SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 46
Descargar para leer sin conexión
ÉRIKA SANTOS SILVA
QUADROS DE LUZ E A ARQUITETURA ECLÉTICA DE
CAMPO GRANDE /MS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E ARTES
CURSO DE ARTES VISUAIS – BACHARELADO
CAMPO GRANDE
2011
ÉRIKA SANTOS SILVA
QUADROS DE LUZ E A ARQUITETURA ECLÉTICA DE
CAMPO GRANDE /MS
Relatório apresentado ao Curso de Graduação em Artes
Visuais – Bacharelado da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul como requisito final à obtenção do título de
Bacharel em Artes Visuais.
Orientadora: Profª. Esp. Maria Alice Porto Rossi.
CAMPO GRANDE- MS
2011
ÉRIKA SANTOS SILVA
QUADROS DE LUZ E A ARQUITETURA ECLÉTICA DE
CAMPO GRANDE /MS
Relatório apresentado ao Curso de Graduação em Artes
Visuais – Bacharelado da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul como requisito final à obtenção do título de
Bacharel em Artes Visuais.
Orientadora: Profª. Esp. Maria Alice Porto Rossi.
Campo Grande, MS 28 de Novembro de 2011.
COMISSÃO EXAMINADORA
_______________________________________________
Profª. Esp. Maria Alice Porto Rossi
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
_______________________________________________
Profª. Drª. Carla Maria Buffo de Cápua
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
_______________________________________________
Arq. Esp. Edno Bogalho de Oliveira Júnior
AGRADECIMENTO
Em primeiro agradeço a Deus pelo meu dom artístico e por me
acompanhar a cada momento da minha vida.
Aos meus pais Israel Gomes e Rosimeire Santos, irmãos Érick Santos e
Kamila Santos que sempre me apoiaram e me deram força a cada momento do
curso, e exigiram o melhor de mim e nunca se opuseram às minhas escolhas.
Ao meu namorado Francis Régis por ter me apoiado, estando sempre ao
meu lado e ter sido paciente durante todo o período de realização deste trabalho.
Aos meus amigos queridos Pabline Nunes e família, Flávio Gutierrez,
Gustavo Figueroa, Kelly Penha, Maykon Sabino, Fernanda Arruda, Wyllbour
Andrade e Diego Torraca que sempre estiveram comigo e me socorreram a cada
necessidade.
Ao Sr. Juscelino e Adilson, técnicos do Curso de Artes Visuais, que sempre
tiveram paciência para me ensinar e ajudar.
A todos os professores dentre eles Maria Alice Porto Rossi minha
orientadora querida, Adalberto Miranda meu mestre e Carla de Cápua que
despertou dentro de mim um amor incondicional pela escultura e história da arte.
"A criação prossegue incessantemente por meio do homem,
mas o homem não cria: descobre".
Antonio Gaudí
RESUMO
O presente relatório buscou representar pela cerâmica, aparentemente
um material muito frágil, um estudo histórico / cultural da arquitetura eclética de
Campo Grande/ MS. De modo a mostrar as antigas hipóteses urbanas e interagí-
las com a arte, realizou-se, paralelamente à pesquisa teórica a produção de oito
peças em massa cerâmica descritas passo a passo, e que nos dá a possibilidade
de representar cada detalhe com maior perfeição, além de transmitir uma beleza
pura como se a peça tivesse uma vida própria. A luz e armações de ferro
incorporadas à cerâmica complementam a peça dando vida e energia. Foram feitos
quadros de luz de tamanho A4 (210 x 297 mm) com detalhes em relevo buscando
representar a ornamentação das edificações da época e a variada possibilidade de
junção dos estilos com o resgate histórico-cultural e paisagístico, assim cravados
na sensibilidade da massa cerâmica que é o que mais me atrai.
Palavras-chave: Ecletismo; Campo Grande; Quadros de luz.
ABSTRACT
This report sought to represent pottery, apparently a very brittlematerial, a
historical / cultural eclectic architecture of Campo Grande / MS. In order to show
the old urban situations and interact them with art, was held parallel to
the theoretical researchthe production of ceramic parts in eight described step by
step,and that gives us the ability to represent every detail with greater
perfection , as well as providing a pure beauty as if the play had alife of its
own. The light and iron frames built to complement theceramic piece giving life
and energy. Compounds of light framesmade of A4 with details in relief sought to
represent the ornamentation of buildings of the time, the possibility of joining of
the varied styles and a historical-cultural landscape, and nailed to the sensitivity of
the ceramic body which is what attracts me.
Keywords: Eclecticism, Campo Grande, light tables
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................08
2 ARQUITETURA ECLÉTICA.................................................................................09
2.1 Ecletismo na Europa..........................................................................................11
2.2 O Período eclético no Brasil...............................................................................12
2.3 Campo Grande...................................................................................................13
2.4 Ferro forjado como arte decó.............................................................................15
3 METODOLOGIA...................................................................................................17
3.1 Processos de criação dos quadros de luz..........................................................17
CONCLUSÃO..........................................................................................................35
REFERÊNCIA..........................................................................................................36
CURRICULUM.........................................................................................................37
PORTIFÓLIO...........................................................................................................38
8
1 INTRODUÇÃO
A arquitetura assim como as artes tiveram sempre uma grande
intervenção paisagística urbana, nos mostrando a evolução do mundo. A arte
através de obras artísticas constituem a variação das formas, dos estilos e dos
conceitos. Já a arquitetura se manifestava através das edificações.
Esse trabalho aborda através da modelagem em cerâmica o período
ecletista na arquitetura, especialmente das edificações de Campo Grande, Mato
Grosso de Sul, buscando a ênfase nas características ornamentais das
edificações e na tentativa de uma leitura histórico-cultural e paisagística da
cidade.
O ecletismo foi um período muito conturbado onde o pensamento
sociológico trouxe um conceito de modernização visado ao capitalismo. O poder
aquisitivo alto permitiu ser diferenciado pela sua arquitetura, na busca do conforto
e progresso.
Os quadros de luz representados em cerâmica, como obras artísticas
identificam o ecletismo arquitetônico que grita por atenção e preservação diante
do olhar de toda a sociedade campo-grandense, que passam por eles diariamente
e buscam algo que esclareça porque são importantes para a sociedade e clamam
por preservação.
9
2 ARQUITETURA ECLÉTICA
Seguindo o neoclassicismo e caracterizando a mentalidade de uma
época, desenvolveu-se a arquitetura eclética. A arquitetura neoclássica é
expressão de ordem, disciplina, contenção, equilíbrio, razão e nobreza. Já à
eclética corresponde dramaticidade, conforto, expressividade, luxo, emoção e
exuberância. Para Fabris (1987) é realmente o ecletismo a expressão da arte e da
arquitetura que se segue ao neoclassicismo, seria apolítico no sentido burguês,
tanto quanto o neoclassicismo era jacobino, democrático e renovador. A função
de buscar detalhes dos estilos arquitetônicos já existentes e harmonizá-los em
uma edificação criara o estilo eclético
A palavra ecletismo significa a atitude antiga de formar um todo a
partir da justaposição de elementos escolhidos entre diferentes
sistemas. Pode ser eclético um sistema moral ou filosófico, uma
coleção de objetos ou simplesmente o gosto ao vestir-se. Existiam
dois níveis muito distintos: o útil e o decorativo. Para a
mentalidade da burguesia, o banco devia ter a aparência externa
de um palácio renascentista, e a casa de campo a de um castelo
feudal. Esta hipocrisia encontra sua condenação junto aos
construtores com formação cientifica séria. (BONAMETTI, 2006,
p.2)
Com o crescimento da população urbana começaram as diferenças,
pois as cidades não tinham somente mais gente, provinham também de origens
culturais diferentes. Essas diferenças culturais deviam ser acomodadas e então
promover trocas culturais. O ecletismo foi fundado pela busca de um novo e
próprio estilo arquitetônico, conforme passagem de Fabris (1987).
Quando os ingleses Thomas Hope, James Fergusson, T. L.
Donaldson, C. Gilbert Scott, os franceses César Daly e E. Violiet
le Duc, o alemão Friederich Schinkel, desconcertados pelo
aparente “caos” das multiplas pesquisas estilísticas, pelas
contraditórias experiências formais de sua época, pela
simultaneidade de vários revivals, perguntavam-se ansiosos,
quando também o século XIX saberia, finalmente, “encontrar o
próprio estilo, não percebiam que estavam buscando em uma
direção anacrônica e não viam que seu século XIX já encontrara
“o próprio estilo” e que este era o ecletismo. (FABRIS, 1987,
P.13)
10
Ecletismo é o termo usado em referências aos estilos surgidos durante
o século XIX que exibiam combinações de elementos que podiam vir da
arquitetura clássica, medieval, renascentista, barroca e neoclássica. O ecletismo
se desenvolveu junto à arquitetura historicista em uma relação íntima, e
aproveitou dos novos avanços da engenharia do século XIX que possibilitou as
construções em ferro forjado.
A vertente acadêmica compreendeu dois subsistemas: o
neoclassicismo e o ecletismo. Uma diferença entre eles reside na
escolha da referência histórica a imitar. O neoclassicismo formou
seu repertório a partir da chamada arquitetura clássica, quer dizer,
de um certo recorte da arquitetura da antiguidade greco-romana.
Já a atitude eclética, como se viu, corresponde a acomodação de
várias referências do tempo. Variando ou mesmo mesclando
“tempos” históricos diferentes, procurava-se produzir uma
arquitetura “fora do tempo” (PEIXOTO, 2000, p.7).
O período ecletista relata os momentos de profundo paradoxo na vida
do homem moderno, e se caracterizou pela simetria, busca de grandiosidade,
rigorosa hierarquia dos espaços internos e riquezas decorativas. Era uma cultura
arquitetônica própria de uma classe burguesa que dava prioridade ao conforto e
amava o progresso, ainda mais quando isso lhes trazia melhores condições de
vida, adoravam as novidades mais isso acabava rebaixando as produções
artísticas e arquitetônicas ao simples nível da moda e do gosto.
[...] foi à clientela burguesa que exigiu (e obteve) os grandes
progressos nas instalações técnicas, nos serviços sanitários da
casa, na sua distribuição interna, que solicitou a sua evolução
rápidas da sua tipologias nos grandes hotéis, nos balneários, nas
grandes lojas, nos escritórios, nas bolsas, nos teatros e nos
bancos, que soube encontrar o tom exato de autocelebração nas
estruturas imponentes dos pavilhões das (de Londres-1851 – e de
Paris- 1867-78-79), obtendo a aglutinação de todas as expressões
formais em torno do mito do progresso: o Crystal Palace, a Tour
Eiffel, Les Galéries des Machines, o Baile Excelsior, os romances
de Júlio Verne. (FABRIS, 1987, P.14)
A historiografia do ecletismo concentrou a atenção na linguagem
arquitetônica, descuidando-se das referências dessa cultura na evolução da
cidade e no projeto urbano. Para Fabris (1987) a cultura eclética não soube ater-
11
se até o fim às regras realizando uma cidade não livre de contradições, mas
talvez, e por causa delas muito viva e interessante.
2.1 Ecletismo na Europa
O ecletismo tem forte presença na Europa na metade do século XIX, o
estilo Napoleão III ou também chamado Segundo Império é caracterizado na
França pela realização de grandes e importantes edifícios ecléticos como o Teatro
Ópera de Paris, projetado por Charles Garnier.
Fig. 1 – Ópera de Paris.
Fonte: http://www.revistatemalivre.com/belleepoque04.html
Segundo Fabris (1987), o ecletismo é algo que se distingue dos
revivals (e, particularmente do neogótico, isto é do revival mais engajado, tanto
quanto ideologia religiosa quanto político patriótica). O ecletismo que se distingue
dos revivals1
coincidiam com a busca do assim chamado “estilo nacional” que, na
Itália se expressou através do neo-romântico ou do neo-renascentista, na França
e na Inglaterra do neo-gótico. Para Fabris (1987) Se considerarmos que entre
todas as motivações ideais, as que obtiveram maior consenso foi o patriotismo e a
busca das próprias raízes culturais. Assim retratavam suas raízes culturais, em
1
Movimento de renascimento protestante.
12
qualquer lugar que estivessem. Conforme Bonametti (2006) o paradigma de
modernização foi o de Paris com sua urbanização implementada por Georges
Eugéne Hausmman, entre 1853-1869. Como movimento artístico, o ecletismo
ocorre na França em reação à hegemonia do estilo greco-romano, e os arquitetos
então começaram a retomada de outros modelos históricos como gótico e
românico.
“Pensemos na convicção de que era possível escolher entre os
elementos extraídos das antiguidades, concentrar o melhor deles,
iludindo-se de que esse “encontrar e aplicar” pudesse comparar-
se às experiências criativas do passado...” (FABRIS, 1987, P.12).
A habilidade de combinar as características superiores desses estilos em
construções que satisfaçam as demandas da época em todos os tipos de
edificações ecléticas.
2.2 O período eclético no Brasil
A arquitetura eclética começou realmente a se difundir no Brasil no
século XX. Para Bonametti (2006), a modernização brasileira está relacionada
diretamente ao atraso cultural. Os brasileiros se inserem no mundo moderno
tardiamente e dependem de culturas exteriores ao nosso território.
Assim as capitais brasileiras que estavam em desenvolvimento na
época foram atingidas pelo estilo arquitetônico eclético, podendo se destacar
alguns grandes edifícios como o Teatro Amazonas em Manaus, o Palácio da
Liberdade de Belo Horizonte, o teatro municipal inspirado no “Ópera de Paris” e
projetado por Francisco de Oliveira, e o Museu Paulista (conhecido como Museu
do Ipiranga) em São Paulo.
O Theatro Municipal, projetado por Francisco de Oliveira Passos e
edificado na avenida Central, entre 1903 e 1909, é claramente
inspirado no Ópera de Paris e aparece como o maior símbolo do
ecletismo no Brasil. “NOGUEIRA, Ecletismo e a arquitetura de
ferro, p.7”
13
Fig. 2 – Teatro Municipal de São Paulo.
Fonte: http://www.spinforma.com.br/spinforma/noticias/noticias.asp?ID=851
Em comparação ao estilo desenvolvido no Rio, o ecletismo
classicizante paulista assume traços peculiares de influência italiana e mais
diversidade de modelos e estilos históricos.
2.3 Campo Grande
Com a inauguração da ferrovia Noroeste do Brasil, que ligou Campo
Grande a São Paulo desembarcaram vários imigrantes na região. Vieram
construtores de diversas partes do país e do mundo em busca de trabalho e dias
melhores, e chegaram à fase da arquitetura eclética. Para Arruda, (2002) os
pioneiros construtores faziam parte de uma comunidade de imigrantes que
adentrou o Brasil, a procura de novas oportunidades de trabalhos por causa das
dificuldades econômicas de seus países de origem. Diversos edifícios registram a
passagem do ecletismo em Campo grande, e apresentavam fachadas
ornamentadas em relevo, são: o Colégio Oswaldo Cruz, o sobrado de Bernardo
Franco Baís, Loja Maçônica Grande Oriente, a residência de Eduardo Olímpio
Machado, o sobrado Vespasiano Martins e diversas lojas comerciais nas ruas 7
de Setembro, Calógeras e 14 de Julho. Para Arruda (2002), apud Lemos (1979):
14
Fig. 3- Colégio Oswaldo Cruz Fig. 4- Morada dos Baís
Fotografia: Érika Santos Fotografia: Érika Santos
“De um modo geral, as nossas ruas desse tempo (referindo-se ao
final do século XIX e início do século XX), passaram a receber
construções em correnteza, ligadas à tradição antiga do
gregarismo, as casas nos alinhamentos e poucos jardins laterais.
Fachadas ornamentadas com relevos em estuque. Ornatos,
alguns compostos no local, mas a grande maioria comprada pré-
moldado. Aí é que entrava a imaginação: compor e harmonizar
entre sí relevos de modo a se obter uma sinfonia que levasse os
olhos do espectador a vagarosamente ir percorrendo aquela
superposição de ressaltos. Casas altas do chão, com
respiradouros para o porão, quase sempre habitáveis. Janelas de
abrir para fora. Os vazios com ligeira vantagem sobre os cheios.
Platibandas. Iniciais monogramas e datas nas cimalhas nobres”.
A arquitetura ecletista de Campo Grande trouxe consigo um grande
processo de desenvolvimento para a cidade, cravando em solo campograndense
o destino de váris famílias. É o caso do Português José Luiz Louzinha (1897-
1963), foi construtor pioneiro na cidade entre 1919 e 1932. Entre suas obras
contruiu o colégio Joaquim Murtinho, as residências de Caram Calarge, e a de
João Nunes, a reforma do Rádio Clube além da Usina Elétrica do córrego Botas.
Outro caso foi o de Francesco Cetraro, Italiano, veio para Campo Grande
construir a fachada do Colégio Oswaldo Cruz, em 1916 para os irmãos Moliterno.
Depois edificou uma casa comercial na Avenida Afonso Pena, que foi adquirida
pelo Banco do Brasil e que nos dias de hoje funciona a Casa do Artesão. Os
construtores que permaneceram na cidade progrediram, é o caso dos Irmãos
Thomé que fundaram a maior empreiteira do estado de Mato Grosso. E da família
Italiana de Adolfo Tognini. Para Arruda (2002) Os primeiros construíram mais de
200 casas na cidade e no estado além de grandes obras públicas e particulares
15
importantes, como a vila dos militares no bairro Amambaí ou Hotel Colombo, na
rua D. Aquino nos anos 30.
O construtor Alexandre Tognini julga Emílio Rose o responsável pela
introdução dos portões de ferro em Campo Grande, sempre bem trabalhados com
detalhes que enriqueciam a arquitetura do edifício, era considerado um construtor
frentista.
“Rose era especialista em enfeitar as fachadas com platibandas,
cimalhas, acabamentos de telhados, colocação harmônica de
portas e janelas. O prédio do Hotel Globo tinha bem na esquina
duas àguias, à semelhança do Palácio do Catete, dois triângulos
na cimalha, um globo no centro de cada lado da casa. Em cima,
outros enfeites. As janelas e portas eram envidraçadas em
pequenos quadriláteros. O salão de refeições ficava na frente e os
quartos nos fundos, dando para grande corredor. O piso era de
mosaico hidráulico colorido”. (ARRUDA, 2002, p.34 apud
MACHADO, 2000, p.232).
Manoel de Souza Rosa e José de Souza Rosa são irmãos e juntos
constituíram uma empresa de construção e trabalharam entre os anos de 1917 e
1945. No início suas atividades se concentravam na construção de residências,
lojas comerciais e oficinas. Nos anos 30, com a chegada de profissionais
formados na cidade, foram muito solicitados para obras de empreitada, como no
caso do Hotel Americano, arquitetado por Frederico Urlass, nas obras das casas
pernambucanas, pelo engenheiro Amélio Baís, ambas localizadas na Rua 14 de
julho.
2.4 Ferro forjado como arte déco
O ferro já era conhecido vinte séculos A.C, no Oriente Médio, e seu
processo de difusão realizou-se lentamente até o fim da idade média. Devido ao
processo artesanal de fazer ferro em fornalhas, a quantidade produzida era
pequena, e isso refletia no seu custo e era considerado quase tão caro quanto o
chumbo, o cobre, o estanho e o latão. A sua utilização era limitada à fabricação
de armas, ferramentas e armaduras. Com a Primeira Revolução Industrial, é que
o ferro entre outros produtos industriais surgiu como um material em condições de
16
competir com os materiais de construção, tanto em preço como qualidade.
Segundo Silva (1987) o crescimento da indústria siderúrgica, promovido pela
implantação ferroviária, britânica e européias ensejou a perspectiva de produção
de ferro em uma escala nunca vista.
O Palácio de Cristal, montado em 1851, para a
exposição internacional da indústria Britânica em Londres, era
todo em ferro fundido, madeira e vidro não incorporavam todos os
progressos tecnológicos contemporâneos. No entanto a
montagem desse edifício é saudada como prenúncio de uma nova
era, quando na realidade já era uma consequência natural dos
sucessivos êxitos de utilização do novo material, não somente
para consumo interno, como também para exportação. (SILVA,
1987, p.16)
Na arquitetura do século XIX, o elemento ferro forjado ou fundido
esteve sempre presente. Compreendiam desde peças estruturais como vigas e
colunas, até acabamentos como ornamentos e jardins, gradis, escadas, portas e
janelas, peças de banheiro, fogões, etc.
Fig.5- Janela da Morada dos Baís
Fotografia: Érika Santos
Fig.6- Sacada da Morada dos Baís Fig.7- Escada da Estação Ferroviária
Fotografia: Érika Santos Fotografia: Érika Santos
17
3. METODOLOGIA
O processo de criação dos quadros de luz foi desenvolvido a partir de
uma leitura pessoal sobre algumas edificações em estilo eclético existente em
Campo Grande/ MS.
3.1Processos de criação dos quadros de luz.
Com as edificações escolhidas voltei meu olhar sobre elas e as
fotografei, assim deixando evidentes os pontos que mais me atraem e a harmonia
das edificações com o meio ambiente.
Fig. 8–Hotel Gaspar
Fotografia: Érika Santos
18
Fig. 9- Casa Ferroviária
Fotografia: Érika Santos
Fig. 10- Morada dos Baís
Fotografia: Érika Santos
19
Fig. 11- Edifício José Abrão
Fotografia: Érika Santos
Fig. 12- Estação Ferroviária
Fotografia: Érika Santos
20
Fig. 13- Colégio Oswaldo Cruz
Fotografia: Érika Santos
Fig. 14- Casas da Ferrovia
Fotografia: Érika Santos
21
Fig. 15- Casa do Artesão
Fotografia: Érika Santos
Com as fotos em mãos, escolhi a argila2
, ou seja, uma massa
cerâmica3
de cor de queima tabaco, produzida pelo geólogo Pascoal Giardulo,
que desde 1980, prepara e formula massas para muitos ceramistas brasileiros. A
escolha da massa tabaco foi em função de ser uma massa de grande plasticidade
para queima entre 800º C e 1200º C. Pode ser usada para modelagem e
moldagem e sua cor de queima varia do bege a 800 º até marrom claro a 1200º C.
A retração varia de 14 a 16% a 1200 ºC. Como a temperatura de 1100º C foi
prevista para a segunda queima, e contando com as limitações da mufla elétrica4
da oficina de cerâmica do curso de artes, garanti que a cor de queima ficaria em
um tom de creme queimado, o que veio de encontro às minhas expectativas
quanto à cor de fundo das placas.
2
Argila: mineral in natura, extremamente finos que só podem ser estudados em detalhe com a ajuda de raios
X e microscópio eletrônico. São essencialmente silicatos hidratados de alumínio que podem conter ainda,
ferro, magnésio, titânio, sódio, Potássio e outros elementos.
3
Massa Cerâmica: composta por argilas, caulins, feldspatos, quartzo dentre outros. As composições das
massas levam em consideração o tipo de trabalho que será executado, para então se obter uma formulação
de massa adequada, mais ou menos plástica.
4
Forno de barro em que se sujeitam certos corpos ao fogo, sem que a chama lhes toque.
22
Abri as mantas com a ajuda das guias de espessura 0,08mm. Passei
o desenho da foto para a manta já em tamanho A4. Em seguida, fiz vazados onde
se encontravam as portas e janelas para a fixação das armações de ferro.
Fig. 16- Abertura da massa cerâmica em manta
Fig. 17- Hotel Gaspar
23
Fig.18- Casa Ferroviária
Fig.19- Morada dos Baís
24
Fig.20- Edifício José Abrão
Fig.21- Estação Ferroviária
25
Fig.22- Colégio Oswaldo Cruz
Fig.23- Casa do Artesão
26
Fig.24- Casas da Ferrovia
Na peça ainda crua, mas já em ponto de couro 5
pintei com engobes6
de
cores diferentes, alguns feitos por mim mesma adicionando corantes naturais à
barbotina7
até encontrar a tonalidade pretendida dando mais vida às peças.
Fig. 25- Hotel Gaspar
5
Ponto de couro: fases de secagem da massa cerâmica.
6
Engobe: é a argila colorida que se dá pela mistura de corantes minerais ou óxidos corantes na barbotina.
7
Barbotina: argila misturada com água ficando em estado cremoso, como uma papinha liguenta. É chamada
de cola de argila, e utilizada para a colagem que é a moldagem de peças.
27
Fig. 26- Casa Ferroviária
Fig. 27- Morada dos Baís
28
Fig. 28- Edifício José Abrão
Fig. 29- Estação Ferroviária
29
Fig. 30- Estação Ferroviária
Fig. 31- Casa do Artesão
30
Fig. 32- Casas da Ferrovia
A primeira queima -queima de biscoito- das peças foi feita em forno
elétrico em uma temperatura de 850ºC. Como a queima foi de baixa temperatura
a massa cerâmica adquiriu uma coloração rosada.
Fig. 33- Hotel Gaspar
31
A peça designada Casa Ferroviária, foi cortada prematuramente enquanto
ainda se encontrava muito úmida e acabou quebrando na parte onde havia uma
fonte de água. Isso ocorreu porque ficou em sua extremidade uma parte muito
fina da peça, nesse caso ela secou mais rápido que o resto rachando e se
soltando em vários pedaços.
Fig. 34- Casa Ferroviária
Fig. 35- Morada dos Baís
32
Mesmo tomando todos os cuidados possíveis, a cerâmica ainda crua é uma
peça frágil, que só depois de queimada se torna mais resistente. No transporte da peça
“Edifício José Abrão” não foi possível evitar sua quebra, devido a vários fatores isso
acabou acontecendo. Na esperança de uma possível colagem levei ambas as partes ao
forno para queimar normalmente junto às outras. Somente após a segunda queima na
qual as partes foram para o forno separadas percebi que um lado cedeu, fazendo com
que o encaixe para a colagem não fosse mais possível.
Fig. 36- Edifício José Abrão
Fig. 37- Estação Ferroviária
33
Fig. 38- Colégio Oswaldo Cruz
A peça “Casa do Artesão” apresentou maior descoloração no engobe
verde, após a segunda queima.
Fig. 39- Casa do Artesão
34
Fig. 40- Casas da Ferrovia
Após a queima do biscoito as peças foram esmaltadas com vidrado
transparente ref.001 com base fundente de chumbo, para que pudesse ser
evidenciado melhor alguns detalhes do ecletismo nas edificações.
A segunda queima das peças foi realizada na mesma mufla elétrica a uma
temperatura 1100ºC (queima em alta), e verificou-se que alguns engobes
intensificaram sua coloração, que foi o caso das cores amarelo, vermelho, azul e
branco, a cor verde teve descoloração e em algumas peças desapareceu quase
que por completo e o alaranjado ficou rosado, pois necessitavam de maior
temperatura.
Para concluir trabalhei com armações de ferro nas janelas e portas em
todas as peças. Fiz algumas tentativas em vão com o ferro de solda, porém a
maneira mais fácil que encontrei de trabalhar com o arame de cobre foi utilizando
a cola Super Bonder.
As caixinhas que envolvem e sustentam as peças e a instalação elétrica
interior são de MDF 10mm. Dentro foram usadas lâmpadas de geladeira e
microondas de 7W e 15W que são de baixa intensidade e trazem mais conforto
para o ambiente.
35
CONCLUSÃO
Através do trabalho realizado foi possível aprofundar os conhecimentos
históricos e culturais sobre a arquitetura eclética e suas manifestações em Campo
Grande – MS assim como o conhecimento na produção da cerâmica artística. Na
busca pela sensibilidade e delicadeza da cerâmica, na força da ornamentação do
estilo eclético, foram produzidas 8 peças que geraram a série Quadros de luz.
O objetivo central da proposta foi alcançado, mesmo com algumas
pequenas alterações causadas pela mufla elétrica, que poderiam ser previstas
controladas com exatidão. Trabalhar com a massa cerâmica passo a passo no
seu tempo e controlar minha ansiedade para que o processo desse certo, era um
dos maiores desafios. A dificuldade de fazer detalhadamente cada pequeno
relevo, e manter a peça curva, foi seguida do prazer de conseguir representá-las
da forma esperada.
Ao lidar com a composição de materiais diferentes como a cerâmica e o
ferro, tive que fazer alguns experimentos até chegar a uma conciliação entre
ambos. Isso fez com que eu ampliasse a pesquisa e buscasse diversas formas e
materiais para chegar ao resultado pretendido.
Considero entre todas as motivações do ecletismo, que foi o a busca
pelas próprias raízes culturais que obtiveram o maior consenso. E isso não pode
simplesmente ser apagado ou passar despercebido, nada melhor que a arte
integrada à arquitetura para divulgar uma época onde foram reavaliados preceitos
diversos.
O progresso se desenvolveu e não parou mais diante da criação infinita e
da liberdade de expressão. As diversas manifestações artísticas oportunizam
condições materiais e teóricas de resgatar a memória e propor um olhar futuro,
essa é a melhor forma de conhecer e apreciar a beleza de nossa história. As
obras de arte integradas no ambiente em que vivemos gritam por uma atenção,
pois muitas vezes passam despercebidas no nosso dia-a-dia, mas ao mesmo
tempo também nos trazem conhecimento, conforto e beleza.
36
REFERÊNCIAS
ARRUDA, Ângelo. Campo Grande: arquitetura e urbanismo na década de 30.
Campo Grande: Ed. da Uniderp, 2000.
ARRUDA, Ângelo. Pioneiros da arquitetura e da construção em Campo
Grande. Campo Grande: Ed. da Uniderp, 2002.
ARRUDA, Ângelo; MARAGNO, Gogliardo; COSTA, Mário. Arquitetura em
Campo Grande. Campo Grande: Ed. da Uniderp, 1999.
BONAMETTI, João. A arquitetura eclética e a modernização da paisagem
urbana brasileira. Disponível em:
<http://www.4shared.com/document/462fAXqw>. Acesso maio 2011.
CENTRO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO RIO DE JANEIRO. Guia da
arquitetura eclética no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ed. Casa da palavra,
2000.
FABRIS, Annateresa. Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo: Ed.
Nobel, 1987.
PALMA, Alda. Arquitetura do Brasil. São Paulo: Ed. Abril 1999.
SILVA, Geraldo Gomes. Arquitetura do Ferro no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Ed.
Nobel, 1987.
BRUMANA, kika. Noções Gerais, Esmaltes, Formulações, Esmaltação.
(apostila de curso)
Giardullo, Paschoal. Nosso Livro de Cerâmica. 1ª edição. São Paulo:
Ed.Paschoal
37
Érika Santos Silva
DADOS PESSOAIS
Data de nascimento: 06/02/1988
Campo Grande / MS
Celular: (67) 9908 5706/ 3029 8876
e-mail: erika-pikena@hotmail.com
FORMAÇÃO ACADÊMICA
Curso: Artes Visuais (Bacharelado) – Cursando
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Ano de conclusão: 2011
Duração normal do curso em anos: 4 anos
Curso: Arquitetura e Urbanismo – Cursando
Universidade Uniderp Anhanguera
Ano de conclusão: 2015
Duração normal do curso em anos: 5 anos
ATIVIDADES TÉCNICO-CIENTÍFICAS
 Projeto Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano- SAS 600
horas
 Concurso Desafio Sobrae 2008- totalizando 48 horas
 Informática Básica- Funsat 60 horas
 Recursos Humanos- Ceproen-RH 80 horas
 Web Design- Data Byte 76 horas
 Excel Avançado- Senac 30 horas
 Curso básico de fotografia – Aguena Phothos 30 horas
 Autocad 2D e 3D – Mega Center Informática 52 horas
 Sketchup –Mega Center Informática
CONHECIMENTO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
 Inglês: Nível Básico
CONHECIMENTO EM INFORMÁTICA
 Microsoft Word, Excel, Excel Avançado, Power Point, Internet, Photoshop
CS4, CorelDraw X3, Sketchup8, Autocad 2D e 3D.
38
PORTIFÓLIO
QUADROS DE LUZ, E A ARQUITETURA ECLÉTICA DE CAMPO GRANDE /MS
Por Érika Santos
Obra: “Hotel Gaspar”.
Artista: Érika Santos
Técnica: cerâmica
Dimensão: 21 cm x 29 cm
Ano: 2011
39
Obra: “Casa da Ferrovia”.
Artista: Érika Santos
Técnica: cerâmica
Dimensão: 21 cm x 29 cm
Ano: 2011
40
Obra: “Morada dos Baís”.
Artista: Érika Santos
Técnica: cerâmica
Dimensão: 21 cm x 29 cm
Ano: 2011
41
Obra: “Estação Ferroviária”.
Artista: Érika Santos
Técnica: cerâmica
Dimensão: 21 cm x 29 cm
Ano: 2011
42
Obra: “Colégio Oswaldo Cruz”.
Artista: Érika Santos
Técnica: cerâmica
Dimensão: 21 cm x 29 cm
Ano: 2011
43
Obra: “Casa do Artesão”.
Artista: Érika Santos
Técnica: cerâmica
Dimensão: 21 cm x 29 cm
Ano: 2011
44
Obra: “Casas da Ferrovia”.
Artista: Érika Santos
Técnica: cerâmica
Dimensão: 21 cm x 29 cm
Ano: 2011
45

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Arte linha tempo_01_história da arte
Arte linha tempo_01_história da arteArte linha tempo_01_história da arte
Arte linha tempo_01_história da arteSor Sergio Flores
 
Desenho artístico e de apresentação - Parte 1: História da Arte
Desenho artístico e de apresentação - Parte 1: História da ArteDesenho artístico e de apresentação - Parte 1: História da Arte
Desenho artístico e de apresentação - Parte 1: História da ArteAna Beatriz Cargnin
 
Roteiro de Estudos - Introdução à História da Arte, Pré-História e Egito
Roteiro de Estudos - Introdução à História da Arte, Pré-História e EgitoRoteiro de Estudos - Introdução à História da Arte, Pré-História e Egito
Roteiro de Estudos - Introdução à História da Arte, Pré-História e Egitoalinewar
 
APOSTILA HISTÓRIA DA ARTE
APOSTILA HISTÓRIA DA ARTEAPOSTILA HISTÓRIA DA ARTE
APOSTILA HISTÓRIA DA ARTEVIVIAN TROMBINI
 
Exercício de revisão sobre história da arte com gabarito
Exercício de revisão sobre história da arte com gabaritoExercício de revisão sobre história da arte com gabarito
Exercício de revisão sobre história da arte com gabaritoSuelen Freitas
 
Certeau a cultura no plural
Certeau a cultura no pluralCerteau a cultura no plural
Certeau a cultura no pluralMyllena Azevedo
 
Aula 13 historia da arte.
Aula 13 historia da arte.Aula 13 historia da arte.
Aula 13 historia da arte.Rafael Serra
 
'B.C. Byte Project' by Ines Raphaelian
'B.C. Byte Project' by Ines Raphaelian'B.C. Byte Project' by Ines Raphaelian
'B.C. Byte Project' by Ines RaphaelianAnarqueologia
 
Encontros arte como arqueologia, arqueologia como arte (sara navarro, 2013)
Encontros arte como arqueologia, arqueologia como arte (sara navarro, 2013)Encontros arte como arqueologia, arqueologia como arte (sara navarro, 2013)
Encontros arte como arqueologia, arqueologia como arte (sara navarro, 2013)arqueomike
 
Função da arte
Função da arteFunção da arte
Função da arteCEF16
 
Linha do Tempo - História da Arte
Linha do Tempo - História da ArteLinha do Tempo - História da Arte
Linha do Tempo - História da ArteJesrayne Nascimento
 
Artes visuais edpdf para o art em artes visuais
Artes visuais edpdf para o art em artes visuaisArtes visuais edpdf para o art em artes visuais
Artes visuais edpdf para o art em artes visuaisadelvaniasouza souza
 

La actualidad más candente (20)

Arte linha tempo_01_história da arte
Arte linha tempo_01_história da arteArte linha tempo_01_história da arte
Arte linha tempo_01_história da arte
 
Revisão HISTÓRIA DA ARTE - 02
Revisão HISTÓRIA DA ARTE - 02Revisão HISTÓRIA DA ARTE - 02
Revisão HISTÓRIA DA ARTE - 02
 
Desenho artístico e de apresentação - Parte 1: História da Arte
Desenho artístico e de apresentação - Parte 1: História da ArteDesenho artístico e de apresentação - Parte 1: História da Arte
Desenho artístico e de apresentação - Parte 1: História da Arte
 
9 artes p1_9ano
9 artes p1_9ano9 artes p1_9ano
9 artes p1_9ano
 
Roteiro de Estudos - Introdução à História da Arte, Pré-História e Egito
Roteiro de Estudos - Introdução à História da Arte, Pré-História e EgitoRoteiro de Estudos - Introdução à História da Arte, Pré-História e Egito
Roteiro de Estudos - Introdução à História da Arte, Pré-História e Egito
 
APOSTILA HISTÓRIA DA ARTE
APOSTILA HISTÓRIA DA ARTEAPOSTILA HISTÓRIA DA ARTE
APOSTILA HISTÓRIA DA ARTE
 
Exercício de revisão sobre história da arte com gabarito
Exercício de revisão sobre história da arte com gabaritoExercício de revisão sobre história da arte com gabarito
Exercício de revisão sobre história da arte com gabarito
 
Certeau a cultura no plural
Certeau a cultura no pluralCerteau a cultura no plural
Certeau a cultura no plural
 
Aula 13 historia da arte.
Aula 13 historia da arte.Aula 13 historia da arte.
Aula 13 historia da arte.
 
HistóRia Da Arte
HistóRia Da ArteHistóRia Da Arte
HistóRia Da Arte
 
Eja arte
Eja arteEja arte
Eja arte
 
'B.C. Byte Project' by Ines Raphaelian
'B.C. Byte Project' by Ines Raphaelian'B.C. Byte Project' by Ines Raphaelian
'B.C. Byte Project' by Ines Raphaelian
 
Historia da arte unip
Historia da arte unipHistoria da arte unip
Historia da arte unip
 
Encontros arte como arqueologia, arqueologia como arte (sara navarro, 2013)
Encontros arte como arqueologia, arqueologia como arte (sara navarro, 2013)Encontros arte como arqueologia, arqueologia como arte (sara navarro, 2013)
Encontros arte como arqueologia, arqueologia como arte (sara navarro, 2013)
 
Função da arte
Função da arteFunção da arte
Função da arte
 
Linha do Tempo - História da Arte
Linha do Tempo - História da ArteLinha do Tempo - História da Arte
Linha do Tempo - História da Arte
 
48787715 apostila-de-arte
48787715 apostila-de-arte48787715 apostila-de-arte
48787715 apostila-de-arte
 
Apostila de-arte-eja
Apostila de-arte-ejaApostila de-arte-eja
Apostila de-arte-eja
 
Artes visuais edpdf para o art em artes visuais
Artes visuais edpdf para o art em artes visuaisArtes visuais edpdf para o art em artes visuais
Artes visuais edpdf para o art em artes visuais
 
Textos historia da arte Ensino Medio
Textos historia da arte Ensino MedioTextos historia da arte Ensino Medio
Textos historia da arte Ensino Medio
 

Similar a Silva; érika santos quadros de luz e arquitetura eclética de cg-ms

A estética à prova da reciclagem cultural
A estética à prova da reciclagem culturalA estética à prova da reciclagem cultural
A estética à prova da reciclagem culturalFê Bitazi
 
HGA - Plano de ensino e cronograma 1°S de 2015
HGA - Plano de ensino e cronograma 1°S de 2015HGA - Plano de ensino e cronograma 1°S de 2015
HGA - Plano de ensino e cronograma 1°S de 2015alunip
 
Criação do humano maquina
Criação do humano maquinaCriação do humano maquina
Criação do humano maquinaVenise Melo
 
Anexo B - Projeto de pesquisa
Anexo B - Projeto de pesquisaAnexo B - Projeto de pesquisa
Anexo B - Projeto de pesquisaSandro Bottene
 
Ratier; kaio felipe de oliveira o fim do espartilho e a elegância confortável
Ratier; kaio felipe de oliveira   o fim do espartilho e a elegância confortávelRatier; kaio felipe de oliveira   o fim do espartilho e a elegância confortável
Ratier; kaio felipe de oliveira o fim do espartilho e a elegância confortávelAcervo_DAC
 
O museu virtual e a arte acriana na educação, a partir do percurso criativo d...
O museu virtual e a arte acriana na educação, a partir do percurso criativo d...O museu virtual e a arte acriana na educação, a partir do percurso criativo d...
O museu virtual e a arte acriana na educação, a partir do percurso criativo d...Vis-UAB
 
Aula História da Arte_As funções da arte
Aula História da Arte_As funções da arteAula História da Arte_As funções da arte
Aula História da Arte_As funções da arteLila Donato
 
Marian Rabello e os Azulejos Murais Experiências em Arte Pública.pdf
Marian Rabello e os Azulejos Murais Experiências em Arte Pública.pdfMarian Rabello e os Azulejos Murais Experiências em Arte Pública.pdf
Marian Rabello e os Azulejos Murais Experiências em Arte Pública.pdfMarcelaBelo1
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
1termos -at1-arte_do_seculo_xx
1termos -at1-arte_do_seculo_xx1termos -at1-arte_do_seculo_xx
1termos -at1-arte_do_seculo_xxantoniofabiogomes
 
Revista forma especial arquitetura
Revista forma   especial arquiteturaRevista forma   especial arquitetura
Revista forma especial arquiteturaAline Soares e Silva
 
Revista Ideia Abstrata
Revista Ideia AbstrataRevista Ideia Abstrata
Revista Ideia AbstrataLidiane Gleyce
 
Introdução à arte
Introdução à arteIntrodução à arte
Introdução à arteEllen_A
 
Bakargy; thiago duarte o simbolismo do macrocosmos
Bakargy; thiago duarte   o simbolismo do macrocosmosBakargy; thiago duarte   o simbolismo do macrocosmos
Bakargy; thiago duarte o simbolismo do macrocosmosAcervo_DAC
 

Similar a Silva; érika santos quadros de luz e arquitetura eclética de cg-ms (20)

A estética à prova da reciclagem cultural
A estética à prova da reciclagem culturalA estética à prova da reciclagem cultural
A estética à prova da reciclagem cultural
 
HGA - Plano de ensino e cronograma 1°S de 2015
HGA - Plano de ensino e cronograma 1°S de 2015HGA - Plano de ensino e cronograma 1°S de 2015
HGA - Plano de ensino e cronograma 1°S de 2015
 
Criação do humano maquina
Criação do humano maquinaCriação do humano maquina
Criação do humano maquina
 
Hca
HcaHca
Hca
 
Anexo B - Projeto de pesquisa
Anexo B - Projeto de pesquisaAnexo B - Projeto de pesquisa
Anexo B - Projeto de pesquisa
 
Ratier; kaio felipe de oliveira o fim do espartilho e a elegância confortável
Ratier; kaio felipe de oliveira   o fim do espartilho e a elegância confortávelRatier; kaio felipe de oliveira   o fim do espartilho e a elegância confortável
Ratier; kaio felipe de oliveira o fim do espartilho e a elegância confortável
 
O museu virtual e a arte acriana na educação, a partir do percurso criativo d...
O museu virtual e a arte acriana na educação, a partir do percurso criativo d...O museu virtual e a arte acriana na educação, a partir do percurso criativo d...
O museu virtual e a arte acriana na educação, a partir do percurso criativo d...
 
Aula História da Arte_As funções da arte
Aula História da Arte_As funções da arteAula História da Arte_As funções da arte
Aula História da Arte_As funções da arte
 
Marian Rabello e os Azulejos Murais Experiências em Arte Pública.pdf
Marian Rabello e os Azulejos Murais Experiências em Arte Pública.pdfMarian Rabello e os Azulejos Murais Experiências em Arte Pública.pdf
Marian Rabello e os Azulejos Murais Experiências em Arte Pública.pdf
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
Texto wbenjamim
Texto wbenjamimTexto wbenjamim
Texto wbenjamim
 
Texto wbenjamim
Texto wbenjamimTexto wbenjamim
Texto wbenjamim
 
1termos -at1-arte_do_seculo_xx
1termos -at1-arte_do_seculo_xx1termos -at1-arte_do_seculo_xx
1termos -at1-arte_do_seculo_xx
 
Revista forma especial arquitetura
Revista forma   especial arquiteturaRevista forma   especial arquitetura
Revista forma especial arquitetura
 
Revista Ideia Abstrata
Revista Ideia AbstrataRevista Ideia Abstrata
Revista Ideia Abstrata
 
Introdução à arte
Introdução à arteIntrodução à arte
Introdução à arte
 
Arte na escola pública metaesquemas
Arte na escola pública  metaesquemasArte na escola pública  metaesquemas
Arte na escola pública metaesquemas
 
Bakargy; thiago duarte o simbolismo do macrocosmos
Bakargy; thiago duarte   o simbolismo do macrocosmosBakargy; thiago duarte   o simbolismo do macrocosmos
Bakargy; thiago duarte o simbolismo do macrocosmos
 
Mobiliário Egípcio
Mobiliário EgípcioMobiliário Egípcio
Mobiliário Egípcio
 
AINT - Trabalho
AINT - TrabalhoAINT - Trabalho
AINT - Trabalho
 

Más de Acervo_DAC

Tcc 2015 Lívia Molica Gill
Tcc 2015 Lívia Molica GillTcc 2015 Lívia Molica Gill
Tcc 2015 Lívia Molica GillAcervo_DAC
 
Tcc 2015 Gabriela Figueira
Tcc 2015 Gabriela FigueiraTcc 2015 Gabriela Figueira
Tcc 2015 Gabriela FigueiraAcervo_DAC
 
Tcc 2015 nayara gomes jarcem
Tcc 2015 nayara gomes jarcemTcc 2015 nayara gomes jarcem
Tcc 2015 nayara gomes jarcemAcervo_DAC
 
Tcc 2015 húldo tréfzger cândido júnior
Tcc 2015 húldo tréfzger cândido júniorTcc 2015 húldo tréfzger cândido júnior
Tcc 2015 húldo tréfzger cândido júniorAcervo_DAC
 
Tcc 2015 edimar ferreira barbosa
Tcc 2015 edimar ferreira barbosaTcc 2015 edimar ferreira barbosa
Tcc 2015 edimar ferreira barbosaAcervo_DAC
 
Tcc 2015 poliana santana
Tcc 2015 poliana santanaTcc 2015 poliana santana
Tcc 2015 poliana santanaAcervo_DAC
 
Tcc 2015 mariana flavia dos santos
Tcc 2015 mariana flavia dos santosTcc 2015 mariana flavia dos santos
Tcc 2015 mariana flavia dos santosAcervo_DAC
 
Tcc 2015 jean robert almeida de alexandre
Tcc 2015 jean robert almeida de alexandreTcc 2015 jean robert almeida de alexandre
Tcc 2015 jean robert almeida de alexandreAcervo_DAC
 
Tcc 2015 hugo munarini
Tcc 2015 hugo munariniTcc 2015 hugo munarini
Tcc 2015 hugo munariniAcervo_DAC
 
Tcc 2015 hudson justino de andrade
Tcc 2015 hudson justino de andradeTcc 2015 hudson justino de andrade
Tcc 2015 hudson justino de andradeAcervo_DAC
 
Tcc 2015 arianne de lima
Tcc 2015 arianne de limaTcc 2015 arianne de lima
Tcc 2015 arianne de limaAcervo_DAC
 
Tcc 2014 susy kanezakyi
Tcc 2014 susy kanezakyiTcc 2014 susy kanezakyi
Tcc 2014 susy kanezakyiAcervo_DAC
 
Tcc 2014 jamile zambrim
Tcc 2014 jamile zambrimTcc 2014 jamile zambrim
Tcc 2014 jamile zambrimAcervo_DAC
 
Tcc 2014 francielly tamiozo
Tcc 2014 francielly tamiozoTcc 2014 francielly tamiozo
Tcc 2014 francielly tamiozoAcervo_DAC
 
Tcc 2014 sarah caires
Tcc 2014 sarah cairesTcc 2014 sarah caires
Tcc 2014 sarah cairesAcervo_DAC
 
Tcc 2014 rodolfo parangaba
Tcc 2014 rodolfo parangabaTcc 2014 rodolfo parangaba
Tcc 2014 rodolfo parangabaAcervo_DAC
 
Tcc 2014 vasco paez neto
Tcc 2014 vasco paez netoTcc 2014 vasco paez neto
Tcc 2014 vasco paez netoAcervo_DAC
 
Tcc 2014 diogo luciano
Tcc 2014 diogo lucianoTcc 2014 diogo luciano
Tcc 2014 diogo lucianoAcervo_DAC
 
Tcc 2014 beatriz demirdjian
Tcc 2014 beatriz demirdjianTcc 2014 beatriz demirdjian
Tcc 2014 beatriz demirdjianAcervo_DAC
 
Tcc 2014 cybelle manvailler
Tcc 2014 cybelle manvaillerTcc 2014 cybelle manvailler
Tcc 2014 cybelle manvaillerAcervo_DAC
 

Más de Acervo_DAC (20)

Tcc 2015 Lívia Molica Gill
Tcc 2015 Lívia Molica GillTcc 2015 Lívia Molica Gill
Tcc 2015 Lívia Molica Gill
 
Tcc 2015 Gabriela Figueira
Tcc 2015 Gabriela FigueiraTcc 2015 Gabriela Figueira
Tcc 2015 Gabriela Figueira
 
Tcc 2015 nayara gomes jarcem
Tcc 2015 nayara gomes jarcemTcc 2015 nayara gomes jarcem
Tcc 2015 nayara gomes jarcem
 
Tcc 2015 húldo tréfzger cândido júnior
Tcc 2015 húldo tréfzger cândido júniorTcc 2015 húldo tréfzger cândido júnior
Tcc 2015 húldo tréfzger cândido júnior
 
Tcc 2015 edimar ferreira barbosa
Tcc 2015 edimar ferreira barbosaTcc 2015 edimar ferreira barbosa
Tcc 2015 edimar ferreira barbosa
 
Tcc 2015 poliana santana
Tcc 2015 poliana santanaTcc 2015 poliana santana
Tcc 2015 poliana santana
 
Tcc 2015 mariana flavia dos santos
Tcc 2015 mariana flavia dos santosTcc 2015 mariana flavia dos santos
Tcc 2015 mariana flavia dos santos
 
Tcc 2015 jean robert almeida de alexandre
Tcc 2015 jean robert almeida de alexandreTcc 2015 jean robert almeida de alexandre
Tcc 2015 jean robert almeida de alexandre
 
Tcc 2015 hugo munarini
Tcc 2015 hugo munariniTcc 2015 hugo munarini
Tcc 2015 hugo munarini
 
Tcc 2015 hudson justino de andrade
Tcc 2015 hudson justino de andradeTcc 2015 hudson justino de andrade
Tcc 2015 hudson justino de andrade
 
Tcc 2015 arianne de lima
Tcc 2015 arianne de limaTcc 2015 arianne de lima
Tcc 2015 arianne de lima
 
Tcc 2014 susy kanezakyi
Tcc 2014 susy kanezakyiTcc 2014 susy kanezakyi
Tcc 2014 susy kanezakyi
 
Tcc 2014 jamile zambrim
Tcc 2014 jamile zambrimTcc 2014 jamile zambrim
Tcc 2014 jamile zambrim
 
Tcc 2014 francielly tamiozo
Tcc 2014 francielly tamiozoTcc 2014 francielly tamiozo
Tcc 2014 francielly tamiozo
 
Tcc 2014 sarah caires
Tcc 2014 sarah cairesTcc 2014 sarah caires
Tcc 2014 sarah caires
 
Tcc 2014 rodolfo parangaba
Tcc 2014 rodolfo parangabaTcc 2014 rodolfo parangaba
Tcc 2014 rodolfo parangaba
 
Tcc 2014 vasco paez neto
Tcc 2014 vasco paez netoTcc 2014 vasco paez neto
Tcc 2014 vasco paez neto
 
Tcc 2014 diogo luciano
Tcc 2014 diogo lucianoTcc 2014 diogo luciano
Tcc 2014 diogo luciano
 
Tcc 2014 beatriz demirdjian
Tcc 2014 beatriz demirdjianTcc 2014 beatriz demirdjian
Tcc 2014 beatriz demirdjian
 
Tcc 2014 cybelle manvailler
Tcc 2014 cybelle manvaillerTcc 2014 cybelle manvailler
Tcc 2014 cybelle manvailler
 

Silva; érika santos quadros de luz e arquitetura eclética de cg-ms

  • 1. ÉRIKA SANTOS SILVA QUADROS DE LUZ E A ARQUITETURA ECLÉTICA DE CAMPO GRANDE /MS UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E ARTES CURSO DE ARTES VISUAIS – BACHARELADO CAMPO GRANDE 2011
  • 2. ÉRIKA SANTOS SILVA QUADROS DE LUZ E A ARQUITETURA ECLÉTICA DE CAMPO GRANDE /MS Relatório apresentado ao Curso de Graduação em Artes Visuais – Bacharelado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul como requisito final à obtenção do título de Bacharel em Artes Visuais. Orientadora: Profª. Esp. Maria Alice Porto Rossi. CAMPO GRANDE- MS 2011
  • 3. ÉRIKA SANTOS SILVA QUADROS DE LUZ E A ARQUITETURA ECLÉTICA DE CAMPO GRANDE /MS Relatório apresentado ao Curso de Graduação em Artes Visuais – Bacharelado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul como requisito final à obtenção do título de Bacharel em Artes Visuais. Orientadora: Profª. Esp. Maria Alice Porto Rossi. Campo Grande, MS 28 de Novembro de 2011. COMISSÃO EXAMINADORA _______________________________________________ Profª. Esp. Maria Alice Porto Rossi UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL _______________________________________________ Profª. Drª. Carla Maria Buffo de Cápua UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL _______________________________________________ Arq. Esp. Edno Bogalho de Oliveira Júnior
  • 4. AGRADECIMENTO Em primeiro agradeço a Deus pelo meu dom artístico e por me acompanhar a cada momento da minha vida. Aos meus pais Israel Gomes e Rosimeire Santos, irmãos Érick Santos e Kamila Santos que sempre me apoiaram e me deram força a cada momento do curso, e exigiram o melhor de mim e nunca se opuseram às minhas escolhas. Ao meu namorado Francis Régis por ter me apoiado, estando sempre ao meu lado e ter sido paciente durante todo o período de realização deste trabalho. Aos meus amigos queridos Pabline Nunes e família, Flávio Gutierrez, Gustavo Figueroa, Kelly Penha, Maykon Sabino, Fernanda Arruda, Wyllbour Andrade e Diego Torraca que sempre estiveram comigo e me socorreram a cada necessidade. Ao Sr. Juscelino e Adilson, técnicos do Curso de Artes Visuais, que sempre tiveram paciência para me ensinar e ajudar. A todos os professores dentre eles Maria Alice Porto Rossi minha orientadora querida, Adalberto Miranda meu mestre e Carla de Cápua que despertou dentro de mim um amor incondicional pela escultura e história da arte.
  • 5. "A criação prossegue incessantemente por meio do homem, mas o homem não cria: descobre". Antonio Gaudí
  • 6. RESUMO O presente relatório buscou representar pela cerâmica, aparentemente um material muito frágil, um estudo histórico / cultural da arquitetura eclética de Campo Grande/ MS. De modo a mostrar as antigas hipóteses urbanas e interagí- las com a arte, realizou-se, paralelamente à pesquisa teórica a produção de oito peças em massa cerâmica descritas passo a passo, e que nos dá a possibilidade de representar cada detalhe com maior perfeição, além de transmitir uma beleza pura como se a peça tivesse uma vida própria. A luz e armações de ferro incorporadas à cerâmica complementam a peça dando vida e energia. Foram feitos quadros de luz de tamanho A4 (210 x 297 mm) com detalhes em relevo buscando representar a ornamentação das edificações da época e a variada possibilidade de junção dos estilos com o resgate histórico-cultural e paisagístico, assim cravados na sensibilidade da massa cerâmica que é o que mais me atrai. Palavras-chave: Ecletismo; Campo Grande; Quadros de luz.
  • 7. ABSTRACT This report sought to represent pottery, apparently a very brittlematerial, a historical / cultural eclectic architecture of Campo Grande / MS. In order to show the old urban situations and interact them with art, was held parallel to the theoretical researchthe production of ceramic parts in eight described step by step,and that gives us the ability to represent every detail with greater perfection , as well as providing a pure beauty as if the play had alife of its own. The light and iron frames built to complement theceramic piece giving life and energy. Compounds of light framesmade of A4 with details in relief sought to represent the ornamentation of buildings of the time, the possibility of joining of the varied styles and a historical-cultural landscape, and nailed to the sensitivity of the ceramic body which is what attracts me. Keywords: Eclecticism, Campo Grande, light tables
  • 8. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................08 2 ARQUITETURA ECLÉTICA.................................................................................09 2.1 Ecletismo na Europa..........................................................................................11 2.2 O Período eclético no Brasil...............................................................................12 2.3 Campo Grande...................................................................................................13 2.4 Ferro forjado como arte decó.............................................................................15 3 METODOLOGIA...................................................................................................17 3.1 Processos de criação dos quadros de luz..........................................................17 CONCLUSÃO..........................................................................................................35 REFERÊNCIA..........................................................................................................36 CURRICULUM.........................................................................................................37 PORTIFÓLIO...........................................................................................................38
  • 9. 8 1 INTRODUÇÃO A arquitetura assim como as artes tiveram sempre uma grande intervenção paisagística urbana, nos mostrando a evolução do mundo. A arte através de obras artísticas constituem a variação das formas, dos estilos e dos conceitos. Já a arquitetura se manifestava através das edificações. Esse trabalho aborda através da modelagem em cerâmica o período ecletista na arquitetura, especialmente das edificações de Campo Grande, Mato Grosso de Sul, buscando a ênfase nas características ornamentais das edificações e na tentativa de uma leitura histórico-cultural e paisagística da cidade. O ecletismo foi um período muito conturbado onde o pensamento sociológico trouxe um conceito de modernização visado ao capitalismo. O poder aquisitivo alto permitiu ser diferenciado pela sua arquitetura, na busca do conforto e progresso. Os quadros de luz representados em cerâmica, como obras artísticas identificam o ecletismo arquitetônico que grita por atenção e preservação diante do olhar de toda a sociedade campo-grandense, que passam por eles diariamente e buscam algo que esclareça porque são importantes para a sociedade e clamam por preservação.
  • 10. 9 2 ARQUITETURA ECLÉTICA Seguindo o neoclassicismo e caracterizando a mentalidade de uma época, desenvolveu-se a arquitetura eclética. A arquitetura neoclássica é expressão de ordem, disciplina, contenção, equilíbrio, razão e nobreza. Já à eclética corresponde dramaticidade, conforto, expressividade, luxo, emoção e exuberância. Para Fabris (1987) é realmente o ecletismo a expressão da arte e da arquitetura que se segue ao neoclassicismo, seria apolítico no sentido burguês, tanto quanto o neoclassicismo era jacobino, democrático e renovador. A função de buscar detalhes dos estilos arquitetônicos já existentes e harmonizá-los em uma edificação criara o estilo eclético A palavra ecletismo significa a atitude antiga de formar um todo a partir da justaposição de elementos escolhidos entre diferentes sistemas. Pode ser eclético um sistema moral ou filosófico, uma coleção de objetos ou simplesmente o gosto ao vestir-se. Existiam dois níveis muito distintos: o útil e o decorativo. Para a mentalidade da burguesia, o banco devia ter a aparência externa de um palácio renascentista, e a casa de campo a de um castelo feudal. Esta hipocrisia encontra sua condenação junto aos construtores com formação cientifica séria. (BONAMETTI, 2006, p.2) Com o crescimento da população urbana começaram as diferenças, pois as cidades não tinham somente mais gente, provinham também de origens culturais diferentes. Essas diferenças culturais deviam ser acomodadas e então promover trocas culturais. O ecletismo foi fundado pela busca de um novo e próprio estilo arquitetônico, conforme passagem de Fabris (1987). Quando os ingleses Thomas Hope, James Fergusson, T. L. Donaldson, C. Gilbert Scott, os franceses César Daly e E. Violiet le Duc, o alemão Friederich Schinkel, desconcertados pelo aparente “caos” das multiplas pesquisas estilísticas, pelas contraditórias experiências formais de sua época, pela simultaneidade de vários revivals, perguntavam-se ansiosos, quando também o século XIX saberia, finalmente, “encontrar o próprio estilo, não percebiam que estavam buscando em uma direção anacrônica e não viam que seu século XIX já encontrara “o próprio estilo” e que este era o ecletismo. (FABRIS, 1987, P.13)
  • 11. 10 Ecletismo é o termo usado em referências aos estilos surgidos durante o século XIX que exibiam combinações de elementos que podiam vir da arquitetura clássica, medieval, renascentista, barroca e neoclássica. O ecletismo se desenvolveu junto à arquitetura historicista em uma relação íntima, e aproveitou dos novos avanços da engenharia do século XIX que possibilitou as construções em ferro forjado. A vertente acadêmica compreendeu dois subsistemas: o neoclassicismo e o ecletismo. Uma diferença entre eles reside na escolha da referência histórica a imitar. O neoclassicismo formou seu repertório a partir da chamada arquitetura clássica, quer dizer, de um certo recorte da arquitetura da antiguidade greco-romana. Já a atitude eclética, como se viu, corresponde a acomodação de várias referências do tempo. Variando ou mesmo mesclando “tempos” históricos diferentes, procurava-se produzir uma arquitetura “fora do tempo” (PEIXOTO, 2000, p.7). O período ecletista relata os momentos de profundo paradoxo na vida do homem moderno, e se caracterizou pela simetria, busca de grandiosidade, rigorosa hierarquia dos espaços internos e riquezas decorativas. Era uma cultura arquitetônica própria de uma classe burguesa que dava prioridade ao conforto e amava o progresso, ainda mais quando isso lhes trazia melhores condições de vida, adoravam as novidades mais isso acabava rebaixando as produções artísticas e arquitetônicas ao simples nível da moda e do gosto. [...] foi à clientela burguesa que exigiu (e obteve) os grandes progressos nas instalações técnicas, nos serviços sanitários da casa, na sua distribuição interna, que solicitou a sua evolução rápidas da sua tipologias nos grandes hotéis, nos balneários, nas grandes lojas, nos escritórios, nas bolsas, nos teatros e nos bancos, que soube encontrar o tom exato de autocelebração nas estruturas imponentes dos pavilhões das (de Londres-1851 – e de Paris- 1867-78-79), obtendo a aglutinação de todas as expressões formais em torno do mito do progresso: o Crystal Palace, a Tour Eiffel, Les Galéries des Machines, o Baile Excelsior, os romances de Júlio Verne. (FABRIS, 1987, P.14) A historiografia do ecletismo concentrou a atenção na linguagem arquitetônica, descuidando-se das referências dessa cultura na evolução da cidade e no projeto urbano. Para Fabris (1987) a cultura eclética não soube ater-
  • 12. 11 se até o fim às regras realizando uma cidade não livre de contradições, mas talvez, e por causa delas muito viva e interessante. 2.1 Ecletismo na Europa O ecletismo tem forte presença na Europa na metade do século XIX, o estilo Napoleão III ou também chamado Segundo Império é caracterizado na França pela realização de grandes e importantes edifícios ecléticos como o Teatro Ópera de Paris, projetado por Charles Garnier. Fig. 1 – Ópera de Paris. Fonte: http://www.revistatemalivre.com/belleepoque04.html Segundo Fabris (1987), o ecletismo é algo que se distingue dos revivals (e, particularmente do neogótico, isto é do revival mais engajado, tanto quanto ideologia religiosa quanto político patriótica). O ecletismo que se distingue dos revivals1 coincidiam com a busca do assim chamado “estilo nacional” que, na Itália se expressou através do neo-romântico ou do neo-renascentista, na França e na Inglaterra do neo-gótico. Para Fabris (1987) Se considerarmos que entre todas as motivações ideais, as que obtiveram maior consenso foi o patriotismo e a busca das próprias raízes culturais. Assim retratavam suas raízes culturais, em 1 Movimento de renascimento protestante.
  • 13. 12 qualquer lugar que estivessem. Conforme Bonametti (2006) o paradigma de modernização foi o de Paris com sua urbanização implementada por Georges Eugéne Hausmman, entre 1853-1869. Como movimento artístico, o ecletismo ocorre na França em reação à hegemonia do estilo greco-romano, e os arquitetos então começaram a retomada de outros modelos históricos como gótico e românico. “Pensemos na convicção de que era possível escolher entre os elementos extraídos das antiguidades, concentrar o melhor deles, iludindo-se de que esse “encontrar e aplicar” pudesse comparar- se às experiências criativas do passado...” (FABRIS, 1987, P.12). A habilidade de combinar as características superiores desses estilos em construções que satisfaçam as demandas da época em todos os tipos de edificações ecléticas. 2.2 O período eclético no Brasil A arquitetura eclética começou realmente a se difundir no Brasil no século XX. Para Bonametti (2006), a modernização brasileira está relacionada diretamente ao atraso cultural. Os brasileiros se inserem no mundo moderno tardiamente e dependem de culturas exteriores ao nosso território. Assim as capitais brasileiras que estavam em desenvolvimento na época foram atingidas pelo estilo arquitetônico eclético, podendo se destacar alguns grandes edifícios como o Teatro Amazonas em Manaus, o Palácio da Liberdade de Belo Horizonte, o teatro municipal inspirado no “Ópera de Paris” e projetado por Francisco de Oliveira, e o Museu Paulista (conhecido como Museu do Ipiranga) em São Paulo. O Theatro Municipal, projetado por Francisco de Oliveira Passos e edificado na avenida Central, entre 1903 e 1909, é claramente inspirado no Ópera de Paris e aparece como o maior símbolo do ecletismo no Brasil. “NOGUEIRA, Ecletismo e a arquitetura de ferro, p.7”
  • 14. 13 Fig. 2 – Teatro Municipal de São Paulo. Fonte: http://www.spinforma.com.br/spinforma/noticias/noticias.asp?ID=851 Em comparação ao estilo desenvolvido no Rio, o ecletismo classicizante paulista assume traços peculiares de influência italiana e mais diversidade de modelos e estilos históricos. 2.3 Campo Grande Com a inauguração da ferrovia Noroeste do Brasil, que ligou Campo Grande a São Paulo desembarcaram vários imigrantes na região. Vieram construtores de diversas partes do país e do mundo em busca de trabalho e dias melhores, e chegaram à fase da arquitetura eclética. Para Arruda, (2002) os pioneiros construtores faziam parte de uma comunidade de imigrantes que adentrou o Brasil, a procura de novas oportunidades de trabalhos por causa das dificuldades econômicas de seus países de origem. Diversos edifícios registram a passagem do ecletismo em Campo grande, e apresentavam fachadas ornamentadas em relevo, são: o Colégio Oswaldo Cruz, o sobrado de Bernardo Franco Baís, Loja Maçônica Grande Oriente, a residência de Eduardo Olímpio Machado, o sobrado Vespasiano Martins e diversas lojas comerciais nas ruas 7 de Setembro, Calógeras e 14 de Julho. Para Arruda (2002), apud Lemos (1979):
  • 15. 14 Fig. 3- Colégio Oswaldo Cruz Fig. 4- Morada dos Baís Fotografia: Érika Santos Fotografia: Érika Santos “De um modo geral, as nossas ruas desse tempo (referindo-se ao final do século XIX e início do século XX), passaram a receber construções em correnteza, ligadas à tradição antiga do gregarismo, as casas nos alinhamentos e poucos jardins laterais. Fachadas ornamentadas com relevos em estuque. Ornatos, alguns compostos no local, mas a grande maioria comprada pré- moldado. Aí é que entrava a imaginação: compor e harmonizar entre sí relevos de modo a se obter uma sinfonia que levasse os olhos do espectador a vagarosamente ir percorrendo aquela superposição de ressaltos. Casas altas do chão, com respiradouros para o porão, quase sempre habitáveis. Janelas de abrir para fora. Os vazios com ligeira vantagem sobre os cheios. Platibandas. Iniciais monogramas e datas nas cimalhas nobres”. A arquitetura ecletista de Campo Grande trouxe consigo um grande processo de desenvolvimento para a cidade, cravando em solo campograndense o destino de váris famílias. É o caso do Português José Luiz Louzinha (1897- 1963), foi construtor pioneiro na cidade entre 1919 e 1932. Entre suas obras contruiu o colégio Joaquim Murtinho, as residências de Caram Calarge, e a de João Nunes, a reforma do Rádio Clube além da Usina Elétrica do córrego Botas. Outro caso foi o de Francesco Cetraro, Italiano, veio para Campo Grande construir a fachada do Colégio Oswaldo Cruz, em 1916 para os irmãos Moliterno. Depois edificou uma casa comercial na Avenida Afonso Pena, que foi adquirida pelo Banco do Brasil e que nos dias de hoje funciona a Casa do Artesão. Os construtores que permaneceram na cidade progrediram, é o caso dos Irmãos Thomé que fundaram a maior empreiteira do estado de Mato Grosso. E da família Italiana de Adolfo Tognini. Para Arruda (2002) Os primeiros construíram mais de 200 casas na cidade e no estado além de grandes obras públicas e particulares
  • 16. 15 importantes, como a vila dos militares no bairro Amambaí ou Hotel Colombo, na rua D. Aquino nos anos 30. O construtor Alexandre Tognini julga Emílio Rose o responsável pela introdução dos portões de ferro em Campo Grande, sempre bem trabalhados com detalhes que enriqueciam a arquitetura do edifício, era considerado um construtor frentista. “Rose era especialista em enfeitar as fachadas com platibandas, cimalhas, acabamentos de telhados, colocação harmônica de portas e janelas. O prédio do Hotel Globo tinha bem na esquina duas àguias, à semelhança do Palácio do Catete, dois triângulos na cimalha, um globo no centro de cada lado da casa. Em cima, outros enfeites. As janelas e portas eram envidraçadas em pequenos quadriláteros. O salão de refeições ficava na frente e os quartos nos fundos, dando para grande corredor. O piso era de mosaico hidráulico colorido”. (ARRUDA, 2002, p.34 apud MACHADO, 2000, p.232). Manoel de Souza Rosa e José de Souza Rosa são irmãos e juntos constituíram uma empresa de construção e trabalharam entre os anos de 1917 e 1945. No início suas atividades se concentravam na construção de residências, lojas comerciais e oficinas. Nos anos 30, com a chegada de profissionais formados na cidade, foram muito solicitados para obras de empreitada, como no caso do Hotel Americano, arquitetado por Frederico Urlass, nas obras das casas pernambucanas, pelo engenheiro Amélio Baís, ambas localizadas na Rua 14 de julho. 2.4 Ferro forjado como arte déco O ferro já era conhecido vinte séculos A.C, no Oriente Médio, e seu processo de difusão realizou-se lentamente até o fim da idade média. Devido ao processo artesanal de fazer ferro em fornalhas, a quantidade produzida era pequena, e isso refletia no seu custo e era considerado quase tão caro quanto o chumbo, o cobre, o estanho e o latão. A sua utilização era limitada à fabricação de armas, ferramentas e armaduras. Com a Primeira Revolução Industrial, é que o ferro entre outros produtos industriais surgiu como um material em condições de
  • 17. 16 competir com os materiais de construção, tanto em preço como qualidade. Segundo Silva (1987) o crescimento da indústria siderúrgica, promovido pela implantação ferroviária, britânica e européias ensejou a perspectiva de produção de ferro em uma escala nunca vista. O Palácio de Cristal, montado em 1851, para a exposição internacional da indústria Britânica em Londres, era todo em ferro fundido, madeira e vidro não incorporavam todos os progressos tecnológicos contemporâneos. No entanto a montagem desse edifício é saudada como prenúncio de uma nova era, quando na realidade já era uma consequência natural dos sucessivos êxitos de utilização do novo material, não somente para consumo interno, como também para exportação. (SILVA, 1987, p.16) Na arquitetura do século XIX, o elemento ferro forjado ou fundido esteve sempre presente. Compreendiam desde peças estruturais como vigas e colunas, até acabamentos como ornamentos e jardins, gradis, escadas, portas e janelas, peças de banheiro, fogões, etc. Fig.5- Janela da Morada dos Baís Fotografia: Érika Santos Fig.6- Sacada da Morada dos Baís Fig.7- Escada da Estação Ferroviária Fotografia: Érika Santos Fotografia: Érika Santos
  • 18. 17 3. METODOLOGIA O processo de criação dos quadros de luz foi desenvolvido a partir de uma leitura pessoal sobre algumas edificações em estilo eclético existente em Campo Grande/ MS. 3.1Processos de criação dos quadros de luz. Com as edificações escolhidas voltei meu olhar sobre elas e as fotografei, assim deixando evidentes os pontos que mais me atraem e a harmonia das edificações com o meio ambiente. Fig. 8–Hotel Gaspar Fotografia: Érika Santos
  • 19. 18 Fig. 9- Casa Ferroviária Fotografia: Érika Santos Fig. 10- Morada dos Baís Fotografia: Érika Santos
  • 20. 19 Fig. 11- Edifício José Abrão Fotografia: Érika Santos Fig. 12- Estação Ferroviária Fotografia: Érika Santos
  • 21. 20 Fig. 13- Colégio Oswaldo Cruz Fotografia: Érika Santos Fig. 14- Casas da Ferrovia Fotografia: Érika Santos
  • 22. 21 Fig. 15- Casa do Artesão Fotografia: Érika Santos Com as fotos em mãos, escolhi a argila2 , ou seja, uma massa cerâmica3 de cor de queima tabaco, produzida pelo geólogo Pascoal Giardulo, que desde 1980, prepara e formula massas para muitos ceramistas brasileiros. A escolha da massa tabaco foi em função de ser uma massa de grande plasticidade para queima entre 800º C e 1200º C. Pode ser usada para modelagem e moldagem e sua cor de queima varia do bege a 800 º até marrom claro a 1200º C. A retração varia de 14 a 16% a 1200 ºC. Como a temperatura de 1100º C foi prevista para a segunda queima, e contando com as limitações da mufla elétrica4 da oficina de cerâmica do curso de artes, garanti que a cor de queima ficaria em um tom de creme queimado, o que veio de encontro às minhas expectativas quanto à cor de fundo das placas. 2 Argila: mineral in natura, extremamente finos que só podem ser estudados em detalhe com a ajuda de raios X e microscópio eletrônico. São essencialmente silicatos hidratados de alumínio que podem conter ainda, ferro, magnésio, titânio, sódio, Potássio e outros elementos. 3 Massa Cerâmica: composta por argilas, caulins, feldspatos, quartzo dentre outros. As composições das massas levam em consideração o tipo de trabalho que será executado, para então se obter uma formulação de massa adequada, mais ou menos plástica. 4 Forno de barro em que se sujeitam certos corpos ao fogo, sem que a chama lhes toque.
  • 23. 22 Abri as mantas com a ajuda das guias de espessura 0,08mm. Passei o desenho da foto para a manta já em tamanho A4. Em seguida, fiz vazados onde se encontravam as portas e janelas para a fixação das armações de ferro. Fig. 16- Abertura da massa cerâmica em manta Fig. 17- Hotel Gaspar
  • 25. 24 Fig.20- Edifício José Abrão Fig.21- Estação Ferroviária
  • 26. 25 Fig.22- Colégio Oswaldo Cruz Fig.23- Casa do Artesão
  • 27. 26 Fig.24- Casas da Ferrovia Na peça ainda crua, mas já em ponto de couro 5 pintei com engobes6 de cores diferentes, alguns feitos por mim mesma adicionando corantes naturais à barbotina7 até encontrar a tonalidade pretendida dando mais vida às peças. Fig. 25- Hotel Gaspar 5 Ponto de couro: fases de secagem da massa cerâmica. 6 Engobe: é a argila colorida que se dá pela mistura de corantes minerais ou óxidos corantes na barbotina. 7 Barbotina: argila misturada com água ficando em estado cremoso, como uma papinha liguenta. É chamada de cola de argila, e utilizada para a colagem que é a moldagem de peças.
  • 28. 27 Fig. 26- Casa Ferroviária Fig. 27- Morada dos Baís
  • 29. 28 Fig. 28- Edifício José Abrão Fig. 29- Estação Ferroviária
  • 30. 29 Fig. 30- Estação Ferroviária Fig. 31- Casa do Artesão
  • 31. 30 Fig. 32- Casas da Ferrovia A primeira queima -queima de biscoito- das peças foi feita em forno elétrico em uma temperatura de 850ºC. Como a queima foi de baixa temperatura a massa cerâmica adquiriu uma coloração rosada. Fig. 33- Hotel Gaspar
  • 32. 31 A peça designada Casa Ferroviária, foi cortada prematuramente enquanto ainda se encontrava muito úmida e acabou quebrando na parte onde havia uma fonte de água. Isso ocorreu porque ficou em sua extremidade uma parte muito fina da peça, nesse caso ela secou mais rápido que o resto rachando e se soltando em vários pedaços. Fig. 34- Casa Ferroviária Fig. 35- Morada dos Baís
  • 33. 32 Mesmo tomando todos os cuidados possíveis, a cerâmica ainda crua é uma peça frágil, que só depois de queimada se torna mais resistente. No transporte da peça “Edifício José Abrão” não foi possível evitar sua quebra, devido a vários fatores isso acabou acontecendo. Na esperança de uma possível colagem levei ambas as partes ao forno para queimar normalmente junto às outras. Somente após a segunda queima na qual as partes foram para o forno separadas percebi que um lado cedeu, fazendo com que o encaixe para a colagem não fosse mais possível. Fig. 36- Edifício José Abrão Fig. 37- Estação Ferroviária
  • 34. 33 Fig. 38- Colégio Oswaldo Cruz A peça “Casa do Artesão” apresentou maior descoloração no engobe verde, após a segunda queima. Fig. 39- Casa do Artesão
  • 35. 34 Fig. 40- Casas da Ferrovia Após a queima do biscoito as peças foram esmaltadas com vidrado transparente ref.001 com base fundente de chumbo, para que pudesse ser evidenciado melhor alguns detalhes do ecletismo nas edificações. A segunda queima das peças foi realizada na mesma mufla elétrica a uma temperatura 1100ºC (queima em alta), e verificou-se que alguns engobes intensificaram sua coloração, que foi o caso das cores amarelo, vermelho, azul e branco, a cor verde teve descoloração e em algumas peças desapareceu quase que por completo e o alaranjado ficou rosado, pois necessitavam de maior temperatura. Para concluir trabalhei com armações de ferro nas janelas e portas em todas as peças. Fiz algumas tentativas em vão com o ferro de solda, porém a maneira mais fácil que encontrei de trabalhar com o arame de cobre foi utilizando a cola Super Bonder. As caixinhas que envolvem e sustentam as peças e a instalação elétrica interior são de MDF 10mm. Dentro foram usadas lâmpadas de geladeira e microondas de 7W e 15W que são de baixa intensidade e trazem mais conforto para o ambiente.
  • 36. 35 CONCLUSÃO Através do trabalho realizado foi possível aprofundar os conhecimentos históricos e culturais sobre a arquitetura eclética e suas manifestações em Campo Grande – MS assim como o conhecimento na produção da cerâmica artística. Na busca pela sensibilidade e delicadeza da cerâmica, na força da ornamentação do estilo eclético, foram produzidas 8 peças que geraram a série Quadros de luz. O objetivo central da proposta foi alcançado, mesmo com algumas pequenas alterações causadas pela mufla elétrica, que poderiam ser previstas controladas com exatidão. Trabalhar com a massa cerâmica passo a passo no seu tempo e controlar minha ansiedade para que o processo desse certo, era um dos maiores desafios. A dificuldade de fazer detalhadamente cada pequeno relevo, e manter a peça curva, foi seguida do prazer de conseguir representá-las da forma esperada. Ao lidar com a composição de materiais diferentes como a cerâmica e o ferro, tive que fazer alguns experimentos até chegar a uma conciliação entre ambos. Isso fez com que eu ampliasse a pesquisa e buscasse diversas formas e materiais para chegar ao resultado pretendido. Considero entre todas as motivações do ecletismo, que foi o a busca pelas próprias raízes culturais que obtiveram o maior consenso. E isso não pode simplesmente ser apagado ou passar despercebido, nada melhor que a arte integrada à arquitetura para divulgar uma época onde foram reavaliados preceitos diversos. O progresso se desenvolveu e não parou mais diante da criação infinita e da liberdade de expressão. As diversas manifestações artísticas oportunizam condições materiais e teóricas de resgatar a memória e propor um olhar futuro, essa é a melhor forma de conhecer e apreciar a beleza de nossa história. As obras de arte integradas no ambiente em que vivemos gritam por uma atenção, pois muitas vezes passam despercebidas no nosso dia-a-dia, mas ao mesmo tempo também nos trazem conhecimento, conforto e beleza.
  • 37. 36 REFERÊNCIAS ARRUDA, Ângelo. Campo Grande: arquitetura e urbanismo na década de 30. Campo Grande: Ed. da Uniderp, 2000. ARRUDA, Ângelo. Pioneiros da arquitetura e da construção em Campo Grande. Campo Grande: Ed. da Uniderp, 2002. ARRUDA, Ângelo; MARAGNO, Gogliardo; COSTA, Mário. Arquitetura em Campo Grande. Campo Grande: Ed. da Uniderp, 1999. BONAMETTI, João. A arquitetura eclética e a modernização da paisagem urbana brasileira. Disponível em: <http://www.4shared.com/document/462fAXqw>. Acesso maio 2011. CENTRO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO RIO DE JANEIRO. Guia da arquitetura eclética no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ed. Casa da palavra, 2000. FABRIS, Annateresa. Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo: Ed. Nobel, 1987. PALMA, Alda. Arquitetura do Brasil. São Paulo: Ed. Abril 1999. SILVA, Geraldo Gomes. Arquitetura do Ferro no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Ed. Nobel, 1987. BRUMANA, kika. Noções Gerais, Esmaltes, Formulações, Esmaltação. (apostila de curso) Giardullo, Paschoal. Nosso Livro de Cerâmica. 1ª edição. São Paulo: Ed.Paschoal
  • 38. 37 Érika Santos Silva DADOS PESSOAIS Data de nascimento: 06/02/1988 Campo Grande / MS Celular: (67) 9908 5706/ 3029 8876 e-mail: erika-pikena@hotmail.com FORMAÇÃO ACADÊMICA Curso: Artes Visuais (Bacharelado) – Cursando Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Ano de conclusão: 2011 Duração normal do curso em anos: 4 anos Curso: Arquitetura e Urbanismo – Cursando Universidade Uniderp Anhanguera Ano de conclusão: 2015 Duração normal do curso em anos: 5 anos ATIVIDADES TÉCNICO-CIENTÍFICAS  Projeto Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano- SAS 600 horas  Concurso Desafio Sobrae 2008- totalizando 48 horas  Informática Básica- Funsat 60 horas  Recursos Humanos- Ceproen-RH 80 horas  Web Design- Data Byte 76 horas  Excel Avançado- Senac 30 horas  Curso básico de fotografia – Aguena Phothos 30 horas  Autocad 2D e 3D – Mega Center Informática 52 horas  Sketchup –Mega Center Informática CONHECIMENTO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA  Inglês: Nível Básico CONHECIMENTO EM INFORMÁTICA  Microsoft Word, Excel, Excel Avançado, Power Point, Internet, Photoshop CS4, CorelDraw X3, Sketchup8, Autocad 2D e 3D.
  • 39. 38 PORTIFÓLIO QUADROS DE LUZ, E A ARQUITETURA ECLÉTICA DE CAMPO GRANDE /MS Por Érika Santos Obra: “Hotel Gaspar”. Artista: Érika Santos Técnica: cerâmica Dimensão: 21 cm x 29 cm Ano: 2011
  • 40. 39 Obra: “Casa da Ferrovia”. Artista: Érika Santos Técnica: cerâmica Dimensão: 21 cm x 29 cm Ano: 2011
  • 41. 40 Obra: “Morada dos Baís”. Artista: Érika Santos Técnica: cerâmica Dimensão: 21 cm x 29 cm Ano: 2011
  • 42. 41 Obra: “Estação Ferroviária”. Artista: Érika Santos Técnica: cerâmica Dimensão: 21 cm x 29 cm Ano: 2011
  • 43. 42 Obra: “Colégio Oswaldo Cruz”. Artista: Érika Santos Técnica: cerâmica Dimensão: 21 cm x 29 cm Ano: 2011
  • 44. 43 Obra: “Casa do Artesão”. Artista: Érika Santos Técnica: cerâmica Dimensão: 21 cm x 29 cm Ano: 2011
  • 45. 44 Obra: “Casas da Ferrovia”. Artista: Érika Santos Técnica: cerâmica Dimensão: 21 cm x 29 cm Ano: 2011
  • 46. 45