Andreia Valença Pires é uma arquiteta portuguesa com mais de 10 anos de experiência. Ela trabalhou em escritórios de arquitetura em Odivelas, Évora e Lisboa, onde se especializou em projetos de reabilitação e conservação do patrimônio construído. Ela também estagiou na prefeitura de Fronteira e atualmente cursa um mestrado em reabilitação e conservação.
Arquiteta com experiência em projetos de reabilitação e património
1.
2. 2
Andreia Valença Pires
andreiavalenca.arquitetura@gmail.com
964 210 178
Urban Obras, Odivelas
Arquiteta
Abril de 2013 a Janeiro de 2015
Principais atividades e responsabilidades:
Elaboração de projeto de arquitetura em trabalhos de reabilitação e remodelação de
interiores, incluindo orçamentação e acompanhamento de obra.
Sofia Salema e Pedro Guilherme arquitectos, Évora
Arquiteta Colaboradora
Outubro de 2009 a Março de 2012
Principais atividades e responsabilidades:
Elaboração de projetos de arquitetura, de reabilitação urbana, conservação e restauro do
património arquitetónico e urbano, com especial relevo na fase de projeto de execução.
Elaboração de relatórios prévios, relatórios de diagnóstico e análise de patologias em
imóveis com valor patrimonial.
Projetos em que colaborou: Reabilitação e Ampliação da Caixa de Crédito Agrícola de
Sousel; Conservação e Consolidação Estrutural do Claustro do Convento das Maltesas em
Estremoz; Conservação e Restauro da Igreja do Convento das Maltesas em Estremoz;
Projeto de Requalificação dos Espaços Públicos da Mouraria de Moura (Prémio IHRU
2014); Requalificação das Frentes Urbanas da Mouraria de Moura; Recuperação e
Valorização do Forte do Guincho em Cascais;
Município de Fronteira
Arquiteta Estagiária ao abrigo do PEPAL – Programa de Estágios Profissionais da
Administração Local
Julho de 2008 a Julho de 2009
Principais atividades e responsabilidades:
Desenvolvimento de projetos de arquitetura e de reabilitação urbana, nas fases de
programa preliminar, estudo prévio, projeto base e projeto de execução, nomeadamente:
Novo Quartel dos Bombeiros Voluntários de Fronteira; Lagar Pedagógico da Ribeira
Grande; Reabilitação do Espaço Público Envolvente às Ruínas da Igreja do Espírito Santo;
Lar de Idosos de Vale de Maceiras;
Acompanhamento e análise de processos de obras particulares.
Acompanhamento e elaboração de estudos no âmbito de ordenamento do território,
nomeadamente a 1ª revisão do Plano Diretor Municipal de Fronteira.
Mateus Lorena e José Maria Assis arquitectos, Lisboa
Colaboradora
Março de 2008 a Maio de 2008
Principais atividades e responsabilidades:
Colaboração na elaboração de projetos de arquitetura, nomeadamente na fase de projeto
de execução.
Informação pessoal :
Experiência profissional :
Por conta de outrem
Curriculum Vitae :
av :
3. 3
Mestrado em Reabilitação e Conservação do Edificado
Escola Superior de Tecnologia do Barreiro – Instituto Politécnico de Setúbal
Outubro de 2013 até à atualidade
A frequentar
Principais trabalhos:
Auditoria Energética a uma fração de um edifício multifamiliar, Amadora; Plano de Inspeção
e Manutenção de uma Moradia Unifamiliar, Palmela; Projeto de Reabilitação da Estação Sul
e Sueste, Barreiro; Efficient Energy for the Rehabilitation and Retrofitting in Residential
Historic Sites (Projeto em consórcio que tinha como finalidade a candidatura ao Programa
Horizonte 2020);
Dissertação de Mestrado em curso enquadrado no tema geral da Reabilitação Urbana.
Pós-graduação em Reabilitação e Conservação do Edificado
Escola Superior de Tecnologia do Barreiro – Instituto Politécnico de Setúbal
Outubro de 2012 a Julho de 2013
Média final de curso: 17 valores
Principais trabalhos:
Proposta de Conservação e Reabilitação da Casa Barão do Salgueiro, Leiria; Proposta de
Conservação e Consolidação do Convento de Madre de Deus da Verderena, Barreiro;.
Mestrado Integrado em Arquitetura
Universidade Lusíada de Lisboa
Setembro de 2002 a Fevereiro de 2008
Média final de curso: 15 valores
Principais trabalhos:
Plano de Requalificação da Frente Ribeirinha de Lisboa, entre Santa Apolónia e Beato,
incluindo o projeto de um Terminal de Cruzeiros em Santa Apolónia.
Dissertação de Mestrado: “Pardal Monteiro e as gares marítimas de Lisboa : o percurso
percorrido”(Orientação de Manuel Taínha).
Conhecimentos na ótica do utilizador de:
Microsoft Office (Word, Excel e Power Point);
AutoCAD 2D e 3D;
Vectorworks (desenho assistido por computador);
Fusion (modelação 3D de interiores);
Cinema 4D (modelação e rendering) - ação de formação de 21, Techlimits em 2007;
Noções médias de Adobe Photoshop e Adobe Ilustrator;
Noções básicas de Adobe InDesign e SketchUp;
Noções básicas de Microsoft Project;
Noções médias de Cype Arquimedes.
Português e Inglês
Frequência do Curso de Inglês do British Council (entre 1996-2000) – nível 8 completo (C2);
Certificate in Advanced English (University of Cambridge) – Classificação C.
Carta de Condução B;
Inscrita na Ordem dos Arquitetos, Membro n.º 17862;
Desenvolvimento de projetos de arquitetura por conta própria ou em parceria;
Coautora artigo: “Recomendações para a Reabilitação do Convento de Madre de Deus da
Verderena” para a 5.ª Conferência sobre Patologia e Reabilitação de Edifícios.
PATORREB2015, Porto, FEUP, 26-28 março 2015.
Educação e formação:
Competências informáticas:
Línguas:
Informação adicional:
av :
5. Dizer que “Lisboa está de costas viradas para o rio”, não é somente um cliché mas uma tentativa de sublimar um
fenómeno que se tem vindo a reconhecer. Na zona oriental da cidade, esse facto é mais evidente, fazendo lembrar
aqueles que diziam que Lisboa acabava em Santa Apolónia. Este quase esquecimento deve-se muito ao facto de no
apogeu da industrialização desta parte de Lisboa ter sido assaltada pela linha de comboio e instalações portuárias
relacionadas e, por conseguinte, armazéns que, embora muitos já se encontrem obsoletos, ainda hoje existem e criem
uma barreira de contentores entre a cidade e o rio.
De modo a tentar minimizar essas tendências e observando fenómenos que ocorrem noutras frentes ribeirinhas da cidade,
decidiu-se intervir numa extensão que vai desde Santa Apolónia até Madredeus, por forma a ligar a cidade erradamente
reconhecida como tal à cidade conotada frequentemente como menos nobre.
A ideia assenta em criar docas de recreio, umas para pequenas embarcações, outras para servirem de porto perpétuo a
navios consagrados da nossa história e servirem de museus ou qualquer outra função que se considere apropriada.
Abraçando o rio com a terra, tenta-se fazer relembrar aos lisboetas aquilo que lhes corre no sangue e é tão português - o
mar.
Nas imediações dessas docas, para além de apoios náuticos, brotam bares e restaurantes que garantem a afluência de
pessoas a praticamente qualquer hora do dia. Para além dos equipamentos da gare, a ópera e a biblioteca, propõem-se
também a existência de um museu ligado a um jardim, uma piscinas públicas interiores e exteriores e, os já acima
referidos, apoios náuticos, bares e restaurantes. Propõem ainda a construção de infraestruturas como parques de
estacionamentos e metro de superfície de modo a fazer a cintura ribeirinha.
5
Plano Urbano de Lisboa Oriental Ribeirinha :
Âmbito do Mestrado Integrado em Arquitetura
terminal de cruzeiros
biblioteca
ópera
av :2007
Proposta de Conceção
6. 6
Biblioteca Oriental de Lisboa :
Âmbito do Mestrado Integrado em Arquitetura
A biblioteca assume-se como dois plano retos,
separados por pátios arborizados. A luz é filtrada
pela copa das árvores possibilitando aos leitores
uma luminosidade difusa.
A entrada é por baixo de uma plano que em todo o
conjunto forma a ideia do pórtico que enquadra o
rio. Esse plano é acessível pelo exterior de modo a
aceder diretamente à uma cafetaria que se encontra
no primeiro piso.
av :
Corte
Alçado
Planta
2007
Proposta de Conceção
7. 7
Ópera do Tejo, Lisboa :
Âmbito do Mestrado Integrado em Arquitetura
A ideia seria que o edifício da ópera se assumisse como um contentor
grotesco em cobre pré-patinado, em sintonia com a memória do lugar,
enaltecendo a ideia de volume puro, ligado a uma praça rebaixada,
vincando a ideia de um anfiteatro. No exterior, existe um espelho de água
que reflete a imagem da ópera e traz uma luminosidade especial
principalmente ao fim do dia, fazendo realçar o edifico quando as pessoas
se aproximam..
av :
Corte
Alçado
Planta
Proposta de Conceção
2007
8. 8
Terminal de Cruzeiros de Santa Apolónia, Lisboa :
Âmbito do Mestrado Integrado em Arquitetura
O lugar escolhido para a implantação da gare marítima foi Santa Apolónia. Para além de ser uma zona histórica e de
edifícios notáveis da cidade, as razões prenderam-se pelo facto de já ser uma zona com muitos transportes que permitem a
fácil deslocação dos turistas que chegam a Lisboa.
De modo a minimizar os efeitos da sazonalidade, optou-se por propor dois edifícios distintos quer em materialidade quer
em funções. A gare propriamente dita, assume-se como um edifício revestido em cobre pré-patinado, em alusão aos
elementos metálicos de que são feitos os contentores e os navios. O edifício prolonga-se em direção ao estuário, de modo
a dar acesso aos navios que acostam num cais em T. Os navios atracam paralelamente à linha de costa por ser a forma
mais apropriada às nossas condições naturais, num pontão que tem 27m de largura por 460 de comprimento. O acesso
aos navios dá-se através de pontes de embarque de passageiros, mas conhecidas por “mangas”.
av :
Planta
2007
Proposta de Conceção
9. 9
Âmbito do Mestrado Integrado em Arquitetura
Terminal de Cruzeiros de Santa Apolónia, Lisboa :
Contíguo ao edifício, existe um outro feito de betão aparente, que se relaciona
com uma praça criada. Este edifício corresponde à zona comercial que pode
funcionar independentemente da gare. Na intersecção de ambos, que é feita
através de um corpo “transparente” é a entrada principal. Este edifício tem, na
cobertura, esplanadas para a contemplação do Tejo a uma cota superior, servido
também de cais de despedida dos familiares trazendo à memória dos lisboetas,
as imagens de quando o estuário era invadido pelos grandes navios da nossa
antiga frota no tempo das colónias. A escadaria que liga este edifício à rua, é uma
referência clara à estação marítima de Alcântara, tentado tornar este espaço
como algo integrante na cidade.
A gare marítima tem também a capacidade de se adaptar a navios ferry devido
ao desenho do cais e de alfândega de automóveis.
av :2007
Proposta de Conceção
Cortes e Alçados
10. Âmbito da Pós-Graduação em Conservação e Reabilitação do Edificado
10
Casa Barão do Salgueiro, Leiria :
av :
Proposta de Conservação e Reabilitação
A Casa Barão do Salgueiro, sito em Leiria é um palácio amplo de cariz romântico, oitocentista,
construído sob influência do classicismo francês. Datado de 1850, é um edifício marcado
fundamentalmente pelas suas características Pombalinas, enquadrado no ambiente
Romântico da Praça. Possui elementos marcantes, tais como cantarias de portas e janelas,
varandas em ferro e frescos que revestem a fachada principal e sobressaem no alçado do
edifício. O edifício foi proposto para classificação como Imóvel de Valor Concelhio pelo PDM.
Proposta de Conservação e Reabilitação da começou por abordar aspetos relativos ao
enquadramento territorial e urbano, caracterização histórica, artística e construtiva, seguido de
um levantamento fotográfico e arquitetónico recente. Face ao estado de degradação do
edifício, foi elaborado um estudo sobre o estado de conservação, através da análise e
diagnóstico das patologias observáveis.
Após o trabalho preliminar, foi possível e apresentar uma hipótese de usos e valências futuras
e formular novos objetivos e estratégias para a salvaguarda do património. O uso proposto foi
a conversão da Casa Barão do Salgueiro num espaço cultural e museológico. Considerando
que esta valência é compatível com os princípios de conservação, avançou-se para uma
proposta de intervenção/anteprojecto para a reabilitação do edifício, os princípios de
conservação e valorização adotados, as possibilidades de consolidação estrutural e
construtiva do edifício.
Mapeamento de Anomalias
2013
11. Âmbito da Pós-Graduação em Conservação e Reabilitação do Edificado
11
Casa Barão do Salgueiro, Leiria :
av :
Proposta de Conservação e Reabilitação
Considerando o contexto social do Largo Cândido dos Reis, e
sendo esta uma zona que ao longo do tempo tem ganho um
dinamismo considerável, sobretudo pela presença de diversos
cafés e bares, que criam formas de habitar o espaço distintas de
dia e à noite. Foi usado como mote essa dualidade, criando um
espaço com características próprias promovendo a relação
interior/exterior, dia/noite. Surge assim na zona das antigas
cavalariças um café/lounge bar, cuja entrada principal se faz pelo
Largo, dotado também de uma entrada a Norte direta para a zona
de esplanada e jardim. Conjuntamente com este espaço
desenvolve-se uma zona de apoio e loja que são parte integrante
da Galeria de Arte.
Pretende-se que a galeria tenha um horário de funcionamento
diurno, e que o café/bar e a loja tenham um horário alargado,
suscitando assim o interesse pelas exposições em vigor, visto que
a loja pertencente à galeria possuí uma sala de informações onde
estarão disponíveis os programas de exposições patentes na
galeria. Servindo a proposta para estabelecer um ponto de
interesse às várias faixas etárias, pretende-se oferecer
características inovadoras e criar uma ligação entre a apropriação
de um espaço novo e a Reabilitação e integração do edifício
antigo no contexto cultural atual.
Planta do Piso Térreo
Planta do Piso 1
2013
Corte Construtivo
12. Âmbito da Pós-Graduação em Conservação e Reabilitação do Edificado
12
Convento da Madre de Deus da Verderena, Barreiro :
av :
Recomendações de Conservação e Reabilitação
O objetivo do presente trabalho é propor algumas
soluções para a preservação do Convento da Madre
de Deus da Verderena, no Barreiro, Portugal. O
convento da Madre de Deus da Verderena foi
construído no século XVI pelos Franciscanos
Arrábidos. O edifício é classificado como Interesse
Municipal. A expressão e a construção do edifício
privilegia formas simples e austera, procurando
conciliá-las com soluções utilitárias e económicas e
com despojamento de decoração e ausência de
riqueza, sendo expressão não só dos princípios
franciscanos” como do próprio quadro político,
económico e social que o país atravessava à data da
sua fundação.
Nos anos 90, o imóvel foi objeto de grandes obras de
adaptação e de reabilitação, tendo como promotor a
Câmara Municipal do Barreiro por forma a adaptar o
edifício novas funções, nomeadamente uma biblioteca
municipal e é usado ainda pela Universidade da
Terceira Idade.
Assim como a maioria dos edifícios antigos
construídos com parede autoportantes de alvenaria e
materiais muito porosos, é afetado por problemas de
eflorescências que requerem medidas apropriadas de
intervenção. No entanto, os profissionais envolvidos
na área da conservação partilham a opinião que
muitas dos problemas relacionados com cristalização
de sais tendem a agravar, ao invés de minimizar, após
obras de conservação, mesmo quando orientadas
para resolver o problema. Esta afirmação refere-se
essencialmente ao aumento dos danos provocados
na superfície.
2013
Planta do Piso Térreo
Planta do Piso 1
13. 13
Convento da Madre de Deus da Verderena, Barreiro :
Âmbito da Pós-Graduação em Conservação e Reabilitação do Edificado
av :
Recomendações de Conservação e Reabilitação
Componente e/ou elementos afetado:
Paredes, rebocos exteriores, pinturas e cantaria
Designação da anomalia:
Degradação, fissuração e desagregação das argamassas;
Empolamento das tintas; Eflorescências; Colonizações
biológicas; Infiltrações de águas de origem pluvial nos
paramentos; Gárgulas de escoamento disfuncionais;
Vandalismo.
Componente e/ou elementos afetado:
Abóbada a descoberto pero da biblioteca
Designação da anomalia:
Degradação da abóbada, especialmente das
argamassas das juntas entre os tijolos; Infiltrações de
águas provenientes da cobertura.
FICHA DE ANOMALIA
FICHA DE ANOMALIA
As estratégias adotadas para intervenção proposta e respetivas soluções construtivas
tiveram em atenção a definição de três linhas orientadoras mestras:
Consolidação de elementos estruturais em alvenaria - Prioritária a qualquer outra
abordagem, o edifício tem que ser estável e não pode ruir;
Combate a humidades – impedir a água de se infiltrar nas estruturas através da
retificação e impermeabilização dos componentes da cobertura e nos encontros
do edifício com o chão;
Expressão formal e estética coerente – introdução de materiais compatíveis e não
dissonantes com a linguagem do edifício, nomeadamente a nível das soluções de
recobrimento e revestimentos.
Este trabalho, em conjugação com um estudo de comportamento higrotérmico de
autoria da Prof.ª Ana Brás, deu origem a um artigo e a uma comunicação na 5.ª
Conferência sobre Patologia e Reabilitação de Edifícios (PATORREB2015 com o título
“Recomendações para a Reabilitação do Convento de Madre de Deus da Verderena:
Caso de Estudo”.
O trabalho consistiu num
levantamento de anomalias, de
inspeção e de diagnóstico,
sugestões de conservação e
reabilitação, bem como uma
proposta de solução de
reparação para as anomalias
detetadas e danos agravados por
obras realizadas anteriormente no
edifício pela introdução de
materiais e recurso a soluções
construtivas que não se revelaram
eficientes.
2013
Pormenor Construtivo
14. Âmbito do Mestrado em Conservação e Reabilitação do Edificado
14
Estação Sul e Sueste|Gare Marítima|Terminal Ferroviário, Barreiro :
av :
Estudo prévio de arquitetura, reabilitação térmica e acústica
Fotografias Fonte SIPA
O edifício é um equipamento urbano constituído por estação
fluvial e terminal ferroviário, na margem Sul do Tejo, no lado do
Canal de Coina. De autoria de Miguel Carlos Correia Pais,
engenheiro chefe de tração e conservação do caminho-de-
ferro, foi inaugurado em 1884. De linguagem tardio-romântica, é
caracterizado pelo revivalismo neomanuelino de onde sobressai
a técnica do ferro, patente nos suportes arquitetónicos: asnas,
varões, tubos de metal e na armação estrutural da cobertura da
gare ferroviária. O conjunto divide-se em dois elementos: corpo
longitudinal e edifício da gare alcançando cerca de 80 m de
comprimento.
A proposta de intervenção tem como base a reconversão do
edifício atual num estabelecimento de alojamento local
(“hostel”), com espaços comerciais de utilização pública no
piso térreo.
Planta Piso Térreo
Planta Piso 1
2014
15. Âmbito do Mestrado em Conservação e Reabilitação do Edificado
15
Estação Sul e Sueste|Gare Marítima|Terminal Ferroviário, Barreiro :
av :
Estudo prévio de arquitetura, reabilitação térmica e acústica
Para manter a identidade do edifício, propõe-se manter as fachadas atuais e as paredes interiores que definem os
quatro torreões, pelo que estes assumem um papel importante na organização dos espaços. Assim, o programa
funcional é organizado da seguinte forma:
Nos torreões situam-se as zonas de circulação vertical de acesso a todos os pisos, instalações sanitárias (públicas
no piso térreo e de ocupação do “hostel” no piso 1), zonas técnicas ou de uso restrito aos funcionários do “hostel”
e, ainda, zonas de estar com acesso aos terraços laterais;
No corpo central, entre os dois torreões centrais, efetua-se a entrada no “hostel” através de uma zona ampla de
foyer no piso térreo, onde se localiza uma bateria de instalações sanitárias e vestiários privados. Nos pisos
superiores localizam-se as partes comuns do “hostel”, como zonas de estar/convívio e copa para pequenas
refeições, e a cobertura nesta zona apenas é acessível para manutenção da mesma;
As circulações verticais são garantidas por meios de caixas de escadas e pela introdução de um elevador;
Os corpos laterais destinam-se aos espaços comerciais no piso térreo e zonas de dormir no piso superior, sendo os
respetivos terraços acessíveis aos utentes do “hostel”;
A zona do antigo cais de embarque funciona como que uma “rua interior” em que é fechada do lado virado a norte
e aberta no lado sul virada a sul. Propõem-se ainda que a cota do pavimento interior seja nivelada e onde andariam
os comboios, existe agora uma zona em deck de madeira e perfis de ferros, em memória aos carris e às solipas,
reservado a espaço de estar/esplanadas do dos espaços comerciais.
Fez ainda parte deste trabalho um estudo prévio para reabilitação térmica e acústica do edifício por forma a verificar a
viabilidade de converter o edifício no novo uso face ao cumprimento da regulamentaçãonesta matéria.
Corte Transversal
Corte Longitudinal
2014
Reabilitação Térmica e Acústica - Pormenorização
17. 17
Quartel dos Bombeiros Voluntários de Fronteira :
Âmbito do Estágio no Município de Fronteira
A proposta do Quartel é composta, no piso térreo, por um corpo em L onde se encontra grande parte do
programa e um segundo piso correspondente à área de alojamento. O piso térreo funde-se com o muro que
delimita a parada de exercícios, acabando por servir de um embasamento “rasgado” por um corpo
paralelepipédico, notoriamente diferente, que se lança sobre a via pública. A diferenciação entre ambos é ainda
reforçada pelo facto de se aplicarem materiais de acabamento diferentes.
A entrada do edifício é marcada por uma inflexão que ocorre no muro e que encaminha o transeunte para um
espaço mais resguardado, podendo optar por seguir diretamente para o bar do bombeiro ou entrar no edifício.
Por cima, balança-se o segundo piso que se apresenta como uma grande moldura que se lança sobre a
paisagem, onde se destaca uma varanda.
av :2008
Projeto de Construção
Planta do Implantação
Alçados
18. Âmbito do Estágio no Município de Fronteira
18
Quartel dos Bombeiros Voluntários de Fronteira :
Assumiu-se a marcação entre os dois pisos, que passa
pela escolha dos materiais. Assim, todos os alçados do
piso térreo apresentam betão descofrado à vista,,
enquanto os alçados do segundo piso serão rebocados e
pintados a branco, contrastando com elementos pintados
a vermelho sangue de boi numa alusão, não só a uma das
matizes usadas na arquitectura vernacular alentejana
como à cor que simboliza os próprios Bombeiros.
No piso superior, todos os vãos são munidos de lamelas
de sombreamento que, para além das questões
funcionais que naturalmente cumprem, surgem como
elementos unificadores do conjunto.
A zona da caixa de escadas é iluminada naturalmente
através de uma parede cortina formada por painéis de
vidro de perfil U translúcidos. O edifício terá também duas
clarabóias para iluminação zenital.
Planta do Piso Térreo
Planta do Piso 1
av :2008
Projeto de Construção
19. 19
Lar de Idosos em Vale de Maceiras, Fronteira :
Âmbito do Estágio no Município de Fronteira
Este trabalho diz respeito ao estudo prévio de um Lar de
Idosos de modo a dar resposta à crescente necessidade
de dotar o Concelho com valências para esta faixa etária
da população.. O local designado para a possível
construção de um lar de idosos para 30 camas encontra-
se ao lado da Igreja de Vale de Maceiras, Fronteira, num
terreno com um grande declive e algumas azinheiras.
De modo a maximizar o potencial a luz solar e a criar
espaços de contemplação, optou-se por uma estrutura
em claustro. Contudo, devido ao declive do terreno e à
existência de azinheiras, os corpos foram-se distorcendo
de modo a enquadrarem-se no território e abraçando as
árvores existentes, criando assim uma dinâmica espacial
interessante e diferente.
Piso 0
Receção
Administração
Direção
12 quartos duplos
6 quartos individuais
2 salas de estar com copa
Gabinete médico
Gabinete de enfermagem
Sala de refeições
Sala polivalente
Zonas de serviços
Piso -1
Lavandaria
Cozinha
Salas do pessoal
Outras zonas de serviço
av :2009
Estudo prévio
Planta do Piso Térreo
Planta do Piso -1
20. Âmbito do Estágio no Município de Fronteira
20
O objectivo a que se propunha, era
construir um espaço para a instalação de
umas peças de um antigo lagar de azeite,
com o propósito pedagógico de ensinar as
gerações mais novas.
Dentro da lógica do parque das ciências
previsto para a zona da Ribeira Grande, a
ideia passava por começar o percurso
desse parque com o edifício.
Neste sentido, o percurso começava com
uma rampa que nos leva o transeunte a um
pátio onde se destaca uma oliveira
solitária, personagem principal da matéria
prima usada para o fabrico do azeite. Este
pátio não só adquire o carácter de
contemplação como marca o primeiro acto
da cena que se desenrola para o espaço
coberto, onde se encontram as peças
resgatadas do antigo lagar.
O conceito do edifício passava por um
paralelepípedo que aflora da encosta,
revestido a xisto colocado ao cutelo, como
que parte da própria rocha e da paisagem
Lagar Pedagógico da Ribeira Grande, Fronteira :
av :2009
Projeto de Construção
Planta do Implantação
Alçado Principal
21. Âmbito do Estágio no Município de Fronteira
21
Lagar Pedagógico da Ribeira Grande, Fronteira :
Planta do Piso
Corte Longitudinal
av :2009
Projeto de Construção
22. Âmbito do Estágio no Município de Fronteira
22
As Ruínas da Capela de Espírito Santo estão situadas no extremo da vila de Fronteira, junto ao cemitério. Foi
fundada em 1577, com ajuda do povo de Fronteira. Posteriormente sofreu várias modificações. As ruínas
encontram-se em vias de classificação.
Na parede lateral que resta do edifício ainda é possível ver altares e nichos.
Encontram-se em frente de um terreiro em terra batida onde crianças e jovens jogam futebol.
A ideia é a requalificação deste lugar como espaço público, complementando com as atividades usadas pela
população e por forma a dignificar e proteger as ruínas. A Câmara quis ter em consideração que este espaço era
usado para jogar futebol e então pediu para incluir um minicampo de jogos.
A ideia principal para a intervenção consistia em desenhar um auditório ao ar livre no lugar da nave da antiga
capela, usando as proporções áureas, que parte de um plateau de cota superior onde se encontram as ruínas. A
acompanhar as várias cotas nascem alamedas de relva, que vão variando de inclinação e que podem ser usadas
como espaço lúdico. Para os espaço não ser ter cartesiano, é cortado por uma grande passarela em deck
ladeado por luminárias grotescas em aço corten, que simbolizam o esqueleto da parede ruída.
Cortes
av :
Projeto de Requalificação dos Espaços Públicos
Largo das Ruínas do Espírito Santo de Fronteira :
2009
23. Âmbito do Estágio no Município de Fronteira
23
Prunus cerasifera
Cupressus sempervirens
Celtis australis
Pavê preto
Gravilha de mármore
Pavê branco
Mulch
Pavê cinza
Relva
Deck
Extracto Arbustivo
Largo das Ruínas do Espírito Santo de Fronteira :
av :
Projeto de Requalificação dos Espaços Públicos
2009
Planta
24. Âmbito profissional em coautoria com Madalena Cabaço
24
Clínica de Saúde de Portalegre :
av :
Programa Base
O presente trabalho diz respeito ao programa base para uma
proposta para a execução de uma clínica de saúde privada para
Portalegre.
O estudo elaborado teve por base 3 grupos distintos,
correspondendo a cada um deles uma legislação muito específica:
zona de consultas externas, bloco operatório e área destinada a
cuidados continuados de média duração.
Considerando a área do terreno, a topografia e fisionomia que
caracterizam o terreno situado, numa área extrema da zona
industrial de Portalegre, a proposta apresentada pretende
corresponder na íntegra ao respeito pelas intenções do promotor,
ao controlo de custos da obra e ao respeito pela legislação em
vigor.
A ideia concebida, e atendendo ao controlo de custos, considerou
que a distribuição em dois pisos seria a mais rentável e viável.
A ideia tem por base uma distribuição em torno de um pátio, de
modo a poder criar uma relação muito estreita e harmoniosa entre
o interior e exterior, tentado maximizar o potencial da luz natural e
permitindo também percursos de circulação distintos, consoante a
função do espaço.
Ao nível do piso térreo, procurou-se encaixar todos os gabinetes
para consultas externas, o bloco operatório e toda a zona técnica
Ao nível do piso superior, a estratégia manteve-se na ideia de
abraçar o pátio, apesar de não ter a mesma área do piso inferior,
para não causar um impacto tão agressivo, em termos volumétricos
e ao mesmo tempo deixar zonas livres para iluminação através da
cobertura.
.
2009
Alçado Principal
25. 25
Clínica de Saúde de Portalegre :
av :
Programa Base
- internamentos
- cuidados continuados
- sala de enfermagem
- circulações verticais
- circulações verticais
- internamentos
- cuidados continuados
- sala de convívio
- vestíbulo de entrada
- receção
- sala de espera
- instalações sanitárias
- consultórios médicos
- medicina dentária
- laboratório de análises clínicas
- sala de enfermagem
- bloco operatório
- sala de recobro
- sala de indução anestética
- cafetaria
- refeitório
- fisioterapia
- zona técnica
- lavandaria
Piso 01
Piso Térreo
Âmbito profissional em coautoria com Madalena Cabaço
2009
26. Âmbito profissional como colaboradora de Sofia Salema e Pedro Guilherme
26
SSPG : Forte do Guincho
av :
Projeto de Conservação e Valorização
Fotografias Fonte SIPA
2012
Piso do Piso Entrada, Cozinha e IS Piso do Piso Salão de Chá
27. Âmbito profissional como colaboradora de Sofia Salema e Pedro Guilherme
27
SSPG : Forte do Guincho
av :
Projeto de Conservação e Valorização
“A identidade do sítio e do lugar, o valor patrimonial do Forte e a sua integração na paisagem foram conceitos fundamentais
para a resposta conceptual e arquitectónica do projecto. Atendendo à consciencialização crescente da necessidade de
articulação das matérias relativas ao património arquitectónico com os problemas do ambiente, esta proposta insere-se
numa perspectiva de afirmação da paisagem, no quadro de uma intervenção mais vasta no território. (…)
.A solução de manter vivo o monumento, permitindo a sua fruição por parte da população, implica a opção arquitectónica
de obra nova que, embora articulada com as estruturas pré-existentes, é lida e interpretada como estando tectonicamente
separada do Forte.
A proposta alicerça-se num sistema porticado de madeira que, utilizado de forma repetida, confere o equilíbrio desejado
entre a imagem contemporânea e um ambiente interior acolhedor, onde a relação directa com a envolvente e as variações
de luz ao longo do dia realçam as características únicas do lugar. (…)
Pretendemos, através de um projecto integrado, essencial na sua busca pela unidade de formas e de materiais, conquistar
a indispensável harmonia entre espaços construídos e território e entre préexistências e símbolos de contemporaneidade, e
assim conferir uma nova vida ao monumento.”
In http://www.evora.net/sspg/Forte_do_Guincho.htm
2010
Corte Longitudinal Corte Transversal
Alçado Principal Alçado Lateral
28. 28
SSPG : Igreja do Convento das Maltesas em Estremoz
Âmbito profissional como colaboradora de Sofia Salema e Pedro Guilherme
av :2011
Projeto de Conservação e Restauro
O seguinte trabalho diz respeito à intervenção de conservação na Igreja de S.
João da Penitência no Convento das Maltesas de Estremoz, cujo claustro está
classificado como Monumento Nacional. A intervenção foi promovida pela Santa
Casa da Misericórdia de Estremoz e teve como objetivo restabelecer a unidade
arquitetónica da Igreja e apresentar algumas peças que compõem o seu espólio
artístico. A Igreja da Misericórdia ou de S. João Baptista da Penitência, situada no
corpo norte do convento das Maltesas, foi mandada edificar pelo Infante D. Luís
entre 1540-45. Tendo D. Luís como mecenas, a igreja estaria enriquecida com
elementos de grande valor arquitetónico e litúrgico. No entanto, parte do
património artístico do convento foi exposto a leilão público no século XIX ou
perdeu-se no tempo das reações antirreligiosas.
De nave única e pé direito elevado, denunciando uma proporção já maneirista,
conserva a abóbada de ogiva, nervurada, denunciando a influência tardo-gótica
dos inícios da construção, mas os revestimentos e elementos decorativos são
muito mais tardios, como os azulejos de tapete, azuis e amarelos, datados de
1649-51, e as pinturas murais que revestem a abóbada, reproduzindo ornatos
vegetalistas executados a dourado sobre fundo azul, já do século XVIII avançado,
mas sobrepondo-se a outras anteriores, provavelmente seiscentistas.
A nave do templo é rasgada por três altares antecedidos por arcos de volta
perfeita em cantaria de mármore: a Capela-mor, a Capela de Nossa Senhora da
Assunção (lado do evangelho) e o altar de Santo Cristo ou da Ressurreição (lado
da epistola). A Capela de Nossa Senhora da Assunção, de base quadrada, é
coberta por cúpula hemisférica. A Capela do lado da epistola é formada por um
rasgo de um arco de volta perfeita em mármore, de pouca expressão espacial
mas de grande leitura arquitetónica. Antes da intervenção, o altar não possuía
qualquer retábulo ou revestimento azulejar, estando pintado com um atinta
acrílica de cor azul com um lambril de um revestimento azulejar realizado
recentemente. A capela-mor é antecedida por arco de volta perfeita em mármore
branco com a cruz hospitalária ou da obra do mestre Domingues Rodrigues. Esta
foi edificada nos fins do século XVII onde as pinturas da abóbada de canhão do
altar-mor, atribuídas a Pero Gomes, ostentam um desenho mais elaborado,
datável de finais do século XVII.
29. 29
SSPG : Igreja do Convento das Maltesas em Estremoz
Âmbito profissional como colaboradora de Sofia Salema e Pedro Guilherme
av :2011
Projeto de Conservação e Restauro
Com o objetivo de restabelecer a unidade arquitetónica da Igreja e permitir uma
leitura clara deste espaço e de sua ornamentação foram propostas as seguintes
ações:
1) Colocação de revestimento azulejar na Capela de Santo Cristo ou da
Ressurreição (lado da epistola) com azulejos de fabrico artesanal, de desenho
idêntico aos azulejos que revestem a nave da igreja, restabelecendo unidade
da superfície arquitetónica e ornamental da igreja, adquiridos previamente pela
Santa Casa da Misericórdia antes da adjudicação do trabalho;
2) Reabertura do nicho existente na Capela de Santo Cristo ou da Ressurreição,
para colocação de imagem de Nossa Senhora da Conceição, através da
execução de uma estrutura de suporte constituída por um armação de aço
pintado de branco e fundo côncavo;
3) Colocação de novo retábulo (de conceção contemporânea) construído com
uma estrutura de aço, revestida a madeira pintada de cor branca. Foi proposto
a colocação de um nico para colocação de imagem de S. João Baptista e uma
consola para colocação do Santíssimo. Fazendo parte deste retábulo, mas
fisicamente independente, foi colocado uma cruz latina, também de desenho
contemporâneo, em madeira maciça. A ideia era que o tronco da cruz fosse
feito com uma peça única de madeira de castanho e utilizando entalhes
tradicionais. Foi embutida na cruz uma cruz de malta em madeira de vinhático.
No altar, foi também desenhado um novo ambão, também utilizando madeira
de castanho e vinhático, reforçado interiormente com longaria de aço. Todas as
peças de madeira, depois de tratadas, foram enceradas;
4) Reabertura do vão que se encontrava tapado na capela-mor, permitindo o
acesso ao tardoz do retábulo;
5) Remodelação do sistema de som e de iluminação da Igreja. Como princípio, foi
procurado iluminar as pinturas dos tetos da igreja, permitindo reconhecer assim
o valor artístico e patrimonial.
30. 30
SSPG : Mouraria de Moura
Âmbito profissional como colaboradora de Sofia Salema e Pedro Guilherme
av :
Classificada como imóvel de interesse público a Mouraria de Moura
e constitui um importante testemunho físico da influência árabe no
sul do país. Após a Reconquista Cristã de Moura, em 1232, os
árabes foram expulsos do espaço intramuros do Castelo, fixando-se
num arrabalde a sudoeste numa zona contígua à maqbara (cemitério
mourisco) da cidade. Hoje, a Mouraria é o núcleo habitacional mais
antigo de Moura, sendo perfeitamente identificável a sua malha
urbana medieval e um conjunto tipológico habitacional característico
da região.
A intervenção apresentada em projeto e posteriormente concretizada
consistiu na remodelação dos espaços públicos da Mouraria de
Moura. Foram adotados como critérios de intervenção os princípios
e objetivos recomendados pela Carta de Washington, também
designada por Carta Internacional para a Salvaguarda das Cidades
Históricas (1987). Destes critérios destacam-se os seguintes: 1) A
intervenção fez parte de uma estratégia de desenvolvimento
económico e social já prevista nos planos de ordenamento em vigor;
2) O Projeto de Requalificação dos Espaços Públicos da Mouraria de
Moura teve como objetivo a preservação do caráter histórico e
patrimonial da Mouraria, através da salvaguarda dos seguintes
elementos: A forma urbana definida pela malha urbana/fundiária e
pela rede viária; as relações entre os edifícios e os espaços públicos
e a sua integração na cidade; a forma e o aspeto dos edifícios
(interior e exterior) definidos pela sua estrutura, volume,
características construtivas, escala, materiais, cor e decoração;
manutenção da função habitacional da Mouraria.
Projeto de Requalificação dos Espaços Públicos
2011
Planta Geral
31. 31
SSPG : Mouraria de Moura
Âmbito profissional como colaboradora de Sofia Salema e Pedro Guilherme
av :
Foram executados os seguintes trabalhos: Repavimentação das ruas,
com reformulação dos sistemas de drenagem e encaminhamento de
água; redesenho do novo revestimento do espaço público, com
utilização de diferentes tipos de revestimentos de modo a hierarquizar
espaços públicos distintos. De um modo geral, foi mantida a topografia
existente, sendo regularizados os planos das ruas. Os pavimentos
utilizados recuperaram genericamente soluções já existentes no espaço
público da cidade, tendo sido dada preferência aos materiais mais
acessíveis na região: calçadas regulares ou irregulares, de cor cinzenta
e pontualmente branca. Resumidamente, utilizou-se calçada irregular de
granito cinzento tipo Évora para os arruamento (situação semelhante ao
pré existente), juntamente com lajedo de granito cinzento tipo Évora;
utilizou-se lajedo do mesmo tipo no Largo da Mouraria (utilização
pontual para realçar a excecionalidade do elemento urbano na Mouraria)
e utilizou-se calçada tradicional em calcário (vidraço) branco com vários
tipos de aplicação, sendo a Praça Sacadura Cabral o exemplo mais
expressivo da utilização deste tipo de calçada. O desenho de
estereotomia da Praça Sacadura Cabral, da autoria da artista plástica
Mónica Capucho, foi concebido especificamente para aquele lugar.
Foram aplicadas lajes de granito junto às fachadas para o
encaminhamento rápido das águas da chuva provenientes dos beirados
para longe das fundações das edificações. Estas peças permitem,
também, formalizar os degraus de entrada nas habitações, substituindo
os degraus existentes que, por vezes, constituíam elementos
dissonantes na Mouraria.
O Projeto de Projeto de Requalificação dos Espaços Públicos da
Mouraria de Moura venceu o Prémio IHRU 2014:.
Projeto de Requalificação dos Espaços Públicos
2010
Planta Largo da Mouraria
Perfis das Ruas
32. Âmbito profissional como arquiteta na Urban Obras
32
Apartamento na Alameda D. Afonso Henriques, Lisboa :
av :
Projeto de Reabilitação e Remodelação
2013
Planta do Existente
Planta da Proposta
O seguinte projeto diz respeito à remodelação de uma
habitação em cave de um edifício gaioleiro na Alameda D.
Afonso Henriques, com grandes problemas de salubridade
devido a humidades, fraca exposição solar e fraca ventilação.
Os únicos vãos da habitação estão voltados para um
logradouro . Face as características do edifício, notou-se que
as paredes interiores eram em alvenaria de tijolo burro, no
seguimento das fundações do próprio edifício, apresentando
grandes problemas relacionados com humidades
ascensionais e eflorescências. O trabalho proposto para a
reabilitação da fração, partiu de um prossuposto de
reabilitação das alvenarias e recobrimentos assim como
impermeabilização do piso e aplicação de revestimento. Para
o efeito foram prescritas soluções de tratamento de junta e
rebocos permeáveis aos vapor de água e esquemas de
pintura que permitissem a parede respirar, numa tentativa de
minimizar os problemas relacionados com humidades
ascensionais.
.
33. Âmbito profissional como arquiteta na Urban Obras
33
Apartamento na Alameda D. Afonso Henriques, Lisboa :
av :
Projeto de Reabilitação e Remodelação
2013
Planta da Proposta da Cozinha
Planta da Proposta da IS e Closet
Paralelamente foram propostas intervenções na cozinha e instalação
sanitária e substituição dos caixilhos, com soluções que pudessem
otimizar as fracas potencialidades no que diz respeito à luz natural,
recorrendo a materiais de cores claras.
No caso da cozinha e invertendo a tendência que se tem observado neste
tipo de edifícios, optou-se por manter a chaminé original em alvenaria e
elementos de cantaria, como pormenor que lembra a época de
construção e as técnicas tradicionais.
34. Âmbito profissional por conta própria
34
Casa do Crato :
av :
Projeto de Reabilitação e Ampliação
Existente - Piso Térreo
Existente - Corte
Este trabalho diz respeito ao projeto de reabilitação de uma moradia unifamiliar, situada no Crato, numa zona pouco
densificada, descaracterizada e afastada do núcleo urbano da Vila. O cliente recebeu o imóvel de uma herança e quis
adapta-lo às suas necessidade atuais, sem no entanto perder a memória do existente, de carácter vernáculo alentejano.
A construção existente era então composta por um edifício principal, uma zona de logradouro e construções anexas. O
edifício principal apresentava um núcleo primitivo de construção tradicional, onde posteriormente foi acrescentado, para o
logradouro, uma marquise correspondente à cozinha e casa de banho, assim como a construção de uma laje, escada e
consequente aproveitamento de um sótão para arrumos. Em termos construtivos, o edifício primitivo apresenta paredes
autoportantes em alvenaria de pedra, paredes interiores em alvenaria de tijolo e telhado de duas águas em telha de
canudo, suportado por vigotas de betão. A marquise, de construção posterior, era construída com alvenaria de tijolo, onde
se nota a presença de alguns elementos em betão. As construções anexas apresentam uma construção tradicional de
alvenaria de pedra, e telhado de uma água em telha de canudo assente sobre estrutura de barrotes de madeira. O
logradouro foi em tempos totalmente impermeabilizado, onde se constou a existência de uma pequena construção em
alvenaria correspondente a uma coelheira.
A proposta consistiu em manter todas as paredes de alvenaria de pedra existentes e, face também à dimensão do lote, a
organização espacial resultante pouco variou da original. A principal preocupação foi assim de dotar a habitação de
salubridade e requisitos de conforto contemporâneos. De uma forma geral, a intervenção passou pelo seguinte: demolição
das paredes interiores em alvenaria de tijolo; Demolição da zona em marquise; demolição da escada interior existente;
remoção e demolição do pavimento térreo, com redefinição de uma cota interior única a nível do piso térreo; saneamento
de paredes existentes; levantamento das coberturas existentes; demolição de todas as construções anexas em
logradouro; reformulação da rede elétrica e da rede de águas e esgotos; aumento da cércea do edifício, alinhando com a
cota de beirado do lote contíguo; ampliação do edifício para o tardoz; construção de uma instalação sanitária acessível, a
nível do piso térreo; construção de uma suite e de uma varanda, a nível do piso superior, voltado para o logradouro do
prédio; construção de uma nova escada (com medidas regulamentares) de acesso ao primeiro piso; construção de uma
zona exterior de estar, ligada à cozinha; construção, nas traseiras do lote de uma zona de estacionamento; construção de
uma cobertura nova que cumpra os requisitos técnicos de estanquicidade e de conforto térmico e acústico; execução de
vãos de iluminação na cobertura por forma a aumentar e entrada de luz natural no interior.
2014
35. 35
Casa do Crato :
av :
Projeto de Reabilitação e Ampliação
Construído - Piso Térreo
Construído - Piso 1
Construído - Corte
Âmbito profissional por conta própria
2014