1. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Parte 2 – Modelos de Demanda
Agregada
Esta parte compõe-se de dois
capítulos (4 e 5) com distintos
modelos discutindo os
determinantes da demanda
agregada.
1
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Capítulo 4
Modelos simplificados de
determinação da renda
2
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Aula Anterior
CAPÍTULO 3 – Visão geral da evolução da
macroeconomia
3.1 A macroeconomia antes da Teoria Geral;
3.2 A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda;
3.3 Da Teoria Keynesiana à Síntese Neoclássica;
3.4 Os Monetaristas;
3.5 Os Novos Clássicos e os Novos-Keynesianos;
3.6 Os Pós-Keynesianos;
3.7 A Teoria do Desequilíbrio;
3.8 A Nova Teoria do Crescimento;
3.9 Os Modelos que serão desenvolvidos. 3
4. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Nesta Aula
CAPÍTULO 4 – Modelos macroeconômicos
simplificados de determinação de renda
4.1 A identidade dispêndio-renda;
4.2 A identidade dispêndio renda em valores reais;
4.3 A distinção entre investimento planejado e
realizado;
4.4 1º Modelo macroeconômico simplificado;
4.5 2º Modelo macroeconômico simplificado;
4.6 Limitações dos modelos macroeconômicos
discutidos até agora. 4
5. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Introdução
• A macroeconomia atém-se a duas questões
principais:
1a) O que determina o nível de produto efetivo em
relação ao produto potencial em um dado
período de tempo? Este é o problema da
determinação da renda.
2a) O que determina o nível e a taxa de crescimento
do produto de pleno emprego ou produto
potencial? Esta é a questão básica da Teoria do
Crescimento.
• Este curso se atém ao problema da determinação da
renda, ou seja, à primeira questão supramencionada. 5
6. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
A origem dos modelos simplificados
• Paul Samuelson propôs um modelo
macroeconômico simplificado (de fácil
visualização gráfica) que explicasse a
determinação do nível de produto de
equilíbrio e que evidenciasse o princípio
da demanda efetiva.
• Há diversas versões do modelo
simplificado e o curso apresenta duas
dessas versões.
6
7. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Hipóteses dos modelos
simplificados
(1) consideram apenas um dos mercados em que
a macroeconomia divide a economia, que é o
mercado de bens e serviços;
(2) o nível de preço é considerado como sendo
constante;
(3) o investimento privado é determinado fora do
modelo (ou seja, o investimento privado é
exógeno ao modelo);
(4) não consideram a presença de moeda em sua
análise. 7
8. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Utilidades dos modelos simplificados
• Os modelos simplificados permitem:
1. a demonstração do princípio da demanda
efetiva, ou seja, são variações da
demanda agregada que afetam o nível
de produto (ou renda) e não o inverso;
2. visualizar e quantificar o efeito
multiplicador de um aumento de gastos
autônomos sobre o produto de equilíbrio;
8
9. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Utilidades dos modelos simplificados
• Os modelos simplificados permitem:
3. analisar os efeitos, sobre o produto de
equilíbrio, de um aumento de gastos do
governo de mesma magnitude que o
aumento de arrecadação de impostos;
4. analisar os efeitos sobre o produto de
equilíbrio do aumento de propensão
marginal a poupar sobre a renda
disponível. 9
10. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
A identidade entre dispêndio e renda
Supondo Rf = 0, tem-se:
Y = C + Ir + G + (X – M) ótica do dispêndio
Y=C+S+T ótica da alocação
da renda gerada
Assim:
C + Ir + G + (X – M) Y C + S + T
Dispêndio Renda 10
11. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
A identidade entre dispêndio e renda
em valores reais
• Devido a inflação, o valor real é diferente do
valor nominal. Tem-se, por exemplo, y = Y/P.
• Assim, em termos reais surgem:
c ir g x m y c s t
Ou, subtraindo c em ambos os membros
ir g x m y c s t
11
12. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
A identidade entre dispêndio e renda
em valores reais
ir g x m y c s t
Produto final, em bens Parcela da renda
e serviços, não que não é
consumido pelas consumida =
famílias poupança social
12
13. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Determinantes do investimento
privado
ir g x m y c s t
Reagrupando as variáveis, tem-se:
ir s t g (m x)
Observe que o investimento privado tem que
ser igual à soma da poupança privada, do
superávit do governo (t – g) e do déficit em
transações correntes (m – x).
13
14. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Investimento planejado versus
investimento realizado
• Tem-se que: ir = ip + in
ir = investimento realizado
ip = investimento planejado. (Investimento
desejado pelas firmas no início do processo
de produção)
in = investimento não-planejado mas realizado.
(Investimento que ocorre no final do período)
• Por definição, tem-se:
ip = FBKF + VPE
ir = FBKF + VPE + VNPE
VPE = variação planejada em estoques
VNPE = variação não planejada em estoques 14
15. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Investimento planejado versus
investimento realizado
• No início do processo de produção:
c + ip + g + (x – m) = y = c + s +t (ex-ante ou planejada)
• No final do processo de produção:
c + ir + g + (x – m) y c + s +t (ex-post ou realizada)
• Se ip = ir, obtém-se a renda de equilíbrio, ye, igual ao
PIB de equilíbrio:
c + ip + g + (x – m) = ye = c + s +t
Demanda Agregada Produto
(yd) Agregado (yo) 15
16. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Investimento planejado versus
investimento realizado
• No início do processo de produção:
c + ip + g + (x – m) = y = c + s +t (ex-ante ou planejada)
• No final do processo de produção:
c + ir + g + (x – m) y c + s +t (ex-post ou realizada)
• Se ip = ir, obtém-se a renda de equilíbrio, ye, igual ao
PIB de equilíbrio:
c + ip + g + (x – m) = ye = c + s +t
• Subtraindo c em todos os membros:
ip + g + (x – m) = ye – c = s +t 16
17. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Primeiro modelo
macroeconômico simplificado
• Supõe-se, inicialmente, que ip, g, t, x e m são
dados à economia.
• O consumo depende da renda disponível, isto é:
c = f(y – t)
• Supondo que a função consumo seja linear:
c = a0 + a1·(y – t)
a0 = consumo mínimo da coletividade. Mesmo que (y –
t) = 0, a sociedade tem que consumir um mínimo
para sobreviver.
a1 = propensão marginal a consumir (PMgC) 17
18. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Primeiro modelo
macroeconômico simplificado
• A PMgC é o acréscimo no consumo para cada
unidade de acréscimo na renda disponível:
c acréscimo no consumo
a1 PMgC
y t acréscimo na renda disponível
18
19. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Primeiro modelo
macroeconômico simplificado
• A poupança no setor privado (s) é a parcela da
renda disponível não consumida:
s = (y – t) – c
s = (y – t) – a0 – a1·(y – t)
s = – a0 + (1 – a1)·(y – t)
em que:
(1 – a1) = propensão marginal a poupar (PMgS).
– a0 = montante da dívida do setor privado no nível
de renda disponível zero para garantir a
sobrevivência das famílias. 19
20. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Primeiro modelo
macroeconômico simplificado
• A PMgS é o acréscimo na poupança do setor
privado para cada unidade de acréscimo na
renda disponível:
s
1 a1
acréscimo na poupança do setor privado
PMgS
y t acréscimo na renda disponível
20
21. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Primeiro modelo
macroeconômico simplificado
• Nota-se que:
PMgS + PMgC = 1
• Logo:
0 < PMgS < 1
0 < PMgC < 1
21
22. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Primeiro modelo
macroeconômico simplificado
• Outros conceitos:
– Propensão Média a Consumir em relação
à renda total (PMC*) :
c
PMC*
y
– Propensão Média a Poupar em relação à
renda total (PMS*):
s
PMS *
y 22
23. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Primeiro modelo
macroeconômico simplificado
• Outros conceitos:
– Propensão Média a Consumir em relação
à renda disponível (PMC):
c
PMC
yd
– Propensão Média a Poupar em relação à
renda disponível (PMS):
s
PMS
yd 23
24. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Primeiro modelo
macroeconômico simplificado
• A PMC e a PMS varia ao longo do tempo. Para o
Brasil:
Qüinqüênio PMC PMS
1990 a 1994 0,72 0,28
1995 a 1999 0,74 0,26
2000 a 2003* 0,74 0,26
Nesse período, a propensão marginal a
consumir foi de 0,65. 24
25. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Igualdade entre a produção e a
demanda agregada
• Sabe-se que:
y0 = y = c + s + t
Produto Alocação
Agregado da Renda
Renda
yd = c + ip + g + x – m
Demanda Agregada
em Equilíbrio 25
26. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Equações de Equilíbrio
• 1ª equação de equilíbrio:
ye = c + ip + g + x – m
• 2ª equação de equilíbrio (alternativa):
c + ip + g + x – m = c + s + t
ip + g + x – m = s + t
Produto não consumido Poupança
pelas famílias Social
26
27. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Equações de Equilíbrio
• Tomando a 1ª equação de equilíbrio:
ye = c + ip + g + x – m
• Considere que ip, g, x, m e t sejam dados e
c = a0 + a1·(y – t) (comportamento)
• Substituindo a função consumo na equação de
renda de equilíbrio, tem-se:
ye = a0 + a1·(ye – t) + ip + g + x – m
27
28. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Equações de Equilíbrio
ye = a0 + a1·(ye – t) + ip + g + x – m
ye = a0 + a1·ye – a1·t + ip + g + x – m
ye·(1 – a1) = a0 – a1·t + ip + g + x – m
ye = 1 · (a0 – a1·t + ip + g + x – m)
1 – a1
Equação de determinação do PIB de Equilíbrio
28
29. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Exemplos
• Considere que c = 10 + 0,8·(y – t)
ip=10 g=5 t=5 x=6 m=5
ye=???
ye = 1 · (10 – 0,8· 5 +10 + 5 + 6 – 5)
1 – 0,8
ye = 110
29
30. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Exemplos
• Considere que c = 10 + 0,8·(y – t)
ip=11 g=5 t=5 x=6 m=5
ye=???
ye = 1 · (10 - 0,8· 5 +11 + 5 + 6 – 5)
1 – 0,8
ye = 115
Δip = 1 Δye = 5
30
31. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Igualdade produto = dispêndio
yd
yo = y d
45º
y
31
32. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Curva de dispêndio
c + ip + g + (x m)
yd
c + ip + g
a0 a1.t + ip + g + x m xm
g c + ip
a0 a1.t + ip + g
a0 a1.t + ip ip
c = (a0 a1.t) + a1.y
a0 a1.t
y
32
33. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Determinação do produto de equilíbrio
A variável de
ajuste é a Princípio da Demanda Efetiva
produção e
não o preço yo = yd
yd
F
in > 0
I E c+ip+g+(xm)
G
a0 a1.t + ip + g + x m in < 0
H
45º
y2 ye y1 y 33
34. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Determinação do produto de equilíbrio
• A condição de Equilíbrio é:
y0 = y = c + s + t
yd = c + ip + g + x – m
1ª Alternativa: y = c + ip + g + x – m
2ª Alternativa: ip + g + x – m = s + t
34
35. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Determinação do produto de equilíbrio
Sabe-se que:
s = – a0 + (1 – a1)·(y – t)
s + t = = – a0 + (1 – a1)·y – (1 – a1)·t + t
s + t = – a0 – t + a1·t + t + (1 – a1)·y
s + t = – a0 + a1·t + (1 – a1)·y
Intercepto
35
36. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Determinação do produto de equilíbrio
s+t s+t
F
ip+g+(xm)
I E in > 0
in < 0 G ip + g + (x m)
H
y2 ye y1 y
a0 + a1.t
36
37. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Efeitos do aumento da Parcimônia
sobre o nível de Renda
PMgS (1 – a1) a1
(1 – a1) = 0,3 a1 = 0,7
(1 – a1) = 0,4 a1 = 0,6
37
38. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Efeitos da parcimônia sobre a renda
s1 + t
s+t
ip + g + (x m) in > 0 s + t
0
F E
ip + g + (x m)
yf ye y
As retas s1 + t e s0 + t não são paralelas 38
39. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Efeitos da parcimônia sobre a renda
s1 + t
s+t
ip + g + (x m) s0 + t
F E
ip + g + (x m)
yf ye y
O que ocorre se ip for considerado uma
39
função direta da renda?
40. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Modelo Macroeconômico
Simplificado Alternativo
• Equações de Comportamento:
Ip = ip (y)
c = c (y-t)
s = s (y-t)
• Variáveis exógenas: g, x, m, t
40
41. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Modelo Macroeconômico
Simplificado Alternativo
s+t s1 + t s0 + t
ip + g + x – m
( s + t)0 E
( s + t)1 F ip + g + (x m)
yf ye y
Paradoxo da Parcimônia 41
42. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O multiplicador de Despesas
Autônomas
s+t s+t
ip + g + (x m)
H
ip1 + g + (x m)
ip>0 E
ip0 + g + (x m)
ye yh y
A razão y é o multiplicador do investimento
i
Efeitos do aumento do investimento planejado. 42
43. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O multiplicador de Despesas
Autônomas
• Multiplicador = Δy/Δip
y y y h
1 e
1 s t a 0 a1 t 1 a1 y
ip ip ip 0
tg
s t
tg 1 a1
y
y 1 1 1
ip 1 a1 PMgS 1 PMgC 43
44. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O multiplicador de Despesas
Autônomas
• Multiplicador = Δy/Δip
y 1 1 1
ip 1 a1 PMgS 1 PMgC
Sabe-se que 0 < PMgS < 1, portanto, o
multiplicador >1
44
45. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Etapas do Raciocínio do Multiplicador
Etapa Dispêndio Renda
1ª R$ 10 milhões (investimento) 10 milhões
2ª PMgC · 10 milhões (consumo) PMgC · 10 milhões
3ª (PMgC)2 · 10 milhões (consumo) (PMgC)2 · 10 milhões
4a (PMgC)3 · 10 milhões (consumo) (PMgC)3 · 10 milhões
(···) 45
48. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Teorema do Orçamento Equilibrado
O que ocorre se g for aumentado na mesma
magnitude que t for aumentado?
g = t = z
g tem efeito imediato sobre o nível de
demanda agregada.
t tem efeito imediato sobre a renda
disponível, mas apenas a parcela PMgC·t terá
o efeito multiplicador da renda. 48
49. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Teorema do Orçamento Equilibrado
1
g = z > 0 y1 g Sendo y1 > 0
1 PMgC
PMgC
t = z > 0 y 2 t Sendo y2 < 0
1 PMgC
1 PMgC
y y1 y 2 g t
1 PMgC 1 PMgC
49
50. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Teorema do Orçamento Equilibrado
1 PMgC
y y1 y 2 g t
1 PMgC 1 PMgC
Mas g = t = z
Logo:
1 PMgC
y g g z
1 PMgC
50
51. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Orçamento Equilibrado
O teorema do orçamento equilibrado diz que
se houver aumento nos gastos do governo
no mesmo valor que ocorrer aumento de
tributos, haverá aumento idêntico na renda
de equilíbrio.
Advertência: o teorema do orçamento
equilibrado só ocorre no 1º Modelo
Macroeconômico Simplificado.
51
52. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Produto de Pleno Emprego
Produto de pleno emprego é o máximo
produto que a economia pode gerar com
alocação econômica de seus recursos
disponíveis.
52
53. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Produto de Pleno Emprego
s+t s+t
ip + g + (x m)
E
ip + g + (x m)
ye yp y
Políticas para aumentar o produto de equilíbrio:
53
54. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Produto de Pleno Emprego
• Para ser atingido o pleno emprego, será
necessário deslocar a reta [ip + g + (x – m)] para
cima e/ou a reta (s + t) para baixo e para direita.
• Várias medidas podem ser tomadas
isoladamente ou em conjunto, tais como:
1. ip, g, x
2. t, m
• Para tanto, o governo pode atuar sobre as
políticas monetária, fiscal e cambial.
54
55. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
1º Modelo Macroeconômico
Simplificado
y = c + ip + g + x – m
ou Condição de
ip + g + x – m = s + t equilíbrio
Sendo
c = c(y – t)
e Equações de
s = s(y – t) comportamento
Em que
ip, g, x, m e t são valores determinados exogenamente.
55
56. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
1º Modelo Macroeconômico
Simplificado
y = c + ip + g + x – m
ou Condição de
ip + g + x – m = s + t equilíbrio
Sendo
c = c(y – t)
e Equações de
s = s(y – t) comportamento
Em que
ip, g, x, m e t são valores determinados exogenamente.
Modelo com três equações e três variáveis endógenas
(y, c e s) tem solução matemática. 56
57. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
2º Modelo Macroeconômico
Simplificado
• Até agora, t = cte.
• Suponha t = t (y)
t t (y)
y 57
58. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
2º Modelo Macroeconômico
Simplificado
Função Consumo:
c = c [y – t (y)]
Função Poupança Privada:
s = s [y – t (y)]
58
59. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
2º Modelo Macroeconômico
Simplificado
y = c + ip + g + x – m
ou Condição de
ip + g + x – m = s + t equilíbrio
Sendo
c = c[y – t(y)]
s = s[y – t(y)] Equações de
t = t(y) comportamento
Em que
ip, g, x, e m são valores determinados exogenamente. 59
60. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
2º Modelo Macroeconômico
Simplificado
y = c + ip + g + x – m
ou Condição de
ip + g + x – m = s + t equilíbrio
Sendo
c = c[y – t(y)]
s = s[y – t(y)] Equações de
t = t(y) comportamento
Em que
ip, g, x, e m são valores determinados exogenamente.
Modelo com quatro equações e quatro variáveis
endógenas (y, c, s e t) tem solução matemática. 60
61. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
2º Modelo Macroeconômico
Simplificado
Duas questões a serem respondidas:
1) O multiplicador de gastos autônomos é
idêntico ao modelo anterior? Se ele não
for, ainda continua sendo maior que 1?
2) Ainda continua válido o teorema do
orçamento equilibrado? Se ele não for, o
que ocorre com a renda se Δg = Δt?
61
62. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
2º Modelo Macroeconômico
Simplificado
t’ = taxa marginal de tributação
dt y
t'
dy
dt y t'dy
Se ocorrerem funções lineares, dy y
62
64. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
2º Modelo Macroeconômico
Simplificado
• Em resumo, para um aumento Δy:
1) Aumento do tributo: Δt = t’Δy
2) Aumento da poupança privada:
Δs = s’ (1 – t’)Δy
3) Aumento da poupanca social
Δ(s + t) = Δs + Δt
= s’(1 – t’) Δy + t’Δy
= Δy [s’ (1 – t’) + t’]
64
65. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
2º Modelo Macroeconômico
Simplificado
Δ(s + t) = Δy [s’ (1 – t’) + t’] =Δy [s’ – s’t’ + t’ ]
= Δy [s’ + t’ (1 – s’) ]
Em resumo:
Δ(s + t) = [s’ + t’ (1 – s’) ] Δy
Δ(s + t) / Δy = s’ + t’ (1 – s’)
Tangente da inclinação da função
poupança social no 2o modelo 65
66. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
2º Modelo Macroeconômico
Simplificado
No 1º Modelo Macroeconômico Simplificado:
1) O t é dado. Portanto, quando varia a renda, Δt = 0
2) Δs = s’Δy. O acréscimo na poupança social é igual
ao da poupança privada
3) Acréscimo da poupança social
Δ(s + t) = Δs +Δt = s’Δy + 0, Portanto,
Δ(s + t) = s’Δy ,
Δ(s + t) / Δy = s’
Tangente da inclinação da função
poupança social no 1o modelo 66
67. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
2º Modelo Macroeconômico
Simplificado
s+t s [y t(y)]+ t(y)
s (y t ) + t
Δ(s + t) / Δy = s’ + t’ (1 – s’)
y
Δ(s + t) / Δy = s’
Curvas de poupança social.
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68. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O Multiplicador de Gastos
Autônomos
s[y t(y)] + t(y)
s+t
ip + g + (x m) s (y t ) + t
F G ip1 + g + (x m)
E ip0 + g + (x m)
y0 y2 y1 y
Multiplicador do investimento 68
69. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
O Multiplicador de Gastos
Autônomos
1º MMS:
Δy/ Δip = 1/(1 – PMgC) = (y1 – y0)/ (ip1 – ip0)
2º MMS:
Δy/ Δip = (y2 – y0)/ (ip1 – ip0)
O multiplicador do 1º MMS é maior que o
multiplicador do 2º MMS.
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70. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Fórmula do Multiplicador de
Gastos Autônomos
2º MMS:
Δy/ Δip = 1/ tgσ
tgσ= Δ(s + t)/ Δy = s’+ t’ (1 – s’)
Multiplicador = 1 / [s’+ t’ (1 – s’) ]
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71. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Multiplicador de Gastos
Autônomos
• 1º MMS: 1/(1 – PMgC) = 1/ s’
1 / [s’+ t’ (1 – s’) ] < 1/ s’
Será que é maior que 1?
1 / [s’+ t’ (1 – s’) ] > 1
Sabe-se que 0 < s’ < 1
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72. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Multiplicador de Gastos
Autônomos
• 1º MMS: 1/(1 – PMgC) = 1/ s’
1 / [s’+ t’ (1 – s’) ] < 1/ s’
Será que é maior que 1?
1 / [s’+ t’ (1 – s’) ] > 1
[s’+ t’ (1 – s’) ] < 1
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73. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Multiplicador de Gastos
Autônomos
t’ (1 – s’) < 1 – s’
t’ < (1 – s’) / (1 – s’), t’ < 1
Para o multiplicador de gastos autônomos do 2º MMS
ser maior que 1, é necessário:
1) 0 < s’ <1 É o que ocorre, pois não é socialmente e
politicamente correto que, para cada R$ 1
2) t’ < 1 a mais de renda, o governo arrecade mais
de R$ 1 em tributos adicionais.
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74. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Multiplicador de Gastos
Autônomos
• O multiplicador de gastos autônomos é:
Δy/ Δip = 1 / [s’+ t’ (1-s’) ]
• Esse mesmo multiplicador continua se ao
invés de aumento de investimento
privado ocorrer aumento dos gastos do
governo. Isto é: Δy/ Δg = 1 / [s’+ t’ (1-s’) ]
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75. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Modificações das alíquotas de
Tributos
• Considere variações de alíquotas de
tributos (t) e não do total de tributos (t).
• Inicialmente, tem-se a alíquota de t’0 = 0,18
• Agora, passa-se a ter t’1 = 0,20
Δt = t’1 – t’0 = 0,02
Δt > 0 Δyd = - Δt y0
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76. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Modificações das alíquotas de
Tributos
Se Y0 = 2000
t’0 = 0,18 yd0 = 1640
t’1 = 0,20 yd1 = 1600
Δyd = - 40
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77. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Modificações das alíquotas de
Tributos
• Considere que o governo aumente a
arrecadação de (Δt y0 ) e automaticamente
aumente seus gastos em (Δt y0 )
Δy1 = multiplicador . (- c’Δt y0)
Δy1 = 1 . [- (1 – s’) Δt y0]
s’+ t’ (1-s’)
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79. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Modificações das alíquotas de
Tributos
(1- c’) Δt y0
Δy = Δy1 +Δy2 =
s’+ t’ (1-s’)
Como s’ <1
s’+ t’ (1-s’)
Δy < Δt y0
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80. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Limitações dos modelos
macroeconômicos já discutidos
• Considerou-se apenas o mercado de produto, não
analisando os mercados de
moeda, títulos, trabalho e divisa;
• Os dois modelos supõem preço sendo constante
e o investimento sendo determinado fora do
modelo. Além disso, os modelos discutidos não
levam em conta a presença de moeda;
• Foi suposto que nenhuma mudança tecnológica
ocorre no período de análise;
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81. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Limitações dos modelos
macroeconômicos já discutidos
• O estoque físico-produtivo de fator capital
também é constante. Os investimentos feitos não
alteram a capacidade de produção, pois não se
completam.
• A função consumo é muito simples. Pode-se
incluir outras variáveis afetando o consumo
privado (taxa de juros, expectativas de preços e
de renda, distribuição de renda, entre outras).
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82. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Próxima Aula
CAPÍTULO 5 – Modelo IS-LM para uma
economia fechada
5.1 Determinação da curva de demanda agregada;
5.1.1 A curva IS – O equilíbrio no mercado de produto;
5.1.2 A curva LM – o equilíbrio no mercado moedas e
títulos;
5.1.3 Equilíbrio simultâneo nos mercados de produto e
de moeda;
5.1.4 A curva de demanda agregada;
5.1.5 Política fiscal e monetária. 82
83. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Referências Bibliográficas
• BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e
Aplicações à Economia Brasileira. Campinas: Alínea, 2006
• BLANCHARD, O. Macroeconomia: teoria e política
econômica. 2 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
• BRANSON , W.H. e LITVACK, J.M. Macroeconomia, São
Paulo: Habra, 1978.
• DORNBUSCH, R. & FISCHER, S. Macroeconomia. 5a
edição. São Paulo: Makron/Mcgraw-Hill, 1991.
• RIZZIERI, J.A.B. Teoria da determinação da renda. In: PINHO,
D. Manual de economia. São Paulo: Saraiva, 1988.
• SAMUELSON, P. Introdução à análise econômica. Rio de
Janeiro: Agir, 1968
• MANKIW, N.G. Macroeconomia: Rio de Janeiro: LTC, 2004.
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