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Recombinação genética
   Prof. Dra. Adriana Dantas
   UERGS – Bento Gonçalves
Introdução
• Exatidão de replicação do DNA e do reparo dos
  danos para manutenção da informação genética
  garante sua transmissão dos progenitores a sua
  prole

• Recombinação importante para a geração de
  diversidade genética, crucial para a evolução.

• Diferenças genéticas entre os indivíduos provêem o
  material inicial essencial para seleção natural, a
  qual permite que as espécies evoluam e adaptem-
  se a mudanças nas condições ambientais.
Recombinação geral ou
recombinação entre homólogos
• Permite que genes sejam rearranjados em
  diferentes combinações.

• Resulta na troca de genes entre cromossomos
  homólogos pareados durante a meiose.

• Envolvida em rearranjos de seqüências
  especificas de DNA que alteram a expressão
  genica durante o desenvolvimento e
  diferenciaçao celular.
Recombinação geral
                     • A quebra e a
                     religação de duas
                     duplas hélices de DNA
                     homologas geram duas
                     moléculas de DNA que
                     sofreram
                     entrecruzamento
                     (crossed).
                     • Na meiose, este
                     processo permite que
                     cada cromossomo
                     contenha uma mistura
                     de genes maternos e
                     paternos.
Meiose I
Fase: Profase I (sub-fases)
Leptóteno – inicia-se a individualização dos cromossomos estabelecendo a
condensação (espiralização);
Zigóteno – aproximação dos cromossomos homólogos;
Paquíteno – máximo grau de condensação dos cromossomos, os braços curtos e
longos ficam mais evidentes e definidos, dois desses braços, em respectivos
homólogos, se ligam formando estruturas denominadas bivalentes ou tétrades.
Momento em que ocorre o crosing-over, isto é, troca de segmentos (permutação de
genes) entre cromossomos homólogos;
Diplóteno – começo da separação dos homólogos, configurado de regiões quiasmas
(ponto de intercessão existente entre os braços entrecruzados, portadores de
características similares);
Diacinese – com separação definitiva dos homólogos, já com segmentos trocados.




                                                                                     
   Leptóteno        Zigóteno         Paquíteno        Diplóteno        Diacinese
                                                   
                                     Prófase I
Recombinação na meiose
(1) Duas moléculas de DNA homologas,
  geralmente oriundas de diferentes
  cromossomos, se entrecruzam
  (crossover), isto é, suas duplas hélices são
  clivadas, e as duas extremidades são
  unidas as fitas opostas correspondentes,
  formando duas hélices intactas, cada uma
  composta por partes das duas moléculas
  DNA iniciais.
Recombinação na meiose

(2) O sitio da permuta (isto é, local em que
  a dupla hélice vermelha é ligada a dupla
  hélice cinza) pode ocorrer em qualquer
  lugar das seqüência nucleotídeos
  homologas das duas moléculas
  participantes
Recombinação na meiose
(3) No local da permuta, a fita de DNA de
  uma molécula de DNA é pareada a fita da
  segunda molécula DNA, criando uma
  junção de heteroduplex (quiasmas) que
  une as duas hélices.

 Esta região de heteroduplex pode conter
 vários nucleotídeos.
Recombinação de meiose

(4) Nenhuma seqüência de nucleotídeos é
  alterada no local da troca, normalmente
  ocorre alguma replicação de DNA, mas os
  eventos de clivagem e a religação
  acontecem de modo tão preciso que
  nenhum nucleotídeo é período ou
  adicionado.
Como essa junção heteroduplex é formada e
como as duas regiões homologas reconhecem
uma a outra no local do crossover?

 • Reconhecimento ocorre durante um
   processo chamado sinapse de DNA

 • Ocorre a formação de pares de bases
   entre as fitas complementares das duas
   moléculas de DNA
Sinapse de DNA
• Essencial para recombinação geral na meiose,

• É necessária apenas uma quebra em uma das
  duas fitas de uma hélice de DNA, para produzir
  uma fita exposta para a sinapse,

• Ocorre a quebra de uma ligação fosfodiester
  permite que uma das extremidades separe-se de
  sua fita complementar, liberando-a para formar
  uma pequena heteroduplex com uma segunda
  hélice de DNA intacta – assim iniciando a
  sinapse.
Recombinação E.coli
• A recombinação geral requer vários tipos de enzimas
  especializadas, alem de proteínas (DNA polimerase, ligase
  e proteínas SSB)

• Em especial a proteína RecA de E. coli tem função central
  na recombinação entre cromossomo.

• A proteína RecA catalisa a reação de sinapse de DNA de
  várias etapas entre uma dupla hélice e uma região de fita
  simples de DNA homologa.

• Estudos em bactérias, levou ao desenvolvimento do
  modelo molecular de recombinação - Modelo de Holliday
  (1964).
Modelo de Holliday

• A recombinação é iniciada pela introdução de
  cortes em posições idênticas nas duas moléculas
  de DNA parental.

• As fitas de DNA clivadas sofrem desenrolamento
  parcial, e cada uma dessas junta a outra
  molécula por pareamento de bases
  complementares com fitas entrecruzadas.
Modelo de Holliday
• Após a formação de junção de Holliday, a junção das
  fitas entrecruzadas gera moléculas recombinantes.

• Pode gerar dois diferentes isômeros:
   – Heteroduplex recombinantes
   – Heteroduplex não recombinantes


• Entretanto, esse modelo não explica como a
  recombinação é iniciada por cortes simultâneos em
  ambas as moléculas parentais, na mesma posição
   –
Estrutura molecular de um junção
de Holliday
Recombinação por quebra de dupla fita


• Ambas as fitas de DNA
  sofrem ressecção por
  nucleases que digerem o
  DNA no sentido 5’ para 3’,
  produzindo extremidades
  de fita simples.

• Estas fitas invadem outra
  molécula parental por
  pareamento homologo de
  bases.
Enzimas envolvidas na recombinação
homologa
• A proteína central – RecA.
• Promove a troca de fitas entre DNAs homólogos,
  levando a formação de heteroduplex.

• A ação da RecA tem três estágios:
   – RecA se liga ao DNA de fita simples, recobrindo e formando um
     filamento de proteína com o DNA
   – RecA ligada ao DNA de fita simples se liga a uma segunda
     molécula de DNA de fita dupla, formando um complexo entre
     dois DNAs.
   – Segue-se um pareamento especifico, por complementariedade
     de bases, da fita simples de DNA com seu complemento, e
     forma um heteroduplex.
Proteinas de E. coli envolvidas
• Após a formação de uma junção de Holliday, um
  complexo de três outras proteínas envolve-se com a
  recombinação:
   – RuvA, B e C

• A RuvA reconhece a junção de recruta a Ruv B, que age
  como um motor que direciona a migração do sitio da
  junção no qual as fitas se entrecruzam, onde serão
  cortadas e reunidas,

• A RuvC resolve a junção através da clivagem de fitas
  entrecruzadas,

• A junção das fitas cortadas, através da ligação, completa
  o processo de duas moléculas recombinantes.
RuvA DNA-Binding Surface
RuvA RuvB DNA Complex
The interaction of RuvC with
Holliday junction
Mecanismos moleculares da
recombinação genética

• Recombinação homóloga durante o reparo
 do DNA

• Recombinação entre cromossomos
 bacterianos durante a troca de material
 genético
Recombinação geral
• Também conhecida como recombinação homologa a
  permuta ocorre entre um par de seqüência de DNA
  homologas.

• Estas seqüências estão localizadas em duas copias do
  mesmo cromossomo, apesar de outros tipos de
  moléculas de DNA.

• Essencial para correta segregação cromossômica que
  ocorre durante a meiose de bacterias, fungos, plantas e
  animais
Troca genética entre procariotos
• Não ocorre entre dois genomas inteiros (como ocorre
  nos eucariotos)

• Ocorre entre um genoma completo, derivado de F-
  (fator de fertilidade nas fêmeas, são receptoras) –
  chamado de endogenoto

• Genoma incompleto , derivado do doador, chamado
  exogenoto.

• Forma um diplóide parcial ou merozigoto.
Crossing-over entre exogenoto e
 um merozigoto
    a+
               exogenoto
                            a+
    a-                                                 (a)
                             a-       a+          a-
               endogenoto


                                       inviável
  merozigoto


(a)Um único crossing
   leva a cromossomo                   a+
                                 a+
   linear parcialmente                                 (b)
   diplóide
                                 a-
(b) Um numero par de                                         a-
   crossing leva a um
   anel mais um                                         inviável
   fragmento linear                    viável
Crossing-over de merozigoto

• Um único crossing seria muito útil para
 gerar recombinantes viáveis, pois o anel é
 quebrado para produzir um cromossomo
 estranho, linear, parcialmente diplóide.

• Para haver um anel intacto é preciso um
 numero par de crossing
Recombinação sitio-especifica
• Ocorre entre seqüências de DNA especificas, homologas
  somente em uma pequena região.

• Bacteriófago λ recombina com E. coli

• Interage com o cromossomo bacteriano, formando um pró-
  fago que é mantido como parte do genoma bacteriano
  (processo chamado lisogenia)

• DNA de E.coli e bacteriófago sofrem recombinação em sitio
  chamado att (ligação: do inglês attachment).

• Recombinação do sitio attP (do fago) x attB (bactéria), os
  quais tem aproximadamente 240 e 25 nucleotídeos de
  comprimento, respectivamente.
Processo de recombinação
• O processo é mediado por uma proteína de λ
  chamada integrase (Int), a qual se liga aos sítios
  attP e attB, formando o complexo Int-attP se
  liga a attB.

• Os fagos e as bactérias trocam as fitas de DNA
  em uma região central de 15 nucleotídeos
  compartilhada entre os dois sítios.

• A proteína Int introduz cortes desalinhados na
  região central homologa entre attB e attP,
  catalisa a troca das fitas, e liga as fitas
  quebradas, integrando o DNA de λ no
  cromossomo de E. coli.
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Recombinação Genética: Diversidade e Evolução

  • 1. Recombinação genética Prof. Dra. Adriana Dantas UERGS – Bento Gonçalves
  • 2. Introdução • Exatidão de replicação do DNA e do reparo dos danos para manutenção da informação genética garante sua transmissão dos progenitores a sua prole • Recombinação importante para a geração de diversidade genética, crucial para a evolução. • Diferenças genéticas entre os indivíduos provêem o material inicial essencial para seleção natural, a qual permite que as espécies evoluam e adaptem- se a mudanças nas condições ambientais.
  • 3. Recombinação geral ou recombinação entre homólogos • Permite que genes sejam rearranjados em diferentes combinações. • Resulta na troca de genes entre cromossomos homólogos pareados durante a meiose. • Envolvida em rearranjos de seqüências especificas de DNA que alteram a expressão genica durante o desenvolvimento e diferenciaçao celular.
  • 4. Recombinação geral • A quebra e a religação de duas duplas hélices de DNA homologas geram duas moléculas de DNA que sofreram entrecruzamento (crossed). • Na meiose, este processo permite que cada cromossomo contenha uma mistura de genes maternos e paternos.
  • 5. Meiose I Fase: Profase I (sub-fases) Leptóteno – inicia-se a individualização dos cromossomos estabelecendo a condensação (espiralização); Zigóteno – aproximação dos cromossomos homólogos; Paquíteno – máximo grau de condensação dos cromossomos, os braços curtos e longos ficam mais evidentes e definidos, dois desses braços, em respectivos homólogos, se ligam formando estruturas denominadas bivalentes ou tétrades. Momento em que ocorre o crosing-over, isto é, troca de segmentos (permutação de genes) entre cromossomos homólogos; Diplóteno – começo da separação dos homólogos, configurado de regiões quiasmas (ponto de intercessão existente entre os braços entrecruzados, portadores de características similares); Diacinese – com separação definitiva dos homólogos, já com segmentos trocados.                                                                       Leptóteno Zigóteno Paquíteno Diplóteno Diacinese               Prófase I
  • 6. Recombinação na meiose (1) Duas moléculas de DNA homologas, geralmente oriundas de diferentes cromossomos, se entrecruzam (crossover), isto é, suas duplas hélices são clivadas, e as duas extremidades são unidas as fitas opostas correspondentes, formando duas hélices intactas, cada uma composta por partes das duas moléculas DNA iniciais.
  • 7. Recombinação na meiose (2) O sitio da permuta (isto é, local em que a dupla hélice vermelha é ligada a dupla hélice cinza) pode ocorrer em qualquer lugar das seqüência nucleotídeos homologas das duas moléculas participantes
  • 8. Recombinação na meiose (3) No local da permuta, a fita de DNA de uma molécula de DNA é pareada a fita da segunda molécula DNA, criando uma junção de heteroduplex (quiasmas) que une as duas hélices. Esta região de heteroduplex pode conter vários nucleotídeos.
  • 9. Recombinação de meiose (4) Nenhuma seqüência de nucleotídeos é alterada no local da troca, normalmente ocorre alguma replicação de DNA, mas os eventos de clivagem e a religação acontecem de modo tão preciso que nenhum nucleotídeo é período ou adicionado.
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  • 11. Como essa junção heteroduplex é formada e como as duas regiões homologas reconhecem uma a outra no local do crossover? • Reconhecimento ocorre durante um processo chamado sinapse de DNA • Ocorre a formação de pares de bases entre as fitas complementares das duas moléculas de DNA
  • 12. Sinapse de DNA • Essencial para recombinação geral na meiose, • É necessária apenas uma quebra em uma das duas fitas de uma hélice de DNA, para produzir uma fita exposta para a sinapse, • Ocorre a quebra de uma ligação fosfodiester permite que uma das extremidades separe-se de sua fita complementar, liberando-a para formar uma pequena heteroduplex com uma segunda hélice de DNA intacta – assim iniciando a sinapse.
  • 13. Recombinação E.coli • A recombinação geral requer vários tipos de enzimas especializadas, alem de proteínas (DNA polimerase, ligase e proteínas SSB) • Em especial a proteína RecA de E. coli tem função central na recombinação entre cromossomo. • A proteína RecA catalisa a reação de sinapse de DNA de várias etapas entre uma dupla hélice e uma região de fita simples de DNA homologa. • Estudos em bactérias, levou ao desenvolvimento do modelo molecular de recombinação - Modelo de Holliday (1964).
  • 14. Modelo de Holliday • A recombinação é iniciada pela introdução de cortes em posições idênticas nas duas moléculas de DNA parental. • As fitas de DNA clivadas sofrem desenrolamento parcial, e cada uma dessas junta a outra molécula por pareamento de bases complementares com fitas entrecruzadas.
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  • 16. Modelo de Holliday • Após a formação de junção de Holliday, a junção das fitas entrecruzadas gera moléculas recombinantes. • Pode gerar dois diferentes isômeros: – Heteroduplex recombinantes – Heteroduplex não recombinantes • Entretanto, esse modelo não explica como a recombinação é iniciada por cortes simultâneos em ambas as moléculas parentais, na mesma posição –
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  • 19. Estrutura molecular de um junção de Holliday
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  • 21. Recombinação por quebra de dupla fita • Ambas as fitas de DNA sofrem ressecção por nucleases que digerem o DNA no sentido 5’ para 3’, produzindo extremidades de fita simples. • Estas fitas invadem outra molécula parental por pareamento homologo de bases.
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  • 23. Enzimas envolvidas na recombinação homologa • A proteína central – RecA. • Promove a troca de fitas entre DNAs homólogos, levando a formação de heteroduplex. • A ação da RecA tem três estágios: – RecA se liga ao DNA de fita simples, recobrindo e formando um filamento de proteína com o DNA – RecA ligada ao DNA de fita simples se liga a uma segunda molécula de DNA de fita dupla, formando um complexo entre dois DNAs. – Segue-se um pareamento especifico, por complementariedade de bases, da fita simples de DNA com seu complemento, e forma um heteroduplex.
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  • 25. Proteinas de E. coli envolvidas • Após a formação de uma junção de Holliday, um complexo de três outras proteínas envolve-se com a recombinação: – RuvA, B e C • A RuvA reconhece a junção de recruta a Ruv B, que age como um motor que direciona a migração do sitio da junção no qual as fitas se entrecruzam, onde serão cortadas e reunidas, • A RuvC resolve a junção através da clivagem de fitas entrecruzadas, • A junção das fitas cortadas, através da ligação, completa o processo de duas moléculas recombinantes.
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  • 29. RuvA RuvB DNA Complex
  • 30. The interaction of RuvC with Holliday junction
  • 31. Mecanismos moleculares da recombinação genética • Recombinação homóloga durante o reparo do DNA • Recombinação entre cromossomos bacterianos durante a troca de material genético
  • 32. Recombinação geral • Também conhecida como recombinação homologa a permuta ocorre entre um par de seqüência de DNA homologas. • Estas seqüências estão localizadas em duas copias do mesmo cromossomo, apesar de outros tipos de moléculas de DNA. • Essencial para correta segregação cromossômica que ocorre durante a meiose de bacterias, fungos, plantas e animais
  • 33. Troca genética entre procariotos • Não ocorre entre dois genomas inteiros (como ocorre nos eucariotos) • Ocorre entre um genoma completo, derivado de F- (fator de fertilidade nas fêmeas, são receptoras) – chamado de endogenoto • Genoma incompleto , derivado do doador, chamado exogenoto. • Forma um diplóide parcial ou merozigoto.
  • 34. Crossing-over entre exogenoto e um merozigoto a+ exogenoto a+ a- (a) a- a+ a- endogenoto inviável merozigoto (a)Um único crossing leva a cromossomo a+ a+ linear parcialmente (b) diplóide a- (b) Um numero par de a- crossing leva a um anel mais um inviável fragmento linear viável
  • 35. Crossing-over de merozigoto • Um único crossing seria muito útil para gerar recombinantes viáveis, pois o anel é quebrado para produzir um cromossomo estranho, linear, parcialmente diplóide. • Para haver um anel intacto é preciso um numero par de crossing
  • 36. Recombinação sitio-especifica • Ocorre entre seqüências de DNA especificas, homologas somente em uma pequena região. • Bacteriófago λ recombina com E. coli • Interage com o cromossomo bacteriano, formando um pró- fago que é mantido como parte do genoma bacteriano (processo chamado lisogenia) • DNA de E.coli e bacteriófago sofrem recombinação em sitio chamado att (ligação: do inglês attachment). • Recombinação do sitio attP (do fago) x attB (bactéria), os quais tem aproximadamente 240 e 25 nucleotídeos de comprimento, respectivamente.
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  • 39. Processo de recombinação • O processo é mediado por uma proteína de λ chamada integrase (Int), a qual se liga aos sítios attP e attB, formando o complexo Int-attP se liga a attB. • Os fagos e as bactérias trocam as fitas de DNA em uma região central de 15 nucleotídeos compartilhada entre os dois sítios. • A proteína Int introduz cortes desalinhados na região central homologa entre attB e attP, catalisa a troca das fitas, e liga as fitas quebradas, integrando o DNA de λ no cromossomo de E. coli.