1) O documento apresenta uma apostila sobre operações unitárias para o curso técnico em química no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso campus Fronteira Oeste/Pontes e Lacerda.
2) A apostila introduz os conceitos básicos de operações unitárias, dividindo-as em mecânicas, de transferência de massa e de transferência de calor.
3) Também apresenta noções fundamentais como conversão de unidades, balanço material e energético e elementos de mecânica
1. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLÓGIA DE MATO GROSSO.
CAMPUS FRONTEIRA OESTE/PONTES E LACERDA –
PONTES E LACERDA – MT
DEPARTAMENTO DE ENSINO.
CURSO DE TÉCNICO INTEGRADO EM QUÍMICA.
APOSTILA DE OPERAÇÕES
ÚNITARIAS
PROFESSOR: ADNALDO BRILHANTE
PONTES E LACERDA – 2012.
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2. INTRODUÇÃO
A disciplina de Operações Unitárias é aquela que classifica e estuda, separadamente,
os principais processos físico-químicos utilizados na indústria química. Os processos mais
comuns encontrados nas indústrias químicas são a Destilação Atmosférica e a Vácuo, os
processos de Absorção e Adsorção, a Extração Líquido-Líquido e Líquido-Gás, o
processo de Filtração, Transporte de Sólidos, Trituração, Separação, Evaporação,
Resfriamento, Secagem, Cristalização, etc.
De uma forma geral, uma operação unitária é aquela etapa física de um processo
industrial e que, portanto, não envolve a ocorrência de transformações químicas.
@ Tipos de Operações Unitárias
- Mecânicas - Transferência de Massa - Transferência de Calor
. OPERAÇÕES UNITÁRIAS MECÂNICAS
São as operações de transporte, separação e transporte de fluidos.
Definição de Fluidos:
A matéria se apresenta basicamente em três fases de agregação: sólida, líquida e
gasosa. As fases líquida e gasosa são chamadas de fluidas, pois apresentam a propriedade de
se deformarem continuamente quando é aplicada sobre elas uma força tangencial,
denominada “tensão de cisalhamento”. Em outras palavras, um material fluido é aquele que
apresenta a propriedade de escoar.
Conceito Básico de Mecânica dos Fluidos:
Para o estudo das Operações Unitárias de transporte e de separação de fluidos, é
importante o estudo da Mecânica dos Fluidos, ou seja, o estudo do comportamento desses
fluidos quando submetidos à ação de uma força.
As características mais importantes para o dimensionamento de equipamentos de processos
são a viscosidade e a pressão do fluido.
Transporte e Armazenamento de Fluidos:
São realizados por:
- Bombas: centrífugas (rotor) e de deslocamento positivo ( pistão )
- Válvulas (controle e bloqueio)
- Linha de tubulações
- Medidores de vazão
- Vasos pressurizados.
Separação de Fluidos: Realizada por: - Centrifugação - Filtração
. OPERAÇÕES UNITÁRIAS DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA
São as operações que envolvem a separação de líquidos miscíveis.
- Propriedades das soluções → principalmente as diferenças entre os Pontos de Ebulição.
. Principais Operações de Transferência de Massa:
- Destilação
- Absorção – soluções líquido-gás
. OPERAÇÕES UNITÁRIAS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR
São as operações de troca térmica entre fluidos:
. Mecanismos de Troca de calor:
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3. - Condução: contato entre dois corpos fluidos
- Convecção: mistura de fluidos
- Radiação: ondas de calor
. Principais Equipamentos para a realização da Transferência de Calor:
- Trocadores de Calor
- Evaporadores
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Alguns conhecimentos são fundamentais para que se possa estudar de forma
adequada à disciplina denominada Operações Unitárias, como conhecimentos sobre
conversão de unidades, unidades que podem ser medidas lineares, de área, de volume, de
massa, de pressão, de temperatura, de energia, de potência. Outro conceito-base para
“Operações Unitárias” é o de Balanço, tanto Material quanto Energético.
• Conversão de Unidades
É necessário conhecer as correlações existentes entre medidas muito utilizadas na
Indústria Química, como é o caso das medidas de temperatura, de pressão, de energia, de
massa, de área, de volume, de potência e outras que estão sempre sendo correlacionadas.
Grandeza Unidade Símbolo
Comprimento Metro M
Massa Grama G
Corrente Elétrica Ampère A
Temperatura termodinâmica Kelvin K
Quantidade de matéria Mol Mol
Intensidade luminosa Candela Cd
Alguns exemplos de correlações entre medidas lineares
1 ft (pé) =12 in (polegada). 1 in =2,54 cm 1 m =3,28 ft 1 m =100 cm = 1000 mm
1 milha =1,61 km 1 milha =5.280 ft 1 km =1.000 m
Alguns exemplos de correlações entre áreas
1 ft2 = 144 in2 1 m2 = 10,76 ft2 1 alqueire = 24.200 m2 1 km2 = 103 m2
Alguns exemplos de correlações entre volumes
1 ft3 = 28,32 L 1 ft3 = 7,481 gal (galão). 1 gal = 3,785 L 1 bbl = 42 gal
1 m3 = 35,31 ft3 1 bbl = 0,159 1 m3
Alguns exemplos de correlações entre massas
1 kg = 2,2 lb 1 lb = 454 g 1 kg = 1.000 g 1 t = 1.000 kg
Alguns exemplos de correlações entre pressões
1 atm = 1,033 kg.f/cm2 1 atm = 14,7 psi (lb.f/in2) 1 atm = 30 in Hg 1 atm = 10,3 m H2O
1 atm = 760 mm Hg 1 atm = 34 ft H2O 1 Kpa = 10–2 kgf/cm2
Algumas observações sobre medições de pressão:
– Pressão Absoluta = Pressão Relativa + Pressão Atmosférica
– Pressão Barométrica = Pressão Atmosférica
– Pressão Manométrica = Pressão Relativa
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4. Alguns exemplos de correlações entre temperaturas
tºC = (5/9)(tºF – 32) tºC = (9/5)(tºC) + 32 tK = tºC + 273
tR = tºF + 460 (temperaturas absolutas)
Algumas observações sobre medições de temperatura:
Zero absoluto = – 273ºC ou – 460ºF
Entre 778 e 782 ft.lb.f (pés-libra-força).
Alguns exemplos de correlações entre potências
1 HP = 1,014 CV 1 HP = 42,44 BTU/min 1KW = 1,341 HP 1 HP = 550 ft.lbf/s
1KW = 1 KJ/s 1 KWh = 3.600 J 1KW = 1.248 KVA (kilovoltampere)
(unidades não oficiais como cavalo-vapor, cv (735,5W), horse power, hp (746,6W) e outras
unidades híbridas)
Alguns exemplos de correlações de energia
1 Kcal = 3,97 BTU 1BTU = 252 cal 1BTU = 778 ft.lb.f 1Kcal = 3,088 ft.lb.f
1Kcal = 4,1868 KJ 1 cal = 4,18 J
• Noção de Balanço Material e Balanço Energético
- Balanço Material: se baseia na Lei de Lavoisier da Conservação das Massas: na natureza
nada se destrói e nada se cria, tudo se transforma.
Igual
Massa que entra → PROCESSO → Massa que sai.
- Balanço Energético: se baseia nas Leis Termodinâmicas da Conservação de Energia.
Igual
Energia que entra → PROCESSO → Energia que sai
ELEMENTOS DE MECÂNICA DOS FLUIDOS
• NOÇÕES DE HIDROSTÁTICA
Hidrostática é o ramo da Física que estuda a força exercida por e sobre líquidos em
repouso. Este nome faz referência ao primeiro fluido estudado, a água, é por isso que, por
razões históricas, mantém-se esse nome. Fluido é uma substância que pode escoar facilmente,
não tem forma própria e tem a capacidade de mudar de forma ao ser submetido à ação de
pequenas forças. Lembrando que a palavra “fluido” pode designar tanto líquidos como gases.
ELEMENTOS DE HIDROSTÁTICA
# Massa específica ou densidade absoluta (µ)
A massa específica é uma característica da substância que constitui o corpo e é obtida
pelo quociente entre a massa e o volume do corpo, quando este é maciço e homogêneo. A
unidade de massa específica no SI é o kg/m3, mas também é muito utilizada a unidade g/cm3.
1 g/cm3 = 1000 kg/m3.
Importante
4
5. Densidade e densidade absoluta são grandezas físicas diferentes. Observe que
podemos obter qualquer uma das duas grandezas utilizando a fórmula acima, porém, só
teremos a densidade absoluta ou massa específica se o corpo em questão for maciço e
homogêneo, de outra forma, o que estaremos obtendo é uma característica do corpo chamada
densidade. - Massa específica ou densidade absoluta: característica da substância que compõe
o corpo. - Densidade: característica do corpo.
# Pressão
Pressão é uma grandeza física obtida pelo
quociente entre a intensidade da força (F) e a
área (S) em que a força se distribui.
No caso mais simples a força (F) é
perpendicular à superfície (S) e a equação fica
simplificada:
A unidade de pressão no SI é o N/m2, também chamado de Pascal.
Relação entre unidades muito usadas:
1 atm = 760 mmHg = 101 N/m2.
. Pressão de uma coluna de líquido
A pressão que um líquido de massa específica m, altura h, num local onde a aceleração
da gravidade é g exerce sobre o fundo de um recipiente é chamada de pressão hidrostática e é
dada pela expressão:
Se houver dois ou mais líquidos não
miscíveis, teremos:
Teorema de Stevin
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6. A diferença de pressão entre dois pontos, situados em alturas diferentes, no interior de
um líquido homogêneo em equilíbrio, é a pressão hidrostática exercida pela coluna líquida
entre os dois pontos. Uma consequência imediata do teorema de Stevin é que pontos situados
num mesmo plano horizontal, no interior de um mesmo líquido homogêneo em equilíbrio,
apresentam a mesma pressão.
Se o ponto A estiver na superfície do líquido, a pressão neste ponto será igual à pressão
atmosférica. Então a pressão P em uma profundidade h é dada pela expressão:
Princípio de Pascal
A pressão aplicada a um líquido em equilíbrio se transmite integralmente a todos os pontos do
líquido e das paredes do recipiente que o contém.
Prensa hidráulica:
. Empuxo
Empuxo é uma força vertical, orientada de baixo para cima, cuja intensidade é igual ao peso
do volume de fluido deslocado por um corpo total ou
parcialmente imerso.
.Na Esfera A: E > P
A esfera A está em repouso,
flutuando na superfície do líquido. Isto
acontece quando a densidade do corpo é
menor que a densidade absoluta do líquido e,
neste caso, o empuxo recebido pelo corpo é
maior que seu peso.
Na Esfera B: E = P
A esfera B está em repouso e totalmente imersa no líquido. Isto acontece quando a
densidade do corpo é igual à densidade absoluta do líquido e, neste caso, o empuxo recebido
pelo corpo é igual ao seu peso.
Na Esfera: E + N = P
A esfera C está em repouso, apoiada pelo fundo do recipiente. Isto acontece quando a
densidade do corpo é maior que a densidade absoluta do líquido e, neste caso, o empuxo é
menor que o peso do corpo.
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7. . Peso aparente
É a diferença entre o peso do corpo e o empuxo que ele sofreria quando imerso no
fluido.
. Sistema de vasos comunicantes
Para entender esse sistema, é importante pensar em um recipiente que possui alguns
ramos que são capazes de se comunicar entre si:
Como
podemos
observar
na figura
acima, o
recipiente está cheio com apenas um líquido em equilíbrio, portanto
podemos concluir que:
1- A superfície que estiver sem líquido, será horizontal e irá atingir
a mesma altura de h.
2-Quando os pontos do líquido estiverem na mesma altura z, a
pressão do mesmo será igual.
Portanto:
Com isso pode-se concluir que esses fatos são denominados
princípio dos vasos comunicantes.
As duas propriedades acima (1 e 2), “percorrem” a Lei de
Stevin.
Um outro exemplo, porém agora com dois líquidos homogêneos, representados por A e B e
que não podem se misturar (imiscíveis):
Se o sistema estiver em total
equilíbrio e sob a ação da
gravidade, conseguiremos igualar as
pressões tanto no ponto 1 como no
ponto 2 da figura acima, pois eles
pertencem ao mesmo líquido, no
caso pertencem ao líquido A, e
consequentemente pertencem
também ao mesmo plano
horizontal.
Portanto: Com isso pode- se concluir que as duas
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8. alturas líquidas da figura acima, que são medidas partindo de uma superfície de separação,
são inversamente proporcionais ás próprias densidades.
• NOÇÕES DE HIDRODINÂMICA
A hidrodinâmica é o estudo de fluidos em movimento. É um dos ramos mais
complexos da Mecânica dos Fluidos, como se pode ver nos exemplos mais corriqueiros de
fluxo, como um rio que transborda, uma barragem rompida, o vazamento de petróleo e até a
fumaça retorcida que sai da ponta acesa de um cigarro. Embora cada gota d'água ou partícula
de fumaça tenha o seu movimento determinado pelas leis de Newton, as equações resultantes
podem ser complicadas demais. Felizmente, muitas situações de importância prática podem
ser representadas por modelos idealizados, suficientemente simples para permitir uma análise
detalhada e fácil compreensão.
# ELEMENTOS DE HIDRODINÃMICA
Viscosidade
É a propriedade dos fluidos que está associada à maior ou menor resistência que eles
oferecem ao seu próprio escoamento. Esta resistência se explica pelo atrito interno que ocorre
entre as moléculas que compõe o fluido, movimentando-se umas contras as outras, e por atrito
dessas moléculas com as paredes do recipiente que as contém.
Os fluidos com alta viscosidade como o melado ou mel, fluem mais lentamente que
aqueles com baixa viscosidade como a água. Todos os fluidos, líquidos e gases, têm certo
grau de viscosidade. Alguns materiais, como o piche, que parecem sólidos, são na realidade
altamente viscosos e fluem muito lentamente. O grau de viscosidade é importante em muitas
aplicações. Por exemplo, a viscosidade do óleo do motor determina o quanto ele pode
efetivamente lubrificar as partes de um motor de automóvel.
Um escoamento simples está mostrado na figura abaixo para ilustrar a definição de
viscosidade. ← τ F1 → escoamento →
F1: força aplicada sobre a placa superior a favor do sentido de escoamento do fluido.
F
τ : força ou tensão de cisalhamento; τ =
A
dV
V: velocidade de escoamento do fluido; V =
dx
• Lei de Newton para a viscosidade
F dV F dV
α => =κ . Ou τ α V => τ = κ . V (Lei de
A dx A dx
Newton)
TIPOS DE VISCOSIDADE
Viscosidade Dinâmica (κ)
Está relacionada com a Lei de Newton, onde a constante ou coeficiente de proporcionalidade
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9. “τ” é denominada VISCOSIDADE ABSOLUTA ou VISCOSIDADE DINÂMICA.
τ = κ·. V, onde κ → VISCOSIDADE ABSOLUTA ou VISCOSIDADE DINÂMICA.
Os fluidos que obedecem a Lei de Newton para a Viscosidade, são denominados de
“FLUIDOS NEWTONIANOS”. São fluidos que apresentam viscosidade constante.
São exemplos de fluidos newtonianos: água, ar, óleo, glicerina, etc. Já os fluidos que não
obedecem a Lei de Newton para a Viscosidade, são chamados de “FLUIDOS NÃO
NEWTONIANOS”. São fluidos que apresentam viscosidade variável. São exemplos de
fluidos não newtonianos: Ketchup, amido + água.
Viscosidade Cinemática (η)
k É aquela que se obtém quando se relaciona a viscosidade
dinâmica (κ) com a massa específica (µ) do fluido:
η= µ
• Unidades de Viscosidade
A unidade física de viscosidade no Sistema Internacional de Unidades é o pascal-
segundo (Pa·s), que corresponde exatamente a 1 N·s/m² ou 1 kg/(m·s). Na França intentou-se
estabelecer o poiseuille (Pl) como nome para o Pa·s, sem êxito internacional. Deve-se prestar
atenção em não confundir o poiseuille com o poise, chamado assim pela mesma pessoa.
Viscosidade Dinâmica
A unidade no Sistema CGS de unidades para a viscosidade dinâmica é o poise (p),
cujo nome homenageia a Jean Louis Marie Poiseuille. Sói ser mais usado o seu submúltiplo: o
centipoise (cp). O centipoise é mais usado devido a que a água tem uma viscosidade de
1,0020 cp a 20 °C 1 poise = 100 centipoise = 1 g/(cm·s) = 0,1 Pa·s. 1 centipoise = 1 mPa·s.
Viscosidade cinemática
Obtém-se com o cociente da viscosidade dinâmica (ou absoluta) e a densidade. A
unidade no SI é o (m²/s). A unidade física da viscosidade cinemática no Sistema CGS é o
stokes (abreviado S ou St), cujo nome provém de George Gabriel Stokes. Às vezes se
expressa em termos de centistokes (cS o cSt). 1 stokes = 100 centistokes = 1 cm²/s = 0,0001
m²/s.
Tabelas ilustrativas de Viscosidade: A tabela abaixo mostra os coeficientes de viscosidade
de alguns líquidos (em poise).
Glicerina (20oC) 8,3
o
Água (0 C) 0,0179
Água (100oC) 0,0028
o
Éter (20 C) 0,0124
Mercúrio (20oC) 0,0154
A tabela abaixo mostra os coeficientes de viscosidade de alguns gases (em poise).
Ar (0oC) 0,000171
Ar (20oC) 0,000181
o
Ar (100 C) 0,000218
Água (100oC) 0,000132
o
CO2 (15 C) 0,000145
Tabela para viscosidades cinemáticas aproximadas a 20ºC de alguns líquidos. Em centistokes
(= 10−2 St = 10−6 m2/s).
Líquido Água Leite Óleo Óleo Óleo Óleo Glicerina Óleo Mel Óleo
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10. SAE-1 SAE-3 SAE-5
combustível vegetal SAE-70
0 0 0
ν (cSt) 1 4 16 43 110 440 650 1735 2200 19600
• Medida ou determinação da viscosidade de um fluido
Na prática, a determinação da viscosidade de um fluido, é feita através de um
instrumento denominado viscosímetro. Um viscosímetro, também designado por
viscosímetro, consiste num instrumento usado para medição da viscosidade de um fluido.
Existem diversos tipos de viscosímetros, de entre os quais se destacam pela sua
importância e aplicação industrial, o viscosímetro capilar ou viscosímetro de Ostwald, o
viscosímetro de esfera em queda ou viscosímetro de bola e o viscosímetro rotativo.
No que diz respeito ao primeiro, o viscosímetro capilar ou de Ostwald, é utilizado para
líquidos e baseia-se na determinação de alguns dos parâmetros relacionados com a fricção
desenvolvida por um líquido quando este escoa no interior de um capilar.
Este tipo de viscosímetro é essencialmente um tubo em U, sendo que um dos seus
ramos é um tubo capilar fino ligado a um reservatório superior. O tubo é mantido na vertical e
coloca-se uma quantidade conhecida de um líquido no reservatório, deixando-se escoar sob a
ação da gravidade através do capilar. A medida da viscosidade é o tempo que a superfície de
líquido no reservatório demora a percorrer o espaço entre duas marcas gravadas sobre o
mesmo.
O viscosímetro de esfera em queda ou de bola possibilita a medição da velocidade de
queda de uma esfera no seio de uma amostra de fluído, cuja viscosidade se pretende
determinar. Este tipo de viscosímetro é baseado na lei de Stokes, enunciada pelo físico e
matemático irlandês George Gabriel Stokes, que nasceu em Skreen a 13 de Agosto de 1819 e
que faleceu em Cambridge a 1 de fevereiro de 1903.
Este método consiste em diversos tubos contendo líquidos padrões de viscosidades
conhecidas, com uma bola de aço em cada um deles. O tempo que a bola leva A descer o
comprimento do tubo depende da viscosidade do líquido. Colocando-se a amostra num tubo
semelhante, pode determinar-se aproximadamente a sua viscosidade por comparação com os
outros tubos. Finalmente, o viscosímetro rotativo é o mais usado na indústria e mede a força
de fricção de um motor que gira, devido a um sistema de pesos e roldanas, no seio de um
fluído que se pretende estudar.
. Imagens de Viscosímetros
# Regimes de Escoamentos de
Fluidos
Inicialmente, vamos
considerar apenas o que é chamado fluido ideal, isto é, um fluido incompressível e que não
tem força interna de atrito ou viscosidade. A hipótese de incompressibilidade é válida com
boa aproximação quando se trata de líquidos; porém, para os gases, só é válida quando o
escoamento é tal que as diferenças de pressão não são muito grandes.
O caminho percorrido por um elemento de um fluido em movimento é chamado linha
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11. de escoamento. Em geral, a velocidade do elemento varia em módulo e direção, ao longo de
sua linha de escoamento. Se cada elemento que passa por um ponto tiver a mesma linha de
escoamento dos precedentes, o escoamento é denominado estável ou estacionário.
No início de qualquer escoamento, o mesmo é instável, mas, na maioria dos casos, passa a ser
estacionário depois de certo período de tempo. A velocidade em cada ponto do espaço, no
escoamento estacionário, permanece constante em relação ao tempo, embora a velocidade de
uma determinada partícula do fluido possa variar ao longo da linha de escoamento.
Linha de corrente é definida como uma curva tangente, em qualquer ponto, que está
na direção do vetor velocidade do fluido naquele ponto. No fluxo estacionário, as linhas de
corrente coincidem com as de escoamento.
# Tipos de Escoamento
O movimento de fluidos pode se processar,
fundamentalmente, de duas maneiras diferentes: – escoamento
laminar (ou lamelar); – escoamento turbulento.
O escoamento laminar caracteriza-se pelo movimento
ordenado das moléculas do fluido, e todas as moléculas que passam num dado ponto devem
possuir a mesma velocidade. O movimento do fluido pode, em qualquer ponto, ser
completamente previsto.
O escoamento turbulento é o contrário de o escoamento
laminar. O movimento das moléculas do fluido é completamente
desordenado; moléculas que passam pelo mesmo ponto, em
geral, não têm a mesma velocidade e torna-se difícil fazer
previsões sobre o comportamento do fluido.
O escoamento turbulento não é interessante devido às
desvantagens e perigos que sua presença pode acarretar. Quando
um corpo se move através de um fluido, de modo a provocar
turbulência, a resistência ao seu movimento é bastante grande. Por esta razão, aviões, carros e
locomotivas são projetados de forma a evitar turbulência.
#Vazão
. Conceitos Básicos de Vazão
O conceito de vazão é fundamental praticamente para todos os estudos dos fluidos,
seja para uma instalação hidráulica de abastecimento, seja para o estudo de drenagem, seja
para o estudo de geração de energia através de turbina,
para todos estes estudos o parâmetro inicial a ser
conhecido é a vazão.
Conceito de Vazão em Volume ou Simplesmente
Vazão (Q)
Vazão é a quantidade em volume de fluido
que atravessa uma dada seção do escoamento por
unidade de tempo. Nota: A determinação da vazão
pode ser direta ou indireta; considera-se forma direta sempre que para a sua determinação
recorremos à equação de vazão é forma indireta quando recorremos a algum aparelho, como
por exemplo, Venturi, onde:
, sendo a variação de pressão entre duas seções do aparelho,
respectivamente uma de área máxima e uma de área mínima.
Conceito de Vazão em Massa (Qm)
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12. Vazão em massa é a quantidade em massa do
fluido que atravessa uma dada seção do escoamento
por unidade de tempo. Nota: O conceito de vazão em
massa é fundamental para o estudo de escoamentos
onde a variação de temperatura não é desprezível.
Conceito de Vazão em Peso (QG)
Vazão em peso é a quantidade de peso do
fluido que atravessa uma dada seção do escoamento
por unidade de tempo.
Relação entre Vazão em Peso (QG), Vazão em Massa (Qm) e Vazão em Volume (Q)
Para obtenção desta relação, evocamos os conceitos de peso específico (γ = G/V) e
massa específica (ρ = m/v), através dos mesmos, obtemos a relação deseja.
. Unidades de QG, Qm e Q
Para que possamos evocar as suas principais unidades, introduzimos inicialmente as
suas equações dimensionais.
Conhecendo-se as equações dimensionais, podemos estabelecer as suas principais unidades,
por exemplo:
.
Cálculos da vazão
São ainda muito usadas as unidades litro por segundo e metro cúbico por hora (m 3/h).
Se tivermos num condutor um fluido em escoamento uniforme, isto é, o fluido escoando com
velocidade constante, a vazão poderá ser calculada multiplicando-se a velocidade (v) do
fluido, em dada seção do condutor, pela área (A) da seção considerada, ou seja:
Q = A .v
Para demonstrar, suponha-se um condutor de seção constante:
O volume escoado entre as seções (1) e
(2) de área A é igual : V = A . L , onde
:
L = v.t (movimento uniforme), e daí
tem-se que: V = A .v.t
12
13. V
Como Q = , tem-se : Q = A . v
t
. Exemplos práticos
1) Um condutor de 20 cm2 de área de secção reta despeja gasolina num reservatório. A
velocidade de saída da água é de 60 cm3/s. Qual a vazão
do fluido escoado?
Resolução:
Sabemos que a vazão Q é dada por Q = V/T ou Q = Av
Neste caso, torna-se evidente que devemos usar a relação
Q = Av, porque conhecemos a velocidade do fluido e a
área da secção reta do condutor.
V = 60 cm3/s A = 20 cm2 Q = A.v Q = 20 x 60
Q = 1.200 cm3/s. Suponha que, no exemplo, o reservatório tenha 1.200.000 cm3 de
capacidade. Qual o tempo necessário para enchê-lo?
Resolução:
Temos V = 1.200.000 cm3 Q = 1.200 cm3/s T = ?
Aplicando a relação Q = V/ t, tiramos t = V/Q t = 1.200.000/1.200 t = 1.000 segundos.
t = 16 minutos 40 s
2) Uma bomba transfere óleo diesel em um reservatório à
razão de 20 m3/h. Qual é o volume do reservatório, sabendo-
se que ele está completamente cheio após 3 horas de
funcionamento de bomba ?
Resolução:
Temos que Q = 20 m3/h t = 3 h V = ? Q = V/ t =>
V = Q x t V = 20 x 3
V = 60 m3
Equação da continuidade nos escoamentos
Dizemos que um fluido encontra-se escoando em regime permanente quando a velocidade,
num dado ponto, não varia com o tempo.
Assim, considerando vários pontos quaisquer no interior de um
fluido, estes estarão em regime permanente, desde que toda
partícula que chegue a cada um desses pontos, passe com a mesma
velocidade e na mesma direção. Porém não há obrigação que as
velocidades sejam iguais em todos os pontos. O importante é que
toda partícula que passe por cada um deles isoladamente tenha a
mesma velocidade.
Se unirmos os pontos da figura acima, teremos trajetória de qualquer partícula que tenha
passado pelo ponto mais baixo da curva. Esta trajetória é conhecida pelo nome de Linha de
Corrente. Suponha-se, agora, um fluido
qualquer escoando em regime
permanente no interior de um condutor
de secção reta variável.
A velocidade do fluido no ponto A1 é
V1, e no ponto A2 é V2. A1 e A2 são
áreas da secção reta do tubo nos dois
pontos considerados.
Já foi visto que Q = V/ t e Q = Av,
portanto pode-se escrever que:
V/ t = Av V = A v t
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14. Sabe-se, ainda, que a massa específica é definida pela relação:
μ = m/V m = μV m = μAvt
Pode-se, então, dizer tendo em vista esta última equação, que a massa de fluido passando
através da secção A1 por segundo é m = μ1A1v1; e que a massa de fluido que atravessa a
secção A2, em cada segundo é igual a m = μ2A2v2. Está sendo supondo aqui que a massa
específica do fluido varia ponto a ponto no interior do tubo. A massa de fluido, porém,
permanece constante, desde que nenhuma partícula fluida possa atravessar as paredes do
condutor.
Portanto, é possível escrever: μ1.A1.v1 = μ2.A2.v2
Esta é a Equação da Continuidade nos escoamentos em regime permanente. Se o
fluido for incompressível, não haverá variação de volume e, portanto, μ1 = μ2 e a Equação da
Continuidade toma uma forma mais simples, qual seja A1.v1 = A2.v2 ou Q1 = Q2.
Esta relação mostra que onde a área da secção do condutor for maior, a velocidade de
escoamento da massa fluida é menor e vice-versa.
Exemplos práticos
1) Um duto de secção retangular possui um estreitamento cuja área de secção é de 100 cm2.
Certo líquido flui no duto à razão de 90 litros/min. Calcular a velocidade do líquido no
estreitamento. Resolução: O problema fornece vazão do líquido no interior do duto em sua
parte mais larga. Sabe-se que:
Q1 = Q2Q1 = A2 v2 Logo, v2 = Q1/A2 Deve-se estar atentos para as unidades.
Trabalhemos no sistema CGS.
Q1 = 90 l/ min = 90 dm3/60s = 90.000 cm3/60s
Q1 = 1.500 cm3/s v2 = Q1/A2
V2 = 1.500/100
V2 = 15 cm/s
2) Calcular a velocidade do fluido na parte mais larga do condutor mostrado na figura abaixo:
v1 = 5 ,0 cm/s v2 = ? A1 = 40 cm2 A2 = 150 cm2
Aplica-se a Equação da Continuidade:
A1.v1
A1. V1 = A2. V2 => v2 =
A2
40x5 200
=> v2 = => v2 = = 1,3 cm / s
150 150
Número de Reynolds (NR)
Quando a velocidade de um fluido que escoa em um tubo excede certo valor crítico,
o regime de escoamento passa de lamelar para turbulento, exceto em uma camada
extremamente fina junto à parede do tubo, chamada camada limite, onde o escoamento
permanece laminar. Além da camada limite, onde o escoamento é turbulento, o movimento do
fluido é altamente irregular, caracterizado por vórtices locais e um grande aumento na
resistência ao escoamento. O regime de escoamento, se lamelar ou turbulento, é determinado
pela seguinte quantidade adimensional, chamada Número de Reynolds:
NR = r D v / κ
Onde r é a densidade do fluido, κ, seu coeficiente de viscosidade, v, o módulo da sua
velocidade média de escoamento para frente e D, o diâmetro do tubo.
Esta velocidade média é definida como a velocidade uniforme em toda a seção reta
do tubo que produz a mesma vazão. Verifica-se experimentalmente que o escoamento de um
fluido qualquer é:
• Lamelar se NR < 2.000
14
15. • Turbulento se NR > 3.000
• Instável, isto é, mudando de um regime para outro, se 2.000 < NR < 3.000
Por exemplo, a 20oC, κ = 1 x 10-2 poise para a água. Em um tubo de 1 cm de
diâmetro, o módulo da velocidade média máxima de escoamento laminar é v = 20 cm/s. E o
escoamento é turbulento para velocidades médias de escoamento acima de 30 cm/s.
Para o ar a 20oC, κ = 1,81 x 10-4 poise. Em um tubo de 1 cm de diâmetro, o módulo
da velocidade média máxima de escoamento laminar é v = 278 cm/s. E o escoamento é
turbulento para velocidades médias de escoamento acima de 420 cm/s.
Com a Lei de Stokes viu-se que a força resistiva sobre uma esfera que se move em
um fluido viscoso com uma velocidade não muito grande é proporcional ao módulo desta
velocidade. Por outro lado, a força resistiva sobre qualquer objeto sólido que se move em um
fluido viscoso com velocidades maiores é aproximadamente proporcional ao módulo da
velocidade ao quadrado. Reynolds, estudando a causa destas duas diferentes leis de atrito nos
fluidos, descobriu que a mudança da lei de primeira potência para a de segunda potência não
era gradual, mas sim, brusca, e ocorria, para qualquer fluido dado e qualquer aparato de
medida, sempre na mesma velocidade crítica. Reynolds mostrou experimentalmente que esta
mudança acontecia simultaneamente com a mudança no regime do escoamento do fluido no
aparato de medida, de laminar para turbulento.
O experimento consistia em introduzir um fio de líquido colorido no centro de um
tubo através do qual o mesmo líquido, sem corante, escoava com uma velocidade controlada.
As baixas velocidades de
escoamento, o fio de líquido colorido
permanecia reto e contínuo pelo
comprimento do tubo e quando certa
velocidade crítica era atingida, a linha
colorida era violentamente agitada e
sua continuidade destruída por curvas e
vórtices, revelando assim fluxo
turbulento. Exatamente nesta
velocidade crítica é que a lei de atrito
no fluido passava de uma lei de primeira potência para uma de segunda potência.
# Perda de Carga
$ Conceito
Quando um líquido escoa de um ponto para outro no interior de um tubo, ocorrerá
sempre uma perda de energia, denominada perda de pressão (Sistemas de ventilação ou
exaustão) ou perda de carga (Sistemas de bombeamento de líquidos). Esta perda de energia é
devida principalmente ao atrito do fluído com uma camada estacionária aderida à parede
interna do tubo. O emprego de tubulações no transporte de fluídos pode ser realizado de duas
formas: tubos fechados e canais abertos. Em suma, perda de carga é a energia perdida pela
unidade de peso do fluido quando este escoa. No cotidiano a perda de carga é muito utilizada,
principalmente em instalações hidráulicas. Por exemplo, quanto maior as perdas de cargas em
uma instalação de bombeamento, maior será o consumo de energia da bomba. Para estimar o
consumo real de energia é necessário que o cálculo das perdas seja o mais preciso possível.
No caso de escoamentos reais, a preocupação principal são os efeitos do atrito. Estes
provocam a queda da pressão, causando uma "perda", quando comparado com o caso ideal,
sem atrito. Para simplificar a análise, a "perda" será dividida e distribuída (devidas ao atrito
em porções de área constante do sistema) e localizadas (devidas ao atrito através de válvulas,
tês, cotovelos e outras porções do sistema de área não constante). Como os dutos de seção
circular são os mais comuns nas aplicações de engenharia, a análise básica será feita para
15
16. geometria circular. Os resultados podem ser estendidos a outras formas pela introdução do
diâmetro hidráulico. A perda de carga total (Hp) é considerada como a soma das perdas
distribuídas (hf) devidas aos efeitos de atrito no escoamento completamente desenvolvido em
tubos de seção constante, com as perdas localizadas (hs) devidas a entradas, acessórios,
mudanças de área etc. Consequentemente, consideram-se as perdas distribuídas e localizadas
em separado.
Em resumo:
A Perca de Carga pode ser definida como sendo a perda de energia que o fluido sofre
durante o escoamento em uma tubulação. É o atrito entre o fluido (no nosso caso a água) e a
tubulação, quando o fluido está em movimento.
É a resistência ao escoamento devido ao atrito entre o fluido e a tubulação, mas que
pode ser maior ou menor devido a outros fatores tais como o tipo de fluido (viscosidade do
fluido), ao tipo de material do tubo (um tubo com paredes rugosas causa maior turbulência), o
diâmetro do tubo e a quantidade de conexões, registros, etc. existentes no trecho analisado.
Variáveis Hidráulicas que influem na Perda de Carga
I. Comprimento da tubulação (l)
Quanto maior o comprimento da tubulação,
maior a perda de carga. O comprimento é
diretamente proporcional à perda de carga. O
comprimento é identificado pela letra l (do inglês
length, comprimento).
II. Diâmetro da tubulação (d)
Quanto maior o diâmetro, menor a perda de carga. O
diâmetro é inversamente proporcional à perda de
carga.
III. Velocidade (v): Quanto maior a velocidade do
fluido, maior a perda de carga.
IV. Outras variáveis: fator (f)
a) Rugosidade: A rugosidade depende do material do tubo. Existem tabelas onde encontramos
esses valores em função da natureza do material do tubo.
b) Tempo de uso: O tempo de uso, ou seja, a idade do tubo também é uma variável a ser
considerada, devido principalmente ao tipo de material que for utilizado (ferro fundido, aço
galvanizado, aço soldado com revestimento, etc.). O envelhecimento de um tubo provoca
incrustações ou corrosões que poderão alterar desde o fator de rugosidade ou até o diâmetro
interno do tubo.
16
17. c) Viscosidade do fluido
A viscosidade, ou seja, o atrito intermolecular do fluido também influencia a perda
de carga em um sistema. Líquidos com viscosidades diferentes vão possuir perdas de cargas
distintas ao passar dentro de uma mesma tubulação.
#Expressões da Perda de Carga (J) I. Método Racional ou Moderno
Em função das variáveis hidráulicas apresentadas e utilizando
o chamado método moderno ou racional, Darcy e Weisbach chegaram
à expressão geral da perda de carga válida para qualquer líquido onde:
J = Perda de Carga / l = comprimento / d = diâmetro / f = fator -
viscosidade, rugosidade, idade do tubo, etc.
II. Método Empírico
Esse método consiste em aplicar uma fórmula empírica criada para água em uma
tubulação feita com determinado material. Dentre as várias fórmulas criadas com esse
método, muitas vezes se adota a fórmula de Fair-Whipple-Hsiao (FWH), pois é a que melhor
se adapta a muitos projetos, como os para tubulações em PVC de até 100 mm de diâmetro.
J = 8,69 x 106 x Q x 101,75 x d -4,75
#Tipos de Perda de Carga
As perdas de carga podem ser de dois tipos:
I. Normais
As perdas de cargas normais ocorrem ao longo de
um trecho de tubulação retilíneo, com diâmetro constante.
Se houver mudança de diâmetro, muda-se o valor da perda
de carga.
II. Acidentais ou localizadas
As perdas de carga acidentais ou localizadas são as perdas que ocorrem nas conexões
(curvas, derivações), válvulas (registros de gaveta, registros de pressão, válvulas de descarga)
e nas saídas de reservatórios. Essas peças causam turbulência, alteram a velocidade do fluido,
aumentam o atrito e provocam choques das partículas líquidas.
O método que será utilizado para calcular as
perdas de carga localizadas é o método dos
comprimentos equivalentes ou virtuais. Em uma
tabela já existem todas as conexões e válvulas
nos mais diversos diâmetros e a comparação com
a perda de carga normal em uma tubulação de
mesmos diâmetros. Por exemplo: A perda de
carga existente em um registro de gaveta aberto
17
18. de 20 mm equivale à perda de carga existente em um tubo de PVC de 20 mm (mesmo
diâmetro) com 0,20 m de comprimento:
Princípio de Bernoulli ou
Equação de Bernoulli
O Princípio de Bernoulli, também denominado Equação de Bernoulli
ou Trinômio de Bernoulli, ou ainda Teorema de Bernoulli descreve o comportamento de
um fluido movendo-se ao longo de uma linha de corrente e traduz para os fluidos o principio
da conservação da energia.
Foi exposto por Daniel Bernoulli em sua obra Hidrodinâmica (1738) e expressa que
num fluido ideal (sem viscosidade nem atrito) em régime de circulação por um conduto
fechado, a energia que possui o fluido permanece constante ao longo de seu percurso. A
energia de um fluido em qualquer momento consta de três componentes:
1 – Cinética: é a energia devida à velocidade que possua o fluido.
2 – Potencial gravitacional: é a energia devida à altitude que um fluido possua.
3 – Energia de fluxo: é a energia que um fluido contém devido à pressão que possui.
A seguinte equação conhecida como “Equação de Bernoulli” (Trinômio de Bernoulli)
consta destes mesmos termos.
Onde:
* V = velocidade do fluido na
seção considerada.
* g = aceleração gravitacional
* z = altura na direção da gravidade desde uma cota de referência. *P = pressão ao longo da
linha de corrente. ρ = densidade do fluido.
Para aplicar a equação deve-se realizar as seguintes suposições:
* Viscosidade (atrito interno) = 0, ou seja, se considera que a linha de corrente sobre a qual se
aplica se encontra em uma zona ‘não viscosa’ do fluido.
* Caudal constante * Fluxo incompressível, onde ρ é constante.
* A equação se aplica ao longo de uma linha de corrente ou em um fluxo irrotacional.
Sob determinadas condições, é possível fazer a simplificação da Equação de Bernoulli,
chegando-se a Equação de Torricelli, aplicada ao escoamento de fluidos através de pequenos
orifícios: v = 2 gH
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE APLICAÇÃO – Hidrostática / Hidrodinâmica; vazão
e perda de carga.
1) Qual a pressão manométrica dentro de uma tubulação onde circula ar se o desnível do nível
do mercúrio observado no manômetro de coluna é
de 4 mm?
Considere: densidade do Mercúrio = ρhg = 13600
kg/m3 e aceleração gravitacional g = 9,81 m/s2
Resolução:
18
19. Observando o Princípio de Stevin, calculamos a pressão manométrica da tubulação
através da seguinte equação:
pmanométrica = ρhg . g . h = 13600 x 9,81 x 0,004 = 533,6 Pa
A pressão absoluta é a soma dessa pressão com a pressão atmosférica (101325 Pascals).
2 ) Qual a vazão de água (em litros por segundo) circulando através de um tubo de 32 mm de
diâmetro, considerando a velocidade da água como sendo 4 m/s? Lembre-se que 1 m3 = 1000
litros. Resolução:
Primeiramente, calcula-
se a área da secção
transversal do tubo:
Agora, pode-se determi-
nar a vazão no tubo:
Vazão = V. A = 4 x 0,000803 = 0,0032 m3 /s x 1000 = 3,2 L/s
3 ) Qual a velocidade da água que escoa em um duto de 25 mm se a vazão é de 2 litros/s?
Solução: Vazão = V. A
Logo: V = Vazão / A
Logo, V = 0,002/0,00049 = V = 4,08 m/s
4 ) Qual a velocidade da água através de um furo
na lateral de um tanque, se o desnível entre o
furo e a superfície livre é de 2 m ?
Resolução: Utilizando a equação de Bernoulli
simplificada e considerando z1 = 2 m e g = 9,81
m/s2, podemos calcular a velocidade da água pela
equação a seguir:
5 – Qual a perda de carga
em 100 m de tubo liso de PVC de 32 mm de diâmetro por onde escoa água a uma velocidade
de 2 m/s?
Resolução: Inicialmente devemos calcular o Número de Reynolds:
Com o número de Reynolds e o Diagrama de Moody, obtemos para o tubo liso que o fator de
atrito f = 0,02.
19
20. 6 ) Qual a perda de carga no tubo?
Considere: tubo liso PVC
υágua = 1,006 x 10-6 m2/s Vágua = 5 m/s ρágua = 1000 kg/m3
Resolução: Cálculo do número de Reynolds:
Cálculo da perda de carga: Com o número de Reynolds, podemos agora obter o fator de atrito
através do diagrama de Moody, onde se obtém o fator de atrito f = 0,095.
FUNDAMENTOS DE BALANÇO DE MATERIAL
A natureza impõe certas restrições às transformações químicas e físicas de matéria,
que precisam ser levadas em conta quando projetamos um novo processo ou analisamos um já
existente. Uma dessas restrições é o princípio da conservação da massa ou Princípio de
Lavoisier, segundo o qual nada pode ser criado ou destruído, apenas transformado (a menos
das reações nucleares). Se em um dado processo 120g de enxofre estão contidos no carvão
diariamente queimado em uma caldeira, esta mesma quantidade de enxofre por dia deixará a
câmara de combustão de uma forma ou de outra. A análise química das cinzas ou da fuligem
(gases de chaminé ou fumos) revelará a quantidade de enxofre em cada uma dessas
substâncias. Mas necessariamente, a soma das duas quantidades deverá ser igual a 120g. Para
relacionar-se as quantidades de matéria envolvidas em um dado processo, o engenheiro
realiza um balancete ou uma contabilidade das massas totais e de cada componente, tendo
emente o princípio da conservação da massa. Esta técnica é chamada de balanço de massa ou
de material.
Classificação dos Processos
20
21. Os processos químicos podem ser classificados em batelada, contínuos ou semi-
contínuos. A classificação se baseia no procedimento de entrada e saída dos materiais.
Processos em Batelada:
A alimentação é introduzida no sistema de uma só vez, no início do processo e todos
os produtos são retirados algum tempo depois. Nenhuma massa atravessa a fronteira do
sistema no intervalo de tempo decorrido entre a alimentação e a remoção dos produtos.
Exemplo: adição instantânea de reagentes em um tanque e remoção dos produtos reagentes
não consumidos algum tempo depois, quando o sistema atingiu o equilíbrio; panela de
pressão; cozimento de pão; preparação de uma vitamina em um liquidificador.
Processos Contínuos:
A alimentação e os produtos fluem continuamente enquanto dura o processo. Há
contínua passagem de matéria através das fronteiras do sistema. Exemplo: Bombeamento de
uma mistura de líquidos a uma vazão constante a um tanque e retirada dos produtos na mesma
vazão constante. Evaporador (processo industrial) de suco de laranja.
Processos Semi-Contínuos:
A entrada de material é praticamente instantânea e a saída é contínua, ou vice-versa.
Há passagem contínua de matéria através de uma única fronteira (entrada ou saída) do
processo. Exemplo: a) adição contínua de líquidos em um tanque misturador, do qual nada é
retirado. b) escape de gás de um bujão pressurizado. c) tanque de combustível.
Os processos também são classificados em relação ao tempo, como estado
estacionário ou transiente.
Processos em estado estacionário ou regime permanente
Se os valores de todas as variáveis de processo (todas as temperaturas, pressões,
concentrações, vazões, etc.) não se alteram com o tempo (a menos de pequenas flutuações) o
processo é dito que opera em estado estacionário ou regime permanente.
Estado Transiente (ou não permanente)
São aqueles processos onde ocorrem alterações dos valores das variáveis de processo
com o tempo. Os processos em batelada e semi-contínuos, pela sua natureza, são operações
em estado transiente, já que ambos os casos há alteração das variáveis ao longo do tempo. No
exemplo dos reagentes colocados no tanque de forma instantânea, haverá em cada tempo a
alteração da composição do sistema, além das decorrentes alterações de pressão, temperatura,
volume, etc. No caso do escape de gás do botijão, haverá alteração da massa e da pressão
dentro do sistema com o tempo. Os processos contínuos, no entanto, podem ocorrer tanto em
regime permanente quanto em transiente. Se um dado ponto do sistema as variáveis
alterarem-se com o tempo, o regime será transiente. Mas, se naquele ponto, não houver
alteração, o regime será permanente, mesmo que essas variáveis tenham valores diferentes em
um e outro ponto do mesmo sistema, mas também aí constantes no tempo.
Consideremos o exemplo da parede de um forno de cozimento dentro da qual a
temperatura é igual a 200°C. A temperatura do lado externo é ambiente (25°C). Quando se
inicia o aquecimento do forno, a temperatura da parede interna será de 200°C e da externa
25°C. Com o decorrer do tempo, a temperatura da parede externa irá aumentando até atingir
uma temperatura final de 40°C, por exemplo, e a partir daí estabilizar-se-á e se formará um
perfil de temperaturas definido em função das propriedades do material que compõe o
material. Então até que a temperatura atinja esse valor inicial, o processo é transiente, pois a
temperatura variou neste ponto (parede externa) com o tempo. Quando a temperatura da
21
22. parede externa
não mais se
alterar, o regime
atingiu regime
permanente.
Observemos que
continuamente
haverá passagem
de calor porque
há uma
diferença de temperatura entre as duas faces da parede do forno, mas em qualquer posição da
parede isolante do forno, a temperatura será constante com o tempo e o processo se
desenvolve em estado estacionário.
Observemos que regime permanente não quer dizer equilíbrio. Num determinado
processo, se o equilíbrio for alcançado, cessará a passagem de calor (a figura acima).
Os processos em batelada são comumente utilizados quando quantidades
relativamente pequenas de um produto necessitam ser produzidas em dadas ocasiões. Os
processos contínuos são usualmente desenvolvidos quando se necessitam de grandes
produções. Eles são normalmente operados em estado estacionário ocorrendo o estado
transiente na partida do processo (start-up) ou quando ele necessita ser intencionalmente ou
acidentalmente reparado.
Equação de Balanço
Suponha que ao final de um dado mês você recebeu R$1000,00 de salário. Perdeu
R$200,00, gastou R$700,00 e ganhou R$400,00 na loteria. A quantidade de dinheiro
acumulado no final do mês será:
Δ = dinheiro que entra por mês – dinheiro que desapareceu no mês
= R$ (1000,00 + 400,00 - 200,00 - 700,00) = R$500,00:. Assim, neste mês você acumulou
R$500,00. Suponhamos agora um processo contínuo onde entra e sai metano à vazão qe (kg
CH4/h) e qs (kg CH4/h), respectivamente.
As vazões foram medidas e constatou-se que qe é diferente de qs. Há cinco
explicações para este fato:
1- Está vazando metano através do equipamento;
2- O metano está sendo consumido como reagente;
3- O metano está sendo gerado como produto;
4- O metano está acumulando na unidade, possivelmente sendo absorvido em suas paredes;
5- As medidas estão erradas.
Se as medidas estão corretas, e não há vazamento, as demais possibilidades (uma ou
ambas) são responsáveis pela diferença constatada.
Um balanço (ou contabilidade) de massa de um sistema (uma única unidade, várias
unidades ou o sistema como um todo) pode ser escrito na seguinte forma geral:
SAI = ENTRA + GERADO – CONSUMIDO – ACUMULADO
(através da fronteira) (através da fronteira) (dentro do sistema) (dentro do sistema) (dentro do sistema)
Esta é a equação geral de balanço que pode ser escrito para qualquer material que
entra ou deixa um sistema: pode tanto ser aplicada a massa total de componentes do sistema
22
23. ou a qualquer espécie molecular ou atômica envolvida no processo. Nós podemos também
escrever dois tipos de balanços:
A) Balanços Diferenciais São os balanços que indicam o que está acontecendo num dado
sistema num dado instante. Cada termo da equação de balanço é expresso em termos de uma
velocidade (taxa); e tem unidade da quantidade balanceada dividida pela unidade de tempo (g
SO2 h; pessoa/ano; barris / dia). Este é o tipo de balanço usualmente aplicado a um processo
contínuo.
B) Balanços Integrais São os balanços que descrevem o que acontece entre dois instantes
de tempo (Δt). Cada termo da equação de balanço é então uma quantidade balanceada com
sua respectiva unidade (gSO2; pessoas, barris) Este tipo de balanço é usualmente aplicado a
processos em batelada, como os dois instantes de tempo sendo o momento imediatamente
após a entrada da alimentação e o momento imediatamente anterior à retirada do produto.
Os termos “gerado” e “consumido” se referem à produção ou consumo de matéria,
relacionadas às transformações provocadas por reações químicas. Podem, portanto, serem
substituídos pelo termo “reage”. Se um dado componente a ser balanceado estiver sendo
produzido no interior do sistema, o termo será positivo; caso contrário será negativo. Assim:
SAI= ENTRA + REAGE – ACUMULA
O acúmulo de massa, próprio dos sistemas
em regime transiente, relaciona a taxa de aumento
(ou diminuição) de matéria com o tempo (dmA/dt).
Se em uma dada unidade de processo entram qAe
(kg/s) de um dado componente “A” e saem qAs (kg/
s) desse mesmo componente, havendo reação
química (consumo ou geração do componente) à taxa rA (kg/s), a equação se transforma
como na figura acima.
BALANÇO TOTAL DE MASSA
São os balanços envolvendo a massa total do conjunto de todos os componentes que
entram e saem do sistema.
@ Processos Contínuos Num balanço total de massa, desaparecem os termos sobre a
geração e consumo da equação geral, uma vez que a matéria não pode ser criada nem
destruída (a menos das reações nucleares). Isto porque, a produção de uma ou mais
substâncias é o resultado do consumo de outra ou mais substâncias. Assim duas alternativas
podem ocorrer:
a) Estado não estacionário SAI = ENTRA – ACUMULA Ou (dm/dt) = qe – qs (kg/s)
b) Regime Permanente Como não há acúmulo de matéria, a quantidade total de massa que
entra deve necessariamente ser igual à quantidade que sai. Daí: ENTRA = SAI qs = qe (kg/s)
@ Processos em Batelada Pela própria natureza, esses processos se desenvolvem em
regime transiente. Como qe = qs = 0, já que não há matéria atravessando a fronteira, vem: dm/
dt = 0 MASSA FINAL = MASSA INICIAL
BALANÇO DE MASSA PARA UM COMPONENTE
Consideremos que a espécie A participa de um dado processo. O balanço de massa
para esta espécie depende de cada tipo de operação.
@ Processos em Batelada:
& Balanço para um componente com reação química Da equação geral vem: SAI =
ENTRA = 0, então: ACUMULA (A) = REAGE (A) e dmA/dt = rA
& Balanço para um componente sem reação química: Como ENTRA = SAI e REAGE =
0, temos: dmA/dt = 0 e MASSA INCIAL DE A = MASSA FINAL DE A
@ Processos Contínuos:
23
24. & Balanço de um componente com reação química a) em regime transiente: SAI (A) =
ENTRA(A) + REAGE (A) – ACUMULA(A) Ou dmA/dt = qAe – qAs + rA É a própria
equação geral de balanço. Lembremos que se A é consumido, o sinal do termo de reação é
negativo, se é produzido o sinal é positivo.
b) em estado estacionário: SAI (A) = ENTRA (A) + REAGE (A) ou rA = qAe - qAs
& Balanço de um componente sem reação química: Se não há reação química, então r = 0 e a
equação anterior se transforma em a) em regime transiente: SAI (A) = ENTRA(A) –
ACUMULA(A) ou dmA/dt = qAe – qAs.
b) em regime permanente: SAI (A) = ENTRA (A) ou qAe = qAs
PROCEDIMENTO PARA REALIZAÇAO DE CÁLCULOS DE BALANÇO DE
MASSA
Todos os problemas de balanço de material são variações de um único tema: dados
valores de algumas variáveis nas correntes de entrada e saída, calcular os valores das demais.
A resolução das equações finais é uma questão de álgebra, mas a obtenção destas equações
depende do entendimento do processo. Alguns procedimentos facilitam esta tarefa de a partir
da descrição do processo, montar-se as equações de balanço correspondentes.
Indicação das variáveis no fluxograma
Algumas sugestões para indicação das variáveis nos fluxogramas auxiliam os
cálculos de balanço de material.
1-Escreva os valores e unidades de todas as variáveis conhecidas sobre as linhas que indicam
as correntes de processo. Quando isso é realizado para todas as correntes, você tem um
sumário das informações conhecidas acerca do processo.
2- Indique sobre as respectivas correntes as variáveis desconhecidas com os símbolos
algébricos e unidades.
3- Se a vazão volumétrica de uma corrente é conhecida, é útil indicá-la no fluxograma na
forma de uma vazão mássica ou molar, uma vez que os balanços não são normalmente
escritos em termos de quantidades volumétricas, pois frequentemente há variação de
densidade.
4- Quando várias correntes de um processo estão envolvidas, é interessante numerá-las.
Assim, as vazões mássicas podem ser indicadas por Q1, Q2, Q3, etc.
Mudança de Escala e Base de Cálculo
É fundamental checar o balanço, para certificar-se que a mudança de escala manteve
o processo balanceado.
Balanço Global ENTRA=SAI Entra: 200 lbm /min e Sai: 100 + 100 lbm /min
Balanço de massa para o benzeno Entra: 200 lbm / min x 0,6 lbm B / lbm = 120 lbm B /
min e Sai: 100(0,9) + 100(0,3) = 120 lbm B /min
Note que não podemos alterar a escala de massa para mol (ou vazão mássica para
vazão molar) ou vice-versa através da simples multiplicação. Conversões deste tipo só podem
ser realizadas segundo o procedimento anteriormente realizado. Desde que um processo pode
ter sempre modificada sua escala, os cálculos de balanço de material podem ser realizados em
qualquer base conveniente de quantidade de matéria ou de fluxo de matéria, e posteriormente
alterados para uma escala desejada. O primeiro passo no procedimento de um balanço de um
procedimento é escolher uma quantidade (básica ou molar) ou vazão (mássica ou molar) de
uma corrente ou de um componente de uma corrente como uma base de cálculo. Todas as
variáveis desconhecidas de uma corrente serão então determinadas relativas à base escolhida.
Se uma quantidade ou vazão é fornecida, é mais conveniente utilizá-lo como base de cálculo;
todos os cálculos subsequentes fornecerão automaticamente os valores corretos para o
24
25. processo. Se nenhuma quantidade ou vazão é conhecida, deve-se assumir uma. Neste caso,
escolhe-se uma quantidade de uma corrente com composição conhecida. Se a fração fornecida
for molar, escolhe-se uma quantidade (ou vazão) molar, em via de regra 100 mols, caso
contrário escolhe-se uma quantidade mássica. Também nesse caso o número mais indicado é
100 (100 kg; 100g, 100 lbm, etc.).
RECICLO, BYPASS E PURGA
Considere a reação química A→ R. É muito raro que ela se complete num reator
contínuo. Tanto faz quanto A está presente no início da reação ou quanto tempo ele é deixado
no reator. A é normalmente encontrado nos produtos (nem todo A reagiu). Suponha que seja
possível encontrar-se um modo de separar a maioria ou todo o A do produto R. Isto é
vantajoso se o custo de operação e alimentação compensar o custo da matéria-prima A. Nesta
situação é interessante reciclar o reagente A (separado de R) para a entrada do reator.
É importante distinguir-se com clareza (para efeito de balanço), a alimentação nova
(fresh feed) da alimentação do reator (alimentação combinada). Esta última é a soma da
alimentação nova com a corrente de reciclo.
Uma operação também comum na indústria química é o desvio de uma parte de
alimentação de uma unidade e a combinação dessa corrente chamada de “by-pass” com a
corrente de saída daquela unidade. Um fluxograma típico é apresentado na Figura 3.13. O
procedimento para o cálculo de balanço nesses processos com reciclo e by-pass é baseado no
mesmo adotado para processos com múltiplas unidades.
Outro procedimento adotado nas indústrias químicas consiste da purga, em que parte
de uma corrente que não interessa é separada da parte de corrente de interesse.
Problemas envolvendo reciclo e purga de correntes são frequentemente encontrados
na indústria química. As correntes de reciclo na engenharia química são usadas para
enriquecer um produto, para conservar energia, ou para reduzir custos operacionais. São
vários exemplos industriais onde estas correntes podem estar presentes. Em processos físicos
de separação podemos citar:
a) em torres de destilação, parte do destilado retorna à torre como refluxo para enriquecer o
destilado no componente mais leve, obtendo uma melhor qualidade do destilado, quanto
maior for essa corrente de refluxo;
b) em operações de secagem com ar, parte do ar efluente do secador é reciclado, misturando-
se com o ar fresco na entrada do secador, aquecendo apenas o ar fresco e mantendo o ar em
nível razoável. No item a, o reciclo é usado para melhorar a qualidade do produto, no item b,
para redução do custo operacional.
Nos processos químicos com reação, como nos processos de refino de petróleo, a
maioria das correntes são misturas muito complexas, exigindo muitas etapas de separação que
envolve reciclo de algumas correntes. Nos reatores catalíticos, como nos processos de síntese
de amônia a partir de N2 e H2, ou síntese de metanol a partir de CO e H 2, somente parte dos
gases presentes na carga reagem, ou seja, a conversão no produto final não é total.
Os produtos são separados e a mistura gasosa não convertida em produto é reciclada
para o reator, após ser misturada coma carga fresca (alimentação nova). Estas operações de
reciclo são importantes, pois desta forma se consegue um aproveitamento maior da matéria-
25
26. prima, levando a uma redução do custo de operação, apesar do maior custo de investimento,
uma vez que reatores precisarão ter maior capacidade para permitir processar uma vazão
maior de carga do reator.
Se componentes inertes (que não participam da reação química) estiverem presentes
na carga (alimentação), tais como o argônio (proveniente do ar) na mistura de N 2-H2 (carga do
conversor de amônia), é necessário que se faça uma purga contínua da mistura gasosa não
convertida para limitar a concentração deste inerte na entrada do reator, ou seja, não se
fazendo a purga e reciclando todo o material não reagente, a concentração de inerte cresceria
ilimitadamente no reator.
Frequentemente, os cálculos de reciclo provocam dificuldades. Os cálculos de reciclo
são feitos para o estado estacionário, ou seja, não há perda ou acréscimo de massa no
processo, nem na corrente de reciclo.
BALANÇO DE ENERGIA
Da mesma forma que a lei de conservação de massa, a lei de conservação de energia
diz que energia não se cria, não se perde, mas um tipo de energia pode ser transformado em
outro tipo de energia, como por exemplo, calor pode ser transformado em trabalho. Desta
forma, a energia total presente em um processo também é uma quantidade conservativa, e isso
é, em linhas gerais, o quê afirma a Primeira Lei da Termodinâmica.
O equacionamento do balanço de energia é mais complicado do que para o balanço
de massa, sendo que se deve considerar a energia na forma de calor, na forma de trabalho e a
energia contida nas moléculas que estão no sistema e nas moléculas que entram e saem do
sistema.
Semelhante à convenção adotada no balanço de massa, as quantidades de energia são
positivas se elas entram no sistema, e negativas se elas saem do sistema.
[Energia entrando no sistema (+) Energia saindo do Sistema (–)].
A energia contida nas moléculas pode ser dividida em energia interna, energia
potencial e energia cinética. A energia interna representa a energia de uma substância
associada aos movimentos, interações e ligações dos seus elementos constituintes. A energia
cinética e a energia potencial são formas de energia relacionadas ao movimento e à posição do
sistema em relação a um referencial externo. O transporte de energia pode ser feito na forma
de calor, Q’,
quando há uma
diferença de
temperatura entre o
sistema e as
26
27. vizinhanças. Se calor é transferido das vizinhanças para o sistema, então o fluxo de calor
possui sinal positivo; caso o sistema transfira calor para as vizinhanças, então o valor do fluxo
de calor é negativo.
[Calor entrando no sistema (+) / Calor saindo do sistema (–)].
O trabalho (W’) é outra forma de energia em trânsito que pode ser realizado
basicamente de três
modos: trabalho de eixo,
trabalho de pistão e
trabalho de fluxo.
O trabalho de eixo resulta
da ação de uma força
mecânica dentro do
sistema, não havendo
deformação das fronteiras
do sistema. Quando há do movimento (deformação) das fronteiras do sistema devido à
atuação de uma força então trabalho é realizado na forma de trabalho de pistão.
[trabalho fornecido ao sistema pela vizinhança (+) / Trabalho
realizado pelo sistema na vizinhança (–)].
Num processo de escoamento, o deslocamento de uma porção de fluido realiza
trabalho na porção de fluido a sua frente e por sua vez também sobre a ação do trabalho do
fluido anterior. Desta forma, se há passagem de fluido pelo sistema, o fluido que está entrando
irá realizar um trabalho no sistema e o fluido que está saindo irá realizar um trabalho nas
vizinhanças. A Primeira Lei da Termodinâmica pode ser representada pela equação geral
(abaixo) da conservação da energia:
Uma função de estado importante na termodinâmica é a entalpia de um sistema (H),
que é equivalente à soma da energia interna U e do produto PV. H = U + P.V
Substituindo essa definição
no balanço de energia, a Equação
anterior pode ser escrita de forma
mais compacta (ao lado):
A variação do conteúdo de energia do sistema num intervalo de tempo finito Δt é
encontrada integrando-se a equação do balanço de energia entre os tempos t e t+Δt.
CONFIGURAÕES DE FLUXO
Em muitas operações de transferência de energia ou massa de uma fase para outra, é
necessário colocar em contato
duas correntes de fluído para que
possa ocorre a modificação no
sentido do equilíbrio de energia
ou de massa ou de ambos. A
transferência pode ser realizada
com duas correntes fluindo na
27
28. mesma direção, no que denominamos escoamento paralelo. Quando se usa este tipo de
escoamento, limite de transferência que pode ocorrer, está praticamente determinado pelas
condições de equilíbrio que serão atingidos pelas duas correntes que entram em contato. Se as
duas correntes que contatarem forem em direções opostas, as transferências de massa e/ou
energia podem ocorrer com uma intensidade muito maior. Essa configuração defluxo é
conhecida como escoamento em contracorrente.
Para se tomar um exemplo, vamos discutir a previsão da temperatura a ser atingida
quando se opera comum a corrente de mercúrio quente e com outra de água fria quando o
equilíbrio é atingido. Isso pode ser feito simplesmente mediante um balanço térmico que leva
em consideração as quantidades relativas das duas correntes, as respectivas temperaturas
iniciais e as capacidades caloríficas. Se as correntes escoam simultaneamente de um mesmo
ponto inicial para um ponto final, a temperatura do equilíbrio está definida e a respectiva
variação está indicada
na figura acima, onde o
fluxo é denominado de
escoamento paralelo.
Na figura ao lado, tem-
se o escoamento em
contracorrente.
No escoamento
em contracorrente a
temperatura de
equilíbrio do sistema é
muito maior. Troca em
contracorrente, juntamente com troca concorrente ou simultânea, compreendem os
mecanismos utilizados para a transferência de uma propriedade de um fluido a partir de um
fluxo de corrente de fluido para outro através de uma membrana semipermeável ou material
termicamente condutor entre elas. A propriedade pode ser calor transferido, a concentração
de uma substância química ou outras. A troca em contracorrente é um conceito-chave na
engenharia química, na termodinâmica e em processos de fabricação, como por exemplo, na
extração de sacarose a partir de raízes de beterraba-sacarina.
OPERAÇÄO CONTÍNUA E OPERAÇÃO DESCONTÍNUA.
Em muitas situações das operações de processos é mais econômico manter os
equipamentos em operação continua e permanentes, com o mínimo de perturbações ou
paradas possíveis. Entretanto, essa condição pode não ser a mais adequada em certas
situações, como em plantas com “gargalo”, onde uma ou mais seções está ou ficou
subdimensionada em relação às demais, ou por problemas de manutenção dos equipamentos
ou ainda devido à natureza de um processo. Alguns processos são tão complexos, tem tantas
variáveis e requerem pausas, que tem de ser executados, em bateladas ou ainda por razões do
próprio controle do processo. Em virtude da maior produtividade dos equipamentos que
operam continuamente e do preço unitário mais baixo que daí decorre, é em geral mais
vantajoso operar de forma contínua. Isto quer dizer que o tempo não é uma variável na análise
desses processos, exceto nos momentos deparadas e de partidas. Em suma, a operação
descontínua, denominada comumente de operação em batelada (do inglês batch) ocorre
quando se processa quantidade de materiais seguindo um conjunto de procedimentos e
quantidades pré-determinadas, onde uma receita é seguida.
A cada momento que a batelada for concluída esta é descarregada e outra é iniciada,
de acordo com a organização de tempos e métodos para a seção. Uma operação que varia de
acordo com o tempo é denominada transiente ou não permanente, em contraposição ao estado
28
29. permanente, no qual as condições não variam com o tempo. Nesses termos a análise de
operação transiente é diferente da do estado permanente apenas pela introdução da variável
adicional de tempo. Para ilustrar um exemplo de operação em regime transiente podemos citar
como exemplo o resfriamento de uma peça de aço num tratamento térmico. Observa-se que a
temperatura da peça varia com o tempo. Ouro exemplo é a obtenção de cubos de gelo no
congelador da sua geladeira. Aqui cabe uma observação interessante: Observe que a questão
de transiente ou permanente é conceitual a partir da concepção e construção de plantas.
Vamos supor que certa seção foi projetada para trabalhar operando com fluído a 700 C.
Ocorre que há uma perturbação instalada na seção que provoca uma variação na temperatura
de 70 a 800 C. Não se pode considerar esse regime transiente. Trata-se de um regime
permanente com problemas de controle. Outro aspecto importante é não se confundir
operação contínua/descontinua com regime transiente/permanente. A operação contínuo-
descontínua se relaciona com o operar parando-partindo ou sem interrupções. O regime
transiente/permanente se relaciona com a variação ou não das variáveis operacionais com o
tempo.
INTEGRAÇÄO DAS OPERAÇÖES UNITÁRIAS
Quando se aborda as operações unitárias considerando-se um conjunto de operações
independentes, há alguns aspectos positivos, por exemplo, se um operador compreende o
funcionamento de uma seção de filtros rotativos a vácuo que tem o objetivo de remover um
determinado tipo de material, ele compreenderá qualquer outro FRV, mesmo que tenha o
objetivo de remover outro tipo de material, posto que, os princípios básicos de funcionamento
são os mesmos dessa operação unitária que recebe a denominação de filtração. Numa
indústria complexa, as interações das etapas são inevitáveis, posto que, o conjunto de
operações unitárias, geralmente termina por se constituir em etapas de um determinado
processo produtivo sequenciado. Exemplo: Na seção da evaporação que tem um conjunto de
procedimentos independentes de uma hidrólise, o fluído deve sair na concentração ótima de
um componente para que a eficiência na hidrólise seja máxima.
Quando se analisa uma situação tal qual esta, vemos que há de se ter a visão da
independência, do “unitário”, mas há de não se perder de vista a integração que existe, na
realidade. As compreensões mais completas das inter-relações dos princípios fundamentais
levam ao agrupamento das operações de modo a englobá-las num modelo, dentro do qual se
ajustam a mesma expressão matemática, as ações que possibilitam valiosas generalizações.
Há inter-relações extremamente íntimas, por exemplo, a transferência de calor num sistema
em escoamento não pode ser apresentada no seu todo, sem levar em consideração a mecânica
dos fluídos: a transferência de massa pode ser separada da transferência do calor e da
mecânica dos fluídos. O reconhecimento mais amplo das semelhanças básicas é uma
consequência do aumento de informação. Por outro lado, o reconhecimento e a exploração das
semelhanças contribuem para a compreensão mais ampla de cada operação. Há evidencias
atualmente, de que a compartimentalização da informação, de acordo com cada operação
unitária, não pode comprometer a integração do conjunto que sempre tem como meta produto
ou produtos adequados aos mercados destinatários. A operação unitária pode ser analisada por
meio de um modelo físico simples que reproduz a ação da operação ou pode ser analisada
pela consideração de um equipamento ou então pode ser investigada segundo uma expressão
matemática inicial, que descreve a ação e é verificada contra os dados experimentais do
processo. Sem dúvidas, os dois primeiros modelos são os mais adequados para um operador
de processo, cujo objetivo principal é saber fazer.
MISTURA DE SÓLIDOS
29
30. Princípio de mistura entre sólidos é bastante simples. Quando se efetua esta
operação, juntam-se os dois componentes que, por exemplo, se encontram depositados em
dois pontos diferentes. À medida que a
mistura se vai fazendo, vai-se dando uma
uniformização. Quando a camada de um
dos componentes for da ordem de
grandeza da sua granulometria, a operação
de mistura está realizada.
A operação de mistura vai
obrigar, assim, a uma série sucessiva de
conjugação e disjunção em que os dois
componentes se vão interpenetrando. O
trabalho necessário para realizar a mistura
aumenta com os volumes das fracções; a mistura é tanto mais rápida quanto maior forem os
volumes das fracções. Existem dois processos de mistura que se usam na Indústria Química,
dando origem, portanto, a dois tipos de misturadores:
• misturadores contínuos - a mistura é mais lenta, mas o consumo de energia é menor;
• misturadores descontínuos - a mistura é mais rápida, mas o consumo de energia é maior.
Os misturadores contínuos são constituídos por uma caixa cilíndrica em cujo interior
existe um órgão móvel que efetua a mistura, imprimindo às partículas um movimento com um
determinado sentido. Este objetivo é atingido através dos misturadores com titulo de sem fim
ou contínuos.
Os misturadores descontínuos são constituídos por uma caixa com um movimento de
rotação em torno de um eixo. Esta caixa tem, habitualmente, uma forma cilíndrica ou tronco-
cónica (em que se incluem, por exemplo, as betoneiras). No movimento de rotação, devido ao
atrito da força centrífuga, a substância é arrastada, caindo de uma determinada altura. A
velocidade de rotação tem de ser limitada para que as partículas caiam quando atingem uma
determinada altura.
MISTURA DE LÍQUIDOS
A mistura de líquidos efetua-se por agitação, executada mecanicamente, ou por meio
de ar comprimido (cujo objetivo é criar correntes na massa líquida). A agitação mecânica
consiste em comunicar um movimento de rotação a uma determinada porção de líquido. A
mistura faz-se por meio de um movimento cuja superfície isobárica é um parabolóide e cujo
eixo é o do eixo de rotação.
Há, no entanto duas forças que impedem a
formação de um parabolóide: a força centrífuga que
impele a parte isolada para a periferia, e as camadas
superiores do líquido que tendem a ocupar o espaço que
ficou livre. No entanto, as linhas de corrente são
dependentes dos tipos de misturadores. Ao contrário dos
sólidos, os líquidos misturam-se rapidamente, uma vez
acionada a perturbação, sendo necessário, para tal, ter
uma agitação permanente e a energia para o efeito. O
cálculo de um agitador de pás é complexo e baseia-se em
princípios de mecânica definidos, sendo as fases
essenciais as seguintes:
• resistência ao movimento; • potência a instalar;
• número de rotações; • dimensionamento das pás.
Outros tipos de agitadores são os mecânicos; os
30
31. mais comuns são os seguintes:
• agitadores de hélice; • agitadores contínuos;
• agitadores de rotor; • agitadores de cone;
• agitadores de propulsão radial; • agitadores de discos de elevada velocidade.
Nos primeiros (agitadores de hélice) as pás tradicionais são substituídas por uma
hélice. Nos agitadores sem-fim a parte central possui um parafuso continuo. Nos primeiros
(agitadores de hélice) as pás tradicionais são substituídas por uma hélice. Nos agitadores
contínuos a parte central possui um parafuso em forma de broca, seja sem fim. Nestes
sistemas, cada pá é equivalente a uma hélice.
Nos agitadores de rotor existe um corpo central (rotor), que é acionado como uma
bomba centrífuga, obrigando o líquido a circular. Os outros tipos de agitadores têm
geometrias características dos nomes, obrigando os líquidos a movimentos específicos.
Agitação por Ar Comprimido
O sistema por impulsor é idêntico ao de
rotor, mas a bomba centrífuga é substituída por
um impulsor. Outros sistemas fazem borbulhar ar
comprimido ou vapor por meio de tubos
perfurados, situados no interior do líquido. Este
sistema é usado para explosivos ou líquidos
corrosivos.
MISTURA DE SÓLIDOS COM LÍQUIDOS
A mistura de sólidos com líquidos pode
efetuar-se de dois modos:
• Caso a mistura seja pouco viscosa, efetua-se
como se de um líquido se tratasse;
• se a mistura for bastante viscosa a forma de
efetuá-la e através de um sistema com um sem-fim, sendo essencial estudar o atrito. As pás
possuem formato esférico, tendo cada uma delas uma função idêntica a uma hélice de um
continuo sendo o número de rotações igual ao de um sistema deste tipo.
Para sistemas usados no fabrico de explosivos usam-se misturadores de baixa
rotação, podendo efetuar, igualmente, uma rotação em torno do eixo.
MISTURADORES DE GASES E DE LÍQUIDOS COM GASES
A mistura de gases é feita num recipiente fechado, fazendo entrar pela parte inferior
gás mais denso ou fazendo entrar os dois simultaneamente. Na mistura de líquidos com gases,
pode-se atuar de dois modos:
• lançando o líquido finamente dividido na massa do gás;
• fazendo borbulhar o gás na massa líquida, sendo, no entanto, o primeiro tipo o mais comum.
A mistura do líquido com o gás pode ser feita ainda de dois modos:
• lançamento do líquido sob pressão;
• afastamento do líquido por meio dum gás sob pressão.
Em uma subdivisão pode-se executar fazendo passar o líquido através de orifícios
finos, ou através de um pequeno rotor que lança o líquido dividido para a periferia do
aparelho. O primeiro sistema denomina-se pulverização e o segundo, dispersão. No caso de
rotores cilíndricos, o sistema de dispersão chama-se turbo dispersor. O sistema de
arrastamento é bastante usado na combustão de líquidos e ar, denominando-se “ar primário”.
Mistura de Soluções Coloidais A mistura deste tipo de soluções é idêntica à dos líquidos,
31
32. mas com grande agitação, sendo aconselhável a utilização de agitadores de propulsão radial.
Dosagem A dosagem é acompanhada de medição de quantidades a misturar, tendo
aspectos específicos no caso de misturadores descontínuos ou contínuos.
Misturadores descontínuos Nestes misturadores são necessários à pesagem prévia dos
sólidos e dos líquidos ou a medição dos volumes dos líquidos. A pesagem é semelhante para
sólidos ou líquidos, porque os sólidos estão, em princípio, bastante subdivididos. Os
sistemas de pesagem podem ser manuais ou automáticos, caindo a massa no sistema de
alimentação, quando necessário. No caso de regulação automática existe uma válvula de
regulação que fecha pouco antes do fim da dosagem necessária, sendo o último ajuste feito
por outra válvula de regulação fina, permitindo, deste modo, uma alimentação rápida e
correta. A medição de volumes de líquidos faz-se com recurso recipiente de volume
conhecido.
Misturadores Contínuos Neste caso há necessidade de fazer uma medição contínua das
substâncias a alimentar no misturador, as quais são feitas por dosadores volumétricos ou
ponderais. Os dosadores volumétricos para sólidos são de tipo variável, indo desde uma
simples válvula a dispositivos com um órgão rotativo, que no movimento arrastam um dado
volume de sólidos, ou por um transportador de vários tipos. Os dosadores ponderais são do
tipo transportador, normalmente de banda, e que é alimentado a partir de uma balança. Os
dosadores de líquidos são mais simples e fazem-se, volumetricamente, por meio de válvulas.
No entanto, o volume doseado depende da pressão em que é introduzido, sendo
necessário uma devida calibração. Os dosadores de gases têm um princípio idêntico ao dos
líquidos, sendo a pressão de alimentação uma variável importante.
BOMBAS HIDRÁULICAS
MÁQUINAS
São transformadores de energia (absorvem energia em uma forma e restituem em
outra). Entre os diversos tipos de máquinas, as máquinas fluidas são aquelas que promovem
um intercâmbio entre a energia do fluido e a energia mecânica. Dentre elas, as máquinas
hidráulicas se classificam em motora e geradora:
- máquina hidráulica motora ou motriz: transforma a energia hidráulica em energia mecânica
(ex.: turbinas hidráulicas e rodas d’água).
- máquina hidráulica geradora ou geratriz ou operatriz: transforma a energia mecânica em
energia hidráulica.
Dessa forma, por exemplo, as bombas hidráulicas são máquinas motrizes que sugam
ou empurram um fluido, obrigando-o a água a subir. Há muitos tipos de bombas.
BOMBAS HIDRÁULICAS
Uma bomba hidráulica é um dispositivo que adiciona energia aos líquidos, tomando
energia mecânica de um eixo, de uma haste ou de outro fluido: ar comprimido e vapor são os
mais usuais. As formas de transmissão de energia podem ser: aumento de pressão, aumento de
velocidade ou aumento de elevação – ou qualquer combinação destas formas de energia.
Como consequência, facilita-se o movimento do líquido. É geralmente aceito que o líquido
possa ser uma mistura de líquidos e sólidos, nas quais a fase líquida prepondera.
Outras máquinas destinadas a adicionar energia aos fluidos na forma de vapor e
gases só são chamadas de bombas apenas eventualmente. Como exemplos, há a bomba de
vácuo, destinada a esgotar ar e gases, e a bomba manual de ar, destinada a encher
32
33. pneumáticos, bolas de futebol, brinquedos e botes infláveis, etc. As máquinas que se destinam
a manusear ar, gases ou vapores são normalmente chamadas pelos técnicos de ventiladores ou
ventoinhas, sopradores ou compressores.
• CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS BOMBAS
As bombas podem ser classificadas em duas categorias, a saber:
- Volumétricas ou de Deslocamento Positivo: são aquelas em que a movimentação do
líquido é causada diretamente pela movimentação de um dispositivo mecânico da bomba, que
induz ao líquido um movimento na direção do deslocamento do citado dispositivo, em
quantidades intermitentes, de acordo com a capacidade de armazenamento da bomba,
promovendo enchimentos e esvaziamentos sucessivos, provocando, assim, o deslocamento do
líquido no sentido previsto.
- Turbo-Bombas, Hidrodinâmicas ou Rotodinâmicas: são máquinas nas quais a
movimentação do líquido é desenvolvida por forças que se desenvolvem na massa líquida em
consequência da rotação de uma peça interna (ou conjunto dessas peças) dotada de pás ou
aletas chamada de roto. São exemplos de bombas rotodinâmicas as conhecidíssimas bombas
centrífugas e de bombas volumétricas as de êmbolo ou alternativas e as rotativas (figura
abaixo).
Esquemas de bombas volumétricas
Resumindo:
Bombas Hidráulicas são máquinas motrizes que recebem energia potencial de um
motor ou de uma turbina, e transforma parte dessa energia em potência:
Energia de pressão (força): Bombas de Deslocamento Direto
Energia cinética: Bombas Cinéticas
As bombas cedem estas duas formas de energia ao
fluido bombeado, para fazê-lo recircular ou
transportá-lo de um ponto a outro.
• TIPOS DE BOMBAS HIDRÁULICAS
BOMBAS VOLUMÉTRICAS OU DE
33
34. DESLOCAMENTO POSITIVO: o órgão fornece energia ao fluido em forma de
pressão. São as bombas de êmbulo ou pistão e as bombas diafragma. O intercâmbio de
energia é estático e o movimento é alternativo.
. Bombas de Pistão
Funcionam através da ação de um pistão sob uma porção de fluido presa em uma
câmara. Quando o pistão se move, o fluido é impulsionado para fora. Desse modo, a energia
do pistão é transferida para o fluido. As bombas de pistão podem ser:
- Um único pistão: Simplex
- Dois pistões: Duplex
- Muitos pistões
Quando utilizar as bombas de pistão?
- quando um fluido vaporiza, ou pode eventualmente vaporizar nas condições do processo;
- com altas pressões de descarga, atingindo valores bem acima das bombas centrífugas: até
2.000 atm ;
- como bombas dosadoras.
Bombas de Diafragma
Funcionam através do movimento hidráulico
de um pistão sob uma membrana flexível, chamada de
diafragma,
que serve
para reter
uma
porção de
fluido em
seu
interior e
expulsá-lo
no
movimento inverso do pistão. Possui válvulas de
admissão e de descarga.
. Quando utilizar as bombas de diafragma?
- quando o fluido é corrosivo, pois simplifica o material de construção;
- com altas pressões de descarga, atingindo valores bem acima das bombas centrífugas: até
150 kgf / cm2
- como bombas dosadoras.
BOMBAS CENTRÍFUGAS
Bombas Centrífugas são bombas hidráulicas que têm como princípio de
funcionamento a força centrífuga através de palhetas e impulsores que giram no interior de
uma carcaça estanque, jogando líquido do centro para a periferia do conjunto girante.
Portanto, funcionam através do movimento rotativo de engrenagens (lóbulos, palhetas ou
fusos), que retém o fluido no espaço formado entre a carcaça e as engrenagens.
34