Marcas e acertos: a relação de amor e ódio entre tradutores e revisores
Mitsue Siqueira
A relação entre tradutores e revisores com certeza não é fácil, e está longe de ser. Por um lado, ter seus erros apontados de forma tão direta pode gerar desconforto e frustração. Por outro, apontar os erros alheios pode parecer arrogância e prepotência. Em todo caso, parece que há sempre uma bomba prestes a explodir. No entanto, assumir as duas posições exige uma característica essencial: maturidade. Como tradutor, é necessário tê-la para entender que, por mais que se tenha se esforçado para fazer o melhor, o trabalho raramente estará perfeito. Para traduzir, não é preciso apenas estar apto a verter cada palavra de um texto a outro idioma; há muito mais trabalho envolvido nesse processo grandioso. Já como revisor, é preciso ter a tal maturidade para ajudar o outro a melhorar cada vez mais, sem expô-lo ao ridículo. Errar é muito ruim, mas infelizmente faz parte de todo ser humano. O revisor precisa ser maduro o bastante para se colocar no lugar daquele que erra, tentar entender o que pode ter causado o erro e ajudá-lo a se levantar ainda mais preparado para o que vem pela frente. A linha entre paz e guerra na relação desses opostos é muito tênue. No meio do caminho, há muitas pedras que complicam ainda mais a situação, por vezes já conturbada. Mal-entendidos, indiretas e críticas destrutivas só pioram a situação para ambos os lados, desestimulando o tradutor e colocando o revisor em um pedestal que só ele acredita ocupar. Entretanto, usando as técnicas adequadas e aceitando as contribuições oferecidas, os dois lados só têm a ganhar. O revisor deixa de ser alguém que sabe apenas apontar os erros alheios e passa a ocupar uma posição de grande ajuda, abrindo os olhos do tradutor para problemas que ele não viu em seu próprio texto e que, se fossem enviados sem revisão ao cliente, de fato o colocariam em uma situação constrangedora. Por fim, o objetivo deste trabalho é apresentar técnicas de negociação, sugestões eficientes e abordagens práticas, testadas e comprovadas com base na experiência adquirida como especialista linguístico e nas melhores práticas e métodos implantados na Ccaps. Além disso, será também discutida a importância do diálogo nessas relações profissionais por meio da interação com os participantes da palestra. Afinal de contas, todo mundo ocupa, já ocupou ou vai ocupar um desses lados na vida profissional.
2. Mitsue?
Nome completo: Mitsue Siqueira da Silva
Cargo: Language Specialist
Seguindo a Ccaps desde: 2012
Acredita: num texto bem redondo
Apelido: Querida do QA
Aniversário: 27 de novembro
Signo do zodíaco: Sagitário
Horóscopo chinês: Cavalo de Metal
Uma palavra, qualquer idioma: Obrigada
Hobbies: Viajar e jogar vôlei
Curte: Seu aniversário, chocolates e bolos
Não curte: Mentira, bolsas e pessoas que
maltratam os animais
E-mail: msiqueira@ccaps.net
3. Meu objetivo é...
... apresentar algumas ideias para
ajudá-lo aprimorar o relacionamento
com seu tradutor/revisor...
... e não...
... ditar regras “infalíveis”
sobre como fazer seu trabalho.
4. Quem é o tradutor?
- Decodificação de sintagmas
- Ortografia
- Gramática
- Contextualização
- Terminologia
- Instruções do projeto
- Público-alvo
- (...)
Para um profissional dedicado a se atentar a tantas coisas ao mesmo tempo, certamente eu trabalho final não sairá perfeito, principalmente quando se tem um prazo apertado.
As obrigações do tradutor para com o texto são as mesmas do revisor, sendo que este trabalha mais minuciosamente sobre traduzido.