Divergência em acessos de macaúba com base em caracteres morfológicos léo conceição final
1. DIVERGÊNCIA EM ACESSOS DE MACAÚBA COM BASE EM 1 CARACTERES MORFOLÓGICOS 234
LÉO DUC HAA CARSON SCHWARTZHAUPT DA CONCEIÇÃO1; LEANDRO DE SOUSA 5 BRANDÃO2, JULIANA FERREIRA DE ASSIS2; PRISCILA RODRIGUES DE CASTRO3; 6 NATHALIA PEREIRA DA SILVA2; CLEBER DO NASCIMENTO2; VILMA PEREIRA 7 GOMES4; WATHINA LIMA SOUZA4; RENATA SANTARÉM MATOS4; MARCELO FIDELES 8 BRAGA1; NILTON TADEU VILELA JUNQUEIRA1 9 10
INTRODUÇÃO 11
A conservação de recursos genéticos é garantia de genes para a sustentabilidade dos 12 trabalhos de melhoramento de plantas (WETZEL, 2006). O processo de melhoramento é altamente 13 dependente da base genética existente, evidenciando a necessidade da coleta, caracterização e 14 conservação deste recurso em banco de germoplasma, servindo de insumo para o desenvolvimento 15 de cultivares (QUEIROZ & LOPES , 2007). Um dos pontos críticos para que o melhorista possa 16 utilizar novos acessos de um banco de germoplasma é a carência de informação. A falta de dados 17 quanto à caracterização prejudica o aproveitamento de acessos para fins de melhoramento 18 (TOMBOLATO et al., 2004). A caracterização e avaliação de acessos de um banco de 19 germoplasma é um processo que segue etapas interligadas e subsequentes. Inicia pela correta 20 identificação taxonômica dos espécimes coletados, seguido pelo cadastro dos acessos baseado nos 21 dados de passaporte. A terceira etapa consiste na caracterização com base em aspectos morfológicos 22 e fenológicos de alta herdabilidade. A etapa de avaliação, geralmente inclui caracteres agronômicos 23 ou caracteres de baixa herdabilidade exigindo, desta forma, um delineamento adequado onde o 24 número de acessos é obrigatoriamente reduzido (VALLS, 2007). O Banco Ativo de Germoplasma 25 de Macaúba da Embrapa Cerrados (BAGMC), conta com 100 acessos oriundos de diversas regiões 26 do território brasileiro abrangendo cinco estados (Minas Gerais, São Paulo, Pará, Goiás e Distrito 27 Federal). Entretanto, é necessária a caracterização e avaliação dos acessos conservados, a 28 quantificação da variabilidade e identificação de genótipos superiores para o uso em programas de 29 melhoramento. O objetivo do presente estudo foi avaliar e quantificar a variabilidade genética entre 30 os acessos do BAGMC quanto a caracteres morfológicos do desenvolvimento inicial. 31 32 33 34
1Pesquisador da Embrapa Cerrados, emails: leo.carson@embrapa.br; marcelo.fideles@embrapa.br; nilton.junqueira@embrapa.br.
2Estagiários da Embrapa Cerrados, emails: lsousabrandao@gmail.com, juferr.assis@gmail.com.
3Estagiários da Embrapa Cerrados do curso de Agronomia da UPIS/Planaltina-DF, emails: priscila_ggf@hotmail.com; nathaliamimi@gmail.com; clebernascimento@gmail.com.
4Estagiárias da Embrapa Cerrados do IFB/Planaltina-DF, emails: vilma.amorimm@gmail.com; wathinnalima@gmail.com; renata.santaremm@gmail.com.
1
2. MATERIAL E MÉTODOS 35
O Banco Ativo de Germoplasma de Macaúba (BAGMC) foi instalado em dezembro de 36 2008. O BAGMC situa-se em uma área experimental da unidade, localizada em Planaltina-DF. 37 Foram avaliados 100 acessos de macaúba delineados em blocos ao acaso com 3 repetições 38 constituídas de parcelas com 4 plantas. O total de nove caracteres foram avaliados: largura da folha, 39 comprimento da folha, largura do folíolo central, comprimento do folíolo central, largura da nervura 40 central, número de folhas abertas em setembro de 2011, número de folhas fechadas em setembro de 41 2011, número total de espinhos na nervura do folíolo e número de espinhos na borda do folíolo em 42 5 cm lineares. A distância genética entre os acessos foi estimada por meio da distância generalizada 43 de Mahalanobis (D2). A contribuição relativa dos caracteres avaliados foi obtida por meio da 44 participação dos componentes da D2, relativos a cada caráter, no total da dissimilaridade observada 45 (SINGH, 1981), GENES (CRUZ, 2001). O dendograma obtido pelas distâncias de D2 foi elaborado 46 utilizando SAHN (sequential, agglomerative, hierarchic, non-overlapping clustering methods) com 47 o método de agrupamento UPGMA (unweighted pair-group method using the arithmetic average). 48 As análises foram realizadas com auxílio dos softwares Genes (Cruz, 2001) e NTSYS pc 2.1 49 (ROHLF, 2000). 50 51
RESULTADOS E DISCUSSÃO 52
A análise de variância detectou diferenças significativas entre os acessos para maioria dos 53 caracteres avaliados. Para os caracteres EBFL, LFL e LF não foram observadas diferenças de 54 acordo com o teste F (Tabela 1). A partição dos componentes da distância generalizada de 55 Mahalanobis revelou a maior importância dos caracteres comprimento do folíolo e largura da folha, 56 em relação à dissimilaridade, explicando 96,65% da variância total observada (Tabela 2). A análise 57 de agrupamento pelo método UPGMA gerado com base nas distâncias genéticas revelou a 58 existência de seis grupos. Entretanto, 84% dos acessos permaneceram em um grupo único, 59 evidenciando a necessidade de observar mais caracteres que possam discriminar melhor os acessos 60 do Banco de Germoplasma (Tabela 3). Tratam-se de resultados parciais. Para os próximos anos os 61 caracteres serão novamente avaliados e outros serão incluídos referente a morfologia, fenologia, 62 componentes de rendimento, caracteres do fruto e óleo. 63 64 65 66 67 68
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3. Tabela 1. Resumo da análise de variância contendo causas da variação, graus de liberdade (GL), 69 quadrados médios e médias das variáveis analisadas. 70
Não significativo (ns) e significativo a 5% (*) e 1% (**) de probabilidade pelo teste F. NEFL: 71 número de espinhos no folíolo, EBFL: número de espinhos na borda do folíolo, LFL: largura do 72 folíolo, CF: comprimento da folha, CFL: comprimento do folíolo, NERF: largura da nervura 73 central, LF: largura da folha, NF: número de folhas, NFFE: número de folhas fechadas. 74 75
Tabela 2. Contribuição relativa das variáveis avaliadas para a dissimilaridade entre os genótipos 76 obtida por meio da participação dos componentes da distância de Malahanobis (SINGH, 1981). 77
Variáveis
Dissimilaridade genética
Autovalores
%
% acumulada
Largura da folha
707331.55
48.39
48.39
Comprimento do folíolo
705365.19
48.26
96.65
Nº de espinhos no folíolo
16924.54
1.16
97.81
Largura da nervura central
8641.90
0.59
98.4
Número de folhas
6893.92
0.47
98.87
Número de folhas Fechadas
6003.96
0.41
99.28
Comprimento da folha
4548.41
0.31
99.59
Nº de espinhos na borda do folíolo
3417.02
0.23
99.82
Largura do folíolo
2515.84
0.17
100 78
Tabela 3. Representação do agrupamento gerado pelo método UPGMA com base na 79 dissimilaridade entre os 100 acessos de macaúba, mediante a utilização de nove caracteres. 80
Grupos
Acessos
% de alocação
de acessos
I
13 100 30 61 33 3 42
45 14 56 58 15 20 36 62
53 2 90 26 64 7 96
60 51 55 4 25 17 8
39 16 88 73 48 1 76
9 68 10 24 6 95 57 91
23 12 40 22 72 32
74 93 43 21 34 11 46
28 27 89 71 92 19 31
63 38 18 47 69 66
54 59 41 29 97 99 94
5 35 37 67 70 83 98
84
II
82 86 84 81 75 87 79 78 80
9
III
50 77
2
IV
44 49 65
3
V
52
1
VI
85
1 81
Causas da
Variação
GL
Quadrados Médios
NEFL
EBFL
LFL
CF
CFL
NERF
LF
NF
NFFE
---------------------------cm-----------------------------
Blocos
2
25.480
1320.7
1.2219
5375.0
33697.5
144.16
137489
60.182
1.199
Tratamentos
99
17.045**
28.140ns
0.0948ns
12.339**
9555.2**
7.5907**
38284ns
9.7180**
0.1387**
Resíduo
198
3.3077
26.749
0.0888
756.23
9494.7
4.7513
38037
4.3361
0.0728
Média
1.21
2.25
1.51
156.83
182.75
13.05
119.67
11.85
1.18
3
4. CONCLUSÕES 82
Existe variabilidade entre os acessos avaliados para os caracteres observados. Será 83 necessária a avaliação de caracteres de importância econômica, visando os objetivos do programa 84 de melhoramento, além de caracteres que melhor discriminem os acessos do BAGMC. 85 86
AGRADECIMENTOS 87
À Finep, CNPq e Petrobrás pelos financiamentos e concessão de bolsas à alunos de graduação e 88 pós-graduação. 89 90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 91
QUEIROZ, M.A.; LOPES, M.A. Importância dos recursos genéticos vegetais para o agronegócio. 92 In: NASS, L.L. (ed.) Recursos genéticos vegetais. Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e 93 Biotecnologia, 2007. p.281-306. 94
SAS Institute. The SAS system for windows v.8e. Cary, NC, 2000. 95
96
TOMBOLATO, A.F.C; VEIGA, R.F.A.; BARBOSA, W.; COSTA, A.A.; BENATTI JÚNIOR, R.; 97 PIRES, E.G. Domesticação e pré-melhoramento de plantas: I. Ornamentais. O agronômico, 98 Campinas, v.56, n.1, p12-14, 2004. 99 100
VALLS, J.F.M. Caracterização de recursos genéticos vegetais. In: NASS, L.L. (ed.) Recursos 101 genéticos vegetais. Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2007. p.281-306. 102 103
WETZEL, M.M.V.S. Manutenção da Variabilidade dos Recursos Genéticos para o Pré-104 melhoramento Vegetal. In: LOPES, M.A.; FÁVERO, A.P.; FERREIRA, M.A.J.F.; FALEIRO, F.G. 105 (Org.). Curso Internacional de Pré-melhoramento de Plantas. Série Documentos 186, Brasília, 106 DF: Embrapa, 2006. v.1, p.41-44. 107 108 109
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