5. 5
A pressão pela produção ecologicamente correta e autossustentável tem dirigido a
busca por tecnologias que atendam estes anseios com efetiva economia. O carvão vegetal é
obtido a partir da pirólise (decomposição pelo calor) ou carbonização de madeira. O produto
resultante é o carvão, o liquido piro lenhoso e gases não condensáveis. Rotineiramente o
carvão é utilizado como combustível de aquecedores, lareira, churrasqueiras e fogões a lenha,
além de abastecer alguns setores industriais como as siderúrgicas. Quimicamente o carvão é
possui estrutura policíclica aromática, com alto grau de condensação. Possui uma estrutura
porosa permitindo que a água e os compostos voláteis contidos na madeira sejam eliminados,
deixando espaços vazios e, apresentando baixa densidade. Em sendo subproduto florestal e
resultante da pirólise da madeira, pode também ser conhecida como carbonização ou
destilação seca da madeira. Neste processo a madeira é aquecida em ambiente fechado, na
ausência ou presença de quantidades controladas de oxigênio, a temperaturas acima de 300
ºC, evaporando água, líquidos orgânicos, e gases não condensáveis, tendo o carvão como
resíduo (FONTES, 2005).
O processo de coqueificação é a “destilação” por pirólise ou decomposição térmica do
carvão mineral, em ausência de ar, que após a liberação da matéria volátil permite obter um
resíduo sólido, poroso e com grande quantidade de carbono. Durante o processo de
transformação do carvão mineral em coque, a temperatura média da mistura enfornada
permanece em torno de 1.300°C. A pirólise, carbonização ou ainda destilação seca da madeira
é conduzida em atmosfera sem oxigênio ou com parcela de oxigênio controlada e a
temperatura acima de 300 graus. Nestas condições gera o carvão vegetal e,
concomitantemente, matéria volátil parcialmente condensável.
O líquido piro lenhoso compõe-se de ácido piro lenhoso, uma solução aquosa de
ácidos acético e fórmico, metanol e alcatrão solúvel. Pode-se identificar três fases no processo
da Pirólise, divididas em Carbonização, onde se obtém o carvão vegetal, a Destilação, onde é
produzido o licor pirolenhoso e, finalmente a Gaseificação onde se pode obter o gás
combustível. Dentre os gases produzidos na pirólise os principais são: CO, CO2, H2, CH4,
vapor d’água, hidrocarbonetos gasosos e vapores de alcatrão, de metanol, de ácido acético e
do licor pirolenhoso. Esses produtos metabólicos, quando liberados na atmosfera, produzem
líquidos extremamente prejudiciais à sustentabilidade do meio ambiente (FONTES, 2005).
Em entrevista ao RURALCENTRO (2013) o Sr. Junior Ramires, Presidente da
Associação dos Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (REFLORE/MS) informa
6. 6
que o Estado de Mato Grosso do Sul destaca-se nacionalmente no setor de silvicultura,
sobretudo pela elevação de 23% na área plantada, registrado em 2012, quando o plantio de
eucalipto saltou de 500 mil para 612 mil hectares. O mesmo evidenciou que a
atividade florestal tem auxiliado a melhoria do meio ambiente, particularmente pelo fato de
que todo o plantio de eucalipto estar sendo efetuado em áreas degradadas. Esta elevação
configurou o investimento de R$ 600 milhões para o setor e ressaltou que muito ainda será
feito em todas as cadeias produtivas que envolvem a silvicultura. “Toda a área plantada com
eucalipto corresponde apenas 1,7% do território do nosso Estado, mas é preciso melhorar a
infraestrutura, permitindo a efetivação no escoamento da produção”. O Presidente descartou a
volta dos incentivos fiscais para o setor, enfatizando que o pleito do empresariado é por uma
desoneração na carga tributária, pois a expectativa é que até 2020 será possível chegar a um
milhão de hectares plantados, principalmente se a questão logística e a desoneração na carga
tributária acompanharem a lógica mercadológica de desenvolvimento no Estado. Dos 612 mil
hectares de área plantada, 68% estão ligadas às empresas que fazem parte da Reflore-MS:
Amata Brasil, Santa Mônica Reflorestamentos, Tramasul, Ramires Reflorestamentos, Niobe,
Eldorado Brasil, Fíbria, Corus Agroflorestal, Brasilwood, Cautex Florestal, Vetorial e Grupo
Mutum.
Mediante dados disponibilizados pela Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e
Consumidores de Florestas Plantadas (REFLORE/MS, 2013) a extensão de florestas
plantadas no Estado de Mato Grosso do Sul se encontra conforme, quadro 01, abaixo:
2011 2012* 2013**
Eucalipto - 476 mil hectares Eucalipto - 580 mil hectares Eucalipto - 690 mil hectares
Pinus - 12 mil hectares Pinus - 10 mil hectares Pinus - 8 mil hectares
Total - 488 mil hectares
Total - 590 mil hectares Total - 698 mil hectares
*em apuração **projeção
Quadro 01
A descoberta do carvão vegetal e seu uso como combustível data do primitivismo
quando, nas cavernas, ao fazer uso da madeira queimada, com aparência negra que podia ser
reduzida a fragmentos, o homem percebeu que esta não produzia chama nem fumaça e
7. 7
originava calor de maior intensidade que aquele produzido pela queima direta da madeira
(COLOMBO et. al, 2006). Mas foi no início da década de 1980 que o carvão vegetal adquiriu
importância estratégica, em virtude da crise mundial do petróleo que ocorreu no final da
década de 1970 (BRITO, 1990).
A produção do carvão vegetal no Brasil é realizada, na maioria das vezes, em fornos
de alvenaria rudimentares. Nesse sistema, o controle da carbonização ocorre sem qualquer
base de conhecimento, e sem recuperação dos voláteis, que acabam lançados no meio
ambiente (ALMEIDA e REZENDE, 1982, citado por GUIMARÃES NETO, et al, 2007). No
Estado de Mato Grosso do Sul, o processo de produção de carvão vegetal ainda permanece,
em sua maioria, na modalidade dos fornos rudimentares, também conhecidos como “rabo
quente”, o que representa grande desvantagem, em razão da queima parcial da madeira
enfornada para gerar a energia exigida ao processo, parco rendimento gravimétrico e
eficiência energética, circulação de gases condensáveis nocivos à sustentabilidade do meio
ambiente, demorado processo de carbonização em média de 8 a 12 dias, com ínfima
produtividade, não aproveitamento dos componentes gasosos combustíveis, tanto os
condensáveis como não condensáveis, e finalmente, o controle do processo é intrínseco a
habilidade do operador.
A pressão mundial por uma produção ecologicamente irrepreensível e autossustentável
tem aprofundado as pesquisas tecnológicas objetivando atender estes anseios, com
efetividade, também, no viés econômico. A prática rudimentar da produção de carvão vegetal
pode ser considerada prejudicial, com descarte de toneladas de componentes químicos na
atmosfera, pois no processo de carbonização aproveitam-se apenas de 30 a 40% da madeira na
forma de carvão vegetal (BRITO, 1990). O fato destaca a necessidade premente de fomento
de novas tecnologias, sobretudo pelas condições que o carvão vegetal exibe como opção de
energia, tanto para a siderurgia quanto para outros segmentos industriais.
Nos últimos vinte anos, o carvão vegetal, tem merecido maior ênfase na literatura
florestal mundial, por sua inserção na utilização doméstica, pela imagem social contestada
mediante seu processo de produção, em sua maioria desumano, e pela expectativa de um
combustível renovável. No Brasil, são raras as pesquisas no que tange a sua cadeia produtiva
e, as existentes não discorrem sobre o conjunto e o movimento da cadeia no âmbito dos intra e
interarranjos dos distintos agentes, envolvidos. O que se encontra são explanações focadas em
fluxo, sem qualquer informação detalhada nas etapas do processo de produção. A área da
8. 8
silvicultura, onde esta inclusa a produção de carvão vegetal é extensa, envolvendo diversas
ramificações e produtos finais como os produtos florestais não madeireiros a madeira para
diferentes finalidades. Um dos aspectos mencionados em estudos existentes registra como
dificuldades inerentes à cadeia, a matéria-prima florestal nativa ou plantada, gerando uma
diversidade enorme de produtos finais madeireiros, não madeireiros e os coprodutos, cada
qual com sua peculiaridade, tornando o arranjo mais intrincado ao longo das cadeias,
ampliando a resistência de identificação dos agentes atuantes, bem como suas inter-relações
(REZENDE, 2010).
O Brasil é o maior produtor mundial de carvão vegetal e o setor siderúrgico seu
principal consumidor, tendo em vista que mais de dois terços dessa produção são destinados
às indústrias da siderurgia e metalurgia. Não obstante os exemplos mundiais de produção de
carvão vegetal, que incluem modernos processos industriais, de elevados índices tecnológicos,
no Brasil a produção segue sendo efetuada, em sua maioria, em fornos de alvenaria (MEIRA,
2005). Esse sistema de produção de carvão vegetal é composto de fornos de alvenaria e argila,
chamados de fornos meia-laranja ou “rabo quente”, dos tipos fornos de “superfície” quando o
terreno é plano ou fornos de “encosta” quando em regiões de relevo acidentado. Esses fornos
podem carbonizar volumes de madeira que variam de 6 a 20 estéreos4
. Almejando a
otimização da carbonização foram criadas as retortas, equipamentos que aplicam a combustão
externa dos gases captados na própria carbonização para a geração de calor, permitindo maior
produtividade e qualidade, em um único equipamento (BRITO, 1990).
Os fornos para produção de carvão vegetal da modalidade “rabo quente” são
construídos somente com tijolos de barro cozido e argamassa (barro + areia + água). Seu
custo unitário é baixo e o forno rudimentar é de fácil manejo, uma vez que um carvoeiro pode
operar de sete a dez fornos simultaneamente, fazendo o trabalho de carga, carbonização,
barrela, descarga e limpeza. A jornada de trabalho começa com o carregamento do forno de
lenha e termina o descarregamento e depositado em área específica. A carbonização em
fornos desta modalidade oferece riscos a saúde e segurança do trabalhador, principalmente as
operações de carga e descarga, trabalho pesado, que amiúde transcorre em ambiente com
temperatura elevada, podendo causar danosos efeitos ao organismo, como irritação ocular e
nasal, dermatite, dores de cabeça, processo alérgico e outros (MINETTI, et al., 2007).
4
quantidade empilhada em metro cúbico (COLOMBO, 2006)
9. 9
Com a necessidade de agregar valor ao carvão vegetal para torná-lo competitivo com
outras fontes de energia, particularmente com o coque, as empresas florestais são forçadas a
buscar opções no sistema através de inovações tecnológicas a fim de obter maior
produtividade e qualidade do carvão vegetal (GUIMARÃES NETO, et al, 2007). Assim, as
expectativas para a agroindústria de carvão vegetal estão diretamente ligadas às do mercado
mundial de aço, visto que o Brasil exporta cerca de 40% da sua produção de aço bruto.
A literatura é farta sobre estudos direcionados aos valores que devem ser agregados ao
carvão vegetal desde a origem da madeira (nativa ou reflorestamento) a ser pirolisada até a
escolha de fornos a serem utilizados para maior efetividade de produção e qualidade de
excelência no carvão. Zuchi (2001) analisa a evolução dos sistemas de produção do carvão
vegetal, focando desde o sistema artesanal, com condições desumanas ao trabalhador, até o
sistema denominado integrado, que é praticado pelas empresas de reflorestamento, que
introduziram a mecanização do carregamento e descarregamento dos fornos e verificaram
melhorias na produção e nas condições de trabalho, assim como a redução dos efeitos
negativos ambientais. O autor também detectou que o setor de produção de carvão vegetal em
1988 foi responsável por 40.500 empregos diretos na produção de madeira nativa e 19.800 na
de madeira originária de reflorestamento. Esse cenário demonstra que um número
significativo de trabalhadores atua no sistema artesanal de produção, apesar das restrições
legais de desmatamento.
Guimarães Neto (2007) em análise sobre avaliação econômica e financeira de projetos
de fornos dos tipos Container Industrial e “retangular” com capacidade para 40 estéreos,
concluiu que os principais resultados foram a viabilidade econômica deste tipo de forno, o
controle do processo por meio da temperatura dos gases da carbonização e o estabelecimento
de um perfil térmico médio do forno. Todavia salientou que apesar das pesquisas existentes,
ainda havia escassez de conhecimento por parte dos investidores sobre as viabilidades
financeira e econômica para ambos os tipos de fornos.
Na comparação de análise de instalações e processos quanto aos aspectos técnicos e
econômicos, dois sistemas produtivos de carvão vegetal são possíveis, o sistema de
carbonização tradicional e de carbonização em fornos cilíndricos verticais. Colombo et al.,
(2006), na ânsia de encontrar uma modelagem sustentável, conseguiu detectar que o emprego
de fornos cilíndricos verticais, permite obter derivados úteis na carbonização além do carvão,
valendo-se para isso dos gases, dos vapores não condensáveis e os condensáveis da destilação,
10. 10
resultando na chamada “destilação seca”. Esse processo, além de necessário ao meio
ambiente, representa um estímulo à qualificação profissional e maior reflexão do setor. E
possível concluir por um lado, que o sistema de produção tradicional do carvão vegetal, pode
ser considerado arcaico em varias vertentes, tais como do ponto de vista social, pois os
trabalhadores são sujeitos, em sua maioria, ao trabalho sem registro em carteira, sem direito
aos benefícios legais, além das condições insalubres. Outro problema é a baixa devolutiva
econômica no modelo produtivo, em virtude das altas perdas resultantes da baixa eficiência
no processo. Destaca-se ainda a insustentabilidade ambiental, em razão do total descuido com
a preservação ambiental. Por outro prisma é preciso considerar que contribui para a
manutenção do desenvolvimento social, mediante a valorização da mão de obra, do
econômico, através do efetivo emprego da matéria prima adicionando valor financeiro ao
processo e finalmente do ambiental, caso seja operado sem maculação do meio ambiente,
mediante efetiva utilização de produtos e subprodutos de florestas plantadas, durante todo o
processo produtivo, concorrendo para o reconhecimento evolutivo do setor. Expressas as
viabilidades técnica e econômica, concluiu-se que a implementação do sistema de
carbonização em fornos cilíndricos verticais se mostrou agregadora de valor para o setor
carvoeiro e, com lastros para toda a sociedade brasileira.
Na proposição de pesquisa de avaliar a instrumentação térmica de fornos retangulares
destinados à produção de carvão vegetal, denominados RAC220, com capacidade individual
para produzir 30 toneladas de carvão por ciclo de carbonização (CARVALHO et al, 2012),
comprovaram que a instrumentação térmica deve ser utilizada para aprimorar e corrigir o
ciclo de carbonização, a fim de aumentar a produtividade e diminuir os custos. A pesquisa
permitiu visualizar que os perfis térmicos auxiliaram os carbonizadores na identificação de
irregularidades no processo e a corrigi-las em tempo real de produção.
Salienta-se que o desenvolvimento de tecnologias para controlar termicamente fornos
industriais é essencial no que tange a ampliação da produtividade, da qualidade do processo e
dos produtos finais, além de se vislumbrar lucros alviçareiros. Peculiarmente, em fornos de
produção de carvão vegetal, os cálculos sobre o grau de umidade da madeira, o período de
tempo necessário à secagem da mesma, o intervalo tempo entre a abertura e o fechamento das
chaminés, como também do passo a passo do processo produtivo, o tempo de pirólise e
resfriamento do carvão e, finalmente a padronização da carbonização, devem ser prioritários.
No entanto essas fases do processo são de árdua execução prática, dependendo
11. 11
exclusivamente da experiência prática dos carbonizadores, valendo-se hodierno como
indicador importante na construção da planilha de salários.
Estima-se que no Brasil, aproximadamente, 1/3 da produção de gusa e aço e que 50%
da produção de ferroligas utilizam o carvão vegetal como termorredutor. De acordo com o
Anuário 2009 da Associação Mineira de Silvicultura (AMS), o consumo de carvão vegetal no
país cresceu 42% entre 1997 e 2008, passando de 23,6 milhões de metros de carvão (mdc) 5
para 33,4 milhões, sendo que aproximadamente 40% desse total, foi produzido a partir de
madeira de florestas plantadas. Nesse cenário, compreende-se que a cadeia produtiva do
carvão deve ser analisada sob o olhar de um novo paradigma de negócios em que há forte
pressão sobre as empresas e órgãos governamentais por conta da globalização, da inovação
em tecnologias, da acirrada concorrência, da exuberante e escancarada demanda por
responsabilidade social e sustentabilidade ambiental. Diante de tamanha emergência há que
atuar técnica e cientificamente, visando o crescimento da oferta com mínimos impactos
ambientais com estabelecimento de normas sociais no diferencial de fabricação desse
valoroso produto. A rigor, é condição elementar informar-se do complexo inerente à produção
e a extensão de absorção de insumo florestal para se alicerçar as bases no que se refere a uma
administração sustentada da ocupação com o carvão vegetal e, somente após a posse desses
conhecimentos elaborar planos e diretrizes que objetivem o desenvolvimento sustentado para
o nicho do carvão vegetal (REZENDE, 2010).
Além de todas as incógnitas já citadas, a preocupação com a origem da madeira que
através da pirolise está se transformando em carvão vegetal, é uma realidade urgente.
Paradoxalmente ao número elevado de fabricação do produto final em âmbitos
estadual e nacional, a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF)
em seu 7º Anuário Estatístico/2012, registrou que o setor de florestas plantadas no Brasil em
2011 cresceu em Valor Bruto da Produção Florestal em contraponto a 2010, totalizando 53,91
bilhões de reais. O nível de emprego dos vários segmentos da cadeia produtiva primária
também cresceu e atingiu 4,73 milhões entre empregos diretos, indiretos e os decorridos ao
efeito-renda, mesmo diante das medidas de contenção do consumo interno, visando manter a
inflação dentro das metas pretendidas, colocadas pelo governo. Não obstante, a extensão de
área plantada em 2011 delineou, pela primeira vez na última década, uma inquietante
5
Unidade de medida para o carvão vegetal que equivale à quantidade de carvão que cabe em um metro cúbico
12. 12
paralisação quantificada em 6,5 milhões de hectares, que pode ser entendida pelos
impedimentos à aquisição de terras por empresas nacionais com maioria de fundo estrangeiro
e, simultaneamente quanto à procura pelos órgãos estaduais de licenciamento ambiental e aos
morosos prazos para a devolutiva dos processos respectivos. Corroborando essas perspectivas
o Ministério de Minas e Energia (MME) pontua o licenciamento ambiental de
empreendimentos hidrelétricos no Brasil sendo percebido como imenso obstáculo, resultando
em atrasos no desenvolvimento dos empreendimentos, condição essa resultante da parcial
falta de sinergia entre os marcos regulatórios dos setores ambiental e elétrico. No âmbito
ambiental, as regras do licenciamento mantêm-se essencialmente inalteradas desde suas
origens e os órgãos ambientais ainda não alcançaram um substancial aumento de aptidão
institucional. Contudo, mesmo sob esses extremos, o setor de florestas plantadas em 2011
conseguiu ainda assim ampliar seus indicadores de faturamento e geração de empregos,
revelando suas expressivas contribuições para a economia e o progresso do país (MME, 2008)
O estado de Mato Grosso do Sul (MS) detém é o maior produtor de carvão vegetal do
país, com produção de 359,3 mil toneladas, seguido do Maranhão, Minas Gerais e Piauí com,
respectivamente 339,7 mil/t, 156,5 mil/t e 137,7 mil/t. No estado o carvão vegetal é utilizado
em setores multivariados, como na indústria química, farmacêutica, construção civil,
majorando na produção do ferro gusa. Neste nicho de mercado o estado do Mato Grosso do
Sul é o 5º maior produtor de ferro gusa do país com cerca de 1 milhão de tonelada/ano. Sua
indústria já produz o suficiente para guarnecer inicialmente uma aciaria6
(PAINEL
FLORESTAL, 2013). O Estado já possuiu 300 empresas atuando no mercado do carvão,
gerando 25.000 empregos diretos e indiretos, na produção mensal de 400 mil MDC, sendo
que 200 mil MDC/mês eram enviados para outros estados, principalmente Minas Gerais
(sendo alíquota de 12% de ICMS). A partir do mês de julho/2011 a produção do MS declinou
para 200 mil MDC/mês no estado, e desse total 50 mil MDC/mês são enviados para outros
estados. Movimentou R$ 750 milhões de reais, representando 5% do PIB de Mato Grosso do
Sul, perfazendo uma arrecadação de R$ 60 milhões em ICMS por ano (SindCARV/MS,
2013).
A Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso do Sul (SEFAZ, 2013) divulgou
no Diário Oficial do Estado (DOE, 2013), em 11/04/2013, uma portaria quanto ao valor real
pesquisado do carvão vegetal. De acordo com a portaria, o carvão vegetal de uso doméstico
6
Equipamento usado para transformar o ferro gusa em aço.
13. 13
está cotado na operação interna em R$ 1,40 o quilo e o metro cúbico do produto tem preço
fixado em R$ 350,00. Já na operação interestadual o quilo é avaliado em R$ 0,93 e o metro
cúbico comercializado a R$ 232,50. No caso do carvão vegetal para uso industrial o quilo é
vendido por R$ 0,47. O metro cúbico é negociado a R$ 125, e a tonelada a 475,00.
METODOLOGIA
Este trabalho baseou-se em pesquisa bibliográfica descritiva e exploratória, que
respaldou o diagnóstico do processo de produção e, o mercado do carvão vegetal como agro
combustível. Simultaneamente, efetuou-se entrevista com o presidente do Sindicato das
Indústrias e dos Produtores de Carvão Vegetal de Mato Grosso do Sul (SindiCARV), órgão
representativo da categoria e, como forma de enriquecer a análise da literatura utilizada. As
informações foram posteriormente sistematizadas de modo a permitir a análise e compreensão
do cenário real do mercado do carvão vegetal no Estado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em entrevista com o Presidente do SindiCARV/MS, Sr. Marcos Brito, este declarou
que a burocracia tem feito com que mais de um milhão de metros cúbicos de madeira
apodreçam nas propriedades rurais do Estado, por falta de licença dos produtores para
transformarem um material que já está no chão em carvão vegetal, tão necessário na produção
de ferro-gusa. Os produtores reclamam da falta de estrutura do Instituto do Meio Ambiente de
Mato Grosso do Sul (IMASUL) na concessão das licenças ambientais para o funcionamento
das siderúrgicas. O setor apresentou um recuo de 46,66% nos últimos dois anos. Em 2011, o
setor arrecadava R$ 750 milhões, e hodierno arrecada R$ 400 milhões. O volume de carvão
vegetal disponível no mercado sul-mato-grossense é suficiente para abastecer as suas
siderúrgicas por no máximo 120 dias, colocando em risco a produção de ferro-gusa pela falta
da matéria-prima. Há seis altos-fornos no Estado, entretanto três estão parados e, com o
estoque lenhoso existente não se conseguirá atender a demanda no segundo semestre.
Enfatizou a ociosidade dos trabalhadores podendo se transformar em desemprego e, finalizou
evidenciando que, se a produção cessar, o Estado perderá em torno de 10 mil empregos
diretos e quase 15 mil indiretos, gerados pelo setor. Soma-se a isso o valor agregado do
carvão vegetal que rende mais R$ 400 milhões.
Contrapondo-se a esse cenário o secretário da Secretaria de Estado de Meio Ambiente,
do Planejamento da Ciência e Tecnologia (SEMAC), Sr. Carlos Alberto Menezes, garantiu
14. 14
não haver quaisquer indícios de redução da produção siderúrgica por falta de carvão,
afirmando que o rigor na emissão de licenças deve ser mantido, por tratar-se de uma questão
ambiental significativa, e revelou que o setor em questão foi o primeiro a ser informatizado
para dar celeridade aos processos de pedidos de licença ambiental. Concluiu que a cada ano o
Estado tem trabalhado para ampliar a velocidade nas concessões, e que os prazos para
verificação e fiscalização de análises diminuem anualmente. Na prática, tanto as indústrias
quanto os produtores de carvão vegetal valem-se dos restos de árvores e madeira de
propriedades rurais, que, por sua vez, são obrigadas por lei a darem destinos econômico e
ambiental à resultante do desmatamento para o aumento do volume de pastagens e lavouras.
“O material lenhoso é algo que já está no chão, em processo de deterioração, e o que se
precisa é tão somente dar-lhe um destino e/ou um aproveitamento. O carvão vegetal é usado
preponderantemente na produção de ferro-gusa e aço, cumprindo as funções de combustível
para gerar o calor necessário à operação do alto-forno da siderúrgica, e como agente químico
para retirar o oxigênio durante o processo. O presidente do SindiCARV também revelou que
na época da entrevista havia cerca de 466 processos com pedidos de licença ambiental que
aguardam respostas do IMASUL. As solicitações dizem respeito às Autorização Ambiental
para Carvoejamento (AAC), Licença de Operação (LO) e Licença de Instalação e Operação
(LIO). O ferro-gusa é a matéria-prima do aço, sua produção depende do desmatamento e
apenas uma pequena parte da madeira utilizada provém de áreas de reflorestamento, o restante
é proveniente de mata primária. A proposta do setor é se tornar autossustentável até 2018, ou
seja, manter a capacidade de produção vegetal apenas com madeira oriunda de floresta
plantada”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em Mato Grosso do Sul prevalece a modalidade dos fornos rudimentares, também
conhecidos como rabo quente, o que apresenta uma grande desvantagem, como queima
parcial da madeira enfornada para gerar a energia exigida ao processo, parco rendimento
gravimétrico e eficiência energética, circulação de gases condensáveis nocivos à
sustentabilidade do meio ambiente; extenso processo de carbonização, em média de 8 a 12
dias com ínfima produtividade; não aproveitamento dos componentes gasosos combustíveis
(condensáveis e não condensáveis). Concomitantemente o controle do processo é intrínseco a
habilidade do operador. Esses fatos tornam prementes os investimentos tecnológicos para o
setor, no sentido de maximizar lucros, preservar o meio ambiente e a saúde dos trabalhadores.
15. 15
Quanto à capacidade de produção, mediante a estrutura pesquisada, o setor caminha a
passos largos, pois têm toda a sua produção consumida pelo próprio Estado, eximindo-o da
necessidade de importação e, em contrapartida sacrificando-lhe a possibilidade de exportação,
o que impele a novos relacionamentos mercadológicos, muito bem-vindos a um Estado em
franca expansão.
As informações até o momento obtidas confirmam que a produção de carvão vegetal
no Mato Grosso do Sul esta intimamente relacionada às áreas de mineração e de produção de
energia a partir de matérias primas renováveis. Entretanto o sistema de produção artesanal
precisa ser melhorado para garantir melhor nível de vida e garantias aos produtores.
Para que a cadeia se estabilize em níveis de sustentabilidade é necessário garantir a
origem da madeira como de florestas plantadas ou uma forma de estabelecer a origem da
madeira nativa quando empregada, como forma de tornar transparente o atendimento a
legislação sobre preservação ambiental.
Finalmente e aos poucos será necessário organizar e especializar a mão de obra
envolvida na fabricação de carvão vegetal e introduzir tecnologias mais eficientes, que
incluam o aproveitamento e valorização dos coprodutos, como forma de reduzir o impacto no
meio ambiente e tonar a produtividade maior.
Concluiu-se que o assunto é extremamente extenso e profundo, não permitindo que o
trabalho em tela de cabo ao mesmo e, inspirando pesquisas futuras.
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