O documento resume que a revisão da perspectiva da S&P para o Brasil pode impactar a visão das agências para os ratings dos bancos brasileiros, mas não deve ter reflexos negativos no curto prazo. Apesar de haver correlação entre os indicadores dos bancos e do país, os riscos da indústria bancária vêm melhorando. A mudança da perspectiva também não deve levar a alterações imediatas nos ratings dos bancos, segundo analista do GBM.
1. 7/Jun/2013 10:34
Pág. 1/1
AE Broadcast - Proibida a reprodução sem prévia autorização
Agência Estado - Av. Professor Celestino Bourroul, 68 CEP 02710-000-São Paulo-SP
Central de Atendimento 0800 011 3000
10:31 GBM: REVISÃO DA S&P IMPACTA PERSPECTIVA PARA BANCOS, MAS NÃO DEVE
TER REFLEXOS NO CURTO PRAZO
São Paulo, 07/06/2013 - A mudança da perspectiva da S&P para o rating do Brasil pode ter
impacto na visão das agências para as notas dos bancos brasileiros uma vez que a correlação
entre os indicadores é forte, mas não deve trazer reflexos negativos para o setor no curto prazo.
A avaliação é de Andre Riva Gargiulo, analista de bancos do Grupo Bursátil Mexicano (GBM).
"Algumas das maiores preocupações que víamos num passado recente (com os bancos) já
começaram a ser suavizadas. Desde a última revisão das agências, o risco da indústria bancária
apresentou melhorias", justifica ele, em entrevista ao Broadcast.
Não surpreenderia, conforme Gargiulo, que não ocorresse na sequência da decisão de ontem da
S&P uma mudança de perspectiva também para os bancos brasileiros. Isso porque, de acordo
com o analista do GBM, as agências de rating fazem uma ponderação dos riscos econômicos e
da indústria bancária, que vem apresentando sinais mais positivos.
Há uma melhoria, ainda que gradual, na opinião do analista, em respeito à qualidade de crédito
dos bancos no Brasil, aos níveis de taxas de spread (diferença de quanto o banco paga para
captar e o quanto cobra para emprestar) que já parecem estar se estabilizando em meio à
mudança do mix e o fato de o tratamento no âmbito de Basileia III dos ativos fiscais diferidos por
diferenças temporais já ter sido resolvido em favor da indústria.
"Além disso, acaba de sair um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), feito em parceria
com o Banco Central, com resultados muito positivos de teste de estresse na indústria bancária,
incluindo questões de liquidez e robustez de capitalização", acrescenta Gargiulo.
No entanto, ele lembra que historicamente mudanças na perspectiva e no rating do Brasil
acarretaram alterações nas visões das agências e até mesmo nas notas dos bancos locais.
"Primeiro porque se muda a âncora do bottom-up para a formação dos ratings individuais e
segundo porque muitas das questões que geralmente levam a mudanças de rating soberano
também são dinâmicas presentes diretamente na indústria bancária", acrescenta o analista do
GBM.
Gargiulo não vê, porém, um possível impacto no custo de captação dos bancos com a mudança
da perspectiva para o rating do Brasil. Ele explica que este reflexo se dá mais quando há uma
revisão dos ratings. Além disso, o especialista lembra que, por enquanto, apenas uma agência de
classificação de risco fez algum tipo de revisão para baixo e apenas em relação à perspectiva e
não ao rating do País. (Aline Bronzati - aline.bronzati@estadao.com)