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25 ANOS DE JUBILEU DA
ACM-KUANZA SUL (1991-2016)
YMCA Angola
BREVE HISTÓRIA DA
ASSOCIAÇÃO CRISTÃ DA MOCIDADE
KWANZA SUL
TESTEMUNHOS DAS ACTIVIDADES DA JUVENTUDE ANGOLANA
DURANTE E DEPOIS DA GUERRA CIVIL!
SUMBE
AGOSTO 2016
2
3
ÍNDICE
N/O Assunto/tema Pág.
Índice 2
Siglas/acrónimos 3
1 Agradecimentos 4
2 Introdução 5
3 O povo quenão ensinasuaHistória,perdesuaidentidade 6
4 AlgumasdatasimportantesdaACM-KS 7
5 Caracterização eperíodosdaACM-KSno passado 8
5.1 1991/1993: Do nascimento as primeiras actividades 8
5.2 1994/2002 –DosacordosdeLusakaao fimdaguerraem2002 8
5.3 Crescimento da ACM KS, fim da guerra & apoio ao processo de
reinstalação (2002-2008).
9
5.4 Acçõesdereforço decapacidadeinstitucional recebidas 10
6 ACM-KSapós:períododereinstalação2008-2015 11
6.1 Dificuldadesemsefirmarnaerapósreabilitação/reinstalação 12
6.2 A SITUAÇÃO ACTUAL DAACM KUANZA-SUL 12
7 ACM-KSeos desafios actuaisdo desenvolvimento 15
8 Resultadosdo inquérito no ano 2003emWaku Kungo,Pambangalae
Dumbi.
16
9 Resultadosdo inquérito no ano 2003emWaku Kungo,Pambangalae
Dumbi.
17
10 Futuro daACM-KS:fecharaporta,ou novosdesafios? 17
11 Impressões dos antigos membros da ACM Kwanza Sul. 19
4
SIGLAS/acrónimos
AAD Acção. Angolana para o Desenvolvimento
ABD Abordagem Baseada nos Direitos
ACM Associação Cristã da Mocidade
ADRA Acção Angolana p/Desenvolvimento Rural e Ambiente
AJPD Associação Justiça Paze Democracia
APN Ajuda Popular da Noruega
APRODEV Association of World Council of Churches Related Development Organizations in
Europe now ACT - Alliance
ASBC Associação Samuel Brasce Coles
CACS Concelho de Auscultação e Concertação Social
Caid Christian Aid
CASA-CE Convergência Ampla de Salvação de Angola
DLS Desenvolvimento Local Sustentável
DPJ Direcção Provincial da Juventude
FESA Fundação Eduardo dos Santos
FNLA Frente Nacional de Libertação de Angola
ICCO The interchurch organization for development cooperation
IMUA Igreja Metodista Unida em Angola
J&C Juventude e Cidadania
NCA Norugeian Church Aid
OCB Organização Comunitária de Base
ONG Organização Não Governamental
OSC Organização da Sociedade Civil
PE Plano Estratégico
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPM Pão para o Mundo
VIH/SIDA Vírus de Imunodeficiência Humana/Síndrome da Imuno Deficiência Adquirida
YMCA Young Men Christian Association
5
1. AGRADECIMENTOS
A AssociaçãoCristãdaMocidadeKuanza-Sul,agradeceaosseusmembrosassociados,funcionárioseamigose
as comunidades do Kwanza-Sul, pelo envolvimento e contribuições no desenho das linhas desta pequena
brochura!
Um agradecimentomuitoespecial,vai ao consultorinternacional Aart Van der Heide, que inspirou a ACM KS, a
escrever sua história, e teve a paciência de facilitar o processo de recolha de informação, inserção de fotos e
muitomais.Naverdade, sem o apoiodoAart, talvez esta históriadificilmenteseriapublicadahoje,enomomento
em que a organização celebra os seus 25 anos de existência.
Desejamos também, ressaltar nestes agradecimentos, os amigos e amigas nomeadamente Angela Lascelles,
RainerTump,ErwinGeudar,Oliver Sykes, FernandoViegas,Inge Hoffman Vaz, Alexia Hayood, Alexia Edmunts,
RosárioAdvirta, Vibeke Skauerud,Benjamim Castello,PauloFelipe,queapoiaram atravésdas suas instituições
o trabalho da ACM KS, ao longo destes anos todos.
Este agradecimento é extensivo às organizações nacionais, internacionais, Igrejas e instituições estatais, pelo
apoiodirectoeindirecto recebido,desdeafundaçãodaACM KS,atéapresentedata.Destacamosaqui,aOIKOS,
AAD, ASBC, AAEA, GLIF, APN, RedeTerra,ChristianAid, Pão Para o Mundo,Ajuda das Igrejas Norueguesas,
ICCO, SOH, a então Acçãodas Igrejasem Angola, a Igreja Metodista,Administraçõesmunicipais ecomunais,o
Governo Provincial, e respectivas Instituições estatais, entre outros, pela colaboração frutuosa, que sempre
tivemos ao longos destes 25 anos.
Finalmenteenão menosimportante,expressamos umagratidão especial,aoSr. MantuilaSebastião,quetrouxe
a ACMKS em Angola, aos Srs. Segunda Pungue, Franscisco Pandiera, Lourenço Alfredo, Jorge Mulonde,
Francisco Guerra, Reverendo Gabriel Vinte, Reverendo Arão Ndongoxi, Benjamim Luzolo, e tantos outros, que
nãopouparam esforços,mesmonosmomentosdeguerra,sempretrabalharam naACM.Umahomenagem,deve
ser rendidaaosnossoscolegasfalecidos,duranteoconflitoarmadoquandocumpriammissõeshumanitárias,são
eles: Narciso Xavier, Valter, Bombeia.
Para nãotornar a listademasiadalonga,aproveitamosestaocasião,paratecernossossincerosagradecimentos
a todas pessoas, que fizeram com que, a ACM KS fosse um sonho possível.
6
2. INTRODUÇÃO
Esta publicação,apareceporcausa dojubileudaACM-Kwanza Sul, no mêsde Agosto 2016. Um jubileuda sua
existência,de25anosnaProvínciado Kwanza Sul. São25anos detrabalho,quecomeçouduranteaguerracivil,
considerada a fase mais difícil. A ACM-KS, como movimento angolano da mocidade cristã, na Província do
Kwanza Sul, apoiava o alívio do sofrimento, de grandes grupos de vítimas da guerra civil. Também, é uma
Organizaçãodevários jovens, que serviu comoumaincubadora,derealizar um tempode prática nos trabalhos
humanitários.E,porconseguinte,um trampolim,paraavidaactualdestesjovens,queestãoafazermuitosucesso
nos seus novos empregos,e desafiossucessivos. É uma publicação que,querdara História desta organização,
através de datas, factos, anedotas e fotografias.
A razão de realizar este trabalho, não é só de comemorar o jubileuda ACMKS (25 anos), mas sobretudo, para
capitalizarasconquistasdestaOrganização.Estainformação,naformadedados,será utilizadaparaa reflecção
das actividades futuras.
Foi escolhido como tema do jubileu, “fechar as portas, ou analisar novos desafios?” ou seja, “Extinguir a
Organização ou adaptar-se aos novos desafios?”
Esta publicação,tem comoobjectivocentral,fazerumaretrospetivadostrabalhosdaACM-KS,bemdocumentada,
a fim de se fazer uma análise, como também, preparar o futuro. Esta retrospetiva, não só é importante para os
antigostrabalhadoresdaACM-KS,mastambém,paraasoutrasorganizaçõesAngolanas,quetrabalhamnoramo
de ações de desenvolvimento. O trabalho da ACM-KS, foi possível graças a motivação de um grande grupo de
jovens angolanos. Foi também possível, graças, a um grupo de doadores internacionais, que davam e
asseguravam o apoio financeiro, como as organizações cristãs na Alemanha, na Inglaterra, na Holanda, na
Noruega,comoPãoPara o Mundo (PPM), Christian Aid (CAID), Ajuda da Igreja Norueguesa(AIN), ICCO, SOH,
DCA, isto só para citar algumas.
Foto 1- Equipa da ACM-KS, na ponte sobre o rio Keve, em Waku Kungo (2004).
A ediçãodestapublicação,foifeita nomêsdeJulho2016em Sumbe,comaparticipaçãodeum grupodeamigos,
e empregados da ACM-KS. Foram utilizadas várias fontes, como relatórios, fotografias, incluindo informações e
anedotas, de cada participante.
Ernesto Cassinda
Diretor da ACM Kwanza Sul
7
3. “O povo quenão ensinasuaHistória,perde suaidentidade”1
Foiescritoporum antigopresidentedeFrança,masnocasoconcretodaAssociaçãoCristãdaMocidadeRegional
do Kwanza-Sul (ACM-KS), é aplicáveltambém em funçãodasuanarrativa e gestão. Umaorganização,quenão
capitalizaasuaHistória,esqueceasuaidentidade.AHistóriadeAngola pós-independênciaparaasorganizações
humanitáriasduranteaguerracivil,nuncafoidevidamentedocumentada.Jáem 1980,havianopaísorganizações
humanitárias como CARITAS-Angola, e a Cruz Vermelha Internacional (CVI), que estavam a dar apoio nas
Províncias do Planalto Central, nomeadamente Huambo e Bié, aos grupos deslocados. Este apoio realizou-se
sobcondiçõesextremamentedifíceis.Grandesquantidadesdeajudaalimentar,foram transportadasedistribuídas
nos centrosdedistribuições.Nãosãoconhecidasexactamentequantasvidasforam salvas porestas operações.
Desde 1986, o governo angolano, autorizou as organizações humanitárias internacionais, abrir programas de
assistência humanitária. Um grande número de organizações de solidariedade, mas também profissionais,
chegavam à Angola, com o objetivo simples de salvar ou aliviar as vidas das vítimas da guerra civil. Sabemos
bem que o Programa Alimentar Mundial (PAM), que distribuiu toneladas de ajuda alimentar nas Províncias,
utilizando também organizações internacionais como nacionais. Havia também outras estruturas, como por
exemplo,osMédicossemFronteiras,quedavam assistênciadiretaasvítimas, eAção Agrária Alemã,que estava
a trabalharem varias Províncias, num programadeurgênciaedesenvolvimento.Também mencionamos,Acção
Contra o Fome (ACF), com os tais programas.
Foto 2- O grupo alvo para a agricultura familiar: mulheres, homens e crianças.
Nunca foi bem detalhado num estudo, como estas organizações formavam muitos quadros Angolanos, que
igualmentetomavam ainiciativadecriarorganizaçõeshumanitárias,ededesenvolvimentoangolanas.Doravante,
havia organizaçõeslocais,comoaAcçãoparaoDesenvolvimentoRuraleAmbiente(ADRA)-Angola,o Horizonte
em Benguela, a Acção Agraria Alemã (AAA), e mencionar igualmente, as organizações ligadas as igrejas
Angolanas, tais como: a Caritas Angolana, a Igreja Evangélica do Sul de Angola (IESA), a Igreja Evangélica
Congregacional deAngola(IECA), sem esquecerotrabalhodo ChurchActionin Angola ou Ação das Igrejasem
Angola (CAA ou AIA).
1 François Mitterrand
8
A Históriadestas organizações,é um exemplodaHistória das atividades desenvolvidas pelasociedadecivilem
Angola, durante e depois da guerra civil. Esta História não existe numa maneira bem descrita, e documentada.
Por isso, existe a necessidade, para capitalizá-la numa maneira cronológica.
Fotos 3 e 4- Inquérito da situação da segurança alimentar e nutricional familiar, é o início do processo de melhoramento da
agricultura familiar! Equipa da ACM KS, avalia a situação alimentar e nutricional.
Desta feita, esta publicação da ACM-KS, graças o seu jubileu – 25 Anos ACM Kwanza Sul – será um início, e
marco da capitalização, grandiosa e gloriosa história do movimento, e do crescimento das organizações
humanitárias Angolanas.
A HistóriadaACM-KwanzaSul, quecomeçouem1991,duranteedepoisdaguerracivil.O períododaassistência
humanitária, e depois a assistência da reinstalação. Mostra a importância deste trabalho, mas também a
identidade desta organização.
4. Algumas datasimportantesdaACM-KS
N/O Data Acontecimento Inserir
01 11/08/1991 Nascimento da ACM KS, no município da Kibala comuna sede Foto
XX/XX/1995 Realização da primeira Assembleia Geral da ACM KS, queconsagra os primeiros
membros da organização, órgãos sociais e Direcção Executiva.
Foto
XX/XX/1999 Elaboração do primeiro diagnóstico organizacional, pela ONG PACT, seguido da
elaboração do primeiro Plano Estratégico, cuja missão era de responder a
situações de emergência, e fortalecer as capacidades das populações
deslocadas
Missão
XX/XX/2000 São mortos três funcionários da organização, que sedeslocavam da Gabela para
o Sumbe, em missão de serviço, numa reunião organizada pelo PAM, para
coordenar a ajuda humanitária.
1999/2001 ACM KS participa do programa de Reforço da Capacidade Organizacional,
implementado pelo PACTao nível Nacional, de que veioa resultar na elaboração
do Plano Estratégico.
9
2007 Assembleia Geral, que renova o mandato dos órgãos sociais, e elege/nomeia
Ernesto Cassinda, para Director Executivo, para o período 2008-2012
2009 Novo diagnóstico organizacional
2011 Aprovação do novo Plano Estratégico 2012-2017
1996-2002 Quadros da ACM KS, começam a tornar parte da formação fora do País,
maioritariamente na Alemanha
2002-2003 Avaliações externas – ACMKS, inicia a desenvolver a implementação de
avaliações externas aos seus projectos
2008 ACMKS, inicia a realização de auditorias consolidadas, ao nível de toda
organização
2001 ACMKS, organiza uma enorme coluna de ajuda humanitária, em meio de plena
guerra, saindo do Sumbe, passando por Gabela e Waku Kungo, para apoiar
populações sob controlo do Governo e da UNITA.
5. Caracterização eperíodosdaACM-KSno passado
Os três períodos, descritos neste capítulo desta publicação, ACM KS investiu nos seus projetos de assistência
alimentar, sementes e utensílios, reinstalação dos deslocados de pessoas nacionais, agricultura familiar,
segurança alimentar e nutricional, reforço de capacidades etc. Um total de quase 30 milhões de US$. Isto é
simplesmente, mais de um milhão de US$ por ano.
5.1. 1991/1993: Do nascimento as primeiras actividades
A ACM/Kwanza-Sul, nasceuformalmente a11de Agosto de 1991,e o seu surgimento,decorreudanecessidade
de se responder a difícil situação humanitária, que as populações da província do Kuanza-Sul enfrentavam na
altura. Jovens naturais de Kwanza-Sul, que trabalhavam e inspirados pela experiência vivida em Luanda, na
Aliança nacional das ACMs de Angola tiveram a ideia, iniciando com duas salas de aulas gratuitas, onde
ensinavam a 1ª e 2ª Classes do primeiro nível.
De 1991/1993,asatençõesestavam concentradasparaomunicípiodeKibala.Porém, oreacenderdaguerrano
períodopôseleitoral,istoem 1992,nãopermitiuacontinuidadedestasacções,tendoosmesmossidosuspensos.
A organização,perdeutodosos poucosmeios,eequipamentosquepossuía,eviu-se forçadaase mudarparao
MunicípiodoAmboim,Gabela,em 1993. Na Gabela,a ACMKS, começaaimplementaro primeiroprojectocom
fundos externos. Era uma intervenção de emergência, que incluía, através da então Comunidade Económica
Europeia (CEE), hoje União Europeia (EU), facilitado pela OIKOS (ONG portuguesa). Neste mesmo período, a
organização recebeu também diretamente, fundos da Diakonisches Werk (organização ligada as Igrejas
protestantes da Alemanha),paraapoiaras despesasde logísticasda pequenaequipa,efoi nesteperíodo quea
ACMKS, recebeu também a primeira doação de uma viatura 4X4. De entre 1993/1994, a ACMKS, manteve a
cooperação com a OIKOS, Programa Alimentar Mundial (PAM), e mais tarde, tentou construir um orfanato, que
nãoveio a ser concluído.Nestaaltura,aorganização sedispunhadepoucosmembros,eoestágioem termosde
desenvolvimentoorganizacional,podesercaracterizadocomoembrionário,poisnãotinhamsistemas,nemregras
documentadas, de acordo os padrões internacionalmente aceites.
5.2. 1994/2002 – Dos acordos de Lusaka ao fim da guerra em 2002
Nabuscadeestabelecerapaz,apósofracassodosacordosdeBicesse,osAngolanosconheceramem novembro
de 1994, um acordo de paz, que fiou conhecidos como o Protocolo de Lusaka - um tratado de paz, que durou
cercadequatroanos,etinhacomobaseadesmobilizaçãodastropasdo MPLA/FAA,eastropasdaUNITA/FALA.
Infelizmente este protocolo não veio a ser concluído.
10
No congresso do MPLAde 1998, o presidente José Eduardo dos Santos, declarou que, não voltaria a negociar
com JonasSavimbi,então Presidenteda UNITA2. Daí em diante, os esforçosde guerravisando alcançarapaz,
através de uma derrota militar sobre a UNITA3, passou a ser a principal aposta do governo Angolano.
E comoconsequência,‘‘durante oanode 1999, aproximadamente1milhãodepessoasfugiram dassuascasas,
a maioria para as capitais de províncias, em busca de maior segurança. ‘’, (2001 Inter-agencyappeal, p.3).
Foto 5- Armazém da ACM-KS: ajuda alimentar para a distribuição nas aldeias da população reinstalada.
A ACMKS, não podia ficar indiferente, diante deste quadro sombrio. Continuou a implementar projectos de
emergência, mas em 2000, dado a intensidade da guerra, teve de transferir os seus escritórios principais da
Gabelaparao Sumbe,após a mortede três funcionáriosem missãohumanitária.Todavia,manteveumaequipa
naGabela,escritóriosecasadepassagem,parapermitirassistirosmilharesdedeslocados deguerraalisituados.
Em temos de crescimento organizacional, a ACM KS, se estruturou um pouco mais, passando a ter alguns
documentos institucionais, tais como regulamentos, plano estratégico, contratos de serviço, informatizaçãodos
documentos,realizaçãodeassembleia geral,entreoutros.É de realçarquemuitosdestesdocumentos,surgiram
nãosó comoiniciativadosmembros/staff,mastambém comapoiodosparceirosexternos,asaber:ChristianAid,
Diakonisches Werk, Danisch Church Aid, WFP., Euronaid, SOH, etc., em especial para as capacitações como
mencionado no ponto 5.4.
5.3. Crescimento da ACM KS, fim da guerra & apoio ao processo de reinstalação (2002-2008).
A fuga das famílias, do meio rural para as cidades continuou até 2002, ano em que cessaram as hostilidades,
elevandopara, aproximadamente,3.8milhões,o número(estimado),depessoasdeslocadas.Portanto,naquela
2 Actualmente o Presidente daUNITA é o Sr. Isaías Samakuva.Cargo que exerce desde 2003.
3 O slogan oficialera fazer a guerra paraacabar com a guerra! O queveio a acontecer com a morte deJonas Savimbino dia
2 de Fevereiro de 2002.
11
alturao maiordesafioem Angola, era sem dúvida, aliviar o sofrimentodos, entãochamadosdeslocadosinternos
(DIs), em inglês, IDPs e refugiados.
Foineste período, quea ACMKS, maisse notabilizou, tendoem médiaimplementado,5projectos,presençaem
5 dos12MunicípiosdaProvíncia,nomeadamente:Cela,Amboim,Sumbe,KibalaeSeles:porexemplo,em 2002,
a ACM KS, chegou a assistir com sementes, alimentos, alfaias, vestuários, cerca de 14,000 famílias,
aproximadamente70,000pessoas,ouseja3,5%do totalda populaçãodaProvíncia,naaltura.Era naverdade, a
maiorONG nacionaldaProvíncia,equiçámesmoquandocomprado,comalgunsONGsinternacionaisnaépoca.
Foto 6- Ajuda a reinstalação: Distribuição da ajuda alimentar nas comunidades reinstaladas.
Na medida em que terminava o conflito, começou-se a decompor o período de intervenção de emergência, e
muitasONGsestrangeiras,eagênciasdaONU,iniciaramasuasaídado País. Regista-seumanotávelescassez
de financiamentoexterno,e marcaumamudança deabordagensediscursos(reactivapara proactiva) - Direitos
humanos, sociedade civil, abordagem baseada em direitos, advocacia, trabalho em rede, etc. Neste período,
algumas organizações nacionais “menos” atentas, desaparecem da cena, e das que sobreviveram, algumas
existem, mas com muitas limitações de actuação, e outras conseguem manter o seu ritmo de intervenção, mas
com grandes necessidades de capacitação para melhorar a sua acção participativa, de mobilização e de
influenciar políticas.
Naprovíncia, esteperíodoé marcadoporiniciativassignificantesdopontodevista de revitalização,e/ oucriação
de espaçosde diálogo,partilhae troca de informaçãoentreos actoressociais,que compõemaSociedadeCivil
(SC). ONGs internacionais (APN, IBIS), começam a apoiar iniciativas da SC. Surge o Fórum Terra Kwanza-Sul
(FTKS), coordenado pela ACM, Rede Eleitoral e Rede Educação para Todos.
5.4. Acçõesdereforço decapacidadeinstitucional recebidas
ACTIVIDADE ANO
PARCEIROS
IMPLEMENTADOR DOADOR
Avaliação organizacionalexterna;
PlanoEstratégico(PE) parao períodode1999-
2002;
1999 PACT USAID
Gestãode programasdeemergência, 2001-2002 Catholic Relief
Service(CRS)
USAID
12
Estudos de basesobresegurançaalimentare
melhoramentonutricional –inquéritos
nutricionais
2003
2004
ACMKS SOH/ICCO
GlobalOperational Planning 2004 “World Allianceof
YMCAs,
YMCA International
Programadecapacitaçãonaáreadegestão
financeira,chamadoFIMCAB
2007 ICCO CristianAid, ICCO
Formaçãoem SegurançaAlimentare
Nutricional
2007 IWENT PPM
Formaçãoem GestãodeONGs, 2009 IBIS IBIS
Formaçãoem AdaptaçãoasAlterações
Climáticas
2010 MSTCDC ChristianAid, NCA
Formaçãoem assessorialocal parao
desenvolvimento
2011 SNV SNV
Monitoriabaseadaem resultados&Teoriade
mudança
2010-2011 ISUP/ChristianAid ChristianAid
Revisão estratégica,SWOT,análisedo
contexto,avaliaçãodeprojectos,análiseSWOT.
2009-2011 ACMKS Pão parao Mundo,
ChristianAid e Noruegian
ChurchAid
Formaçãoem Monitoria&Avaliação 2010-2012 ACMKS PPM
Fotos 7 e 8- Formação dos quadros da ACMKS: pontos fortes e fracos da organização!
6. ACM-KSapós:períododereinstalação2008-2015
O fim da guerra, forçou os diversos actores sociais, económicos e políticos a se adaptarem
(imediatamente) a nova realidade. Grande parte dos assistencialistas, sobretudo estrangeiros, por
exemplo,o PAM e a Médicos Sem Fronteira, cessaram as suas actividades entre 1-2 anos depois da
paz.
Os actores assistencialistas nacionais, que não conseguiram redirecionar as suas acções para uma
abordagem de desenvolvimento comunitário, ou desapareceram ou continuam a intervir em situação de
catástrofe, tais como: inundações, seca, epidemias e outros.
13
O governo, mobilizou fundos para relançar a reconstrução nacional, priorizando o sector rodoviário e
mobiliário, porém os efeitos dos investimentos, ainda não alcançaram as camadas mais baixas da
sociedade, habitantes dos musseques e zonas rurais.
Fruto deste contexto, a ACMKS, interveio nas áreas de água, segurança alimentar, e influência de
políticas (que inclui a educação para a cidadania), através de redes, sobretudo do Fórum Terra Kuanza-
Sul.
6.1. Dificuldadesemsefirmarnaerapósreabilitação/reinstalação
Se de um lado a ACMKS, granjeou popularidade junto das autoridades, e da população ao nível da
provínciae não só,do outro lado,a estabilidade política/militar,que o País vive desde 2003,exigemdela
outro tipo de abordagem,e novas formas de trabalho.No passado aorganização implementouprojectos,
reagindo a problemas, que foram causados maioritariamente pela guerra, mas que num contexto de paz
são causados por outros males entre os quais: a má governação, corrupção,falta de capacidades nas
estruturas competentes, etc. e cuja solução, exigem esforços coordenados de vários actores do
desenvolvimento.
Como argumentado pelos experts em desenvolvimento, as ONGs não devem substituir o estado, na
promoção do desenvolvimento, pelo contrário, elas devem promover as organizações comunitárias, ou
populares e acapacidade dos pobres,paraque estes exijamseus direitos básicos,dos recursos públicos
e pedir contas aos seus governos
Seria perigoso,e estragariao genuíno desenvolvimento,se aentregade bens porparte de ONGs, como
a ACM KS, encorajar os mais pobres a exigirem menos dos seus governos.
Assim, o desafio que se coloca à ACM KS nos dias de hoje, é como diminuir paulatinamente a
abordagem “reactiva”, e ser mais “proactiva”, continuando a providenciar assistência aí onde ela é
necessária, mas ao mesmo tempo, ser mais activa na participação de decisões, acerca dos recursos
públicos e encontrar formas de reforçar o estado, para que este seja mais sensível as necessidades das
populaçõespobres.Isso,decertezaexigirámudanças naquilo que temsido até hoje, a prática ou cultura
organizacional da ACM KS, vista pelo público como uma organização assistencialista.
14
Foto 9- Apoio à reinstalação: estimular a agricultura familiar, mas também a segurança alimentar e nutricional
Foi com base nestas reflexões que a ACM, negociou com a PPM, Caid e NCA, para desenvolver um
novo plano estratégico 2013-2017, centrados em três programas chaves:
Nome do programa Objectivo do programa Áreas temáticas chaves/Linhas de acção
1. Desenvolvimento
Local Sustentável
Fortalecer as capacidades
organizativas e participativas
das populações no KS
desenvolvimento local
sustentável
Reforço de capacidades de grupos produtivos, cadeias
de valor, meios de vida, mudanças climáticas e
Advocacy e lobby.
2. Juventude
&
Cidadania
Fortalecer a juventude com
vista o seu envolvimento
activo na vida política e
publica da província
Promoção da cidadania, voluntariado e equidade de
género.
Educação cívica baseada nos direitos civis, políticos,
sociais, económicos, culturais,
Advocacia & lobby em prol dos direitos da juventude.
3. Programa de
Reforço da
Capacidade Interna
da ACM KS.
Tornar a ACM KS numa
organização saudável e
eficiente aos vários níveis,
nomeadamente, governação,
recursos humanos,
programas e projectos;
recursos financeiros, relações
externas e sustentabilidade
Sistemas e estruturas de funcionamentos adequados a
realidade e ao contexto.
Programas e projectos melhor implementados com
monitoria e avaliação aprendizagem regulares.
Melhoradas as relações com outros actores;
Estratégia de comunicação e visibilidade elaborada e
implementada.
Estratégia de mobilização de fundos desenhados e
operante.
Gestão financeira eficiente, transparente e pontual.
A implementação do Plano Estratégico (PE), tem conhecido dificuldades para sua implementação total,
tais como,anão superação total dos 8 desafios estratégicosidentificados no diagnóstico organizacional,
em finais de 2009, nomeadamente: i) actualizar e qualificar seu sistema de governação institucional; ii)
desenvolver plano de desenvolvimento institucional; iii) desenvolver estratégia de
visibilidade/comunicação institucional e de mobilização de recursos nacionais; iv) aprofundar e acelerar
a transição metodológica (de ajuda humanitária a acções de desenvolvimento); v) desenvolver foco
específico de trabalho com juventude (rural e urbana); vi) avançar na metodologia, e na efectividade da
abordagem de género;vii) fortalecimento da perspectiva de trabalho de advocacy – comunal, municipal,
regional e nacional e) viii fortalecer capacidade de sistematização de experiências, e de
produção/publicação de conhecimentos.
As causas reais,danão superação destes desafios,podemseratribuídas ao não funcionamento efectivo
dos órgãos sociais,saídade quadros comexperiênciae capacidade,insuficiênciade pessoalqualificado
e experientes, para responder aos desafios que o contexto actual impõe (acções de desenvolvimento e
não de emergência).Neste sentido o alcance das metas programáticas do PE,podemestarparcialmente
comprometidas.
Ate finais de 2016, prevê-se a revisão do PE, e será mais uma oportunidade, para avaliar/monitorar o
mesmo, ao mesmo tempo que, podem ser reforçadas as medidas correctivas, para mitigar as
dificuldades de insuficiência de recursos financeiros, para assegurar o normal funcionamento da
organização.
15
6.2. A SITUAÇÃO ACTUAL DAACM KUANZA-SUL
O aumento salarial na função pública,e a procura porestabilidade de emprego (estado),aliado ao termo
do maior projecto (Tukyalula – financiado pela Caid), que a ACMKS implementou entre 2006-2011,
juntado a limitação de financiamento, e consequente saída de doadores internacionais de Angola, a
ACMKS, viu alguns quadros a deixarem a organização. Por conseguinte, a direcção viu-se
sobrecarregada, acarretando consigo, consequências negativas no desempenho organizacional, na
área de programas e projectos, caracterizado por atrasos na prestação de contas, juntos dos
financiadores e qualidade das intervenções em si. Apesar disto, a ACM KS, é ainda muita reconhecida
como actor válido, e com grande capital social na Província, tanto junto do grupo alvo, como das
autoridades e organizações da sociedade civil4.
Foto 10- Contactos diários com as comunidades reinstaladas, para melhor compreender os problemas, e encontrar soluções
disponíveis!
Na verdade, é presentemente, a ONG tradicional mais visível da Província, com experiência acumulada,
desde a emergências até a fase pós conflito, que se mantem o seu espaço físico e capital humano
presentes, e tem estado a dinamizar algumas actividades das OSCs5. Com cerca de 19 funcionários a
tempo integral, divididos entre os escritórios sede em Sumbe, e dois sub escritórios, sendo um no
Cariango/Kibala,e outro emPambangala/Cassongue,aACMKSa implementa4 projectos apoiadospela
Christian Aid, Pão para o Mundo e Norwegian Church Aid, nas localidades já citadas.
7. ACM-KS e os desafios actuais do desenvolvimento
Osdesafiosactuaisdodesenvolvimentodopaísem geral,edaProvínciadoKwanza Sulem particularsãovários.
O papeldoEstado angolanonoprocessodedesenvolvimento,através dos seusserviços, é bastante conhecido.
O mesmo se afirma no quadro da função que a sociedade civil desempenha. ACM-KS, apartando no sector da
4 Relatório da avaliação final do projecto Tukyalula, Julho de 2015
5 ACM lidera oFórum Terra KS,processos das conferências das OSCs,e está a liderar ainiciativa em tornodeautarquias,apoiadopeloEU/PAANE,
através da ADRA,antenaBenguela.Os escritórios da ACMservem também comopontode contacto para outras OSCs cujos escritórios foram
encerrados com a saída daAPN, comoé o caso doGrupo deLiderança Feminina,Rede Eleitoral, Associação SamuelBrace Coles entre outras.
16
sociedade civil, e dado o seu passado brilhante, na Província representa um sobrevalor importante. Isto inclui
experiências e credibilidade nas comunidades rurais.
Da crise económica – nós não queremos falar, nesta publicação sobre as suas causas – deve ser para as
organizações como ACM-KS, como uma possibilidade de grande importância. Para fortalecer a agricultura
familiar, precisa de ter não somente contactos com o mundo rural, mas também experiência nos processos de
aplicaçãodosinstrumentosnecessários.Fazpartedumaabordagemnaáreadasegurançaalimentarenutricional
familiar. Isto significa, em termos dos próprios conceitos da segurança alimentar e nutricional, o bem-estar da
famíliano meiorural.Bem-estarquer dizer: a alimentaçãoadequada,tantoquantitativa e qualitativa, a produção
agrícolae pecuáriaorganizada,parao autoconsumo,bem como,paraa produçãoparao mercado,um nível de
ensino em ambos juvenil e adulto adequado, em conformação com, as normas do Ministério da Educação, o
acesso aos serviços básicos de saúde aceitáveis, o nível da organização comunitária necessária para atingir o
nível de desenvolvimento desejável.
A ACM KwanzaSul, fez em setembro 2003,um levantamentosobreasituaçãodasegurançaalimentardosmeios
desobrevivência,e oestadonutricionalnasváriasComunidadesdeWakuKungo,PambangalaeDumbi.Atabela
seguinte dá um resumo dos resultados em forma de indicadores.
Através deste trabalho,ACM-KS, mostroua sua boacapacidadeem intervenções,naáreada agriculturafamiliar
em geral, mas especifico na área da segurança alimentar e nutricional, e meios de sobrevivência. Atabela que
dá o resumo indica as faltas, como as forcas já existentes nas comunidades.
Foto 11: Inquéritona comunidade com homens,mulheres e juventude!
7.1 Resultadosdo inquérito no ano 2003emWaku Kungo,PambangalaeDumbi.
Disponibilidade de sementes em geral Ainda fraca e não diversificada
Deslocação 73% deslocados durante a guerra civil
FHH 12%
Famílias poligamias ??????
Crianças vivas < 5 anos 45%
Mortalidade crianças nascidas vivas 27%
Ajuda durante a reinstalação? 61% sim
Escolarização das mulheres? 35%
Nível da instrução? 1-2 anos
Mulheres membros duma organização? ???
Que organização? Maior parte duma organização da igreja
Meios de sustendo da mulher Só agricultura e poucas outras atividades
Meios de sustento do marido Só agricultura e poucas outras atividades
Números de refeições “ontem” 90% duas ou mais; 10% só uma.
17
Qualidade do molho Pobre em proteínas
Amamentação das crianças <6 meses 95%
Papas de milho 85%
Papas enriquecidas 7%
Períodos de fome 79% de vez em quando
Método de adaptação Venda de mão obra (44% )e diminuição de refeições (36% )
Peso/altura> 80%: normal 88%
Peso/altura 70-80%: severa 6%
Peso/altura <70%: grave 6%
Altura/idade >90%: normal 50%
Altura/idade <90%: crónica 50%
Peso normal/altura não: stunting 47%
Peso não normal/altura normal:wasting 5%
Stunting e wasting 4%
Sem stunting e wasting 44%
CAP’s mulheres Extremamente fracos
Morbilidade das duas semanas passadas 69%
Doenças Febre, paludismo, diarreia e outras.
Taxa de HIV seropositivo ????
Foto 12: O grupoalvomais importante: mulheres e crianças!
Importarealçarque,a situaçãonestemomento,nãoéconhecida.Paracontinuarumaintervençãonaáreada
agricultura,ebem-estarfamiliardeveráse retomarnovamenteosprocessosiniciados.
9. Futuro daACM-KS:fecharaporta,ou novosdesafios?
O questionamento“fecharaporta”nãoé,decertaformareal.Acapitalizaçãomostrava,queACM-KS,foium actor
humanitário importante, simplesmente, por uma razão muito fundamental. Aequipa, apesar de possuir técnicos
com formaçõesacadémicas,eorigensdiferenciadas,eramnasuageneralidadeAngolanos.Angolanosestes,que
na verdade, queriam um futuro para não só para as famílias beneficiárias apoiadas, mas também para eles
mesmos.Destafeita, a organizaçãorecebeuapoios,querdoladodasorganizaçõesdesolidariedadedoexterior,
comotambémdointeriordopaís.Era aomesmotempo,umaorganizaçãoecuménica,daqualaféera um motivo
de base, todavia, um instrumento de modo igual, para ganhar experiências nas ações de terreno.
Um outrofator importante,foraofacto deque, ACM-KS, ganhoureconhecidaconfiança,nãoapenasnonível dos
beneficiários,comodasautoridadeslocais.ACM-KS,tornou-seumaorganização,profundamenteconhecida,nas
18
aldeiase localidades,de várias Comunas.Duranteumavisita, no mês de setembro2014,nas aldeiasde Banza
Cungo,Lussalae Calongo-Longo,nomunicípiodaCela,ComunadeQuissanga,um amigoestrangeirodaACM-
KS (Aart), as mulheresdestasaldeias,afirmaram claramenteoseguinte: “Noslembramoso período do nosso
regresso, e reinstalação depois da guerra civil em 2003-2005. ACM trazia comida, sementes e outros
utensílios. Neste momento, nós não temos falta de comida, mas precisamos escolas para as nossas
crianças, e postos médicos para nós. Quando é que ACM-KS dera-nos este apoio?” Isto demonstra que,
estas comunidadesefamíliastiveram, e continuam ater confiançanaACM-KS.ACM semprefoium parceirode
confiança. Isto é, um grande complemento para ACM. Acredibilidade entre os beneficiários e a organização.
Foto 13: na aldeia Lussala, Comuna de Kissanga Kungo, Município da Waku Kungo, na Província de Kwanza Sul. Mulheres
respondem a pergunta: Quem de vocês lembram ainda a ajuda da ACM? Mostra a confiança em ACM!
Apesar de nalguns casos se reconhecer, alguma falta de competência técnica, ACMKS, era um implementador
idealparadiferenciadasorganizaçõesgovernamentais,enão-governamentais.Estasestruturas governamentais
e não-governamentais, dispõem de fundos e conhecimentos, de áreas técnicas inúmeras.
Isto demonstraque, a parceriaentre os grupos-alvos, dentro das comunidades,e as estruturas governamentais
serão sempre garantidas conjuntamente com ACM-KS. É claro e evidente que, as necessidades ainas existem.
Por esta razão a porta ficará sempre aberta.
As experiênciasdaACM-KS,foram acumuladasnasáreasseguintes:OrganizaçãoComunitária(OC),Segurança
Alimentare Nutricional(SAN), apoioà educaçãodetodasas idades,levantamentosbásicos,eestudos de base,
Água e Saneamento, microcrédito, etc.
ACM-KS, será por várias razões, umaorganizaçãointermediaidealparaaimplementaçãodevários programas.
Será também, uma organização ideal para medir o impacto das atividades, através dum sistema de monitoria
desenvolvidoeprofissional.Ademais,seráumaorganizaçãodeconsultoria,oudeapoioàconsultoriaem sectores
chaves, e diferentes como: o desenvolvimento rural, a organização e desenvolvimento comunitário,
estabelecimento de estruturas de educação e saúde, gestão e defesa do direito a terra, segurança alimentar,
alterações climáticas, agroecologia, género, e outros sectores afins.
10. Impressões dos antigos membros da ACM Kwanza Sul.
Já foi escritoque, ACMKS foi umaincubadorademuitosjovensangolanos.A lista anexadamostramaisde 100
pessoas que trabalhavam na ACM como trabalhadores, ou colaboradores do campo e motoristas ou outro. Na
parte seguinte, temos algumas impressões dos antigos trabalhador@s colaborador@s da ACMKS.
19
Anita Esperança – Diretora do IDA, Província do Namibe: Força ACM, a luta ainda é grande pois que, os esforços já
empreendidos têm que ser sustentados para o pouco que resta no alcance do bem-estar e garantia da melhoria das
comunidades rurais na circunscrição territorial onde ACM intervém e não só, nas demais influenciadas pela intervenção da
ACM. Sempre juntos na luta pelo Desenvolvimento comunitário e pelo bem-estar das Comunidades Rurais.
Nanda Young: Good job ACM K. Sul.
António Soma: Grande equipa. Bons tempos para recordar.
Alfredo Machado Cassoma: I was one of them. ACM is a big school.
Ernesto Cassinda: Amigos/amigas e ex colegas da ACM KS: Num dia como hoje, 11 de Agosto de 1991, na sequência de
responder à difícil situação humanitária que as populações desta província enfrentavam devido a guerra, que terminara, sob
o lema “Quem não vive para servir não serve para viver,” um grupo Jovens naturais de Kwanza-Sul que trabalhava na Aliança
Nacional das ACMs de Angola, com apoios das autoridades provinciais e de pessoas singulares maioritariamente naturais
da Kibala, lançaram mãos a obra, e proclamaram o que hoje chamamos de Associação Cristã da Mocidade do Kuanza-Sul,
ou simplesmente ACM KS.
Agostinho Micas Mikinho: Parabéns com esta instituição e com os seus membros muito aprendemos e ganhamos eqto
estivemos ao serviço da mesma por isso nossos agradecimentos pela escola profissional k fostes para nós. Bem haja nossa
ACM e 1 Kandandu pai Art
Joyeux 25e anniversaire aux Amis de ACM Kwanza sud et bonne fête.
Idarosa Maneco Márcia: Parabéns a ACM, por este passo, por ser uma das organizações que tem ajudado muito populações
rurais bem como outras, principalmente aqui no K-sul, só tenho a desejar força, força e força.
Velhinho António: Congratulations and long live for ACM.
Benvinda Leiria: Em tão pouco tempo aprendi coisas que nunca imaginei, viva ACM, "existimos para servir"
Roque Umbar: Eu sou da YMCA, portanto sou Y. Tinha 20 anos quando integrei a equipa da ACM, e descobri
nesta Angola sofrida, jovens que não só sonham com um país melhor, como lutam para que tal se materialize.
Sem medo de errar, minha actual identidadeprofissional,foiconstruída essencialmenteduranteos quatro anos,
que estive a trabalhar com a ACM. Habilidades como liderança, boa escrita, pensamento estratégico, lembram-
me o que ACM construiuem mim. Façovotos que a crise, de naturezae característica diversa,não apagueesta
importante e boa memória, que tenho da ACM. Juntos.
Joaquim Tiócrito Armando (Quinzinho) - Passei em todas as fases da ACM KS. Em primeira instância como adolescente
e deslocado/refugiado de guerra, na altura fui beneficiário dos projectos de emergência na Gabela, aos 18 anos voluntário,
apoiando nas acções que aliviavam o sofrimento de outros deslocados/refugiados como eu, naquela altura. A medida que fui
crescendo, foi também crescendo o meu profissionalismo em serviços sociais, desde então de voluntário passei à fiel de
Armazém, assistente de projectos para a formação, assistente de projecto para área técnica, coordenador de projectos e até
Gestor de programas. Em suma vivi a ACM KS, no tempo de Guerra- Emergência, Pós Guerra-Reabilitação Comunitária,
Integração Social, Transição, Organização e Desenvolvimento Comunitário. Muita experiência adquirida ao longo destes
anos. E aprendi mais com a ACM, do que com as Universidades aonde passei. Bem-haja ACM KS.
Maurício Londjala: ACM KS, foi uma verdadeiraescola,cujos frutos ganhadose adquiridosaolongodos últimos
anos, nãose resumemem mero espaçode ganha-pãoemomentodeestruturaçãoda vida, mas acimade tudoe
sobre tudo, de crescimento pessoale profissional,em que assentam a base da minhamodesta personalidadee
caracter, hoje bem como no amanha. Hoje, tenho a plena convicção de que, finalmente valeram os sacrifícios
consentidos, e os êxitos alcançados. Bem-haja, e que o futuro será promissor.
Paulo Felipe: Poderiam incluir entrevistas, com algumas das pessoas que por la passaram. Uma retrospectiva da história
da ACM e as implicações ou influência na sua Vida profissional hoje.
Manuel Jonas dos Santos: ACM KS, foi minha primeira experiência profissional. Parte do que sou hoje, foi
construidonarelaçãoqueestabelecicomosprofissionaiseos diferentesgruposdereferênciadestaorganização,
20
fortemente comprometida com o desenvolvimento das comunidades. Muitos parabéns Dr. Ernesto, e muito
obrigado por tudo. Juntos.
Filomeno Fragão Filas- ActualmenteCoordenadorparaDesenvolvimentoeInfanto-Juvenilda Aldeiade Crianças
SOS do Huambo: A ACM-KS, foi para mim uma grande escola. Foi uma grande oportunidade para conciliar os
conhecimentosteóricosaprendidosnoICRA,noCursoMédiodeEducadoresSociais,sobretrabalhocomunitário,
com vista ao desenvolvimentoeautonomiadascomunidades,emborao trabalhocomunitáriosejamuito vasto e
dependentedecada realidadesocioeconómicaecultural.Foi um grandedesafio (…). Aprendique, os projectos
devem ser feitos e vividos na realidade comunitária, caso contrário é pura utopia e opio... Sucessos sucessivos
para a ACM, aliás tem potencial para tal... Estamos sempre disponíveis.
GuiaCambundo:Em1998,por intermédiodoSr. JoaquimTiócritoconhecia ACMKS, ondecomecei a trabalhar
como voluntários até atingir o cargo de contabilista júnior. Durante o período em fiquei na ACMKS, tive várias
oportunidadesdeformaçãoeexperiênciasnomundodasONGs,sobretudonaáreade administraçãoefinanças.
De facto foi umagrandeescola, e que continuea formar e ajudaras populaçõesdoKwanza sul, paraalcançara
missão preconizada. Aquele abraço.
Mário Nunes
Jorge Bernardo
Sara Judith

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A História da ACM-KS: 25 anos apoiando as vítimas da guerra

  • 1. 1 25 ANOS DE JUBILEU DA ACM-KUANZA SUL (1991-2016) YMCA Angola BREVE HISTÓRIA DA ASSOCIAÇÃO CRISTÃ DA MOCIDADE KWANZA SUL TESTEMUNHOS DAS ACTIVIDADES DA JUVENTUDE ANGOLANA DURANTE E DEPOIS DA GUERRA CIVIL! SUMBE AGOSTO 2016
  • 2. 2
  • 3. 3 ÍNDICE N/O Assunto/tema Pág. Índice 2 Siglas/acrónimos 3 1 Agradecimentos 4 2 Introdução 5 3 O povo quenão ensinasuaHistória,perdesuaidentidade 6 4 AlgumasdatasimportantesdaACM-KS 7 5 Caracterização eperíodosdaACM-KSno passado 8 5.1 1991/1993: Do nascimento as primeiras actividades 8 5.2 1994/2002 –DosacordosdeLusakaao fimdaguerraem2002 8 5.3 Crescimento da ACM KS, fim da guerra & apoio ao processo de reinstalação (2002-2008). 9 5.4 Acçõesdereforço decapacidadeinstitucional recebidas 10 6 ACM-KSapós:períododereinstalação2008-2015 11 6.1 Dificuldadesemsefirmarnaerapósreabilitação/reinstalação 12 6.2 A SITUAÇÃO ACTUAL DAACM KUANZA-SUL 12 7 ACM-KSeos desafios actuaisdo desenvolvimento 15 8 Resultadosdo inquérito no ano 2003emWaku Kungo,Pambangalae Dumbi. 16 9 Resultadosdo inquérito no ano 2003emWaku Kungo,Pambangalae Dumbi. 17 10 Futuro daACM-KS:fecharaporta,ou novosdesafios? 17 11 Impressões dos antigos membros da ACM Kwanza Sul. 19
  • 4. 4 SIGLAS/acrónimos AAD Acção. Angolana para o Desenvolvimento ABD Abordagem Baseada nos Direitos ACM Associação Cristã da Mocidade ADRA Acção Angolana p/Desenvolvimento Rural e Ambiente AJPD Associação Justiça Paze Democracia APN Ajuda Popular da Noruega APRODEV Association of World Council of Churches Related Development Organizations in Europe now ACT - Alliance ASBC Associação Samuel Brasce Coles CACS Concelho de Auscultação e Concertação Social Caid Christian Aid CASA-CE Convergência Ampla de Salvação de Angola DLS Desenvolvimento Local Sustentável DPJ Direcção Provincial da Juventude FESA Fundação Eduardo dos Santos FNLA Frente Nacional de Libertação de Angola ICCO The interchurch organization for development cooperation IMUA Igreja Metodista Unida em Angola J&C Juventude e Cidadania NCA Norugeian Church Aid OCB Organização Comunitária de Base ONG Organização Não Governamental OSC Organização da Sociedade Civil PE Plano Estratégico PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PPM Pão para o Mundo VIH/SIDA Vírus de Imunodeficiência Humana/Síndrome da Imuno Deficiência Adquirida YMCA Young Men Christian Association
  • 5. 5 1. AGRADECIMENTOS A AssociaçãoCristãdaMocidadeKuanza-Sul,agradeceaosseusmembrosassociados,funcionárioseamigose as comunidades do Kwanza-Sul, pelo envolvimento e contribuições no desenho das linhas desta pequena brochura! Um agradecimentomuitoespecial,vai ao consultorinternacional Aart Van der Heide, que inspirou a ACM KS, a escrever sua história, e teve a paciência de facilitar o processo de recolha de informação, inserção de fotos e muitomais.Naverdade, sem o apoiodoAart, talvez esta históriadificilmenteseriapublicadahoje,enomomento em que a organização celebra os seus 25 anos de existência. Desejamos também, ressaltar nestes agradecimentos, os amigos e amigas nomeadamente Angela Lascelles, RainerTump,ErwinGeudar,Oliver Sykes, FernandoViegas,Inge Hoffman Vaz, Alexia Hayood, Alexia Edmunts, RosárioAdvirta, Vibeke Skauerud,Benjamim Castello,PauloFelipe,queapoiaram atravésdas suas instituições o trabalho da ACM KS, ao longo destes anos todos. Este agradecimento é extensivo às organizações nacionais, internacionais, Igrejas e instituições estatais, pelo apoiodirectoeindirecto recebido,desdeafundaçãodaACM KS,atéapresentedata.Destacamosaqui,aOIKOS, AAD, ASBC, AAEA, GLIF, APN, RedeTerra,ChristianAid, Pão Para o Mundo,Ajuda das Igrejas Norueguesas, ICCO, SOH, a então Acçãodas Igrejasem Angola, a Igreja Metodista,Administraçõesmunicipais ecomunais,o Governo Provincial, e respectivas Instituições estatais, entre outros, pela colaboração frutuosa, que sempre tivemos ao longos destes 25 anos. Finalmenteenão menosimportante,expressamos umagratidão especial,aoSr. MantuilaSebastião,quetrouxe a ACMKS em Angola, aos Srs. Segunda Pungue, Franscisco Pandiera, Lourenço Alfredo, Jorge Mulonde, Francisco Guerra, Reverendo Gabriel Vinte, Reverendo Arão Ndongoxi, Benjamim Luzolo, e tantos outros, que nãopouparam esforços,mesmonosmomentosdeguerra,sempretrabalharam naACM.Umahomenagem,deve ser rendidaaosnossoscolegasfalecidos,duranteoconflitoarmadoquandocumpriammissõeshumanitárias,são eles: Narciso Xavier, Valter, Bombeia. Para nãotornar a listademasiadalonga,aproveitamosestaocasião,paratecernossossincerosagradecimentos a todas pessoas, que fizeram com que, a ACM KS fosse um sonho possível.
  • 6. 6 2. INTRODUÇÃO Esta publicação,apareceporcausa dojubileudaACM-Kwanza Sul, no mêsde Agosto 2016. Um jubileuda sua existência,de25anosnaProvínciado Kwanza Sul. São25anos detrabalho,quecomeçouduranteaguerracivil, considerada a fase mais difícil. A ACM-KS, como movimento angolano da mocidade cristã, na Província do Kwanza Sul, apoiava o alívio do sofrimento, de grandes grupos de vítimas da guerra civil. Também, é uma Organizaçãodevários jovens, que serviu comoumaincubadora,derealizar um tempode prática nos trabalhos humanitários.E,porconseguinte,um trampolim,paraavidaactualdestesjovens,queestãoafazermuitosucesso nos seus novos empregos,e desafiossucessivos. É uma publicação que,querdara História desta organização, através de datas, factos, anedotas e fotografias. A razão de realizar este trabalho, não é só de comemorar o jubileuda ACMKS (25 anos), mas sobretudo, para capitalizarasconquistasdestaOrganização.Estainformação,naformadedados,será utilizadaparaa reflecção das actividades futuras. Foi escolhido como tema do jubileu, “fechar as portas, ou analisar novos desafios?” ou seja, “Extinguir a Organização ou adaptar-se aos novos desafios?” Esta publicação,tem comoobjectivocentral,fazerumaretrospetivadostrabalhosdaACM-KS,bemdocumentada, a fim de se fazer uma análise, como também, preparar o futuro. Esta retrospetiva, não só é importante para os antigostrabalhadoresdaACM-KS,mastambém,paraasoutrasorganizaçõesAngolanas,quetrabalhamnoramo de ações de desenvolvimento. O trabalho da ACM-KS, foi possível graças a motivação de um grande grupo de jovens angolanos. Foi também possível, graças, a um grupo de doadores internacionais, que davam e asseguravam o apoio financeiro, como as organizações cristãs na Alemanha, na Inglaterra, na Holanda, na Noruega,comoPãoPara o Mundo (PPM), Christian Aid (CAID), Ajuda da Igreja Norueguesa(AIN), ICCO, SOH, DCA, isto só para citar algumas. Foto 1- Equipa da ACM-KS, na ponte sobre o rio Keve, em Waku Kungo (2004). A ediçãodestapublicação,foifeita nomêsdeJulho2016em Sumbe,comaparticipaçãodeum grupodeamigos, e empregados da ACM-KS. Foram utilizadas várias fontes, como relatórios, fotografias, incluindo informações e anedotas, de cada participante. Ernesto Cassinda Diretor da ACM Kwanza Sul
  • 7. 7 3. “O povo quenão ensinasuaHistória,perde suaidentidade”1 Foiescritoporum antigopresidentedeFrança,masnocasoconcretodaAssociaçãoCristãdaMocidadeRegional do Kwanza-Sul (ACM-KS), é aplicáveltambém em funçãodasuanarrativa e gestão. Umaorganização,quenão capitalizaasuaHistória,esqueceasuaidentidade.AHistóriadeAngola pós-independênciaparaasorganizações humanitáriasduranteaguerracivil,nuncafoidevidamentedocumentada.Jáem 1980,havianopaísorganizações humanitárias como CARITAS-Angola, e a Cruz Vermelha Internacional (CVI), que estavam a dar apoio nas Províncias do Planalto Central, nomeadamente Huambo e Bié, aos grupos deslocados. Este apoio realizou-se sobcondiçõesextremamentedifíceis.Grandesquantidadesdeajudaalimentar,foram transportadasedistribuídas nos centrosdedistribuições.Nãosãoconhecidasexactamentequantasvidasforam salvas porestas operações. Desde 1986, o governo angolano, autorizou as organizações humanitárias internacionais, abrir programas de assistência humanitária. Um grande número de organizações de solidariedade, mas também profissionais, chegavam à Angola, com o objetivo simples de salvar ou aliviar as vidas das vítimas da guerra civil. Sabemos bem que o Programa Alimentar Mundial (PAM), que distribuiu toneladas de ajuda alimentar nas Províncias, utilizando também organizações internacionais como nacionais. Havia também outras estruturas, como por exemplo,osMédicossemFronteiras,quedavam assistênciadiretaasvítimas, eAção Agrária Alemã,que estava a trabalharem varias Províncias, num programadeurgênciaedesenvolvimento.Também mencionamos,Acção Contra o Fome (ACF), com os tais programas. Foto 2- O grupo alvo para a agricultura familiar: mulheres, homens e crianças. Nunca foi bem detalhado num estudo, como estas organizações formavam muitos quadros Angolanos, que igualmentetomavam ainiciativadecriarorganizaçõeshumanitárias,ededesenvolvimentoangolanas.Doravante, havia organizaçõeslocais,comoaAcçãoparaoDesenvolvimentoRuraleAmbiente(ADRA)-Angola,o Horizonte em Benguela, a Acção Agraria Alemã (AAA), e mencionar igualmente, as organizações ligadas as igrejas Angolanas, tais como: a Caritas Angolana, a Igreja Evangélica do Sul de Angola (IESA), a Igreja Evangélica Congregacional deAngola(IECA), sem esquecerotrabalhodo ChurchActionin Angola ou Ação das Igrejasem Angola (CAA ou AIA). 1 François Mitterrand
  • 8. 8 A Históriadestas organizações,é um exemplodaHistória das atividades desenvolvidas pelasociedadecivilem Angola, durante e depois da guerra civil. Esta História não existe numa maneira bem descrita, e documentada. Por isso, existe a necessidade, para capitalizá-la numa maneira cronológica. Fotos 3 e 4- Inquérito da situação da segurança alimentar e nutricional familiar, é o início do processo de melhoramento da agricultura familiar! Equipa da ACM KS, avalia a situação alimentar e nutricional. Desta feita, esta publicação da ACM-KS, graças o seu jubileu – 25 Anos ACM Kwanza Sul – será um início, e marco da capitalização, grandiosa e gloriosa história do movimento, e do crescimento das organizações humanitárias Angolanas. A HistóriadaACM-KwanzaSul, quecomeçouem1991,duranteedepoisdaguerracivil.O períododaassistência humanitária, e depois a assistência da reinstalação. Mostra a importância deste trabalho, mas também a identidade desta organização. 4. Algumas datasimportantesdaACM-KS N/O Data Acontecimento Inserir 01 11/08/1991 Nascimento da ACM KS, no município da Kibala comuna sede Foto XX/XX/1995 Realização da primeira Assembleia Geral da ACM KS, queconsagra os primeiros membros da organização, órgãos sociais e Direcção Executiva. Foto XX/XX/1999 Elaboração do primeiro diagnóstico organizacional, pela ONG PACT, seguido da elaboração do primeiro Plano Estratégico, cuja missão era de responder a situações de emergência, e fortalecer as capacidades das populações deslocadas Missão XX/XX/2000 São mortos três funcionários da organização, que sedeslocavam da Gabela para o Sumbe, em missão de serviço, numa reunião organizada pelo PAM, para coordenar a ajuda humanitária. 1999/2001 ACM KS participa do programa de Reforço da Capacidade Organizacional, implementado pelo PACTao nível Nacional, de que veioa resultar na elaboração do Plano Estratégico.
  • 9. 9 2007 Assembleia Geral, que renova o mandato dos órgãos sociais, e elege/nomeia Ernesto Cassinda, para Director Executivo, para o período 2008-2012 2009 Novo diagnóstico organizacional 2011 Aprovação do novo Plano Estratégico 2012-2017 1996-2002 Quadros da ACM KS, começam a tornar parte da formação fora do País, maioritariamente na Alemanha 2002-2003 Avaliações externas – ACMKS, inicia a desenvolver a implementação de avaliações externas aos seus projectos 2008 ACMKS, inicia a realização de auditorias consolidadas, ao nível de toda organização 2001 ACMKS, organiza uma enorme coluna de ajuda humanitária, em meio de plena guerra, saindo do Sumbe, passando por Gabela e Waku Kungo, para apoiar populações sob controlo do Governo e da UNITA. 5. Caracterização eperíodosdaACM-KSno passado Os três períodos, descritos neste capítulo desta publicação, ACM KS investiu nos seus projetos de assistência alimentar, sementes e utensílios, reinstalação dos deslocados de pessoas nacionais, agricultura familiar, segurança alimentar e nutricional, reforço de capacidades etc. Um total de quase 30 milhões de US$. Isto é simplesmente, mais de um milhão de US$ por ano. 5.1. 1991/1993: Do nascimento as primeiras actividades A ACM/Kwanza-Sul, nasceuformalmente a11de Agosto de 1991,e o seu surgimento,decorreudanecessidade de se responder a difícil situação humanitária, que as populações da província do Kuanza-Sul enfrentavam na altura. Jovens naturais de Kwanza-Sul, que trabalhavam e inspirados pela experiência vivida em Luanda, na Aliança nacional das ACMs de Angola tiveram a ideia, iniciando com duas salas de aulas gratuitas, onde ensinavam a 1ª e 2ª Classes do primeiro nível. De 1991/1993,asatençõesestavam concentradasparaomunicípiodeKibala.Porém, oreacenderdaguerrano períodopôseleitoral,istoem 1992,nãopermitiuacontinuidadedestasacções,tendoosmesmossidosuspensos. A organização,perdeutodosos poucosmeios,eequipamentosquepossuía,eviu-se forçadaase mudarparao MunicípiodoAmboim,Gabela,em 1993. Na Gabela,a ACMKS, começaaimplementaro primeiroprojectocom fundos externos. Era uma intervenção de emergência, que incluía, através da então Comunidade Económica Europeia (CEE), hoje União Europeia (EU), facilitado pela OIKOS (ONG portuguesa). Neste mesmo período, a organização recebeu também diretamente, fundos da Diakonisches Werk (organização ligada as Igrejas protestantes da Alemanha),paraapoiaras despesasde logísticasda pequenaequipa,efoi nesteperíodo quea ACMKS, recebeu também a primeira doação de uma viatura 4X4. De entre 1993/1994, a ACMKS, manteve a cooperação com a OIKOS, Programa Alimentar Mundial (PAM), e mais tarde, tentou construir um orfanato, que nãoveio a ser concluído.Nestaaltura,aorganização sedispunhadepoucosmembros,eoestágioem termosde desenvolvimentoorganizacional,podesercaracterizadocomoembrionário,poisnãotinhamsistemas,nemregras documentadas, de acordo os padrões internacionalmente aceites. 5.2. 1994/2002 – Dos acordos de Lusaka ao fim da guerra em 2002 Nabuscadeestabelecerapaz,apósofracassodosacordosdeBicesse,osAngolanosconheceramem novembro de 1994, um acordo de paz, que fiou conhecidos como o Protocolo de Lusaka - um tratado de paz, que durou cercadequatroanos,etinhacomobaseadesmobilizaçãodastropasdo MPLA/FAA,eastropasdaUNITA/FALA. Infelizmente este protocolo não veio a ser concluído.
  • 10. 10 No congresso do MPLAde 1998, o presidente José Eduardo dos Santos, declarou que, não voltaria a negociar com JonasSavimbi,então Presidenteda UNITA2. Daí em diante, os esforçosde guerravisando alcançarapaz, através de uma derrota militar sobre a UNITA3, passou a ser a principal aposta do governo Angolano. E comoconsequência,‘‘durante oanode 1999, aproximadamente1milhãodepessoasfugiram dassuascasas, a maioria para as capitais de províncias, em busca de maior segurança. ‘’, (2001 Inter-agencyappeal, p.3). Foto 5- Armazém da ACM-KS: ajuda alimentar para a distribuição nas aldeias da população reinstalada. A ACMKS, não podia ficar indiferente, diante deste quadro sombrio. Continuou a implementar projectos de emergência, mas em 2000, dado a intensidade da guerra, teve de transferir os seus escritórios principais da Gabelaparao Sumbe,após a mortede três funcionáriosem missãohumanitária.Todavia,manteveumaequipa naGabela,escritóriosecasadepassagem,parapermitirassistirosmilharesdedeslocados deguerraalisituados. Em temos de crescimento organizacional, a ACM KS, se estruturou um pouco mais, passando a ter alguns documentos institucionais, tais como regulamentos, plano estratégico, contratos de serviço, informatizaçãodos documentos,realizaçãodeassembleia geral,entreoutros.É de realçarquemuitosdestesdocumentos,surgiram nãosó comoiniciativadosmembros/staff,mastambém comapoiodosparceirosexternos,asaber:ChristianAid, Diakonisches Werk, Danisch Church Aid, WFP., Euronaid, SOH, etc., em especial para as capacitações como mencionado no ponto 5.4. 5.3. Crescimento da ACM KS, fim da guerra & apoio ao processo de reinstalação (2002-2008). A fuga das famílias, do meio rural para as cidades continuou até 2002, ano em que cessaram as hostilidades, elevandopara, aproximadamente,3.8milhões,o número(estimado),depessoasdeslocadas.Portanto,naquela 2 Actualmente o Presidente daUNITA é o Sr. Isaías Samakuva.Cargo que exerce desde 2003. 3 O slogan oficialera fazer a guerra paraacabar com a guerra! O queveio a acontecer com a morte deJonas Savimbino dia 2 de Fevereiro de 2002.
  • 11. 11 alturao maiordesafioem Angola, era sem dúvida, aliviar o sofrimentodos, entãochamadosdeslocadosinternos (DIs), em inglês, IDPs e refugiados. Foineste período, quea ACMKS, maisse notabilizou, tendoem médiaimplementado,5projectos,presençaem 5 dos12MunicípiosdaProvíncia,nomeadamente:Cela,Amboim,Sumbe,KibalaeSeles:porexemplo,em 2002, a ACM KS, chegou a assistir com sementes, alimentos, alfaias, vestuários, cerca de 14,000 famílias, aproximadamente70,000pessoas,ouseja3,5%do totalda populaçãodaProvíncia,naaltura.Era naverdade, a maiorONG nacionaldaProvíncia,equiçámesmoquandocomprado,comalgunsONGsinternacionaisnaépoca. Foto 6- Ajuda a reinstalação: Distribuição da ajuda alimentar nas comunidades reinstaladas. Na medida em que terminava o conflito, começou-se a decompor o período de intervenção de emergência, e muitasONGsestrangeiras,eagênciasdaONU,iniciaramasuasaídado País. Regista-seumanotávelescassez de financiamentoexterno,e marcaumamudança deabordagensediscursos(reactivapara proactiva) - Direitos humanos, sociedade civil, abordagem baseada em direitos, advocacia, trabalho em rede, etc. Neste período, algumas organizações nacionais “menos” atentas, desaparecem da cena, e das que sobreviveram, algumas existem, mas com muitas limitações de actuação, e outras conseguem manter o seu ritmo de intervenção, mas com grandes necessidades de capacitação para melhorar a sua acção participativa, de mobilização e de influenciar políticas. Naprovíncia, esteperíodoé marcadoporiniciativassignificantesdopontodevista de revitalização,e/ oucriação de espaçosde diálogo,partilhae troca de informaçãoentreos actoressociais,que compõemaSociedadeCivil (SC). ONGs internacionais (APN, IBIS), começam a apoiar iniciativas da SC. Surge o Fórum Terra Kwanza-Sul (FTKS), coordenado pela ACM, Rede Eleitoral e Rede Educação para Todos. 5.4. Acçõesdereforço decapacidadeinstitucional recebidas ACTIVIDADE ANO PARCEIROS IMPLEMENTADOR DOADOR Avaliação organizacionalexterna; PlanoEstratégico(PE) parao períodode1999- 2002; 1999 PACT USAID Gestãode programasdeemergência, 2001-2002 Catholic Relief Service(CRS) USAID
  • 12. 12 Estudos de basesobresegurançaalimentare melhoramentonutricional –inquéritos nutricionais 2003 2004 ACMKS SOH/ICCO GlobalOperational Planning 2004 “World Allianceof YMCAs, YMCA International Programadecapacitaçãonaáreadegestão financeira,chamadoFIMCAB 2007 ICCO CristianAid, ICCO Formaçãoem SegurançaAlimentare Nutricional 2007 IWENT PPM Formaçãoem GestãodeONGs, 2009 IBIS IBIS Formaçãoem AdaptaçãoasAlterações Climáticas 2010 MSTCDC ChristianAid, NCA Formaçãoem assessorialocal parao desenvolvimento 2011 SNV SNV Monitoriabaseadaem resultados&Teoriade mudança 2010-2011 ISUP/ChristianAid ChristianAid Revisão estratégica,SWOT,análisedo contexto,avaliaçãodeprojectos,análiseSWOT. 2009-2011 ACMKS Pão parao Mundo, ChristianAid e Noruegian ChurchAid Formaçãoem Monitoria&Avaliação 2010-2012 ACMKS PPM Fotos 7 e 8- Formação dos quadros da ACMKS: pontos fortes e fracos da organização! 6. ACM-KSapós:períododereinstalação2008-2015 O fim da guerra, forçou os diversos actores sociais, económicos e políticos a se adaptarem (imediatamente) a nova realidade. Grande parte dos assistencialistas, sobretudo estrangeiros, por exemplo,o PAM e a Médicos Sem Fronteira, cessaram as suas actividades entre 1-2 anos depois da paz. Os actores assistencialistas nacionais, que não conseguiram redirecionar as suas acções para uma abordagem de desenvolvimento comunitário, ou desapareceram ou continuam a intervir em situação de catástrofe, tais como: inundações, seca, epidemias e outros.
  • 13. 13 O governo, mobilizou fundos para relançar a reconstrução nacional, priorizando o sector rodoviário e mobiliário, porém os efeitos dos investimentos, ainda não alcançaram as camadas mais baixas da sociedade, habitantes dos musseques e zonas rurais. Fruto deste contexto, a ACMKS, interveio nas áreas de água, segurança alimentar, e influência de políticas (que inclui a educação para a cidadania), através de redes, sobretudo do Fórum Terra Kuanza- Sul. 6.1. Dificuldadesemsefirmarnaerapósreabilitação/reinstalação Se de um lado a ACMKS, granjeou popularidade junto das autoridades, e da população ao nível da provínciae não só,do outro lado,a estabilidade política/militar,que o País vive desde 2003,exigemdela outro tipo de abordagem,e novas formas de trabalho.No passado aorganização implementouprojectos, reagindo a problemas, que foram causados maioritariamente pela guerra, mas que num contexto de paz são causados por outros males entre os quais: a má governação, corrupção,falta de capacidades nas estruturas competentes, etc. e cuja solução, exigem esforços coordenados de vários actores do desenvolvimento. Como argumentado pelos experts em desenvolvimento, as ONGs não devem substituir o estado, na promoção do desenvolvimento, pelo contrário, elas devem promover as organizações comunitárias, ou populares e acapacidade dos pobres,paraque estes exijamseus direitos básicos,dos recursos públicos e pedir contas aos seus governos Seria perigoso,e estragariao genuíno desenvolvimento,se aentregade bens porparte de ONGs, como a ACM KS, encorajar os mais pobres a exigirem menos dos seus governos. Assim, o desafio que se coloca à ACM KS nos dias de hoje, é como diminuir paulatinamente a abordagem “reactiva”, e ser mais “proactiva”, continuando a providenciar assistência aí onde ela é necessária, mas ao mesmo tempo, ser mais activa na participação de decisões, acerca dos recursos públicos e encontrar formas de reforçar o estado, para que este seja mais sensível as necessidades das populaçõespobres.Isso,decertezaexigirámudanças naquilo que temsido até hoje, a prática ou cultura organizacional da ACM KS, vista pelo público como uma organização assistencialista.
  • 14. 14 Foto 9- Apoio à reinstalação: estimular a agricultura familiar, mas também a segurança alimentar e nutricional Foi com base nestas reflexões que a ACM, negociou com a PPM, Caid e NCA, para desenvolver um novo plano estratégico 2013-2017, centrados em três programas chaves: Nome do programa Objectivo do programa Áreas temáticas chaves/Linhas de acção 1. Desenvolvimento Local Sustentável Fortalecer as capacidades organizativas e participativas das populações no KS desenvolvimento local sustentável Reforço de capacidades de grupos produtivos, cadeias de valor, meios de vida, mudanças climáticas e Advocacy e lobby. 2. Juventude & Cidadania Fortalecer a juventude com vista o seu envolvimento activo na vida política e publica da província Promoção da cidadania, voluntariado e equidade de género. Educação cívica baseada nos direitos civis, políticos, sociais, económicos, culturais, Advocacia & lobby em prol dos direitos da juventude. 3. Programa de Reforço da Capacidade Interna da ACM KS. Tornar a ACM KS numa organização saudável e eficiente aos vários níveis, nomeadamente, governação, recursos humanos, programas e projectos; recursos financeiros, relações externas e sustentabilidade Sistemas e estruturas de funcionamentos adequados a realidade e ao contexto. Programas e projectos melhor implementados com monitoria e avaliação aprendizagem regulares. Melhoradas as relações com outros actores; Estratégia de comunicação e visibilidade elaborada e implementada. Estratégia de mobilização de fundos desenhados e operante. Gestão financeira eficiente, transparente e pontual. A implementação do Plano Estratégico (PE), tem conhecido dificuldades para sua implementação total, tais como,anão superação total dos 8 desafios estratégicosidentificados no diagnóstico organizacional, em finais de 2009, nomeadamente: i) actualizar e qualificar seu sistema de governação institucional; ii) desenvolver plano de desenvolvimento institucional; iii) desenvolver estratégia de visibilidade/comunicação institucional e de mobilização de recursos nacionais; iv) aprofundar e acelerar a transição metodológica (de ajuda humanitária a acções de desenvolvimento); v) desenvolver foco específico de trabalho com juventude (rural e urbana); vi) avançar na metodologia, e na efectividade da abordagem de género;vii) fortalecimento da perspectiva de trabalho de advocacy – comunal, municipal, regional e nacional e) viii fortalecer capacidade de sistematização de experiências, e de produção/publicação de conhecimentos. As causas reais,danão superação destes desafios,podemseratribuídas ao não funcionamento efectivo dos órgãos sociais,saídade quadros comexperiênciae capacidade,insuficiênciade pessoalqualificado e experientes, para responder aos desafios que o contexto actual impõe (acções de desenvolvimento e não de emergência).Neste sentido o alcance das metas programáticas do PE,podemestarparcialmente comprometidas. Ate finais de 2016, prevê-se a revisão do PE, e será mais uma oportunidade, para avaliar/monitorar o mesmo, ao mesmo tempo que, podem ser reforçadas as medidas correctivas, para mitigar as dificuldades de insuficiência de recursos financeiros, para assegurar o normal funcionamento da organização.
  • 15. 15 6.2. A SITUAÇÃO ACTUAL DAACM KUANZA-SUL O aumento salarial na função pública,e a procura porestabilidade de emprego (estado),aliado ao termo do maior projecto (Tukyalula – financiado pela Caid), que a ACMKS implementou entre 2006-2011, juntado a limitação de financiamento, e consequente saída de doadores internacionais de Angola, a ACMKS, viu alguns quadros a deixarem a organização. Por conseguinte, a direcção viu-se sobrecarregada, acarretando consigo, consequências negativas no desempenho organizacional, na área de programas e projectos, caracterizado por atrasos na prestação de contas, juntos dos financiadores e qualidade das intervenções em si. Apesar disto, a ACM KS, é ainda muita reconhecida como actor válido, e com grande capital social na Província, tanto junto do grupo alvo, como das autoridades e organizações da sociedade civil4. Foto 10- Contactos diários com as comunidades reinstaladas, para melhor compreender os problemas, e encontrar soluções disponíveis! Na verdade, é presentemente, a ONG tradicional mais visível da Província, com experiência acumulada, desde a emergências até a fase pós conflito, que se mantem o seu espaço físico e capital humano presentes, e tem estado a dinamizar algumas actividades das OSCs5. Com cerca de 19 funcionários a tempo integral, divididos entre os escritórios sede em Sumbe, e dois sub escritórios, sendo um no Cariango/Kibala,e outro emPambangala/Cassongue,aACMKSa implementa4 projectos apoiadospela Christian Aid, Pão para o Mundo e Norwegian Church Aid, nas localidades já citadas. 7. ACM-KS e os desafios actuais do desenvolvimento Osdesafiosactuaisdodesenvolvimentodopaísem geral,edaProvínciadoKwanza Sulem particularsãovários. O papeldoEstado angolanonoprocessodedesenvolvimento,através dos seusserviços, é bastante conhecido. O mesmo se afirma no quadro da função que a sociedade civil desempenha. ACM-KS, apartando no sector da 4 Relatório da avaliação final do projecto Tukyalula, Julho de 2015 5 ACM lidera oFórum Terra KS,processos das conferências das OSCs,e está a liderar ainiciativa em tornodeautarquias,apoiadopeloEU/PAANE, através da ADRA,antenaBenguela.Os escritórios da ACMservem também comopontode contacto para outras OSCs cujos escritórios foram encerrados com a saída daAPN, comoé o caso doGrupo deLiderança Feminina,Rede Eleitoral, Associação SamuelBrace Coles entre outras.
  • 16. 16 sociedade civil, e dado o seu passado brilhante, na Província representa um sobrevalor importante. Isto inclui experiências e credibilidade nas comunidades rurais. Da crise económica – nós não queremos falar, nesta publicação sobre as suas causas – deve ser para as organizações como ACM-KS, como uma possibilidade de grande importância. Para fortalecer a agricultura familiar, precisa de ter não somente contactos com o mundo rural, mas também experiência nos processos de aplicaçãodosinstrumentosnecessários.Fazpartedumaabordagemnaáreadasegurançaalimentarenutricional familiar. Isto significa, em termos dos próprios conceitos da segurança alimentar e nutricional, o bem-estar da famíliano meiorural.Bem-estarquer dizer: a alimentaçãoadequada,tantoquantitativa e qualitativa, a produção agrícolae pecuáriaorganizada,parao autoconsumo,bem como,paraa produçãoparao mercado,um nível de ensino em ambos juvenil e adulto adequado, em conformação com, as normas do Ministério da Educação, o acesso aos serviços básicos de saúde aceitáveis, o nível da organização comunitária necessária para atingir o nível de desenvolvimento desejável. A ACM KwanzaSul, fez em setembro 2003,um levantamentosobreasituaçãodasegurançaalimentardosmeios desobrevivência,e oestadonutricionalnasváriasComunidadesdeWakuKungo,PambangalaeDumbi.Atabela seguinte dá um resumo dos resultados em forma de indicadores. Através deste trabalho,ACM-KS, mostroua sua boacapacidadeem intervenções,naáreada agriculturafamiliar em geral, mas especifico na área da segurança alimentar e nutricional, e meios de sobrevivência. Atabela que dá o resumo indica as faltas, como as forcas já existentes nas comunidades. Foto 11: Inquéritona comunidade com homens,mulheres e juventude! 7.1 Resultadosdo inquérito no ano 2003emWaku Kungo,PambangalaeDumbi. Disponibilidade de sementes em geral Ainda fraca e não diversificada Deslocação 73% deslocados durante a guerra civil FHH 12% Famílias poligamias ?????? Crianças vivas < 5 anos 45% Mortalidade crianças nascidas vivas 27% Ajuda durante a reinstalação? 61% sim Escolarização das mulheres? 35% Nível da instrução? 1-2 anos Mulheres membros duma organização? ??? Que organização? Maior parte duma organização da igreja Meios de sustendo da mulher Só agricultura e poucas outras atividades Meios de sustento do marido Só agricultura e poucas outras atividades Números de refeições “ontem” 90% duas ou mais; 10% só uma.
  • 17. 17 Qualidade do molho Pobre em proteínas Amamentação das crianças <6 meses 95% Papas de milho 85% Papas enriquecidas 7% Períodos de fome 79% de vez em quando Método de adaptação Venda de mão obra (44% )e diminuição de refeições (36% ) Peso/altura> 80%: normal 88% Peso/altura 70-80%: severa 6% Peso/altura <70%: grave 6% Altura/idade >90%: normal 50% Altura/idade <90%: crónica 50% Peso normal/altura não: stunting 47% Peso não normal/altura normal:wasting 5% Stunting e wasting 4% Sem stunting e wasting 44% CAP’s mulheres Extremamente fracos Morbilidade das duas semanas passadas 69% Doenças Febre, paludismo, diarreia e outras. Taxa de HIV seropositivo ???? Foto 12: O grupoalvomais importante: mulheres e crianças! Importarealçarque,a situaçãonestemomento,nãoéconhecida.Paracontinuarumaintervençãonaáreada agricultura,ebem-estarfamiliardeveráse retomarnovamenteosprocessosiniciados. 9. Futuro daACM-KS:fecharaporta,ou novosdesafios? O questionamento“fecharaporta”nãoé,decertaformareal.Acapitalizaçãomostrava,queACM-KS,foium actor humanitário importante, simplesmente, por uma razão muito fundamental. Aequipa, apesar de possuir técnicos com formaçõesacadémicas,eorigensdiferenciadas,eramnasuageneralidadeAngolanos.Angolanosestes,que na verdade, queriam um futuro para não só para as famílias beneficiárias apoiadas, mas também para eles mesmos.Destafeita, a organizaçãorecebeuapoios,querdoladodasorganizaçõesdesolidariedadedoexterior, comotambémdointeriordopaís.Era aomesmotempo,umaorganizaçãoecuménica,daqualaféera um motivo de base, todavia, um instrumento de modo igual, para ganhar experiências nas ações de terreno. Um outrofator importante,foraofacto deque, ACM-KS, ganhoureconhecidaconfiança,nãoapenasnonível dos beneficiários,comodasautoridadeslocais.ACM-KS,tornou-seumaorganização,profundamenteconhecida,nas
  • 18. 18 aldeiase localidades,de várias Comunas.Duranteumavisita, no mês de setembro2014,nas aldeiasde Banza Cungo,Lussalae Calongo-Longo,nomunicípiodaCela,ComunadeQuissanga,um amigoestrangeirodaACM- KS (Aart), as mulheresdestasaldeias,afirmaram claramenteoseguinte: “Noslembramoso período do nosso regresso, e reinstalação depois da guerra civil em 2003-2005. ACM trazia comida, sementes e outros utensílios. Neste momento, nós não temos falta de comida, mas precisamos escolas para as nossas crianças, e postos médicos para nós. Quando é que ACM-KS dera-nos este apoio?” Isto demonstra que, estas comunidadesefamíliastiveram, e continuam ater confiançanaACM-KS.ACM semprefoium parceirode confiança. Isto é, um grande complemento para ACM. Acredibilidade entre os beneficiários e a organização. Foto 13: na aldeia Lussala, Comuna de Kissanga Kungo, Município da Waku Kungo, na Província de Kwanza Sul. Mulheres respondem a pergunta: Quem de vocês lembram ainda a ajuda da ACM? Mostra a confiança em ACM! Apesar de nalguns casos se reconhecer, alguma falta de competência técnica, ACMKS, era um implementador idealparadiferenciadasorganizaçõesgovernamentais,enão-governamentais.Estasestruturas governamentais e não-governamentais, dispõem de fundos e conhecimentos, de áreas técnicas inúmeras. Isto demonstraque, a parceriaentre os grupos-alvos, dentro das comunidades,e as estruturas governamentais serão sempre garantidas conjuntamente com ACM-KS. É claro e evidente que, as necessidades ainas existem. Por esta razão a porta ficará sempre aberta. As experiênciasdaACM-KS,foram acumuladasnasáreasseguintes:OrganizaçãoComunitária(OC),Segurança Alimentare Nutricional(SAN), apoioà educaçãodetodasas idades,levantamentosbásicos,eestudos de base, Água e Saneamento, microcrédito, etc. ACM-KS, será por várias razões, umaorganizaçãointermediaidealparaaimplementaçãodevários programas. Será também, uma organização ideal para medir o impacto das atividades, através dum sistema de monitoria desenvolvidoeprofissional.Ademais,seráumaorganizaçãodeconsultoria,oudeapoioàconsultoriaem sectores chaves, e diferentes como: o desenvolvimento rural, a organização e desenvolvimento comunitário, estabelecimento de estruturas de educação e saúde, gestão e defesa do direito a terra, segurança alimentar, alterações climáticas, agroecologia, género, e outros sectores afins. 10. Impressões dos antigos membros da ACM Kwanza Sul. Já foi escritoque, ACMKS foi umaincubadorademuitosjovensangolanos.A lista anexadamostramaisde 100 pessoas que trabalhavam na ACM como trabalhadores, ou colaboradores do campo e motoristas ou outro. Na parte seguinte, temos algumas impressões dos antigos trabalhador@s colaborador@s da ACMKS.
  • 19. 19 Anita Esperança – Diretora do IDA, Província do Namibe: Força ACM, a luta ainda é grande pois que, os esforços já empreendidos têm que ser sustentados para o pouco que resta no alcance do bem-estar e garantia da melhoria das comunidades rurais na circunscrição territorial onde ACM intervém e não só, nas demais influenciadas pela intervenção da ACM. Sempre juntos na luta pelo Desenvolvimento comunitário e pelo bem-estar das Comunidades Rurais. Nanda Young: Good job ACM K. Sul. António Soma: Grande equipa. Bons tempos para recordar. Alfredo Machado Cassoma: I was one of them. ACM is a big school. Ernesto Cassinda: Amigos/amigas e ex colegas da ACM KS: Num dia como hoje, 11 de Agosto de 1991, na sequência de responder à difícil situação humanitária que as populações desta província enfrentavam devido a guerra, que terminara, sob o lema “Quem não vive para servir não serve para viver,” um grupo Jovens naturais de Kwanza-Sul que trabalhava na Aliança Nacional das ACMs de Angola, com apoios das autoridades provinciais e de pessoas singulares maioritariamente naturais da Kibala, lançaram mãos a obra, e proclamaram o que hoje chamamos de Associação Cristã da Mocidade do Kuanza-Sul, ou simplesmente ACM KS. Agostinho Micas Mikinho: Parabéns com esta instituição e com os seus membros muito aprendemos e ganhamos eqto estivemos ao serviço da mesma por isso nossos agradecimentos pela escola profissional k fostes para nós. Bem haja nossa ACM e 1 Kandandu pai Art Joyeux 25e anniversaire aux Amis de ACM Kwanza sud et bonne fête. Idarosa Maneco Márcia: Parabéns a ACM, por este passo, por ser uma das organizações que tem ajudado muito populações rurais bem como outras, principalmente aqui no K-sul, só tenho a desejar força, força e força. Velhinho António: Congratulations and long live for ACM. Benvinda Leiria: Em tão pouco tempo aprendi coisas que nunca imaginei, viva ACM, "existimos para servir" Roque Umbar: Eu sou da YMCA, portanto sou Y. Tinha 20 anos quando integrei a equipa da ACM, e descobri nesta Angola sofrida, jovens que não só sonham com um país melhor, como lutam para que tal se materialize. Sem medo de errar, minha actual identidadeprofissional,foiconstruída essencialmenteduranteos quatro anos, que estive a trabalhar com a ACM. Habilidades como liderança, boa escrita, pensamento estratégico, lembram- me o que ACM construiuem mim. Façovotos que a crise, de naturezae característica diversa,não apagueesta importante e boa memória, que tenho da ACM. Juntos. Joaquim Tiócrito Armando (Quinzinho) - Passei em todas as fases da ACM KS. Em primeira instância como adolescente e deslocado/refugiado de guerra, na altura fui beneficiário dos projectos de emergência na Gabela, aos 18 anos voluntário, apoiando nas acções que aliviavam o sofrimento de outros deslocados/refugiados como eu, naquela altura. A medida que fui crescendo, foi também crescendo o meu profissionalismo em serviços sociais, desde então de voluntário passei à fiel de Armazém, assistente de projectos para a formação, assistente de projecto para área técnica, coordenador de projectos e até Gestor de programas. Em suma vivi a ACM KS, no tempo de Guerra- Emergência, Pós Guerra-Reabilitação Comunitária, Integração Social, Transição, Organização e Desenvolvimento Comunitário. Muita experiência adquirida ao longo destes anos. E aprendi mais com a ACM, do que com as Universidades aonde passei. Bem-haja ACM KS. Maurício Londjala: ACM KS, foi uma verdadeiraescola,cujos frutos ganhadose adquiridosaolongodos últimos anos, nãose resumemem mero espaçode ganha-pãoemomentodeestruturaçãoda vida, mas acimade tudoe sobre tudo, de crescimento pessoale profissional,em que assentam a base da minhamodesta personalidadee caracter, hoje bem como no amanha. Hoje, tenho a plena convicção de que, finalmente valeram os sacrifícios consentidos, e os êxitos alcançados. Bem-haja, e que o futuro será promissor. Paulo Felipe: Poderiam incluir entrevistas, com algumas das pessoas que por la passaram. Uma retrospectiva da história da ACM e as implicações ou influência na sua Vida profissional hoje. Manuel Jonas dos Santos: ACM KS, foi minha primeira experiência profissional. Parte do que sou hoje, foi construidonarelaçãoqueestabelecicomosprofissionaiseos diferentesgruposdereferênciadestaorganização,
  • 20. 20 fortemente comprometida com o desenvolvimento das comunidades. Muitos parabéns Dr. Ernesto, e muito obrigado por tudo. Juntos. Filomeno Fragão Filas- ActualmenteCoordenadorparaDesenvolvimentoeInfanto-Juvenilda Aldeiade Crianças SOS do Huambo: A ACM-KS, foi para mim uma grande escola. Foi uma grande oportunidade para conciliar os conhecimentosteóricosaprendidosnoICRA,noCursoMédiodeEducadoresSociais,sobretrabalhocomunitário, com vista ao desenvolvimentoeautonomiadascomunidades,emborao trabalhocomunitáriosejamuito vasto e dependentedecada realidadesocioeconómicaecultural.Foi um grandedesafio (…). Aprendique, os projectos devem ser feitos e vividos na realidade comunitária, caso contrário é pura utopia e opio... Sucessos sucessivos para a ACM, aliás tem potencial para tal... Estamos sempre disponíveis. GuiaCambundo:Em1998,por intermédiodoSr. JoaquimTiócritoconhecia ACMKS, ondecomecei a trabalhar como voluntários até atingir o cargo de contabilista júnior. Durante o período em fiquei na ACMKS, tive várias oportunidadesdeformaçãoeexperiênciasnomundodasONGs,sobretudonaáreade administraçãoefinanças. De facto foi umagrandeescola, e que continuea formar e ajudaras populaçõesdoKwanza sul, paraalcançara missão preconizada. Aquele abraço. Mário Nunes Jorge Bernardo Sara Judith