DEP genômica, resumindo, é o nível de superioridade que espera-se ser transmitido a progênie , em outras palavras, é a diminuição de erros na capacidade de precisão dos resultados. Tire suas dúvidas, a partir das respostas dos profissionais, neste questionário.
1. Tire Dúvidas Sobre DEPs
Seleção de Perguntas, tiradas de sites relacionados, sobre o uso de DEP,
sua funcionalidade e como utilizá-lo no dia a dia.
Sumário
1. As DEP's e a seleção ......................................................................... 2
2. Um touro pode transmitir habilidade materna? ........................... 2
3. Como interpretar as DEP's?............................................................. 3
4. Na prática, como escolher um touro para reprodução?............... 3
5. A sustentabilidade é uma questão latente hoje em dia. Como o
melhoramento genético pode influenciar os impactos no meio
ambiente e a emissão de gases estufa, como o metano? ............. 4
6. Nós sabemos que a digestão dos ruminantes influencia
diretamente na liberação de metano. É possível que a genética
interfira ao ponto de criar uma DEP metano? Ou seja, fazer com
que o animal tenha a necessidade de liberar menos metano? ... 4
7. Falando agora sobre o melhoramento genético de precisão, que
ainda é novidade para alguns produtores. Como está o
desenvolvimento desta tecnologia no Brasil? ............................... 5
8. Então, o senhor diria que o Brasil não está devendo mais nada
em relação às evoluções em melhoramento genético no mundo?
............................................................................................................. 5
9. Quais são as perspectivas do melhoramento genético para os
próximos anos? O que o pecuarista pode esperar de novidade e
o que o senhor espera para essa próxima década? ...................... 6
2. 2
As DEP's e a seleção
Quando selecionamos um animal, nos baseamos em informações para
determinadas características, como por exemplo, o peso a desmama,
utilizado quando um pecuarista deseja incrementar em suas futuras
crias, um peso a desmama superior ao atual. Para tais objetivos, é
necessária a utilização de uma genética superior para a característica
de peso a desmama.
Neste caso, o valor do peso a desmama das crias de um determinado
reprodutor serão comparadas com o peso a desmama das crias dos
demais reprodutores envolvidos na avaliação, sendo conferido ao lote
que apresentar o melhor peso a desmama, o mérito genético de seu
progenitor. Essa comparação considera uma série de efeitos e a
genealogia dos animais. A metodologia de estimação permite que
sejam comparados os valores genéticos de animais de diferentes pais,
fazendas, lotes, etc., desde que algumas pré-condições sejam
obedecidas. Ostouros cujas progênies apresentarem o mais elevados
pesos à desmama, após a remoção dos efeitos não genéticos, serão
considerados como animais melhoradores para a característica peso à
desmama ou outra qualquer que estiver sendo estudada.
A metodologia de avaliação é semelhante para os demais índices
zootécnicos, como ganho de peso diário, índice de fertilidade, taxa de
conversão alimentar etc. O importante é lembrarmos que os melhores
animais para determinada característica não necessariamente serão os
melhores para outras, já que um animal com DEP positiva para ganho
de peso diário, por exemplo, pode apresentar uma DEP negativa para
uma característica como habilidade materna ou outra(s).
Um touro pode transmitir habilidade materna?
As características são condicionadas por genes, além dos efeitos de
meio ambiente, e esses genes são transmitidos pelos touros e vacas, pais
dos bezerros.
Habilidade materna? Como um touro pode ser avaliado por sua
habilidade materna, característica expressa pelas fêmeas, neste caso
representada pela vaca. Como dissemos, os animais são avaliados
levando em consideração o desempenho de suas progênies, tanto
machos como fêmeas. Assim, um touro pode ser avaliado por sua
habilidade materna, idade ao primeiro parto, produção de leite,
persistência de lactação etc., pois no fundo, estamos avaliando o
patrimônio e a qualidade genética dos animais.
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Como interpretar as DEP's?
A interpretação das DEP's fica facilitada com um exemplo. Vamos
interpretar o significado dos valores das DEPs, ou seja, o que representa
para o pecuarista um animal com DEP 15 kg, outro 7 kg e ainda um
outro com DEP de -5 kg, para uma determinada característica, como
peso à desmama. As DEP's significam que os filhos do touro A terão 15
kg a mais do que a média dos filhos dos touros avaliados, os do touro B
serão 7 kg mais pesados e os do touro C serão 5 kg mais leves que a
média. No entanto, esses valores serão alterados pelo meio ambiente e
podem ser maiores ou menores. De qualquer maneira, a diferença de
peso entre os filhos dos touros deverá permanecer a mesma, se as
vacas forem semelhantes. Assim, os filhos do touro A, em condições de
ambiente semelhantes às verificadas na avaliação desses touros, serão,
em média, 20 kg mais pesados dos que os do touro C e 8 kg mais
pesados que os do touro B.
Caso o pecuarista opte pelo incremento da genética do Touro 1 em seu
rebanho, espera-se que seus futuros animais desmamem com um peso
20 kg superior à média das progênies do rebanho. Se a média de peso
à desmama da população onde os touros foram avaliados for de 170
kg, aos 7 meses, espera-se que os filhos desse touro tenham uma média
de peso à desmama de 190 kg, alteração essa devida à ação dos
genes desse touro.
Na prática, como escolher um touro para reprodução?
É de suma importância que se estabeleçam os chamados critérios de
seleção, ou seja, os objetivos que se deseja buscar com o processo de
melhoramento genético.
As melhores DEPs não necessariamente implicam nos melhores animais,
cabendo aos objetivos do processo de melhoramento genético essa
determinação. Esse fato pode ser relatado nas avaliações para peso ao
nascimento, onde DEPs muito elevadas tendem a comprometer os
partos, já que as crias nascidas de reprodutores com tais DEPs tenderão
a ser maiores e mais pesadas.
Interpretando as DEP's e balanceando a escolha dos reprodutores, o
pecuarista certamente melhorará seu rebanho, em velocidade muito
maior do que o faria com as metodologias atuais, como a avaliação
visual geral dos touros. No entanto, para cada situação em especial,
para cada objetivo de melhoramento, o pecuarista deve escolher o
reprodutor que melhor se adeque às
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A sustentabilidade é uma questão latente hoje em dia.
Como o melhoramento genético pode influenciar os
impactos no meio ambiente e a emissão de gases
estufa, como o metano?
1Raysildo Lobo - Nós implantamos o Sistema Certificação Global G. Esse
sistema é similar ao antigo sistema global GAP utilizado na Europa, onde
temos três tipos de classificação. A classificação g1 é a qualidade da
informação, desde a coleta dos dados ao treinamento da equipe, lotes
de manejo, aferição da balança. A g2 diz respeito à certificação de
fazendas que têm progresso genético, porque não basta participar do
programa de melhoramento sem fazer o dever de casa. A classificação
g3 é um trabalho de melhoramento genético inédito, onde já foram
identificadas 41 fazendas, e diz respeito a esta sustentabilidade
ambiental, controle da emissão dos gases estufa, principalmente o
metano, e questão sanitária da fazenda. Nós fazemos um levantamento
e depois são gerados indicadores para mostrar ao fazendeiro quanto
ele está eliminando de poluentes. Isso é associado com o
melhoramento genético para reduzir o tempo de abate do animal,
porque ele fica menos tempo no pasto e evita a emissão de gases
estufa por muito tempo. Com isso nós vamos recuperar a credibilidade
dos produtores brasileiros, porque os resultados estão sendo fantásticos.
Nós sabemos que a digestão dos ruminantes
influencia diretamente na liberação de metano. É
possível que a genética interfira ao ponto de criar
uma DEP metano? Ou seja, fazer com que o animal
tenha a necessidade de liberar menos metano?
Raysildo Lobo - É possível você identificar um gene que esteja
relacionado a esta emissão de metano, através dos marcadores
moleculares. Com isso, podemos produzir animais com menor emissão
do gás metano. Isso é a mesma coisa que desenvolver animais que
tenham maior eficiência de consumo alimentar e o produtor até
melhora o ganho de peso do seu rebanho. Essa variabilidade genética
1Raysildo Lobo - médico veterinário, doutor em melhoramento genético e presidente da ACNP
(Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores)
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existe e é possível, mas acredito que ainda demore uns 5 anos para a
gente produzir esta DEP.
Falando agora sobre o melhoramento genético de
precisão, que ainda é novidade para alguns
produtores. Como está o desenvolvimento desta
tecnologia no Brasil?
Raysildo Lobo - O melhoramento genético de precisão implica em você
estar sintonizado com a aplicação das tecnologias disponíveis para
maximizar o progresso genético. Além da genética, envolve a parte
ambiental, sanitária, a área de nutrição e manejo de pastagem. É você
identificar animais com maior acurácia, tendo maior retorno no
melhoramento genético e dando resultados mais claros em termos de
produtividade. A gente está sendo buscando um sistema que ajude o
produtor a reduzir as suas despesas e aumentar a lucratividade porque
o produtor brasileiro está como uma margem de lucro muito estreita.
Então, ele não pode errar, tem que ser preciso. Em 2008, nós
atendíamos apenas 35% das nossas fazendas e, em 2011, atingimos
99,6% das fazendas dos programas de melhoramento. Fazemos visitas
aos fazendeiros com treinamento e as mais de 200 certificações que
aconteceram em 2011.
Então, o senhor diria que o Brasil não está devendo
mais nada em relação às evoluções em
melhoramento genético no mundo?
Raysildo Lobo – Hoje, eu tenho a felicidade de observar estrangeiros
vindo ao Brasil para conhecer tecnologias que eles nem têm lá, ou
quando têm estão menos desenvolvidas. O Brasil é a sexta maior
economia do mundo, um dos maiores exportadores de proteína animal
e vegetal e nós estamos, às vezes, acima de países do primeiro mundo,
em termos de tecnologia. As estimativas são de que as demandas de
alimentação vão duplicar até 2050 e o Brasil é um dos poucos países
que têm condições de atender esta demanda de mais de 7 bilhões de
pessoas até lá.
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Quais são as perspectivas do melhoramento genético
para os próximos anos? O que o pecuarista pode
esperar de novidade e o que o senhor espera para
essa próxima década?
Raysildo Lobo - Eu trabalho com melhoramento genético há 40 anos. As
décadas de 70 e 80 eram anos em que a gente falava de genética e
ninguém queria saber. O melhoramento genético só foi crescer a partir
de 2003 e, desde então, houve uma explosão de tecnologias e o
progresso foi imenso. Eu tenho a expectativa de que os avanços serão
muito grandes de um ano para o outro.
Fontes / Sites:
Dia do Campo:
http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=26267&secao=A
grotemas&c2=Gen%E9tica%20Animal – (09/04/2012 – ás 08:28H) **Perguntas 5 á 9.
Criar e Plantar:
http://www.criareplantar.com.br/pecuaria/lerTexto.php?categoria=27&id=77 – (18/04
ás 09:24H) **Perguntas 1 á 4.
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