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PROTOCOLO SIMPLES DE COLHEITA E BENEFICIAMENTO DE SEMENTES DE 1 BOCAIUVA PARA PRODUÇÃO DE MUDAS 2 
3 
MARÇAL HENRIQUE AMICI JORGE1; CÁTIA URBANETZ2; SUZANA MARIA DE SALIS2; 4 FERNANDO RODRIGUES TEIXEIRA DIAS2; FÁBIO GALVANI2 5 
6 
INTRODUÇÃO 7 
A espécie [Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd.] é uma palmeira que ocorre por toda a América do 8 Sul, com variações fenotípicas expressivas entre as regiões. Conhecida popularmente como 9 bocaiuva ou macaúba (no centro-oeste e sudeste, respectivamente), é muito frequente no Pantanal 10 Sul-Mato-grossense em solos arenosos e argilosos que não inundam. Tradicionalmente, a planta é 11 muito utilizada pelos pantaneiros (POTT e POTT, 1994). Nessa região, o fruto é menor e a polpa, 12 chamada popularmente como “carne”, tem características nutricionais excelentes para consumo in 13 natura ou na forma de farinha (JORGE et al., 2004) para o preparo de pães, bolos e outras 14 confeitarias. Os frutos compõem cachos que se dispõem entre as folhas e racham com facilidade 15 quando maduros (Gibbons, 2003). O fruto é formado por três camadas: a casca (epicarpo), a polpa 16 (mesocarpo), e o “coquinho” (endocarpo), i.e, a casca dura que envolve a amêndoa (semente) 17 (Costa e Marchi, 2008). A germinação ocorre naturalmente a 20 cm de profundidade (POTT e 18 POTT, 1994) e pode demorar vários meses. Este trabalho teve como objetivo produzir um protocolo 19 simples de coleta e beneficiamento de sementes de A. aculeata visando a produção de mudas que 20 podem ser usadas na exploração racional e sustentável da espécie na região de Corumbá, MS. 21 
22 
MATERIAL E MÉTODOS 23 
A partir de métodos para tratamento de sementes descritos nas Regras para Análise de Sementes 24 (BRASIL, 2009), recomendações de Matthes e Uzzo (2010) a respeito da maturação e viabilidade 25 de sementes de palmeiras e considerações de Marcos Filho (2005) com relação à qualidade 26 fisiológica de sementes, descreveu-se uma sequência de atividades simples para coletar e beneficiar 27 sementes de A. aculeata, deixando as sementes prontas para as fases de superação de dormência e 28 germinação, i.e., aparecimento do botão germinativo. Estas atividades foram organizadas de forma 29 a compor um fôlder técnico passível de ser usado pelos moradores da região de Corumbá - MS, 30 principalmente pelo fato de não utilizar estruturas, mão-de-obra e soluções laboratoriais que 31 onerariam e dificultariam a preparação dessas sementes para a produção de mudas. 32 
33 ¹ Embrapa Hortaliças, marcal.jorge@embrapa.br 
² Embrapa Pantanal, catia.urbanetz@embrapa.br, suzana.salis@embrapa.br, fernando.dias@embrapa.br, 
fabio.galvani@embrapa.br.
2 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 34 
As atividades que foram conduzidas e inseridas no protocolo simples para coleta e beneficiamento 35 de sementes de bocaiuva para produção de mudas foram: 36 
1) Identificar os cachos que possuem frutos maduros, isto é, cachos com frutos que se soltam 37 facilmente. Em geral, amadurecem primeiro os cachos mais baixos de cada pé. Coletar os frutos 38 maduros. Muito cuidado para não rachar ou quebrar as cascas dos frutos. Acondicionar os frutos 39 para transporte até o local de beneficiamento, mantendo-os protegidos da sujeira e da umidade. 40 
2) Para higienizar os frutos, prepare em um balde bem limpo uma mistura de 1 litro de água 41 sanitária comercial com 1 litro de água limpa, de preferência tratada, ou, quando não disponível, 42 filtrada e fervida. Mexa bem. Atenção: use apenas água sanitária sem perfumes ou qualquer outro 43 tipo de aditivo. 44 
3) Mergulhe os frutos colhidos neste balde. Caso a mistura não dê para cobrir todos os frutos, 45 prepare mais. Deixe descansar por 6 horas. 46 
4) Retire os frutos do balde após as 6 horas de descanso. Lave bem com água limpa, cobrindo 47 completamente os frutos, trocando a água 3 vezes. Atenção: Para mergulhar, mexer e retirar os 48 frutos da água sanitária tenha sempre as mãos limpas, de preferência usando luvas limpas e, quando 49 for o caso, instrumentos também limpos, como peneiras, coadores e escorredores. 50 
5) Após os 3 enxágues, retire os frutos do balde e coloque para secar numa bandeja limpa por 1 hora 51 em local arejado à sombra. Proteja os frutos da poeira e do ataque de insetos ou outros animais 52 cobrindo a bandeja com tecido de algodão bem fino (morim). 53 
6) Após a secagem, descasque e retire a “carne” (polpa) de cada fruto com faca bem afiada e limpa. 54 Coloque cada coquinho em balde limpo e seco. 55 
7) Terminada a despolpa, cubra os coquinhos com uma mistura de partes iguais de água sanitária e 56 água limpa (ver item 2 do preparo). Deixe descansar por 6 horas. 57 
8) Retire os coquinhos do balde após as 6 horas de descanso. Lave bem com água limpa, cobrindo 58 completamente os coquinhos trocando a água 3 vezes (ver procedimento do item 4). 59 
9) Coloque os coquinhos para secar numa bandeja limpa em local arejado à sombra por 15 dias ou 60 até o desprendimento da amêndoa (parte interna do coquinho). Proteja os coquinhos da poeira e do 61 ataque de insetos ou outros animais, cobrindo a bandeja com tecido de algodão bem fino (morim). 62
3 
Para saber se a amêndoa se desprendeu, sacuda o coquinho e ouça o barulho. Caso o despredimento 63 não tenha acontecido, deixar descansar mais até que isso aconteça. 64 
10) Com muito cuidado, abra cada coquinho já seco com uma morsa prensando até o primeiro 65 barulho de rachadura. Outra possibilidade é usar uma marreta, batendo com pancadas firmes e 66 pressão média em superfície dura, até a primeira rachadura. Retire a amêndoa de dentro da casca 67 dura com muito cuidado, utilizando um cabo de colher ou uma ferramenta não cortante para não 68 danificar a amêndoa. Coloque as amêndoas em balde limpo e seco. 69 
11) Despeje sobre as amêndoas uma nova mistura de água sanitária e água limpa em partes iguais 70 (ver preparo no item 2) até cobri-las. Deixe descansar por 3 horas. 71 
12) Enxague as amêndoas em água limpa por 3 vezes. Coloque-as para secar numa bandeja limpa 72 por 6 horas em local arejado à sombra. Proteja muito bem as amêndoas contra a poeira e o ataque de 73 insetos ou outros animais cobrindo a bandeja com tecido de algodão bem fino (morim). 74 
13) Guarde as amêndoas já secas em saco de papel pardo limpo. Feche o saco e embale-o em um 75 saco plástico, mas antes faça 5 ou 6 furos no saco plástico com uma agulha. Anote no saco plástico 76 a data, o local da coleta e quem coletou. Guarde o saco com as amêndoas em local fresco, à sombra, 77 arejado e ao abrigo de insetos e outros animais para futuramente serem germinadas na etapa de 78 produção de mudas. 79 
80 
CONCLUSÕES 81 
O trabalho apresentado produziu um protocolo simples de coleta e beneficiamento de sementes de 82 A. aculeata visando a produção de mudas que podem ser usadas na exploração racional e 83 sustentável da espécie na região de Corumbá - MS. O protocolo aqui descrito está publicado no 84 formato de fôlder técnico da Série Embrapa, impresso com tiragem de 50 cópias, e em meio digital 85 no site da Embrapa Pantanal (www.cpap.embrapa.br, publicações on-line). 86 
87 
REFERÊNCIAS 88 
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para Análise de Sementes. 89 Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília: Mapa/ACS, 2009. 395p. 90 
COSTA, C. J.; MARCHI, E .C. S. Germinação de sementes de palmeiras com potencial para 91 produção de agroenergia. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2008. 35 p. (Embrapa Cerrados. 92 Documentos, 229). 93
4 
GIBBONS, M. A Pocket Guide to Palms. New Jersey: Chartwell Book Inc., 2003. 256 p. 94 
JORGE, M.H.A.; LARA, J.A.F.; CLEMENTE, P.R.; SALIS, S.M. Composição química da farinha 95 de bocaiúva. In: IV SIMPÓSIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E SÓCIO-ECONÔMICOS DO 96 PANTANAL, SIMPAN 2004 – Sustentabilidade Regional, Corumbá, MS, 23 a 26 de novembro, 97 2004. Resumos... Corumbá, MS, 2004. 98 
MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba: Fealq, 2005. 495p. 99 il. 100 
MATTHES, L. A. F.; UZZO, R. P. (Orgs.). Palmeiras ornamentais: produção e cultivo. 101 Campinas: Fundag, 2010. p. 188. 102 
POTT, A.; POTT, V. J. Plantas do Pantanal. Corumbá: Embrapa Pantanal, 1994. 320p. 103

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Protocolo simples de colheita e beneficiamento de sementes de bocaiuva para produção de mudas marçal jorge

  • 1. PROTOCOLO SIMPLES DE COLHEITA E BENEFICIAMENTO DE SEMENTES DE 1 BOCAIUVA PARA PRODUÇÃO DE MUDAS 2 3 MARÇAL HENRIQUE AMICI JORGE1; CÁTIA URBANETZ2; SUZANA MARIA DE SALIS2; 4 FERNANDO RODRIGUES TEIXEIRA DIAS2; FÁBIO GALVANI2 5 6 INTRODUÇÃO 7 A espécie [Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd.] é uma palmeira que ocorre por toda a América do 8 Sul, com variações fenotípicas expressivas entre as regiões. Conhecida popularmente como 9 bocaiuva ou macaúba (no centro-oeste e sudeste, respectivamente), é muito frequente no Pantanal 10 Sul-Mato-grossense em solos arenosos e argilosos que não inundam. Tradicionalmente, a planta é 11 muito utilizada pelos pantaneiros (POTT e POTT, 1994). Nessa região, o fruto é menor e a polpa, 12 chamada popularmente como “carne”, tem características nutricionais excelentes para consumo in 13 natura ou na forma de farinha (JORGE et al., 2004) para o preparo de pães, bolos e outras 14 confeitarias. Os frutos compõem cachos que se dispõem entre as folhas e racham com facilidade 15 quando maduros (Gibbons, 2003). O fruto é formado por três camadas: a casca (epicarpo), a polpa 16 (mesocarpo), e o “coquinho” (endocarpo), i.e, a casca dura que envolve a amêndoa (semente) 17 (Costa e Marchi, 2008). A germinação ocorre naturalmente a 20 cm de profundidade (POTT e 18 POTT, 1994) e pode demorar vários meses. Este trabalho teve como objetivo produzir um protocolo 19 simples de coleta e beneficiamento de sementes de A. aculeata visando a produção de mudas que 20 podem ser usadas na exploração racional e sustentável da espécie na região de Corumbá, MS. 21 22 MATERIAL E MÉTODOS 23 A partir de métodos para tratamento de sementes descritos nas Regras para Análise de Sementes 24 (BRASIL, 2009), recomendações de Matthes e Uzzo (2010) a respeito da maturação e viabilidade 25 de sementes de palmeiras e considerações de Marcos Filho (2005) com relação à qualidade 26 fisiológica de sementes, descreveu-se uma sequência de atividades simples para coletar e beneficiar 27 sementes de A. aculeata, deixando as sementes prontas para as fases de superação de dormência e 28 germinação, i.e., aparecimento do botão germinativo. Estas atividades foram organizadas de forma 29 a compor um fôlder técnico passível de ser usado pelos moradores da região de Corumbá - MS, 30 principalmente pelo fato de não utilizar estruturas, mão-de-obra e soluções laboratoriais que 31 onerariam e dificultariam a preparação dessas sementes para a produção de mudas. 32 33 ¹ Embrapa Hortaliças, marcal.jorge@embrapa.br ² Embrapa Pantanal, catia.urbanetz@embrapa.br, suzana.salis@embrapa.br, fernando.dias@embrapa.br, fabio.galvani@embrapa.br.
  • 2. 2 RESULTADOS E DISCUSSÃO 34 As atividades que foram conduzidas e inseridas no protocolo simples para coleta e beneficiamento 35 de sementes de bocaiuva para produção de mudas foram: 36 1) Identificar os cachos que possuem frutos maduros, isto é, cachos com frutos que se soltam 37 facilmente. Em geral, amadurecem primeiro os cachos mais baixos de cada pé. Coletar os frutos 38 maduros. Muito cuidado para não rachar ou quebrar as cascas dos frutos. Acondicionar os frutos 39 para transporte até o local de beneficiamento, mantendo-os protegidos da sujeira e da umidade. 40 2) Para higienizar os frutos, prepare em um balde bem limpo uma mistura de 1 litro de água 41 sanitária comercial com 1 litro de água limpa, de preferência tratada, ou, quando não disponível, 42 filtrada e fervida. Mexa bem. Atenção: use apenas água sanitária sem perfumes ou qualquer outro 43 tipo de aditivo. 44 3) Mergulhe os frutos colhidos neste balde. Caso a mistura não dê para cobrir todos os frutos, 45 prepare mais. Deixe descansar por 6 horas. 46 4) Retire os frutos do balde após as 6 horas de descanso. Lave bem com água limpa, cobrindo 47 completamente os frutos, trocando a água 3 vezes. Atenção: Para mergulhar, mexer e retirar os 48 frutos da água sanitária tenha sempre as mãos limpas, de preferência usando luvas limpas e, quando 49 for o caso, instrumentos também limpos, como peneiras, coadores e escorredores. 50 5) Após os 3 enxágues, retire os frutos do balde e coloque para secar numa bandeja limpa por 1 hora 51 em local arejado à sombra. Proteja os frutos da poeira e do ataque de insetos ou outros animais 52 cobrindo a bandeja com tecido de algodão bem fino (morim). 53 6) Após a secagem, descasque e retire a “carne” (polpa) de cada fruto com faca bem afiada e limpa. 54 Coloque cada coquinho em balde limpo e seco. 55 7) Terminada a despolpa, cubra os coquinhos com uma mistura de partes iguais de água sanitária e 56 água limpa (ver item 2 do preparo). Deixe descansar por 6 horas. 57 8) Retire os coquinhos do balde após as 6 horas de descanso. Lave bem com água limpa, cobrindo 58 completamente os coquinhos trocando a água 3 vezes (ver procedimento do item 4). 59 9) Coloque os coquinhos para secar numa bandeja limpa em local arejado à sombra por 15 dias ou 60 até o desprendimento da amêndoa (parte interna do coquinho). Proteja os coquinhos da poeira e do 61 ataque de insetos ou outros animais, cobrindo a bandeja com tecido de algodão bem fino (morim). 62
  • 3. 3 Para saber se a amêndoa se desprendeu, sacuda o coquinho e ouça o barulho. Caso o despredimento 63 não tenha acontecido, deixar descansar mais até que isso aconteça. 64 10) Com muito cuidado, abra cada coquinho já seco com uma morsa prensando até o primeiro 65 barulho de rachadura. Outra possibilidade é usar uma marreta, batendo com pancadas firmes e 66 pressão média em superfície dura, até a primeira rachadura. Retire a amêndoa de dentro da casca 67 dura com muito cuidado, utilizando um cabo de colher ou uma ferramenta não cortante para não 68 danificar a amêndoa. Coloque as amêndoas em balde limpo e seco. 69 11) Despeje sobre as amêndoas uma nova mistura de água sanitária e água limpa em partes iguais 70 (ver preparo no item 2) até cobri-las. Deixe descansar por 3 horas. 71 12) Enxague as amêndoas em água limpa por 3 vezes. Coloque-as para secar numa bandeja limpa 72 por 6 horas em local arejado à sombra. Proteja muito bem as amêndoas contra a poeira e o ataque de 73 insetos ou outros animais cobrindo a bandeja com tecido de algodão bem fino (morim). 74 13) Guarde as amêndoas já secas em saco de papel pardo limpo. Feche o saco e embale-o em um 75 saco plástico, mas antes faça 5 ou 6 furos no saco plástico com uma agulha. Anote no saco plástico 76 a data, o local da coleta e quem coletou. Guarde o saco com as amêndoas em local fresco, à sombra, 77 arejado e ao abrigo de insetos e outros animais para futuramente serem germinadas na etapa de 78 produção de mudas. 79 80 CONCLUSÕES 81 O trabalho apresentado produziu um protocolo simples de coleta e beneficiamento de sementes de 82 A. aculeata visando a produção de mudas que podem ser usadas na exploração racional e 83 sustentável da espécie na região de Corumbá - MS. O protocolo aqui descrito está publicado no 84 formato de fôlder técnico da Série Embrapa, impresso com tiragem de 50 cópias, e em meio digital 85 no site da Embrapa Pantanal (www.cpap.embrapa.br, publicações on-line). 86 87 REFERÊNCIAS 88 BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para Análise de Sementes. 89 Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília: Mapa/ACS, 2009. 395p. 90 COSTA, C. J.; MARCHI, E .C. S. Germinação de sementes de palmeiras com potencial para 91 produção de agroenergia. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2008. 35 p. (Embrapa Cerrados. 92 Documentos, 229). 93
  • 4. 4 GIBBONS, M. A Pocket Guide to Palms. New Jersey: Chartwell Book Inc., 2003. 256 p. 94 JORGE, M.H.A.; LARA, J.A.F.; CLEMENTE, P.R.; SALIS, S.M. Composição química da farinha 95 de bocaiúva. In: IV SIMPÓSIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E SÓCIO-ECONÔMICOS DO 96 PANTANAL, SIMPAN 2004 – Sustentabilidade Regional, Corumbá, MS, 23 a 26 de novembro, 97 2004. Resumos... Corumbá, MS, 2004. 98 MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba: Fealq, 2005. 495p. 99 il. 100 MATTHES, L. A. F.; UZZO, R. P. (Orgs.). Palmeiras ornamentais: produção e cultivo. 101 Campinas: Fundag, 2010. p. 188. 102 POTT, A.; POTT, V. J. Plantas do Pantanal. Corumbá: Embrapa Pantanal, 1994. 320p. 103