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NEICA - Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Criança e do Adolescente.
Blumenau/SC.
4º ENCONTRO
A criança como protagonista
Local: EBM Visconde de Taunay
Data: 16/05/2013; Horário: 18h30min.
Articuladoras: Maristela Pitz e João Altair
Conteúdo: O uso da fotografia como expressão dos mundos de vida das crianças.
Informações sobre o filme:
Título original:Born Into Brothels
Duração:85 minutos (1 hora e 25
minutos)
Gênero:Documentário
Direção:Zana Briski / Ross Kauffman
Ano:2004 País de origem:EUA
SINOPSE:Este ganhador do Oscar,
mostra a vida de crianças do bairro da Luz
Vermelha, em Calcutá. O aparente
enriquecimento da Índia deixa de lados os
menos favorecidos. Porém, ainda há
esperanças. Os documentaristas Zana
Briski e Ross Kauffman procuram essas
crianças e munido de câmeras fotográficas
pede para elas fazerem retratos de tudo
que lhes chamam a atenção. Os resultados
são emocionantes. E enquanto as crianças
vão descobrindo essa nova forma de
expressar, os cineastas lutam para poder
dar mais esperança, para as quais a
pobreza é a maior ameaça à realização dos sonhos.
Considerações e interrogações sobre o filme e a autonomia conceitual da infância e da
criança.
A Sociologia da Infância1
surge, na década de 80, em meio a grandes mudanças
sociais2
. Esta perspectiva teórica objetiva suscitar novos modos de olhar para a infância
e para a criança. Percebe-se que as crianças foram, por muito tempo, invisibilizadas nas
pesquisas sociais, o foco sempre recaia sobre as instituições responsáveis por sua
socialização (prioritariamente família e escola3
). Nestas pesquisas as crianças eram
representadas pela perspectiva adulta, ou seja, o olhar para com as crianças estava
carregado de pressuposições adultas de como era e de como deveria ser a realidade
social vivida por elas. A abordagem que centra o olhar sobre a criança a partir de
referenciais teóricos da psicologia, da pedagogia e da pediatria é também colocada em
cheque pela Sociologia da Infância, ou seja, a criança era vista, tão somente, pelos
processos pelos quais era submetida sendo estes referenciais teóricos, lente e medida
através do qual se avaliava o “normal” e o “anormal”, tendo como referencia uma
criança idealizada pela perspectiva capitalista e burguesa.
É a partir dos estudos sociais da infância que começa a prevalecer o
entendimento de que a infância é uma construção social (passível de mudanças,
conforme as estruturas sociais são modificadas) e não um dado natural; e que as
crianças são atores sociais (detentores de direitos como os demais atores adultos)4
. A
partir desta compreensão surge uma nova forma de olhar para as realidades sociais das
crianças, como afirma Pinto (1997, p. 24) é necessário “partir das crianças para o estudo
das realidades da infância”. Esta perspectiva é denominada pelos sociólogos da infância
(SARMENTO, PINTO, MARCHI, QVORTRUP) de “autonomia conceitual”. É o
estudo das crianças por elas mesmas, são elas as principais informantes sobre suas
vidas, “sem necessariamente fazer referência ao seu futuro, quando se tornarem adultas
(QVORTRUP, 2010, p. 4). A autonomia conceitual permite dar voz às crianças e
considerar suas perspectivas como válidas e confiáveis. É, além de dar voz, ouvi-las.
Pinto (1997), afirma que
1
Cohn (2005) informa que a partir da década de 60, conceitos chave da antropologia foram
avaliados e revistos, dentre eles os de sociedade e ação social. A sociedade não é mais vista
como uma totalidade a ser reproduzida, mas sim, um conjunto estruturado em constante
produção de relações e interações. O papel do indivíduo, ou seja, da ação social também foi
acrescido de novos valores. Se antes tínhamos o indivíduo representando papéis
determinados, agora temos atores sociais plenos, construindo seus papéis enquanto vivem em
sociedade. Estas revisões permitiram que se olhasse para as crianças de uma maneira
totalmente nova (p. 20 e 21).
2
Destacamos, dentre muitas outras: “[...] expansão das redes de conhecimento pondo em
circulação ideias novas e mais diversas em um ritmo cada vez mais acelerado, formas plurais
de vida familiar, padrões de consumo diversificados e mudanças na participação no mercado
de trabalho, no emprego e na economia global” (PROUT, 2010, p. 731).
3
Sociologia da Família e Sociologia da Educação.
4
Para uma maior compreensão da infância como construção social e da criança como ator
social ver SARMENTO e PINTO 1997, MARCHI, 2007, QVORTRUP 2010.
O olhar das crianças permite revelar fenômenos sociais que o olhar dos
adultos deixa na penumbra ou obscurece totalmente. Assim, interpretar as
representações sociais das crianças pode ser não apenas um meio de acesso à
infância como categoria social, mas às próprias estruturas e dinâmicas sociais
que são desocultadas no discurso das crianças (p.25).
A autonomia conceitual permite ver a criança como protagonista de sua
socialização e não como mero receptáculo das regras e valores adultos. É a partir do
viés interacionista5
que o conceito de Socialização é redefinido ganhando “nova
roupagem”, onde a criança passa a ser vista como ativa, neste movimento, é o que
Corsaro (2011) define como “reprodução interpretativa”, ou seja, a criança é afetada
pelo mundo social adulto e, neste processo, vai internalizando-o, interpretando-o e
ressignificando-o, a partir da sua forma específica que ver o mundo, as chamadas
“culturas infantis”.
Ferreira6
afirma que a criança sempre foi preocupação nos estudos da
Sociologia, no entanto sua emancipação epistemológica emerge com a Sociologia da
infância,
A preocupação em estudar a criança do ponto de vista da Sociologia não é
propriamente recente, basta pensar no conceito de socialização. O que é
novo, é uma inversão do olhar que, ao assumir a autonomia conceptual das
crianças e da infância, advoga que as suas culturas e relações sociais são
dignas de serem estudadas em si mesmas, no presente e não no seu futuro
como adultas, a partir da sua própria voz e não apenas através daquilo que os
adultos dizem delas.
Trata-se de colocar as crianças em equidade conceptual relativamente a
outros grupos ou categorias sociais, uma vez que se considera que elas são
seres activos na construção e determinação das suas vidas e dos que as
rodeiam, adultos e outras crianças.
Autonomia conceitual é também compreender que a criança vive outros tempos
e espaços que não apenas o da escola e da família e que, mesmo ao serem vistas dentro
destas instituições o objetivo é dar visibilidade ao que elas são às suas interações e aos
seus modos de construir seus mundos de vida.
Marchi (2007) esclarece que a resistência em reconhecer a autonomia conceitual
da infância e da criança pode ser comparada a recusa de autonomia conceitual que a
tempos atrás sofreram (e em alguns lugares do mundo ainda sofrem) outros atores
sociais, tais como, as mulheres, os negros, os índios, enfim as consideradas “minorias
sociológicas”.
No filme Nascidos em Bordéis, as crianças são levadas a representar seus
mundos de vida a partir da fotografia, é pelo ponto de vista das crianças que o universo
social do qual fazem parte é apresentado.
5
Tendo, como principais precursores os interacionistas simbólicos da Escola Sociológica de
Chicago e os estudos da fenomenologia social de Alfred Schütz.
6
Em entrevista concedida a Ricardo Jorge Costa para a revista eletrônica “A página da
Educação”.
Referências
CARVALHO, Virgínia Donizete de. BORGES, Livio de Oliveira. RÊGO, Denise
Pereira do. Interacionismo Simbólico: Origens, pressupostos e Contribuições aos
Estudos em Psicologia Social. Psicologia Ciencia e Profissa, 2010, 30 (1), p. 146-161.
COHN, Clarice. Antropologia da criança. Rio de Janeiro. Jorge Zahar, 2005.
Criança tem voz própria. A página da Educação nº 117. Entrevista com a prof.
Manuela Ferreira. Disponível em <http://www.apagina.pt/?
aba=7&cat=117&doc=9121&mid=2> Acessado em 07.05.2013.
MACHADO, Marina Marcondes. A fenomenologia da infância e a criança
mundocentrada. Disponíve lem:,http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=4153&secao=378> Acessado em 07.05.2013.
MARCHI, Rita de Cássia. A infância não reconhecida: as crianças “de rua” como
atores sociais. Anais do II Seminário Nacional Movimentos Sociais, Participação e
Democracia, UFSC, 2007.
MARCHI, Rita de Cássia. Gênero, infância e relações de poder: interrogações
epistemológicas. Cadernos Pagu (37), julho-dezembro2011:387-406.
Nascidos em Bordeis. Sinopse e informações técnicas. Disponível em:<
http://www.interfilmes.com/filme_16244_nascidos.em.bordeis.html> Acessado em
09.05.13.
PINTO, Manuel. A infância como construção social. In.: SARMENTO, M., PINTO,
M. As crianças e seus contexto. Portugal: Universidade do Minho, 1997.
QVORTRUP, Jens. A infância enquanto categoria estrutural. Revista Educação e
Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 631-643, maioago, 2010.

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A voz das crianças no documentário Nascidos em Bordéis

  • 1. NEICA - Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Criança e do Adolescente. Blumenau/SC. 4º ENCONTRO A criança como protagonista Local: EBM Visconde de Taunay Data: 16/05/2013; Horário: 18h30min. Articuladoras: Maristela Pitz e João Altair Conteúdo: O uso da fotografia como expressão dos mundos de vida das crianças. Informações sobre o filme: Título original:Born Into Brothels Duração:85 minutos (1 hora e 25 minutos) Gênero:Documentário Direção:Zana Briski / Ross Kauffman Ano:2004 País de origem:EUA SINOPSE:Este ganhador do Oscar, mostra a vida de crianças do bairro da Luz Vermelha, em Calcutá. O aparente enriquecimento da Índia deixa de lados os menos favorecidos. Porém, ainda há esperanças. Os documentaristas Zana Briski e Ross Kauffman procuram essas crianças e munido de câmeras fotográficas pede para elas fazerem retratos de tudo que lhes chamam a atenção. Os resultados são emocionantes. E enquanto as crianças vão descobrindo essa nova forma de expressar, os cineastas lutam para poder dar mais esperança, para as quais a pobreza é a maior ameaça à realização dos sonhos.
  • 2. Considerações e interrogações sobre o filme e a autonomia conceitual da infância e da criança. A Sociologia da Infância1 surge, na década de 80, em meio a grandes mudanças sociais2 . Esta perspectiva teórica objetiva suscitar novos modos de olhar para a infância e para a criança. Percebe-se que as crianças foram, por muito tempo, invisibilizadas nas pesquisas sociais, o foco sempre recaia sobre as instituições responsáveis por sua socialização (prioritariamente família e escola3 ). Nestas pesquisas as crianças eram representadas pela perspectiva adulta, ou seja, o olhar para com as crianças estava carregado de pressuposições adultas de como era e de como deveria ser a realidade social vivida por elas. A abordagem que centra o olhar sobre a criança a partir de referenciais teóricos da psicologia, da pedagogia e da pediatria é também colocada em cheque pela Sociologia da Infância, ou seja, a criança era vista, tão somente, pelos processos pelos quais era submetida sendo estes referenciais teóricos, lente e medida através do qual se avaliava o “normal” e o “anormal”, tendo como referencia uma criança idealizada pela perspectiva capitalista e burguesa. É a partir dos estudos sociais da infância que começa a prevalecer o entendimento de que a infância é uma construção social (passível de mudanças, conforme as estruturas sociais são modificadas) e não um dado natural; e que as crianças são atores sociais (detentores de direitos como os demais atores adultos)4 . A partir desta compreensão surge uma nova forma de olhar para as realidades sociais das crianças, como afirma Pinto (1997, p. 24) é necessário “partir das crianças para o estudo das realidades da infância”. Esta perspectiva é denominada pelos sociólogos da infância (SARMENTO, PINTO, MARCHI, QVORTRUP) de “autonomia conceitual”. É o estudo das crianças por elas mesmas, são elas as principais informantes sobre suas vidas, “sem necessariamente fazer referência ao seu futuro, quando se tornarem adultas (QVORTRUP, 2010, p. 4). A autonomia conceitual permite dar voz às crianças e considerar suas perspectivas como válidas e confiáveis. É, além de dar voz, ouvi-las. Pinto (1997), afirma que 1 Cohn (2005) informa que a partir da década de 60, conceitos chave da antropologia foram avaliados e revistos, dentre eles os de sociedade e ação social. A sociedade não é mais vista como uma totalidade a ser reproduzida, mas sim, um conjunto estruturado em constante produção de relações e interações. O papel do indivíduo, ou seja, da ação social também foi acrescido de novos valores. Se antes tínhamos o indivíduo representando papéis determinados, agora temos atores sociais plenos, construindo seus papéis enquanto vivem em sociedade. Estas revisões permitiram que se olhasse para as crianças de uma maneira totalmente nova (p. 20 e 21). 2 Destacamos, dentre muitas outras: “[...] expansão das redes de conhecimento pondo em circulação ideias novas e mais diversas em um ritmo cada vez mais acelerado, formas plurais de vida familiar, padrões de consumo diversificados e mudanças na participação no mercado de trabalho, no emprego e na economia global” (PROUT, 2010, p. 731). 3 Sociologia da Família e Sociologia da Educação. 4 Para uma maior compreensão da infância como construção social e da criança como ator social ver SARMENTO e PINTO 1997, MARCHI, 2007, QVORTRUP 2010.
  • 3. O olhar das crianças permite revelar fenômenos sociais que o olhar dos adultos deixa na penumbra ou obscurece totalmente. Assim, interpretar as representações sociais das crianças pode ser não apenas um meio de acesso à infância como categoria social, mas às próprias estruturas e dinâmicas sociais que são desocultadas no discurso das crianças (p.25). A autonomia conceitual permite ver a criança como protagonista de sua socialização e não como mero receptáculo das regras e valores adultos. É a partir do viés interacionista5 que o conceito de Socialização é redefinido ganhando “nova roupagem”, onde a criança passa a ser vista como ativa, neste movimento, é o que Corsaro (2011) define como “reprodução interpretativa”, ou seja, a criança é afetada pelo mundo social adulto e, neste processo, vai internalizando-o, interpretando-o e ressignificando-o, a partir da sua forma específica que ver o mundo, as chamadas “culturas infantis”. Ferreira6 afirma que a criança sempre foi preocupação nos estudos da Sociologia, no entanto sua emancipação epistemológica emerge com a Sociologia da infância, A preocupação em estudar a criança do ponto de vista da Sociologia não é propriamente recente, basta pensar no conceito de socialização. O que é novo, é uma inversão do olhar que, ao assumir a autonomia conceptual das crianças e da infância, advoga que as suas culturas e relações sociais são dignas de serem estudadas em si mesmas, no presente e não no seu futuro como adultas, a partir da sua própria voz e não apenas através daquilo que os adultos dizem delas. Trata-se de colocar as crianças em equidade conceptual relativamente a outros grupos ou categorias sociais, uma vez que se considera que elas são seres activos na construção e determinação das suas vidas e dos que as rodeiam, adultos e outras crianças. Autonomia conceitual é também compreender que a criança vive outros tempos e espaços que não apenas o da escola e da família e que, mesmo ao serem vistas dentro destas instituições o objetivo é dar visibilidade ao que elas são às suas interações e aos seus modos de construir seus mundos de vida. Marchi (2007) esclarece que a resistência em reconhecer a autonomia conceitual da infância e da criança pode ser comparada a recusa de autonomia conceitual que a tempos atrás sofreram (e em alguns lugares do mundo ainda sofrem) outros atores sociais, tais como, as mulheres, os negros, os índios, enfim as consideradas “minorias sociológicas”. No filme Nascidos em Bordéis, as crianças são levadas a representar seus mundos de vida a partir da fotografia, é pelo ponto de vista das crianças que o universo social do qual fazem parte é apresentado. 5 Tendo, como principais precursores os interacionistas simbólicos da Escola Sociológica de Chicago e os estudos da fenomenologia social de Alfred Schütz. 6 Em entrevista concedida a Ricardo Jorge Costa para a revista eletrônica “A página da Educação”.
  • 4. Referências CARVALHO, Virgínia Donizete de. BORGES, Livio de Oliveira. RÊGO, Denise Pereira do. Interacionismo Simbólico: Origens, pressupostos e Contribuições aos Estudos em Psicologia Social. Psicologia Ciencia e Profissa, 2010, 30 (1), p. 146-161. COHN, Clarice. Antropologia da criança. Rio de Janeiro. Jorge Zahar, 2005. Criança tem voz própria. A página da Educação nº 117. Entrevista com a prof. Manuela Ferreira. Disponível em <http://www.apagina.pt/? aba=7&cat=117&doc=9121&mid=2> Acessado em 07.05.2013. MACHADO, Marina Marcondes. A fenomenologia da infância e a criança mundocentrada. Disponíve lem:,http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php? option=com_content&view=article&id=4153&secao=378> Acessado em 07.05.2013. MARCHI, Rita de Cássia. A infância não reconhecida: as crianças “de rua” como atores sociais. Anais do II Seminário Nacional Movimentos Sociais, Participação e Democracia, UFSC, 2007. MARCHI, Rita de Cássia. Gênero, infância e relações de poder: interrogações epistemológicas. Cadernos Pagu (37), julho-dezembro2011:387-406. Nascidos em Bordeis. Sinopse e informações técnicas. Disponível em:< http://www.interfilmes.com/filme_16244_nascidos.em.bordeis.html> Acessado em 09.05.13. PINTO, Manuel. A infância como construção social. In.: SARMENTO, M., PINTO, M. As crianças e seus contexto. Portugal: Universidade do Minho, 1997. QVORTRUP, Jens. A infância enquanto categoria estrutural. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 631-643, maioago, 2010.