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Almeida Santos, Elihu de; Kliemann, Huberto José
DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO DE FOSFATOS NATURAIS EM SOLOS DE
CERRADO E SUA AVALIAÇÃO POR EXTRATORES QUÍMICOS
Pesquisa Agropecuária Tropical, vol. 35, núm. 3, 2005, pp. 139-146
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Pesquisa Agropecuária Tropical, 35 (3): 139-146, 2005 – 139
DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO DE FOSFATOS NATURAIS EM SOLOS
DE CERRADO E SUA AVALIAÇÃO POR EXTRATORES QUÍMICOS1
Elihu de Almeida Santos2
e Huberto José Kliemann3
1. Parte da tese de doutorado do primeiro autor, apresentada à Universidade Federal de Goiás (PPGA/UFG).
Trabalho recebido em dez./2004 e aceito para publicação em set./2005 (registro nº 612).
2. Fundação de Ensino Superior de Rio Verde (Fesurv), Caixa Postal 104, CEP 75900-000 Rio Verde, GO. E-mail: elihu@fesurv.br
3. Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, UFG. C. Postal 131, CEP 74001-970 Goiânia, GO. E-mail: kliemann@agro.ufg.br
INTRODUÇÃO
Dos macronutrientes essenciais às plantas, o
fósforo é o elemento que limita mais freqüentemente
a produção das culturas na região dos cerrados. Isso,
por apresentar-se em formas pouco disponíveis aos
vegetais e pelas características de elevada adsorção
dos solos dessa região. Apesar de ser exigido em
pequenas quantidades pela maioria das culturas, têm-
se aplicado quantidades elevadas de fósforo (P) para
ABSTRACT
AVAILABILITY OF PHOSPHORUS FROM NATURAL
PHOSPATES ON SAVANNAH SOILS AND
ITS EVALUATION BY CHEMICAL EXTRACTANTS
A greenhouse experiment with soils from five Brazilian
savannah (cerrado) sites – Alfisol (PVAe), Oxisol (LVd, LVdf,
LVAd), and Quartzipsamment (RQo) – was carried out and
phosphorus availability from natural phosphatic fertilizers (Arad
phosphate – Israel; phosphoric bauxite – Senegal; and Araxá
phosphate – Brazil) was evaluated. The Mehlich-1, Mehlich-3
and resin extractants were used. A completely randomized design
with eleven treatments and three replications was used. Response
curves with triple superphosphate (TSP) and inclusion of
phosphatic sources were used, with millet (Pennisetum
thyphoides) as testing crop. Obtained data showed that: (i) the
applied phosphates showed higher efficiency on dystrophic
Oxisols than on the sandy soil (Quartzipsamment); (ii) Arad and
Phospal phosphates are good alternatives as phosphorus
suppliers for savannah soils and crops; (iii) Mehlich-1, Mehlich-3,
and resin extractants showed equivalent performance on the
estimation of soil available P, applied as triple superphosphate.
KEY WORDS: Brazilian savannah, phosphate sources, chemical
extractants.
RESUMO
Conduziu-se um experimento em casa de vegetação com
solos de cinco locais da região dos cerrados: Latossolo Vermelho
Amarelo Distrófico (LVAd), Argissolo Vermelho Amarelo
Eutrófico (PVAe), Latossolo Vermelho Distrófico (LVd),
Latossolo Vermelho Distroférrico (LVdf) e Neossolo
Quartzarênico Distrófico (RQo). Usaram-se o delineamento
experimental inteiramente casualizado com onze tratamentos e
três repetições, e curvas de resposta com o superfosfato triplo
(SFT) como padrão, com a inclusão das fontes fosforita de Arad
(Israel); bauxita fosfórica Phospal (Senegal); e apatita de Araxá
(Brasil). A disponibilidade de fósforo foi avaliada pelos extratores
Mehlich-1, Mehlich-3 e resina, empregando-se o milheto
(Pennisetum thyphoides) como planta-teste. Os resultados
mostraram que (i) a eficiência dos fosfatos estudados foi maior
nos Latosslos Distróficos do que no Neossolo Quartzarênico
Distrófico; (ii) os fosfatos de Arad e Phospal são fontes fontes
alternativas de fósforo para solos e culturas dos cerrados; (iii) os
extratores Mehlich-1, Mehlich-3 e resina extraem quantidades
equivalentes de fósforo disponível dos solos, aplicado na forma
de superfosfato triplo.
PALAVRAS-CHAVE: Cerrado, fontes de fósforo, extratores
químicos.
suprir as necessidades dos cultivos (Carvalho et al.
1995). Para estimar com precisão as quantidades de
P do solo, que as plantas são capazes de absorver,
são utilizados extratores químicos e, para que sejam
considerados adequados, é necessário que a quanti-
dade extraída por um dado extrator correlacione-se
estreitamente com o P absorvido pela cultura.
A literatura sobre extratores de P, apesar de
relativamente extensa, não retrata resultados
confiáveis em diferentes solos e ambientes, e em
140 - Santos & Kliemann (2005) – Disponibilidade de fósforo de fosfatos naturais em solos de cerrado ...
sistemas de manejo que removam as formas de P-Ca,
P-Fe e P-Al em proporções similares às absorvidas
pelas plantas. Diante disso, têm-se encontrado
resultados contrastantes nos trabalhos sobre
comparação de métodos de extração de P do solo.
O método de Mehlich-1 tem sido superior ao
método da resina nos trabalhos de vários autores,
sendo encontradas as maiores quantidades extraídas
em solos com menor teor de argila. Pavan & Chaves
(1996), trabalhando em Latossolo Vermelho
Distroférrico (LVdf) com 800 g kg-1
de argila, sob
lavoura de café adensado, verificaram maior
eficiência do extrator Mehlich-1, quando comparado
ao extrator de resina.
Em ampla revisão, envolvendo 72 trabalhos,
Silva & Raij (1999) compararam métodos de extração
de fósforo e pelo princípio do R2
concluíram que a
resina superou os demais métodos analisados. No
entanto, segundo Evans & Mc Guide (1990), o método
de Mehlich-3 apresentou as melhores correlações,
não somente para P, mas também para K, Ca e Mg.
Tran et al. (1990) julgaram este extrator como o mais
confiável, se comparado aos extratores Bray-1 e
Bray-2, quando utilizado em solos ácidos e com
elevada capacidade de retenção de fósforo.
Brasil & Muraoka (1997) também obtiveram
boas correlações com as culturas de arroz e caupi
em cinco solos da Amazônia (LAm, LA argiloso, LA
muito argiloso, LVdf argiloso, e LVdf muito argiloso),
com teores de argila variando de 220 g kg-1
a 710
g kg-1
, e de Al trocável, entre 0,6 cmolc
dm-3
e 2,2
cmolc
dm-3
.
Resultados em que os extratores Mehlich-1,
Mehlich-3 e resina foram semelhantes na extração
de fósforo foram obtidos por Rossi et al. (1999) num
Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico, de textura
média (LVAd). As fontes de fósforo utilizadas nesse
estudo foram o superfosfato triplo, o termofosfato
Yoorin, o fosfato de Carolina do Norte e o fosfato de
Arad. Num solo da Guatemala, originado de cinzas
vulcânicas, com baixo teor de P e alta capacidade de
adsorção do elemento, Pérez et al. (2003) obtiveram
alta correlação com os três extratores, trabalhando
com de cana-de-açúcar.
O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito
de fontes e doses de fosfatos na disponibilidade de P
para o milheto (planta-teste), em solos da região dos
cerrados com teores variados de argila, assim como
relacionar a eficiência dos extratores Mehlich-1,
Mehlich-3 e resina com a absorção de P pela planta.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em casa de
vegetação, na Escola de Agronomia e Engenharia
de Alimentos, Universidade Federal de Goiás,
utilizando-se solos da região dos cerrados de cinco
municípios:LeopoldodeBulhões(LatossoloVermelho
Amarelo Distrófiico – LVAd), São Luiz de Montes
Belos (Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico –
PVAe), Acreúna (Latossolo Vermelho Distroférrico
– LVdf), Rio Verde-GO (Latossolo Vermelho
Distrófico – LVd) e Caçu (Neossolo Quartzarênico
Distrófico – RQo). Estes solos foram caracterizados
física e quimicamente (Tabela 1).
Os solos foram coletados na camada de 0-10
cm. Utilizou-se o calcário dolomítico na proporção
3:1 de cálcio/magnésio, com PRNT de 104,75%, para
suprir a necessidade de calagem, como consta na
Tabela 1. Os solos foram incubados por trinta dias a
80% da capacidade de embebição. Os fertilizantes
fosfatados, após passados em peneira de malha de
100 µm, foram misturados nos vasos de acordo com
os tratamentos. As fontes de fosfatos com as
respectivas características químicas são listadas na
Tabela 2.
Tabela 1. Caracterização química e física1 de solos dos municípios
de Leopoldo Bulhões (Latossolo Vermelho Amarelo
Distrófico – LVAd), São Luiz de Montes Belos
(Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico – PVAe),
Acreúna (Latossolo Vermelho Distroférrico – LVdf),
Rio Verde (Latossolo Vermelho Distrófico – LVd) e Caçu
(Neossolo Quartzarênico Distrófico – RQo).
1
- Análises de rotina - determinações segundo Embrapa (1999)
2
- Determinações após a colheita do experimento.
3
- Necessidade de calagem (t ha-1) pela saturação por cátions básicos, V = 60%
(Raij & Quaggio 1983).
ClassificaçãoAtributos dos solos
LVAd PVAe LVdf LVd RQo
pH em CaCl2 4,3 5,4 5,1 4,6 4,1
pH em água 2
5,9 6,0 5,7 5,6 5,6
P Mehlich-12
(mg dm-3
) 0,4 0,8 2,1 2,1 1,3
P Mehlich-3 2
(mg dm-3
) 2,4 4,0 2,9 2,2 2,9
P resina 2
(mg dm-3
) 2,6 4,2 2,9 2,4 2,7
K (mg dm-3
) 30 150 103 60 18
Ca (mmolc dm-3
) 8 74 56 29 12
Mg (mmolc dm-3
) 3 14 11 9 3
Al (mmolcdm-3
) 2 0 0 3 2
H+ Al (mmolc dm-3
) 59 23 43 68 37
T (mmolc dm-3
) 71 115 113 108 55
m(%) 14,6 0,0 0,0 7,0 11,5
V(%) 16,6 79,9 61,8 36,7 33,0
Matéria orgânica (g kg-1
) 39 41 80 41 13
Necessidade de calagem3
2,9 – – 2,4 1,5
Areia (g kg-1
) 350 500 380 200 830
Silte (g kg-1
) 210 180 260 220 50
Argila (g kg-1
) 440 320 360 580 120
Pesquisa Agropecuária Tropical, 35 (3): 139-146, 2005 – 141
Empregou-se o delineamento inteiramente
casualizado, com rodízio aleatório dos vasos. Os
tratamentos constaram de cinco solos, quatro fontes
de fósforo e cinco doses de P2
O5
(zero, 100 kg ha-1
,
200 kg ha-1
, 400 kg ha-1
e 800 kg ha-1
) para a fonte
solúvel (SFT – superfosfato triplo), e duas doses (200
kg ha-1
e 800 kg ha-1
) para as fontes alternativas
(fosfatos naturais). Foram utilizadas três repetições
por solo. A planta-teste foi o milheto (Pennisetum
thyphoides), cujo plantio ocorreu em 02/maio/2003
e a colheita em 07/jun./2003.
Avaliou-se o P disponível no solo pelos
extratores: Mehlich-1 (Nelson et al. 1953), Mehlich-
3 (Mehlich 1984) e resina de troca aniônica (Raij et
al. 1986). Os teores totais de P da parte aérea do
milheto foram determinados segundo Malavolta et al.
(1997). Os fosfatos naturais foram analisados pela
técnica de contrastes ortogonais e os extratores como
parcelas subdivididas (Gomes 2000). A máxima
eficiência técnica das doses de superfosfato triplo
foi determinada usando-se o modelo de raiz quadrada:
2/1
210 PaPaaY i ++=
em que: Y é a produção de massa seca da parte aérea
do milheto (g vaso-1
); e Pi são as doses de
P2
O5
(kg ha-1
) para o superfosfato triplo.
As regressões da produção relativa de massa
seca, de absorção absoluta e absorção relativa de P
foram avaliadas, respectivamente, por modelos
polinomiais (linear e linear inverso), usando-se o
software Sigmaplot 2000 (Jandel Scientific 1999).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As curvas de resposta da produção de massa
seca do milheto à adubação fosfatada, aplicada na
forma de superfosfato triplo nos solos LVAd, PVAe,
LVd, LVdf, e RQo estão ilustradas na Figura 1.
Baseando-se nestas curvas, calcularam-se os pontos
de máxima eficiência técnica (MET) e, a partir destes,
foram feitas comparações da fonte solúvel com os
fosfatos naturais, referentes a cada solo isoladamente.
Em todos os solos verificou-se relação curvilinear e
incrementos decrescentes entre doses de fósforo e
produção de massa seca (MS), tanto para as doses
de superfosfato triplo (SFT) quanto nos fosfatos
naturais, embora nestes, em proporções menores.
No Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico
(LVAd) a produção de máxima eficiência técnica
(MET), de 34,1 g vaso-1
de massa seca (MS), foi
atingida com a dose de 641 kg ha-1
de P2
O5
.
Verificaram-se comportamentos diferenciados entre
os fosfatos sobre a produção de massa seca e,
considerando-se a dose de 800 kg ha-1
de P2
O5
, o
fosfato de Arad produziu massa seca da ordem de
17% aquém da obtida com superfosfato triplo,
enquanto o fosfato de alumínio e cálcio ficou com
48% e o fosfato de Araxá com 61% (Figura 1a).
No Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico
(PVAe) ocorreu uma relação curvilinear com
incrementos decrescentes entre as doses de SFT e a
produção de massa seca da parte aérea. Para os
fosfatos naturais o efeito também foi crescente com
o fosfato de Arad, enquanto com o Phospal e com o
fosfato de Araxá houve uma tendência de redução.
A máxima eficiência técnica (MET), de 37,5 g vaso-
1
de MS, foi obtida com a dose de 538 kg ha-1
de
P2
O5
. Fazendo uma analogia da fonte solúvel (SFT)
com os fosfatos naturais na dose de 800 kg ha-1
de
P2
O5
, verifica-se que o fosfato natural de Arad obteve
produção de massa seca 16% inferior ao ST, seguido
do Phospal, com 42%. O pior desempenho coube ao
fosfato de Araxá, com 84% (Figura 1b).
No Latossolo Vermelho Distrófico (LVd) os
aumentos de produção de massa seca do milheto em
função das doses de fosfatos naturais não seguiram
a tendência para as doses de SFT. A máxima
eficiência técnica foi estimada em 37,5 g vaso-1
, com
a dose de 491 kg ha-1
de P2
O5
. Neste solo a produção
de massa seca dos fosfatos naturais, em relação ao
superfosfato triplo, foi de 23% para o Arad, seguido
do Phospal, com 31%, e pelo Araxá, com 71%
(Figura 1c). A máxima eficiência técnica (MET) no
Latossolo Vermelho distroférrico (LVdf) foi estimada
em 39,5 g vaso-1
de massa seca, na dose de 567 kg
ha-1
de P2
O5
. Comparando-se o SFT com os fosfatos
naturais, verifica-se que com o fosfato natural de
Arad a massa seca produzida foi 19% inferior ao do
SFT, seguido do Phospal com 30%, e do fosfato de
Araxá com 73% (Figura 1d).
Comparando-se as doses de SFT que renderam
a máxima eficiência técnica da produção de massa
Tabela 2. Características químicas das fontes de fósforo aplicadas
no experimento, em casa de vegetação (Goiânia-GO,
2004).
1
- Análise realizada no Laboratório Solocria Ltda., Goiânia, GO.
2
- A.C.: ácido cítrico a 2%.
P2O5 (g kg-1
)1
Fonte de fósforo
Total Solúvel AC2
– 1:100
Superfosfato triplo 464,0 434,0
Fosfato de Araxá (Brasil) 378,1 43,5
Fosfato de Arad (Israel) 312,0 112,0
Fosfato de alumínio e cálcio (Senegal) 328,1 –
142 - Santos & Kliemann (2005) – Disponibilidade de fósforo de fosfatos naturais em solos de cerrado ...
Figura 1. Produção de massa seca da parte aérea do milheto em função das doses de fósforo aplicado como superfosfato triplo e
fosfatos naturais (Arad ,Araxá, e Phospal), em solos sob vegetação de cerrado: a) Latossolo Vermelho Amarelo distrófico
(LVAd); b) Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico (PVAe); c) Latossolo Vermelho distrófico (LVd); d) Latossolo Vermelho
distroférrico (LVdf); e) Neossolo Quartzarênico distrófico (RQo).
(a) L V A D
P 2 O 5 ( k g h a
-1
)
000 10 010 010 0 20 020 020 0 40 040 040 0 80 080 080 0
MS(g/vaso)
0
6
1 2
1 8
2 4
3 0
3 6
S u p erfo sfato T rip lo
Y =1 1 ,1 7 -0,0 3 6P + 1 ,8 1 P
1 /2
R
2
= 0 ,9 7 (n= 1 5)
F o sfo rita d e A rad
A p atita d e A rax á
B au x ita fo sfórica P h o sp al
(b) PVA e
P2O5 ( kg ha
-1
)
000 100100100 200200200 400400400 800800800
MS(g/vaso)
0
15
20
25
30
35
40
Superfosfato Triplo
Y=16,20-0,040P+1,84P1/2
R2
=0,97 (n=15)
Fosforita de Arad
Apatita de Araxá
Bauxita fosfórica Phospal
(c) LVd
P2O5 (kg ha
-1
)
000 100100100 200200200 400400400 800800800
MS(g/vaso)
0
18
24
30
36
42
Superfosfato Triplo
Y=17,70-0,040P+1,78P
1/2
R
2
=0,87 (n=15)
Fosforita de Arad
Apatita de Araxá
Bauxita fosfórica Phospal
(d) LVdf
Doses de P2O5 (kg ha
-1
)
000 100100100 200200200 400400400 800800800
MS(g/vaso)
0
18
24
30
36
42
Superfosfato Triplo
Y=17,90-0,038P+1,81P
1/2
R2
=0,93 (n=15)
Bauxita fosfórica Phospal
Apatita de Arad
Apatita de Araxá
(e) R Q o
P2O 5 (kg ha-1)
000 1 001 001 00 2 002 002 00 4 004 004 00 8 008 008 00
Matériaseca(gvaso
-1)
0
20
25
30
35
40
45
S up erfosfato T riplo
Y = 18 ,84-0,01 4P +1 ,12P
1/2
R
2
= 0,93 (n= 1 5)
D o ses de A rad
A patita de A raxá
B aux ita fo sfó rica P ho spal
Matériaseca(gvaso-1)
Matériaseca(gvaso-1)
Matériaseca(gvaso-1)
Matériaseca(gvaso-1)
Matériaseca(gvaso-1)
(a) LVAd
P2
O5
(kg ha-1
)
Pesquisa Agropecuária Tropical, 35 (3): 139-146, 2005 – 143
Na avaliação do extrator Mehlich-1 para os
dois grupos de solos, PVAe + LVd e LVAd + LVdf +
RQo, a absorção do fósforo pelo milheto mostrou
estreita relação com os teores de P disponível (valores
de r = 0,90 e r = 0,87, respectivamente). Constataram-
se diferenças significativas entre as inclinações das
retas: para o primeiro agrupamento de solos a
inclinação foi de 0,50 e, para o segundo, de 0,16, o
que caracteriza uma sensível diminuição na
capacidade de extração do método. Este
comportamento não pode ser atribuído somente à
granulometria, pois os solos também divergem na
capacidade de troca (T), nos teores de matéria
orgânica e, possivelmente, na capacidade de fixação
de fósforo. Necessita-se, conseqüentemente, de
estudos mais aprofundados referentes aos atributos
que condicionam a capacidade de cada extrator
(Tabela 3). Com relação ao extrator Mehlich-3, um
comportamento diverso foi verificado no agrupamento
dos solos LVAd + PVAe + LVd + RQo, com uma
maior inclinação da reta de regressão (b = 0,50). A
menor inclinação da reta no Latossolo Vermelho
Distroférrico (LVdf), b = 0,13, pode ser atribuída aos
seus altos teores de óxidos de Fe e Al, e à sua maior
capacidade de adsorção ou fixação de fósforo.
Em geral, os extratores ácidos têm sérias
limitações para recuperação de ânions em solos com
elevados teores de argila e de óxidos de Fe e Al
(Carvalho et al. 1995, Novais & Smyth 1999).
Provavelmente, em solos com teores de massa
orgânica em torno de 80 g kg 1 de solo, grande parte
dos fosfatos aplicados sejam adsorvidos aos óxidos
de Fe e Al e, talvez, à própria matéria orgânica. Além
disso, o extrator de Mehlich-3, em virtude da sua
menor acidez (pH = 2) e da presença do íon fluoreto
(F–
), provavelmente tenha deslocado o P dos sítios
de troca, ocorrendo, em seguida, uma readsorção do
fósforo já extraído.
O método da resina, embora venha sendo
indicado para solos com amplas variações de textura,
não exerce influências importantes nas propriedades
químicas do solo, como a capacidade de troca de
ânions (Raij 1978, Silva & Raij 1996) e a capacidade
de extração de P disponível. Todavia, as estimativas
dos parâmetros da reta de regressão, referentes ao
extrator de resina, revelam comportamento
diferenciado entre grupos de solos (Tabela 3),
deixando claro que a técnica não é independente de
suas características e propriedades, o que é
corroborado por Brasil & Muraoka (1997), em
estudos com solos da Amazônia.
seca, constatou-se que as menores encontraram-se
nos Latossolos (LVd, LVdf - mais argilosos), e as
maiores no Neossolo Quartzarênico Distrófico (RQo).
Em LVd, por exemplo, a MET foi atingida com a
dose de 491 kg ha-1
; já no RQo ocorreu com 800 kg
ha-1
de P2
O5
. Portanto, nos Latossolos a adubação
fosfatada na forma de SFT é mais eficiente. No
Neossolo Quartzarênico Distrófico (RQo) a máxima
eficiência técnica foi estimada em 39,3 g vaso-1
de
massa seca, na dose de 800 kg ha-1
de P2
O5
.
Comparando a fonte solúvel com os fosfatos naturais,
observou-se que o Phospal produziu massa seca 20%
inferior ao SFT, seguido do fosfato de Arad com 24%,
e o fosfato de Araxá com apenas 53% (Figura 1e).
Na comparação dos cinco solos, verifica-se
que os fosfatos naturais apresentaram a seguinte
tendência: Arad > Phospal > Araxá. A melhor
resposta dos fosfatos de origem sedimentar deve-se
à sua maior solubilidade em ácido cítrico (Cons. 2??)
(Couto et al. 1989) e à substituição isomórfica do
PO4
3-
por CO3
2-
na apatita (Khasawneh & Doll
1978). Para a apatita de Araxá, a baixa eficiência
deve-se à sua origem ígnea, ao alto grau de
cristalização e à baixa solubilidade em ácido cítrico
(Kliemann & Lima 2001).
Devido à grande variação nos conteúdos de
argila (120 g kg-1
a 580 g kg-1
), optou-se pelo
agrupamento dos solos segundo o critério da
associação entre os teores de P abservidos pelas
plantas e os teores extraídos nos três métodos de
extração. Assim, esse agrupamento baseou-se nas
inclinações das retas de regressão linear entre esses
teores, em cada tipo de solo (Tabela 3).
Tabela 3. Estimativas da regressão linear (a, b e r), que ralaciona
os teores de fósforo absorvido pelo milheto (g vaso-1
)
com os teores extraídos pelos métodos Mehlich-1,
Mehlich-3 e resina nos solos: Latossolo Vermelho
Amarelo Distrófico (LVAd), Argissolo Vermelho
Amarelo Eutrófico (PVAe), Latossolo Vermelho
Distroférrico (LVdf), Latossolo Vermelho Distrófico
(LVd) e Neossolo Quartzarênico Distrófico (RQo).
1
- Rraiz quadrada do coeficiente de determinação do modelo y = a + bx.
Parâmetros
Agrupamento de solos Intersecção
(a)
Inclinação
(b) r 1
Pares de
dados (n)
---------------------------------- Extrator Mehlich-1 ----------------------------------
PVAe + LVd 2,77 0,50 0,90 30
LVAd + LVdf + RQo 4,15 0,16 0,87 45
---------------------------------- Extrator Mehlich-3 ----------------------------------
LVAd + PVAe + LVd + RQo 0,50 0,50 0,91 60
LVDf 2,92 0,13 0,96 15
------------------------------------------ Resina ------------------------------------------
PVAe + LVd 0,25 0,60 0,91 30
LVAd + LVdf + RQo 3,20 0,22 0,82 45
144 - Santos & Kliemann (2005) – Disponibilidade de fósforo de fosfatos naturais em solos de cerrado ...
Para contornar o problema da grande variação
de comportamento dos extratores químicos em
diversos grupamentos de solos, pode-se usar as
produções relativas de grãos ou de fitomassa (ou ainda
absorção de nutrientes) e a equção inversa de x
(y = a + b/x). Nessa abordagem, o comportamento
dos extratores Mehlich-1, Melhich-3 e resina, com a
aplicação do superfosfato triplo, mostraram
coeficientes de correlação praticamente iguais (r = -
0,95),indicandoqueextraemquantidadesequivalentes
de P do solo (Figuras 2). Verifica-se, ainda, que o
modelo se ajusta estreitamente aos três extratores
estudados, corroborando resultados obtidos por outros
pesquisadores (Silva & Raij 1996, Miranda et al.
2002).
Com a inclusão dos fosfatos naturais nas
equações de regressão, aumentou-se a dispersão dos
pontos, diminuindo significativamente os coeficientes
de correlação para os três extratores (Figuras 2). Isso
pode ser atribuído às características de solubilidade
desses produtos em ácido cítrico (AC a 2%), na
composição química e força iônica dos extratores e
nos atributos do solo, como alto grau de intemperismo
e minerais compostos de sequióxidos de Fe e Al.
A correlação significativa entre a produção
relativa de massa seca e o teor de fósforo extraído
pelo Mehlich-1, com a inclusão do fosfato de Arad
(Figura 2), é compatível com a solubilidade do
fertilizante em AC a 2% e com a substituição
isomórfica parcial do PO4
3-
por CO3
2-
. Isso confere
instabilidade à estrutura cristalina do mineral e maior
reatividade da rocha fosfática pelo aumento na relação
CO3
2-
/PO4
3-
(Yost et al. 1982, Kliemann & Lima
2001).
Com a inclusão do fosfato de Araxá os
coeficientes de correlação, apesar de serem menores,
embora significativos, são compatíveis com sua baixa
solubilidade em ácido cítrico a 2% (Tabela 2). As
equações de regressão mostram grandes variações
nos coeficientes angulares, mostrando tendência
variável de resposta: o extrator de Mehlich-1 (Figura
2a) extrai quantidades bem superiores de P que os
extratores Mehlich-3 (Figura 2b) e resina (Figura 2c).
A explicação para o comportamento do primeiro
desses extratores é que este se relaciona com a acidez
do extrator (pH = 1,30), extraindo preferencialmente
as formas de fosfato de cálcio da apatita, que, no
entanto, são indisponíveis para as plantas (Rossi et
al. 1999). Portanto, na presença de fosfatos
apatíticos, o extrator é totalmente inadequado para
avaliaroPdisponíveldosolo(Brasil&Muraoka1997,
Silva & Raij 1996).
Nos solos em que se aplicou a bauxita fosfó-
rica (Phospal), verifica-se que as correlações foram
altamente significativas e praticamente iguais para
os três extratores. A similaridade dos coeficientes de
correlação entre os métodos Mehlich-1, Mehlich-3 e
resina (Figura 2) indica que estes extratores são
eficientes na extração do P disponível dos solos. Este
resultado pode ser explicado pela maior solubilidade
do Phospal (origem sedimentar e tratamento térmico)
e eficiência intermediária entre a fonte solúvel e o
fosfato de Araxá.
Figura 2. Produção relativa de massa seca da parte aérea do milheto
em função dos teores de P disponível pelos extratores:
a) Mehlich-1, b) Mehlich-3 e c) resina, com aplicação
de superfosfato triplo e fosfatos de Arad, Araxá e
Phospal.
(b)
P extraível pelo método Mehlich 1 (mg dm
-3
)
0 15 30 45 60 75 90 105
Produçãorelativadematériasecadaparteaérea(%)
0
30
45
60
75
90
105
Superfosfato Triplo
Y
SFT
=92,3-126,9/P r=-0,95 (n=75)
Fosfato de ARAD
Y
SFT+ARAD
=87,4-114,4/P r=-0,87 (n=105)
Fosfato de ARAXÁ
Y
SFT+ARAXÁ
=80,1-97,0/P r=-0,64 (n=105)
PHOSPAL
Y
SFT+PHOSPAL
=85,6-113,3/P r=-083 (n=105)
P extraível pelo método Mehlich 3 (mg dm
-3
)
0 10 20 30 40 50
Produçãorelativadematériasecadaparteaérea(%)
0
30
45
60
75
90
105
Superfosfato Triplo
YSFT=93,6-135,5/P r=-0,95 (n=75)
Fosfato de ARAD
YSFT+ARAD=89,6-126,4/P r=-0,84 (n=105)
Fosfato de ARAXÁ
YSFT+ARAXÁ=83,0-115,6/P r=-0,69 (n=105)
PHOSPAL
YSFT+PHOSPAL=87,1-121,4/P r=-0,83 (n=105)
P extraível pelo método da resina (mg dm
-3
)
0 15 30 45 60 75
Produçãorelativadematériasecadaparteaérea(%)
0
30
45
60
75
90
105
Superfosfato Triplo
YSFT=92,65-138/P r=-0,95 (n=75)
Fosfato de ARAD
YSFT+ARAD=88,1-126,6/P r=-0,88 (n=105)
Fosfato de ARAXÁ
YSFT+ARAXÁ=82,0-117,3/P r=-0,69 (n=105)
PHOSPAL
YSFT+PHOSPAL=85,7-121,1/P r=-0,82 (n=105)
(a)
(b)
(c)
Pesquisa Agropecuária Tropical, 35 (3): 139-146, 2005 – 145
CONCLUSÕES
1. A máxima eficiência técnica (MET) da produção
de matéria seca do milheto apresentou relação
inversa com os teores de argila, variando de 490
kg ha-1
de P2
O5
, no Latossolo Vermelho Distrófico
(LVd), a 800 kg ha-1
de P2
O5
, Neossolo
Quartzarênico Distrófico (RQo).
2. A adubação fosfatada foi mais eficiente em
Latossolos do que em Neossolo Quartzarênico
Distrófico (RQo).
3. A eficiência relativa dos fosfatos mostrou a
seguinte tendência: Arad > Phospal > Araxá.
3. Os extratores Mehlich-1, Mehlich-3 e resina
extraem quantidades equivalentes de fósforo
disponível no solo, quando este elemento é aplicado
na forma de superfosfato triplo.
REFERÊNCIAS
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solos da Amazônia tratados com fertilizantes fosfatados.
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em solos dos cerrados. Revista Brasileira de Ciência do
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Nelson, W. L., A. Mehlich L& E. Winters. 1953. The
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Scientia Agricola, 56 (1): 39-46.
Silva, F. C. da & Raij, B. van. 1996. Avaliação da
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Silva, F. C. da. & B. van Raij. 1999. Disponibilidade de
fósforo em solos avaliada por diferentes extratores.
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Yost, R. S., Naderman, G. C., Kamprath, E. J. & Lobato, E.
1982. Availability of rock phosphate as measured by an
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Disponibilidade de fósforo em solos de cerrado

  • 1. Disponível em: http://www.redalyc.org/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=253020157002 Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina o Caribe, a Espanha e Portugal Almeida Santos, Elihu de; Kliemann, Huberto José DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO DE FOSFATOS NATURAIS EM SOLOS DE CERRADO E SUA AVALIAÇÃO POR EXTRATORES QUÍMICOS Pesquisa Agropecuária Tropical, vol. 35, núm. 3, 2005, pp. 139-146 Universidade Federal de Goiás Goiânia, Brasil Como citar este artigo Número completo Mais informações do artigo Site da revista Pesquisa Agropecuária Tropical ISSN (Versão impressa): 1517-6398 pat@agro.ufg.br Universidade Federal de Goiás Brasil www.redalyc.org Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto
  • 2. Pesquisa Agropecuária Tropical, 35 (3): 139-146, 2005 – 139 DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO DE FOSFATOS NATURAIS EM SOLOS DE CERRADO E SUA AVALIAÇÃO POR EXTRATORES QUÍMICOS1 Elihu de Almeida Santos2 e Huberto José Kliemann3 1. Parte da tese de doutorado do primeiro autor, apresentada à Universidade Federal de Goiás (PPGA/UFG). Trabalho recebido em dez./2004 e aceito para publicação em set./2005 (registro nº 612). 2. Fundação de Ensino Superior de Rio Verde (Fesurv), Caixa Postal 104, CEP 75900-000 Rio Verde, GO. E-mail: elihu@fesurv.br 3. Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, UFG. C. Postal 131, CEP 74001-970 Goiânia, GO. E-mail: kliemann@agro.ufg.br INTRODUÇÃO Dos macronutrientes essenciais às plantas, o fósforo é o elemento que limita mais freqüentemente a produção das culturas na região dos cerrados. Isso, por apresentar-se em formas pouco disponíveis aos vegetais e pelas características de elevada adsorção dos solos dessa região. Apesar de ser exigido em pequenas quantidades pela maioria das culturas, têm- se aplicado quantidades elevadas de fósforo (P) para ABSTRACT AVAILABILITY OF PHOSPHORUS FROM NATURAL PHOSPATES ON SAVANNAH SOILS AND ITS EVALUATION BY CHEMICAL EXTRACTANTS A greenhouse experiment with soils from five Brazilian savannah (cerrado) sites – Alfisol (PVAe), Oxisol (LVd, LVdf, LVAd), and Quartzipsamment (RQo) – was carried out and phosphorus availability from natural phosphatic fertilizers (Arad phosphate – Israel; phosphoric bauxite – Senegal; and Araxá phosphate – Brazil) was evaluated. The Mehlich-1, Mehlich-3 and resin extractants were used. A completely randomized design with eleven treatments and three replications was used. Response curves with triple superphosphate (TSP) and inclusion of phosphatic sources were used, with millet (Pennisetum thyphoides) as testing crop. Obtained data showed that: (i) the applied phosphates showed higher efficiency on dystrophic Oxisols than on the sandy soil (Quartzipsamment); (ii) Arad and Phospal phosphates are good alternatives as phosphorus suppliers for savannah soils and crops; (iii) Mehlich-1, Mehlich-3, and resin extractants showed equivalent performance on the estimation of soil available P, applied as triple superphosphate. KEY WORDS: Brazilian savannah, phosphate sources, chemical extractants. RESUMO Conduziu-se um experimento em casa de vegetação com solos de cinco locais da região dos cerrados: Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico (LVAd), Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico (PVAe), Latossolo Vermelho Distrófico (LVd), Latossolo Vermelho Distroférrico (LVdf) e Neossolo Quartzarênico Distrófico (RQo). Usaram-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com onze tratamentos e três repetições, e curvas de resposta com o superfosfato triplo (SFT) como padrão, com a inclusão das fontes fosforita de Arad (Israel); bauxita fosfórica Phospal (Senegal); e apatita de Araxá (Brasil). A disponibilidade de fósforo foi avaliada pelos extratores Mehlich-1, Mehlich-3 e resina, empregando-se o milheto (Pennisetum thyphoides) como planta-teste. Os resultados mostraram que (i) a eficiência dos fosfatos estudados foi maior nos Latosslos Distróficos do que no Neossolo Quartzarênico Distrófico; (ii) os fosfatos de Arad e Phospal são fontes fontes alternativas de fósforo para solos e culturas dos cerrados; (iii) os extratores Mehlich-1, Mehlich-3 e resina extraem quantidades equivalentes de fósforo disponível dos solos, aplicado na forma de superfosfato triplo. PALAVRAS-CHAVE: Cerrado, fontes de fósforo, extratores químicos. suprir as necessidades dos cultivos (Carvalho et al. 1995). Para estimar com precisão as quantidades de P do solo, que as plantas são capazes de absorver, são utilizados extratores químicos e, para que sejam considerados adequados, é necessário que a quanti- dade extraída por um dado extrator correlacione-se estreitamente com o P absorvido pela cultura. A literatura sobre extratores de P, apesar de relativamente extensa, não retrata resultados confiáveis em diferentes solos e ambientes, e em
  • 3. 140 - Santos & Kliemann (2005) – Disponibilidade de fósforo de fosfatos naturais em solos de cerrado ... sistemas de manejo que removam as formas de P-Ca, P-Fe e P-Al em proporções similares às absorvidas pelas plantas. Diante disso, têm-se encontrado resultados contrastantes nos trabalhos sobre comparação de métodos de extração de P do solo. O método de Mehlich-1 tem sido superior ao método da resina nos trabalhos de vários autores, sendo encontradas as maiores quantidades extraídas em solos com menor teor de argila. Pavan & Chaves (1996), trabalhando em Latossolo Vermelho Distroférrico (LVdf) com 800 g kg-1 de argila, sob lavoura de café adensado, verificaram maior eficiência do extrator Mehlich-1, quando comparado ao extrator de resina. Em ampla revisão, envolvendo 72 trabalhos, Silva & Raij (1999) compararam métodos de extração de fósforo e pelo princípio do R2 concluíram que a resina superou os demais métodos analisados. No entanto, segundo Evans & Mc Guide (1990), o método de Mehlich-3 apresentou as melhores correlações, não somente para P, mas também para K, Ca e Mg. Tran et al. (1990) julgaram este extrator como o mais confiável, se comparado aos extratores Bray-1 e Bray-2, quando utilizado em solos ácidos e com elevada capacidade de retenção de fósforo. Brasil & Muraoka (1997) também obtiveram boas correlações com as culturas de arroz e caupi em cinco solos da Amazônia (LAm, LA argiloso, LA muito argiloso, LVdf argiloso, e LVdf muito argiloso), com teores de argila variando de 220 g kg-1 a 710 g kg-1 , e de Al trocável, entre 0,6 cmolc dm-3 e 2,2 cmolc dm-3 . Resultados em que os extratores Mehlich-1, Mehlich-3 e resina foram semelhantes na extração de fósforo foram obtidos por Rossi et al. (1999) num Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico, de textura média (LVAd). As fontes de fósforo utilizadas nesse estudo foram o superfosfato triplo, o termofosfato Yoorin, o fosfato de Carolina do Norte e o fosfato de Arad. Num solo da Guatemala, originado de cinzas vulcânicas, com baixo teor de P e alta capacidade de adsorção do elemento, Pérez et al. (2003) obtiveram alta correlação com os três extratores, trabalhando com de cana-de-açúcar. O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito de fontes e doses de fosfatos na disponibilidade de P para o milheto (planta-teste), em solos da região dos cerrados com teores variados de argila, assim como relacionar a eficiência dos extratores Mehlich-1, Mehlich-3 e resina com a absorção de P pela planta. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em casa de vegetação, na Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás, utilizando-se solos da região dos cerrados de cinco municípios:LeopoldodeBulhões(LatossoloVermelho Amarelo Distrófiico – LVAd), São Luiz de Montes Belos (Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico – PVAe), Acreúna (Latossolo Vermelho Distroférrico – LVdf), Rio Verde-GO (Latossolo Vermelho Distrófico – LVd) e Caçu (Neossolo Quartzarênico Distrófico – RQo). Estes solos foram caracterizados física e quimicamente (Tabela 1). Os solos foram coletados na camada de 0-10 cm. Utilizou-se o calcário dolomítico na proporção 3:1 de cálcio/magnésio, com PRNT de 104,75%, para suprir a necessidade de calagem, como consta na Tabela 1. Os solos foram incubados por trinta dias a 80% da capacidade de embebição. Os fertilizantes fosfatados, após passados em peneira de malha de 100 µm, foram misturados nos vasos de acordo com os tratamentos. As fontes de fosfatos com as respectivas características químicas são listadas na Tabela 2. Tabela 1. Caracterização química e física1 de solos dos municípios de Leopoldo Bulhões (Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico – LVAd), São Luiz de Montes Belos (Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico – PVAe), Acreúna (Latossolo Vermelho Distroférrico – LVdf), Rio Verde (Latossolo Vermelho Distrófico – LVd) e Caçu (Neossolo Quartzarênico Distrófico – RQo). 1 - Análises de rotina - determinações segundo Embrapa (1999) 2 - Determinações após a colheita do experimento. 3 - Necessidade de calagem (t ha-1) pela saturação por cátions básicos, V = 60% (Raij & Quaggio 1983). ClassificaçãoAtributos dos solos LVAd PVAe LVdf LVd RQo pH em CaCl2 4,3 5,4 5,1 4,6 4,1 pH em água 2 5,9 6,0 5,7 5,6 5,6 P Mehlich-12 (mg dm-3 ) 0,4 0,8 2,1 2,1 1,3 P Mehlich-3 2 (mg dm-3 ) 2,4 4,0 2,9 2,2 2,9 P resina 2 (mg dm-3 ) 2,6 4,2 2,9 2,4 2,7 K (mg dm-3 ) 30 150 103 60 18 Ca (mmolc dm-3 ) 8 74 56 29 12 Mg (mmolc dm-3 ) 3 14 11 9 3 Al (mmolcdm-3 ) 2 0 0 3 2 H+ Al (mmolc dm-3 ) 59 23 43 68 37 T (mmolc dm-3 ) 71 115 113 108 55 m(%) 14,6 0,0 0,0 7,0 11,5 V(%) 16,6 79,9 61,8 36,7 33,0 Matéria orgânica (g kg-1 ) 39 41 80 41 13 Necessidade de calagem3 2,9 – – 2,4 1,5 Areia (g kg-1 ) 350 500 380 200 830 Silte (g kg-1 ) 210 180 260 220 50 Argila (g kg-1 ) 440 320 360 580 120
  • 4. Pesquisa Agropecuária Tropical, 35 (3): 139-146, 2005 – 141 Empregou-se o delineamento inteiramente casualizado, com rodízio aleatório dos vasos. Os tratamentos constaram de cinco solos, quatro fontes de fósforo e cinco doses de P2 O5 (zero, 100 kg ha-1 , 200 kg ha-1 , 400 kg ha-1 e 800 kg ha-1 ) para a fonte solúvel (SFT – superfosfato triplo), e duas doses (200 kg ha-1 e 800 kg ha-1 ) para as fontes alternativas (fosfatos naturais). Foram utilizadas três repetições por solo. A planta-teste foi o milheto (Pennisetum thyphoides), cujo plantio ocorreu em 02/maio/2003 e a colheita em 07/jun./2003. Avaliou-se o P disponível no solo pelos extratores: Mehlich-1 (Nelson et al. 1953), Mehlich- 3 (Mehlich 1984) e resina de troca aniônica (Raij et al. 1986). Os teores totais de P da parte aérea do milheto foram determinados segundo Malavolta et al. (1997). Os fosfatos naturais foram analisados pela técnica de contrastes ortogonais e os extratores como parcelas subdivididas (Gomes 2000). A máxima eficiência técnica das doses de superfosfato triplo foi determinada usando-se o modelo de raiz quadrada: 2/1 210 PaPaaY i ++= em que: Y é a produção de massa seca da parte aérea do milheto (g vaso-1 ); e Pi são as doses de P2 O5 (kg ha-1 ) para o superfosfato triplo. As regressões da produção relativa de massa seca, de absorção absoluta e absorção relativa de P foram avaliadas, respectivamente, por modelos polinomiais (linear e linear inverso), usando-se o software Sigmaplot 2000 (Jandel Scientific 1999). RESULTADOS E DISCUSSÃO As curvas de resposta da produção de massa seca do milheto à adubação fosfatada, aplicada na forma de superfosfato triplo nos solos LVAd, PVAe, LVd, LVdf, e RQo estão ilustradas na Figura 1. Baseando-se nestas curvas, calcularam-se os pontos de máxima eficiência técnica (MET) e, a partir destes, foram feitas comparações da fonte solúvel com os fosfatos naturais, referentes a cada solo isoladamente. Em todos os solos verificou-se relação curvilinear e incrementos decrescentes entre doses de fósforo e produção de massa seca (MS), tanto para as doses de superfosfato triplo (SFT) quanto nos fosfatos naturais, embora nestes, em proporções menores. No Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico (LVAd) a produção de máxima eficiência técnica (MET), de 34,1 g vaso-1 de massa seca (MS), foi atingida com a dose de 641 kg ha-1 de P2 O5 . Verificaram-se comportamentos diferenciados entre os fosfatos sobre a produção de massa seca e, considerando-se a dose de 800 kg ha-1 de P2 O5 , o fosfato de Arad produziu massa seca da ordem de 17% aquém da obtida com superfosfato triplo, enquanto o fosfato de alumínio e cálcio ficou com 48% e o fosfato de Araxá com 61% (Figura 1a). No Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico (PVAe) ocorreu uma relação curvilinear com incrementos decrescentes entre as doses de SFT e a produção de massa seca da parte aérea. Para os fosfatos naturais o efeito também foi crescente com o fosfato de Arad, enquanto com o Phospal e com o fosfato de Araxá houve uma tendência de redução. A máxima eficiência técnica (MET), de 37,5 g vaso- 1 de MS, foi obtida com a dose de 538 kg ha-1 de P2 O5 . Fazendo uma analogia da fonte solúvel (SFT) com os fosfatos naturais na dose de 800 kg ha-1 de P2 O5 , verifica-se que o fosfato natural de Arad obteve produção de massa seca 16% inferior ao ST, seguido do Phospal, com 42%. O pior desempenho coube ao fosfato de Araxá, com 84% (Figura 1b). No Latossolo Vermelho Distrófico (LVd) os aumentos de produção de massa seca do milheto em função das doses de fosfatos naturais não seguiram a tendência para as doses de SFT. A máxima eficiência técnica foi estimada em 37,5 g vaso-1 , com a dose de 491 kg ha-1 de P2 O5 . Neste solo a produção de massa seca dos fosfatos naturais, em relação ao superfosfato triplo, foi de 23% para o Arad, seguido do Phospal, com 31%, e pelo Araxá, com 71% (Figura 1c). A máxima eficiência técnica (MET) no Latossolo Vermelho distroférrico (LVdf) foi estimada em 39,5 g vaso-1 de massa seca, na dose de 567 kg ha-1 de P2 O5 . Comparando-se o SFT com os fosfatos naturais, verifica-se que com o fosfato natural de Arad a massa seca produzida foi 19% inferior ao do SFT, seguido do Phospal com 30%, e do fosfato de Araxá com 73% (Figura 1d). Comparando-se as doses de SFT que renderam a máxima eficiência técnica da produção de massa Tabela 2. Características químicas das fontes de fósforo aplicadas no experimento, em casa de vegetação (Goiânia-GO, 2004). 1 - Análise realizada no Laboratório Solocria Ltda., Goiânia, GO. 2 - A.C.: ácido cítrico a 2%. P2O5 (g kg-1 )1 Fonte de fósforo Total Solúvel AC2 – 1:100 Superfosfato triplo 464,0 434,0 Fosfato de Araxá (Brasil) 378,1 43,5 Fosfato de Arad (Israel) 312,0 112,0 Fosfato de alumínio e cálcio (Senegal) 328,1 –
  • 5. 142 - Santos & Kliemann (2005) – Disponibilidade de fósforo de fosfatos naturais em solos de cerrado ... Figura 1. Produção de massa seca da parte aérea do milheto em função das doses de fósforo aplicado como superfosfato triplo e fosfatos naturais (Arad ,Araxá, e Phospal), em solos sob vegetação de cerrado: a) Latossolo Vermelho Amarelo distrófico (LVAd); b) Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico (PVAe); c) Latossolo Vermelho distrófico (LVd); d) Latossolo Vermelho distroférrico (LVdf); e) Neossolo Quartzarênico distrófico (RQo). (a) L V A D P 2 O 5 ( k g h a -1 ) 000 10 010 010 0 20 020 020 0 40 040 040 0 80 080 080 0 MS(g/vaso) 0 6 1 2 1 8 2 4 3 0 3 6 S u p erfo sfato T rip lo Y =1 1 ,1 7 -0,0 3 6P + 1 ,8 1 P 1 /2 R 2 = 0 ,9 7 (n= 1 5) F o sfo rita d e A rad A p atita d e A rax á B au x ita fo sfórica P h o sp al (b) PVA e P2O5 ( kg ha -1 ) 000 100100100 200200200 400400400 800800800 MS(g/vaso) 0 15 20 25 30 35 40 Superfosfato Triplo Y=16,20-0,040P+1,84P1/2 R2 =0,97 (n=15) Fosforita de Arad Apatita de Araxá Bauxita fosfórica Phospal (c) LVd P2O5 (kg ha -1 ) 000 100100100 200200200 400400400 800800800 MS(g/vaso) 0 18 24 30 36 42 Superfosfato Triplo Y=17,70-0,040P+1,78P 1/2 R 2 =0,87 (n=15) Fosforita de Arad Apatita de Araxá Bauxita fosfórica Phospal (d) LVdf Doses de P2O5 (kg ha -1 ) 000 100100100 200200200 400400400 800800800 MS(g/vaso) 0 18 24 30 36 42 Superfosfato Triplo Y=17,90-0,038P+1,81P 1/2 R2 =0,93 (n=15) Bauxita fosfórica Phospal Apatita de Arad Apatita de Araxá (e) R Q o P2O 5 (kg ha-1) 000 1 001 001 00 2 002 002 00 4 004 004 00 8 008 008 00 Matériaseca(gvaso -1) 0 20 25 30 35 40 45 S up erfosfato T riplo Y = 18 ,84-0,01 4P +1 ,12P 1/2 R 2 = 0,93 (n= 1 5) D o ses de A rad A patita de A raxá B aux ita fo sfó rica P ho spal Matériaseca(gvaso-1) Matériaseca(gvaso-1) Matériaseca(gvaso-1) Matériaseca(gvaso-1) Matériaseca(gvaso-1) (a) LVAd P2 O5 (kg ha-1 )
  • 6. Pesquisa Agropecuária Tropical, 35 (3): 139-146, 2005 – 143 Na avaliação do extrator Mehlich-1 para os dois grupos de solos, PVAe + LVd e LVAd + LVdf + RQo, a absorção do fósforo pelo milheto mostrou estreita relação com os teores de P disponível (valores de r = 0,90 e r = 0,87, respectivamente). Constataram- se diferenças significativas entre as inclinações das retas: para o primeiro agrupamento de solos a inclinação foi de 0,50 e, para o segundo, de 0,16, o que caracteriza uma sensível diminuição na capacidade de extração do método. Este comportamento não pode ser atribuído somente à granulometria, pois os solos também divergem na capacidade de troca (T), nos teores de matéria orgânica e, possivelmente, na capacidade de fixação de fósforo. Necessita-se, conseqüentemente, de estudos mais aprofundados referentes aos atributos que condicionam a capacidade de cada extrator (Tabela 3). Com relação ao extrator Mehlich-3, um comportamento diverso foi verificado no agrupamento dos solos LVAd + PVAe + LVd + RQo, com uma maior inclinação da reta de regressão (b = 0,50). A menor inclinação da reta no Latossolo Vermelho Distroférrico (LVdf), b = 0,13, pode ser atribuída aos seus altos teores de óxidos de Fe e Al, e à sua maior capacidade de adsorção ou fixação de fósforo. Em geral, os extratores ácidos têm sérias limitações para recuperação de ânions em solos com elevados teores de argila e de óxidos de Fe e Al (Carvalho et al. 1995, Novais & Smyth 1999). Provavelmente, em solos com teores de massa orgânica em torno de 80 g kg 1 de solo, grande parte dos fosfatos aplicados sejam adsorvidos aos óxidos de Fe e Al e, talvez, à própria matéria orgânica. Além disso, o extrator de Mehlich-3, em virtude da sua menor acidez (pH = 2) e da presença do íon fluoreto (F– ), provavelmente tenha deslocado o P dos sítios de troca, ocorrendo, em seguida, uma readsorção do fósforo já extraído. O método da resina, embora venha sendo indicado para solos com amplas variações de textura, não exerce influências importantes nas propriedades químicas do solo, como a capacidade de troca de ânions (Raij 1978, Silva & Raij 1996) e a capacidade de extração de P disponível. Todavia, as estimativas dos parâmetros da reta de regressão, referentes ao extrator de resina, revelam comportamento diferenciado entre grupos de solos (Tabela 3), deixando claro que a técnica não é independente de suas características e propriedades, o que é corroborado por Brasil & Muraoka (1997), em estudos com solos da Amazônia. seca, constatou-se que as menores encontraram-se nos Latossolos (LVd, LVdf - mais argilosos), e as maiores no Neossolo Quartzarênico Distrófico (RQo). Em LVd, por exemplo, a MET foi atingida com a dose de 491 kg ha-1 ; já no RQo ocorreu com 800 kg ha-1 de P2 O5 . Portanto, nos Latossolos a adubação fosfatada na forma de SFT é mais eficiente. No Neossolo Quartzarênico Distrófico (RQo) a máxima eficiência técnica foi estimada em 39,3 g vaso-1 de massa seca, na dose de 800 kg ha-1 de P2 O5 . Comparando a fonte solúvel com os fosfatos naturais, observou-se que o Phospal produziu massa seca 20% inferior ao SFT, seguido do fosfato de Arad com 24%, e o fosfato de Araxá com apenas 53% (Figura 1e). Na comparação dos cinco solos, verifica-se que os fosfatos naturais apresentaram a seguinte tendência: Arad > Phospal > Araxá. A melhor resposta dos fosfatos de origem sedimentar deve-se à sua maior solubilidade em ácido cítrico (Cons. 2??) (Couto et al. 1989) e à substituição isomórfica do PO4 3- por CO3 2- na apatita (Khasawneh & Doll 1978). Para a apatita de Araxá, a baixa eficiência deve-se à sua origem ígnea, ao alto grau de cristalização e à baixa solubilidade em ácido cítrico (Kliemann & Lima 2001). Devido à grande variação nos conteúdos de argila (120 g kg-1 a 580 g kg-1 ), optou-se pelo agrupamento dos solos segundo o critério da associação entre os teores de P abservidos pelas plantas e os teores extraídos nos três métodos de extração. Assim, esse agrupamento baseou-se nas inclinações das retas de regressão linear entre esses teores, em cada tipo de solo (Tabela 3). Tabela 3. Estimativas da regressão linear (a, b e r), que ralaciona os teores de fósforo absorvido pelo milheto (g vaso-1 ) com os teores extraídos pelos métodos Mehlich-1, Mehlich-3 e resina nos solos: Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico (LVAd), Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico (PVAe), Latossolo Vermelho Distroférrico (LVdf), Latossolo Vermelho Distrófico (LVd) e Neossolo Quartzarênico Distrófico (RQo). 1 - Rraiz quadrada do coeficiente de determinação do modelo y = a + bx. Parâmetros Agrupamento de solos Intersecção (a) Inclinação (b) r 1 Pares de dados (n) ---------------------------------- Extrator Mehlich-1 ---------------------------------- PVAe + LVd 2,77 0,50 0,90 30 LVAd + LVdf + RQo 4,15 0,16 0,87 45 ---------------------------------- Extrator Mehlich-3 ---------------------------------- LVAd + PVAe + LVd + RQo 0,50 0,50 0,91 60 LVDf 2,92 0,13 0,96 15 ------------------------------------------ Resina ------------------------------------------ PVAe + LVd 0,25 0,60 0,91 30 LVAd + LVdf + RQo 3,20 0,22 0,82 45
  • 7. 144 - Santos & Kliemann (2005) – Disponibilidade de fósforo de fosfatos naturais em solos de cerrado ... Para contornar o problema da grande variação de comportamento dos extratores químicos em diversos grupamentos de solos, pode-se usar as produções relativas de grãos ou de fitomassa (ou ainda absorção de nutrientes) e a equção inversa de x (y = a + b/x). Nessa abordagem, o comportamento dos extratores Mehlich-1, Melhich-3 e resina, com a aplicação do superfosfato triplo, mostraram coeficientes de correlação praticamente iguais (r = - 0,95),indicandoqueextraemquantidadesequivalentes de P do solo (Figuras 2). Verifica-se, ainda, que o modelo se ajusta estreitamente aos três extratores estudados, corroborando resultados obtidos por outros pesquisadores (Silva & Raij 1996, Miranda et al. 2002). Com a inclusão dos fosfatos naturais nas equações de regressão, aumentou-se a dispersão dos pontos, diminuindo significativamente os coeficientes de correlação para os três extratores (Figuras 2). Isso pode ser atribuído às características de solubilidade desses produtos em ácido cítrico (AC a 2%), na composição química e força iônica dos extratores e nos atributos do solo, como alto grau de intemperismo e minerais compostos de sequióxidos de Fe e Al. A correlação significativa entre a produção relativa de massa seca e o teor de fósforo extraído pelo Mehlich-1, com a inclusão do fosfato de Arad (Figura 2), é compatível com a solubilidade do fertilizante em AC a 2% e com a substituição isomórfica parcial do PO4 3- por CO3 2- . Isso confere instabilidade à estrutura cristalina do mineral e maior reatividade da rocha fosfática pelo aumento na relação CO3 2- /PO4 3- (Yost et al. 1982, Kliemann & Lima 2001). Com a inclusão do fosfato de Araxá os coeficientes de correlação, apesar de serem menores, embora significativos, são compatíveis com sua baixa solubilidade em ácido cítrico a 2% (Tabela 2). As equações de regressão mostram grandes variações nos coeficientes angulares, mostrando tendência variável de resposta: o extrator de Mehlich-1 (Figura 2a) extrai quantidades bem superiores de P que os extratores Mehlich-3 (Figura 2b) e resina (Figura 2c). A explicação para o comportamento do primeiro desses extratores é que este se relaciona com a acidez do extrator (pH = 1,30), extraindo preferencialmente as formas de fosfato de cálcio da apatita, que, no entanto, são indisponíveis para as plantas (Rossi et al. 1999). Portanto, na presença de fosfatos apatíticos, o extrator é totalmente inadequado para avaliaroPdisponíveldosolo(Brasil&Muraoka1997, Silva & Raij 1996). Nos solos em que se aplicou a bauxita fosfó- rica (Phospal), verifica-se que as correlações foram altamente significativas e praticamente iguais para os três extratores. A similaridade dos coeficientes de correlação entre os métodos Mehlich-1, Mehlich-3 e resina (Figura 2) indica que estes extratores são eficientes na extração do P disponível dos solos. Este resultado pode ser explicado pela maior solubilidade do Phospal (origem sedimentar e tratamento térmico) e eficiência intermediária entre a fonte solúvel e o fosfato de Araxá. Figura 2. Produção relativa de massa seca da parte aérea do milheto em função dos teores de P disponível pelos extratores: a) Mehlich-1, b) Mehlich-3 e c) resina, com aplicação de superfosfato triplo e fosfatos de Arad, Araxá e Phospal. (b) P extraível pelo método Mehlich 1 (mg dm -3 ) 0 15 30 45 60 75 90 105 Produçãorelativadematériasecadaparteaérea(%) 0 30 45 60 75 90 105 Superfosfato Triplo Y SFT =92,3-126,9/P r=-0,95 (n=75) Fosfato de ARAD Y SFT+ARAD =87,4-114,4/P r=-0,87 (n=105) Fosfato de ARAXÁ Y SFT+ARAXÁ =80,1-97,0/P r=-0,64 (n=105) PHOSPAL Y SFT+PHOSPAL =85,6-113,3/P r=-083 (n=105) P extraível pelo método Mehlich 3 (mg dm -3 ) 0 10 20 30 40 50 Produçãorelativadematériasecadaparteaérea(%) 0 30 45 60 75 90 105 Superfosfato Triplo YSFT=93,6-135,5/P r=-0,95 (n=75) Fosfato de ARAD YSFT+ARAD=89,6-126,4/P r=-0,84 (n=105) Fosfato de ARAXÁ YSFT+ARAXÁ=83,0-115,6/P r=-0,69 (n=105) PHOSPAL YSFT+PHOSPAL=87,1-121,4/P r=-0,83 (n=105) P extraível pelo método da resina (mg dm -3 ) 0 15 30 45 60 75 Produçãorelativadematériasecadaparteaérea(%) 0 30 45 60 75 90 105 Superfosfato Triplo YSFT=92,65-138/P r=-0,95 (n=75) Fosfato de ARAD YSFT+ARAD=88,1-126,6/P r=-0,88 (n=105) Fosfato de ARAXÁ YSFT+ARAXÁ=82,0-117,3/P r=-0,69 (n=105) PHOSPAL YSFT+PHOSPAL=85,7-121,1/P r=-0,82 (n=105) (a) (b) (c)
  • 8. Pesquisa Agropecuária Tropical, 35 (3): 139-146, 2005 – 145 CONCLUSÕES 1. A máxima eficiência técnica (MET) da produção de matéria seca do milheto apresentou relação inversa com os teores de argila, variando de 490 kg ha-1 de P2 O5 , no Latossolo Vermelho Distrófico (LVd), a 800 kg ha-1 de P2 O5 , Neossolo Quartzarênico Distrófico (RQo). 2. A adubação fosfatada foi mais eficiente em Latossolos do que em Neossolo Quartzarênico Distrófico (RQo). 3. A eficiência relativa dos fosfatos mostrou a seguinte tendência: Arad > Phospal > Araxá. 3. Os extratores Mehlich-1, Mehlich-3 e resina extraem quantidades equivalentes de fósforo disponível no solo, quando este elemento é aplicado na forma de superfosfato triplo. REFERÊNCIAS Brasil, E. C. & T. Muraoka. 1997. Extratores de fósforo em solos da Amazônia tratados com fertilizantes fosfatados. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 21 (4): 599- 606. Carvalho, A. M. de., N. K. Fageria, I. P. de Oliveira & T. Kinjo. 1995. Resposta do feijoeiro à aplicação de fósforo em solos dos cerrados. Revista Brasileira de Ciência do Solo,19(1):61-67. Couto, W., G. Leite & C. Sanzonowicz. 1989. The effectiveness of three phosphorus sources for pasture fertilization in a cerrado soil. Pesquisa Agropecuária Brasileira,24(4):423-430. Embrapa. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 1999. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. Embrapa Solos - Embrapa Informática Agropecuária, Brasília, DF. 370 p. Evans, C. E. & J. A. Mc Guide. 1990. Comparison of soil test extractants on Alabama soils. Comm. Soil Science Plant Analysis, 21 (3): 1037- 50. Gomes, F. P. 2000. Curso de estatística experimental. 14 ed. rev. Nobel, São Paulo. 477 p. Jandel Scientific. Sigma Plot. 1999. Scientific Graphing Software Transform & Curve Fitting: revision SPW 5.0. San Rafael.. 1v. Khasawneh, F. E. & E. C. Doll. 1978. The use of phosphate rock for direct application to soils. Advances in Agronomy,30(1):159-206. Kliemann, H. J. & D. V. Lima. 2001. Eficiência agronômica de fosfatos naturais e sua eficiência no fósforo dispo- nível em dois solos de cerrado. Pesquisa Agropecuária Tropical,31(2):111-119. Malavolta,E.,G.C.Vitti&S.A.deOliveira.1997.Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2. ed., rev. e atual. Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato, Piracicaba. 319 p. Mehlich, A. 1984. Mehlich-3 soil test extractant: a modification of Mehlich 2 extractant. Comm. in Soil Science and Plant Analysis, 15 (12): 1409-1416. Miranda, L. N. de, J. A. de Azevedo, J. C. C. de Miranda & A. C. Gomes. 2002. Calibração de métodos de análise de fósforo e resposta do feijão ao fósforo no sulco. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 37 (11): 1621-1627. Nelson, W. L., A. Mehlich L& E. Winters. 1953. The development, evaluation and use of soil test for phosphorus availability. p. 153-188. In Pierre, W. H. & A. G. Norman. Soil fertilizer phosphorus. Academic Press, New York. 353 p. (Agronomy 14) Novais, R. F. & T. J. Smyth. 1999. Fósforo em solo e planta em condições tropicais. UFV, DPS, Viçosa. 399 p. Pavan, M. A. & J. C. D. A. Chaves. 1996. Alterações nas frações de fósforo no solo associadas com a densidade populacional do cafeeiro. Revista Brasileira de Ciência doSolo,20(2):257-264. Raij, B. van. 1978. Seleção de métodos de laboratório para avaliar a disponibilidade de fósforo em solos. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 2 (1): 1-9. Raij, B. van, J. A. Quaggio & N. M. Silva. 1986. Extraction of phosphorus, potassium, calcium and magnesium from soils by an ion- exchange resin procedure. Comm. Soil Science Plant Analysis, 17 (3): 547-566. Raij, B. van & J. A. Quaggio. 1983. Métodos de análise de solos para fins de fertilidade. Instituto Agronômico (IAC), Campinas. 31 p. (Boletim Técnico 81). Rossi, C., A. R. M dos Anjos, M. S. de Camargo, O. L. S. Weber, S. Imhoff. & E. Malavolta. 1999. Efeito residual de fertilizantes fosfatados para o arroz: Avaliação do fósforo na planta e no solo por diferentes extratores. Scientia Agricola, 56 (1): 39-46. Silva, F. C. da & Raij, B. van. 1996. Avaliação da disponibilidade de fósforo, por diversos extratores, em amostras de solos cultivados com cana-de-açúcar. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 20 (1): 83- 90. Silva, F. C. da. & B. van Raij. 1999. Disponibilidade de fósforo em solos avaliada por diferentes extratores. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 34 (2): 267-288.
  • 9. 146 - Santos & Kliemann (2005) – Disponibilidade de fósforo de fosfatos naturais em solos de cerrado ... Tran, T. S., M. Giroux, J. Guilbeaut & P. Audess. 1990. Evaluation of Mehlich-III extracting to estimate the available P in Quebec soils. Communications Soil Science Plant Analysis, 21 (1): 1-28. Yost, R. S., Naderman, G. C., Kamprath, E. J. & Lobato, E. 1982. Availability of rock phosphate as measured by an acid tolerant pasture grass and extractable phosphorus Agronomy Journal, 74 (3): 462-468.