Este documento analisa as ações que contribuíram para a permanência dos alunos no PROEJA FIC da ASBEM em Novo Hamburgo. O espaço de formação da ASBEM proporcionou atividades pedagógicas integradas com o mundo do trabalho que motivaram os alunos, como projetos, dinâmicas de grupo e visitas técnicas. A relação entre educação e trabalho no currículo integrado do programa contribuiu para o sucesso e permanência dos alunos no curso.
1. ASBEM – ASSOCIAÇÃO DO BEM-ESTAR DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - NOVO HAMBURGO O ESPAÇO DE FORMAÇÃO E AS AÇÕES QUE MOBILIZARAM A TRAJETÓRIA DE PERMANÊNCIA DOS ALUNOS DO PROEJA FIC DO MUNICÍPIO DE NOVO HAMBURGO Ana Lúcia Orengo Guiel Nara Teresinha Beck Roseli Thiesen Tamires Ramos
2. OBJETIVO GERAL Analisar a trajetória e as ações que contribuíram para a permanência dos alunos do PROEJA FIC de Novo Hamburgo em seu espaço de formação – ASBEM .
3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar a contribuição do espaço de formação, enquanto estrutura, e as ações pedagógicas mobilizadas para a permanência dos alunos do PROEJA FIC de Novo Hamburgo. Analisar a participação dos alunos no decorrer das atividades promovidas pelo programa, bem como a criação de vídeo institucional, dinâmicas de grupo, projetos e demais movimentos que contribuíram para o processo de aprendizagem durante o curso. Demonstrar que a relação educação e trabalho, dentro de uma proposta curricular integrada, foi pressuposto para o sucesso e permanência dos alunos no curso.
4. PERGUNTA Quais as ações que contribuíram para a permanência dos alunos do PROEJA FIC de Novo Hamburgo – ASBEM?
5. SUJEITOS DA PESQUISA Os alunos do Curso de Design em Móveis e do Curso de Comércio e Serviço do PROEJA – FIC de Novo Hamburgo.
6. METODOLOGIA UTILIZADA Este trabalho é composto de uma parte teórica e de uma parte prática, que é constituída de aplicação de atividades que envolveram mídias. Quanto à natureza é de pesquisa aplicada, quanto à forma de abordagem, pesquisa qualitativa, quanto aos objetivos, pesquisa exploratória e quanto aos procedimentos, pesquisa bibliográfica.
7. REFERENCIAL TEÓRICO Fundamentos e concepções: EJA - Política que oportuniza escolarização, modificando a “oferta aligeirada e compensatória” do modelo supletivo. EJA traz o debate da aproximação da educação e do trabalho ( Naira Franzói, 2010- Educação & Realidade, v.35). Funções da EJA - Reparadora , aquela que busca restaurar o direito à educação escolar sem discriminação. Equalizadora, quando interrompido o percurso educacional serão asseguradas condições de retorno em política própria. Qualificadora, atende a democratização da sociedade no sentido de atualização. (Parecer CEB 11/2000, Jamil Cury). PROEJA - Os cursos e Programas deverão considerar as características dos jovens e adultos, articulados ao ensino fundamental e médio. Integrados ao ensino fundamental (formação inicial e continuada) e ao médio, integrados à educação profissional técnica. (Naira Franzói, 2010- Educação & Realidade ,v.35).
8. O tema “juventude e trabalho e o sentido da relação entre os sujeitos e a realidade num momento de crise de emprego”, abordado em pesquisa de doutorado, explica a atuação da ASBEM pelo tensionamento e diálogo entre o assistencial e o educativo e o da proposta pedagógica no aprender a fazer, na questão do próximo e no sujeito e objeto da assistência. (Dinorá Zucchette, 2002) PROEJA FIC, constitui como espaço de pertencimento. Nas memórias da ASBEM, é citado o lugar do cuidado, de convivência e de construção de conhecimento. Histórico e Cultura dos alunos - Análise da realidade. “ Permanente ação transformadora da realidade objetiva; os homens simultaneamente, criam a história e se fazem seres históricos-sociais.” (Paulo Freire, 1982. Pedagogia do Oprimido): “só há diálogo e parceria quando a diferença não é antagônica”. Inúmeras diferenças, mas o antagonismo não se fez presente, e as diferenças foram superadas. (Vilmar Pereira, cita Gadotti (2001) - Diálogos PROEJA, 2009).
9. “ Concepção anticientífica de educação em nossas escolas”. O professor explicando um conteúdo a um grupo de alunos sentados à sua frente e confinados numa sala de aula, por um período de quatro a cinco horas diárias. Conteúdos reduzidos , independente da forma e método. As características do educando e do educador não são opções didáticas em nossas escolas e sistemas de ensino. O homem faz história, portanto ao produzir cultura, como sujeito, como detentor de vontade. Escola oportuniza um currículo , não só para o domínio dos conteúdos específicos, mas para a integração da teoria e da prática. “A coisa é outra quando o que se deseja é que o educando assimile algo para além de conhecimentos e informações constantes das tradicionais disciplinas escolares”. Cabe ao professor oportunizar vivências concretas, que além das aprendizagens para o trabalho, propiciem formação crítica, de cidadãos participativos, criativos e conscientes de sua função social. (Vitor Henrique Paro, 2007- Educação como exercício do poder).
10. [...] Os homens constroem sua própria sua história, no cotidiano, através de suas relações sociais de produção . (Anália Barros - Tese de mestrado UFRGS - A Relação entre os saberes/ Experiência do Trabalho e os Saberes Escolares vista pelos alunos do PROEJA FIC IF Sapucaia do Sul). A dinâmica das ações pedagógicas busca reconhecimento e ocupa-se do entendimento da juventude, em seus diferentes espaços, estes representados pela expressão de “estar em juventudes”. (Gaudêncio Frigotto, 2009). A escola precisa estar atenta, acolher os estudantes e familiares e toda a sociedade, e não colocá-los a seu serviço. [...] O problema é despertar o interesse pelo que pretendemos que se aprenda avaliar sua relevância real [..](José Gimeno Sacristán, 2005 - O Currículo. Uma reflexão sobre a prática). LEITURAS COMPLEMENTARES: Relação não dissociada da “ordem da desordem”, na ótica do movimento causa o novo. Entendimento da leitura do senso comum da juventude como “figuras de desordem” (Georges Balandier, 1997- A desordem elogio do movimento).
11. “ A escola, para envolver este aluno e/ou aluna, que já evadiu ou que nunca frequentou a escola, necessita de outra sensibilidade na adequação dos horários, na adaptação dos conteúdos curriculares, valorizando a experiência desses alunos, proporcionando uma oferta contínua de promoção e valorização. (Simone Valdete dos Santos) - O PROEJA e o desafio para a Heterogeneidade. Salto para o futuro. Boletim 16 de dezembro de 2006).
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