O documento discute a língua portuguesa e a comunidade lusófona, abordando também os conceitos de preconceito e racismo em Portugal. Relata um caso verídico de racismo vivido pelo autor e reflete sobre como a pobreza e as crises econômicas podem aumentar sentimentos de medo e indiferença nas sociedades.
1. Inês Marques n.º 20090040
Ana Sofia Costa n.º 20097427
Valter Rodrigues n.º 20095654
2. Lusofonia
A língua portuguesa é a herança nobre de cinco séculos de história, que juntou
Portugal a : Angola, Brasil, Cabo -Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São -Tomé e
Príncipe e Timor. Todos agrupados numa Comunidade denominada países de língua
oficial portuguesa, com o objectivo comum de se tirar melhores dividendos desta
riqueza partilhada, em condições de soberania plena dos países que dela fazem
parte.
A projecção da lusofonia implica porém, a gestão dos estigmas do
passado, convergindo esforços numa participação equitativa e de respeito
comum, sempre na busca de melhor enquadramento desta ferramenta de
comunicação que é usada num espaço de mais de 220 milhões de pessoas.
3. (Continuação) - Lusofonia
A lusofonia, sendo património linguístico comum de oito países membros duma
Comunidade com povos e culturas diferentes, terá que saber aceitar os
desempenhos característicos da língua, nomeadamente no que à pronúncia diz
respeito, evitando choques de assimilação característicos da zona de origem
populacional a que se refere a pronúncia. Pois a língua, como instrumento de
comunicação só o é, se for adoptada e desenvolvida cientificamente por uma
Comunidade. E a pronúncia, não é mais do que uma característica duma
determinada comunidade.
Infelizmente, os interesses sobrepõem-se às necessidades e a lusofonia parece cada
vez mais um espaço de negócios e menos de cultura. Cada vez mais
materializada, cada vez com menos expressão histórico - cultural e alcance além
fronteiras.
4. Preconceito
•Juízo preconcebido
•Manifestado numa forma de uma atitude discriminatória perante pessoas, lugares
ou tradições considerados diferentes ou estranhos;
•Desconhecimento face a uma cultura ou grupo social;
•A origem é a generalização superficial chamada estereótipo (conceito infundado
sobre um determinado grupo social, atribuindo a todos os seres desse grupo uma
característica.
5. Racismo em Portugal – Caso Verídico
“Vivi a minha vida quase toda numa cidade que com o brutal e desordenado
crescimento a que foi sujeita passou a ser a mais violenta de Portugal, segundo
dizem os entendidos.
Eu como não fui tido nem achado para essa conclusão posso afirmar
que, seguramente, há sítios iguais ou mesmo piores.
Há muitos imigrantes em Portugal, sobretudo vindos dos PALOP (Países Africanos
de Língua Oficial Portuguesa) e do Brasil, nada de estranho uma vez que falam
português.
Há a cultura do preto iletrado, ladrão, traficante de droga e nos casos positivos
trabalha nas obras. Foi assim que cresci a pensar neles, e vivendo na Amadora era
impossível escapar a essa realidade.
6. (Continuação) – Caso Verídico
Por um acaso do destino não me tornei racista com os pretos, apesar dos guetos,
da constante violência e pobreza crescente, de ser o sítio onde se matam mais
polícias.
Há cada vez mais sítios assim em Portugal e a ironia é que o preto não se
distingue do branco nessa miséria, aproximando-se a classe média da miséria com
a crise.
E claro que há sempre um qualquer Deus que põe ordem nos pensamentos
impuros que quem manda apenas se preocupa com estatísticas. Nisso os povos
unem-se sempre, mais do que em proporcionar ao seu semelhante condições de
vida minimamente dignas.
7. (Continuação) – Caso Verídico
Lembro-me aqui há uns anos de ter o meu carro tapado por um qualquer dono de
outro carro. Eram cerca das três da manhã e ia buscar a minha mulher.
Buzinei, insistentemente até me aparecer um preto (desculpem-me não dizer
negro, mas não sou politicamente correcto, nem os meus amigos com essa
pigmentação imaginária gostam de ser chamados de negros, é pretos e pronto e
eu respeito-o mesmo com o olhar indignado dos brancos - ou serão rosados? -
, defensores públicos das minorias só para parecer bem) que no alto do seu metro
e oitenta (da minha altura portanto), falava viver ali há muitos anos e que por isso
tirava o carro quando bem entendesse e que eu não dissesse nada que vivia ali há
pouco tempo.
Aqui nasce a tese do preto coitadinho, em que se tornam eles mais racistas do que
o suposto agressor.
8. (Continuação) – Caso Verídico
A culpa é da sociedade, de quem manda e tal, não ponho isso em causa. Sei
perfeitamente que as gerações mais antigas de imigrantes trabalharam muito e
muito, de tal forma que os seus filhos ficam o dia todo a fazer o que lhes dá na
real gana, e daí nascem muitos dos problemas.
Claro que quem incentiva tudo são as Máfias e nesse negócio tudo é muito
colorido se a finalidade for ganhar dinheiro.
De uma forma geral e apesar de alguns focos racistas, Portugal é uma espécie de
paraíso nesse aspecto e nem todos pertencem a Máfias como a prostituição e o
tráfico de droga.
Haja a coragem de assumir os erros do passado e tornar o presente mais de
acordo com aquilo que se tem dentro de fronteiras.
9. (Continuação) – Caso Verídico
E é passar a fronteira e ver como os espanhóis conseguem ser racistas de
comunidade para comunidade, fazendo sentir ao que chega a sua condição de
estrangeiro no seu próprio país. Imagine-se então como será com os que não
nasceram em terras de sua majestade.
Como remate final desta crónica lembro-me de ver um vídeo na internet, à saída
de uma discoteca, em que alguns adolescentes espancaram quase até à morte um
outro adolescente, perante a passividade de todos, sobretudo o segurança da dita
discoteca. O que terá isso a ver com os imigrantes? É ver as sucessivas crises
avolumarem-se e ver o que provocam na auto-estima das sociedades, neste caso a
portuguesa, cada dia com mais medo e indiferença. E isso revolta!
Portugal é o meu país, eu que sou emigrante e sinto na pele o sabor do racismo,
aflige-me!”
10. Obrigada,
Inês Marques, n.º 20090040
Ana Sofia Costa, n.º 20097427
Valter Rodrigues, n.º 20095654