Este documento apresenta três temas principais:
1) O voleibol como modalidade esportiva coletiva, discutindo suas regras, técnicas e processo histórico.
2) O judô como exemplo de luta, abordando princípios de confronto, classificação e organização de lutas, além de discutir a questão da violência associada a este esporte.
3) Procedimentos de avaliação integrada das condutas dos alunos, sem procedimentos isolados, privilegiando situações de aprendiz
1. caderno do
PROFESSOR
EDUCAçÃO FÍSICA
ensino fundamental
a
6 - SÉRIE
volume 4 – 2009
2. Coordenação do Desenvolvimento dos Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Conteúdos Programáticos e dos Cadernos dos Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,
Professores Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino
Ghisleine Trigo Silveira e Sayonara Pereira
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,
AUTORES Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches
Neto, Mauro Betti e Sérgio Roberto Silveira
Ciências Humanas e suas Tecnologias
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira
Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton
da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues,
Luís Martins e Renê José Trentin Silveira
Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo,
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
Regina Célia Bega dos Santos e Sérgio Adas
José Luís Marques López Landeira e João Henrique
Governador História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Nogueira Mateos
José Serra Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
Raquel dos Santos Funari Matemática
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Matemática: Nílson José Machado, Carlos
Vice-Governador Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,
Alberto Goldman Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
Secretário da Educação Schrijnemaekers Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli
Paulo Renato Souza Caderno do Gestor
Secretário-Adjunto Ciências da Natureza e suas Tecnologias Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e
Guilherme Bueno de Camargo Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Zuleika de Felice Murrie
Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Chefe de Gabinete Equipe de Produção
Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta
Fernando Padula Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Coordenação Executiva: Beatriz Scavazza
Coordenadora de Estudos e Normas Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo
Assessores: Alex Barros, Beatriz Blay, Carla de Meira
Pedagógicas Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares
Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de
Valéria de Souza de Camargo
Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria
Coordenador de Ensino da Região Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo
Metropolitana da Grande São Paulo Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark,
Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Ruy César Pietropaolo, Solange Wagner Locatelli e
José Benedito de Oliveira
Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Vanessa Dias Moretti
Coordenador de Ensino do Interior Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo
Rubens Antonio Mandetta Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Equipe Editorial
Presidente da Fundação para o Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Coordenação Executiva: Angela Sprenger
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume
Desenvolvimento da Educação – FDE Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa
Fábio Bonini Simões de Lima Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam
Projeto Editorial: Zuleika de Felice Murrie
Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís
Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Edição e Produção Editorial: Conexão Editorial,
Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Edições Jogo de Amarelinha e Occy Design
EXECUÇÃO Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia (projeto gráfico)
Salem e Yassuko Hosoume
Coordenação Geral APOIO
Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, FDE – Fundação para o Desenvolvimento da
Maria Inês Fini
Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Educação
Concepção Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa
Guiomar Namo de Mello Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda CTP, Impressão e Acabamento
Lino de Macedo Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
Luis Carlos de Menezes
Maria Inês Fini A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais
secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegi-
Ruy Berger
dos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº 9.610/98.
GESTÃO * Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não
estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
Presidente do Conselho Curador:
Antonio Rafael Namur Muscat Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
Presidente da Diretoria Executiva:
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
Mauro Zilbovicius
S239c
Diretor de Gestão de Tecnologias Caderno do professor: educação física, ensino fundamental – 6ª série,
-
aplicadas à Educação: volume 4 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini;
Guilherme Ary Plonski equipe, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti. –
Coordenadoras Executivas de Projetos:
São Paulo : SEE, 2009.
Beatriz Scavazza e Angela Sprenger
ISBN 978-85-7849-396-7
COORDENAÇÃO TÉCNICA
1. Educação Física 2. Ensino Fundamental 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria
CENP – Coordenadoria de Estudos e Normas
Inês. II. Daolio, Jocimar. III. Venâncio, Luciana. IV. Sanches Neto, Luiz. V. Betti,
Pedagógicas
Mauro. VI. Título.
CDU: 373.3:796
3. Caras professoras e caros professores,
Este exemplar do Caderno do Professor completa o trabalho que fizemos de
revisão para o aprimoramento da Proposta Curricular de 5- a 8- séries do Ensino
a a
Fundamental – Ciclo II e do Ensino Médio do Estado de São Paulo.
Graças às análises e sugestões de todos os professores pudemos finalmente
completar um dos muitos recursos criados para apoiar o trabalho em sala de aula.
O conjunto dos Cadernos do Professor constitui a base estrutural das aprendi-
zagens fundamentais a serem desenvolvidas pelos alunos.
A riqueza, a complementaridade e a marca de cada um de vocês nessa elabo-
ração foram decisivas para que, a partir desse currículo, seja possível promover as
aprendizagens de todos os alunos.
Bom trabalho!
Paulo Renato Souza
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
4. Sumário
São Paulo faz escola – Uma Proposta Curricular para o Estado 5
Ficha do Caderno 7
Orientação sobre os conteúdos do Caderno 8
Tema 1 – Esporte – Modalidade coletiva: voleibol 10
Situação de Aprendizagem 1 – O voleibol já é do conhecimento de todos os alunos 12
Situação de Aprendizagem 2 – Para jogar é preciso saber as técnicas? 13
Atividade Avaliadora 17
Proposta de Situações de Recuperação 18
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão
do tema 18
Tema 2 – Luta: judô 20
Situação de Aprendizagem 3 – Reconhecendo as lutas 24
Situação de Aprendizagem 4 – Lutando com os amigos 26
Atividade Avaliadora 27
Proposta de Situações de Recuperação 28
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão
do tema 28
Considerações finais 30
Quadro de Conteúdos 31
5. SãO PaULO Faz ESCOLa – UMa PROPOSTa
CURRiCULaR PaRa O ESTadO
Caros(as) professores(as),
Este volume dos Cadernos do Professor completa o conjunto de documen-
tos de apoio ao trabalho de gestão do currículo em sala de aula enviados aos
professores em 2009.
Com esses documentos, a Secretaria espera apoiar seus professores para
que a organização dos trabalhos em sala de aula seja mais eficiente. Mesmo
reconhecendo a existência de classes heterogêneas e numerosas, com alunos em
diferentes estágios de aprendizagem, confiamos na capacidade de nossos pro-
fessores em lidar com as diferenças e a partir delas estimular o crescimento
coletivo e a cooperação entre eles.
A estruturação deste volume dos Cadernos procurou mais uma vez favore-
cer a harmonia entre o que é necessário aprender e a maneira mais adequada,
significativa e motivadora de ensinar aos alunos.
Reiteramos nossa confiança no trabalho dos professores e mais uma vez
ressaltamos o grande significado de sua participação na construção dos conhe-
cimentos dos alunos.
Maria Inês Fini
Coordenadora Geral
Projeto São Paulo Faz Escola
5
7. FiCha dO CadERnO
Esporte - Modalidade coletiva; Luta
nome da disciplina: Educação Física
área: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Etapa da educação básica: Ensino Fundamental
Série: 6ª
Volume: 4
Temas e conteúdos: Esporte
Luta
7
8. ORiEnTaçãO SObRE OS COnTEúdOS dO CadERnO
Professor, este Caderno foi elaborado para No segundo tema, o judô será tomado
servir de apoio ao seu trabalho pedagógico co- como exemplo para a discussão dos princí-
tidiano com a 6ª série do Ensino Fundamental. pios de confronto e oposição, de classificação
Os temas deste 4º bimestre são enfocados a partir e de organização das lutas. Esse tema também
da concepção teórica da disciplina, já explicitada tratará da questão da violência atribuída e
anteriormente, fundamentada nos conceitos de associada às lutas. Cabe ressaltar que outras
Cultura de Movimento e Se-Movimentar. lutas serão mencionadas, de modo a ampliar
a abordagem geral do tema. Espera-se com
Assim, pretende-se que as Situações de isso que os alunos possam valorizar e reco-
Aprendizagem aqui sugeridas para os temas nhecer a importância das condutas respeito-
Esporte e Luta possibilitem que os alunos di- sas e colaborativas nas lutas.
versifiquem, sistematizem e aprofundem suas
experiências do Se-Movimentar no âmbito das Os procedimentos propostos para a avalia-
culturas lúdica e esportiva, tanto para propor- ção caminham na direção de uma avaliação
cionar novas experiências de Se-Movimentar integrada das condutas dos alunos no pro-
(permitindo aos alunos estabelecerem novas cesso de ensino e aprendizagem, sem esta-
significações) como para dar novos significa- belecer procedimentos isolados e formais.
dos a experiências já vivenciadas. Espera-se As Atividades Avaliadoras devem favorecer
que o enfoque adotado para o desenvolvimen- a geração, por parte dos alunos, de infor-
to dos conteúdos deste bimestre seja compatí- mações ou indícios, qualitativos e quan-
vel com as intencionalidades do projeto polí- titativos, verbais e não verbais, que serão
tico-pedagógico de cada escola. interpretados pelo professor, nos termos
das competências e habilidades que se pre-
Neste 4º bimestre da 6ª série, serão de- tende desenvolver em cada tema/conteúdo.
senvolvidos os temas Esporte – Modalidade Privilegia-se a proposição de Situações de
Coletiva e Luta. O primeiro abordará o vo- Aprendizagem que favoreçam a aplicação
leibol como modalidade esportiva coletiva, dos conhecimentos em situações cotidianas
discutindo seus princípios técnicos e táticos, e a elaboração de textos-síntese relaciona-
suas regras e seu processo histórico. Espera-se dos aos temas abordados. Serão também
que os alunos sejam capazes de compreender priorizados os questionamentos aos alu-
as principais regras e o processo histórico de nos, visando checar a compreensão dos
desenvolvimento dessa modalidade, aplicar os conteúdos e a aquisição das competências
princípios técnicos e táticos e analisar as dife- e das habilidades propostas ao longo das
rentes possibilidades de vivenciar o voleibol. aulas.
8
9. Educação Física - 6a série - Volume 4
A quadra é o tradicional espaço da aula são de restringir ou limitar as possibilidades
de Educação Física, mas algumas Situações de do seu fazer pedagógico.
Aprendizagem aqui sugeridas poderão ser
desenvolvidas no espaço da sala de aula, no De acordo com o projeto político-pedagó-
pátio externo, na biblioteca, na sala de infor- gico da escola e da sua condução do compo-
mática ou de vídeo, bem como em espaços da nente curricular, é possível que os temas nele
comunidade local, desde que compatíveis com elencados, selecionados entre os propostos no
as atividades programadas. Algumas etapas Caderno do Professor, não coincidam com as
também podem ser realizadas pelos alunos atividades que vêm sendo desenvolvidas na
como atividade extra-aula (pesquisas, produ- escola. Neste caso, a expectativa é subsidiar
ção de textos etc.). a condução dessas atividades para que sejam
realizadas de maneira similar às propostas no
As orientações e sugestões a seguir pretendem Caderno do Aluno.
oferecer-lhe subsídios para o desenvolvimen-
to dos temas apresentados. Não pretendem Para otimizar seu tempo em quadra, o
apresentar as Situações de Aprendizagem Caderno do Aluno apresenta as Situações
como as únicas a serem realizadas, nem res- de Aprendizagem de caráter teórico, também
tringir sua criatividade, como professor, para propostas no Caderno do Professor, como
outras atividades ou variações de abordagem sugestões de pesquisa e atividades de lição de
dos mesmos temas. casa. Além disso, traz, em todos os volumes,
dicas sobre nutrição ou postura, a fim de con-
Nesse mesmo sentido, o Caderno do Aluno tribuir para a construção da autonomia dos
é mais um instrumento para servir de apoio alunos, um dos princípios da Proposta Curri-
ao seu trabalho e ao aprendizado dos alunos. cular da disciplina.
Elaborado com base no Caderno do Profes-
sor, esse material adicional não tem a preten- Isto posto, professor, bom trabalho!
9
10. TEMa 1 – ESPORTE – MOdaLidadE
COLETiVa: VOLEibOL
O voleibol foi criado pelo norte-americano No masculino, o Brasil iniciou sua trajetória
William G. Morgan, em 1895, então diretor vitoriosa na Liga Mundial em 1993. De 2001 a
de Educação Física da Associação Cristã de 2007 disputou todas as finais, sendo vice-cam-
Moços (ACM). Naquela época, o principal peão em 2002 e 4º colocado em 2008. Em julho
esporte nos Estados Unidos, o basquetebol, de 2009 conquistou mais um título, tornando-se
estava em crescente difusão, especialmente octacampeão da Liga Mundial.
entre os jovens. Entre as pessoas mais velhas,
era considerado um jogo cansativo, em razão No feminino, os resultados alcançados pelo
de sua dinâmica. Foi como uma alternativa ao país também têm sido expressivos: vice-campeão
basquetebol que Morgan idealizou um jogo da Copa do Mundo (1995, 2003 e 2007) e
que exigiria menos esforço e nenhum contato campeão olímpico (2008), além de oito títulos do
físico entre seus praticantes, atendendo assim Grand Prix, competição anual criada em 1993.
ao público mais velho. Para limitar os deslo-
camentos, Morgan empregou uma rede seme- As modalidades esportivas coletivas reuni-
lhante à de tênis, com uma altura aproxima- das na Proposta Curricular de Educação Física
da de 1,90 metro, sobre a qual uma bola feita foram agrupadas e compreendidas a partir da
com a câmara da bola de basquetebol seria categoria Esporte Coletivo, que reúne o futsal,
rebatida entre duas equipes. o handebol, o basquetebol, o voleibol, o futebol
de campo, entre outras. As modalidades coletivas
Logo o voleibol começou a ganhar adeptos, foram estruturadas com base em algumas seme-
sendo difundido e introduzido em outros paí- lhanças: em todas, duas equipes disputam um
ses. O Canadá foi o primeiro a receber o novo implemento (a bola), criando táticas para levá-lo
esporte, em 1900. Posteriormente, passou a ser a um alvo, enquanto devem proteger o próprio
praticado em outras nações, como Cuba, Fili- alvo das investidas da equipe adversária. O volei-
pinas e Japão, Porto Rico, Peru, Uruguai. No bol, porém, apresenta algumas variações em rela-
Brasil, fontes oficiais indicam que o voleibol foi ção ao alvo, à circulação de bola e à marcação.
introduzido entre 1915 e 1917 pela ACM.
As Situações de Aprendizagem e as ativida-
Atualmente, nosso país ocupa posição de des propostas para o voleibol seguem os níveis
destaque nesse esporte como uma das maio- de relação propostos por Garganta (1995),
res potências tanto do vôlei de quadra como sempre vinculados aos seis princípios opera-
do vôlei de praia (variação do jogo de quadra, cionais descritos por Bayer (1994), dividindo-os
em que a equipe é formada por uma dupla). em ataque e defesa.
10
12. Nessa modalidade, diferenciam-se tam- algumas situações), resta ao time que está
bém tanto a progressão da bola e da equipe sem a bola se posicionar bem e executar o
em direção ao alvo adversário como a con- bloqueio ou a defesa para tentar recuperar
tenção da bola e da equipe adversária em di- sua posse.
reção ao próprio alvo. O alvo pode ser a qua-
dra e o próprio oponente, pois marcam-se A manutenção da posse de bola está
pontos se a bola cair dentro da quadra ad- diretamente relacionada com o ataque ao
versária ou se, após uma ação de ataque, alvo, já que a equipe que está com a bola
a bola tocar no adversário e cair em qual- não pode fazer mais de três passes e, por
quer parte da quadra de defesa dessa equipe isso, deve se “livrar” da bola atacando a
(seja dentro, seja fora da quadra). Portanto, equipe adversária. A proteção do alvo
o alvo não se limita à cesta, como no bas- ocorre de maneira diferente na comparação
quetebol, ou à meta, como no futsal e no com os demais esportes coletivos. Embo-
handebol. Toda a quadra pode ser o alvo, o ra exista a figura do líbero, cuja função é
que exige uma distribuição atenta dos joga- apenas defender, todos os jogadores de-
dores. Como não pode haver invasão do ter- vem proteger o alvo, isto é, a quadra e seus
ritório ocupado pela outra equipe (salvo em companheiros.
SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 1
O VOLEIBOL JÁ É DO CONHECIMENTO DE TODOS OS ALUNOS
A apresentação do voleibol para os alunos atuais. A proposta é desenvolver um entendi-
pode ser feita a partir do histórico da mo- mento da lógica geral desse jogo a partir do
dalidade, associando-o aos acontecimentos vôlei-câmbio.
Tempo previsto: 1 a 2 aulas.
Conteúdos e temas: o surgimento do voleibol: entendimento e construção da modalidade
com os alunos.
Competências e habilidades: entender a história do voleibol; compreender a estrutura
básica da modalidade.
Recursos: bolas de voleibol; bolas maiores e mais leves; redes de voleibol; canetas e folhas
de sulfite.
12
13. Educação Física - 6a série - Volume 4
desenvolvimento da Situação de introduzidas com a finalidade de ir aproxi-
aprendizagem 1 mando o vôlei-câmbio do jogo de voleibol,
como permitir que se agarre a bola somente
Etapa 1 – O jogo possível: o vôlei-câmbio na recepção e no primeiro passe, introduzin-
do-se as rebatidas em seguida; ou utilizar
Primeiro trabalhe o histórico do voleibol uma bola maior e mais leve, a fim de facili-
e sua grande repercussão no Brasil atual- tar as rebatidas.
mente. Depois, procure reconstruir o jogo
com a realização do vôlei-câmbio, cuja es- Etapa 2 – Pensando nas estratégias do jogo
trutura se assemelha à do voleibol, a despei-
to de os passes serem realizados com a bola Solicite aos alunos, em grupos, que elabo-
dominada, e não rebatida. Nessa adaptação rem estratégias para o jogo de vôlei-câmbio e
do voleibol, segurar a bola representa a pos- que as registrem por escrito e/ou com ilustra-
sibilidade concreta de jogá-lo, facilitando a ções. Proponha que tentem aplicar as estraté-
participação dos alunos, visto que nesta fai- gias durante os próximos jogos. Depois dessa
xa etária é, ainda, difícil executar um passe vivência, analise e discuta com a turma o que
com precisão. Algumas variações podem ser foi proposto.
SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 2
PARA JOGAR É PRECISO SABER AS TÉCNICAS?
É importante priorizar a dinâmica do jogo possibilidade para se chegar ao jogo formal. As
em detrimento da técnica “fechada e padroni- várias etapas desta Situação de Aprendizagem
zada”, muitas vezes entendida como a única pretendem reconstruir a dinâmica do voleibol.
Tempo previsto: 5 a 6 aulas.
Conteúdos e temas: princípios técnicos e táticos do voleibol; jogos reduzidos.
Competências e habilidades: identificar e aplicar em situações-problema os princípios técnicos e
táticos do voleibol; compreender a dinâmica tática da modalidade; identificar e analisar as dife-
rentes possibilidades de espaço e número de participantes na organização do voleibol; entender
diversas possibilidades dos sistemas de jogo e táticas.
Recursos: bolas de borracha, bolas de voleibol, rede de voleibol, banco sueco, plástico, jor-
nal, peteca, cones, barbante, câmera de vídeo (opcional).
13
14. desenvolvimento da Situação de bola. Várias atividades podem ser feitas com
aprendizagem 2 esse objetivo:
Etapa 1 – Eu-bola Troca de passes em duplas ou em trios
Nessa etapa, procure fazer com que o f Troca de passes com distâncias variadas.
aluno se familiarize com a bola de voleibol.
Inicialmente, podem ser utilizadas bolas de f Deslocamentos em duplas ou em trios tro-
diferentes tamanhos e pesos. Posteriormente, cando passes.
contudo, as atividades deverão fazer uso ape-
nas de bolas de voleibol. Realize atividades f Troca de passes em grupo, utilizando mais
de condução, de recepção, de passes, sem se de uma bola etc.
preocupar com as regras específicas do jogo.
O importante é que os alunos percebam a ne- Etapa 3 – Eu-bola-alvo
cessidade de dominar a bola realizando várias
ações, sem impor uma forma única de recep- Nessa etapa, a intenção é praticar o lan-
ção ou de passe. Essas atividades de domínio çamento da bola em direção à quadra ad-
de bola podem ser praticadas no início de versária, com o objetivo de se atingir o alvo;
várias aulas, servindo também como aqueci- no caso do voleibol, a outra metade da qua-
mento para outras ações. dra. Nessa modalidade, as situações em que
isso ocorre são no saque (ação para iniciar
Ao observar que os alunos se sentem se- um jogo ou para repor a bola em jogo após
guros retendo e manipulando a bola, deve-se o ponto) e no ataque (ação ofensiva em que
estimulá-los a rebatê-la, tanto com os dedos uma equipe, após receber a bola da equipe
(toque) como com os antebraços (manchete), adversária, realiza os três passes visando
conforme exigem as regras do voleibol. finalizar a jogada em direção à quadra ad-
versária). Distribua arcos, cones, bolas pela
Etapa 2 – Eu-bola-colegas(s) quadra para que os alunos, ao vivenciarem
as situações de saque e ataque, atinjam os al-
Nesse momento, a intenção é o controle vos estabelecidos. Pode-se também dividi-los
de bola coletivamente, com um colega (du- em duas equipes e conferir pontos diferentes
plas) e com grupos maiores (trios, quartetos, para cada alvo acertado.
quintetos). A preocupação aqui deve ser a
contínua troca de passes entre os alunos do Etapa 4 – Eu-bola-colega(s)-alvo
grupo sem deixar a bola cair. Depois de pra-
ticar trocas de passes retendo a bola, os alunos As situações propostas, nessa etapa, de-
deverão tentar a troca de passes rebatendo a vem envolver a troca de passes entre os alunos
14
15. Educação Física - 6a série - Volume 4
e a conclusão do ataque com finalização na Etapa 5 – Eu-bola-colega(s)-adversá-
quadra adversária. O ataque representa, nor- rio(s)-alvo
malmente, o terceiro contato da equipe com
a bola e essa ação é conhecida como cortada, Nesse nível de relação, estarão presentes
que consiste em rebater a bola rapidamente todos os princípios operacionais explicitados
para a quadra adversária. A bola pode tam- por Bayer (1994), já que as situações de ata-
bém ser colocada em um espaço desguarnecido que e de defesa estarão bem definidas.
da quadra adversária.
O jogo “rede viva” pode ser útil para o início
As atividades a serem desenvolvidas permi- da organização das situações de ataque e defe-
tirão o trabalho com diferentes situações de sa do voleibol. Divida a turma em três equipes,
jogo, como colocar um aluno para fazer o pas- sendo que duas vão jogar e a outra servirá de
se, enquanto um segundo faz o levantamento rede. Para facilitar a recuperação da bola pelo
para o primeiro atacar em direção à quadra grupo que assume a posição de rede, coloque-o
adversária. Essa formação proporciona a pos- sobre o banco sueco. As duas equipes come-
sibilidade de variações de posicionamento dos çam um jogo de voleibol, realizando três passes
alunos. Nessa etapa é importante enfatizar a a cada vez que a bola estiver em sua quadra e a
realização dos três passes permitidos e a rápi- enviando, em seguida, para a quadra adversá-
da troca de passes entre os alunos, variando os ria. Sempre que a bola tocar na rede viva, tro-
locais e as formas de finalização em direção à ca-se a posição das equipes, ou seja, a rede viva
quadra adversária. Além disso, alvos podem passa a ocupar o lugar da equipe que perdeu a
ser colocados na quadra adversária para se- bola para a rede. Esse jogo propicia dinamismo
rem atingidos. e exige grande atenção por parte dos alunos, já
que é constante a troca de posições durante sua
Podem ser desencadeadas situações com ou- prática. Ele também possibilita variações. Por
tros alvos que não a quadra adversária, a fim de exemplo, caso não haja banco sueco, os alunos
estimular ações de ataque como, por exemplo, que estão na rede poderão saltar (verticalmen-
o jogo “três-corta”, em que os alunos, em círcu- te) para tocar na bola e assim recuperá-la.
lo, trocam passes entre si para que, no terceiro
passe (cortada), tentem acertar um aluno que Outra atividade interessante é o “vôlei no
esteja sentado no centro da roda em posição de escuro”. Organize espaços que permitam re-
alvo do jogo. Se o aluno-alvo conseguir segu- presentar várias quadras, a fim de que todos
rar a bola, troca de posição com quem realizou os alunos participem. Com jornal ou plástico
a cortada. Se o aluno que realizou a cortada (ou qualquer outro tipo de material) cubra a
não acertar o alvo, ele se torna o próximo alvo. rede, de modo que as equipes não visualizem
Deve-se utilizar uma bola de borracha leve, a a quadra adversária. Nessa atividade às escu-
fim de que nenhum aluno se machuque. ras, alguns alunos podem atuar como árbitros,
15
18. PROPOSTA DE SITUAçÕES DE RECUPERAçãO
Durante o percurso pelas várias etapas dificuldades. Podem ser, por exemplo:
das Situações de Aprendizagem, alguns
alunos poderão não apreender os conteú- f atividade-síntese de um determinado con-
dos ou não desenvolver as habilidades da teúdo, em que as várias atividades serão
forma esperada. É necessário, então, pro- refeitas numa única aula e discutidas pos-
fessor, elaborar outras Situações de Apren- teriormente. Por exemplo: circuito que
dizagem, permitindo ao aluno “revisitar” contemple diferentes preceitos e esquemas
de outra maneira o processo. Tais estraté- táticos do voleibol;
gias podem ser desenvolvidas durante as aulas
ou em outros momentos, individualmente ou f apresentação de uma situação de jogo
em pequenos grupos, envolver todos os alu- para que o aluno resolva o problema apre-
nos ou apenas aqueles que apresentaram sentado.
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR
E DO ALUNO PARA A COMPREENSãO DO TEMA
Livros
BAYER, Claude. O ensino dos desportos GRECO, Pablo J. (Org.) Iniciação esportiva
colectivos. Lisboa: Dinalivros, 1994. universal: metodologia da iniciação esportiva
na escola e no clube. 1ª reimpressão. Belo Ho-
Apresenta o esporte coletivo como uma cate- rizonte: UFMG, 2007. v. 2.
goria – partindo das semelhanças estruturais das
modalidades, além de possibilidades pedagógicas. O livro apresenta estratégias para a inicia-
ção esportiva nas modalidades coletivas.
GARGANTA, Júlio. Para uma teoria dos jo-
gos desportivos colectivos. In: OLIVEIRA, Júlio; MARCHI Jr., Wanderley. “Sacando” o volei-
GRAçA, A. O ensino dos jogos desportivos. 2. ed. bol. São Paulo: Hucitec; Ijuí: Unijuí, 2004.
Porto: Universidade do Porto, 1995, p. 11-25.
Apresenta uma leitura da história do vo-
O capítulo apresenta possibilidades de in- leibol, abrangendo sua evolução de esporte
tervenção pedagógica na prática das modali- amador para mercadoria espetacularizada no
dades esportivas coletivas. universo da sociedade de consumo.
18
19. Educação Física - 6a série - Volume 4
artigos Filme
DAOLIO, Jocimar. Jogos esportivos coletivos: Os reis da praia (Side out). Direção: Peter
dos princípios operacionais aos gestos técnicos – Israelson. EUA, 1990. 100min.
modelo pendular a partir das ideias de Claude
Bayer. Revista Brasileira de Ciência e Movimen- Monroe Clark é um estudante de Direito que,
to. v. 10, n. 4, p. 99-103, 2002. Disponível em: durante o verão, vai para a Califórnia trabalhar
< http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/ no escritório de seu tio Max. O jovem recebe uma
issue/view/43 >. Acesso em: 29 maio 2009. missão: entregar uma ordem de despejo para zack
Barnes, um ex-jogador de vôlei de praia. Barnes,
Apresenta um modelo pendular para o en- para não ser despejado, faz uma proposta a Clark:
sino dos esportes coletivos, partindo dos prin- os dois formarem uma dupla e disputarem o mais
cípios operacionais até os gestos técnicos. importante torneio de vôlei de praia no mundo.
SADI, Renato M.; COSTA, Janaina C.; Sites
SACCO, Bárbara T. Ensino de esportes por
meio de jogos: desenvolvimento e aplicações. Existem inúmeros sites sobre voleibol que po-
Pensar a prática. v. 11, n. 1, 2008. Disponível em: dem auxiliar tanto o aluno quanto o professor em
<http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/ seus estudos e pesquisas para o aprofundamento do
article/view/1298/3333 >. Acesso em: 29 maio 2009. tema, com informações oficiais sobre competições
e transmissões pela televisão. Também apresentam
Apresenta o ensino de esporte por meio de as regras oficiais da modalidade, algumas informa-
jogos, com procedimentos pedagógicos e me- ções históricas, artigos informativos, seleção de fo-
todológicos relativos a jogos de invasão. tos, as principais conquistas das seleções nacionais
em várias categorias e acesso para outros sites, bem
SILVA, Thatiana A. F.; ROSE Jr., Dante de. como alguns pequenos vídeos. Disponível em:
Iniciação nas modalidades esportivas coletivas:
a importância da dimensão tática. Revista Ma- Federação Internacional de Voleibol (FIBV).
ckenzie de Educação Física e Esporte. v. 4, n. 4, Disponível em: < http://www.fivb.org>. Acesso
p. 71-93, 2005. Disponível em: < http://www4. em: 10 jul. 2009.
mackenzie.com.br/fileadmin/Graduacao/CCBS/
Cursos/Educacao_Fisica/REMEFE-4-4-2005/ Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Dis-
art5_edfis4n4.pdf >. Acesso em: 29 maio 2009. ponível em: < http://www.volei.org.br >. Acesso em:
10 jul. 2009.
Apresenta discussão sobre a importância da
dimensão tática na iniciação das modalidades Programa Viva Vôlei. Disponível em: <http://
esportivas coletivas. www.vivavolei.com.br>. Acesso em: 10 jul. 2009.
19
24. As lutas, quando organizadas estrategica- e comunicação por meio de gestos e movi-
mente, permitem ao aluno confrontar-se com o mentos significativos. Seja no confronto ou
outro, aprender a respeitar as regras discutidas e na oposição das situações de luta, nas formas
acordadas antes de um combate, expressando ati- acrobáticas das ginásticas ou do circo, nos
tudes sem uso de violência. As atitudes e condutas gestos, técnicas e táticas dos jogos e modali-
respeitosas e solidárias devem se constituir em dades esportivas etc.
busca constante não só no trato com o conteúdo
de luta, mas em todas as manifestações da Cultu- As situações de combate devem permitir
ra de Movimento. Comportamentos violentos ao aluno agir e controlar as próprias con-
podem manifestar-se em diferentes momentos dutas e as do seu oponente, na tentativa de
das aulas. É necessário identificá-los, com- agarrar, desequilibrar, projetar, rolar, tracio-
preendê-los, contextualizá-los e modificá-los. nar etc. Para combater e confrontar, é preciso
tocar o oponente, agarrá-lo. É preciso reco-
Acredita-se e espera-se que os alunos nhecer e respeitar a presença e a existência
possam dar novos sentidos para sua ação do outro.
SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 3
RECONHECENDO AS LUTAS
Nesta Situação de Aprendizagem, os alu- se manter em equilíbrio e desequilibrar o opo-
nos, em grupos, serão motivados a identificar nente, durante as lutas que envolvem movi-
e perceber as características necessárias para mentos de confronto e oposição.
Tempo previsto: 2 a 4 aulas.
Conteúdos e temas: princípios de confronto e oposição nas situações de luta.
habilidades específicas: identificar e compreender os movimentos e gestos de equilíbrio e
desequilíbrio em diferentes posições; reconhecer a importância de se equilibrar e de dese-
quilibrar o oponente nas lutas; estabelecer estratégias para manter-se em equilíbrio durante
certo tempo e esquivar-se das investidas de ataque do oponente.
Recursos: colchões, placas de EVA ou gramado, bolas, garrafas PET e prendedores de rou-
pa, canetas, folhas de sulfite e imagem de diferentes modalidades de lutas.
24
25. Educação Física - 6a série - Volume 4
desenvolvimento da Situação de Etapa 3 – invasão equilibrada de território
aprendizagem 3
Sugira que os alunos permaneçam organi-
Etapa 1 – Movimentos de confronto e zados em duplas dentro dos grupos. Delimite
oposição: o que é isso? uma área e divida-a em duas partes, cada gru-
po fica responsável por uma parte. Distribua
Sugira aos alunos que, organizados em em uma das partes objetos (bolas pequenas,
grupos, identifiquem e relatem uns aos outros pedaços de madeira, prendedores de roupa,
quais são os nomes das lutas que conhecem. garrafas PET pequenas etc.), que deverão ser
Proponha que escrevam as respostas em uma capturados por um dos grupos.
folha ou cartaz. Na sequência, peça que iden-
tifiquem aquelas lutas cujos movimentos se A captura dos objetos poderá ser feita
caracterizam por contatos corpo a corpo. pelos alunos em pé ou equilibrando-se em
Se possível, mostre, após a discussão, imagens um dos pés. Na opção “um pé só”, os obje-
de diferentes modalidades de lutas para que tos deverão ser devolvidos quando os alunos
os alunos associem com os relatos. tocarem o solo com o outro pé. O grupo que
defende/protege os objetos também deverá
Etapa 2 – desequilibrando meus colegas se equilibrar em um pé só. Caso toque o solo
com o outro pé, a equipe deverá entregar um
Organize a turma em quatro ou cinco gru- dos objetos aos “invasores”.
pos, formando duplas em cada um deles. Sugi-
ra aos alunos que realizem a brincadeira briga Se preferir, em vez de distribuir diversos ob-
de galo (agachados e/ou em pé). Estabeleça, se jetos no chão, sugira que os alunos coloquem
preferirem, uma possível marcação de pontos. prendedores de roupa em diferentes partes do
Por exemplo, se estiverem agachados, marca corpo, para que sejam retirados pelo grupo
ponto aquele que conseguir desequilibrar o co- adversário. Nesse caso, os alunos que defen-
lega e fazer com que ele coloque qualquer parte dem apenas deverão esquivar-se dos ataques
do corpo no chão (mãos, joelhos, glúteos etc.). utilizando as mãos, não podendo empurrar o
Podem ser atribuídos pontos diferentes para colega que tenta retirar os prendedores.
cada parte do corpo que tocar o solo.
Outra possibilidade é propor que as
Nessa etapa, é importante definir o que invasões e defesas dos objetos sejam feitas por
pode ou não pode ser feito. Por exemplo, duplas. Os grupos ou duplas deverão revezar
agachados ou em pé, os alunos devem es- as funções de defensores e invasores dos terri-
tar com as mãos espalmadas, não sendo tórios. Sugira um tempo para cada grupo cap-
permitido agarrar o colega, mas somente turar os objetos ou prendedores de roupa, por
empurrá-lo, tocando-o. exemplo, 15 ou 20 segundos.
25
26. SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 4
LUTANDO COM OS AMIGOS
Nesta Situação de Aprendizagem, os alu- ferentes planos nos quais as lutas de confronto
nos irão praticar o confronto corpo a corpo e oposição são realizadas. As condutas positi-
em diferentes posições. A intenção é que per- vas também serão enfatizadas nesta Situação
cebam a necessidade de estratégias para os di- de Aprendizagem.
Tempo previsto: 2 a 4 aulas.
Conteúdos e temas: princípios de confronto e oposição nas lutas; condutas não violentas no
confronto e oposição das lutas.
Competências e habilidades: perceber e identificar as características individuais na realização
dos gestos e movimentos de confronto das lutas; atribuir significado para as lutas que envol-
vem confronto e oposição; valorizar e respeitar as condutas nas lutas.
Recursos: giz, placas de EVA, gramado ou colchões e bolas.
desenvolvimento da Situação de das para o ataque ou desvencilhar-se de uma
aprendizagem 4 imobilização. Aproveite a mesma organiza-
ção dos alunos da etapa anterior e, caso a
Etapa 1 – Empurrando meu colega para escola possua placas de EVA ou colchões,
fora do seu território: eu tenho a força... oriente os alunos para que realizem dife-
Será que tenho equilíbrio? rentes rolamentos (para a frente, para trás
e lateralmente).
Aproveite a mesma organização dos alunos
da Situação de Aprendizagem 3 e peça que, em Providencie uma bola (de voleibol ou de
duplas, de costas um para o outro, tentem des- borracha) para cada dois grupos. Cada grupo
locar (empurrar) seu oponente para fora de uma irá escolher:
área previamente definida. Outra possibilidade
é empurrar o oponente utilizando os ombros. f Um representante, que terá 20 ou 30 segun-
dos para capturar a bola de seu oponente,
Etapa 2 – O confronto em busca da bola por meio de estratégias que deverá pensar
e organizar para esse fim. Dentre essas, po-
Os rolamentos nas lutas são importantes derá rolar o colega no chão, sem recorrer a
para amortecer as quedas, preparar investi- atitudes ou condutas indesejadas.
26
28. f Quais movimentos as duas lutadoras estão f Qual delas tem mais probabilidade de cair?
realizando? Desequilíbrios? Agarramentos? Por quê?
f Quais são os possíveis movimentos a serem
realizados pelas lutadoras?
PROPOSTA DE SITUAçÕES DE RECUPERAçãO
Durante o percurso pelas várias etapas doras referentes à dinâmica do confronto do
das Situações de Aprendizagem, alguns alu- judô ou de outra luta para posterior apresen-
nos poderão não apreender os conteúdos da tação em registro escrito. São elas:
forma esperada. É necessário, então, profes-
sor, criar outras Situações de Aprendizagem f O judô é uma luta com armas ou uma luta
em que as vivências de confronto e oposição corpo a corpo?
nas lutas estejam presentes. Elas devem ser
diferentes, de preferência, daquelas que ge- f Quais as partes do corpo utilizadas na prá-
raram dificuldades para os alunos. Tais es- tica do judô?
tratégias podem ser desenvolvidas durante
as aulas ou em outros momentos, envolver f O que diferencia o judô de outras lutas?
todos os alunos ou apenas aqueles que apre-
sentaram dificuldades. f Como podemos cair sem nos machucar ou
sem machucar o colega?
Como exemplo, sugerimos a elaboração de
um roteiro de estudos com perguntas nortea- f Quais são as formas de amortecer a queda?
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO
PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSãO DO TEMA
Livros de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005, p.
244-261.
CARREIRO, Eduardo. Lutas. In: DARIDO,
Suraya Cristina; RANGEL, Irene Concei- O capítulo traz informações sobre diferen-
ção Andrade. Educação Física na escola: tes lutas, além de apresentar possibilidades
implicações para a prática pedagógica. Rio pedagógicas para o tema.
28
29. Educação Física - 6a série - Volume 4
REID, Howard; CROUCHER; Michael. Traz informações sobre origem e história de di-
O caminho do guerreiro: o paradoxo das artes versas lutas e artes marciais, manifestações das lutas
marciais. São Paulo: Cultrix, 1984. nos diferentes continentes, além de indicação de fil-
Os autores apresentam diferentes aspectos mes e programação com matérias específicas.
do desenvolvimento das lutas no Oriente e seu
processo de ocidentalização. Golpes do judô. Disponível em: <http://br.
geocities.com/carnalegria/judo/golpes.html>.
OLIVIER, Jean C. Das brigas aos jogos com Acesso em: 04 jun. 2009.
regras: enfrentando a indisciplina na escola.
Porto Alegre: Artmed, 2000. Imagens da prática correta de golpes do judô.
Nesse livro, o autor apresenta, por meio de jo-
Asvz Judo. Disponível em: <http://www.judo.
gos, diferentes situações de confronto e oposição
ethz.ch/photos/exams/o-soto-gari.gif>. Acesso
nas lutas, discute também as questões que envol-
em: 04 jun. 2009.
vem violência e condutas nas situações de aula.
artigos Animações sobre alguns golpes do judô.
DRIGO, Alexandre Janotta et al. A cultura Fundação Nacional do Índio. Disponível em:
oriental e o processo de especialização precoce nas
< http://www.funai.gov.br/indios/jogos/novas_
artes marciais. Lecturas: Educacion Fisica y Depor-
modalidades.htm#009 >. Acesso em: 04 jun. 2009.
tes (Revista Digital), Buenos Aires. v. 10, n. 86, jul.
2005. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/
efd86/artm.htm>. Acesso em: 04 jun. 2009. Informações sobre lutas e jogos indígenas que
são utilizados como estratégias em lutas, torneios
NASCIMENTO, Paulo Rogério Barbosa e competições entre diferentes tribos brasileiras.
do; ALMEIDA, Luciano. A tematização
das lutas na Educação Física escolar: res-
Filme
trições e possibilidades. In: Revista Movi-
mento. Porto Alegre. v. 13, n. 3, p. 91-110,
set./dez. 2007. Disponível em: <http://www. Kung fu panda. Direção: Mark Osborne;
seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/ John Stevenson. EUA, 2008. 110min. Livre.
view/3567/1968>. Acesso em: 04 jun. 2009.
Desenho animado cuja narrativa se passa na
China, durante a Antiguidade. O personagem
Sites
principal é um panda que tem a incumbência de
Discovery Channel. Disponível em: <http:// proteger o Vale da Paz de um terrível leopardo
www.discoverybrasil.com/artes_marciais_ e, para isso, precisará se tornar um exímio luta-
home>. Acesso em: 04 jun. 2009. dor de kung fu.
29
30. COnSidERaçÕES FinaiS
Professor, as Situações de Aprendizagem aqui É preciso também lembrar que os temas
propostas permitem as mais diferentes adapta- e conteúdos propostos para o Ensino Fun-
ções em virtude das características específicas de damental constituem uma continuidade ao
cada escola, assim como uma análise crítica de longo das diversas séries e bimestres. Por-
sua parte, para aperfeiçoar a Proposta Curricular tanto, as Situações de Aprendizagem neles
da disciplina de Educação Física. Esperamos ter trabalhados, assim como habilidades e com-
contribuído com o seu fazer cotidiano na perspec- petências, não devem ser tomadas de modo
tiva de ampliar o significado do Se-Movimentar isolado, mas em relação ao que foi desenvol-
dos alunos no âmbito da Cultura de Movimento. vido anteriormente.
30
31. Educação Física - 6a série - Volume 4
QUadRO dE COnTEúdOS – EnSinO FUndaMEnTaL
5a série
- 6a série
- 7a série
- 8a série
-
Jogo e esporte: competição Esporte Esporte Luta
e cooperação Modalidade individual: atletismo Modalidade individual: atletismo Modalidade: capoeira
Jogos populares (corridas e saltos) (corridas e arremessos/lançamentos) – Capoeira como luta, jogo e
Jogos cooperativos – Princípios técnicos e táticos – Princípios técnicos e táticos esporte
Jogos pré-desportivos – Principais regras – Principais regras – Princípios técnicos e táticos
Esporte coletivo: princípios gerais – Processo histórico – Processo histórico – Processo histórico
1o bimestre
– ataque atividade rítmica Luta atividade rítmica
– defesa Manifestações e representações Modalidade: judô, caratê, tae kwon Manifestações rítmicas ligadas
– circulação da bola da cultura rítmica nacional do, boxe etc. à cultura jovem: hip-hop, street
Organismo humano, movi- – Danças folclóricas/regionais – Princípios técnicos e táticos dance, entre outras
-
mento e saúde – Processo histórico – Principais regras – Diferentes estilos como
Capacidades físicas: noções – A questão do gênero – Processo histórico expressão sociocultural
gerais Organismo humano, movimento Organismo humano, movimento – Principais passos e
– Agilidade, velocidade e e saúde e saúde movimentos
flexibilidade Capacidades físicas: aplicações Capacidades físicas: aplicações no
– Alongamento e aquecimento no atletismo e atividade rítmica atletismo e na luta
Esporte Esporte Esporte Esporte
Modalidade coletiva: futsal Modalidade coletiva: basquete- Modalidade coletiva: a escolher Modalidade coletiva: a escolher
ou handebol bol ou voleibol – Técnicas e táticas como fatores de – Técnicas e táticas como fato-
– Princípios técnicos e táticos – Princípios técnicos e táticos aumento da complexidade do jogo res de aumento da complexida-
– Principais regras – Principais regras – Noções de arbitragem de do jogo
– Processo histórico – Processo histórico Ginástica – Noções de arbitragem
Organismo humano, movi- Organismo humano, movimento Práticas contemporâneas: ginástica – Processo histórico
mento e saúde e saúde aeróbica, ginástica localizada, entre O esporte na comunidade esco-
2o bimestre
Capacidades físicas: noções Capacidades físicas: aplicações outras lar e em seu entorno: espaços,
gerais em esportes coletivos – Princípios orientadores tempos e interesses
– Resistência e força – Técnicas e exercícios Espetacularização do esporte e
– Postura o esporte profissional
-
– O esporte na mídia
– Os grandes eventos esportivos
atividade rítmica
Manifestações rítmicas ligadas
à cultura jovem: hip-hop, street
dance, entre outras
– Coreografias
Esporte Esporte atividade rítmica Esporte
Modalidade individual: Modalidade individual: ginástica Manifestações e representações de Jogo e Esporte: diferenças
ginástica artística ou ginástica artística ou ginástica rítmica (a outros países conceituais e na experiência
rítmica modalidade não contemplada no – Danças folclóricas dos jogadores
– Principais gestos técnicos 3o bimestre da 5a série) – Processo histórico – Modalidade “alternativa”:
– Principais regras – Principais gestos técnicos – A questão do gênero rúgbi, beisebol, badminton,
3o bimestre
– Processo histórico – Principais regras Ginástica frisbee etc.
Organismo humano, movi- – Processo histórico Práticas contemporâneas: ginásticas – Princípios técnicos e táticos
mento e saúde Ginástica de academia – Principais regras
Aparelho locomotor e seus Ginástica geral – Padrões de beleza corporal, ginás- – Processo histórico
-
sistemas – Fundamentos e gestos tica e saúde
– Processo histórico: dos Organismo humano, movimento
métodos ginásticos à ginástica e saúde
contemporânea Princípios e efeitos do treinamento
físico
Esporte Esporte Esporte atividade rítmica
Modalidade coletiva: futebol Modalidade coletiva: basquete- Modalidade individual ou coletiva Organização de festivais de
ou handebol (a modalidade não bol ou voleibol (a modalidade (ainda não contemplada) dança
contemplada no 2o bimestre) não contemplada no 2o bimestre) – Princípios técnicos e táticos Esporte
4o bimestre
– Princípios técnicos e táticos – Princípios técnicos e táticos – Principais regras Organização de campeonatos
– Principais regras – Principais regras – Processo histórico
– Processo histórico – Processo histórico Organismo humano, movimento
Organismo humano, movi- Luta e saúde
-
mento e saúde Princípios de confronto e Atividade física/exercício físico:
Noções gerais sobre ritmo oposição implicações na obesidade e no
Jogos rítmicos Classificação e organização emagrecimento
A questão da violência Doping: substâncias proibidas
31