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FIEMT

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS NO ESTADO DE MATO
                 GROSSO




                   SENAI




SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

  DEPARTAMENTO REGIONAL DE MATO GROSSO




   PINTURA DE MOVÉIS
Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso – FIEMT




                MAURO MENDES FERREIRA
                        Presidente




SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI
          Departamento Regional de Mato Grosso




                MAURO MENDES FERREIRA
        Presidente do Conselho Regional do SENAI/MT




            GILBERTO GOMES DE FIGUEIREDO
              Diretor Regional do SENAI-DR/MT
PINTURA DE MOVÉIS




     Cuiabá/MT
       2007
© 2007. SENAI – Departamento Regional de Mato Grosso.
        Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.


                                               SENAI-DR/MT
                            Gerência de Educação e Tecnologia – GETEC
               Unidade de Desenvolvimento em Educação Inicial e Continuada




      SENAI, Departamento Regional de Mato Grosso.
              Pintura de Móveis do SENAI/MT / SENAI – Departamento Regional de Mato Grosso - Cuiabá,
      2007
             90p. : il.




                     1. Higiene e Segurança no Trabalho; 2. Empreendedorismo, Ética e Cidadania;
                  3. Qualidade no Processo “5S”; 4. Resíduos de Madeira e as Questões Ambientais;
                          5. Tecnologia da Pintura de Móveis; 6. Pintura em Móveis de Madeira;




                                                                                                 CDU 674.23


                                                  SENAI-DR/MT
    Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Departamento Regional de Mato Grosso
Av. Historiador Rubens de Mendonça, 4.301 – Bairro Bosque da Saúde - CEP 78055-500 – Cuiabá/MT
                           Tel.: (65) 3611-1500          -        Fax.: (65) 3611-1557
                           dr@senaimt.com.br             -        www.senaimt.com.br
Sumário
1. HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO................................................................................................6

   1.1. HIGIENE..........................................................................................................................................................6
   1.2. SEGURANÇA NO TRABALHO...........................................................................................................................6

2. EMPREENDEDORISMO, ÉTICA E CIDADANIA ....................................................................................15

   2.1. EMPREENDEDORISMO...................................................................................................................................15
   2.2. ÉTICA E CIDADANIA.....................................................................................................................................23

3. QUALIDADE NO PROCESSO “5 S”.............................................................................................................30

4. RESÍDUOS DE MADEIRA E AS QUESTÕES AMBIENTAIS..................................................................34

5. TECNOLOGIA DA PINTURA DE MÓVEIS................................................................................................37

   5.1. TIPOS DE SUPERFÍCIES:................................................................................................................................37
   5.2. PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE.......................................................................................................................45
   5.3. PRODUTOS DE ACABAMENTO......................................................................................................................50
   5.4. EQUIPAMENTOS PARA ACABAMENTO..........................................................................................................56
   5.5. PROCESSO DE PINTURA PARA ACABAMENTO DE MÓVEIS...........................................................................61
   5.6. PRÁTICA DE PINTURA..................................................................................................................................64
   5.7. OS PRINCIPAIS DEFEITOS DA PINTURA........................................................................................................74

6. PINTURA EM MÓVEIS DE MADEIRA.......................................................................................................76

   6.1. PRODUTOS UTILIZADOS NA PINTURA DE UM MÓVEL:.................................................................................76
   6.2. EQUIPAMENTOS DE PINTURA.......................................................................................................................78
   6.3. AMBIENTE DE ACABAMENTO.......................................................................................................................80
   6.4. TÉCNICAS PARA SE OBTER UMA BOA APLICAÇÃO À PISTOLA......................................................................83
   6.5. INSTRUMENTOS DE CONTROLE PARA OBTENÇÃO DE UM BOM ACABAMENTO............................................83
   6.6. LIXAMENTO, TINGIMENTO E EMASSAMENTO..............................................................................................86
   6.7. APLICAÇÃO DE PRODUTOS TRANSPARENTES OU PIGMENTADOS (LAQUEADOS).........................................87
   6.8. POLIMENTO..................................................................................................................................................88
   6.9. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES................................................................................................................88

REFERÊNCIAS...................................................................................................................................................91




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PINTURA DE MÓVEIS




 1.         HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

             1.1.   HIGIENE

 A higiene consiste numa prática de grande benefício para os seres humanos.
 Significa limpeza, asseio e é responsável pela prevenção de inúmeras doenças
 físicas.
 Por isso, para ter uma vida mais longa e saudável, tornando-se um profissional
 respeitado, competente e produtivo, você precisa ter saúde. Um dos passos para
 isto depende muito de você: são os cuidados com a higiene pessoal, tanto em casa
 quanto no trabalho.
 A higiene pessoal engloba tudo aquilo que se faz para evitar que o corpo e as
 roupas atraiam e abriguem microorganismos prejudiciais à saúde. Tomar banho,
 lavar bem as mãos, o rosto e os cabelos eliminam as impurezas da pele. Parece
 simples e fácil... Mas com o passar do tempo, com a rotina, com pressa, muitas
 vezes descuidamos de detalhes essenciais.
 De nada adianta tomar cuidado só no trabalho, pois os microorganismos ficam
 transitando de um ponto para outro, junto com você. Por isso realize uma higiene
 pessoal ao deixar seu ambiente de trabalho, para não levar para casa eventuais
 resíduos.


 Você sabia?
 Que uma boa higiene corporal acaba com 90% dos micróbios da pele, mas depois
 de 8 horas eles voltam a atingir os mesmos níveis anteriores.
 O cheiro do suor, por exemplo, é resultado da ação dos micróbios.

             1.2.   SEGURANÇA NO TRABALHO

 É o conjunto de medidas técnicas, médicas e educacionais, empregadas para
 prevenir acidentes, quer eliminando condições inseguras do ambiente de trabalho,
 quer instruindo ou convencionando pessoas na implantação de práticas preventivas.




  6 – SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
Equipamentos de proteção do trabalhador


Para evitar os riscos de acidentes no trabalho e proteger os profissionais, existem
várias medidas que podem ser tomadas. Algumas, inclusive, são obrigatórias por lei.
Um dos mais eficientes meios de proteger a sua vida e evitar doenças ocasionadas
por agentes físicos, químicos ou biológicos é utilizar os equipamentos de proteção.
Eles estão classificados em Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e
Equipamentos de Proteção Individual (EPI).


   •   Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)


São instrumentos que beneficiam o grupo como um todo, buscando reduzir os riscos
que eventualmente cada profissional possa sofrer. Geralmente, tais equipamentos
estão voltados principalmente para o ambiente. Os EPCs devem ser mantidos nas
condições que os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser
reparados sempre que apresentarem qualquer deficiência.


Alguns exemplos de EPC:
   •   Exaustores de poeiras, vapores, gases nocivos;
   •   Extintores de incêndio;
   •   Dispositivos de proteção em escadas, corredores, etc;


Para que servem
Os EPCs servem para proteger o trabalhador de:
   •   agentes físicos: umidade, vibração, irradiação, ruído, calor e frio;
   •   agentes químicos: substâncias tóxicas, corrosivas, radiação etc;
   •   agentes biológicos: bactérias, vírus, parasitas, animais peçonhentos, etc;


Quando não for possível adotar medidas de segurança de ordem geral, para garantir
a proteção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar
os EPI´s.




                                 SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –     7
PINTURA DE MÓVEIS




     •   Equipamentos de Proteção Individual (EPI)


 Instrumentos de uso pessoal, que têm por finalidade proteger a integridade física e a
 saúde do trabalhador, diminuindo ou evitando lesões que podem decorrer de
 acidentes.
 Existem EPIs para proteção de praticamente todas as partes do corpo.
 Veja alguns exemplos:
     •   Olhos: óculos de segurança, que evita a cegueira total ou parcial e a
         conjuntivite. É utilizado em trabalhos em que existe o risco de impacto de
         estilhaços e cavacos e respingos de produtos químicos.
     •   Vias respiratórias: máscaras e protetor respiratório, que têm como objetivo
         evitar a inalação de poeiras, névoas e vapores orgânicos (thiner, tintas,
         vernizes).
     •   Ouvidos: protetor auditivo. Deve ser usado sempre que o ambiente
         apresentar níveis de ruído superiores aos aceitáveis, de acordo com a norma
         regulamentadora.
     •   Mãos e braços: luvas de PVC ou látex. O uso delas impede um contato
         direto com materiais cortantes, abrasivos, aquecidos ou com substâncias
         corrosivas e irritantes.
     •   Pés: calçados de segurança, que protegem os pés contra eletricidade e
         umidade. Devem ser utilizadas em ambientes úmidos e em trabalhos que
         exigem contato com produtos químicos.
     •   Tronco: avental de PVC, que protege contra respingos de produtos químicos.


 Responsabilidades:
 A lei determina que os EPIs sejam aprovados pelo Ministério do Trabalho, mediante
 certificados de aprovação (CA). As empresas devem fornecer os EPIs gratuitamente
 aos trabalhadores que deles necessitarem. A lei estabelece também que é
 obrigação dos empregados usar os equipamentos de proteção individual onde
 houver risco, assim como os demais meios destinados a sua segurança.




  8 – SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
É obrigação do empregador:
   •     fornecer os EPI adequados ao trabalho.
   •     instruir e treinar quanto ao uso dos EPI.
   •     fiscalizar e exigir o uso dos EPI.
   •     repor os EPI danificados.


É obrigação do trabalhador:
   •     usar e conservar os EPI.
Não é qualquer EPI que atende à legislação e protege o trabalhador. Apenas
aqueles que têm o número do CA e a marca do fabricante gravada no produto é que
oferecem proteção efetiva.
Cabe ao trabalhador zelar pela própria segurança, recusando os EPIs que não
tenham o CA e a identificação clara do fabricante!


   •     Controle e Conservação dos equipamentos de proteção


Cabe ao setor de segurança da empresa, juntamente com outros setores
competentes, estabelecer o sistema de controle adequado. A conservação dos
equipamentos é outro fator que contribui para a segurança do trabalhador.
Portanto, cada profissional deve ter os seus próprios equipamentos e deve ser
responsável pela sua conservação.
Lembre-se!
Se cada um de nós pensarmos e atuarmos com segurança, os acidentes
praticamente poderão ser eliminados. Faça sua parte.


   •     Doenças e Acidentes do Trabalho:


Prevenir riscos à saúde e garantir um ambiente seguro trazem vantagens para
todos.
A prevenção é obrigatória por lei. A Norma Regulamentadora nº 9, do Ministério do
Trabalho, que cria o Programa de Prevenção de Risco Ambiental (PPRA), determina
ações no ambiente de trabalho para evitar riscos físicos, químicos, biológicos e
ergonômicos.
                                     SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   9
PINTURA DE MÓVEIS




 Certas substâncias químicas utilizadas nos processos de produção industrial são
 lançadas no ambiente de trabalho intencional ou acidentalmente. Essas substâncias
 podem apresentar-se nos estado sólido (poeiras), líquido (ácidos, solventes e tintas)
 e gasoso (gás), causando danos à saúde.


     •   Doenças Ocupacionais:


 A constância e a intensidade de determinadas atividades na marcenaria podem
 provocar a chamada doença ocupacional.
 Veja as principais doenças ocupacionais que podem ocorrer em uma marcenaria e
 como preveni-las:


     •   Doenças das vias respiratórias


 As vias respiratórias é a principal porta de entrada dos agentes químicos, porque
 respiramos continuadamente, e tudo o que está no ar vai direto para o pulmão.


 Causas: Algumas pessoas são mais sensíveis ao pó produzido nas oficinas. Esse
 pó possui substâncias químicas encontradas na própria madeira, como é o caso do
 cedro vermelho, além de tintas, produtos químicos e umidade.
 Sintomas: Falta de ar, irritação no nariz, boca, garganta e tosse noturna.
 Prevenção: Uso de máscaras (simples ou com filtro), instalação de coletores de pó
 nas máquinas, de vaporizadores (equipamentos que umedecem o ambiente,
 eliminando do ar as partículas da poeira), de ventiladores e exaustores.


     •   Doenças de pele


 Causa: Estão relacionadas à sensibilidade de algumas pessoas aos produtos
 químicos. A maneira mais comum da penetração pela pele é o manuseio e o contato
 direto com os produtos perigosos, que podem causar câncer e doenças de pele
 conhecidas como dermatoses.



  10– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
Sintomas: Geralmente atingem mãos e braços, partes do corpo mais expostas ao
pó do ambiente, causando coceira, erupções e vermelhidão.
Prevenção: Uso de luvas tradicionais ou químicas (à base de pastas que são
colocadas nas mãos, formando uma película protetora), uso de uniforme com
mangas até o punho e uso de boné ou capacete.


   •   Doenças do sistema digestivo


Causas: comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que ficaram muito tempo
expostas a produtos químicos.
Sintomas: enjôo, mal-estar, ânsia de vômito, dores abdominais.
Prevenção: Lavar bem as mãos antes de ingerir o alimento e evitar excesso de
exposição aos produtos químicos.


   •   Doenças da via ocular


Causas: Relacionadas à sensibilidade de algumas pessoas aos produtos químicos e
resíduos que permanecem no ar.
Sintomas: Irritação nos olhos e conjuntivite.
Prevenção: Além do uso dos óculos de proteção, é importante tomar cuidado com
os diferentes produtos químicos. Faça um levantamento dos produtos que você
utiliza, leia os rótulos das embalagens e informe-se sobre os efeitos que podem
provocar no organismo humano.


   •   Surdez


Causas: Exposição ao ruído intenso produzido por equipamentos como furadeira,
serras e lixadeiras.
Sintomas: O funcionário ouve um zumbido no ouvido,após expor-se ao barulho das
máquinas, além de apresentar tontura e ânsia de vômito.


ATENÇÃO
Falso remédio

                                SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   11
PINTURA DE MÓVEIS




 Quando você respira um ar cheio de produtos químicos, ele vai para os pulmões.
 Quando você bebe um copo de leite, ele vai para o estômago. Daí a pergunta: o que
 o leite tem a ver como desintoxicante pulmonar por substâncias nocivas?
 Resposta: Nada! O leite pode ser considerado alimento, nunca um preventivo de
 intoxicação. Sua utilização é até prejudicial, uma vez que acreditando no seu valor,
 as medidas de higiene industrial e os cuidados ficam em segundo plano.
 Prevenção: Exames audiométricos na admissão e a cada seis meses, uso de
 protetor auricular (tipo plug e/ou tipo concha), instalação das máquinas mais
 barulhentas em ambiente à parte na marcenaria. Desse modo, apenas o funcionário
 que opera a máquina fica exposto ao ruído, poupando os demais.
 Também é importante fazer a manutenção constante dos equipamentos para reduzir
 o volume de ruído.


     •   Cifose e lesões posturais


 Causa: Postura incorreta do corpo na realização de certos trabalhos.
 Por exemplo: lixar ou serrar uma peça com as costas curvadas por longo período,
 causando dor. Parafusar uma peça localizada em local muito alto ou muito baixa,
 onde se tenha que manter o braço suspenso ou abaixado durante muito tempo, ou
 onde é preciso ficar agachado. Carregar peso com freqüência.
 Sintomas: Dores nas costas e na nuca, formigamento nos braços.
 Prevenção: Uso de cintas elásticas para preservar a estabilidade da coluna.
 Não permanecer muito tempo sentado ou em pé. Trabalhar o mais próximo possível
 da posição ideal. Assim, ao invés de erguer os braços para parafusar uma peça,
 subir numa escada. Se for preciso agachar-se para trabalhar numa peça em local
 baixo, colocá-la em cima de uma bancada. Ao carregar um objeto pesado, dividir o
 peso com outra pessoa.


 Outras doenças de menor incidência:


 Alguns trabalhadores de marcenaria podem apresentar câncer na região do nariz
 (fossas nasais) devido à exposição constante ao pó de madeira. Outras doenças
 podem ocorrer, como a aplasia de medula (alterações nas células sanguíneas que
 podem provocar anemia e outras doenças mais graves). A aplasia de medula ocorre
  12– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
nos casos de atividades com tintas e solventes, devido a substâncias como o
chumbo, benzeno etc.


   •   Acidente do Trabalho


É o que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional, que cause a morte, ou perda, ou redução
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Os acidentes mais comuns relacionados ao uso das máquinas e da madeira são os
cortes, que podem chegar até a amputação de uma parte do corpo, principalmente
os dedos.
Outros acidentes são as lesões oculares causadas por farpas de madeira, além das
fraturas e das queimaduras por produtos químicos.
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional prevê que toda empresa
deve ter pelo menos um funcionário com conhecimentos de primeiros socorros,
embora o ideal seja treinar duas pessoas para o caso de uma delas faltar ou sair de
férias. O treinamento pode ser feito por médicos na própria marcenaria, ou através
do contrato com empresas de medicina do trabalho.


   •   Causas do Acidente do Trabalho


Muitas são as causas dos acidentes do trabalho. Em um passado não muito
distante, a responsabilidade do acidente do trabalho era colocada muito mais nos
trabalhadores através dos atos inseguros; essa tendência acabou criando uma
"consciência culposa" nos mesmos, sendo freqüente a negligência, o descuido, a
facilitação e o excesso de confiança serem apontados como causas dos acidentes.
Vamos entender o que é um ato inseguro e uma condição insegura.


   •   Condição insegura


É a condição do meio ambiente de trabalho, que causou o acidente, ou contribuiu
para a sua ocorrência.



                               SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   13
PINTURA DE MÓVEIS




     •   Fator pessoal de insegurança


 É causa relativa ao comportamento humano, que propicia a ocorrência de acidentes.
 Ex: Doença na família, excesso de horas extras, problemas conjugais, etc.




     •   EPCs : Equipamento de uso coletivo. Serve para proteger o trabalhador de
         agentes físicos (umidade, vibração, radiação, ruído, calor e frio); agentes
         químicos (substâncias tóxicas, corrosivas, radiação etc.) ou biológicos
         (bactérias, vírus, parasitas etc.). Exemplos: detectores de gases, extintor de
         incêndio, etc.
     •   EPIs: Instrumento de uso pessoal, cuja finalidade é neutralizar a ação de
         certos     acidentes,   que   podem   causar   lesões   aos   trabalhadores.   O
         equipamento de proteção individual também protege contra possíveis danos à
         saúde causados pelas condições de trabalho. Por exemplo: capacetes, luvas,
         máscaras etc.
     •   Somente os EPIs que têm o número do certificado de aprovação (CA) e a
         marca do fabricante gravada no equipamento é que oferecem proteção
         efetiva.
     •   É obrigado por lei que o empregado use os equipamentos de proteção onde
         houver risco.
     •   Cada profissional é responsável pela conservação de seus equipamentos.
     •   Cabe a cada um de nós pensar e atuar com segurança, a fim de evitar
         acidentes.
     •   Substâncias químicas utilizadas nos processos de produção industrial
         prejudicam a saúde, ocasionando as doenças ocupacionais.




  14– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
2.        EMPREENDEDORISMO, ÉTICA E CIDADANIA

            2.1.     EMPREENDEDORISMO

Podemos conceituar empreendedorismo a partir de dois pilares básicos:


     •   A capacidade individual de empreender, ou seja, de tomar a iniciativa, partir
         em busca de soluções inovadoras e de agir no sentido de encontrar a solução
         para problemas empresariais e/ou pessoais, por meio de empreendimentos.
     •   A capacidade de gerir empreendimentos, ou seja, é a utilização de um
         conjunto de conceitos, métodos, instrumentos e práticas relacionadas à
         criação, implantação e gestão de novos negócios.


Empreender é concretizar sonhos. Voltar a sonhar, acreditar neste sonho, voltar a se
emocionar, começar a empreender!
Empreendedorismo não se ensina, se desenvolve, é por isto que a emoção é
necessária, ela é o combustível, que vai alimentar este desenvolvimento, porque
todas as pessoas nascem empreendedoras, assim como todo o mundo nasce com
potencial para andar, jogar, tocar um violão.
Se você vai ser um Ronaldinho, ou talvez um Bill Gates ou não, dependerá de
muitas coisas. Mas bater uma bolinha no final de semana todo o mundo pode. Trata-
se, então, de desenvolver o empreendedorismo, de revelar e trazer à tona o que já
existe de uma forma inconsciente dentro de você.


Características do Empreendedor:


     •   Otimismo - O empreendedor é otimista, crê nas possibilidades que o mundo
         oferece, soluciona problemas e acredita no potencial de desenvolvimento.
     •   Persistência   -   O   empreendedor,    por   estar   motivado,   convencido,
         emocionado e crente nas possibilidades, é capaz de persistir até que suas
         ações comecem a funcionar de forma a gerar resultados.
     •   Iniciativa - O empreendedor não fica esperando pelos outros (a sociedade, o
         amigo o pai) para resolver seus problemas. Ele gosta de desafios, novas


                                 SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –     15
PINTURA DE MÓVEIS




         oportunidades. A iniciativa é a capacidade daquele que, tendo um problema
         qualquer, age: faz o gol e parte para o abraço.
     •   Autoconfiança – É a capacidade de acreditar em si mesmo. A crença do
         poder de realização alimenta a iniciativa, fazendo com que arrisque mais,
         ouse mais, tenha mais segurança de que pode e de que deve realizar.
     •   Decisão e responsabilidade - O empreendedor não fica esperando que os
         outros decidam por ele. O empreendedor toma decisões e aceita as
         responsabilidades que acarretam.
     •   Energia - É a energia necessária para se lançar em novos desafios, que
         normalmente exigem um grande esforço inicial. O empreendedor tem esta
         energia alimentada pela motivação que por sua vez é alimentada pela
         emoção.
     •   Controle - O empreendedor acredita que sua realização depende dele
         mesmo e não de outras pessoas ou entidades sobre as quais não tem
         controle. Ele se vê com capacidade de se influenciar e de influenciar os
         outros de tal modo que possa atingir seus objetivos.
     •   Espírito de Equipe - O empreendedor não é somente um realizador, ele
         também cria vínculos com a equipe, delega, acredita nos outros, obtém
         resultados por meio de outros.
     •   Pró-atividade - O empreendedor é pró-ativo, ou seja, ele se antecipa as
         mudanças, empreendendo as ações necessárias para se obter os resultados.
     •   Criativo - O empreendedor não se queixa da situação do país, dos
         obstáculos, dos caminhos fechados, ele abre novos caminhos, com os
         recursos que tem para atingir os resultados que deseja.




  16– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
Atividade: Que tal cantarmos aquela música do Nelson Motta e do Lulu Santos?


                            Canto: Como Uma Onda
                   Composição: (Lulu Santos/ Nelson Motta)


                              Nada do que foi será
                       De novo do jeito que já foi um dia
                       Tudo passa, tudo sempre passará
                       A vida vem em ondas como o mar
                            No indo e vindo, infinito
                              Tudo que se vê não é
                    Igual ao que a gente viu há um segundo
                      Tudo muda o tempo todo no mundo
                                Não adianta fugir
                        Nem mentir pra si mesmo, agora
                              Há tanta vida lá fora
                              Aqui dentro, sempre
                        Como uma onda no mar (Refrão)


- Com base na letra que acabamos de cantar, que relações você enxerga entre a
letra e empreendedorismo?


   •   Empreendedorismo e Mudanças
Ao longo de nossas vidas sempre passamos por mudanças. Quem não mudou de
colégio, casa ou emprego e teve que recomeçar a fazer novas amizades e contatos?
Garanto que não foi algo fácil! Imaginar como seriam esses novos lugares e pessoas
que passariam a fazer parte do dia-a-dia, e, principalmente, se daria para se
acostumar ou ser bem-sucedido frente às novas situações.


Hoje, vivemos uma mudança ainda mais drástica com nosso presente profissional,
sem poder perder de vista o futuro que nos causa cada vez mais apreensão e
insegurança. Afinal, é possível manter-se calmo diante de tantas transformações
que não sabemos como continuarão?


                              SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   17
PINTURA DE MÓVEIS




 Como um empreendedor se comporta diante das mudanças? Ah, ele é o primeiro a
 querer mudanças, é o primeiro a agir! Ele sabe que a ação é a solução para
 qualquer empecilho. O empreendedor sabe que a diferença entre aquele que é ou
 não bem sucedido está entre quem quer realizar algo e quem, efetivamente, realiza!
 Ser empreendedor é agir. É ter motivação, ou seja, motivos para a ação. O
 fundamental é realizar, é ter a coragem de mudar e inovar sempre, buscando a
 concretização de seus objetivos. O medo não paralisa, ele move o empreendedor a
 encarar e vencer desafios.
 Qualquer pessoa pode aprender a ser empreendedora, basta ter disciplina,
 coragem, iniciativa e querer! Então, se você quer ser e agir como um empreendedor,
 mas vê nos processos de mudança um grande entrave, perca o medo, imagine a
 sensação deliciosa de enfrentar e vencer um obstáculo.


 Dica: ”Ninguém muda da noite para o dia" é um clichê, mas é sábio. Comece
 estabelecendo pequenos desafios a você mesmo, para criar esse hábito, mude seu
 comportamento. Vá se educando a estar aberto às mudanças e a ter a iniciativa de
 enfrentá-las. Que tal começar com pequenas mudanças diárias?


 Saia da rotina: use roupas com cores ou modelos que você não costuma usar;
 mude o caminho que utiliza para ir e voltar do trabalho; mude o supermercado em
 que costuma realizar suas compras; freqüente outros bairros; não limite seus
 interesses e oportunidades; mude sua rotina no trabalho, nem que seja para colocar
 aqueles objetos que sempre ficam na mesma posição há anos, em outro lugar
 completamente inusitado.
 Experimente essa nova sensação e aos poucos instaure no seu processo de
 trabalho e no seu relacionamento interpessoal as pequenas mudanças que ao se
 tornarem um hábito trará maior segurança e iniciativa diante de grandes desafios.


 Atividade: Reflita e pense como estas transformações impactam em nossas vidas,
 e como uma pessoa com perfil empreendedor, pode tirar vantagem ou enfrentar
 dificuldades neste ambiente.
 Devemos admitir que montar um novo negócio não é uma tarefa simples. São
 muitas as atividades a serem executadas pelo empreendedor e sua eventual equipe,


  18– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
muitas tarefas que se encadeiam. Porém, não é também nada que não possa ser
conduzido por uma pessoa de boa vontade e com bom senso.


Geralmente conhecemos alguém que todos os dias têm "idéias brilhantes" mas que
nunca se concretizam. De nada adianta sonhar se não transformamos este sonho
em ações práticas que possamos empreender.
Também não se pode colocar estas idéias em prática sem que seja feita uma boa
análise quanto ao futuro negócio, caso contrário poderemos estar a trilhar caminhos
muito perigosos.


Aspectos a serem observados para um novo empreendimento


   •   Existência de mercado:
- Existe mercado, para o produto e /ou serviço que está sendo ofertado?
Para não incorrer em erros que podem inviabilizar seu negócio, é recomendável que
se faça uma pesquisa com consumidores com um perfil que vá de encontro às
características dos produtos e/ou serviços ofertados, ou seja, o seu produto /serviço
deverá oferecer benefícios que seus consumidores desejam obter/receber.


   •   Relacionamento Interpessoal:
A meta do empreendedor neste âmbito deve ser a de transformar a relação com
seus funcionários, convertê-los em colaboradores, obtendo o comprometimento,
através de estímulos não só financeiro, mas também de ordem social e integrativa.


   •   Viabilidade Financeira:
É de fundamental importância avaliar a disponibilidade financeira não só ao nível de
investimento, como também sob o caráter operacional, para tocar o negócio, antes
de iniciá-lo, a fim de evitar surpresas desagradáveis.


   •   Controles:
É muito importante que desde o início o empreendedor defina que controles serão
necessários para tocar o negócio, pois muitas das empresas que conhecemos hoje
já foram pequenas e um dos pontos mais fortes que a ajudaram a crescer reside


                                 SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   19
PINTURA DE MÓVEIS




 exatamente neste aspecto (Tipos de controle – Fluxo de Caixa, Controle de Caixa,
 Controle de Cheques, Avaliação de Desempenho, Balanço, DRE, Curva ABC, entre
 outros).


 Atividade: Formem grupos de cinco pessoas e de acordo com as informações
 passadas     pelo   instrutor,   identifiquem   uma   oportunidade   de   negócio,      e
 adicionalmente, identifique público-alvo e benefícios que o produto/serviço deve ter.


     •   O que é um Cliente ou Consumidor?
 Pelo enfoque do curso, utilizaremos as denominações cliente ou consumidor como
 sinônimos. Portanto: ‘’Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou
 utiliza produto e /ou serviço como destinatário final’’ (Artigo 2º do código de defesa
 do consumidor).


 O que é serviço?
 "Qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração,
 inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
 decorrentes das relações de caráter trabalhista". (Parágrafo 2 º do Artigo 3º do
 código de defesa do consumidor).


 O que é fornecedor?
 "É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
 como os entes despersonalizados, que desenvolvem as atividades de produção,
 montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição
 ou comercialização de produtos ou prestação de serviços". (Artigo 3º do código de
 defesa do consumidor).


 O que é Demanda?
 Podemos definir a procura ou demanda, como sendo a quantidade de um
 determinado bem ou serviço que o consumidor estaria disposto a consumir em
 determinado período de tempo. É importante notar, nesse ponto, que a demanda é
 um desejo de consumir, e não sua realização.
 Demanda é o desejo de comprar. A base de sustentação da Demanda tem origem
 na hipótese que toma como base a escolha do consumidor entre diversos bens e /ou
  20– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
serviços que seu poder aquisitivo permite adquirir. Essa procura seria determinada
pelo preço do bem ou serviço; o preço de outros bens; a renda do consumidor e seu
gosto ou preferência.
A Demanda é uma relação que demonstra a quantidade de um bem ou serviço que
os consumidores estariam dispostos a adquirir a diferentes preços de mercado.
Assim, a função Procura representa a relação entre o preço de um bem e a
quantidade procurada, mantendo-se todos os outros fatores constantes. Quase
todos os produtos/serviços obedecem à lei da procura decrescente, segundo a qual
a quantidade procurada diminui quando o preço aumenta. Isto decorre em função
dos indivíduos estarem, geralmente, mais dispostos a comprar quando os preços
estão mais baixos.


O que é Oferta?
Enquanto a demanda está relacionada ao comportamento dos consumidores, a
oferta está relacionada ao comportamento dos vendedores, demonstrando que a
quantidade a ser produzida (ofertada), guarda uma relação direta com o nível de
preço que estão dispostos a praticar. Os vendedores possuem uma atitude diferente
dos consumidores, frente aos preços altos. Se estes afetam negativamente o poder
de compra dos consumidores, estimulam os vendedores a produzirem e venderem
mais. Portanto, quanto maior o preço maior a quantidade ofertada. A função Oferta
nos dá a relação entre a quantidade de um bem que os produtores desejam vender
e o preço desse bem, mantendo-se o restante constante.


E finalmente o que é mercado?
Mercado se constitui no conjunto de relações entre clientes, fornecedores,
concorrentes, fluxos de oferta e demanda, para atender de forma adequada o
consumidor.


Conhecendo o Mercado
Quando pensamos em abrir um negócio, normalmente temos alguma motivação,
ligada a uma satisfação pessoal, mas não podemos perder de vista, que
independentemente do tipo de negócio que desejamos abrir, necessariamente o
negócio terá de gerar lucros e não prejuízos, para que isso aconteça, temos de focar
todo nosso planejamento para o mercado ao qual desejamos trabalhar, mas antes
                               SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –    21
PINTURA DE MÓVEIS




 de avaliarmos estes mercados, vamos a uma breve revisão do que vimos, focando
 em algumas regras básicas de mercado:


 Quais são as leis de mercado?
 1º lei - Muita oferta e muita demanda geralmente elevam a concorrência.
 2º lei - Muita oferta e pouca demanda geralmente reduzem os preços oferecidos.
 3º lei - Pouca oferta e muita demanda geralmente elevam os preços oferecidos.
 4º lei - Serviço ou produto, único, exclusivo e diferenciado forma seu preço e
 mercado.


 Mercado Consumidor
 O principal desafio do empreendedor será o de transformar o potencial
 mercadológico e os números detectados na avaliação do mercado em negócios.
 Uma empresa não nasce por um passe de mágica: faz-se necessária uma ação
 empreendedora, de alguém como você que deve ser capaz de observar, analisar e
 formular um empreendimento capaz de gerar os benefícios que você espera
 receber, e que paralelamente possa gerar bens e /ou serviços que produzam
 satisfação dos consumidores que vierem a utilizá-los.
 O mercado como vimos anteriormente é a relação entre a oferta /pessoa ou
 empresas que desejam vender bens e /ou serviços. Vendo por este angulo quando
 você decide abrir um negócio, para atuar no mercado, significa dizer que você passa
 de consumidor a provedora neste mercado, gerando mais oferta.
 Para que esta empreitada tenha sucesso, o empreendedor deverá buscar
 informações para que se possa estruturar e entender melhor o Mercado
 Consumidor, o Mercado Concorrente e Mercado Fornecedor.


 Mercado Fornecedor
 O mercado fornecedor é formado pelas empresas e pessoas que fornece algum
 produto e /ou serviço para que sua empresa possa fabricar e /ou vender /revender
 seus próprios produtos ou possa fornecer serviços. Assim, se você possui uma
 serralheria, são seus fornecedores os vendedores de aço, solda, ferramentas, bem
 como de todos os insumos necessários para manutenção de sua atividade.
 O mercado fornecedor é o ponto de partida para o empreendedor iniciar seu
 negócio, pois a empresa depende de seus fornecedores – o mercado fornecedor –

  22– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
no sentido da disponibilidade dos produtos que deseja comercializar. O nível de
conhecimento desse mercado vai se refletir diretamente nos resultados pretendidos
pela (o) empreendedor.
Buscar informações sobre fornecedores dos materiais que serão necessários para
produzir e vender produtos ou prestar serviços constitui então numa atividade vital
para sobrevivência do negócio.


Aspectos importantes relativos ao mercado fornecedor:
- Distância física;
- Referências;
- Custo de frete;
- Qualidade;
- Capacidade de fornecimento;
- Preço;
- Prazo;
- Forma de pagamento e de entrega.
- Incentivos Fiscais
- Tributos incidentes

           2.2.        ÉTICA E CIDADANIA

Grandes transformações ocorreram no ciclo da história da humanidade desde a
experiência filosófica e democrática vivida pelos gregos antigos, quando instauraram
a razão, desmistificando preconceitos e mitos, e quando derrotaram tiranias, estando
o cidadão no poder, há dois mil e quinhentos anos atrás.
O mundo conheceu o poder monárquico fundado em heranças “divinas”, que
usurparam o poder do cidadão; surgiram novas descobertas filosóficas, científicas e
invasões territoriais em nome da civilização, transportando modos distintos e
diferenciados de viver, vindos à derrocada das monarquias e impérios, fato que
conclamou os indivíduos a uma nova postura ante os assuntos políticos.
Emergiu, ainda, uma era de revoluções e guerras: a Revolução Francesa, a Inglesa,
a Americana, o Manifesto Comunista, o Nazismo, o Fascismo, a Guerra Espanhola,
as I e II Grandes Guerras Mundiais, as duas Guerras do Golfo e outros tantos
conflitos nacionais e internacionais que ensandeceram e continuam a ensandecer as
consciências dos povos. E hoje, com o advento de novas técnicas, tecnologias e
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PINTURA DE MÓVEIS




 processos mais agressivos de globalização, as mudanças ocorrem de forma muito
 mais complexa, acelerada e de modo camuflado que exige uma atitude crítica,
 apurada. Portanto, falar sobre ética e cidadania é ter em mente todo esse elenco de
 fatos e acontecimentos. No entanto, os eventos e fenômenos humanos estão
 sujeitos às interpretações, os mais distintos e diferenciados quanto às visões
 socioeconômicas, política e culturais.
 Além disso, os fatos não se apresentam verdadeiramente reais simplesmente,
 porque alguém se propõe a tecer novas interpretações e descobertas. Por detrás de
 cada discurso, emerge um tipo de ideologia na hermenêutica utilizada. É o olhar do
 sujeito que se põe sobre o objeto dado a sua cultura, a sua estrutura mental e a sua
 postura valorativa.


     •   Da ética
 Etimologicamente a palavra ética, em grego = ETHOS – designa a morada humana.
 O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir
 um abrigo protetor e permanente.
 Ética significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que
 seja uma moradia saudável: materialmente sustentável, psicologicamente integrada
 e espiritualmente fecunda.


 A ética é um conjunto de princípios e disposições voltado para a ação historicamente
 produzida, cujo objetivo é orientar às ações humanas. A ética existe como uma
 referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade
 possa se tornar cada vez mais humana.
 Ela questiona se as normas e regras de conduta moral realmente fazem bem a
 todos e devem ser obedecidas ou se existem apenas porque convêm a alguns.
 A preocupação maior da ética é com todos os seres humanos, independentemente
 das diferenças de cor, sexo, idade, situação econômica, escolaridade, etc., pois os
 considera igualmente feitos “da mesma massa” com inteligência; capacidade de
 calcular e fazer planos; paixões; medos; carências; sonhos; ideais e fraquezas.
 Quando a Moral proíbe ou ordena, em geral uns se beneficiam disso – os que têm
 maior poder, gozando de privilégios -, e outros não: os subordinados, discriminados
 e excluídos de direitos.


  24– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
Nas sociedades machistas, por exemplo, a moral sexual é muito mais rígida com as
mulheres do que com os homens.
Entre a moral e a ética há uma tensão permanente:
A ação moral – busca uma compreensão e uma justificação crítica universal;
A ética – por sua vez exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para
reforçá-la ou transformá-la.


“Ética tem a ver com o certo e o errado, o bom e o mau, a virtude e o vício”.


Ética pode significar caráter (norma moral - quando respondidas por suas
consciências) quanto sentimento de comunidade (normas jurídicas - colocadas
pela sociedade e respondidas pelo Estado - Leis).


   •   Ética, Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente
Segundo Weil in Satio e Wuensch (1999), a ciência se destacou da filosofia e das
tradições espirituais, ela se separou também da ética. Afastada da Ética e
eliminando todo sentimento do sujeito, a ciência tornou aos poucos fria, puramente
racional e desligada de toda ordem de preocupação humanitária.
A ciência e a tecnologia não podem ser separadas nem do ser humano que observa
e experimenta nem dos princípios éticos. Se quisermos contribuir para melhoria e
qualidade de vida, precisamos mais do que nunca colocar a ciência e a tecnologia a
serviço da ética e dos valores universais.
“A moral dominante desse sistema econômico separa a natureza da cultura, e com
isso desumaniza a natureza e desnaturaliza o homem. Preservar e cuidar da
natureza é preservar e cuidar da humanidade, das gerações atual e futura.
Preservar e cuidar do meio ambiente é uma responsabilidade ética diante da
natureza humana”.
“A ética é um comportamento social, ninguém é ético num vácuo, ou teoricamente
ético. Quem vive numa economia a-ética, sob um governo antiético e numa
sociedade imoral acaba só podendo exercer a sua ética em casa, onde ela fica
parecendo uma espécie de esquisitice. A grande questão destes tempos
degradados é em medida uma ética pessoal onde não exista ética social, é um
refugio, uma resistência ou uma hipocrisia. Já que ninguém mais pode ter a


                                SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   25
PINTURA DE MÓVEIS




 pretensão de ser um exemplo oral sequer para o seu cachorro, quando tudo á sua
 volta é um exemplo do contrário”.
                                                              Luis Fernando Veríssimo


 Como deve ser formado um Código de Ética


 A elaboração de um código de ética, realiza-se como um processo, ao mesmo
 tempo educativo no interior do próprio grupo. E deve resultar num produto que
 cumpra também uma função de cidadania diante dos demais grupos sociais e de
 todos os cidadãos.


 Um código de ética começa pela definição dos princípios que o fundamentam e se
 articula em torno de dois eixos de normas, direitos e deveres.


 Quais os limites de um Código de Ética


 Um código de ética não tem força jurídica de lei universal, mas prevê sanções para
 os descumprimentos de seus dispositivos. Estas sanções dependerão sempre da
 existência de uma legislação, que lhe é juridicamente superior, e por ela limitada.


     •   Ética e Estética: outros valores
 Os grupos sociais criam seus próprios valores sobre gosto, moda, beleza, etc...
 Estas questões estéticas sempre estiveram presentes em todas as sociedades.
 O conceito de belo diferencia-se conforme a época, o local e a sociedade,
 comprovando que o belo é relativo, dependendo de diversos fatores.
 Portanto, não podemos considerar os nossos conceitos como se fosse verdade
 única. O que é bonito, hoje, pode não ter sido no passado e pode não ser no futuro.
 Somente neste século, a estética passou por grandes mudanças, em parte em
 função da preocupação com a prevenção de doenças. Daí a divulgação de modelos
 do que é saudável como, por exemplo, o de “peso ideal”.
 Mas nem sempre foi assim até o final do século passado o que hoje interpretamos
 como sendo obesidade, gordura excessiva, era sinal de riqueza, boa vida e fartura
 na mesa. Outro exemplo interessante diz respeito à pele bronzeada. O
 bronzeamento da pele pode ser interpretado como status, posição social. Para ter a
  26– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
pele bronzeada é necessário tempo e dinheiro para tirar férias, para ir à praia ou à
piscina, e nem todos têm esse “lugar ao sol”.
No entanto, o câncer de pele por exposição ao sol está mudando essa mentalidade,
fazendo com que antigos valores estéticos sejam retomados.
Houve épocas em que a cor bronzeada revelava o trabalho no campo. Aqueles que
tinham dinheiro não trabalhavam diretamente na lavoura. Então, o hábito de usar
chapéu e sombrinha estava de acordo com a intenção de manter a pele alva como
leite, garantindo também a diferenciação entre as classes.
Hoje, “manter a pele alva como leite” significa proteger-se de doença.


CIDADANIA
Ninguém nasce cidadão, torna-se cidadão pela educação, porque é ela que atualiza
a inclinação potencial e natural dos homens à vida comunitária ou social.
Cidadania é, nesse sentido, um processo, que começou nos primórdios da
humanidade e que se efetiva através do conhecimento e conquista dos direitos
humanos, não e como algo pronto, acabado, mas, e sim algo que se constrói.
Não bastam os desenvolvimentos tecnológicos, científicos para que a vida fique
melhor. É preciso uma boa e razoável convivência na comunidade política, para que
os gestos e ações de Cidadania possam estabelecer um viver harmônico, mais justo
e menos sofredor.
Foi através do impeachment que ocorreu a luta pela redemocratização do Brasil. Foi
através deste fato que os brasileiros passaram a entender que a democracia pode
funcionar. Assim surgiu o Movimento pela Ética na Política, tendo como princípio o
fato da democracia. Não sobreviver sem ética. Este movimento começou sem muito
poder, mas foi conseguindo mobilizar o apoio de entidades, de representantes da
sociedade e de lideranças políticas.
Ganhando a envergadura necessária para um salto democrático e cidadão nasceu a
Ação de Cidadania. Nessa Ação de Cidadania, surgida da força social, apareceu
uma nova idéia para a sociedade: combater a fome. Nela estava expressa a
indignação frente à miséria, que é o maior Crime moral que a sociedade pode
cometer. A Ação da Cidadania é uma ação da sociedade contra a fome.
Para Hebert de Souza (Betinho), o grande impulsionador daquela Ação de
Cidadania, o caminho para se Mudar um país depende principalmente da sua cultura
e de seus valores éticos. Ela julgava que a TV, de um modo geral, era antiética.
                                SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   27
PINTURA DE MÓVEIS




 Porque não conclamava os cidadãos para o protagonizo Político, nem os educava
 nos valores fundamentais para a vida em comum. Então, ele nomeia e privilegia os
 princípios, os quais julgavam mais essenciais para a participação política dos
 cidadãos:
 A cidadania, tal como a Ética, está diretamente ligada ao bem-estar, ao bem-viver, à
 dignidade humana. Embora muito relacionadas não são, contudo, a mesma coisa.
 Enquanto a Ética se baseia na natureza e condição humana, as bases da Cidadania
 estão nas relações das pessoas com o Estado.
 As ligações entre ambas são, entretanto, tão fortes, que em muitos casos, o que se
 considera falta de ética tem mais a ver com falta de cidadania. Analisemos, por
 exemplo, a morte de 5 bebês, em maio de 1997, em Pernambuco, vítimas de um
 erro da auxiliar de enfermagem do Posto de Saúde Municipal, que , ao invés da
 vacina tríplice – contra coqueluche, tétano e difteria – aplicou neles insulina.
 A enfermeira foi descuidada, desatenciosa, irresponsável, e, por isso, deve ser
 julgada com a única culpada?
 Talvez sim, talvez não.
 Será que a formação profissional que recebeu foi eficaz? A escola que lhe deu um
 certificado avaliou corretamente sua competência?
 Quais os critérios do Posto de Saúde para sua contratação?
 A administração se preocupou com a qualidade dos serviços oferecidos? E a
 Vigilância Sanitária?
 Os medicamentos estavam devidamente organizados, catalogados, para que não
 houvesse possibilidade de confusão? A enfermeira estaria ocupando a função que
 realmente deveria?
 Em quais condições desenvolvia-se o seu trabalho? Não estaria ela acumulada de
 afazeres, em virtude da dispensa de funcionários para diminuição das despesas do
 estado?
 Não estaria estressada por ter que dar conta de dois empregos e horas extras
 devido ao seu baixo salário?
 Tendo percebido que as condições de trabalho e de organização no Posto de Saúde
 não eram favoráveis, teria a enfermeira reclamada, protestado, denunciado, ou se
 omitido, sentindo-se apenas vítima da má qualidade da educação, da Saúde e da
 Política no Brasil?


  28– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
ATIVIDADE:


  Você se lembra de outros casos em que não-atendimento dos direitos de
     cidadania comprometeu a competência e/ ou a ética? Comente-os.




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PINTURA DE MÓVEIS




 3.        QUALIDADE NO PROCESSO “5 S”

 Para otimizar recursos e obter um trabalho de qualidade é preciso empregar
 conceitos modernos de trabalho e pequenas atitudes no dia-a-dia podem fazer a
 diferença, melhorando as condições ambientais e principalmente estimulando a
 produção criativa.


 Essas lições podem ser aplicadas não só na comunicação social, como também no
 cotidiano da vida familiar e no ambiente de trabalho e os 5 S são atitudes que dão
 nova vida às nossas atividades, incrementando as relações e o ambiente de
 trabalho, com reflexos na produção.


 O que é 5S?
 O 5S é um modo simples de melhorar as relações e o ambiente no trabalho,
 simplificando procedimentos, otimizando recursos e tempo. O resultado é o melhor
 desempenho profissional e de serviços, com reflexo direto na satisfação de usuários
 e na produção. Não é preciso mudar de trabalho. Mas sim, o seu modo de trabalhar.
 Quem ganha com isso, somos todos nós.


 Os 5S são:
      •   Seiri - Senso de Utilização
      •   Seiton - Senso de Ordenação
      •   Seisou - Senso de Limpeza
      •   Seiketsu - Senso de Saúde
      •   Shitsuke - Senso de Autodisciplina


 Pratique Diariamente
 Essas cinco palavras em japonês são sinônimas de melhoria no trabalho.
 Elas vêm sendo aplicadas em um processo de educação e treinamento, atingindo
 todos os níveis do órgão ou empresa. Os 5S são conceitos a serem entendidos,
 incorporados e praticados diariamente.




  30– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
•   SEIRI
Saber onde e qual o lugar de cada peça. Analisar os locais de trabalho e classificar
todos os itens - objetos, materiais, relatórios - de acordo com critérios de utilidade ou
freqüência de uso. Feito isso, retire do ambiente tudo o que não precisa estar ali.


Vantagens:
Você elimina excessos e desperdícios, libera espaço físico, descarta informações e
controles desnecessários ou ultrapassados. Criam-se facilidades de trânsito interno,
maior senso de organização e economia, e aumento de produtividade.


   •   SEITON
Organize objetos, materiais e informações úteis da maneira mais funcional,
possibilitando acesso rápido e fácil.


Prática:
- determine o lugar certo dos itens necessários ao trabalho;
- padronize a forma de guardar e localizar os objetos e informações;
- crie códigos de ações, etiquetas ou avisos para maior facilidade na ordenação,
atentando para os riscos da poluição visual;
- coloque o material que é usado diariamente em local de fácil acesso;
- organize o material utilizado com menor freqüência, separando-o dos demais.


Vantagens:
Praticando o Senso de Ordenação fica muito mais fácil encontrar o que foi guardado,
além de haver utilização racional do espaço. Ocorre redução do cansaço físico e
mental, e melhoria na comunicação.


   •   SEISOU
Praticar a limpeza significa ter compromisso em manter limpo o seu local de
trabalho, antes, durante e após a jornada diária. Assim como, mostrar-se limpo.




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PINTURA DE MÓVEIS




 Prática:
 O senso de limpeza começa pelos cuidados com a própria aparência física e
 condições psicológicas. Esteja bem consigo mesmo, em harmonia com as boas
 energias do mundo.
 No Trabalho:
 - identifique e elimine as causas da sujeira e poeira;
 - limpe tudo, desde armários, equipamentos e mesas;
 - incentive seus colegas a fazerem o mesmo;
 - certifique-se da existência de cestos de lixo adequados;
 - procure produzir sem gerar lixo;
 - desligue e cubra as máquinas e equipamentos ao final do expediente;
 - mantenha arquivos físicos e lógicos sempre atualizados.


 Vantagens:
 Cuidados no dia-a-dia tornam o ambiente mais agradável e sadio, previnem
 acidentes, contribuem para a preservação de equipamentos, reduzem o desperdício
 e evitam a poluição. Detalhes da limpeza melhoram a imagem interna e externa do
 local de trabalho.


     •   SEIKETSU
 É preciso ter preocupação com a saúde em todos os níveis: físico, mental e
 emocional. Não é só no ambiente físico que as melhorias são necessárias. Você
 precisa ter plena consciência dos aspectos que afetam sua saúde e agir sobre eles.


 Prática:
 - mantenha as condições do ambiente físico propício à saúde;
 - execute um programa de Exame Periódico de Saúde;
 - cumpra e melhore os procedimentos de segurança individual e coletiva;
 - realize avaliações periódicas das condições do ambiente de trabalho;
 - promova um bom clima de trabalho, ativando franqueza e delicadeza nas relações
 entre as pessoas.




  32– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
Vantagens:
A saúde do ambiente traz satisfação e motivação pessoal, previne e controla o
stress, danos e acidentes, e melhora a qualidade de vida.


   •   SHITSUKE
Pratique os "S" anteriores, sem descuidar do constante aperfeiçoamento. É a busca
do autodesenvolvimento.


Prática:
- crie procedimentos claros e possíveis de serem cumpridos. Em caso de não
cumprimento, descubra a causa e atue;
- seja claro e objetivo na comunicação escrita ou oral;
- cumpra os horários marcados para compromissos;
- só existe dedicação e afinco quando as pessoas se comprometem com aquilo que
estão fazendo. Isso só ocorre com participação;
- ao atribuir uma determinada tarefa, esclareça sempre o por quê de sua execução.


Vantagens:
O Senso de Autodisciplina traz a conscientização da responsabilidade em todas as
tarefas, por mais simples que sejam. Os serviços são realizados dentro dos
requisitos de qualidade. Há a consolidação do trabalho em equipe e o
desenvolvimento pessoal.




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PINTURA DE MÓVEIS




 4.        RESÍDUOS DE MADEIRA E AS QUESTÕES AMBIENTAIS

 A indústria do setor moveleiro no Brasil, segundo dados da ABIMÓVEL - Associação
 Brasileira das Indústrias do Mobiliário, é constituída por cerca de 13.500 micros e
 médias empresas que utilizam como matéria-prima principal em seus produtos, a
 madeira maciça ou chapas de madeira reconstituída (aglomerado, MDF, OSB,
 compensado), deparando, portanto, em seus processos produtivos, com volumes
 cumulativos de resíduos que impactam diretamente as questões ambientais.
 Este setor pertence à cadeia produtiva de madeira e móveis, que pode ser
 segmentada em três grandes vertentes: o processamento eletrônico, o de papel e
 celulose, o de energia, representado pela lenha e carvão vegetal.
 A indústria de móveis situa-se na cadeia de processamento mecânico. Este
 segmento caracteriza-se pela utilização de madeira bruta e a aplicação de
 processos para seu desdobramento em três estágios:


 a) laminação, chapas / painéis e serrarias;
 b)compensados, lâminas, aglomerados, MDF, OSB, beneficiamentos e PMVA;
 c) móveis, embalagens, caixotaria, carpintaria, cabos construção civil, outros.


 A indústria de móveis, particularmente na cadeia da madeira e seus derivados,
 também utiliza como materiais o plástico, vidro, ferro, poliuretano, laminado plástico,
 tecido, espuma, entre outros, que eventualmente surgem como inovação de design
 ou interesse comercial. No Brasil, porém, a madeira, sob qualquer estágio de
 processamento, é a principal fonte de matéria-prima na produção industrial de
 móveis.
 Segundo dados da Revista da Madeira-projeto MADRES-PR, estima-se que
 somente no primeiro processo (laminação, chapas/ painéis e serraria), 50,71% do
 volume de toras de madeira (cerca de 19.255.000 m3) são transformados em
 resíduos e a maior perda se dá no beneficiamento da madeira, chegando, em alguns
 casos, ao extremo de até 80% de uma árvore desperdiçada entre o corte na floresta
 e a fabricação do móvel (IBQP-PR, 2003).




  34– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
Estes dados expressam a importância do setor na economia nacional e, também, a
preocupação que devemos ter com esta atividade industrial, tanto na preservação
ambiental como no uso racional dos recursos naturais que dispomos.
   •     Resíduos de Madeira
A geração de resíduos é conseqüência natural da transformação da madeira. Sua
origem é derivada imediata da transformação da madeira maciça ou painéis de
madeira reconstituída.
Os resíduos são classificados de acordo com suas características morfológicas,
sendo classes de resíduos como:
        cavacos (resíduos com dimensões máximas de 50x 20mm);
        maravalha (resíduo com mais de 2,5 mm);
        serragem (partículas com dimensões entre 0,5 a 2,5 mm);
        pó (partículas menores que 0,5 mm);
Os principais aspectos relacionados aos resíduos oriundos das empresas
moveleiras podem ser classificados quanto:


a) ao tipo de matéria-prima utilizada
No caso da madeira maciça o resíduo não é tóxico, podendo ser aproveitado em
granjas como forração para a criação de animais, e na agricultura para auxiliar na
retenção de umidade do solo.
No caso dos painéis de madeira processada, o aproveitamento de resíduo está mais
limitado à queima para geração de energia.
Nos dois casos, o descarte indevido pode causar poluição nos recursos hídricos,
inutilização de áreas que poderiam ser melhor aproveitadas e poluição de maneira
geral.


b) ao tipo de processo empregado
O maquinário mais moderno dispõe de recursos que reduzem perdas e coleta
resíduas com maior eficácia;


c) ao tamanho da empresa
Em pequenas empresas existe menor controle na geração de resíduos, na sua
coleta e reaproveitamento;

                                SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   35
PINTURA DE MÓVEIS




 d) a localização da empresa
 O aproveitamento dos resíduos pode ser facilitado pela proximidade de setores que
 os utilizem em seus processos.
 Pode-se verificar que o destino dos resíduos do setor moveleiro, ainda tão
 segmentado e diversificado, é tratado sem a devida preocupação. Fazem
 necessárias ações conjuntas entre empresários, poder público, instituições de
 ensino e pesquisa, órgãos de fomento e designers, na busca de um plano de
 desenvolvimento sustentável e para clarificar as vantagens de um móvel planejado
 do ponto de vista econômico e ambiental, estimulando um modelo de menor
 desperdício na matéria-prima de produção menos importante e de resíduo zero.




  36– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
5.        TECNOLOGIA DA PINTURA DE MÓVEIS

Com a evolução dos processos produtivos, o pintor de móveis passou a atuar com
diversos substratos. Agora, você vai conhecer os materiais mais utilizados na
indústria moveleira.

            5.1.     TIPOS DE SUPERFÍCIES:

Madeira Maciça (madeira de lei, pínus)


A madeira maciça foi a primeira matéria prima utilizada na fabricação de móveis. A
evolução dos móveis de madeira de lei (Jacarandá, Mogno, Imbuía, Cerejeira, Ipê,
etc...) intensifica-se a partir de 1930. Fazendo um paralelo com os tempos atuais a
madeira maciça de lei passou a ter fatores limitadores como:


     •   Escassez de madeira de lei (nativa);
     •   Alto custo e prejuízo que árvores nativas derrubadas causam ao meio
         ambiente;
     •   Alto custo de transporte. Estas árvores são nativas de Rondônia, Pará,
         Maranhão, etc;
     •   Impossibilidade de montagem de uma indústria com produção em larga
         escala, devido à falta de padronização da madeira de lei (uma árvore nunca é
         igual à outra) e sua tendência ao empenamento;
     •   O fato do móvel de madeira maciça ser pesado e não se adequar a
         arquitetura atual, que se caracteriza por ambientes pequenos.


A aplicação da Madeira de Lei na indústria de móveis se dá em:
     •   móveis artesanais;
     •   elementos que compõe o móvel (encabeçamento, molduras, apliques,
         puxadores, etc.);
     •   quando laminadas são utilizadas como revestimento para todo tipo de móvel.




                                  SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   37
PINTURA DE MÓVEIS




 Pínus
 É largamente utilizado, não apenas por ser uma espécie de rápido crescimento, mas
 também por que apresenta características favoráveis e reúne condições técnicas
 que proporcionam:


     •   Inúmeros tipos de acabamento devido a sua superfície lisa e homogênea;
     •   Maior usinabilidade (entalhes);
     •   Maior durabilidade;
     •   Estabilidade    dimensional   (confere   resistência   a   empenamentos   e
         deformações).


 Na indústria de Móveis é utilizado em:
     •   dormitórios;
     •   móveis de sala;
     •   móveis de cozinha, etc.


 Características da madeira maciça:
     •   Alta resistência física e mecânica;
     •   Durabilidade;
     •   Confere peso aos móveis.


     •   MDF
 O MDF é uma placa de fibra de madeira de média densidade; aproxima-se da
 madeira maciça, devido a sua consistência e sua aparência. É um material moderno,
 fabricado através do processamento de fibras de madeira secas aglutinadas por
 resinas de uréia e prensadas. O material é moldado em painéis lisos sob alta
 temperatura e pressão.
 Possui boas qualidades em função do acabamento, não empena e possibilita uma
 boa aparência, é resistente à umidade e não possibilita o ataque de insetos e
 fungos.



  38– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
Possuem dimensões com 2750 mm x 1830 mm e espessuras variadas de 6mm a
30mm.


Na indústria de Móveis é utilizado em:
   •   porta de banheiro
   •   porta de dormitórios
   •   porta de móveis para cozinha
   •   frente de gavetas
   •   lateral de gavetas
   •   móveis infantis
   •   estande
   •   móvel de escritório
   •   mesa de canto
   •   tampo de mesa
   •   moldura
   •   aplique
   •   cadeiras
   •   rack
   •   estrado de cama
   •   peças para estofados
   •   peças entalhadas, peças torneadas.


O MDF é a matéria-prima ideal para projetos de móveis ou outros, que apresentam
detalhes de usinage. Exemplo:


   •   Peças com bordas usinadas (molduras);
   •   Peças com detalhes usinados na face principal;
   •   Peças entalhadas.


   •   Aglomerado


                                SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   39
PINTURA DE MÓVEIS




 Material muito utilizado na produção de móveis em série, geralmente móvel popular
 e de baixo custo. Apresenta pouca resistência à umidade e pouca durabilidade, é
 resistente ao empeno e à expansão.
 O aglomerado é produzido com a aplicação de pressão e calor sobre partículas de
 madeira (cavaco) previamente coberta com adesivo e resina sintética (uréia quente),
 esta mistura aumenta também sua resistência aos insetos (cupins) devido à mistura
 de produtos químicos que matam os insetos e outros fungos.
 Pode ser encontrado em vários tamanhos: 2200mm a 2750mm de comprimento por
 1830mm de largura e sua espessura varia de 4mm a 30mm.


 O Aglomerado tem como características:
     •   Trabalhabilidade fácil e em qualquer direção (isenta de nós);
     •   Produto de alta tecnologia, gerando uma excelente padronização (garantia de
         especificação);
     •   Padrão de qualidade ao longo do tempo é mantido;
     •   Frente à alta tecnologia hoje existente também nas indústrias moveleiras, o
         aglomerado se constitui na matéria-prima básica ou principal para atender
         aos requisitos atuais do processo de produção que exige especificações
         técnicas rigidamente controladas;


 O Aglomerado tem como vantagens:
     •   A produção de móveis mais leves;
     •   Fácil conservação em função dos revestimentos e acabamentos utilizados;
     •   Móveis funcionais, podendo ser adaptados em pequenos ou grandes
         ambientes;
     •   Facilidade na composição de móveis e, em especial, para modulados com
         garantia de padronagem.


 Na indústria de Móveis é utilizado em:
     •   Dormitórios;
     •   Cozinhas;
     •   Estantes;


  40– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
•   Móveis de Sala;
•   Móveis de Escritório.




                            SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   41
PINTURA DE MÓVEIS




 A Durabilidade de um móvel feito de aglomerado depende de alguns fatores
 como:
     •   Espessura do painel em relação a utilização e desenho do móvel;
     •   Correta utilização de acessórios e acabamentos.


 Alguns cuidados que devemos ter na utilização do aglomerado:
     •   Fixação: deve ser efetuado com parafuso adequado e desenvolvido para
         madeira aglomerada (recomendável utilizar parafuso de corpo reto e rosca
         soberba, buchas plásticas com a devida pré-furação).
     •   Dobradiças: deve-se utilizar aquelas com fixação nas faces da chapa e
         parafusos com pré-furação. As mais indicadas são as dobradiças de caneca.
     •   Vedação do topo: além de estético (embelezamento do móvel) tem uma
         unção primordial que é a proteção do produto contra a ação da umidade ou
         água. A vedação deve ser colocada em todos os topos visíveis ou não. As
         mais utilizadas são: fitas de bordo (papel, plástica, ABS), perfis de madeira ou
         PVC.
     •   Acabamento das faces: deve ser feito em ambas as faces com o mesmo
         procedimento para garantia da estabilidade e função estética. Os resultados
         são lâminas de madeira, laminado plástico de alta pressão (Fórmica),
         revestimento melamínico (BP), pintura, revestimento F.F, Filme de PVC, etc.
     •   A montagem e desmontagem do móvel devem ser feitas por uma pessoa
         especializada (montador).
     •   O cliente/ usuário deve ser esclarecido que não é aconselhável a mudança do
         móvel na residência após a montagem, quando isto acontecer é indicado que
         o móvel seja totalmente esvaziado.
     •   A conservação e limpeza para todos os tipos de revestimento deverão ser
         feita com um pano umedecido com água, se necessário adicione detergente
         neutro. No caso das manchas persistirem utilize um pano macio levemente
         umedecido com água e álcool.
     •   Nunca utilize produtos abrasivos, como saponáceos, esponjas de aço e
         outros.
     •   O painel de aglomerado ao sair da fábrica de matéria-prima recebe um
         tratamento contra insetos, porém, deve ser evitado o contato com qualquer
  42– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
superfície infestado por cupins, porque todo produto derivado de madeira
       pode sofrer ação dos mesmos.
   •   Não deve ser exposto à ação direta da água ou em ambientes com muita
       umidade, pois é um produto proveniente de madeira, e por isso é sensível a
       seus efeitos podendo causar inchamento do móvel.


   •   Chapa de Fibra
Em paralelo ao desenvolvimento do compensado, surge a chapa de fibra (chapa
dura), utilizada em fundos de armários e gavetas.
Com o objetivo de aproveitamento dos resíduos de serrarias (depois de vários
experimentos e inúmeras tentativas), chegou-se a um método, que consiste em
picar, reaglutinar e obter uma pasta, que após sofrer resfriamento e beneficiamento,
deu origem à chapa de fibra de madeira.
Atualmente no Brasil a chapa de fibra é feita exclusivamente com fibras de Eucalipto
selecionadas e plantadas para este fim.


A Chapa de Fibra tem como características:
   •   Homogeneidade, planicidade, resistência mecânica;
   •   Podem ser fixados com pregos, grampos, colas, parafusos ou através de
       encaixes.


A Chapa de Fibra tem como vantagens:
   •   Excelente trabalhabilidade;
   •   Sua superfície lisa e plana é ótima para receber pinturas ou revestimentos;
   •   Na indústria moveleira é mais aplicado em fundo de móveis, em geral,
       gavetas e painéis semi-ocos.


Painéis compostos com chapa de fibra
São painéis prontos que proporcionam maior velocidade e ganho real na produção.
É mais uma opção de matéria-prima no processo de fabricação de móveis e
similares.
A composição dos painéis é revestida com chapas de fibras, com acabamento em
pintura alquídica-melaminica ou revestimento melaminico (BP baixa pressão), sendo
                                SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –       43
PINTURA DE MÓVEIS




 o miolo constituído por sarrafos de pínus colados entre si ou chapas de fibras de
 madeiras (FW – fiber wood).


 A fabricação do painel com miolo com sarrafeado de pínus se dá através do:
     •   Corte de pínus;
     •   Formação do “blockboard” - sarrafeado de pínus colados entre si (miolo);
     •   União das capas e miolo com cola branca (PVA) ou uréia-formoldeído;
     •   Prensagem e formação do painel.


 Miolo de fibra de madeira (FW – fiver wood):
     •   Remoção da casca de eucalipto;
     •   Desfibramento;
     •   Formação da chapa de fibras de madeira (FW – fiver wood) – miolo;
     •   Umidificação – climatização;
     •   União das capas e miolo com cola branca (PVA) ou resina uréiaformoldeído;
     •   Prensagem e formação do painel.


 As Vantagens dos painéis compostos são:
     •   Miolo de sarrafeado de pínus – Rigidez e alta resistência mecânica;
     •   Miolo de fibra de madeira (FW – fiver wood) – Estabilidade dimensional e
         resistência ao empenamento.


 Na indústria moveleira a aplicação é indicada:
     •   Miolo de sarrafeado de pínus – Para móveis sujeitos a grande esforços e
         superfícies de trabalho (tampos) por possuir alta resistência mecânica;
     •   Miolo de fibra de madeira (FW – fiver wood) – Ideal para peças de móvel com
         grande dimensão por possuir excelente estabilidade dimensional e resistência
         ao empenamento.




  44– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
5.2.     PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE

A importância e as finalidades do Lixamento


Todo fabricante de móvel quer que seu produto tenha uma boa qualidade de pintura
e que seu trabalho seja reconhecido. Para isso, deve sempre aplicar produtos de
envernizamento e pintura de boa qualidade.


O primeiro passo para se obter uma boa pintura ou o envernizamento da madeira é
o lixamento. Às vezes deixado de lado, outras vezes feito de forma errada, o
lixamento é um dos pontos importantes para se obter uma boa cultura ou
envernizamento de qualidade.


O objetivo do lixamento é eliminar as marcas de serra e plaina, nivelar e alisar a
superfície, permitindo uma perfeita ancoragem do fundo ou do verniz a ser aplicado.
Deve-se observar qual o tipo de madeira, o tipo de peça (maciço ou folheado) e
equipamento que será utilizado para lixar.


O lixamento é dividido em três etapas: a calibração, o semi-acabamento e o
acabamento. Isso sem usar lixas de grãos muito diferentes. Em cada etapa é
preciso usar duas ou três lixas que não tenham uma diferença de mais de duas
granas, ou números consecutivos.


a) Calibração
Nesta etapa serão corrigidas as irregularidades mais grosseiras da superfície da
madeira. É o momento de tirar a maior quantidade de material da madeira.
Durante a calibração, cerca de 60% de toda a madeira que será removida no
lixamento deve ser tirada. Mas isso depende da sua experiência. Só você pode
calcular quanto deve tirar de madeira durante cada etapa. Use lixas mais grossas,
como a lixa #50 ou #60. Faça movimentos de vaivém no sentido dos veios da
madeira para não provocar ranhuras.
Atenção para não pular mais de dois números em cada lixamento. Se você começou
com a lixa #50, use em seguida a lixa #60, ou no máximo a lixa #80.
Essa fase pode ser feita em máquinas operatrizes ou lixadeiras de cinta larga.

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PINTURA DE MÓVEIS




 b) Semi-acabamento
 Nesta etapa você vai eliminar os riscos deixados pelas lixas grossas na madeira,
 cerca de 30% de tudo que será removido nas três etapas. Use duas ou três lixas de
 grãos médios, como #80, #100 ou #120, e não pule mais de dois grãos entre cada
 lixamento. Faça movimentos de vaivém ainda no sentido dos veios da madeira.
 Nesta fase você também pode usar a lixadeira de cinta estreita.


 c) Acabamento
 A terceira etapa do lixamento é a que deve ser mais cuidadosa, pois é o toque final
 do seu trabalho. Use lixas de grão finas, como #150, # 180 e #220, e faça o trabalho
 manualmente ou numa máquina de cinta estreita. Não pule nenhum número entre
 uma lixa e outra; faça movimentos de rotação e não pressione com força a lixa
 contra a madeira. Nesta etapa você vai remover cerca de 10% de toda a madeira
 removida nas três etapas.
 Se você quiser fazer um lixamento ainda mais refinado, use no final uma lixa muito
 suave, #280 até #600, fazendo os mesmos movimentos. Para acabamentos finos,
 também existe uma lixa especial (A219, da Norton), que vem com uma substância
 lubrificante (No Fil ou estearato de zinco) e evita o empastamento da lixa, deixando
 o móvel ainda mais bem acabado e pronto para aplicar vernizes ou seladoras.


     •   Utilização de Lixas
 Devemos começar com as lixas mais grossas, depois as médias e por fim as finas,
 para obtermos um bom acabamento.
 As lixas são classificadas de acordo com o grau de abrasividade, medido pelo
 tamanho do grão. Ou seja, quanto mais grosso for o grão abrasivo, mais áspera será
 a lixa e maior poder de lixamento ela terá. As lixas são identificadas por números (#)
 que vão de 16 a 600. A lixa # 16 é a de grão mais grosso do mercado e a # 600, do
 mais fino.
 Este valor se define como grana de uma lixa abrasiva. Quanto maior for o número de
 grana menor será a retirada do material conseguida. O tipo de grana da lixa está
 diretamente ligado ao tipo do trabalho ao qual está sendo utilizada.
 Para se obter uma superfície bem lixada, deve-se usar, no mínimo, quatro lixas, para
 a obtenção de uma superfície sem rachaduras e bem polida. É importante entender


  46– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
que uma superfície bem lixada, não é aquela bem lisa, mas, a que apresenta uma
uniformidade de textura.


As lixas devem ser usadas numa ordem progressiva e nunca ultrapassar a 50% em
relação a abrasividade da lixa anterior.


Como efetuar o lixamento da madeira
O lixamento, tanto na fase da preparação da madeira, quanto após a camada de
base, tem que ser feito no sentido das fibras da madeira. Deve-se tomar cuidado
quanto ao lixamento no sentido transversal (lixamento cruzado), pois os riscos
ocasionados podem ser nítidos após o acabamento final. O lixamento cruzado pode
ser causado nas máquinas lixadeiras de cilindro ou contato, ou muitas vezes por
descuidos do operador em lixas fitas manuais. Existem várias maneiras de se
efetuar o lixamento da madeira:


   •   Manual - com lixadeira de cinta (portátil) e lixadeira orbital.




                                   Lixadeira de Cinta




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PINTURA DE MÓVEIS




                                   Lixadeira Orbital




     •   Eletromecânica – lixadeira de cinta (coluna)




     •   Automática – lixadeira banda larga




 Com qualquer um dos sistemas, devemos tomar cuidado ao fixarmos superfícies
 curvas, para não deformarmos a peça.

  48– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
Podemos retirar a poeira da lixa, mas não há como evitar o seu desgaste. A lixa
deve ser trocada sempre que estiver desgastada.


Lixadeira de Cinta Lixadeira Orbital


   •   Processo de Execução do Lixamento Manual


1° PASSO – Prenda a peça de modo a poder lixar no sentido das fibras.
Observação: Use calços de proteção ao prender a peça.


2° PASSO – Escolha e ajuste a lixa no lixador, firmando as sobras com os dedos
nas laterais do mesmo.




Observação: Use as lixas em ordem decrescente de granulação.
3° PASSO – Pressione e impulsione o lixador com movimentos de vaivém no
sentido das fibras.




a) Lixe, deslocando o lixador lateralmente até completar o lixamento de toda
superfície.


b) Repita esta operação até que a superfície fique nas condições
desejadas.



                              SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   49
PINTURA DE MÓVEIS




 Observações: Nas superfícies folheadas, cuide para não vazar a lâmina.


 Em superfícies curvas ou com formatos diversos, lixe manualmente ou construa
 lixadores especiais.


 Lixamento dos Fundos / Seladores
 Os fundos seladores devem estar bem secos para serem lixados. Pode-se verificar,
 fazendo um pequeno teste de lixamento. Se formarem gruminhos na lixa, o fundo
 não está seco; se na lixa ficou apenas pó branco, já está suficientemente seco.
 Para seladora nitro, deve-se usar sempre para lixamento uma lixa fina e progressiva.
 Por exemplo, se na madeira for usada como última lixa, de grana 180, na seladora
 deve-se continuar o lixamento com uma grana de 400 ou até 600.


 Nos fundos poliuretano, devemos proceder da maneira que procedemos ao lixar o
 selador fundo nitro, isto é, aumento gradativo das granas até finalizarmos com um
 grana bem fina.


 Para iniciar o lixamento, deve-se respeitar o tempo de secagem indicado pelo
 fabricante do produto.


 NÃO SE ESQUEÇA...
 Devemos lixar sempre no sentido do veio da madeira, para não provocarmos
 ranhuras na sua superfície.

            5.3.    PRODUTOS DE ACABAMENTO

 Não adianta caprichar em todos os detalhes da confecção de um móvel se o
 acabamento estiver mal feito. O processo de acabamento protege a madeira,
 formando uma película isolante que dá maior durabilidade e também embeleza a
 peça. Sua importância se equipara às etapas do corte, montagem e lixamento.
 Os cuidados básicos não se restringem à aplicação da tinta e do verniz.


 Começam bem antes, na preparação do ambiente e do produto a ser usado.
 Assim, o local reservado para fazer o acabamento precisa estar livre de pó ou de
 qualquer partícula estranha e a madeira deve ser bem lixada, evitando que a pintura
  50– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
ou o envernizamento apresente imperfeições. Enfim, todo o trabalho pode ser
desperdiçado se o produto for aplicado numa superfície preparada de forma
inadequada.


   •   Tintas e vernizes


A Tinta é uma composição química líquida pigmentada que, ao ser aplicada, se
converte em filme sólido por mecanismos característicos de cada tipo de tinta.
Os vernizes são como as tintas, mas não possuem pigmentos, pois são
transparentes.
Ambos possuem funções próprias, são usados para decoração e em formas de
películas protetoras de superfícies (verniz). É o caso de armários, portas de madeira,
móveis em geral.


Defeitos Originários das Tintas e Vernizes


1) Aglomeração: São partículas sólidas não solúveis no meio.
2) Incompatibilidade: A tinta se apresenta totalmente grosseira. A resina não
mistura com o pigmento.
3) Flutuação: Quando sobre a superfície da tinta, separam-se vários pigmentos, e
mesmo homogeneizado voltam a se separar, rapidamente.
4) Sedimentação: Acontece na hora do preparo do produto. Antes de serem
usados, o verniz ou a tinta devem ser misturados por inteiro e não apenas na
superfície, para ficarem bem homogêneos. Quando essa mistura não é feita ou
então acontece de maneira incorreta, as cargas ou pigmentos do produto ficam
sedimentados no fundo do recipiente. Se usado na madeira desse jeito, provoca um
brilho excessivo, inadequado quando deveria ser fosco, além de oferecer uma
cobertura falha. Este é um erro grave na preparação do produto para o acabamento.
5) Gelatinização: O tipo de diluente e a quantidade usada são importantes para se
evitar alterações na viscosidade do produto e uma possível gelatinização. O ideal é
usar apenas os diluentes especificados pelo fabricante, na embalagem.
O uso da aguarrás em produtos inadequados, por exemplo, dá um aspecto
gelatinoso e impede a utilização.


                                SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –     51
PINTURA DE MÓVEIS




 Processos de secagem


 Existem diversos processos de secagem tendo em vista suas formulações.
 • Secagem por Evaporação: Tão logo o solvente evapore, a película seca adquire
 suas propriedades, são os casos das lacas, vernizes N.C., tintas (vinílicas), etc.
 • Secagem de Oxidação: Uma vez o filme, evapora-se o solvente e começa a
 oxidação que reage com a resina presente, formando um filme duro após 24 horas,
 são os casos das tintas sintéticas.
 • Secagem por Reação: São as chamadas tintas de dois componentes. A tinta e o
 agente de cura (catalisador) são fornecidos separadamente. Os dois componentes
 devem ser misturados antes do uso. A mistura tem um tempo de vida útil limitado.
 Exemplo: Poliuretano, Epóxi.


     •   Composição básica das tintas e vernizes:


 Resinas – é o formador de película. Sem a presença da resina os demais
 componentes não teriam aderência junto aos substratos. É sem dúvida o
 componente mais importante de uma tinta.
 As tintas podem ser classificadas segundo as resinas que as compõem; teremos,
 portanto, assim, produtos sintéticos, poliuretano, nitro, acrílico, epóxi, etc.


 Produtos Nitro-Celulose - São produtos que secam por evaporação de solventes.
 Logo por ser um mecanismo meramente físico, a secagem é rápida e reversível, o
 que quer dizer que os produtos N.C. não resistem ao contato com solventes.
 Seu revestimento é de baixo sólido, e tem boa secagem e boa lixabilidade.


 Produtos SH ou Lacas Curáveis - Ainda hoje são largamente utilizados por muitos
 fabricantes de móveis. Como primeiras características são produtos de maior dureza
 que as lacas e poliuretanos, porém pelo quimismo da reação, apesar da secagem
 mais rápida que um poliuretano, não tem a mesma elasticidade. Ao contrário dos
 produtos N.C. podem ser limpos álcoois, não mancha, não tem problema de
 amarelamento em relação aos produtos PU que são mais econômicos.




  52– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
Produtos Sintéticos - Produtos à base de alquídicas, com secagem mais lenta que
todo sistema e com tendência a amarelamento em exterior. Por sua natureza não
tem resistência a ácidos e solventes fortes.
Seu uso é pouco difundido na indústria de móveis, no entanto, acrescentamos aqui
por considerarmos como uma alternativa a nível industrial. Por outro lado, pode ser
usado em pinturas de móveis domésticos e em acabamento de móveis para jardim.


Produtos Poliuretanos - Película resultante de uma reação poliol hidroxilada (OH),
com produtos que contenham grupos isocianato livres (NCO) é, pois, uma tinta bi-
componentes.


Existem dois tipos de isocianato:


   •   Aromáticos – São produtos constituídos de alta resistência química e física,
       mas, que expostos à luz solar, têm tendência a amarelar.
   •   Alifáticos – Apresentam as mesmas características dos Aromáticos, porém,
       não têm tendência ao amarelamento.
Em geral, constituem em resinas de maior resistência química e física e, além disso,
apresentam resistência ao contato com solventes, conseguindo produtos com alto
brilho e com boa retenção do mesmo. Ao lado da grande dureza, apresentam
grande elasticidade, porém são produtos de secagem mais lenta.
Apesar a lixabilidade mais demorada no contexto geral das tintas e vernizes, são
produtos que reúnem o maior número de vantagens não só para o uso de
revestimento de móveis, mas também em outros ramos da atividade industrial.
É importante salientar que devido à alta reatividade do isocianato com a umidade os
produtos PU, antes da secagem final, são sensíveis à água.


Pigmentos – são constituídos de pó insolúveis no meio e conferem cor e cobertura
a uma tinta. Obviamente, vernizes não são pigmentados.
Cargas – São produtos que acrescentados aos pigmentos, aumenta a cobertura,
diminuem o brilho, dão lixabilidade, etc.




                                 SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   53
PINTURA DE MÓVEIS




 Aditivos – São produtos que adicionados em pequenas quantidades dão ao produto
 propriedades especiais. Entre elas podemos citar um melhor alastramento, um anti-
 bolha, um anti-cratera, etc.
 Solventes - São líquidos voláteis que solubilizam a resina, diminuindo a viscosidade
 do produto. Sabe-se que uma tinta constituída de apenas resina e pigmentos seria
 extremamente pastosa e difícil de ser aplicada.
 Recomenda-se o uso de solvente estritamente necessário, pois o acréscimo de
 solvente a um produto nunca irá melhorar o seu rendimento, ao contrário, aumentará
 o consumo, o custo com o número de mãos necessárias para se atingir uma boa
 qualidade na pintura.
 Função: Medir a capacidade que um líquido possui de dissolver ou não uma
 determinada resina. São eles:


     •   Verdadeiros: Quando dissolve uma resina em qualquer proporção:
     •   Exemplo: A nitro-celulose tem como solventes verdadeiros, metil-etilcetona,
         acetato de etila, etc.
     •   Latentes: Quando puros não dissolvem a resina, mas misturados aos
         solventes verdadeiros se tornam bons solventes. Exemplo: em relação a nitro-
         celulose os álcoois são latentes.
     •   Não-Solventes: não tem nenhum poder de solvência e são tolerados em
         pequenas proporções.Exemplos: Em relação a nitro-celulose, o toluol, o xilou,
         etc.


 Defeitos originários do mau uso do solvente


     •   Falta de solvente: O filme aplicado apresentará mau nivelamento, aspecto
         conhecido como casca de laranja.
     •   Solvente em excesso: Poderá ocorrer escorrimento, falta de cobertura, baixa
         espessura no filme e mau enchimento.
     •   Solvente muito volátil: Se os solventes usados tiverem uma taxa de
         evaporação muito alta, o filme facilmente apresentará névoas, casca de
         laranja, alta espessura, dificuldade na aplicação e no retoque. Além disso,
         provocam fervuras ou bolhas.

  54– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
Tingidor - Tingir madeira consiste em colorir, uniformizar ou alterar a tonalidade
original da madeira, sem prejuízo da beleza, conservando as suas fibras, inclusive,
realçando-as.
São utilizados, no processo de tingimento, produtos especialmente preparados e
dissolvidos que, combinados em suas cores e dissoluções, proporcionam as
tonalidades desejadas, exigindo atenção e habilidades na sua aplicação, evitando
manchas.


Recomendações finais
   •   Homogeneizar perfeitamente todo produto antes da aplicação;
   •   Procurar estocar as tintas em condições de boa ventilação, temperatura,
       ausência de chamas, faíscas elétricas, danos mecânicos, etc;
   •   Observar o tempo de estocagem dos produtos, procurando fazer o rodízio dos
       lotes que o produto armazenado mais tempo seja utilizado em primeiro lugar;
   •   Produtos catalisados devem seguir orientações do fornecedor.
   •   Tipos de superfícies: Madeira Maciça (madeira de lei, pínus), MDF,
       Aglomerado, Chapa de Fibra.
   •   O lixamento é importante para eliminar marcas, nivelar e alisar a superfície.
   •   Etapas do lixamento: Calibração – Etapa onde é corrigida a irregularidade
       mais grosseira da superfície da madeira; Semi-acabamento – Elimina os
       riscos deixados pelas lixas grossas; Acabamento – Toque final do trabalho.
   •   As lixas são classificadas de acordo com o grau de abrasividade, medido pelo
       tamanho do grão, ou seja, quanto mais grosso for o grão, mais áspera será a
       lixa e maior poder de lixamento ela terá.
   •   O lixamento deve ser feito sempre no sentido das fibras da madeira.
   •   Maneiras de efetuar o lixamento da madeira: manualmente (lixadeira de
       cinta), lixadeiras orbitais, elétricas e lixadeira de banda larga.
   •   A tinta é composta, basicamente, das seguintes substâncias: pigmento,
       veículo ou aglutinador, solvente ou redutor e aditivo. O pó colorido presente
       na mistura que constitui a tinta é denominado pigmento. O líquido que contém
       o pigmento e o torna fácil de se espalhar é chamado de veículo ou
       aglutinador. Já os vernizes não são pigmentados.
                                  SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –    55
PINTURA DE MÓVEIS




     •   O solvente é um líquido volátil que solubiliza a resina, diminuindo a
         viscosidade do produto.
     •   O tingidor serve para colorir (tingir) a madeira, conservando suas fibras.
     •   Cada produto possui uma “carteira de identidade” chamada boletim técnico.
     •   Leia sempre o boletim antes de utilizar o produto.


 Cuidado!
 O boletim só serve para o produto da empresa fabricante.
 Nunca use boletim de fornecedor diferente.

            5.4.     EQUIPAMENTOS PARA ACABAMENTO

 Tipos de Pistolas:
 Pistola convencional; tanque de pressão; sistema airless; sistema airmix; sistema
 eletrostático.


 - Pistola Convencional
 A tinta é pulverizada com auxílio de ar comprimido, que arrasta a tinta e a subdivide
 em gotículas minúsculas no bico de fluído. O reservatório é acoplado à pistola.
 Divide-se em:


     •   Pistola a sucção. O produto é sugado da caneca através do cano de sucção
         e enviado para o bico de fruído;
     •   Pistola a gravidade. O produto desliza naturalmente para o bico de fluído.


 - Tanque de Pressão
 Diferencia-se da pistola convencional pelo fato do reservatório ser separado da
 pistola e sua capacidade acima de 1 litro. Usado geralmente em média e grande
 escala.




  56– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
Figura 1 - Pistola de Gravidade




   Figura 2 - Pistola de Sucção




     SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   57
PINTURA DE MÓVEIS




                             Figura 3 - Pistola Convencional




  58– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
Figura 4 - Tanque de Pressão




  SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   59
PINTURA DE MÓVEIS




 Limpeza de Pistola




     •   Filtro de Ar
 O ar deve ser filtrado de modo a separar a água condensada. Este filtro deve ser
 purgado freqüentemente para não causar inconvenientes à pintura. A pressão do ar
 deve ser regulada de 25 a 30 libras em acabamentos normais.




  60– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
•   Agitador
Os tanques de pressão são providos de agitadores que podem ser movidos
manualmente ou com motores pneumáticos. Deve-se cuidar da limpeza para um
bom funcionamento e não entupimento da pistola.

          5.5.     PROCESSO DE PINTURA PARA ACABAMENTO DE MÓVEIS

PROCESSO PEÇA Nº 01 – ACABAMENTO TINGIDO NITRO
- 1º passo: aplicação de uma demão de seladora à pistola;
- 2º passo: secagem e lixamento com lixa 320;
- 3º passo: aplicação de uma demão de seladora à pistola acrescida de 5% de
tingidor concentrado;
- 4º passo: secagem e lixamento com lixa 320;
- 5º passo: aplicação de uma demão de verniz sintético à pistola.


PROCESSO PEÇA Nº 02 – ACABAMENTO NITRO
- 1º passo: aplicação de uma demão de seladora à pistola;
- 2º passo: secagem e lixamento com grana 320;
- 3º passo: aplicação de uma demão de seladora à pistola;
- 4º passo: aplicação de uma demão de verniz sintético à pistola.


PROCESSO PEÇA Nº 03 - ACABAMENTO TINGIDO PU BRILHANTE
- 1º passo: aplicação de uma demão de tingidor à boneca (pode ser aplicado diluído
5% no fundo PU e aplicado a pistola);
- 2º passo: secagem;
- 3º passo: aplicação de duas demãos de fundo PU à pistola;
- 4º passo: secagem e lixamento com lixa grana 280/320;
- 5º passo: aplicação de uma demão de verniz PU brilhante à pistola.


PROCESSO PEÇA Nº 04 - LAQUEADO NITRO
- 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer nitro à pistola;
- 2º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220;
- 3° passo: repetir passos 1° e 2°;
- 4° passo: aplicação de uma demão de laca nitro à pistola.

                                SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso –   61
PINTURA DE MÓVEIS




  Obs. Se quiser obter efeito de profundidade aplicar 1 demão de verniz transparente.


 PROCESSO PEÇA N° 05 – LAQUEADO P.U. BRILHANTE
 - 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola
 - 2º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220
 - 3º passo: repetir passos 1° e 2°
 - 4º passo: aplicação de uma demão de laca PU brilhante à pistola


 Obs. Se quiser obter efeito de profundidade aplicar uma demão de verniz
 transparente.


 PROCESSO PEÇA Nº 06 – EFEITO MÁRMORE À BONECA
 - 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola;
 - 2º passo: aplicação de uma demão de massa estuque utilizando espátula (corrigir
 possíveis defeitos);
 - 3º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220;
 - 4° passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU á pistola;
 - 5° passo: secagem e lixamento com lixa grana 320;
 - 6º passo: aplicação de uma demão de laca fosca PU à pistola;
 - 7º passo: aplicação de uma demão de tingidor e diluente rápido à boneca para a
 formação do efeito – (tingidor mármore ou concentrado + diluente rápido);
 - 8º passo: aplicação de uma demão de verniz PU à pistola;
 - 9º passo: secagem e lixamento com lixa grana 600/1200;
 - 10º passo: aplicação de uma demão de verniz PU à pistola.


 PROCESSO PEÇA Nº 07 – EFEITO MÁRMORE À PISTOLA
 - 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola;
 - 2º passo: aplicação de uma demão de massa estuque utilizando espátula (corrigir
 possíveis defeitos);
 - 3º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220;
 - 4° passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU á pistola;
 - 5° passo: secagem e lixamento com lixa grana 320;
 - 6º passo: aplicação de uma demão de laca fosca PU à pistola;


  62– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
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  • 1. FIEMT FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS NO ESTADO DE MATO GROSSO SENAI SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DEPARTAMENTO REGIONAL DE MATO GROSSO PINTURA DE MOVÉIS
  • 2. Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso – FIEMT MAURO MENDES FERREIRA Presidente SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Departamento Regional de Mato Grosso MAURO MENDES FERREIRA Presidente do Conselho Regional do SENAI/MT GILBERTO GOMES DE FIGUEIREDO Diretor Regional do SENAI-DR/MT
  • 3. PINTURA DE MOVÉIS Cuiabá/MT 2007
  • 4. © 2007. SENAI – Departamento Regional de Mato Grosso. Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. SENAI-DR/MT Gerência de Educação e Tecnologia – GETEC Unidade de Desenvolvimento em Educação Inicial e Continuada SENAI, Departamento Regional de Mato Grosso. Pintura de Móveis do SENAI/MT / SENAI – Departamento Regional de Mato Grosso - Cuiabá, 2007 90p. : il. 1. Higiene e Segurança no Trabalho; 2. Empreendedorismo, Ética e Cidadania; 3. Qualidade no Processo “5S”; 4. Resíduos de Madeira e as Questões Ambientais; 5. Tecnologia da Pintura de Móveis; 6. Pintura em Móveis de Madeira; CDU 674.23 SENAI-DR/MT Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Departamento Regional de Mato Grosso Av. Historiador Rubens de Mendonça, 4.301 – Bairro Bosque da Saúde - CEP 78055-500 – Cuiabá/MT Tel.: (65) 3611-1500 - Fax.: (65) 3611-1557 dr@senaimt.com.br - www.senaimt.com.br
  • 5. Sumário 1. HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO................................................................................................6 1.1. HIGIENE..........................................................................................................................................................6 1.2. SEGURANÇA NO TRABALHO...........................................................................................................................6 2. EMPREENDEDORISMO, ÉTICA E CIDADANIA ....................................................................................15 2.1. EMPREENDEDORISMO...................................................................................................................................15 2.2. ÉTICA E CIDADANIA.....................................................................................................................................23 3. QUALIDADE NO PROCESSO “5 S”.............................................................................................................30 4. RESÍDUOS DE MADEIRA E AS QUESTÕES AMBIENTAIS..................................................................34 5. TECNOLOGIA DA PINTURA DE MÓVEIS................................................................................................37 5.1. TIPOS DE SUPERFÍCIES:................................................................................................................................37 5.2. PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE.......................................................................................................................45 5.3. PRODUTOS DE ACABAMENTO......................................................................................................................50 5.4. EQUIPAMENTOS PARA ACABAMENTO..........................................................................................................56 5.5. PROCESSO DE PINTURA PARA ACABAMENTO DE MÓVEIS...........................................................................61 5.6. PRÁTICA DE PINTURA..................................................................................................................................64 5.7. OS PRINCIPAIS DEFEITOS DA PINTURA........................................................................................................74 6. PINTURA EM MÓVEIS DE MADEIRA.......................................................................................................76 6.1. PRODUTOS UTILIZADOS NA PINTURA DE UM MÓVEL:.................................................................................76 6.2. EQUIPAMENTOS DE PINTURA.......................................................................................................................78 6.3. AMBIENTE DE ACABAMENTO.......................................................................................................................80 6.4. TÉCNICAS PARA SE OBTER UMA BOA APLICAÇÃO À PISTOLA......................................................................83 6.5. INSTRUMENTOS DE CONTROLE PARA OBTENÇÃO DE UM BOM ACABAMENTO............................................83 6.6. LIXAMENTO, TINGIMENTO E EMASSAMENTO..............................................................................................86 6.7. APLICAÇÃO DE PRODUTOS TRANSPARENTES OU PIGMENTADOS (LAQUEADOS).........................................87 6.8. POLIMENTO..................................................................................................................................................88 6.9. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES................................................................................................................88 REFERÊNCIAS...................................................................................................................................................91 SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 5
  • 6. PINTURA DE MÓVEIS 1. HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO 1.1. HIGIENE A higiene consiste numa prática de grande benefício para os seres humanos. Significa limpeza, asseio e é responsável pela prevenção de inúmeras doenças físicas. Por isso, para ter uma vida mais longa e saudável, tornando-se um profissional respeitado, competente e produtivo, você precisa ter saúde. Um dos passos para isto depende muito de você: são os cuidados com a higiene pessoal, tanto em casa quanto no trabalho. A higiene pessoal engloba tudo aquilo que se faz para evitar que o corpo e as roupas atraiam e abriguem microorganismos prejudiciais à saúde. Tomar banho, lavar bem as mãos, o rosto e os cabelos eliminam as impurezas da pele. Parece simples e fácil... Mas com o passar do tempo, com a rotina, com pressa, muitas vezes descuidamos de detalhes essenciais. De nada adianta tomar cuidado só no trabalho, pois os microorganismos ficam transitando de um ponto para outro, junto com você. Por isso realize uma higiene pessoal ao deixar seu ambiente de trabalho, para não levar para casa eventuais resíduos. Você sabia? Que uma boa higiene corporal acaba com 90% dos micróbios da pele, mas depois de 8 horas eles voltam a atingir os mesmos níveis anteriores. O cheiro do suor, por exemplo, é resultado da ação dos micróbios. 1.2. SEGURANÇA NO TRABALHO É o conjunto de medidas técnicas, médicas e educacionais, empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando condições inseguras do ambiente de trabalho, quer instruindo ou convencionando pessoas na implantação de práticas preventivas. 6 – SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 7. Equipamentos de proteção do trabalhador Para evitar os riscos de acidentes no trabalho e proteger os profissionais, existem várias medidas que podem ser tomadas. Algumas, inclusive, são obrigatórias por lei. Um dos mais eficientes meios de proteger a sua vida e evitar doenças ocasionadas por agentes físicos, químicos ou biológicos é utilizar os equipamentos de proteção. Eles estão classificados em Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e Equipamentos de Proteção Individual (EPI). • Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) São instrumentos que beneficiam o grupo como um todo, buscando reduzir os riscos que eventualmente cada profissional possa sofrer. Geralmente, tais equipamentos estão voltados principalmente para o ambiente. Os EPCs devem ser mantidos nas condições que os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre que apresentarem qualquer deficiência. Alguns exemplos de EPC: • Exaustores de poeiras, vapores, gases nocivos; • Extintores de incêndio; • Dispositivos de proteção em escadas, corredores, etc; Para que servem Os EPCs servem para proteger o trabalhador de: • agentes físicos: umidade, vibração, irradiação, ruído, calor e frio; • agentes químicos: substâncias tóxicas, corrosivas, radiação etc; • agentes biológicos: bactérias, vírus, parasitas, animais peçonhentos, etc; Quando não for possível adotar medidas de segurança de ordem geral, para garantir a proteção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar os EPI´s. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 7
  • 8. PINTURA DE MÓVEIS • Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Instrumentos de uso pessoal, que têm por finalidade proteger a integridade física e a saúde do trabalhador, diminuindo ou evitando lesões que podem decorrer de acidentes. Existem EPIs para proteção de praticamente todas as partes do corpo. Veja alguns exemplos: • Olhos: óculos de segurança, que evita a cegueira total ou parcial e a conjuntivite. É utilizado em trabalhos em que existe o risco de impacto de estilhaços e cavacos e respingos de produtos químicos. • Vias respiratórias: máscaras e protetor respiratório, que têm como objetivo evitar a inalação de poeiras, névoas e vapores orgânicos (thiner, tintas, vernizes). • Ouvidos: protetor auditivo. Deve ser usado sempre que o ambiente apresentar níveis de ruído superiores aos aceitáveis, de acordo com a norma regulamentadora. • Mãos e braços: luvas de PVC ou látex. O uso delas impede um contato direto com materiais cortantes, abrasivos, aquecidos ou com substâncias corrosivas e irritantes. • Pés: calçados de segurança, que protegem os pés contra eletricidade e umidade. Devem ser utilizadas em ambientes úmidos e em trabalhos que exigem contato com produtos químicos. • Tronco: avental de PVC, que protege contra respingos de produtos químicos. Responsabilidades: A lei determina que os EPIs sejam aprovados pelo Ministério do Trabalho, mediante certificados de aprovação (CA). As empresas devem fornecer os EPIs gratuitamente aos trabalhadores que deles necessitarem. A lei estabelece também que é obrigação dos empregados usar os equipamentos de proteção individual onde houver risco, assim como os demais meios destinados a sua segurança. 8 – SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 9. É obrigação do empregador: • fornecer os EPI adequados ao trabalho. • instruir e treinar quanto ao uso dos EPI. • fiscalizar e exigir o uso dos EPI. • repor os EPI danificados. É obrigação do trabalhador: • usar e conservar os EPI. Não é qualquer EPI que atende à legislação e protege o trabalhador. Apenas aqueles que têm o número do CA e a marca do fabricante gravada no produto é que oferecem proteção efetiva. Cabe ao trabalhador zelar pela própria segurança, recusando os EPIs que não tenham o CA e a identificação clara do fabricante! • Controle e Conservação dos equipamentos de proteção Cabe ao setor de segurança da empresa, juntamente com outros setores competentes, estabelecer o sistema de controle adequado. A conservação dos equipamentos é outro fator que contribui para a segurança do trabalhador. Portanto, cada profissional deve ter os seus próprios equipamentos e deve ser responsável pela sua conservação. Lembre-se! Se cada um de nós pensarmos e atuarmos com segurança, os acidentes praticamente poderão ser eliminados. Faça sua parte. • Doenças e Acidentes do Trabalho: Prevenir riscos à saúde e garantir um ambiente seguro trazem vantagens para todos. A prevenção é obrigatória por lei. A Norma Regulamentadora nº 9, do Ministério do Trabalho, que cria o Programa de Prevenção de Risco Ambiental (PPRA), determina ações no ambiente de trabalho para evitar riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 9
  • 10. PINTURA DE MÓVEIS Certas substâncias químicas utilizadas nos processos de produção industrial são lançadas no ambiente de trabalho intencional ou acidentalmente. Essas substâncias podem apresentar-se nos estado sólido (poeiras), líquido (ácidos, solventes e tintas) e gasoso (gás), causando danos à saúde. • Doenças Ocupacionais: A constância e a intensidade de determinadas atividades na marcenaria podem provocar a chamada doença ocupacional. Veja as principais doenças ocupacionais que podem ocorrer em uma marcenaria e como preveni-las: • Doenças das vias respiratórias As vias respiratórias é a principal porta de entrada dos agentes químicos, porque respiramos continuadamente, e tudo o que está no ar vai direto para o pulmão. Causas: Algumas pessoas são mais sensíveis ao pó produzido nas oficinas. Esse pó possui substâncias químicas encontradas na própria madeira, como é o caso do cedro vermelho, além de tintas, produtos químicos e umidade. Sintomas: Falta de ar, irritação no nariz, boca, garganta e tosse noturna. Prevenção: Uso de máscaras (simples ou com filtro), instalação de coletores de pó nas máquinas, de vaporizadores (equipamentos que umedecem o ambiente, eliminando do ar as partículas da poeira), de ventiladores e exaustores. • Doenças de pele Causa: Estão relacionadas à sensibilidade de algumas pessoas aos produtos químicos. A maneira mais comum da penetração pela pele é o manuseio e o contato direto com os produtos perigosos, que podem causar câncer e doenças de pele conhecidas como dermatoses. 10– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 11. Sintomas: Geralmente atingem mãos e braços, partes do corpo mais expostas ao pó do ambiente, causando coceira, erupções e vermelhidão. Prevenção: Uso de luvas tradicionais ou químicas (à base de pastas que são colocadas nas mãos, formando uma película protetora), uso de uniforme com mangas até o punho e uso de boné ou capacete. • Doenças do sistema digestivo Causas: comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que ficaram muito tempo expostas a produtos químicos. Sintomas: enjôo, mal-estar, ânsia de vômito, dores abdominais. Prevenção: Lavar bem as mãos antes de ingerir o alimento e evitar excesso de exposição aos produtos químicos. • Doenças da via ocular Causas: Relacionadas à sensibilidade de algumas pessoas aos produtos químicos e resíduos que permanecem no ar. Sintomas: Irritação nos olhos e conjuntivite. Prevenção: Além do uso dos óculos de proteção, é importante tomar cuidado com os diferentes produtos químicos. Faça um levantamento dos produtos que você utiliza, leia os rótulos das embalagens e informe-se sobre os efeitos que podem provocar no organismo humano. • Surdez Causas: Exposição ao ruído intenso produzido por equipamentos como furadeira, serras e lixadeiras. Sintomas: O funcionário ouve um zumbido no ouvido,após expor-se ao barulho das máquinas, além de apresentar tontura e ânsia de vômito. ATENÇÃO Falso remédio SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 11
  • 12. PINTURA DE MÓVEIS Quando você respira um ar cheio de produtos químicos, ele vai para os pulmões. Quando você bebe um copo de leite, ele vai para o estômago. Daí a pergunta: o que o leite tem a ver como desintoxicante pulmonar por substâncias nocivas? Resposta: Nada! O leite pode ser considerado alimento, nunca um preventivo de intoxicação. Sua utilização é até prejudicial, uma vez que acreditando no seu valor, as medidas de higiene industrial e os cuidados ficam em segundo plano. Prevenção: Exames audiométricos na admissão e a cada seis meses, uso de protetor auricular (tipo plug e/ou tipo concha), instalação das máquinas mais barulhentas em ambiente à parte na marcenaria. Desse modo, apenas o funcionário que opera a máquina fica exposto ao ruído, poupando os demais. Também é importante fazer a manutenção constante dos equipamentos para reduzir o volume de ruído. • Cifose e lesões posturais Causa: Postura incorreta do corpo na realização de certos trabalhos. Por exemplo: lixar ou serrar uma peça com as costas curvadas por longo período, causando dor. Parafusar uma peça localizada em local muito alto ou muito baixa, onde se tenha que manter o braço suspenso ou abaixado durante muito tempo, ou onde é preciso ficar agachado. Carregar peso com freqüência. Sintomas: Dores nas costas e na nuca, formigamento nos braços. Prevenção: Uso de cintas elásticas para preservar a estabilidade da coluna. Não permanecer muito tempo sentado ou em pé. Trabalhar o mais próximo possível da posição ideal. Assim, ao invés de erguer os braços para parafusar uma peça, subir numa escada. Se for preciso agachar-se para trabalhar numa peça em local baixo, colocá-la em cima de uma bancada. Ao carregar um objeto pesado, dividir o peso com outra pessoa. Outras doenças de menor incidência: Alguns trabalhadores de marcenaria podem apresentar câncer na região do nariz (fossas nasais) devido à exposição constante ao pó de madeira. Outras doenças podem ocorrer, como a aplasia de medula (alterações nas células sanguíneas que podem provocar anemia e outras doenças mais graves). A aplasia de medula ocorre 12– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 13. nos casos de atividades com tintas e solventes, devido a substâncias como o chumbo, benzeno etc. • Acidente do Trabalho É o que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, que cause a morte, ou perda, ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Os acidentes mais comuns relacionados ao uso das máquinas e da madeira são os cortes, que podem chegar até a amputação de uma parte do corpo, principalmente os dedos. Outros acidentes são as lesões oculares causadas por farpas de madeira, além das fraturas e das queimaduras por produtos químicos. O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional prevê que toda empresa deve ter pelo menos um funcionário com conhecimentos de primeiros socorros, embora o ideal seja treinar duas pessoas para o caso de uma delas faltar ou sair de férias. O treinamento pode ser feito por médicos na própria marcenaria, ou através do contrato com empresas de medicina do trabalho. • Causas do Acidente do Trabalho Muitas são as causas dos acidentes do trabalho. Em um passado não muito distante, a responsabilidade do acidente do trabalho era colocada muito mais nos trabalhadores através dos atos inseguros; essa tendência acabou criando uma "consciência culposa" nos mesmos, sendo freqüente a negligência, o descuido, a facilitação e o excesso de confiança serem apontados como causas dos acidentes. Vamos entender o que é um ato inseguro e uma condição insegura. • Condição insegura É a condição do meio ambiente de trabalho, que causou o acidente, ou contribuiu para a sua ocorrência. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 13
  • 14. PINTURA DE MÓVEIS • Fator pessoal de insegurança É causa relativa ao comportamento humano, que propicia a ocorrência de acidentes. Ex: Doença na família, excesso de horas extras, problemas conjugais, etc. • EPCs : Equipamento de uso coletivo. Serve para proteger o trabalhador de agentes físicos (umidade, vibração, radiação, ruído, calor e frio); agentes químicos (substâncias tóxicas, corrosivas, radiação etc.) ou biológicos (bactérias, vírus, parasitas etc.). Exemplos: detectores de gases, extintor de incêndio, etc. • EPIs: Instrumento de uso pessoal, cuja finalidade é neutralizar a ação de certos acidentes, que podem causar lesões aos trabalhadores. O equipamento de proteção individual também protege contra possíveis danos à saúde causados pelas condições de trabalho. Por exemplo: capacetes, luvas, máscaras etc. • Somente os EPIs que têm o número do certificado de aprovação (CA) e a marca do fabricante gravada no equipamento é que oferecem proteção efetiva. • É obrigado por lei que o empregado use os equipamentos de proteção onde houver risco. • Cada profissional é responsável pela conservação de seus equipamentos. • Cabe a cada um de nós pensar e atuar com segurança, a fim de evitar acidentes. • Substâncias químicas utilizadas nos processos de produção industrial prejudicam a saúde, ocasionando as doenças ocupacionais. 14– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 15. 2. EMPREENDEDORISMO, ÉTICA E CIDADANIA 2.1. EMPREENDEDORISMO Podemos conceituar empreendedorismo a partir de dois pilares básicos: • A capacidade individual de empreender, ou seja, de tomar a iniciativa, partir em busca de soluções inovadoras e de agir no sentido de encontrar a solução para problemas empresariais e/ou pessoais, por meio de empreendimentos. • A capacidade de gerir empreendimentos, ou seja, é a utilização de um conjunto de conceitos, métodos, instrumentos e práticas relacionadas à criação, implantação e gestão de novos negócios. Empreender é concretizar sonhos. Voltar a sonhar, acreditar neste sonho, voltar a se emocionar, começar a empreender! Empreendedorismo não se ensina, se desenvolve, é por isto que a emoção é necessária, ela é o combustível, que vai alimentar este desenvolvimento, porque todas as pessoas nascem empreendedoras, assim como todo o mundo nasce com potencial para andar, jogar, tocar um violão. Se você vai ser um Ronaldinho, ou talvez um Bill Gates ou não, dependerá de muitas coisas. Mas bater uma bolinha no final de semana todo o mundo pode. Trata- se, então, de desenvolver o empreendedorismo, de revelar e trazer à tona o que já existe de uma forma inconsciente dentro de você. Características do Empreendedor: • Otimismo - O empreendedor é otimista, crê nas possibilidades que o mundo oferece, soluciona problemas e acredita no potencial de desenvolvimento. • Persistência - O empreendedor, por estar motivado, convencido, emocionado e crente nas possibilidades, é capaz de persistir até que suas ações comecem a funcionar de forma a gerar resultados. • Iniciativa - O empreendedor não fica esperando pelos outros (a sociedade, o amigo o pai) para resolver seus problemas. Ele gosta de desafios, novas SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 15
  • 16. PINTURA DE MÓVEIS oportunidades. A iniciativa é a capacidade daquele que, tendo um problema qualquer, age: faz o gol e parte para o abraço. • Autoconfiança – É a capacidade de acreditar em si mesmo. A crença do poder de realização alimenta a iniciativa, fazendo com que arrisque mais, ouse mais, tenha mais segurança de que pode e de que deve realizar. • Decisão e responsabilidade - O empreendedor não fica esperando que os outros decidam por ele. O empreendedor toma decisões e aceita as responsabilidades que acarretam. • Energia - É a energia necessária para se lançar em novos desafios, que normalmente exigem um grande esforço inicial. O empreendedor tem esta energia alimentada pela motivação que por sua vez é alimentada pela emoção. • Controle - O empreendedor acredita que sua realização depende dele mesmo e não de outras pessoas ou entidades sobre as quais não tem controle. Ele se vê com capacidade de se influenciar e de influenciar os outros de tal modo que possa atingir seus objetivos. • Espírito de Equipe - O empreendedor não é somente um realizador, ele também cria vínculos com a equipe, delega, acredita nos outros, obtém resultados por meio de outros. • Pró-atividade - O empreendedor é pró-ativo, ou seja, ele se antecipa as mudanças, empreendendo as ações necessárias para se obter os resultados. • Criativo - O empreendedor não se queixa da situação do país, dos obstáculos, dos caminhos fechados, ele abre novos caminhos, com os recursos que tem para atingir os resultados que deseja. 16– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 17. Atividade: Que tal cantarmos aquela música do Nelson Motta e do Lulu Santos? Canto: Como Uma Onda Composição: (Lulu Santos/ Nelson Motta) Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa, tudo sempre passará A vida vem em ondas como o mar No indo e vindo, infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente viu há um segundo Tudo muda o tempo todo no mundo Não adianta fugir Nem mentir pra si mesmo, agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro, sempre Como uma onda no mar (Refrão) - Com base na letra que acabamos de cantar, que relações você enxerga entre a letra e empreendedorismo? • Empreendedorismo e Mudanças Ao longo de nossas vidas sempre passamos por mudanças. Quem não mudou de colégio, casa ou emprego e teve que recomeçar a fazer novas amizades e contatos? Garanto que não foi algo fácil! Imaginar como seriam esses novos lugares e pessoas que passariam a fazer parte do dia-a-dia, e, principalmente, se daria para se acostumar ou ser bem-sucedido frente às novas situações. Hoje, vivemos uma mudança ainda mais drástica com nosso presente profissional, sem poder perder de vista o futuro que nos causa cada vez mais apreensão e insegurança. Afinal, é possível manter-se calmo diante de tantas transformações que não sabemos como continuarão? SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 17
  • 18. PINTURA DE MÓVEIS Como um empreendedor se comporta diante das mudanças? Ah, ele é o primeiro a querer mudanças, é o primeiro a agir! Ele sabe que a ação é a solução para qualquer empecilho. O empreendedor sabe que a diferença entre aquele que é ou não bem sucedido está entre quem quer realizar algo e quem, efetivamente, realiza! Ser empreendedor é agir. É ter motivação, ou seja, motivos para a ação. O fundamental é realizar, é ter a coragem de mudar e inovar sempre, buscando a concretização de seus objetivos. O medo não paralisa, ele move o empreendedor a encarar e vencer desafios. Qualquer pessoa pode aprender a ser empreendedora, basta ter disciplina, coragem, iniciativa e querer! Então, se você quer ser e agir como um empreendedor, mas vê nos processos de mudança um grande entrave, perca o medo, imagine a sensação deliciosa de enfrentar e vencer um obstáculo. Dica: ”Ninguém muda da noite para o dia" é um clichê, mas é sábio. Comece estabelecendo pequenos desafios a você mesmo, para criar esse hábito, mude seu comportamento. Vá se educando a estar aberto às mudanças e a ter a iniciativa de enfrentá-las. Que tal começar com pequenas mudanças diárias? Saia da rotina: use roupas com cores ou modelos que você não costuma usar; mude o caminho que utiliza para ir e voltar do trabalho; mude o supermercado em que costuma realizar suas compras; freqüente outros bairros; não limite seus interesses e oportunidades; mude sua rotina no trabalho, nem que seja para colocar aqueles objetos que sempre ficam na mesma posição há anos, em outro lugar completamente inusitado. Experimente essa nova sensação e aos poucos instaure no seu processo de trabalho e no seu relacionamento interpessoal as pequenas mudanças que ao se tornarem um hábito trará maior segurança e iniciativa diante de grandes desafios. Atividade: Reflita e pense como estas transformações impactam em nossas vidas, e como uma pessoa com perfil empreendedor, pode tirar vantagem ou enfrentar dificuldades neste ambiente. Devemos admitir que montar um novo negócio não é uma tarefa simples. São muitas as atividades a serem executadas pelo empreendedor e sua eventual equipe, 18– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 19. muitas tarefas que se encadeiam. Porém, não é também nada que não possa ser conduzido por uma pessoa de boa vontade e com bom senso. Geralmente conhecemos alguém que todos os dias têm "idéias brilhantes" mas que nunca se concretizam. De nada adianta sonhar se não transformamos este sonho em ações práticas que possamos empreender. Também não se pode colocar estas idéias em prática sem que seja feita uma boa análise quanto ao futuro negócio, caso contrário poderemos estar a trilhar caminhos muito perigosos. Aspectos a serem observados para um novo empreendimento • Existência de mercado: - Existe mercado, para o produto e /ou serviço que está sendo ofertado? Para não incorrer em erros que podem inviabilizar seu negócio, é recomendável que se faça uma pesquisa com consumidores com um perfil que vá de encontro às características dos produtos e/ou serviços ofertados, ou seja, o seu produto /serviço deverá oferecer benefícios que seus consumidores desejam obter/receber. • Relacionamento Interpessoal: A meta do empreendedor neste âmbito deve ser a de transformar a relação com seus funcionários, convertê-los em colaboradores, obtendo o comprometimento, através de estímulos não só financeiro, mas também de ordem social e integrativa. • Viabilidade Financeira: É de fundamental importância avaliar a disponibilidade financeira não só ao nível de investimento, como também sob o caráter operacional, para tocar o negócio, antes de iniciá-lo, a fim de evitar surpresas desagradáveis. • Controles: É muito importante que desde o início o empreendedor defina que controles serão necessários para tocar o negócio, pois muitas das empresas que conhecemos hoje já foram pequenas e um dos pontos mais fortes que a ajudaram a crescer reside SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 19
  • 20. PINTURA DE MÓVEIS exatamente neste aspecto (Tipos de controle – Fluxo de Caixa, Controle de Caixa, Controle de Cheques, Avaliação de Desempenho, Balanço, DRE, Curva ABC, entre outros). Atividade: Formem grupos de cinco pessoas e de acordo com as informações passadas pelo instrutor, identifiquem uma oportunidade de negócio, e adicionalmente, identifique público-alvo e benefícios que o produto/serviço deve ter. • O que é um Cliente ou Consumidor? Pelo enfoque do curso, utilizaremos as denominações cliente ou consumidor como sinônimos. Portanto: ‘’Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto e /ou serviço como destinatário final’’ (Artigo 2º do código de defesa do consumidor). O que é serviço? "Qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista". (Parágrafo 2 º do Artigo 3º do código de defesa do consumidor). O que é fornecedor? "É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem as atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços". (Artigo 3º do código de defesa do consumidor). O que é Demanda? Podemos definir a procura ou demanda, como sendo a quantidade de um determinado bem ou serviço que o consumidor estaria disposto a consumir em determinado período de tempo. É importante notar, nesse ponto, que a demanda é um desejo de consumir, e não sua realização. Demanda é o desejo de comprar. A base de sustentação da Demanda tem origem na hipótese que toma como base a escolha do consumidor entre diversos bens e /ou 20– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 21. serviços que seu poder aquisitivo permite adquirir. Essa procura seria determinada pelo preço do bem ou serviço; o preço de outros bens; a renda do consumidor e seu gosto ou preferência. A Demanda é uma relação que demonstra a quantidade de um bem ou serviço que os consumidores estariam dispostos a adquirir a diferentes preços de mercado. Assim, a função Procura representa a relação entre o preço de um bem e a quantidade procurada, mantendo-se todos os outros fatores constantes. Quase todos os produtos/serviços obedecem à lei da procura decrescente, segundo a qual a quantidade procurada diminui quando o preço aumenta. Isto decorre em função dos indivíduos estarem, geralmente, mais dispostos a comprar quando os preços estão mais baixos. O que é Oferta? Enquanto a demanda está relacionada ao comportamento dos consumidores, a oferta está relacionada ao comportamento dos vendedores, demonstrando que a quantidade a ser produzida (ofertada), guarda uma relação direta com o nível de preço que estão dispostos a praticar. Os vendedores possuem uma atitude diferente dos consumidores, frente aos preços altos. Se estes afetam negativamente o poder de compra dos consumidores, estimulam os vendedores a produzirem e venderem mais. Portanto, quanto maior o preço maior a quantidade ofertada. A função Oferta nos dá a relação entre a quantidade de um bem que os produtores desejam vender e o preço desse bem, mantendo-se o restante constante. E finalmente o que é mercado? Mercado se constitui no conjunto de relações entre clientes, fornecedores, concorrentes, fluxos de oferta e demanda, para atender de forma adequada o consumidor. Conhecendo o Mercado Quando pensamos em abrir um negócio, normalmente temos alguma motivação, ligada a uma satisfação pessoal, mas não podemos perder de vista, que independentemente do tipo de negócio que desejamos abrir, necessariamente o negócio terá de gerar lucros e não prejuízos, para que isso aconteça, temos de focar todo nosso planejamento para o mercado ao qual desejamos trabalhar, mas antes SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 21
  • 22. PINTURA DE MÓVEIS de avaliarmos estes mercados, vamos a uma breve revisão do que vimos, focando em algumas regras básicas de mercado: Quais são as leis de mercado? 1º lei - Muita oferta e muita demanda geralmente elevam a concorrência. 2º lei - Muita oferta e pouca demanda geralmente reduzem os preços oferecidos. 3º lei - Pouca oferta e muita demanda geralmente elevam os preços oferecidos. 4º lei - Serviço ou produto, único, exclusivo e diferenciado forma seu preço e mercado. Mercado Consumidor O principal desafio do empreendedor será o de transformar o potencial mercadológico e os números detectados na avaliação do mercado em negócios. Uma empresa não nasce por um passe de mágica: faz-se necessária uma ação empreendedora, de alguém como você que deve ser capaz de observar, analisar e formular um empreendimento capaz de gerar os benefícios que você espera receber, e que paralelamente possa gerar bens e /ou serviços que produzam satisfação dos consumidores que vierem a utilizá-los. O mercado como vimos anteriormente é a relação entre a oferta /pessoa ou empresas que desejam vender bens e /ou serviços. Vendo por este angulo quando você decide abrir um negócio, para atuar no mercado, significa dizer que você passa de consumidor a provedora neste mercado, gerando mais oferta. Para que esta empreitada tenha sucesso, o empreendedor deverá buscar informações para que se possa estruturar e entender melhor o Mercado Consumidor, o Mercado Concorrente e Mercado Fornecedor. Mercado Fornecedor O mercado fornecedor é formado pelas empresas e pessoas que fornece algum produto e /ou serviço para que sua empresa possa fabricar e /ou vender /revender seus próprios produtos ou possa fornecer serviços. Assim, se você possui uma serralheria, são seus fornecedores os vendedores de aço, solda, ferramentas, bem como de todos os insumos necessários para manutenção de sua atividade. O mercado fornecedor é o ponto de partida para o empreendedor iniciar seu negócio, pois a empresa depende de seus fornecedores – o mercado fornecedor – 22– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 23. no sentido da disponibilidade dos produtos que deseja comercializar. O nível de conhecimento desse mercado vai se refletir diretamente nos resultados pretendidos pela (o) empreendedor. Buscar informações sobre fornecedores dos materiais que serão necessários para produzir e vender produtos ou prestar serviços constitui então numa atividade vital para sobrevivência do negócio. Aspectos importantes relativos ao mercado fornecedor: - Distância física; - Referências; - Custo de frete; - Qualidade; - Capacidade de fornecimento; - Preço; - Prazo; - Forma de pagamento e de entrega. - Incentivos Fiscais - Tributos incidentes 2.2. ÉTICA E CIDADANIA Grandes transformações ocorreram no ciclo da história da humanidade desde a experiência filosófica e democrática vivida pelos gregos antigos, quando instauraram a razão, desmistificando preconceitos e mitos, e quando derrotaram tiranias, estando o cidadão no poder, há dois mil e quinhentos anos atrás. O mundo conheceu o poder monárquico fundado em heranças “divinas”, que usurparam o poder do cidadão; surgiram novas descobertas filosóficas, científicas e invasões territoriais em nome da civilização, transportando modos distintos e diferenciados de viver, vindos à derrocada das monarquias e impérios, fato que conclamou os indivíduos a uma nova postura ante os assuntos políticos. Emergiu, ainda, uma era de revoluções e guerras: a Revolução Francesa, a Inglesa, a Americana, o Manifesto Comunista, o Nazismo, o Fascismo, a Guerra Espanhola, as I e II Grandes Guerras Mundiais, as duas Guerras do Golfo e outros tantos conflitos nacionais e internacionais que ensandeceram e continuam a ensandecer as consciências dos povos. E hoje, com o advento de novas técnicas, tecnologias e SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 23
  • 24. PINTURA DE MÓVEIS processos mais agressivos de globalização, as mudanças ocorrem de forma muito mais complexa, acelerada e de modo camuflado que exige uma atitude crítica, apurada. Portanto, falar sobre ética e cidadania é ter em mente todo esse elenco de fatos e acontecimentos. No entanto, os eventos e fenômenos humanos estão sujeitos às interpretações, os mais distintos e diferenciados quanto às visões socioeconômicas, política e culturais. Além disso, os fatos não se apresentam verdadeiramente reais simplesmente, porque alguém se propõe a tecer novas interpretações e descobertas. Por detrás de cada discurso, emerge um tipo de ideologia na hermenêutica utilizada. É o olhar do sujeito que se põe sobre o objeto dado a sua cultura, a sua estrutura mental e a sua postura valorativa. • Da ética Etimologicamente a palavra ética, em grego = ETHOS – designa a morada humana. O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente. Ética significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: materialmente sustentável, psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltado para a ação historicamente produzida, cujo objetivo é orientar às ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela questiona se as normas e regras de conduta moral realmente fazem bem a todos e devem ser obedecidas ou se existem apenas porque convêm a alguns. A preocupação maior da ética é com todos os seres humanos, independentemente das diferenças de cor, sexo, idade, situação econômica, escolaridade, etc., pois os considera igualmente feitos “da mesma massa” com inteligência; capacidade de calcular e fazer planos; paixões; medos; carências; sonhos; ideais e fraquezas. Quando a Moral proíbe ou ordena, em geral uns se beneficiam disso – os que têm maior poder, gozando de privilégios -, e outros não: os subordinados, discriminados e excluídos de direitos. 24– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 25. Nas sociedades machistas, por exemplo, a moral sexual é muito mais rígida com as mulheres do que com os homens. Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: A ação moral – busca uma compreensão e uma justificação crítica universal; A ética – por sua vez exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para reforçá-la ou transformá-la. “Ética tem a ver com o certo e o errado, o bom e o mau, a virtude e o vício”. Ética pode significar caráter (norma moral - quando respondidas por suas consciências) quanto sentimento de comunidade (normas jurídicas - colocadas pela sociedade e respondidas pelo Estado - Leis). • Ética, Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente Segundo Weil in Satio e Wuensch (1999), a ciência se destacou da filosofia e das tradições espirituais, ela se separou também da ética. Afastada da Ética e eliminando todo sentimento do sujeito, a ciência tornou aos poucos fria, puramente racional e desligada de toda ordem de preocupação humanitária. A ciência e a tecnologia não podem ser separadas nem do ser humano que observa e experimenta nem dos princípios éticos. Se quisermos contribuir para melhoria e qualidade de vida, precisamos mais do que nunca colocar a ciência e a tecnologia a serviço da ética e dos valores universais. “A moral dominante desse sistema econômico separa a natureza da cultura, e com isso desumaniza a natureza e desnaturaliza o homem. Preservar e cuidar da natureza é preservar e cuidar da humanidade, das gerações atual e futura. Preservar e cuidar do meio ambiente é uma responsabilidade ética diante da natureza humana”. “A ética é um comportamento social, ninguém é ético num vácuo, ou teoricamente ético. Quem vive numa economia a-ética, sob um governo antiético e numa sociedade imoral acaba só podendo exercer a sua ética em casa, onde ela fica parecendo uma espécie de esquisitice. A grande questão destes tempos degradados é em medida uma ética pessoal onde não exista ética social, é um refugio, uma resistência ou uma hipocrisia. Já que ninguém mais pode ter a SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 25
  • 26. PINTURA DE MÓVEIS pretensão de ser um exemplo oral sequer para o seu cachorro, quando tudo á sua volta é um exemplo do contrário”. Luis Fernando Veríssimo Como deve ser formado um Código de Ética A elaboração de um código de ética, realiza-se como um processo, ao mesmo tempo educativo no interior do próprio grupo. E deve resultar num produto que cumpra também uma função de cidadania diante dos demais grupos sociais e de todos os cidadãos. Um código de ética começa pela definição dos princípios que o fundamentam e se articula em torno de dois eixos de normas, direitos e deveres. Quais os limites de um Código de Ética Um código de ética não tem força jurídica de lei universal, mas prevê sanções para os descumprimentos de seus dispositivos. Estas sanções dependerão sempre da existência de uma legislação, que lhe é juridicamente superior, e por ela limitada. • Ética e Estética: outros valores Os grupos sociais criam seus próprios valores sobre gosto, moda, beleza, etc... Estas questões estéticas sempre estiveram presentes em todas as sociedades. O conceito de belo diferencia-se conforme a época, o local e a sociedade, comprovando que o belo é relativo, dependendo de diversos fatores. Portanto, não podemos considerar os nossos conceitos como se fosse verdade única. O que é bonito, hoje, pode não ter sido no passado e pode não ser no futuro. Somente neste século, a estética passou por grandes mudanças, em parte em função da preocupação com a prevenção de doenças. Daí a divulgação de modelos do que é saudável como, por exemplo, o de “peso ideal”. Mas nem sempre foi assim até o final do século passado o que hoje interpretamos como sendo obesidade, gordura excessiva, era sinal de riqueza, boa vida e fartura na mesa. Outro exemplo interessante diz respeito à pele bronzeada. O bronzeamento da pele pode ser interpretado como status, posição social. Para ter a 26– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 27. pele bronzeada é necessário tempo e dinheiro para tirar férias, para ir à praia ou à piscina, e nem todos têm esse “lugar ao sol”. No entanto, o câncer de pele por exposição ao sol está mudando essa mentalidade, fazendo com que antigos valores estéticos sejam retomados. Houve épocas em que a cor bronzeada revelava o trabalho no campo. Aqueles que tinham dinheiro não trabalhavam diretamente na lavoura. Então, o hábito de usar chapéu e sombrinha estava de acordo com a intenção de manter a pele alva como leite, garantindo também a diferenciação entre as classes. Hoje, “manter a pele alva como leite” significa proteger-se de doença. CIDADANIA Ninguém nasce cidadão, torna-se cidadão pela educação, porque é ela que atualiza a inclinação potencial e natural dos homens à vida comunitária ou social. Cidadania é, nesse sentido, um processo, que começou nos primórdios da humanidade e que se efetiva através do conhecimento e conquista dos direitos humanos, não e como algo pronto, acabado, mas, e sim algo que se constrói. Não bastam os desenvolvimentos tecnológicos, científicos para que a vida fique melhor. É preciso uma boa e razoável convivência na comunidade política, para que os gestos e ações de Cidadania possam estabelecer um viver harmônico, mais justo e menos sofredor. Foi através do impeachment que ocorreu a luta pela redemocratização do Brasil. Foi através deste fato que os brasileiros passaram a entender que a democracia pode funcionar. Assim surgiu o Movimento pela Ética na Política, tendo como princípio o fato da democracia. Não sobreviver sem ética. Este movimento começou sem muito poder, mas foi conseguindo mobilizar o apoio de entidades, de representantes da sociedade e de lideranças políticas. Ganhando a envergadura necessária para um salto democrático e cidadão nasceu a Ação de Cidadania. Nessa Ação de Cidadania, surgida da força social, apareceu uma nova idéia para a sociedade: combater a fome. Nela estava expressa a indignação frente à miséria, que é o maior Crime moral que a sociedade pode cometer. A Ação da Cidadania é uma ação da sociedade contra a fome. Para Hebert de Souza (Betinho), o grande impulsionador daquela Ação de Cidadania, o caminho para se Mudar um país depende principalmente da sua cultura e de seus valores éticos. Ela julgava que a TV, de um modo geral, era antiética. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 27
  • 28. PINTURA DE MÓVEIS Porque não conclamava os cidadãos para o protagonizo Político, nem os educava nos valores fundamentais para a vida em comum. Então, ele nomeia e privilegia os princípios, os quais julgavam mais essenciais para a participação política dos cidadãos: A cidadania, tal como a Ética, está diretamente ligada ao bem-estar, ao bem-viver, à dignidade humana. Embora muito relacionadas não são, contudo, a mesma coisa. Enquanto a Ética se baseia na natureza e condição humana, as bases da Cidadania estão nas relações das pessoas com o Estado. As ligações entre ambas são, entretanto, tão fortes, que em muitos casos, o que se considera falta de ética tem mais a ver com falta de cidadania. Analisemos, por exemplo, a morte de 5 bebês, em maio de 1997, em Pernambuco, vítimas de um erro da auxiliar de enfermagem do Posto de Saúde Municipal, que , ao invés da vacina tríplice – contra coqueluche, tétano e difteria – aplicou neles insulina. A enfermeira foi descuidada, desatenciosa, irresponsável, e, por isso, deve ser julgada com a única culpada? Talvez sim, talvez não. Será que a formação profissional que recebeu foi eficaz? A escola que lhe deu um certificado avaliou corretamente sua competência? Quais os critérios do Posto de Saúde para sua contratação? A administração se preocupou com a qualidade dos serviços oferecidos? E a Vigilância Sanitária? Os medicamentos estavam devidamente organizados, catalogados, para que não houvesse possibilidade de confusão? A enfermeira estaria ocupando a função que realmente deveria? Em quais condições desenvolvia-se o seu trabalho? Não estaria ela acumulada de afazeres, em virtude da dispensa de funcionários para diminuição das despesas do estado? Não estaria estressada por ter que dar conta de dois empregos e horas extras devido ao seu baixo salário? Tendo percebido que as condições de trabalho e de organização no Posto de Saúde não eram favoráveis, teria a enfermeira reclamada, protestado, denunciado, ou se omitido, sentindo-se apenas vítima da má qualidade da educação, da Saúde e da Política no Brasil? 28– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 29. ATIVIDADE: Você se lembra de outros casos em que não-atendimento dos direitos de cidadania comprometeu a competência e/ ou a ética? Comente-os. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 29
  • 30. PINTURA DE MÓVEIS 3. QUALIDADE NO PROCESSO “5 S” Para otimizar recursos e obter um trabalho de qualidade é preciso empregar conceitos modernos de trabalho e pequenas atitudes no dia-a-dia podem fazer a diferença, melhorando as condições ambientais e principalmente estimulando a produção criativa. Essas lições podem ser aplicadas não só na comunicação social, como também no cotidiano da vida familiar e no ambiente de trabalho e os 5 S são atitudes que dão nova vida às nossas atividades, incrementando as relações e o ambiente de trabalho, com reflexos na produção. O que é 5S? O 5S é um modo simples de melhorar as relações e o ambiente no trabalho, simplificando procedimentos, otimizando recursos e tempo. O resultado é o melhor desempenho profissional e de serviços, com reflexo direto na satisfação de usuários e na produção. Não é preciso mudar de trabalho. Mas sim, o seu modo de trabalhar. Quem ganha com isso, somos todos nós. Os 5S são: • Seiri - Senso de Utilização • Seiton - Senso de Ordenação • Seisou - Senso de Limpeza • Seiketsu - Senso de Saúde • Shitsuke - Senso de Autodisciplina Pratique Diariamente Essas cinco palavras em japonês são sinônimas de melhoria no trabalho. Elas vêm sendo aplicadas em um processo de educação e treinamento, atingindo todos os níveis do órgão ou empresa. Os 5S são conceitos a serem entendidos, incorporados e praticados diariamente. 30– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 31. SEIRI Saber onde e qual o lugar de cada peça. Analisar os locais de trabalho e classificar todos os itens - objetos, materiais, relatórios - de acordo com critérios de utilidade ou freqüência de uso. Feito isso, retire do ambiente tudo o que não precisa estar ali. Vantagens: Você elimina excessos e desperdícios, libera espaço físico, descarta informações e controles desnecessários ou ultrapassados. Criam-se facilidades de trânsito interno, maior senso de organização e economia, e aumento de produtividade. • SEITON Organize objetos, materiais e informações úteis da maneira mais funcional, possibilitando acesso rápido e fácil. Prática: - determine o lugar certo dos itens necessários ao trabalho; - padronize a forma de guardar e localizar os objetos e informações; - crie códigos de ações, etiquetas ou avisos para maior facilidade na ordenação, atentando para os riscos da poluição visual; - coloque o material que é usado diariamente em local de fácil acesso; - organize o material utilizado com menor freqüência, separando-o dos demais. Vantagens: Praticando o Senso de Ordenação fica muito mais fácil encontrar o que foi guardado, além de haver utilização racional do espaço. Ocorre redução do cansaço físico e mental, e melhoria na comunicação. • SEISOU Praticar a limpeza significa ter compromisso em manter limpo o seu local de trabalho, antes, durante e após a jornada diária. Assim como, mostrar-se limpo. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 31
  • 32. PINTURA DE MÓVEIS Prática: O senso de limpeza começa pelos cuidados com a própria aparência física e condições psicológicas. Esteja bem consigo mesmo, em harmonia com as boas energias do mundo. No Trabalho: - identifique e elimine as causas da sujeira e poeira; - limpe tudo, desde armários, equipamentos e mesas; - incentive seus colegas a fazerem o mesmo; - certifique-se da existência de cestos de lixo adequados; - procure produzir sem gerar lixo; - desligue e cubra as máquinas e equipamentos ao final do expediente; - mantenha arquivos físicos e lógicos sempre atualizados. Vantagens: Cuidados no dia-a-dia tornam o ambiente mais agradável e sadio, previnem acidentes, contribuem para a preservação de equipamentos, reduzem o desperdício e evitam a poluição. Detalhes da limpeza melhoram a imagem interna e externa do local de trabalho. • SEIKETSU É preciso ter preocupação com a saúde em todos os níveis: físico, mental e emocional. Não é só no ambiente físico que as melhorias são necessárias. Você precisa ter plena consciência dos aspectos que afetam sua saúde e agir sobre eles. Prática: - mantenha as condições do ambiente físico propício à saúde; - execute um programa de Exame Periódico de Saúde; - cumpra e melhore os procedimentos de segurança individual e coletiva; - realize avaliações periódicas das condições do ambiente de trabalho; - promova um bom clima de trabalho, ativando franqueza e delicadeza nas relações entre as pessoas. 32– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 33. Vantagens: A saúde do ambiente traz satisfação e motivação pessoal, previne e controla o stress, danos e acidentes, e melhora a qualidade de vida. • SHITSUKE Pratique os "S" anteriores, sem descuidar do constante aperfeiçoamento. É a busca do autodesenvolvimento. Prática: - crie procedimentos claros e possíveis de serem cumpridos. Em caso de não cumprimento, descubra a causa e atue; - seja claro e objetivo na comunicação escrita ou oral; - cumpra os horários marcados para compromissos; - só existe dedicação e afinco quando as pessoas se comprometem com aquilo que estão fazendo. Isso só ocorre com participação; - ao atribuir uma determinada tarefa, esclareça sempre o por quê de sua execução. Vantagens: O Senso de Autodisciplina traz a conscientização da responsabilidade em todas as tarefas, por mais simples que sejam. Os serviços são realizados dentro dos requisitos de qualidade. Há a consolidação do trabalho em equipe e o desenvolvimento pessoal. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 33
  • 34. PINTURA DE MÓVEIS 4. RESÍDUOS DE MADEIRA E AS QUESTÕES AMBIENTAIS A indústria do setor moveleiro no Brasil, segundo dados da ABIMÓVEL - Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário, é constituída por cerca de 13.500 micros e médias empresas que utilizam como matéria-prima principal em seus produtos, a madeira maciça ou chapas de madeira reconstituída (aglomerado, MDF, OSB, compensado), deparando, portanto, em seus processos produtivos, com volumes cumulativos de resíduos que impactam diretamente as questões ambientais. Este setor pertence à cadeia produtiva de madeira e móveis, que pode ser segmentada em três grandes vertentes: o processamento eletrônico, o de papel e celulose, o de energia, representado pela lenha e carvão vegetal. A indústria de móveis situa-se na cadeia de processamento mecânico. Este segmento caracteriza-se pela utilização de madeira bruta e a aplicação de processos para seu desdobramento em três estágios: a) laminação, chapas / painéis e serrarias; b)compensados, lâminas, aglomerados, MDF, OSB, beneficiamentos e PMVA; c) móveis, embalagens, caixotaria, carpintaria, cabos construção civil, outros. A indústria de móveis, particularmente na cadeia da madeira e seus derivados, também utiliza como materiais o plástico, vidro, ferro, poliuretano, laminado plástico, tecido, espuma, entre outros, que eventualmente surgem como inovação de design ou interesse comercial. No Brasil, porém, a madeira, sob qualquer estágio de processamento, é a principal fonte de matéria-prima na produção industrial de móveis. Segundo dados da Revista da Madeira-projeto MADRES-PR, estima-se que somente no primeiro processo (laminação, chapas/ painéis e serraria), 50,71% do volume de toras de madeira (cerca de 19.255.000 m3) são transformados em resíduos e a maior perda se dá no beneficiamento da madeira, chegando, em alguns casos, ao extremo de até 80% de uma árvore desperdiçada entre o corte na floresta e a fabricação do móvel (IBQP-PR, 2003). 34– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 35. Estes dados expressam a importância do setor na economia nacional e, também, a preocupação que devemos ter com esta atividade industrial, tanto na preservação ambiental como no uso racional dos recursos naturais que dispomos. • Resíduos de Madeira A geração de resíduos é conseqüência natural da transformação da madeira. Sua origem é derivada imediata da transformação da madeira maciça ou painéis de madeira reconstituída. Os resíduos são classificados de acordo com suas características morfológicas, sendo classes de resíduos como:  cavacos (resíduos com dimensões máximas de 50x 20mm);  maravalha (resíduo com mais de 2,5 mm);  serragem (partículas com dimensões entre 0,5 a 2,5 mm);  pó (partículas menores que 0,5 mm); Os principais aspectos relacionados aos resíduos oriundos das empresas moveleiras podem ser classificados quanto: a) ao tipo de matéria-prima utilizada No caso da madeira maciça o resíduo não é tóxico, podendo ser aproveitado em granjas como forração para a criação de animais, e na agricultura para auxiliar na retenção de umidade do solo. No caso dos painéis de madeira processada, o aproveitamento de resíduo está mais limitado à queima para geração de energia. Nos dois casos, o descarte indevido pode causar poluição nos recursos hídricos, inutilização de áreas que poderiam ser melhor aproveitadas e poluição de maneira geral. b) ao tipo de processo empregado O maquinário mais moderno dispõe de recursos que reduzem perdas e coleta resíduas com maior eficácia; c) ao tamanho da empresa Em pequenas empresas existe menor controle na geração de resíduos, na sua coleta e reaproveitamento; SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 35
  • 36. PINTURA DE MÓVEIS d) a localização da empresa O aproveitamento dos resíduos pode ser facilitado pela proximidade de setores que os utilizem em seus processos. Pode-se verificar que o destino dos resíduos do setor moveleiro, ainda tão segmentado e diversificado, é tratado sem a devida preocupação. Fazem necessárias ações conjuntas entre empresários, poder público, instituições de ensino e pesquisa, órgãos de fomento e designers, na busca de um plano de desenvolvimento sustentável e para clarificar as vantagens de um móvel planejado do ponto de vista econômico e ambiental, estimulando um modelo de menor desperdício na matéria-prima de produção menos importante e de resíduo zero. 36– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 37. 5. TECNOLOGIA DA PINTURA DE MÓVEIS Com a evolução dos processos produtivos, o pintor de móveis passou a atuar com diversos substratos. Agora, você vai conhecer os materiais mais utilizados na indústria moveleira. 5.1. TIPOS DE SUPERFÍCIES: Madeira Maciça (madeira de lei, pínus) A madeira maciça foi a primeira matéria prima utilizada na fabricação de móveis. A evolução dos móveis de madeira de lei (Jacarandá, Mogno, Imbuía, Cerejeira, Ipê, etc...) intensifica-se a partir de 1930. Fazendo um paralelo com os tempos atuais a madeira maciça de lei passou a ter fatores limitadores como: • Escassez de madeira de lei (nativa); • Alto custo e prejuízo que árvores nativas derrubadas causam ao meio ambiente; • Alto custo de transporte. Estas árvores são nativas de Rondônia, Pará, Maranhão, etc; • Impossibilidade de montagem de uma indústria com produção em larga escala, devido à falta de padronização da madeira de lei (uma árvore nunca é igual à outra) e sua tendência ao empenamento; • O fato do móvel de madeira maciça ser pesado e não se adequar a arquitetura atual, que se caracteriza por ambientes pequenos. A aplicação da Madeira de Lei na indústria de móveis se dá em: • móveis artesanais; • elementos que compõe o móvel (encabeçamento, molduras, apliques, puxadores, etc.); • quando laminadas são utilizadas como revestimento para todo tipo de móvel. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 37
  • 38. PINTURA DE MÓVEIS Pínus É largamente utilizado, não apenas por ser uma espécie de rápido crescimento, mas também por que apresenta características favoráveis e reúne condições técnicas que proporcionam: • Inúmeros tipos de acabamento devido a sua superfície lisa e homogênea; • Maior usinabilidade (entalhes); • Maior durabilidade; • Estabilidade dimensional (confere resistência a empenamentos e deformações). Na indústria de Móveis é utilizado em: • dormitórios; • móveis de sala; • móveis de cozinha, etc. Características da madeira maciça: • Alta resistência física e mecânica; • Durabilidade; • Confere peso aos móveis. • MDF O MDF é uma placa de fibra de madeira de média densidade; aproxima-se da madeira maciça, devido a sua consistência e sua aparência. É um material moderno, fabricado através do processamento de fibras de madeira secas aglutinadas por resinas de uréia e prensadas. O material é moldado em painéis lisos sob alta temperatura e pressão. Possui boas qualidades em função do acabamento, não empena e possibilita uma boa aparência, é resistente à umidade e não possibilita o ataque de insetos e fungos. 38– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 39. Possuem dimensões com 2750 mm x 1830 mm e espessuras variadas de 6mm a 30mm. Na indústria de Móveis é utilizado em: • porta de banheiro • porta de dormitórios • porta de móveis para cozinha • frente de gavetas • lateral de gavetas • móveis infantis • estande • móvel de escritório • mesa de canto • tampo de mesa • moldura • aplique • cadeiras • rack • estrado de cama • peças para estofados • peças entalhadas, peças torneadas. O MDF é a matéria-prima ideal para projetos de móveis ou outros, que apresentam detalhes de usinage. Exemplo: • Peças com bordas usinadas (molduras); • Peças com detalhes usinados na face principal; • Peças entalhadas. • Aglomerado SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 39
  • 40. PINTURA DE MÓVEIS Material muito utilizado na produção de móveis em série, geralmente móvel popular e de baixo custo. Apresenta pouca resistência à umidade e pouca durabilidade, é resistente ao empeno e à expansão. O aglomerado é produzido com a aplicação de pressão e calor sobre partículas de madeira (cavaco) previamente coberta com adesivo e resina sintética (uréia quente), esta mistura aumenta também sua resistência aos insetos (cupins) devido à mistura de produtos químicos que matam os insetos e outros fungos. Pode ser encontrado em vários tamanhos: 2200mm a 2750mm de comprimento por 1830mm de largura e sua espessura varia de 4mm a 30mm. O Aglomerado tem como características: • Trabalhabilidade fácil e em qualquer direção (isenta de nós); • Produto de alta tecnologia, gerando uma excelente padronização (garantia de especificação); • Padrão de qualidade ao longo do tempo é mantido; • Frente à alta tecnologia hoje existente também nas indústrias moveleiras, o aglomerado se constitui na matéria-prima básica ou principal para atender aos requisitos atuais do processo de produção que exige especificações técnicas rigidamente controladas; O Aglomerado tem como vantagens: • A produção de móveis mais leves; • Fácil conservação em função dos revestimentos e acabamentos utilizados; • Móveis funcionais, podendo ser adaptados em pequenos ou grandes ambientes; • Facilidade na composição de móveis e, em especial, para modulados com garantia de padronagem. Na indústria de Móveis é utilizado em: • Dormitórios; • Cozinhas; • Estantes; 40– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 41. Móveis de Sala; • Móveis de Escritório. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 41
  • 42. PINTURA DE MÓVEIS A Durabilidade de um móvel feito de aglomerado depende de alguns fatores como: • Espessura do painel em relação a utilização e desenho do móvel; • Correta utilização de acessórios e acabamentos. Alguns cuidados que devemos ter na utilização do aglomerado: • Fixação: deve ser efetuado com parafuso adequado e desenvolvido para madeira aglomerada (recomendável utilizar parafuso de corpo reto e rosca soberba, buchas plásticas com a devida pré-furação). • Dobradiças: deve-se utilizar aquelas com fixação nas faces da chapa e parafusos com pré-furação. As mais indicadas são as dobradiças de caneca. • Vedação do topo: além de estético (embelezamento do móvel) tem uma unção primordial que é a proteção do produto contra a ação da umidade ou água. A vedação deve ser colocada em todos os topos visíveis ou não. As mais utilizadas são: fitas de bordo (papel, plástica, ABS), perfis de madeira ou PVC. • Acabamento das faces: deve ser feito em ambas as faces com o mesmo procedimento para garantia da estabilidade e função estética. Os resultados são lâminas de madeira, laminado plástico de alta pressão (Fórmica), revestimento melamínico (BP), pintura, revestimento F.F, Filme de PVC, etc. • A montagem e desmontagem do móvel devem ser feitas por uma pessoa especializada (montador). • O cliente/ usuário deve ser esclarecido que não é aconselhável a mudança do móvel na residência após a montagem, quando isto acontecer é indicado que o móvel seja totalmente esvaziado. • A conservação e limpeza para todos os tipos de revestimento deverão ser feita com um pano umedecido com água, se necessário adicione detergente neutro. No caso das manchas persistirem utilize um pano macio levemente umedecido com água e álcool. • Nunca utilize produtos abrasivos, como saponáceos, esponjas de aço e outros. • O painel de aglomerado ao sair da fábrica de matéria-prima recebe um tratamento contra insetos, porém, deve ser evitado o contato com qualquer 42– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 43. superfície infestado por cupins, porque todo produto derivado de madeira pode sofrer ação dos mesmos. • Não deve ser exposto à ação direta da água ou em ambientes com muita umidade, pois é um produto proveniente de madeira, e por isso é sensível a seus efeitos podendo causar inchamento do móvel. • Chapa de Fibra Em paralelo ao desenvolvimento do compensado, surge a chapa de fibra (chapa dura), utilizada em fundos de armários e gavetas. Com o objetivo de aproveitamento dos resíduos de serrarias (depois de vários experimentos e inúmeras tentativas), chegou-se a um método, que consiste em picar, reaglutinar e obter uma pasta, que após sofrer resfriamento e beneficiamento, deu origem à chapa de fibra de madeira. Atualmente no Brasil a chapa de fibra é feita exclusivamente com fibras de Eucalipto selecionadas e plantadas para este fim. A Chapa de Fibra tem como características: • Homogeneidade, planicidade, resistência mecânica; • Podem ser fixados com pregos, grampos, colas, parafusos ou através de encaixes. A Chapa de Fibra tem como vantagens: • Excelente trabalhabilidade; • Sua superfície lisa e plana é ótima para receber pinturas ou revestimentos; • Na indústria moveleira é mais aplicado em fundo de móveis, em geral, gavetas e painéis semi-ocos. Painéis compostos com chapa de fibra São painéis prontos que proporcionam maior velocidade e ganho real na produção. É mais uma opção de matéria-prima no processo de fabricação de móveis e similares. A composição dos painéis é revestida com chapas de fibras, com acabamento em pintura alquídica-melaminica ou revestimento melaminico (BP baixa pressão), sendo SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 43
  • 44. PINTURA DE MÓVEIS o miolo constituído por sarrafos de pínus colados entre si ou chapas de fibras de madeiras (FW – fiber wood). A fabricação do painel com miolo com sarrafeado de pínus se dá através do: • Corte de pínus; • Formação do “blockboard” - sarrafeado de pínus colados entre si (miolo); • União das capas e miolo com cola branca (PVA) ou uréia-formoldeído; • Prensagem e formação do painel. Miolo de fibra de madeira (FW – fiver wood): • Remoção da casca de eucalipto; • Desfibramento; • Formação da chapa de fibras de madeira (FW – fiver wood) – miolo; • Umidificação – climatização; • União das capas e miolo com cola branca (PVA) ou resina uréiaformoldeído; • Prensagem e formação do painel. As Vantagens dos painéis compostos são: • Miolo de sarrafeado de pínus – Rigidez e alta resistência mecânica; • Miolo de fibra de madeira (FW – fiver wood) – Estabilidade dimensional e resistência ao empenamento. Na indústria moveleira a aplicação é indicada: • Miolo de sarrafeado de pínus – Para móveis sujeitos a grande esforços e superfícies de trabalho (tampos) por possuir alta resistência mecânica; • Miolo de fibra de madeira (FW – fiver wood) – Ideal para peças de móvel com grande dimensão por possuir excelente estabilidade dimensional e resistência ao empenamento. 44– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 45. 5.2. PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE A importância e as finalidades do Lixamento Todo fabricante de móvel quer que seu produto tenha uma boa qualidade de pintura e que seu trabalho seja reconhecido. Para isso, deve sempre aplicar produtos de envernizamento e pintura de boa qualidade. O primeiro passo para se obter uma boa pintura ou o envernizamento da madeira é o lixamento. Às vezes deixado de lado, outras vezes feito de forma errada, o lixamento é um dos pontos importantes para se obter uma boa cultura ou envernizamento de qualidade. O objetivo do lixamento é eliminar as marcas de serra e plaina, nivelar e alisar a superfície, permitindo uma perfeita ancoragem do fundo ou do verniz a ser aplicado. Deve-se observar qual o tipo de madeira, o tipo de peça (maciço ou folheado) e equipamento que será utilizado para lixar. O lixamento é dividido em três etapas: a calibração, o semi-acabamento e o acabamento. Isso sem usar lixas de grãos muito diferentes. Em cada etapa é preciso usar duas ou três lixas que não tenham uma diferença de mais de duas granas, ou números consecutivos. a) Calibração Nesta etapa serão corrigidas as irregularidades mais grosseiras da superfície da madeira. É o momento de tirar a maior quantidade de material da madeira. Durante a calibração, cerca de 60% de toda a madeira que será removida no lixamento deve ser tirada. Mas isso depende da sua experiência. Só você pode calcular quanto deve tirar de madeira durante cada etapa. Use lixas mais grossas, como a lixa #50 ou #60. Faça movimentos de vaivém no sentido dos veios da madeira para não provocar ranhuras. Atenção para não pular mais de dois números em cada lixamento. Se você começou com a lixa #50, use em seguida a lixa #60, ou no máximo a lixa #80. Essa fase pode ser feita em máquinas operatrizes ou lixadeiras de cinta larga. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 45
  • 46. PINTURA DE MÓVEIS b) Semi-acabamento Nesta etapa você vai eliminar os riscos deixados pelas lixas grossas na madeira, cerca de 30% de tudo que será removido nas três etapas. Use duas ou três lixas de grãos médios, como #80, #100 ou #120, e não pule mais de dois grãos entre cada lixamento. Faça movimentos de vaivém ainda no sentido dos veios da madeira. Nesta fase você também pode usar a lixadeira de cinta estreita. c) Acabamento A terceira etapa do lixamento é a que deve ser mais cuidadosa, pois é o toque final do seu trabalho. Use lixas de grão finas, como #150, # 180 e #220, e faça o trabalho manualmente ou numa máquina de cinta estreita. Não pule nenhum número entre uma lixa e outra; faça movimentos de rotação e não pressione com força a lixa contra a madeira. Nesta etapa você vai remover cerca de 10% de toda a madeira removida nas três etapas. Se você quiser fazer um lixamento ainda mais refinado, use no final uma lixa muito suave, #280 até #600, fazendo os mesmos movimentos. Para acabamentos finos, também existe uma lixa especial (A219, da Norton), que vem com uma substância lubrificante (No Fil ou estearato de zinco) e evita o empastamento da lixa, deixando o móvel ainda mais bem acabado e pronto para aplicar vernizes ou seladoras. • Utilização de Lixas Devemos começar com as lixas mais grossas, depois as médias e por fim as finas, para obtermos um bom acabamento. As lixas são classificadas de acordo com o grau de abrasividade, medido pelo tamanho do grão. Ou seja, quanto mais grosso for o grão abrasivo, mais áspera será a lixa e maior poder de lixamento ela terá. As lixas são identificadas por números (#) que vão de 16 a 600. A lixa # 16 é a de grão mais grosso do mercado e a # 600, do mais fino. Este valor se define como grana de uma lixa abrasiva. Quanto maior for o número de grana menor será a retirada do material conseguida. O tipo de grana da lixa está diretamente ligado ao tipo do trabalho ao qual está sendo utilizada. Para se obter uma superfície bem lixada, deve-se usar, no mínimo, quatro lixas, para a obtenção de uma superfície sem rachaduras e bem polida. É importante entender 46– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 47. que uma superfície bem lixada, não é aquela bem lisa, mas, a que apresenta uma uniformidade de textura. As lixas devem ser usadas numa ordem progressiva e nunca ultrapassar a 50% em relação a abrasividade da lixa anterior. Como efetuar o lixamento da madeira O lixamento, tanto na fase da preparação da madeira, quanto após a camada de base, tem que ser feito no sentido das fibras da madeira. Deve-se tomar cuidado quanto ao lixamento no sentido transversal (lixamento cruzado), pois os riscos ocasionados podem ser nítidos após o acabamento final. O lixamento cruzado pode ser causado nas máquinas lixadeiras de cilindro ou contato, ou muitas vezes por descuidos do operador em lixas fitas manuais. Existem várias maneiras de se efetuar o lixamento da madeira: • Manual - com lixadeira de cinta (portátil) e lixadeira orbital. Lixadeira de Cinta SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 47
  • 48. PINTURA DE MÓVEIS Lixadeira Orbital • Eletromecânica – lixadeira de cinta (coluna) • Automática – lixadeira banda larga Com qualquer um dos sistemas, devemos tomar cuidado ao fixarmos superfícies curvas, para não deformarmos a peça. 48– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 49. Podemos retirar a poeira da lixa, mas não há como evitar o seu desgaste. A lixa deve ser trocada sempre que estiver desgastada. Lixadeira de Cinta Lixadeira Orbital • Processo de Execução do Lixamento Manual 1° PASSO – Prenda a peça de modo a poder lixar no sentido das fibras. Observação: Use calços de proteção ao prender a peça. 2° PASSO – Escolha e ajuste a lixa no lixador, firmando as sobras com os dedos nas laterais do mesmo. Observação: Use as lixas em ordem decrescente de granulação. 3° PASSO – Pressione e impulsione o lixador com movimentos de vaivém no sentido das fibras. a) Lixe, deslocando o lixador lateralmente até completar o lixamento de toda superfície. b) Repita esta operação até que a superfície fique nas condições desejadas. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 49
  • 50. PINTURA DE MÓVEIS Observações: Nas superfícies folheadas, cuide para não vazar a lâmina. Em superfícies curvas ou com formatos diversos, lixe manualmente ou construa lixadores especiais. Lixamento dos Fundos / Seladores Os fundos seladores devem estar bem secos para serem lixados. Pode-se verificar, fazendo um pequeno teste de lixamento. Se formarem gruminhos na lixa, o fundo não está seco; se na lixa ficou apenas pó branco, já está suficientemente seco. Para seladora nitro, deve-se usar sempre para lixamento uma lixa fina e progressiva. Por exemplo, se na madeira for usada como última lixa, de grana 180, na seladora deve-se continuar o lixamento com uma grana de 400 ou até 600. Nos fundos poliuretano, devemos proceder da maneira que procedemos ao lixar o selador fundo nitro, isto é, aumento gradativo das granas até finalizarmos com um grana bem fina. Para iniciar o lixamento, deve-se respeitar o tempo de secagem indicado pelo fabricante do produto. NÃO SE ESQUEÇA... Devemos lixar sempre no sentido do veio da madeira, para não provocarmos ranhuras na sua superfície. 5.3. PRODUTOS DE ACABAMENTO Não adianta caprichar em todos os detalhes da confecção de um móvel se o acabamento estiver mal feito. O processo de acabamento protege a madeira, formando uma película isolante que dá maior durabilidade e também embeleza a peça. Sua importância se equipara às etapas do corte, montagem e lixamento. Os cuidados básicos não se restringem à aplicação da tinta e do verniz. Começam bem antes, na preparação do ambiente e do produto a ser usado. Assim, o local reservado para fazer o acabamento precisa estar livre de pó ou de qualquer partícula estranha e a madeira deve ser bem lixada, evitando que a pintura 50– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 51. ou o envernizamento apresente imperfeições. Enfim, todo o trabalho pode ser desperdiçado se o produto for aplicado numa superfície preparada de forma inadequada. • Tintas e vernizes A Tinta é uma composição química líquida pigmentada que, ao ser aplicada, se converte em filme sólido por mecanismos característicos de cada tipo de tinta. Os vernizes são como as tintas, mas não possuem pigmentos, pois são transparentes. Ambos possuem funções próprias, são usados para decoração e em formas de películas protetoras de superfícies (verniz). É o caso de armários, portas de madeira, móveis em geral. Defeitos Originários das Tintas e Vernizes 1) Aglomeração: São partículas sólidas não solúveis no meio. 2) Incompatibilidade: A tinta se apresenta totalmente grosseira. A resina não mistura com o pigmento. 3) Flutuação: Quando sobre a superfície da tinta, separam-se vários pigmentos, e mesmo homogeneizado voltam a se separar, rapidamente. 4) Sedimentação: Acontece na hora do preparo do produto. Antes de serem usados, o verniz ou a tinta devem ser misturados por inteiro e não apenas na superfície, para ficarem bem homogêneos. Quando essa mistura não é feita ou então acontece de maneira incorreta, as cargas ou pigmentos do produto ficam sedimentados no fundo do recipiente. Se usado na madeira desse jeito, provoca um brilho excessivo, inadequado quando deveria ser fosco, além de oferecer uma cobertura falha. Este é um erro grave na preparação do produto para o acabamento. 5) Gelatinização: O tipo de diluente e a quantidade usada são importantes para se evitar alterações na viscosidade do produto e uma possível gelatinização. O ideal é usar apenas os diluentes especificados pelo fabricante, na embalagem. O uso da aguarrás em produtos inadequados, por exemplo, dá um aspecto gelatinoso e impede a utilização. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 51
  • 52. PINTURA DE MÓVEIS Processos de secagem Existem diversos processos de secagem tendo em vista suas formulações. • Secagem por Evaporação: Tão logo o solvente evapore, a película seca adquire suas propriedades, são os casos das lacas, vernizes N.C., tintas (vinílicas), etc. • Secagem de Oxidação: Uma vez o filme, evapora-se o solvente e começa a oxidação que reage com a resina presente, formando um filme duro após 24 horas, são os casos das tintas sintéticas. • Secagem por Reação: São as chamadas tintas de dois componentes. A tinta e o agente de cura (catalisador) são fornecidos separadamente. Os dois componentes devem ser misturados antes do uso. A mistura tem um tempo de vida útil limitado. Exemplo: Poliuretano, Epóxi. • Composição básica das tintas e vernizes: Resinas – é o formador de película. Sem a presença da resina os demais componentes não teriam aderência junto aos substratos. É sem dúvida o componente mais importante de uma tinta. As tintas podem ser classificadas segundo as resinas que as compõem; teremos, portanto, assim, produtos sintéticos, poliuretano, nitro, acrílico, epóxi, etc. Produtos Nitro-Celulose - São produtos que secam por evaporação de solventes. Logo por ser um mecanismo meramente físico, a secagem é rápida e reversível, o que quer dizer que os produtos N.C. não resistem ao contato com solventes. Seu revestimento é de baixo sólido, e tem boa secagem e boa lixabilidade. Produtos SH ou Lacas Curáveis - Ainda hoje são largamente utilizados por muitos fabricantes de móveis. Como primeiras características são produtos de maior dureza que as lacas e poliuretanos, porém pelo quimismo da reação, apesar da secagem mais rápida que um poliuretano, não tem a mesma elasticidade. Ao contrário dos produtos N.C. podem ser limpos álcoois, não mancha, não tem problema de amarelamento em relação aos produtos PU que são mais econômicos. 52– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 53. Produtos Sintéticos - Produtos à base de alquídicas, com secagem mais lenta que todo sistema e com tendência a amarelamento em exterior. Por sua natureza não tem resistência a ácidos e solventes fortes. Seu uso é pouco difundido na indústria de móveis, no entanto, acrescentamos aqui por considerarmos como uma alternativa a nível industrial. Por outro lado, pode ser usado em pinturas de móveis domésticos e em acabamento de móveis para jardim. Produtos Poliuretanos - Película resultante de uma reação poliol hidroxilada (OH), com produtos que contenham grupos isocianato livres (NCO) é, pois, uma tinta bi- componentes. Existem dois tipos de isocianato: • Aromáticos – São produtos constituídos de alta resistência química e física, mas, que expostos à luz solar, têm tendência a amarelar. • Alifáticos – Apresentam as mesmas características dos Aromáticos, porém, não têm tendência ao amarelamento. Em geral, constituem em resinas de maior resistência química e física e, além disso, apresentam resistência ao contato com solventes, conseguindo produtos com alto brilho e com boa retenção do mesmo. Ao lado da grande dureza, apresentam grande elasticidade, porém são produtos de secagem mais lenta. Apesar a lixabilidade mais demorada no contexto geral das tintas e vernizes, são produtos que reúnem o maior número de vantagens não só para o uso de revestimento de móveis, mas também em outros ramos da atividade industrial. É importante salientar que devido à alta reatividade do isocianato com a umidade os produtos PU, antes da secagem final, são sensíveis à água. Pigmentos – são constituídos de pó insolúveis no meio e conferem cor e cobertura a uma tinta. Obviamente, vernizes não são pigmentados. Cargas – São produtos que acrescentados aos pigmentos, aumenta a cobertura, diminuem o brilho, dão lixabilidade, etc. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 53
  • 54. PINTURA DE MÓVEIS Aditivos – São produtos que adicionados em pequenas quantidades dão ao produto propriedades especiais. Entre elas podemos citar um melhor alastramento, um anti- bolha, um anti-cratera, etc. Solventes - São líquidos voláteis que solubilizam a resina, diminuindo a viscosidade do produto. Sabe-se que uma tinta constituída de apenas resina e pigmentos seria extremamente pastosa e difícil de ser aplicada. Recomenda-se o uso de solvente estritamente necessário, pois o acréscimo de solvente a um produto nunca irá melhorar o seu rendimento, ao contrário, aumentará o consumo, o custo com o número de mãos necessárias para se atingir uma boa qualidade na pintura. Função: Medir a capacidade que um líquido possui de dissolver ou não uma determinada resina. São eles: • Verdadeiros: Quando dissolve uma resina em qualquer proporção: • Exemplo: A nitro-celulose tem como solventes verdadeiros, metil-etilcetona, acetato de etila, etc. • Latentes: Quando puros não dissolvem a resina, mas misturados aos solventes verdadeiros se tornam bons solventes. Exemplo: em relação a nitro- celulose os álcoois são latentes. • Não-Solventes: não tem nenhum poder de solvência e são tolerados em pequenas proporções.Exemplos: Em relação a nitro-celulose, o toluol, o xilou, etc. Defeitos originários do mau uso do solvente • Falta de solvente: O filme aplicado apresentará mau nivelamento, aspecto conhecido como casca de laranja. • Solvente em excesso: Poderá ocorrer escorrimento, falta de cobertura, baixa espessura no filme e mau enchimento. • Solvente muito volátil: Se os solventes usados tiverem uma taxa de evaporação muito alta, o filme facilmente apresentará névoas, casca de laranja, alta espessura, dificuldade na aplicação e no retoque. Além disso, provocam fervuras ou bolhas. 54– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 55. Tingidor - Tingir madeira consiste em colorir, uniformizar ou alterar a tonalidade original da madeira, sem prejuízo da beleza, conservando as suas fibras, inclusive, realçando-as. São utilizados, no processo de tingimento, produtos especialmente preparados e dissolvidos que, combinados em suas cores e dissoluções, proporcionam as tonalidades desejadas, exigindo atenção e habilidades na sua aplicação, evitando manchas. Recomendações finais • Homogeneizar perfeitamente todo produto antes da aplicação; • Procurar estocar as tintas em condições de boa ventilação, temperatura, ausência de chamas, faíscas elétricas, danos mecânicos, etc; • Observar o tempo de estocagem dos produtos, procurando fazer o rodízio dos lotes que o produto armazenado mais tempo seja utilizado em primeiro lugar; • Produtos catalisados devem seguir orientações do fornecedor. • Tipos de superfícies: Madeira Maciça (madeira de lei, pínus), MDF, Aglomerado, Chapa de Fibra. • O lixamento é importante para eliminar marcas, nivelar e alisar a superfície. • Etapas do lixamento: Calibração – Etapa onde é corrigida a irregularidade mais grosseira da superfície da madeira; Semi-acabamento – Elimina os riscos deixados pelas lixas grossas; Acabamento – Toque final do trabalho. • As lixas são classificadas de acordo com o grau de abrasividade, medido pelo tamanho do grão, ou seja, quanto mais grosso for o grão, mais áspera será a lixa e maior poder de lixamento ela terá. • O lixamento deve ser feito sempre no sentido das fibras da madeira. • Maneiras de efetuar o lixamento da madeira: manualmente (lixadeira de cinta), lixadeiras orbitais, elétricas e lixadeira de banda larga. • A tinta é composta, basicamente, das seguintes substâncias: pigmento, veículo ou aglutinador, solvente ou redutor e aditivo. O pó colorido presente na mistura que constitui a tinta é denominado pigmento. O líquido que contém o pigmento e o torna fácil de se espalhar é chamado de veículo ou aglutinador. Já os vernizes não são pigmentados. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 55
  • 56. PINTURA DE MÓVEIS • O solvente é um líquido volátil que solubiliza a resina, diminuindo a viscosidade do produto. • O tingidor serve para colorir (tingir) a madeira, conservando suas fibras. • Cada produto possui uma “carteira de identidade” chamada boletim técnico. • Leia sempre o boletim antes de utilizar o produto. Cuidado! O boletim só serve para o produto da empresa fabricante. Nunca use boletim de fornecedor diferente. 5.4. EQUIPAMENTOS PARA ACABAMENTO Tipos de Pistolas: Pistola convencional; tanque de pressão; sistema airless; sistema airmix; sistema eletrostático. - Pistola Convencional A tinta é pulverizada com auxílio de ar comprimido, que arrasta a tinta e a subdivide em gotículas minúsculas no bico de fluído. O reservatório é acoplado à pistola. Divide-se em: • Pistola a sucção. O produto é sugado da caneca através do cano de sucção e enviado para o bico de fruído; • Pistola a gravidade. O produto desliza naturalmente para o bico de fluído. - Tanque de Pressão Diferencia-se da pistola convencional pelo fato do reservatório ser separado da pistola e sua capacidade acima de 1 litro. Usado geralmente em média e grande escala. 56– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 57. Figura 1 - Pistola de Gravidade Figura 2 - Pistola de Sucção SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 57
  • 58. PINTURA DE MÓVEIS Figura 3 - Pistola Convencional 58– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 59. Figura 4 - Tanque de Pressão SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 59
  • 60. PINTURA DE MÓVEIS Limpeza de Pistola • Filtro de Ar O ar deve ser filtrado de modo a separar a água condensada. Este filtro deve ser purgado freqüentemente para não causar inconvenientes à pintura. A pressão do ar deve ser regulada de 25 a 30 libras em acabamentos normais. 60– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso
  • 61. Agitador Os tanques de pressão são providos de agitadores que podem ser movidos manualmente ou com motores pneumáticos. Deve-se cuidar da limpeza para um bom funcionamento e não entupimento da pistola. 5.5. PROCESSO DE PINTURA PARA ACABAMENTO DE MÓVEIS PROCESSO PEÇA Nº 01 – ACABAMENTO TINGIDO NITRO - 1º passo: aplicação de uma demão de seladora à pistola; - 2º passo: secagem e lixamento com lixa 320; - 3º passo: aplicação de uma demão de seladora à pistola acrescida de 5% de tingidor concentrado; - 4º passo: secagem e lixamento com lixa 320; - 5º passo: aplicação de uma demão de verniz sintético à pistola. PROCESSO PEÇA Nº 02 – ACABAMENTO NITRO - 1º passo: aplicação de uma demão de seladora à pistola; - 2º passo: secagem e lixamento com grana 320; - 3º passo: aplicação de uma demão de seladora à pistola; - 4º passo: aplicação de uma demão de verniz sintético à pistola. PROCESSO PEÇA Nº 03 - ACABAMENTO TINGIDO PU BRILHANTE - 1º passo: aplicação de uma demão de tingidor à boneca (pode ser aplicado diluído 5% no fundo PU e aplicado a pistola); - 2º passo: secagem; - 3º passo: aplicação de duas demãos de fundo PU à pistola; - 4º passo: secagem e lixamento com lixa grana 280/320; - 5º passo: aplicação de uma demão de verniz PU brilhante à pistola. PROCESSO PEÇA Nº 04 - LAQUEADO NITRO - 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer nitro à pistola; - 2º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220; - 3° passo: repetir passos 1° e 2°; - 4° passo: aplicação de uma demão de laca nitro à pistola. SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – 61
  • 62. PINTURA DE MÓVEIS Obs. Se quiser obter efeito de profundidade aplicar 1 demão de verniz transparente. PROCESSO PEÇA N° 05 – LAQUEADO P.U. BRILHANTE - 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola - 2º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220 - 3º passo: repetir passos 1° e 2° - 4º passo: aplicação de uma demão de laca PU brilhante à pistola Obs. Se quiser obter efeito de profundidade aplicar uma demão de verniz transparente. PROCESSO PEÇA Nº 06 – EFEITO MÁRMORE À BONECA - 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola; - 2º passo: aplicação de uma demão de massa estuque utilizando espátula (corrigir possíveis defeitos); - 3º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220; - 4° passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU á pistola; - 5° passo: secagem e lixamento com lixa grana 320; - 6º passo: aplicação de uma demão de laca fosca PU à pistola; - 7º passo: aplicação de uma demão de tingidor e diluente rápido à boneca para a formação do efeito – (tingidor mármore ou concentrado + diluente rápido); - 8º passo: aplicação de uma demão de verniz PU à pistola; - 9º passo: secagem e lixamento com lixa grana 600/1200; - 10º passo: aplicação de uma demão de verniz PU à pistola. PROCESSO PEÇA Nº 07 – EFEITO MÁRMORE À PISTOLA - 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola; - 2º passo: aplicação de uma demão de massa estuque utilizando espátula (corrigir possíveis defeitos); - 3º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220; - 4° passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU á pistola; - 5° passo: secagem e lixamento com lixa grana 320; - 6º passo: aplicação de uma demão de laca fosca PU à pistola; 62– SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso