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Ano IV    ::   Número 45       ::    Junho de 2011

                                                            Maio de                 Consumo na Rede            Mercado Livre
                           Consumo de Energia Elétrica       2011                       TWh     Var.%            TWh      Var.%
                                                          No mês               ▲         35,2    2,8     ▲         9,3     6,4
                                     Brasil
                                                          Em 12 meses          ▲        421,8    5,6     ▲       109,5     25,8



         CRESCIMENTO DO CONSUMO DE ELETRICIDADE É SUSTENTADO
          PELAS FAMÍLIAS E PELO SETOR DE COMÉRCIO E SERVIÇOS
O consumo nacional de energia       CONSUMO INDUSTRIAL                                 CONSUMO COMERCIAL

elétrica somou 35.221 gigawatts
                                    CRESCIMENTO DO CONSUMO                             SEGMENTO REGISTRA O
-hora (GWh) em maio de 2011,
                                    INDUSTRIAL É BAIXO NO SU-                          MAIOR CRESCIMENTO DO
ficando 2,8% acima do mesmo
mês de 2010. No acumulado do        DESTE                                              MÊS DE MAIO
ano, o consumo total aponta pa-     O consumo de energia elétrica pelo                 Entre os principais segmentos do
ra um aumento de 3,8% e, em 12      setor industrial totalizou 15.168 GWh              mercado, a classe comercial regis-
meses, de 5,6%.
                                    em maio de 2011, aumentando 1,0%                   trou o maior aumento do mês de
O consumo industrial registrou
o menor crescimento do ano con-     em relação ao ano passado. O baixo                 maio, com taxa de 6,0%. A expan-
dicionado por fatores conjuntu-     crescimento foi condicionado pelo                  são foi puxada pelo desempenho
rais como incidentes em planta      desempenho negativo no Nordeste                    no Sul (10,0%) e pelo Centro-
no Nordeste e base de compara-
ção elevada no Sudeste.             (-4,0%) e pelo tímido incremento no                Oeste (11,0%), enquanto no Nor-

Entre as principais classes de      Sudeste (1,2%). O Centro-Oeste, ao                 deste observou-se estabilidade do
consumo, a comercial registrou      contrário, registrou elevação expres-              consumo (taxa de -0,1%).
o maior crescimento em maio,        siva do consumo, com taxa de 16,9%.
com taxa de 6,0%. O consumo                                                                                Leia mais na pág. 2
residencial, por sua vez, aumen-                          Leia mais da pág. 2          EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
tou 5,0%, sendo responsável por
1,3 p.p da taxa global.                                                                POSSIBILIDADES DE ECO-
                                    CONSUMO RESIDENCIAL
Regionalmente, a maior expan-                                                          NOMIA DE ENERGIA NAS RE-
são de demanda ocorreu no Cen-      APESAR DA ALTA REDUZIDA                            SIDÊNCIAS COM SISTEMAS
tro-Oeste, com 8,6%, puxada pe-     NO NORTE E NORDESTE, CON-                          DE AQUECIMENTO SOLAR
lo forte desempenho das classes     SUMO RESIDENCIAL EXPANDE                           O uso de aquecedores híbridos de
industrial (16,9%) e comercial      5,0% EM MAIO
(11,0%). O Nordeste, por outro                                                         água — equipamento que combina
                                    O consumo de energia elétrica nas
lado, apresentou decréscimo do                                                         as vantagens do aquecimento so-
consumo total (-1,2%), decor-       residências     brasileiras         totalizou
                                                                                       lar direto com as do chuveiro elé-
rente do desempenho negativo        9.141 GWh em maio de 2011, um au-
do segmento industrial.                                                                trico — em 20% das residências
                                    mento de 5,0% em relação ao mesmo
Estes resultados foram apura-                                                          da região Sudeste permitiria pou-
                                    mês de 2010. O Sudeste liderou essa
dos na pesquisa mensal realiza-                                                        par o equivalente à geração anual
da pela EPE junto aos agentes       expansão, com taxa de 5,7%, enquan-
                                                                                       de uma usina hidrelétrica com
que atuam no país. As estatísti-    to no Norte e no Nordeste o consumo
cas do consumo por região e por                                                        capacidade de 400 MW, ou ainda
                                    apresentou modestos crescimentos,
classe de consumidores são a-                                                          adiar investimentos em geração
presentadas integralmente no        respectivamente de 1,3% e 2,7%.
                                                                                       de energia de R$ 1,4 bilhão.
quadro da página 4.
                                                          Leia mais na pág. 2
                                                                                                           Leia mais na pág. 3
COMÉRCIO E
INDÚSTRIA                                 RESIDÊNCIAS                             SERVIÇOS
O consumo industrial de energia elé-      O consumo residencial de energia        O consumo comercial nacional
trica em maio totalizou, no país,         elétrica totalizou, em maio de 2011,    de energia elétrica totalizou o
15.168 GWh, valor 1,0% superior ao        9.141 GWh, ficando 5,0% acima do        montante de 5.998 GWh em maio
do mesmo mês de 2010.                     mesmo mês de 2010.                      de 2011, registrando acréscimo
                                          O Sudeste liderou essa expansão, sen-   de 6,0% em relação a igual mês
O Nordeste impactou bastante o re-                                                de 2010.
sultado global, com taxa no mês de -      do responsável por 3,0 p.p da taxa
4,0%. Em Alagoas, o consumo decres-       global, crescendo 5,7% no mês.          O comportamento desse segmen-
ceu 41% na comparação com o ano                                                   to se assemelha ao da classe resi-
                                          O destaque foi o Rio de Janeiro, com
passado, reflexo, principalmente, da                                              dencial, com resultados modestos
                                          incremento da ordem de 11%, em
parada temporária da unidade da                                                   no Norte e no Nordeste em con-
                                          grande parte devido às temperaturas
Braskem após acidente ocorrido em                                                 trapartida a elevações mais signi-
                                          elevadas (acima da média histórica)
suas instalações. Em maio, o consumo                                              ficativas no Sudeste, Sul e Centro-
                                          na segunda quinzena de abril, perío-
dessa indústria foi quase 50% menor                                               Oeste.
                                          do contemplado no faturamento de
que o seu consumo médio mensal.
                                          maio.                                   No Nordeste, inclusive, o consu-
Simulando-se a retirada do consumo                                                mo foi praticamente o mesmo do
                                          Por outro lado, o consumo residencial
de Alagoas da estatística do Nordeste                                             ano passado (variação de -0,1%).
                                          no Norte e no Nordeste expandiu
obtém-se uma alteração da taxa regi-                                              Pernambuco, cujo consumo co-
                                          pouco, com taxas respectivas de 1,3%
onal no mês dos -4,0% para -1,3%.                                                 mercial representa cerca de 20%
                                          e 2,7%.
                                                                                  do consumo comercial regional,
A Bahia seguiu com variação negativa                                              apresentou variação negativa,
                                          No Nordeste, houve antecipação do
na comparação com o ano 2010 (taxa                                                com taxa de -1,5%. Ceará, Rio
                                          período chuvoso para maio. Com isso,
de -8,6%), causada pelo fechamento                                                Grande do Norte e Alagoas tam-
                                          a temperatura média nos estados
da planta da Novelis (alumínio primá-                                             bém acusaram retração do consu-
                                          nordestinos foi predominantemente
rio) no estado.                                                                   mo frente a 2010 (taxas respecti-
                                          mais baixa na comparação com o ano
O Sudeste, responsável por 55% do         passado, explicando um consumo me-      vas de -4,9%, -3,0%, -2,1%) e, nos
consumo industrial nacional, também       nor de eletricidade nas residências.    demais estados, os aumentos fo-
exerceu forte influência no resultado     Assim foram observadas variações        ram     tímidos,   entre     1,5%
global, crescendo apenas 1,2% em          negativas do consumo em Pernambu-       (Maranhão) e 4,6% (Sergipe).
maio, sendo o Rio de Janeiro o maior      co (-1,2%), Rio Grande do Norte (-
                                          0,9%) e Alagoas (-4,6%) e crescimen-    No Sul, o consumo comercial a-
responsável pelo desempenho, com                                                  pontou expressivo crescimento
variação negativa da ordem de 6%.         to muito baixo no Ceará (1,3%). Jun-
                                          tos, esses estados representam quase    de 10,0% em maio. O Paraná vol-
Trata-se de uma base de comparação        47% de todo o consumo residencial       tou a ser destaque, anotando taxa
bastante elevada, pois em maio de         do Nordeste.                            mensal de 14,3%. O resultado é
2010 uma grande indústria siderúrgi-                                              reflexo, também, do ajuste no pe-
ca iniciou parada para manutenção         No Sul, o consumo residencial ampli-    ríodo de faturamento dos consu-
em sua unidade geradora, passando a       ou 5,6%, basicamente devido ao re-      midores atendidos pela distribui-
puxar da rede elétrica de distribuição.   sultado observado no Paraná: 14,2%.     dora local.
                                          Trata-se de um efeito pontual, moti-
A região Centro-Oeste registrou au-       vado pela mudança do sistema de         No Centro-Oeste o consumo co-
mento da ordem de 17% para o con-         gestão de consumidores, que provo-      mercial expandiu 11,0%, o maior
sumo industrial em maio. Goiás, que       cou alongamento no período de fatu-     crescimento entre as regiões. To-
concentra aproximadamente 50% do          ramento para adaptação do novo sis-     dos os estados registraram au-
consumo industrial da região, ampli-      tema.                                   mento, com as taxas variando en-
ou o consumo em 23% no mês, refle-                                                tre 7,4% (Mato Grosso) e 13,4%
tindo, em grande parte, a agregação       No acumulado do ano, o consumo          (Distrito Federal).
do consumo de mineradora que en-          residencial em nível nacional susten-
trou em operação em meados de             ta expansão de 4,4%, puxada pelo
2010, portanto não compondo a base        Sudeste que, nesta comparação, a-               SISTEMA SIMPLES
de comparação. Pelo mesmo motivo,         ponta aumento de 5,1%.                    Em julho a EPE iniciará novo
o estado se destaca no dado acumula-                                                ciclo de coleta das projeções
do do ano, com taxa próxima dos 1-                                                 decenais dos agentes do setor
4%.                                                                                            elétrico.



                                                         2
MAIOR ECONOMIA DE ENERGIA NAS RESIDÊNCIAS COM
                   SISTEMAS HÍBRIDOS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA
O consumo residencial de energia         aumento no consumo. Em qualquer           mento em que se usa o chuveiro
elétrica no Brasil ainda se encontra     caso, parte do ganho de eficiência é      “inverno” ou “verão”) e a potência
em um patamar relativamente baixo        consumida com aumento do conforto         do chuveiro em cada uma dessas
se comparado ao de outros países. A      e do uso dos serviços oferecidos por      posições, e fazendo ainda suposi-
explicação para isto está, em grande     tais equipamentos, o que significa que    ções complementares, como núme-
medida, no nível de renda da popu-       não haverá necessariamente redução        ro de banhos por dia, número de
lação brasileira. Assim, sempre que      do consumo de energia, ou pelo me-        pessoas na residência, duração mé-
se observa, por um lado, aumento na      nos não na proporção que poderia          dia de um banho, número de horas
renda da população — especialmen-        sugerir o aumento da eficiência.          (ou dias) de insolação por ano, po-
te quando associado a sua melhor                                                   de-se calcular um potencial de eco-
                                         Cada residência brasileira já consu-
distribuição — observa-se, por ou-                                                 nomia de energia por residência de
                                         miu,     em    média,   algo     como
tro, elevação no consumo de energia                                                33 kWh/mês se um aquecedor so-
                                         180 kWh/mês. Isso se deu até o racio-
elétrica nos lares nacionais. De fato,                                             lar híbrido fosse usado em substi-
                                         namento vivenciado em 2001, quando
seja no período do Plano Cruzado,                                                  tuição aos chuveiros elétricos do
                                         o consumo médio mensal despencou
seja durante o Plano Real, e especi-                                               domicílio. O valor calculado equi-
                                         para 130 kWh. O espanto se justifica
almente no período mais recente,                                                   vale a uma redução de 19% do con-
                                         porque uma casa de dois cômodos,
quando a economia brasileira vem                                                   sumo médio mensal de uma resi-
                                         mais uma cozinha e um banheiro, e-
apresentando crescimento sustenta-                                                 dência na região Sudeste, que cor-
                                         quipada com uma simples geladeira
do, com reflexos na expansão do                                                    responde a uma economia de
                                         de uma porta, uma televisão, um ferro
emprego e da renda, é possível veri-                                               R$ 9,20 na conta de energia elétri-
                                         elétrico, um chuveiro elétrico e três
ficar a ocorrência de ciclos de ex-                                                ca.
                                         lâmpadas eficientes, consome em mé-
pansão do consumo residencial de
                                         dia 100 kWh/mês. Aliás, foi pouco         É verdade que não seria possível
energia elétrica. Com relação ao pe-
                                         maior que isso o consumo médio            substituir todos os chuveiros elé-
ríodo mais recente, o cenário geral
                                         mensal de uma residência na região        tricos da região Sudeste. Há dificul-
de inflação controlada e a expansão
                                         Nordeste em 2010. Desde o raciona-        dades de toda ordem: unidades
da oferta de crédito, que tem propi-
                                         mento, e principalmente nos últimos       residenciais que não estão prepa-
ciado condições de financiamento
                                         anos, pelas razões expostas, esse con-    radas para outro tipo de aqueci-
aceitáveis para a maioria da popula-
                                         sumo vem subindo progressivamente,        mento de água e restrições de es-
ção, também contribuem para o au-
                                         chegando hoje, em termos médios           paço para instalação de coletores
mento do consumo residencial de
                                         nacionais, a 155 kWh/mês.                 solares e reservatórios térmicos
energia elétrica, decorrente do mai-
or acesso a bens e serviços domésti-     Não obstante o quadro descrito, que       são exemplos de algumas dessas
cos.                                     indica haver, por um lado, um grande      dificuldades. Mas, admitindo que
                                         potencial de crescimento do consumo       20% das residências da região Su-
De acordo com a última edição da                                                   deste que usam chuveiro elétrico
                                         de energia elétrica nas residências,
Pesquisa Nacional por Amostra de                                                   para aquecimento de água pudes-
                                         devido ao efeito renda mencionado,
Domicílios (PNAD) elaborada pelo                                                   sem substituí-lo por um aquecedor
                                         há, por outro lado, potencial para re-
IBGE, em 2009, 95,7% dos domicí-                                                   solar híbrido, estima-se que a ener-
                                         duzir parte deste consumo, ou, em
lios brasileiros tinham televisão,                                                 gia total economizada seria equiva-
                                         outras palavras, o seu ritmo de cresci-
93,4% tinham geladeira e 44,3%                                                     lente à geração anual de uma usina
                                         mento. Uma das possibilidades é o
tinham lavadora de roupas. Além                                                    hidrelétrica com 400 MW de capa-
                                         uso de aquecedores solares híbridos
destes eletrodomésticos constantes                                                 cidade, ou a investimentos em ge-
                                         de água para banho, que combinem as
da PNAD, é possível constatar ex-                                                  ração de energia de R$ 1,4 bilhão.
                                         vantagens do aquecimento solar dire-
pansão nas vendas de equipamentos                                                  Nesse cenário, seriam evitadas e-
                                         to da água com as vantagens do chu-
em geral, como condicionadores de                                                  missões de 1,3 milhões de tonela-
                                         veiro elétrico.
ar, computadores, telefones celula-                                                das de CO2 por ano (na equivalên-
res etc. É verdade que muitos desses     Apenas para efeito de raciocínio, tome    cia com as emissões de uma terme-
equipamentos têm sido ofertados ao       -se como referência a região Sudeste,     létrica a gás natural). ∆
mercado em versões progressiva-          onde, de acordo com pesquisa realiza-
mente mais eficientes em termos do       da pela Eletrobras/Procel (2005), 91-
consumo de energia. Porém, o cres-       % das residências aquecem água para
cimento da renda e da oferta do cré-     banho usando o chuveiro elétrico,
dito possibilitam, muitas vezes, a       sendo que, desse universo, apenas 7%
substituição dos equipamentos exis-      o mantêm desligado, independente-
tentes por modelos de maior porte e      mente da estação do ano (isto é, pre-
potência, e a aquisição de novos,        ferem sempre o banho frio). Conside-
contribuindo para o aumento da           rando outras informações úteis dessa
posse média, com o consequente           pesquisa (como posição de chavea-


                                                         3
ESTATÍSTICA DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (GWh)
                                                 EM MAIO                               ATÉ MAIO                                        12 MESES
    REGIÃO/CLASSE
                                      2011        2010      %                  2011         2010           %                   2011         2010          %
 BRASIL                             35.221 34.277           2,8             178.003 171.457                 3,8              421.823 399.636               5,6
 RESIDENCIAL                           9.141       8.709     5,0               47.132       45.159           4,4              109.187 104.032              5,0
 INDUSTRIAL                          15.168 15.025           1,0               74.659       72.214           3,4              181.923 170.526              6,7
 COMERCIAL                             5.998       5.658     6,0               31.260       29.566           5,7               70.864       67.379         5,2
 OUTROS                                4.914       4.885     0,6               24.953       24.518           1,8               59.849       57.700         3,7
                                                           CONSUMO TOTAL POR SUBSISTEMA
 SISTEMAS ISOLADOS                         570       557     2,4                 2.795          2.704        3,4                 6.927        7.494       -7,6
 NORTE INTERLIGADO                     2.462       2.374     3,7               11.942       11.489           3,9               28.971       27.369         5,9
 NORDESTE                              4.869       4.997    -2,5               24.452       24.582          -0,5               59.435       57.036         4,2
 SUDESTE/C.OESTE                     21.432 20.638           3,8             108.237 103.057                 5,0              255.973 240.010              6,7
 SUL                                   5.888       5.712     3,1               30.578       29.624           3,2               70.517       67.727         4,1
                                                                   REGIÕES GEOGRÁFICAS
 NORTE                                 2.227       2.177    2,3               10.932       10.477           4,3                26.692       25.049         6,6
 RESIDENCIAL                               486       479     1,3                 2.383          2.336        2,0                 5.970        5.542        7,7
 INDUSTRIAL                            1.162       1.117     4,1                 5.746          5.345        7,5               13.666       12.756         7,1
 COMERCIAL                                 294       285     3,1                 1.420          1.374        3,4                 3.537        3.308        6,9
 OUTROS                                    285       295    -3,5                 1.382          1.423       -2,8                 3.519        3.443        2,2
 NORDESTE                              5.888       5.959    -1,2              29.317       29.289           0,1                71.218       68.205         4,4
 RESIDENCIAL                           1.660       1.616     2,7                 8.392          8.045        4,3               19.631       18.190         7,9
 INDUSTRIAL                            2.400       2.499    -4,0               11.638       12.174         -4,4                29.052       28.634         1,5
 COMERCIAL                                 871       871    -0,1                 4.453          4.290        3,8               10.469         9.875        6,0
 OUTROS                                    958       973    -1,5                 4.834          4.780        1,1               12.066       11.507         4,9
 SUDESTE                             18.838 18.238          3,3               95.782       91.376           4,8              226.383 213.157               6,2
 RESIDENCIAL                           4.857       4.595     5,7               25.263       24.047           5,1               57.896       55.682         4,0
 INDUSTRIAL                            8.425       8.325     1,2               41.911       40.046           4,7              102.371       94.217         8,7
 COMERCIAL                             3.311       3.122     6,1               17.416       16.430           6,0               39.142       37.446         4,5
 OUTROS                                2.244       2.197     2,2               11.191       10.852           3,1               26.974       25.812         4,5
 SUL                                   5.888       5.712    3,1               30.578       29.624           3,2                70.517       67.727         4,1
 RESIDENCIAL                           1.425       1.350     5,6                 7.551          7.347        2,8               17.325       16.797         3,1
 INDUSTRIAL                            2.544       2.540     0,2               12.433       11.992           3,7               30.016       28.368         5,8
 COMERCIAL                             1.023         930    10,0                 5.493          5.179        6,1               12.046       11.429         5,4
 OUTROS                                    896       892     0,4                 5.101          5.106       -0,1               11.130       11.133         0,0
 CENTRO-OESTE                          2.380       2.191    8,6               11.394       10.691           6,6                27.013       25.498         5,9
 RESIDENCIAL                               714       670     6,6                 3.543          3.384        4,7                 8.365        7.820        7,0
 INDUSTRIAL                                636       544    16,9                 2.931          2.657      10,3                  6.818        6.551        4,1
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 Fonte: Comissão Permanente de Análise e Acompanhamento do Mercado de Energia Elétrica - Copam/EPE. Dados preliminares.




                                                                   Coordenação Geral                            Equipe Técnica
                                                                   Mauricio Tiomno Tolmasquim                   Carla da Costa Lopes Achão
                                                                   Amílcar Gonçalves Guerreiro
                                                                                                                (coordenação de Economia e Estatística)
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                                                                   Coordenação Executiva                        Inah Rosa Borges de Holanda
 Publicação da Diretoria de Estudos                                Ricardo Gorini de Oliveira                   José Manuel David
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Escritório Central: Av.Rio Branco, 1 11º andar                                                          Esta Resenha pode ser obtida em <www.epe.gov.br/mercado>
CEP 20090 003—Rio de Janeiro—RJ Brasil                                          4

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Crescimento do consumo de energia elétrica é sustentado pelas famílias e setor de serviços

  • 1. Ano IV :: Número 45 :: Junho de 2011 Maio de Consumo na Rede Mercado Livre Consumo de Energia Elétrica 2011 TWh Var.% TWh Var.% No mês ▲ 35,2 2,8 ▲ 9,3 6,4 Brasil Em 12 meses ▲ 421,8 5,6 ▲ 109,5 25,8 CRESCIMENTO DO CONSUMO DE ELETRICIDADE É SUSTENTADO PELAS FAMÍLIAS E PELO SETOR DE COMÉRCIO E SERVIÇOS O consumo nacional de energia CONSUMO INDUSTRIAL CONSUMO COMERCIAL elétrica somou 35.221 gigawatts CRESCIMENTO DO CONSUMO SEGMENTO REGISTRA O -hora (GWh) em maio de 2011, INDUSTRIAL É BAIXO NO SU- MAIOR CRESCIMENTO DO ficando 2,8% acima do mesmo mês de 2010. No acumulado do DESTE MÊS DE MAIO ano, o consumo total aponta pa- O consumo de energia elétrica pelo Entre os principais segmentos do ra um aumento de 3,8% e, em 12 setor industrial totalizou 15.168 GWh mercado, a classe comercial regis- meses, de 5,6%. em maio de 2011, aumentando 1,0% trou o maior aumento do mês de O consumo industrial registrou o menor crescimento do ano con- em relação ao ano passado. O baixo maio, com taxa de 6,0%. A expan- dicionado por fatores conjuntu- crescimento foi condicionado pelo são foi puxada pelo desempenho rais como incidentes em planta desempenho negativo no Nordeste no Sul (10,0%) e pelo Centro- no Nordeste e base de compara- ção elevada no Sudeste. (-4,0%) e pelo tímido incremento no Oeste (11,0%), enquanto no Nor- Entre as principais classes de Sudeste (1,2%). O Centro-Oeste, ao deste observou-se estabilidade do consumo, a comercial registrou contrário, registrou elevação expres- consumo (taxa de -0,1%). o maior crescimento em maio, siva do consumo, com taxa de 16,9%. com taxa de 6,0%. O consumo Leia mais na pág. 2 residencial, por sua vez, aumen- Leia mais da pág. 2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA tou 5,0%, sendo responsável por 1,3 p.p da taxa global. POSSIBILIDADES DE ECO- CONSUMO RESIDENCIAL Regionalmente, a maior expan- NOMIA DE ENERGIA NAS RE- são de demanda ocorreu no Cen- APESAR DA ALTA REDUZIDA SIDÊNCIAS COM SISTEMAS tro-Oeste, com 8,6%, puxada pe- NO NORTE E NORDESTE, CON- DE AQUECIMENTO SOLAR lo forte desempenho das classes SUMO RESIDENCIAL EXPANDE O uso de aquecedores híbridos de industrial (16,9%) e comercial 5,0% EM MAIO (11,0%). O Nordeste, por outro água — equipamento que combina O consumo de energia elétrica nas lado, apresentou decréscimo do as vantagens do aquecimento so- consumo total (-1,2%), decor- residências brasileiras totalizou lar direto com as do chuveiro elé- rente do desempenho negativo 9.141 GWh em maio de 2011, um au- do segmento industrial. trico — em 20% das residências mento de 5,0% em relação ao mesmo Estes resultados foram apura- da região Sudeste permitiria pou- mês de 2010. O Sudeste liderou essa dos na pesquisa mensal realiza- par o equivalente à geração anual da pela EPE junto aos agentes expansão, com taxa de 5,7%, enquan- de uma usina hidrelétrica com que atuam no país. As estatísti- to no Norte e no Nordeste o consumo cas do consumo por região e por capacidade de 400 MW, ou ainda apresentou modestos crescimentos, classe de consumidores são a- adiar investimentos em geração presentadas integralmente no respectivamente de 1,3% e 2,7%. de energia de R$ 1,4 bilhão. quadro da página 4. Leia mais na pág. 2 Leia mais na pág. 3
  • 2. COMÉRCIO E INDÚSTRIA RESIDÊNCIAS SERVIÇOS O consumo industrial de energia elé- O consumo residencial de energia O consumo comercial nacional trica em maio totalizou, no país, elétrica totalizou, em maio de 2011, de energia elétrica totalizou o 15.168 GWh, valor 1,0% superior ao 9.141 GWh, ficando 5,0% acima do montante de 5.998 GWh em maio do mesmo mês de 2010. mesmo mês de 2010. de 2011, registrando acréscimo O Sudeste liderou essa expansão, sen- de 6,0% em relação a igual mês O Nordeste impactou bastante o re- de 2010. sultado global, com taxa no mês de - do responsável por 3,0 p.p da taxa 4,0%. Em Alagoas, o consumo decres- global, crescendo 5,7% no mês. O comportamento desse segmen- ceu 41% na comparação com o ano to se assemelha ao da classe resi- O destaque foi o Rio de Janeiro, com passado, reflexo, principalmente, da dencial, com resultados modestos incremento da ordem de 11%, em parada temporária da unidade da no Norte e no Nordeste em con- grande parte devido às temperaturas Braskem após acidente ocorrido em trapartida a elevações mais signi- elevadas (acima da média histórica) suas instalações. Em maio, o consumo ficativas no Sudeste, Sul e Centro- na segunda quinzena de abril, perío- dessa indústria foi quase 50% menor Oeste. do contemplado no faturamento de que o seu consumo médio mensal. maio. No Nordeste, inclusive, o consu- Simulando-se a retirada do consumo mo foi praticamente o mesmo do Por outro lado, o consumo residencial de Alagoas da estatística do Nordeste ano passado (variação de -0,1%). no Norte e no Nordeste expandiu obtém-se uma alteração da taxa regi- Pernambuco, cujo consumo co- pouco, com taxas respectivas de 1,3% onal no mês dos -4,0% para -1,3%. mercial representa cerca de 20% e 2,7%. do consumo comercial regional, A Bahia seguiu com variação negativa apresentou variação negativa, No Nordeste, houve antecipação do na comparação com o ano 2010 (taxa com taxa de -1,5%. Ceará, Rio período chuvoso para maio. Com isso, de -8,6%), causada pelo fechamento Grande do Norte e Alagoas tam- a temperatura média nos estados da planta da Novelis (alumínio primá- bém acusaram retração do consu- nordestinos foi predominantemente rio) no estado. mo frente a 2010 (taxas respecti- mais baixa na comparação com o ano O Sudeste, responsável por 55% do passado, explicando um consumo me- vas de -4,9%, -3,0%, -2,1%) e, nos consumo industrial nacional, também nor de eletricidade nas residências. demais estados, os aumentos fo- exerceu forte influência no resultado Assim foram observadas variações ram tímidos, entre 1,5% global, crescendo apenas 1,2% em negativas do consumo em Pernambu- (Maranhão) e 4,6% (Sergipe). maio, sendo o Rio de Janeiro o maior co (-1,2%), Rio Grande do Norte (- 0,9%) e Alagoas (-4,6%) e crescimen- No Sul, o consumo comercial a- responsável pelo desempenho, com pontou expressivo crescimento variação negativa da ordem de 6%. to muito baixo no Ceará (1,3%). Jun- tos, esses estados representam quase de 10,0% em maio. O Paraná vol- Trata-se de uma base de comparação 47% de todo o consumo residencial tou a ser destaque, anotando taxa bastante elevada, pois em maio de do Nordeste. mensal de 14,3%. O resultado é 2010 uma grande indústria siderúrgi- reflexo, também, do ajuste no pe- ca iniciou parada para manutenção No Sul, o consumo residencial ampli- ríodo de faturamento dos consu- em sua unidade geradora, passando a ou 5,6%, basicamente devido ao re- midores atendidos pela distribui- puxar da rede elétrica de distribuição. sultado observado no Paraná: 14,2%. dora local. Trata-se de um efeito pontual, moti- A região Centro-Oeste registrou au- vado pela mudança do sistema de No Centro-Oeste o consumo co- mento da ordem de 17% para o con- gestão de consumidores, que provo- mercial expandiu 11,0%, o maior sumo industrial em maio. Goiás, que cou alongamento no período de fatu- crescimento entre as regiões. To- concentra aproximadamente 50% do ramento para adaptação do novo sis- dos os estados registraram au- consumo industrial da região, ampli- tema. mento, com as taxas variando en- ou o consumo em 23% no mês, refle- tre 7,4% (Mato Grosso) e 13,4% tindo, em grande parte, a agregação No acumulado do ano, o consumo (Distrito Federal). do consumo de mineradora que en- residencial em nível nacional susten- trou em operação em meados de ta expansão de 4,4%, puxada pelo 2010, portanto não compondo a base Sudeste que, nesta comparação, a- SISTEMA SIMPLES de comparação. Pelo mesmo motivo, ponta aumento de 5,1%. Em julho a EPE iniciará novo o estado se destaca no dado acumula- ciclo de coleta das projeções do do ano, com taxa próxima dos 1- decenais dos agentes do setor 4%. elétrico. 2
  • 3. MAIOR ECONOMIA DE ENERGIA NAS RESIDÊNCIAS COM SISTEMAS HÍBRIDOS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA O consumo residencial de energia aumento no consumo. Em qualquer mento em que se usa o chuveiro elétrica no Brasil ainda se encontra caso, parte do ganho de eficiência é “inverno” ou “verão”) e a potência em um patamar relativamente baixo consumida com aumento do conforto do chuveiro em cada uma dessas se comparado ao de outros países. A e do uso dos serviços oferecidos por posições, e fazendo ainda suposi- explicação para isto está, em grande tais equipamentos, o que significa que ções complementares, como núme- medida, no nível de renda da popu- não haverá necessariamente redução ro de banhos por dia, número de lação brasileira. Assim, sempre que do consumo de energia, ou pelo me- pessoas na residência, duração mé- se observa, por um lado, aumento na nos não na proporção que poderia dia de um banho, número de horas renda da população — especialmen- sugerir o aumento da eficiência. (ou dias) de insolação por ano, po- te quando associado a sua melhor de-se calcular um potencial de eco- Cada residência brasileira já consu- distribuição — observa-se, por ou- nomia de energia por residência de miu, em média, algo como tro, elevação no consumo de energia 33 kWh/mês se um aquecedor so- 180 kWh/mês. Isso se deu até o racio- elétrica nos lares nacionais. De fato, lar híbrido fosse usado em substi- namento vivenciado em 2001, quando seja no período do Plano Cruzado, tuição aos chuveiros elétricos do o consumo médio mensal despencou seja durante o Plano Real, e especi- domicílio. O valor calculado equi- para 130 kWh. O espanto se justifica almente no período mais recente, vale a uma redução de 19% do con- porque uma casa de dois cômodos, quando a economia brasileira vem sumo médio mensal de uma resi- mais uma cozinha e um banheiro, e- apresentando crescimento sustenta- dência na região Sudeste, que cor- quipada com uma simples geladeira do, com reflexos na expansão do responde a uma economia de de uma porta, uma televisão, um ferro emprego e da renda, é possível veri- R$ 9,20 na conta de energia elétri- elétrico, um chuveiro elétrico e três ficar a ocorrência de ciclos de ex- ca. lâmpadas eficientes, consome em mé- pansão do consumo residencial de dia 100 kWh/mês. Aliás, foi pouco É verdade que não seria possível energia elétrica. Com relação ao pe- maior que isso o consumo médio substituir todos os chuveiros elé- ríodo mais recente, o cenário geral mensal de uma residência na região tricos da região Sudeste. Há dificul- de inflação controlada e a expansão Nordeste em 2010. Desde o raciona- dades de toda ordem: unidades da oferta de crédito, que tem propi- mento, e principalmente nos últimos residenciais que não estão prepa- ciado condições de financiamento anos, pelas razões expostas, esse con- radas para outro tipo de aqueci- aceitáveis para a maioria da popula- sumo vem subindo progressivamente, mento de água e restrições de es- ção, também contribuem para o au- chegando hoje, em termos médios paço para instalação de coletores mento do consumo residencial de nacionais, a 155 kWh/mês. solares e reservatórios térmicos energia elétrica, decorrente do mai- or acesso a bens e serviços domésti- Não obstante o quadro descrito, que são exemplos de algumas dessas cos. indica haver, por um lado, um grande dificuldades. Mas, admitindo que potencial de crescimento do consumo 20% das residências da região Su- De acordo com a última edição da deste que usam chuveiro elétrico de energia elétrica nas residências, Pesquisa Nacional por Amostra de para aquecimento de água pudes- devido ao efeito renda mencionado, Domicílios (PNAD) elaborada pelo sem substituí-lo por um aquecedor há, por outro lado, potencial para re- IBGE, em 2009, 95,7% dos domicí- solar híbrido, estima-se que a ener- duzir parte deste consumo, ou, em lios brasileiros tinham televisão, gia total economizada seria equiva- outras palavras, o seu ritmo de cresci- 93,4% tinham geladeira e 44,3% lente à geração anual de uma usina mento. Uma das possibilidades é o tinham lavadora de roupas. Além hidrelétrica com 400 MW de capa- uso de aquecedores solares híbridos destes eletrodomésticos constantes cidade, ou a investimentos em ge- de água para banho, que combinem as da PNAD, é possível constatar ex- ração de energia de R$ 1,4 bilhão. vantagens do aquecimento solar dire- pansão nas vendas de equipamentos Nesse cenário, seriam evitadas e- to da água com as vantagens do chu- em geral, como condicionadores de missões de 1,3 milhões de tonela- veiro elétrico. ar, computadores, telefones celula- das de CO2 por ano (na equivalên- res etc. É verdade que muitos desses Apenas para efeito de raciocínio, tome cia com as emissões de uma terme- equipamentos têm sido ofertados ao -se como referência a região Sudeste, létrica a gás natural). ∆ mercado em versões progressiva- onde, de acordo com pesquisa realiza- mente mais eficientes em termos do da pela Eletrobras/Procel (2005), 91- consumo de energia. Porém, o cres- % das residências aquecem água para cimento da renda e da oferta do cré- banho usando o chuveiro elétrico, dito possibilitam, muitas vezes, a sendo que, desse universo, apenas 7% substituição dos equipamentos exis- o mantêm desligado, independente- tentes por modelos de maior porte e mente da estação do ano (isto é, pre- potência, e a aquisição de novos, ferem sempre o banho frio). Conside- contribuindo para o aumento da rando outras informações úteis dessa posse média, com o consequente pesquisa (como posição de chavea- 3
  • 4. ESTATÍSTICA DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (GWh) EM MAIO ATÉ MAIO 12 MESES REGIÃO/CLASSE 2011 2010 % 2011 2010 % 2011 2010 % BRASIL 35.221 34.277 2,8 178.003 171.457 3,8 421.823 399.636 5,6 RESIDENCIAL 9.141 8.709 5,0 47.132 45.159 4,4 109.187 104.032 5,0 INDUSTRIAL 15.168 15.025 1,0 74.659 72.214 3,4 181.923 170.526 6,7 COMERCIAL 5.998 5.658 6,0 31.260 29.566 5,7 70.864 67.379 5,2 OUTROS 4.914 4.885 0,6 24.953 24.518 1,8 59.849 57.700 3,7 CONSUMO TOTAL POR SUBSISTEMA SISTEMAS ISOLADOS 570 557 2,4 2.795 2.704 3,4 6.927 7.494 -7,6 NORTE INTERLIGADO 2.462 2.374 3,7 11.942 11.489 3,9 28.971 27.369 5,9 NORDESTE 4.869 4.997 -2,5 24.452 24.582 -0,5 59.435 57.036 4,2 SUDESTE/C.OESTE 21.432 20.638 3,8 108.237 103.057 5,0 255.973 240.010 6,7 SUL 5.888 5.712 3,1 30.578 29.624 3,2 70.517 67.727 4,1 REGIÕES GEOGRÁFICAS NORTE 2.227 2.177 2,3 10.932 10.477 4,3 26.692 25.049 6,6 RESIDENCIAL 486 479 1,3 2.383 2.336 2,0 5.970 5.542 7,7 INDUSTRIAL 1.162 1.117 4,1 5.746 5.345 7,5 13.666 12.756 7,1 COMERCIAL 294 285 3,1 1.420 1.374 3,4 3.537 3.308 6,9 OUTROS 285 295 -3,5 1.382 1.423 -2,8 3.519 3.443 2,2 NORDESTE 5.888 5.959 -1,2 29.317 29.289 0,1 71.218 68.205 4,4 RESIDENCIAL 1.660 1.616 2,7 8.392 8.045 4,3 19.631 18.190 7,9 INDUSTRIAL 2.400 2.499 -4,0 11.638 12.174 -4,4 29.052 28.634 1,5 COMERCIAL 871 871 -0,1 4.453 4.290 3,8 10.469 9.875 6,0 OUTROS 958 973 -1,5 4.834 4.780 1,1 12.066 11.507 4,9 SUDESTE 18.838 18.238 3,3 95.782 91.376 4,8 226.383 213.157 6,2 RESIDENCIAL 4.857 4.595 5,7 25.263 24.047 5,1 57.896 55.682 4,0 INDUSTRIAL 8.425 8.325 1,2 41.911 40.046 4,7 102.371 94.217 8,7 COMERCIAL 3.311 3.122 6,1 17.416 16.430 6,0 39.142 37.446 4,5 OUTROS 2.244 2.197 2,2 11.191 10.852 3,1 26.974 25.812 4,5 SUL 5.888 5.712 3,1 30.578 29.624 3,2 70.517 67.727 4,1 RESIDENCIAL 1.425 1.350 5,6 7.551 7.347 2,8 17.325 16.797 3,1 INDUSTRIAL 2.544 2.540 0,2 12.433 11.992 3,7 30.016 28.368 5,8 COMERCIAL 1.023 930 10,0 5.493 5.179 6,1 12.046 11.429 5,4 OUTROS 896 892 0,4 5.101 5.106 -0,1 11.130 11.133 0,0 CENTRO-OESTE 2.380 2.191 8,6 11.394 10.691 6,6 27.013 25.498 5,9 RESIDENCIAL 714 670 6,6 3.543 3.384 4,7 8.365 7.820 7,0 INDUSTRIAL 636 544 16,9 2.931 2.657 10,3 6.818 6.551 4,1 COMERCIAL 498 449 11,0 2.477 2.293 8,0 5.670 5.321 6,6 OUTROS 532 528 0,7 2.443 2.357 3,7 6.160 5.805 6,1 Fonte: Comissão Permanente de Análise e Acompanhamento do Mercado de Energia Elétrica - Copam/EPE. Dados preliminares. Coordenação Geral Equipe Técnica Mauricio Tiomno Tolmasquim Carla da Costa Lopes Achão Amílcar Gonçalves Guerreiro (coordenação de Economia e Estatística) Gustavo Naciff de Andrade Coordenação Executiva Inah Rosa Borges de Holanda Publicação da Diretoria de Estudos Ricardo Gorini de Oliveira José Manuel David Econômico-Energéticos e Luiz Claudio Orleans Ambientais da EPE Assessoria de Comunicação e Imprensa Oldon Machado Escritório Central: Av.Rio Branco, 1 11º andar Esta Resenha pode ser obtida em <www.epe.gov.br/mercado> CEP 20090 003—Rio de Janeiro—RJ Brasil 4