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Introdução 
O Império Árabe teve sua formação a partir da origem do islamismo, 
religião fundada pelo profeta Maomé. Antes disso, a Arábia era 
composta por povos semitas que, até o século VII, viviam em diferentes 
tribos. Apesar de falarem a mesma língua, estes povos possuíam 
diferentes estilos de vida e de crenças. 
Os principais pontos em comum no mundo árabe são a língua, a religião e as 
tradições islâmicas. Além disso, quase todos os países da região têm sua 
economia assentada na exportação de petróleo e um passado de traços 
coloniais. nem todos, é bem verdade, foram colonizados no sentido estrito da 
palavra, mas sua história foi largamente condicionada pela presença européia, 
sobretudo francesa e inglesa. Separados por inúmeras divergências, os árabes 
costumam unir-se apenas quando se trata de enfrentar o inimigo comum: 
otemido Estado de Israel.
2 
O Mundo Árabe 
Dá-se o nome de Mundo Árabe ao conjunto de países africanos e do Oriente 
Médio que, além de predominantemente islâmicos, tem uma cultura árabe 
(influenciada por peculiaridades locais) e fazem do árabe seu idioma oficial. 
São ao todo 22 países, dos quais 21 têm soberania (independência); a 
palestina (formada pela Faixa de Gaza e Cisjordânia) ainda não constitui um 
estado propriamente dito, devido à ocupação israelense na Cisjordânia. 
Os estados árabes têm uma história política bastante recente, com exceção da 
Arábia Saudita (criada em 1932), todos somente alcançaram a independência 
plena após a Segunda Guerra Mundial, quando deixaram de ser colônias ou 
protetorados da Inglaterra, França e Itália. 
O Mundo Árabe compreende atualmente 8 monarquias e 13 repúblicas. As 
monarquias (com exceção da Jordânia, que possui um regime razoavelmente 
democrático) são todas autoritárias, tendo na Arábia Saudita seu modelo mais 
extremado. Das repúblicas, o Líbano constituía um modelo de democracia, mas 
esse quadro foi alterado após uma sangrenta guerra civil que se prolongou de 
1975 a 1990. As demais repúblicas são todas autoritárias ou mesmo 
abertamente ditatoriais, sendo que a Somália, desde 1991, não tem uma 
autoridade nacional estruturada. 
A atual crise do Mundo Árabe começou em janeiro na Tunísia, quando intensas 
manifestações obrigaram o ditador Zini bem Ali – no poder havia 23 anos – a 
fugir. Esse fato repercutiu no Egito, onde a pressão popular provocou a 
renúncia do general Hosni Mubarak, ditador desde 1981. Pouco depois, 
irrompeu na Líbia uma rebelião contra o coronel Muammar Khadafi (hoje 
falecido) que, embora curiosamente não tenha cargo oficial, governou a Líbia 
com mão de ferro desde 1969.
3 
Refletindo esses acontecimentos, vêm ocorrendo manifestações contra 
diversos outros governos árabes, notadamente no Iêmen, no Bahrein e na Síria 
– países nos quais a repressão tem sido mais dura. 
Embora a maioria dos analistas queira ver nesses movimentos uma grande 
crise política que levará à derrubada dos regimes autoritários que pesam sobre 
quase todo o Mundo Árabe, é difícil fazer um prognóstico seguro devido às 
particularidades de cada país: condições econômicas, diferenças étnicas, 
predomínio dos laços tribais sobre o sentimento nacional, conflitos religiosos e 
– mais que tudo – a ausência histórica de uma tradição democrática nos 
moldes ocidentais. 
Indubitavelmente existe uma crise, e ela produzirá desdobramentos. Mas 
dificilmente os resultados serão homogêneos. E o Mundo Árabe, apesar de sua 
grande contribuição cultural para a humanidade, continuará a ser um mosaico 
que contraria a aparentemente inexorável tendência à globalização. 
Islamismo 
O islã é uma das mais importantes religiões mundiais (a população muçulmana 
é estimada em mais de 935 milhões), originária da península da Arábia e 
baseada nos ensinamentos de Maomé (570-632), chamado o Profeta. Segundo 
o Alcorão, o Islã é a religião universal e primordial. O muçulmano é um 
seguidor da revelação divina contida no Alcorão e formulada pelo profeta 
Maomé. Já que, no Alcorão, muçulmano é o nome dado aos seguidores de 
Maomé (Alcorão 22,78), os muçulmanos sentem-se ofendidos quando são 
chamados de maometanos pois isto implica a idéia de um culto pessoal a 
Maomé, proibido no Islã.
4 
Os muçulmanos consideram a Caaba, ao centro da grande mesquita de Meca, 
o lugar mais sagrado da Terra. A tradição muçulmana diz que os patriarcas 
Abraão e Ismael construíram o santuário sobre os primeiros alicerces postos 
por Adão. Todos os muçulmanos do mundo rezam nesta direção e, todos os 
que não tiverem um sério impedimento, deverão peregrinar à Meca, pelo 
menos uma vez na vida. Esta imagem mostra a cerimônia na qual os 
peregrinos devem beijar a Pedra Negra (Caaba). Os fiéis permanecem neste 
lugar vários dias, celebrando rituais. 
Doutrina e prática 
As duas fontes fundamentais da doutrina e da prática islâmicas são o Alcorão e 
a sunna (conduta exemplar do profeta Maomé). Os muçulmanos consideram o 
Alcorão como a palavra "incriada" de Deus, revelada a Maomé através de 
Gabriel, o arcanjo da revelação. Os islamitas acreditam que Deus, e não o 
Profeta, é o autor destas revelações. Por isto, o Alcorão é infalível.
5 
O Alcorão contém as revelações transmitidas a Maomé durante os quase 22 
anos de sua vida profética (610-632). A segunda fonte essencial do islã, a 
sunna ou exemplo do Profeta, é conhecida através dos Hadith, recompilação 
de tradições baseadas no que disse ou fez o Profeta. Ao contrário do Alcorão, 
os Hadith não são considerados infalíveis. 
O monoteísmo é uma matéria central para o Islã: a crença em um Deus (Alá), 
único e onipotente. Deus desempenha quatro funções fundamentais no 
Universo e na humanidade: criação, sustentação, orientação e julgamento, que 
se conclui com o dia do Juízo, no qual a humanidade será reunida e todos os 
indivíduos serão julgados de acordo com seus atos. Deus, que criou o Universo 
por absoluta misericórdia, é obrigado também a mantê-lo. A natureza é 
subordinada aos homens que podem explorá-la e beneficiar-se dela. Todavia, o 
último objetivo humano consiste em existir para o "serviço de Deus". 
No que se refere à prática islâmica, cinco deveres — conhecidos como os 
"pilares do Islã"— são fundamentais: 
– profissão da fé ou testemunho; "Não há nada superior a Deus e Maomé é seu 
enviado". Esta profissão deve ser feita, publicamente, por cada muçulmano 
pelo menos uma vez na vida. 
– cinco orações diárias. Durante a oração, os muçulmanos olham em direção à 
Caaba, em Meca (Makka). Antes de cada oração comunitária, é feita uma 
chamada pública, pelo muezim, a partir do minarete da mesquita. 
– Pagar o zakat (óbolo), instituído por Maomé. 
– jejum no mês de Ramadã. 
– peregrinação à Caaba, em Meca. Todo muçulmano adulto, capacitado 
fisicamente e dotado de bens suficientes, deve realizá-la pelo menos uma vez 
na vida. 
Além destas cinco instituições básicas, o Islã impõe a proibição do consumo de 
álcool e carne de porco. Além da Caaba, os centros mais importantes da vida 
islâmica são as mesquitas. 
Islã e sociedade 
O conceito islâmico de sociedade é teocrático, sendo que o objetivo de todos 
os muçulmanos é o "governo de Deus na Terra". A filosofia social islâmica 
baseia-se na crença de que todas as esferas da vida constituem uma unidade
6 
indivisível que deve estar imbuída dos valores islâmicos. Este ideal inspira o 
Direito islâmico, chamado sharia, que explica os objetivos morais da 
comunidade. Por isso, na sociedade islâmica, o termo Direito tem um 
significado mais amplo do que no Ocidente moderno secularizado, pois 
engloba imperativos morais e legais. 
A base da sociedade islâmica é a comunidade dos fiéis que permanece 
consolidada no cumprimento dos cinco pilares do islã. Sua missão é "inspirar o 
bem e proibir o mal" e, deste modo, reformar a Terra. A luta por este objetivo 
tenta se concretizar através da jihad (guerra santa) que, se for necessário, 
pode englobar o uso da violência e a utilização de exércitos. A finalidade 
prescrita pela jihad não é a expansão territorial ou a tomada do poder político, e 
sim a conversão dos povos ao Islã. 
História do Islã 
Na época de Maomé, a península da Arábia era habitada por beduínos 
nômades — dedicados à criação de rebanhos e saques —, e pelos árabes que 
viviam do comércio. A religião dos árabes pré-islâmicos era politeísta e idólatra, 
embora existisse uma antiga tradição de monoteísmo. Maomé foi precedido por 
oradores monoteístas, mas com pouco êxito. Pertencente ao clã Haxemita, da 
tribo beduína Curaichita, Maomé iniciou seu ministério aos 40 anos, quando 
começou a pregar em Meca, sua cidade natal. Depois de quatro anos, 
convertera cerca de 40 pessoas. Hostilizado pelos outros habitantes que viam 
naquele discurso monoteísta uma ameaça aos lucros obtidos com as 
caravanas que paravam em Meca para reverenciar ídolos locais, Maomé 
acabou fugindo para Medina, em 622. A partir deste acontecimento, conhecido 
por Hégira, inicia-se o calendário islâmico. Na ocasião de sua morte, em 632, 
Maomé já era o dirigente máximo de uma religião que ganhava poder com 
grande rapidez. 
A primeira escola importante de teologia islâmica, a mutazilita, surgiu graças à 
tradução das obras filosóficas gregas para o árabe, nos séculos VIII e IX, e 
ressaltava a razão e a lógica rigorosa. A questão da importância das boas 
ações continuava, mas a ênfase principal era na absoluta unicidade e justiça de 
Deus. Os mutazilitas foram os primeiros muçulmanos a adotar os métodos 
filosóficos gregos para difundir suas idéias. Alguns de seus adversários 
utilizaram os mesmos métodos e o debate resultou no movimento filosófico 
islâmico, cujo primeiro representante importante foi al-Kindi (século IX), que 
tentou conciliar os conceitos da filosofia grega com as verdades reveladas do 
islã. No século X, o turco al–Farabi foi o primeiro filósofo islâmico a subordinar 
revelação e lei religiosa à filosofia. Defendia que a verdade filosófica é idêntica 
em todo o mundo e que as diversas religiões existentes são expressões 
simbólicas de uma religião universal ideal. No século XI, o filósofo e médico 
persa muçulmano Avicena (Ibn Sina) conseguiu a mais sistemática integração 
do racionalismo grego com o pensamento islâmico. Averroés, o filósofo e 
médico ibero-muçulmano do século XII, defendeu os conceitos aristotélicos e 
platônicos e converteu-se no filósofo islâmico mais importante da história 
intelectual do Ocidente.
7 
A estagnação da cultura islâmica depois da Idade Média resultou em uma 
renovada insistência no pensamento original (ijtihad) e nos movimentos de 
reforma religiosa, social e moral. O primeiro deste tipo foi o wahabita, nome 
dado em homenagem a seu fundador Ibn Abd al-Wahhab, que surgiu na 
Arábia, no século XVIII, e converteu-se no líder de um grande movimento que 
se integrava com as ramificações do mundo muçulmano. Outros reformistas 
islâmicos foram marcados por idéias ocidentais como Mohamed Abduh ou 
Mohamed Iqbal. Embora as idéias modernas estejam baseadas em 
interpretações plausíveis do Alcorão, os fundamentalistas islâmicos opuseram-se 
fortemente a elas, sobretudo a partir de 1930. Não são contra a educação 
moderna, a ciência e a tecnologia, mas acusam os reformistas de difundirem a 
moralidade ocidental. Por fim, o ressentimento que os muçulmanos sentem 
pelo colonialismo ocidental fez com que muitos deles relacionassem às culturas 
do ocidente tudo que seja sinônimo e representação do mal. 
A cultura muçulmana medieval 
A importância maior da cultura muçulmana reside em seu caráter sincrético. O 
extenso contato que os muçulmanos tiveram com outras civilizações 
proporcionou-lhes uma enorme soma de conhecimentos. Os algarismos hindus 
foram transferidos para o Ocidente e as obras gregas toram traduzidas para o 
árabe com maior precisão do que para o latim. 
No campo da Química, os árabes se destacaram pela descoberta de ácidos e 
sais. Na Matemática, pelo desenvolvimento da Álgebra. Na Física, por várias 
leis da Óptica. 
As artes plásticas não tiveram um desenvolvimento notável por causa da 
proibição religiosa de representar formas vivas. Mesmo assim, desenvolveram 
a Arquitetura com a utilização de arcos e cúpulas. A Pintura se limitou aos 
arabescos, em que as letras do alfabeto árabe adquiriam função decorativa. 
A Filosofia muçulmana teve em Averróis um dos máximos representantes da 
filosofia medieval. Traduziu numerosas obras gregas para o árabe e comentou 
Platão. Aviena dedicou-se à Medicina, descobriu a natureza contagiosa da 
tuberculose, descreveu a pleurisia e algumas variedades de doenças nervosas. 
Sua principal obra, Canon, tornou-se manual básico de ensino nas 
universidades euro ias. Rásis, outro médico, descobriu a verdadeira natureza 
da varíola. 
Os árabes descobriram ainda antídotos contra envenenamento perceberam os 
mecanismos de difusão da peste pelo contato e desenvolveram a higiene 
médica e hospitalar. 
A literatura muçulmana tem um caráter mais imaginoso e sensual do que 
intelectual. No Livro dos Reis são narrados acontecimentos relativos ao Império 
Persa. Rubayyat, de Omar Khayyam, é um poema que reflete o modo de viver 
e sentir predominante na cultura persa.
8 
Bibliografia 
http://www.batalhaosuez.com.br/historia12.htm 
http://www.objetivo.br/noticias.asp?id=3491 
http://www.historiadomundo.com.br/arabe/religiao-arabe.htm 
http://www.suapesquisa.com/historia/arabe/

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Os principais pontos em comum no mundo árabe são a língua

  • 1. 1 Introdução O Império Árabe teve sua formação a partir da origem do islamismo, religião fundada pelo profeta Maomé. Antes disso, a Arábia era composta por povos semitas que, até o século VII, viviam em diferentes tribos. Apesar de falarem a mesma língua, estes povos possuíam diferentes estilos de vida e de crenças. Os principais pontos em comum no mundo árabe são a língua, a religião e as tradições islâmicas. Além disso, quase todos os países da região têm sua economia assentada na exportação de petróleo e um passado de traços coloniais. nem todos, é bem verdade, foram colonizados no sentido estrito da palavra, mas sua história foi largamente condicionada pela presença européia, sobretudo francesa e inglesa. Separados por inúmeras divergências, os árabes costumam unir-se apenas quando se trata de enfrentar o inimigo comum: otemido Estado de Israel.
  • 2. 2 O Mundo Árabe Dá-se o nome de Mundo Árabe ao conjunto de países africanos e do Oriente Médio que, além de predominantemente islâmicos, tem uma cultura árabe (influenciada por peculiaridades locais) e fazem do árabe seu idioma oficial. São ao todo 22 países, dos quais 21 têm soberania (independência); a palestina (formada pela Faixa de Gaza e Cisjordânia) ainda não constitui um estado propriamente dito, devido à ocupação israelense na Cisjordânia. Os estados árabes têm uma história política bastante recente, com exceção da Arábia Saudita (criada em 1932), todos somente alcançaram a independência plena após a Segunda Guerra Mundial, quando deixaram de ser colônias ou protetorados da Inglaterra, França e Itália. O Mundo Árabe compreende atualmente 8 monarquias e 13 repúblicas. As monarquias (com exceção da Jordânia, que possui um regime razoavelmente democrático) são todas autoritárias, tendo na Arábia Saudita seu modelo mais extremado. Das repúblicas, o Líbano constituía um modelo de democracia, mas esse quadro foi alterado após uma sangrenta guerra civil que se prolongou de 1975 a 1990. As demais repúblicas são todas autoritárias ou mesmo abertamente ditatoriais, sendo que a Somália, desde 1991, não tem uma autoridade nacional estruturada. A atual crise do Mundo Árabe começou em janeiro na Tunísia, quando intensas manifestações obrigaram o ditador Zini bem Ali – no poder havia 23 anos – a fugir. Esse fato repercutiu no Egito, onde a pressão popular provocou a renúncia do general Hosni Mubarak, ditador desde 1981. Pouco depois, irrompeu na Líbia uma rebelião contra o coronel Muammar Khadafi (hoje falecido) que, embora curiosamente não tenha cargo oficial, governou a Líbia com mão de ferro desde 1969.
  • 3. 3 Refletindo esses acontecimentos, vêm ocorrendo manifestações contra diversos outros governos árabes, notadamente no Iêmen, no Bahrein e na Síria – países nos quais a repressão tem sido mais dura. Embora a maioria dos analistas queira ver nesses movimentos uma grande crise política que levará à derrubada dos regimes autoritários que pesam sobre quase todo o Mundo Árabe, é difícil fazer um prognóstico seguro devido às particularidades de cada país: condições econômicas, diferenças étnicas, predomínio dos laços tribais sobre o sentimento nacional, conflitos religiosos e – mais que tudo – a ausência histórica de uma tradição democrática nos moldes ocidentais. Indubitavelmente existe uma crise, e ela produzirá desdobramentos. Mas dificilmente os resultados serão homogêneos. E o Mundo Árabe, apesar de sua grande contribuição cultural para a humanidade, continuará a ser um mosaico que contraria a aparentemente inexorável tendência à globalização. Islamismo O islã é uma das mais importantes religiões mundiais (a população muçulmana é estimada em mais de 935 milhões), originária da península da Arábia e baseada nos ensinamentos de Maomé (570-632), chamado o Profeta. Segundo o Alcorão, o Islã é a religião universal e primordial. O muçulmano é um seguidor da revelação divina contida no Alcorão e formulada pelo profeta Maomé. Já que, no Alcorão, muçulmano é o nome dado aos seguidores de Maomé (Alcorão 22,78), os muçulmanos sentem-se ofendidos quando são chamados de maometanos pois isto implica a idéia de um culto pessoal a Maomé, proibido no Islã.
  • 4. 4 Os muçulmanos consideram a Caaba, ao centro da grande mesquita de Meca, o lugar mais sagrado da Terra. A tradição muçulmana diz que os patriarcas Abraão e Ismael construíram o santuário sobre os primeiros alicerces postos por Adão. Todos os muçulmanos do mundo rezam nesta direção e, todos os que não tiverem um sério impedimento, deverão peregrinar à Meca, pelo menos uma vez na vida. Esta imagem mostra a cerimônia na qual os peregrinos devem beijar a Pedra Negra (Caaba). Os fiéis permanecem neste lugar vários dias, celebrando rituais. Doutrina e prática As duas fontes fundamentais da doutrina e da prática islâmicas são o Alcorão e a sunna (conduta exemplar do profeta Maomé). Os muçulmanos consideram o Alcorão como a palavra "incriada" de Deus, revelada a Maomé através de Gabriel, o arcanjo da revelação. Os islamitas acreditam que Deus, e não o Profeta, é o autor destas revelações. Por isto, o Alcorão é infalível.
  • 5. 5 O Alcorão contém as revelações transmitidas a Maomé durante os quase 22 anos de sua vida profética (610-632). A segunda fonte essencial do islã, a sunna ou exemplo do Profeta, é conhecida através dos Hadith, recompilação de tradições baseadas no que disse ou fez o Profeta. Ao contrário do Alcorão, os Hadith não são considerados infalíveis. O monoteísmo é uma matéria central para o Islã: a crença em um Deus (Alá), único e onipotente. Deus desempenha quatro funções fundamentais no Universo e na humanidade: criação, sustentação, orientação e julgamento, que se conclui com o dia do Juízo, no qual a humanidade será reunida e todos os indivíduos serão julgados de acordo com seus atos. Deus, que criou o Universo por absoluta misericórdia, é obrigado também a mantê-lo. A natureza é subordinada aos homens que podem explorá-la e beneficiar-se dela. Todavia, o último objetivo humano consiste em existir para o "serviço de Deus". No que se refere à prática islâmica, cinco deveres — conhecidos como os "pilares do Islã"— são fundamentais: – profissão da fé ou testemunho; "Não há nada superior a Deus e Maomé é seu enviado". Esta profissão deve ser feita, publicamente, por cada muçulmano pelo menos uma vez na vida. – cinco orações diárias. Durante a oração, os muçulmanos olham em direção à Caaba, em Meca (Makka). Antes de cada oração comunitária, é feita uma chamada pública, pelo muezim, a partir do minarete da mesquita. – Pagar o zakat (óbolo), instituído por Maomé. – jejum no mês de Ramadã. – peregrinação à Caaba, em Meca. Todo muçulmano adulto, capacitado fisicamente e dotado de bens suficientes, deve realizá-la pelo menos uma vez na vida. Além destas cinco instituições básicas, o Islã impõe a proibição do consumo de álcool e carne de porco. Além da Caaba, os centros mais importantes da vida islâmica são as mesquitas. Islã e sociedade O conceito islâmico de sociedade é teocrático, sendo que o objetivo de todos os muçulmanos é o "governo de Deus na Terra". A filosofia social islâmica baseia-se na crença de que todas as esferas da vida constituem uma unidade
  • 6. 6 indivisível que deve estar imbuída dos valores islâmicos. Este ideal inspira o Direito islâmico, chamado sharia, que explica os objetivos morais da comunidade. Por isso, na sociedade islâmica, o termo Direito tem um significado mais amplo do que no Ocidente moderno secularizado, pois engloba imperativos morais e legais. A base da sociedade islâmica é a comunidade dos fiéis que permanece consolidada no cumprimento dos cinco pilares do islã. Sua missão é "inspirar o bem e proibir o mal" e, deste modo, reformar a Terra. A luta por este objetivo tenta se concretizar através da jihad (guerra santa) que, se for necessário, pode englobar o uso da violência e a utilização de exércitos. A finalidade prescrita pela jihad não é a expansão territorial ou a tomada do poder político, e sim a conversão dos povos ao Islã. História do Islã Na época de Maomé, a península da Arábia era habitada por beduínos nômades — dedicados à criação de rebanhos e saques —, e pelos árabes que viviam do comércio. A religião dos árabes pré-islâmicos era politeísta e idólatra, embora existisse uma antiga tradição de monoteísmo. Maomé foi precedido por oradores monoteístas, mas com pouco êxito. Pertencente ao clã Haxemita, da tribo beduína Curaichita, Maomé iniciou seu ministério aos 40 anos, quando começou a pregar em Meca, sua cidade natal. Depois de quatro anos, convertera cerca de 40 pessoas. Hostilizado pelos outros habitantes que viam naquele discurso monoteísta uma ameaça aos lucros obtidos com as caravanas que paravam em Meca para reverenciar ídolos locais, Maomé acabou fugindo para Medina, em 622. A partir deste acontecimento, conhecido por Hégira, inicia-se o calendário islâmico. Na ocasião de sua morte, em 632, Maomé já era o dirigente máximo de uma religião que ganhava poder com grande rapidez. A primeira escola importante de teologia islâmica, a mutazilita, surgiu graças à tradução das obras filosóficas gregas para o árabe, nos séculos VIII e IX, e ressaltava a razão e a lógica rigorosa. A questão da importância das boas ações continuava, mas a ênfase principal era na absoluta unicidade e justiça de Deus. Os mutazilitas foram os primeiros muçulmanos a adotar os métodos filosóficos gregos para difundir suas idéias. Alguns de seus adversários utilizaram os mesmos métodos e o debate resultou no movimento filosófico islâmico, cujo primeiro representante importante foi al-Kindi (século IX), que tentou conciliar os conceitos da filosofia grega com as verdades reveladas do islã. No século X, o turco al–Farabi foi o primeiro filósofo islâmico a subordinar revelação e lei religiosa à filosofia. Defendia que a verdade filosófica é idêntica em todo o mundo e que as diversas religiões existentes são expressões simbólicas de uma religião universal ideal. No século XI, o filósofo e médico persa muçulmano Avicena (Ibn Sina) conseguiu a mais sistemática integração do racionalismo grego com o pensamento islâmico. Averroés, o filósofo e médico ibero-muçulmano do século XII, defendeu os conceitos aristotélicos e platônicos e converteu-se no filósofo islâmico mais importante da história intelectual do Ocidente.
  • 7. 7 A estagnação da cultura islâmica depois da Idade Média resultou em uma renovada insistência no pensamento original (ijtihad) e nos movimentos de reforma religiosa, social e moral. O primeiro deste tipo foi o wahabita, nome dado em homenagem a seu fundador Ibn Abd al-Wahhab, que surgiu na Arábia, no século XVIII, e converteu-se no líder de um grande movimento que se integrava com as ramificações do mundo muçulmano. Outros reformistas islâmicos foram marcados por idéias ocidentais como Mohamed Abduh ou Mohamed Iqbal. Embora as idéias modernas estejam baseadas em interpretações plausíveis do Alcorão, os fundamentalistas islâmicos opuseram-se fortemente a elas, sobretudo a partir de 1930. Não são contra a educação moderna, a ciência e a tecnologia, mas acusam os reformistas de difundirem a moralidade ocidental. Por fim, o ressentimento que os muçulmanos sentem pelo colonialismo ocidental fez com que muitos deles relacionassem às culturas do ocidente tudo que seja sinônimo e representação do mal. A cultura muçulmana medieval A importância maior da cultura muçulmana reside em seu caráter sincrético. O extenso contato que os muçulmanos tiveram com outras civilizações proporcionou-lhes uma enorme soma de conhecimentos. Os algarismos hindus foram transferidos para o Ocidente e as obras gregas toram traduzidas para o árabe com maior precisão do que para o latim. No campo da Química, os árabes se destacaram pela descoberta de ácidos e sais. Na Matemática, pelo desenvolvimento da Álgebra. Na Física, por várias leis da Óptica. As artes plásticas não tiveram um desenvolvimento notável por causa da proibição religiosa de representar formas vivas. Mesmo assim, desenvolveram a Arquitetura com a utilização de arcos e cúpulas. A Pintura se limitou aos arabescos, em que as letras do alfabeto árabe adquiriam função decorativa. A Filosofia muçulmana teve em Averróis um dos máximos representantes da filosofia medieval. Traduziu numerosas obras gregas para o árabe e comentou Platão. Aviena dedicou-se à Medicina, descobriu a natureza contagiosa da tuberculose, descreveu a pleurisia e algumas variedades de doenças nervosas. Sua principal obra, Canon, tornou-se manual básico de ensino nas universidades euro ias. Rásis, outro médico, descobriu a verdadeira natureza da varíola. Os árabes descobriram ainda antídotos contra envenenamento perceberam os mecanismos de difusão da peste pelo contato e desenvolveram a higiene médica e hospitalar. A literatura muçulmana tem um caráter mais imaginoso e sensual do que intelectual. No Livro dos Reis são narrados acontecimentos relativos ao Império Persa. Rubayyat, de Omar Khayyam, é um poema que reflete o modo de viver e sentir predominante na cultura persa.
  • 8. 8 Bibliografia http://www.batalhaosuez.com.br/historia12.htm http://www.objetivo.br/noticias.asp?id=3491 http://www.historiadomundo.com.br/arabe/religiao-arabe.htm http://www.suapesquisa.com/historia/arabe/