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O MOVIMENTO CINEMA NOVOE GLAUBER ROCHA
                                                                             Arístocles Carvalho




Resumo


        O    Objetivo      deste     artigo     é   fazer     um     resumo       do    movimento
cinematográfico brasileiro que ficou conhecido como Cinema Novo. Este
trabalho aborda a sociedade brasileira da época,como ela influenciou a criação
desse movimento; as principais fases do cinema brasileiro que antecederam o
cinema novo; e os principais personagens, com ênfase no trabalho de Glauber
Rocha.


Palavras-chave: Cinema Novo. Sociedade brasileira. Glauber Rocha




Introdução


        O cinema brasileiro antes do Cinema Novo se destacou com as
produções de duas companhias cinematográficas: a Atlântica, e a Vera Cruz.
Essas companhias se destacaram com a Chanchada (Atlântica) e as
produções ao estilo Hollywood (Vera Cruz). E o Cinema Novo vem para romper
com esses padrões e revolucionar o cinema brasileiro. O motivo deste trabalho,
de revisão,é elencar as mudanças que estavam ocorrendo na sociedade
brasileira, que de certa forma colaboraram para o surgimento do movimento, o
tipo de cinema que era feito, e porque ele gerou revolta nos criadores do
Cinema Novo.
        Na década de 1940, com a fundação da companhia cinematográfica
carioca Atlântica o cinema brasileiro passou por um período de grande
sucesso. Com o surgimento da chanchada, um tipo de cinema que fazia humor
bem debochado em forma de musicais e abordando temas carnavalescos,as
produções agradaram ao público que transformou as chanchadas em sucesso
de bilheterias.


1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em
três capítulos pelo Canal Brasil.
A chanchada consagrou grandes comediantes, entre eles a dupla
Oscarito e Grande Otelo. Seus personagens incorporavam o jeito malandro de
falar e se comportar do carioca.
        Em 1949 surgi a Vera Cruz, companhia cinematográfica criada por
empresários paulistas com o intuito de produzir filmes com conteúdo e nível
técnico parecidos com os das produções hollywoodianas. Para isso a
companhia investiu pesado, montou um grande estúdio, e importou os
equipamentos mais sofisticados da época, e mão-de-obra especializada da
Europa.
        A Vera Cruz produziu dezenas de filmes de longa-metragem, e investiu
alto nas produções, alguns foram premiados, inclusive em festivais na Europa.
Mas o sonho de uma indústria brasileira de sucesso não durou muito, apenas
quatro anos. A companhia entrou em decadência, não suportou a concorrência
das produções norte-americanas que contavam com um sistema eficiente e
lucrativo de distribuição.
        A sociedade brasileira da época era muito influenciada pela norte-
americana, seja no campo econômico, social ou cultural. As paisagens urbanas
se modernizavam, o consumo dos bens de produção em massa só aumentava,
a música e o cinema norte-americano faziam cada vez mais parte do cotidiano.
O modelo norte-americano de sucesso deixava os brasileiros em êxtase e na
esperança de transformar a nação subdesenvolvida em um país independente
e moderno. Deixar de ser agrário e se tornar industrial.
        O Cinema Novo surgiu no final dos anos 50 e início dos 60, idealizado
por jovens cineastas do Rio de Janeiro e da Bahia, num cenário de
desenvolvimento dos grandes centros brasileiros, o país passava por uma
transformação econômica com o surgimento cada vez maior das indústrias, e
com isso o grande aumento na migração e na urbanização. Nesse cenário
também aparecem os intelectuais esquerdistas e populistas com ideias de
igualdade e em busca da soberania da nação, considerada por eles como
subdesenvolvida.
        Foi esse contexto sócio-político que inspirou os jovens cineastas
brasileiros a desenvolverem suas ideias de libertação de um país alienado e
culturalmente colonizado. Jovens indignados com massificação da cultura
estrangeira na sociedade brasileira criaram um movimento que revolucionou o

1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em
três capítulos pelo Canal Brasil.
cinema nacional. Embalados pelo tema “uma câmera na mão e uma ideia na
cabeça” pensaram uma forma de produção com liberdade de criação, novas
técnicas de filmagem, e uma estética diferente. Onde não seria preciso grandes
investimentos.
        O pensamento nacionalista de fazer um cinema realmente brasileiro,
mostrando a realidade do povo como ela é de fato - sem sofre restrições por
parte dos grandes estúdios de cinema, que estavam preocupados apenas em
faturar alto com as produções – tomou conta do movimento e fez surgir novos
métodos de produção. Essa forma de fazer cinema inovou com movimentos
lentos e escassos da câmera, ambientes naturais, e diálogos mais longos dos
personagens principais. O primeiro filme nos moldes do cinema novo foi Rio, 40
Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos.
        O Cinema Novo pode ser dividido em três fases principais, de acordo
com os temas abordados nas produções. A primeira fase do movimento vai de
1960 a 1964. Nessa fase as produções têm como temas principais as mazelas
e os camponeses nordestinos. Os filmes que mais se destacam são Vidas
Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos; Os Fuzis (1963), de Ruy Guerra;
e Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha. Este último é
considerado o filme que projetou o Cinema Novo internacionalmente, com
críticas favoráveis após sua exibição no Festival de Cannes.
        A segunda fase vai de 1965 a 1968. As produções desse período são
marcadas por temas ligados a situação política e econômica do Brasil, em
especial a ditadura militar, fazendo análises sobre os rumos da história do país.
Os filmes de maior destaque são O Desafio (1965), de Paulo Cezar Saraceni;
Terra em Transe (1967), filme premiado no Festival de Cannes, de Glauber
Rocha; e O Bravo Guerreiro (1968), de Gustavo Dahl.
        A terceira fase compreende ao período de 1968 a 1972. O cinema
brasileiro, nessa fase, sofreu grande influência do Tropicalismo, e incorporou
os símbolos típicos do Brasil como os índios, e as aves exóticas da nossa terra.
Durante essa fase alguns cineastas foram presos e exilados pelo regime
militar, entre eles Glauber Rocha, outros tentaram se adequar a nova realidade
política, mas as produções em sua maioria fracassaram e o Cinema Novo
chegou ao fim. O grande destaque dessa fase é Macunaíma (1969), de
Joaquim Pedro de Andrade, o filme é baseado na obra de Mario de Andrade.

1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em
três capítulos pelo Canal Brasil.
Os filmes tiveram grande repercussão no exterior e receberam críticas
positivas e vários prêmios em importantes festivais de cinema. No Brasil foram
poucas as produções que alcançaram sucesso de bilheteria. O grande público
não se adequou a linguagem usada– considerada, em alguns filmes, de grande
complexidade intelectual- que ficou restrito a uma pequena parte da população.
Além da linguagem usada nos filmes, os produtores enfrentaram outro grande
problema, a distribuição no mercado brasileiro era mal organizada e os
proprietários de cinemas davam preferencia aos filmes americanos, já que o
sucesso de bilheteria era garantido.
        Para realizarem suas produções, os cineastas contavam com o
financiamento junto aos bancos, uma lei que obrigava as salas de cinema há
disponibilizarem 56 dias no ano a filmes brasileiros, e com um incentivo
financeiro do governo. O Sindicato dos Produtores era o meio usado para
representá-los. Outro órgão criado para facilitar a vida dos produtores foi a
DIFILM, ela começou a operar em 1965 e era o responsável pela distribuição
dos filmes. "Pela primeira vez, a gente tinha contato com a realidade da
economia do cinema" (“Luz e Ação”, documentário exibido em três capítulos
pelo Canal Brasil), disse Cacá Diegues sobre a DIFILM. Mas distribuidora não
durou muito, e os produtores voltaram a enfrentar o grande problema que
impedia a maior penetração dos seus filmes na sociedade.
        Os principais nomes do movimento tentaram criar uma revista chamada
“Luz e Ação”. A revista não chegou a ser publica, mas Carlos Diegues, Glauber
Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Miguel Faria Jr., Nelson
Pereira dos Santos e Walter Lima Jr., publicaram o artigo “Luz e Ação” (de
1963 a 1973) com o objetivo de explicar a ideologia do Cinema Novo e justificar
as produções por eles realizadas.
        O grande nome do Cinema Novo foi Glauber Rocha, nascido em Vitória
da Conquista, interior da Bahia. Rocha além de cineasta era escritor, ator,
poeta, um homem de múltiplos talentos. Muito polêmico, era considerado louco,
por muitos. Foi o diretor mais premiado do cinema brasileiro.
        Glauber Rocha produziu mais de vinte filmes, obteve sucesso com
vários deles, entre eles Deus e o Diabo na Terra do Sol, filme que retrata a vida
dura dos habitantes do sertão nordestino e a questão agrária, virou símbolo
dos movimentos de reforma agrária. Esse filme obteve grande repercussão

1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em
três capítulos pelo Canal Brasil.
nacional e internacional; Terra em Transe é outro filme aclamado dentro e fora
do país, ganhador de dois prêmios em Cannes, o filme faz uma análise da
política da época; e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, filme que
lhe rendeu o prêmio de melhor diretor, em Cannes - o filme é como se fosse
uma sequência de Deus e o Diabo na Terra do Sol – retrata o ambiente sócio-
político do interior do Nordeste.
        Rocha buscou inspiração em escritores regionais, como José Lins do
Rego e Jorge Amado, para produzir os filmes que retratam o sertão nordestino.
Abordou temas políticos e religiosos, produziu documentários, como Di
Cavalcanti Di Glauber, que é uma narrativa do velório do pintor Di Cavalcanti.
        Em 1971 Glauber Rocha foi exilado, durante esse período ele passou
por vários países, como Estados Unidos, Chile, Uruguai, Espanha. Produziu
documentários, e alguns longas-metragens, mas sem muito sucesso. As
produções de destaque desse período são os longas: Cabeças Cortadas,
filmado na Espanha e pouco compreendido até mesmo por outros intelectuais,
e O Leão de Sete Cabeças, o filme é definido pelo autor como "uma história
geral do colonialismo euro-americano na África, uma epopeia africana,
preocupada em pensar do ponto de vista do homem do Terceiro Mundo, por
oposição aos filmes comerciais que tratam de safáris, ao tipo de concepção
dos brancos em relação àquele continente. É uma teoria sobre a possibilidade
de um cinema político. Escolhi a África porque me pareceu um continente com
problemas semelhantes aos do Brasil".
        Depois do exiliorealizou várias produções fracassadas dentro e fora do
Brasil, em destaque para o filme A Idade da Terra, que foi exibido no Festival
de Veneza em 1980e teve a sala esvaziada durante sua exibição, além de ter
sido massacrado pela crítica gerando revolta em Glauber Rocha que saiu pelas
ruas de Veneza acompanhado por dezenas de pessoas, e rebateu as críticas
ao seu filme atacando a mostra e o vencedor do festival daquele ano, Louis
Malle, que de acordo com Glauber Rocha, não tinha a menor condição de
vencê-lo.
        Em 22 de agosto de 1981, aos 42 anos, Glauber morreu devido a
problemas pulmonares que já vinham lhe perseguindo. Sua morte gerou
grande comoção e seu nome voltou a ser exaltado. Teve todo seu velório
filmado, assim como havia feito no velório do seu amigo Di Cavalcante.

1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em
três capítulos pelo Canal Brasil.
O Cinema Novo existiu num momento complicado da historia brasileira.
O regime militar impediu uma quantidade maior e melhor de produções, já que
os cineastas não tinham a total liberdade para produzir e expressar a realidade
vivida naquele momento.O cenário da sociedade brasileira no período da
ditadura parecia ideal para a proposta do cinema novo. Muitas produções
foram influenciadas por esse contexto político, mas nada de forma
escancarada e mesmo assim tiveram suas exibições proibidas.
        Alguns cineastas foram para o exilio por terem pensamentos
considerados de esquerda, outros optaram por se adequar ao regime, “traíram
suas ideias” e se lançaram nas pornochanchadas, novo estilo de fazer filmes
que estava fazendo sucesso nas bilheterias brasileiras. E uma nova geração de
cineastas surgiu e criou outro movimento chamado de Cinema Marginal, esse
movimento tinha a intenção de romper com a linguagem cinematográfica da
época e fazer um cinema mais irresponsável e debochado sem se preocupar
com o que estava acontecendo na sociedade. Esse novo cinema praticamente
dá fim ao Cinema Novo.




Referências


ALTMANN, E. “Dois Cineastas, Duas Críticas”; “A Recepção de Glauber
Rocha”. __________. O Brasil imaginado na América Latina: a crítica de
filmes de Glauber Rocha e Walter Salles. Rio de Janeiro: Contra Capa
Livraria/FAPERJ, p. 41-81; 85-145. 2010.


ARTE EM REVISTA: anos 60. São Paulo: Centro de Estudos de Arte
Contemporânea (CEAC)/KAIRÓS. Ano 1, no 1, jan-mar., 1979 [“Manifesto
„Luz & Ação‟: de 1963... a 1973” (Carlos Diegues e outros) – p. 5-9; “Uma
Situação Colonial” (Paulo Emílio Salles Gomes) – p. 11-14.


TLENDER, Sílvio.Especial Glauber Rocha: Glauber o Filme, Labirinto do
Brasil.Brasil, 2002. Documentário. 98 min.




1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em
três capítulos pelo Canal Brasil.
GERBER, R. “Premissas a um estudo sobre a cultura nacional”; “A História e a
Eternidade”. in: __________. O Mito da Civilização Atlântica: Glauber
Rocha, Cinema, Política e a Estética do Inconsciente. Petrópolis: Vozes, p.
21-32; 33-82. 1982.


Online!O           Cinema            Novo.           Disponível           em:          http://paulo-
v.sites.uol.com.br/cinema/cinemanovo.htm




1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em
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O movimento cinema novo e glauber rocha

  • 1. O MOVIMENTO CINEMA NOVOE GLAUBER ROCHA Arístocles Carvalho Resumo O Objetivo deste artigo é fazer um resumo do movimento cinematográfico brasileiro que ficou conhecido como Cinema Novo. Este trabalho aborda a sociedade brasileira da época,como ela influenciou a criação desse movimento; as principais fases do cinema brasileiro que antecederam o cinema novo; e os principais personagens, com ênfase no trabalho de Glauber Rocha. Palavras-chave: Cinema Novo. Sociedade brasileira. Glauber Rocha Introdução O cinema brasileiro antes do Cinema Novo se destacou com as produções de duas companhias cinematográficas: a Atlântica, e a Vera Cruz. Essas companhias se destacaram com a Chanchada (Atlântica) e as produções ao estilo Hollywood (Vera Cruz). E o Cinema Novo vem para romper com esses padrões e revolucionar o cinema brasileiro. O motivo deste trabalho, de revisão,é elencar as mudanças que estavam ocorrendo na sociedade brasileira, que de certa forma colaboraram para o surgimento do movimento, o tipo de cinema que era feito, e porque ele gerou revolta nos criadores do Cinema Novo. Na década de 1940, com a fundação da companhia cinematográfica carioca Atlântica o cinema brasileiro passou por um período de grande sucesso. Com o surgimento da chanchada, um tipo de cinema que fazia humor bem debochado em forma de musicais e abordando temas carnavalescos,as produções agradaram ao público que transformou as chanchadas em sucesso de bilheterias. 1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em três capítulos pelo Canal Brasil.
  • 2. A chanchada consagrou grandes comediantes, entre eles a dupla Oscarito e Grande Otelo. Seus personagens incorporavam o jeito malandro de falar e se comportar do carioca. Em 1949 surgi a Vera Cruz, companhia cinematográfica criada por empresários paulistas com o intuito de produzir filmes com conteúdo e nível técnico parecidos com os das produções hollywoodianas. Para isso a companhia investiu pesado, montou um grande estúdio, e importou os equipamentos mais sofisticados da época, e mão-de-obra especializada da Europa. A Vera Cruz produziu dezenas de filmes de longa-metragem, e investiu alto nas produções, alguns foram premiados, inclusive em festivais na Europa. Mas o sonho de uma indústria brasileira de sucesso não durou muito, apenas quatro anos. A companhia entrou em decadência, não suportou a concorrência das produções norte-americanas que contavam com um sistema eficiente e lucrativo de distribuição. A sociedade brasileira da época era muito influenciada pela norte- americana, seja no campo econômico, social ou cultural. As paisagens urbanas se modernizavam, o consumo dos bens de produção em massa só aumentava, a música e o cinema norte-americano faziam cada vez mais parte do cotidiano. O modelo norte-americano de sucesso deixava os brasileiros em êxtase e na esperança de transformar a nação subdesenvolvida em um país independente e moderno. Deixar de ser agrário e se tornar industrial. O Cinema Novo surgiu no final dos anos 50 e início dos 60, idealizado por jovens cineastas do Rio de Janeiro e da Bahia, num cenário de desenvolvimento dos grandes centros brasileiros, o país passava por uma transformação econômica com o surgimento cada vez maior das indústrias, e com isso o grande aumento na migração e na urbanização. Nesse cenário também aparecem os intelectuais esquerdistas e populistas com ideias de igualdade e em busca da soberania da nação, considerada por eles como subdesenvolvida. Foi esse contexto sócio-político que inspirou os jovens cineastas brasileiros a desenvolverem suas ideias de libertação de um país alienado e culturalmente colonizado. Jovens indignados com massificação da cultura estrangeira na sociedade brasileira criaram um movimento que revolucionou o 1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em três capítulos pelo Canal Brasil.
  • 3. cinema nacional. Embalados pelo tema “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” pensaram uma forma de produção com liberdade de criação, novas técnicas de filmagem, e uma estética diferente. Onde não seria preciso grandes investimentos. O pensamento nacionalista de fazer um cinema realmente brasileiro, mostrando a realidade do povo como ela é de fato - sem sofre restrições por parte dos grandes estúdios de cinema, que estavam preocupados apenas em faturar alto com as produções – tomou conta do movimento e fez surgir novos métodos de produção. Essa forma de fazer cinema inovou com movimentos lentos e escassos da câmera, ambientes naturais, e diálogos mais longos dos personagens principais. O primeiro filme nos moldes do cinema novo foi Rio, 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos. O Cinema Novo pode ser dividido em três fases principais, de acordo com os temas abordados nas produções. A primeira fase do movimento vai de 1960 a 1964. Nessa fase as produções têm como temas principais as mazelas e os camponeses nordestinos. Os filmes que mais se destacam são Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos; Os Fuzis (1963), de Ruy Guerra; e Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha. Este último é considerado o filme que projetou o Cinema Novo internacionalmente, com críticas favoráveis após sua exibição no Festival de Cannes. A segunda fase vai de 1965 a 1968. As produções desse período são marcadas por temas ligados a situação política e econômica do Brasil, em especial a ditadura militar, fazendo análises sobre os rumos da história do país. Os filmes de maior destaque são O Desafio (1965), de Paulo Cezar Saraceni; Terra em Transe (1967), filme premiado no Festival de Cannes, de Glauber Rocha; e O Bravo Guerreiro (1968), de Gustavo Dahl. A terceira fase compreende ao período de 1968 a 1972. O cinema brasileiro, nessa fase, sofreu grande influência do Tropicalismo, e incorporou os símbolos típicos do Brasil como os índios, e as aves exóticas da nossa terra. Durante essa fase alguns cineastas foram presos e exilados pelo regime militar, entre eles Glauber Rocha, outros tentaram se adequar a nova realidade política, mas as produções em sua maioria fracassaram e o Cinema Novo chegou ao fim. O grande destaque dessa fase é Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, o filme é baseado na obra de Mario de Andrade. 1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em três capítulos pelo Canal Brasil.
  • 4. Os filmes tiveram grande repercussão no exterior e receberam críticas positivas e vários prêmios em importantes festivais de cinema. No Brasil foram poucas as produções que alcançaram sucesso de bilheteria. O grande público não se adequou a linguagem usada– considerada, em alguns filmes, de grande complexidade intelectual- que ficou restrito a uma pequena parte da população. Além da linguagem usada nos filmes, os produtores enfrentaram outro grande problema, a distribuição no mercado brasileiro era mal organizada e os proprietários de cinemas davam preferencia aos filmes americanos, já que o sucesso de bilheteria era garantido. Para realizarem suas produções, os cineastas contavam com o financiamento junto aos bancos, uma lei que obrigava as salas de cinema há disponibilizarem 56 dias no ano a filmes brasileiros, e com um incentivo financeiro do governo. O Sindicato dos Produtores era o meio usado para representá-los. Outro órgão criado para facilitar a vida dos produtores foi a DIFILM, ela começou a operar em 1965 e era o responsável pela distribuição dos filmes. "Pela primeira vez, a gente tinha contato com a realidade da economia do cinema" (“Luz e Ação”, documentário exibido em três capítulos pelo Canal Brasil), disse Cacá Diegues sobre a DIFILM. Mas distribuidora não durou muito, e os produtores voltaram a enfrentar o grande problema que impedia a maior penetração dos seus filmes na sociedade. Os principais nomes do movimento tentaram criar uma revista chamada “Luz e Ação”. A revista não chegou a ser publica, mas Carlos Diegues, Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Miguel Faria Jr., Nelson Pereira dos Santos e Walter Lima Jr., publicaram o artigo “Luz e Ação” (de 1963 a 1973) com o objetivo de explicar a ideologia do Cinema Novo e justificar as produções por eles realizadas. O grande nome do Cinema Novo foi Glauber Rocha, nascido em Vitória da Conquista, interior da Bahia. Rocha além de cineasta era escritor, ator, poeta, um homem de múltiplos talentos. Muito polêmico, era considerado louco, por muitos. Foi o diretor mais premiado do cinema brasileiro. Glauber Rocha produziu mais de vinte filmes, obteve sucesso com vários deles, entre eles Deus e o Diabo na Terra do Sol, filme que retrata a vida dura dos habitantes do sertão nordestino e a questão agrária, virou símbolo dos movimentos de reforma agrária. Esse filme obteve grande repercussão 1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em três capítulos pelo Canal Brasil.
  • 5. nacional e internacional; Terra em Transe é outro filme aclamado dentro e fora do país, ganhador de dois prêmios em Cannes, o filme faz uma análise da política da época; e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, filme que lhe rendeu o prêmio de melhor diretor, em Cannes - o filme é como se fosse uma sequência de Deus e o Diabo na Terra do Sol – retrata o ambiente sócio- político do interior do Nordeste. Rocha buscou inspiração em escritores regionais, como José Lins do Rego e Jorge Amado, para produzir os filmes que retratam o sertão nordestino. Abordou temas políticos e religiosos, produziu documentários, como Di Cavalcanti Di Glauber, que é uma narrativa do velório do pintor Di Cavalcanti. Em 1971 Glauber Rocha foi exilado, durante esse período ele passou por vários países, como Estados Unidos, Chile, Uruguai, Espanha. Produziu documentários, e alguns longas-metragens, mas sem muito sucesso. As produções de destaque desse período são os longas: Cabeças Cortadas, filmado na Espanha e pouco compreendido até mesmo por outros intelectuais, e O Leão de Sete Cabeças, o filme é definido pelo autor como "uma história geral do colonialismo euro-americano na África, uma epopeia africana, preocupada em pensar do ponto de vista do homem do Terceiro Mundo, por oposição aos filmes comerciais que tratam de safáris, ao tipo de concepção dos brancos em relação àquele continente. É uma teoria sobre a possibilidade de um cinema político. Escolhi a África porque me pareceu um continente com problemas semelhantes aos do Brasil". Depois do exiliorealizou várias produções fracassadas dentro e fora do Brasil, em destaque para o filme A Idade da Terra, que foi exibido no Festival de Veneza em 1980e teve a sala esvaziada durante sua exibição, além de ter sido massacrado pela crítica gerando revolta em Glauber Rocha que saiu pelas ruas de Veneza acompanhado por dezenas de pessoas, e rebateu as críticas ao seu filme atacando a mostra e o vencedor do festival daquele ano, Louis Malle, que de acordo com Glauber Rocha, não tinha a menor condição de vencê-lo. Em 22 de agosto de 1981, aos 42 anos, Glauber morreu devido a problemas pulmonares que já vinham lhe perseguindo. Sua morte gerou grande comoção e seu nome voltou a ser exaltado. Teve todo seu velório filmado, assim como havia feito no velório do seu amigo Di Cavalcante. 1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em três capítulos pelo Canal Brasil.
  • 6. O Cinema Novo existiu num momento complicado da historia brasileira. O regime militar impediu uma quantidade maior e melhor de produções, já que os cineastas não tinham a total liberdade para produzir e expressar a realidade vivida naquele momento.O cenário da sociedade brasileira no período da ditadura parecia ideal para a proposta do cinema novo. Muitas produções foram influenciadas por esse contexto político, mas nada de forma escancarada e mesmo assim tiveram suas exibições proibidas. Alguns cineastas foram para o exilio por terem pensamentos considerados de esquerda, outros optaram por se adequar ao regime, “traíram suas ideias” e se lançaram nas pornochanchadas, novo estilo de fazer filmes que estava fazendo sucesso nas bilheterias brasileiras. E uma nova geração de cineastas surgiu e criou outro movimento chamado de Cinema Marginal, esse movimento tinha a intenção de romper com a linguagem cinematográfica da época e fazer um cinema mais irresponsável e debochado sem se preocupar com o que estava acontecendo na sociedade. Esse novo cinema praticamente dá fim ao Cinema Novo. Referências ALTMANN, E. “Dois Cineastas, Duas Críticas”; “A Recepção de Glauber Rocha”. __________. O Brasil imaginado na América Latina: a crítica de filmes de Glauber Rocha e Walter Salles. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria/FAPERJ, p. 41-81; 85-145. 2010. ARTE EM REVISTA: anos 60. São Paulo: Centro de Estudos de Arte Contemporânea (CEAC)/KAIRÓS. Ano 1, no 1, jan-mar., 1979 [“Manifesto „Luz & Ação‟: de 1963... a 1973” (Carlos Diegues e outros) – p. 5-9; “Uma Situação Colonial” (Paulo Emílio Salles Gomes) – p. 11-14. TLENDER, Sílvio.Especial Glauber Rocha: Glauber o Filme, Labirinto do Brasil.Brasil, 2002. Documentário. 98 min. 1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em três capítulos pelo Canal Brasil.
  • 7. GERBER, R. “Premissas a um estudo sobre a cultura nacional”; “A História e a Eternidade”. in: __________. O Mito da Civilização Atlântica: Glauber Rocha, Cinema, Política e a Estética do Inconsciente. Petrópolis: Vozes, p. 21-32; 33-82. 1982. Online!O Cinema Novo. Disponível em: http://paulo- v.sites.uol.com.br/cinema/cinemanovo.htm 1.“Luz e Ação”, documentária que investiga o que deu certo e errado no cinema brasileiro, exibido em três capítulos pelo Canal Brasil.