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Desenvolvimento Funcional, Estético e
     Morfológico dos Dentes Anteriores.
           Dario Adolfi*

       A alta qualidade estética exigida em todos os setores da sociedade, não
poderia deixar de ser também bastante exigida na odontologia estética
restauradora. Atualmente com o desenvolvimento dos materiais restauradores
em termos de propriedades mecânicas e ópticas, os mesmos possuem
capacidade de mimetizar e reproduzir de forma natural as estruturas dentais.
Entretanto mesmo com toda a evolução alcançada, este desenvolvimento não
basta para se obter excelência na finalização estética de um caso clínico. Na
maioria das vezes as restaurações anteriores são desenvolvidas de forma
arbitrária e sem nenhuma referência, levando à criação de restaurações com
grande comprometimento estético. (Fig.1)
       O sucesso de uma restauração unitária ou de uma reabilitação da
dentição anterior vai depender do conhecimento da biologia ao redor do dente
ou do implante, e uma perfeita comunicação entre o protesista, cirurgião e do
técnico dental para uma perfeita integração funcional, estético e morfológico
desses trabalhos.
       A importância do conhecimento das variações morfológicas básicas dos
dentes anteriores (quadrado, triangular e oval) e suas características
individuais, como os sulcos de desenvolvimento, altura das cristas, etc.., não
serão suficientes se não se seguir um protocolo de ajuste funcional, estético e
morfológico com base em um checklist estético1. (Fig.2)
       Este artigo vai mostrar todas essas etapas, que podem ser executadas
como forma de treinamento contínuo pelos alunos de graduação, clínicos e
técnicos dentais, independente do sistema ou material restaurador selecionado.
(cerâmica, resina ou cera) Todas as etapas dos trabalhos são executadas
através de uma técnica de redução e acabamento apropriado para se atingir não
só a morfologia natural das restaurações, mas a sua integração estética como
um todo.
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       Fig.1 – Restaurações anteriores com alto comprometimento estético




      Fig.2 – Checklist estético modificado por Adolfi




                                                                           2
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        Modelo de Treinamento Funcional, Estético e Morfológico
             Um modelo mestre de gesso tipo 4, com troqueis removíveis de canino a
      canino em resina composta para restaurações provisórias, genericamente
      denominada Bis-Acryl (Venus-Heraeus-Kulzer), sem nenhum requisito
      estético estabelecido, vai dar toda a oportunidade de se iniciar o
      desenvolvimento funcional, estético e morfológico.(Figs.3 a 5) Os modelos
      foram montados em um articulador semi-ajustável, sem os dentes anteriores,
      pois os mesmos apresentam interferências oclusais e que devem ser ajustados
      posteriormente. (fig.6)
             Uma coleção de brocas para acabamento de metal (Jota, Ruthi,
      Switzerland) foram selecionadas exclusivamente para os ajustes da resina bis-
      acryl, não sendo indicadas para os ajustes das restaurações cerâmicas.(Fig.7)
      Os procedimentos de ajustes podem ser divididos em 3 categorias: Funcional,
      Estético e Morfológico.




      Fig.3 – Vista vestibular dos dentes em resina Bis-Acryl com extensão da raiz
      para o desenvolvimento da morfologia cervical.




                                                                                  3
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                              Fig.4 – Vista palatina




                Fig.5 – Modelo de gesso com os contornos gengivais




                                                                     4
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      Fig.6 – Modelos montados em um articulador semi-ajustável para futuro ajuste
      funcional.




            Fig.7 – Brocas utilizadas para os procedimentos do ajustes oclusais.




                                                                                   5
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      Ajustes Funcionais
             Os ajustes funcionais visam determinar os contatos oclusais, dimensão
      vertical de oclusão, plano e padrão oclusal estabelecido pelas coroas
      provisórias como as guias caninas, em grupo anterior, grupo parcial ou total. O
      procedimento que fundamenta a reabilitação oral esta fortemente baseado no
      restabelecimento da dimensão vertical mediante a correta relação maxilo-
      mandibular iniciando o processo reabilitador pelas guias anteriores.

          1. Ajuste dos contatos interproximais

             Um papel de articulação de 8μm é colocado entre os dentes centrais que
      visa checar as interferências interproximais, devendo ser ajustados quando
      necessário, (broca CX 23F 023, Jota) estabelecendo a correta posição dos
      dentes no modelo mestre.(Figs.8 e 9) O contato deve ser deixado um pouco
      mais apertado para garantir a sua estabilidade após as etapas de polimento.
      Todos os outros dentes devem seguir os mesmos procedimentos de ajuste.
      (Figs.10 e 11) Nos casos clínicos um modelo de trabalho troquelizado é
      utilizado para esse tipo de ajuste e uma pequena pressão no papel de
      articulação, não permitindo que o mesmo se rasque, vai garantir uma boa
      qualidade dos contatos interproximais. A correta localização dos contatos
      interproximais pode ser observada na Fig.29.
             Neste momento não será analisada a importância da posição e a
      extensão do contato interproximal, onde a sua influência estética será discutida
      durante o desenvolvimento estético e morfológico.




                                                                                     6
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      Fig.8 – Identificando a interferência do contato interproximal com um papel de
      articulação de 8μm




      Fig.9 – Ajuste da área marcada entre os dentes, iniciando-se o
      desenvolvimento do espaço interproximal e a área de transição proximal.




                                                                                   7
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       10                                       11

                 Figs.10 e 11 - Ajuste de todos os contatos interproximais


          2. Ajuste dos contatos oclusais

      O articulador deve ser ajustado através do pino incisal, com os dentes
      anteriores fora do modelo mestre, garantindo assim a correta dimensão vertical
      de oclusão estabelecida pelos dentes remanescentes posteriores.
      As interferências oclusais são detectadas com um papel de articulação de
      40μm (Baush, Koln, Germany), iniciando pelos dentes centrais. (Fig.12) O
      desgaste deve acompanhar a morfologia da região palatina, e executada com
      uma broca em forma de chama no. CX 77MF 023 (Jota). (Fig.13) Esses
      desgastes vão estabilizar a posição do dente e a dimensão vertical de oclusão,
      que pode ser conferido através do pino incisal do articulador, quando o mesmo
      começa a reter a lamina metálica para teste de oclusão.




                                                                                   8
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      Fig.12 – Ajuste oclusal dos dentes centrais utilizando-se um papel de
      articulação de 40μm




       Fig. 13 – Ajuste dos contatos das cristas marginais palatina com uma broca
      em forma de chama.




                                                                                    9
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          3. Ajuste dos movimentos protrusivos e latero-protrusivos

         Os articuladores dentais nesta etapa têm um papel fundamental para a
      criação das características individuais das pontas incisais e suas guias incisais
      individualizadas, estabelecendo-se as áreas de abrasão freqüentemente
      encontrados nos dentes caninos naturais. (Figs.14 e 15)




       14                                      15

      Figs.14 e 15 – Observar as diferenças entre as pontas incisais dos dentes
      anteriores, que foram individualizadas pela posição dos dentes antagonistas e
      os movimentos mandibulares.

             As diferenças individuais de cada dente vão estabelecer uma harmonia
      sem simetria, altamente influenciada pela disposição dos dentes antagonistas e
      dos movimentos mandibulares. A não criação dessas características
      individuais, na tentativa de se deixar os dentes simétricos, promoverá
      interferências com possível comprometimento das estruturas do periodonto de
      proteção e suporte dos dentes ou fraturas do material restaurador.
             Com o papel de articulação de 40μm, são identificadas as interferências
      nos movimentos de protrusão e latero-protrusão. (Figs.16 e 17) Essas
      interferências devem ser ajustadas cuidadosamente para não se perder a
      morfologia individualizada dada pelos movimentos mandibulares de protrusão
      e latero-protrusão. (Figs.18 e 19) Utilizar o mesmo instrumento de desgaste
      da Fig.13 para o ajuste dos movimentos mandibulares, onde o contato cêntrico
      deve ser preservado e remodelando somente a trajetória protrusiva
      interferente.




                                                                                     10
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          16                               17

      Figs.16 e 17 - Interferências durante os movimentos mandibulares.




            18                              19

      Figs.18 e 19 – As pontas incisais são individualizadas pelos movimentos
      protrusivo e latero-protrusivo.




                                                                                11
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      Ajustes Estéticos
            Uma das maiores preocupações nas restaurações estéticas está na
      manutenção da arquitetura gengival e a presença da papila interdental para
      preencher a área de contato interproximal dos dentes adjacentes. A harmonia
      da gengiva e do dente depende de algumas considerações estéticas.(Fig.20)

      •   A posição da gengiva marginal livre comparada com o dente adjacente;
      •   A espessura do tecido mole ao redor da restauração;
      •   Topografia gengival, que pode ser plana ou escalopada;
      •   Textura e a cor do tecido gengival
      •   A forma do dente que pode variar entre quadrado, triangular e oval;
      •   O nível da crista óssea com os dentes adjacentes, assim como o seu contorno,
          que devem suportar o contorno dos tecidos moles e promover o fechamento
          do espaço interdental;
      •   A correta posição tridimensional do implante, que vai contribuir para o
          correto perfil de emergência e contorno gengival.

           1. Inclinação da Linha Mediana e Eixo dos Dentes

            A inclinação da linha mediana deve ser transferida para o modelo
      mestre através de uma guia de silicone, tendo como referência a posição das
      coroas provisórias. O eixo vertical da linha mediana é mais importante do que
      o seu deslocamento. As linhas medianas facial e dental coincidem em 70% das
      pessoas, as linhas mediana dos dentes superior e inferior não coincidem em
      quase três quartos da população2, mas a sua inclinação é que vai determinar
      uma aparência desagradável em termos estéticos, onde somente um grande
      deslocamento é que vai contribuir como um fator antiestético.(Figs.21 e 22)
            O eixo dos dentes tem diferentes angulações, os dentes laterais e
      caninos têm angulações cada vez mais acentuadas para distal, isto é, uma
      angulação positiva quando comparado com os dentes centrais. O contrário
      ocorre com as inclinações, onde a partir dos incisivos centrais superiores, elas
      diminuem em direção aos caninos.3,4(Fig.23)




                                                                                    12
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      Fig.20 – Considerações estéticas para a harmonia da gengiva e do dente




                  21                              22

      Figs. 21 e 22 – Aspecto antiestético devido a um forte deslocamento da linha
      mediana.




      Fig.23 – A correta inclinação da linha mediana e do eixo dos dentes devem
      estabelecer o inicio da composição estética.




                                                                                     13
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          2. Espaço Interdental

             O espaço interdental é preenchido pela papila interdental, prevenindo o
      depósito de placa bacteriana e protegendo o tecido periodontal das infecções.
      A papila interdental apresenta uma forma cônica ou piramidal e evita a
      impacção de restos de alimento. Uma das principais razões para a ausência da
      papila interdental é a perda de suporte periodontal associado a lesões
      promovidas pela placa bacteriana, assim como a forma alterada da morfologia
      dos dentes e o contorno inadequado das restaurações e procedimentos de
      higiene traumáticos.5
             Os estudos de Tarnow6 sobre a observação da papila interdental mostra
      que quando a base do contato interdental esta a uma distância de 5 mm da
      crista óssea alveolar, em 98% dos casos tem-se a presença da papila
      interdental. Com as distâncias de 6 mm e 7 mm, somente 56% e 27% vão
      garantir a presença da papila interdental respectivamente.(Fig.24)
         Quando da ausência da papila interdental, na fase de confecção das
      restaurações provisórias, o clínico deve desenvolver um suporte gengival,
      através de um sobrecontorno dessas coroas e localizando a base do contato
      interdental o mais cervical possível, evitando-se assim o buraco negro.
      (Figs.25 e 26)
             O modelo troquelizado é incapaz de fornecer uma perfeita orientação ao
      técnico para a construção do perfil de emergência, contorno cervical e o
      posicionamento da base do contato interdental das restaurações definitivas. O
      modelo de trabalho com a presença da morfologia gengival vai fornecer
      informações importantes para ajudar a orientar o técnico no desenvolvimento
      desses requisitos. (Figs.27 e 28)7
             A avaliação final de todos esses requisitos deve ser feita pelo clínico
      durante a fase de prova das restaurações definitivas. Fotografias intra-bucais
      também podem contribuir para uma comunicação, principalmente para a
      correta posição da base do contato interdental pelo técnico, evitando a
      presença do buraco negro.




                                                                                  14
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      Fig.24 – Correta localização da base do contato interdental para se prevenir o
      buraco negro.




         25                                   26

      Figs.25 e 26 – Situação inicial (esquerda) comparada com as restaurações
      provisórias (direita) mostrando o restabelecendo do correto posicionamento
      do contato interproximal.




            27                                  28

      Figs.27 e 28 – Modelo de gesso troquelizado sem nenhuma informação do
      tecido gengival (esquerda) comparado com o modelo com gengiva (direita)
      que vai permitir restaurar adequadamente o perfil de emergência e a posição
      da base do contato interdental.



                                                                                    15
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          3. Contato Interproximal

             O contato interdental é uma área que se estende da ponta incisal até a
      sua posição mais apical nos dentes anteriores.(Fig.29)
             A posicão incisal dos contatos interdentais tem diferentes localizações e
      essas posições se localizam cada vez mais para cervical nos laterais e caninos,
      quando comparado com os dentes centrais. (Figs.30 a 32)
             O contorno dos dentes deve ser executado sem se desgastar a longa área
      de contato determinado, assim como o contorno abaixo do mesmo9.
             Determinado a localização dos contatos interproximais, uma atenção
      especial deve ser dada nas aberturas dos espaços interdentais, onde numa vista
      incisal podemos observar que estes se alargam onde A<B<C, e os espaços
      interdentais por palatino também se alargam sendo c<b<a. Fig.33
           A partir da posição incisal dos contatos interdentais serão desenvolvidos
      os ângulos mesio-incisal e disto-incisal.




      Fig.29 Durante o seu ajuste nos dentes anteriores, na região da papila
      interdental, o contato interdental deve ser mantido a uma distância de 2.0-3.0
      mm acima da linha de terminação do preparo, principalmente quando as
      informações da papila interdental no modelo de gesso não estão fielmente
      reproduzidas.




                                                                                    16
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                       30




                31                              32

      Figs.30 a 32 - A correta localização dos contatos interproximais vão definir a
      extensão vertical desses contatos, onde essas áreas vão diminuindo a partir dos
      dentes centrais devido a mudança da área de contato para o centro do dente e
      se alarga no sentido vestibulo-palatino como resultado da mudança na
      proporção largura-espessura dos dentes.
             Podemos observar os diferentes tamanhos das áreas dos contatos
      interdentais, onde a > b > c

                      espaços interdentais     ponto de contato




      Fig.33 - Vista incisal dos espaços interdentais; os espaços interdentais se
      alargam onde A<B<C, e os espaços interdentais por palatino também se
      alargam sendo c<b<a.

                                                                                   17
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          4. Ângulos Interincisais

             Nas pontes fixas, um disco diamantado flexível em baixa rotação é
      bastante adequado para a criação dos ângulos interincisais.
             O ângulo mesial de todos os dentes é menor e agudo do que o ângulo
      distal, enquanto o ângulo distal é caracteristicamente arredondado e largo.
      Após a demarcação com um lápis da posição dos contatos interproximais,
      inicia-se o desgaste dos ângulos interincisais com uma broca de tungstênio a
      partir dos dentes centrais.(Figs.34 e 35)
             Com o desgaste de um dos lados, já é possível se notar as diferenças e a
      individualização dos dentes entre os dois lados. (Fig.36) Esses ângulos tem
      uma configuração de um “v” invertido estreito entre os centrais, “v” invertido
      assimétrico entre o central e o lateral e “v” invertido amplo entre o lateral e o
      canino.8 (Figs.37 e 38)




       34                                           35

      Figs.34 e 35 – Após a demarcação do ponto de contato interproximal incisal
      com um lápis, uma broca Jota no. CX 23F 023 é utilizada para o ajuste dos
      ângulos interincisais, começando pelos incisivos centrais.




                                                                                     18
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      Fig.36 - Observar a individualização dos dentes do lado esquerdo com a
      criação dos ângulos interincisais quando comparado com o lado oposto.




                37




                38
      Figs.37 e 38 – Individualização dos ângulos interincisais segundo Magne e
      Belser.

                                                                                  19
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          5. Posição da Borda Incisal

             A posição da borda incisal determina o trespasse horizontal e o
      trespasse vertical com uma medida média de 2 a 4 mm.
             O trespasse horizontal é a projeção dos dentes sobre os seus
      antagonistas no plano horizontal. (Fig.39)
             O trespasse vertical é a sobreposição dos dentes sobre seus antagonistas
      no plano vertical. (Figs.40 e 41) Um profundo trespasse vertical interfere na
      abertura, protrusão, nos movimentos laterais e é potencialmente prejudicial à
      articulação temporomandibular na dentição permanente.9
             A posição da borda incisal deve ser definida durante a fase das coroas
      provisórias. Uma discrepância de 0,5mm é o máximo tolerável para a
      reconstrução anterior das coroas definitivas, onde clinicamente os fatores
      fonéticos e as linhas dos lábios inferiores vão contribuir para definir a correta
      posição vestíbulo lingual da borda incisal.10
             O modelo das coroas provisórias é extremamente útil para se copiar a
      posição da borda incisal, que deve ser montado contra o modelo inferior e uma
      guia de silicone é feita com os modelos em oclusão.(Fig.42)




                Fig.39 – O trespasse horizontal é a projeção dos dentes sobre
                seus antagonistas no plano horizontal.




                                                                                     20
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        40                                        41




                     42


      Fig.40 e 41 – O trespasse vertical é a sobreposição dos dentes sobre seus
      antagonistas no plano vertical, que podem sofrer variações de 2.0 a 4.0 mm.

      Fig.42 – Guia de silicone para a orientação da posição do trespasse vertical e
      horizontal.




                                                                                       21
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          6. Configuração da Ponta Incisal

             As diferentes alturas entre os dentes centrais, laterais e caninos, onde os
      laterais estão abaixo dos centrais e caninos com variações entre 0,5 mm e
      1,5mm, vão dar uma configuração com uma forma de “asa de gaivota”11,
      tornando assim um sorriso mais jovem e esteticamente agradável.(Fig.43)
             O movimento de protrusão e latero-protrusão ajudam a definir estas
      alturas com o estabelecimento da guia anterior.




      Fig.43 – Agradável configuração da ponta incisal onde os laterais se
      apresentam mais baixos que os centrais e caninos




                                                                                      22
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          7. Posição Tridimensional do Implante

            Adequada altura óssea, volume de tecido mole, posição tridimensional
      do implante e seu desenho, são alguns dos fatores que devem ser considerados
      antes do início do tratamento.9
            Algumas distâncias devem ser respeitadas para que no aspecto
      tridimensional, o implante possa restabelecer todos os requisitos estéticos
      desejados. (Fig.44) O conhecimento da morfologia do contorno cervical dos
      dentes naturais é imprescindível para o correto desenvolvimento do perfil de
      emergência e contorno cervical das restaurações sobre implantes.(Figs.45e
      46)12
            A colocação errada do implante na região anterior pode “mutilar” do
      ponto de vista estético um paciente para o resto da sua vida.




            Fig.44 – Ideal posição tridimensional do implante.




                45                             46

      Figs.45 e 46 – O sucesso da restauração na região anterior depende da alta
      qualidade das restaurações provisórias e a sua duplicação nas restaurações
      definitivas.


                                                                                   23
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      Ajustes Morfológicos

             Devemos ter em mente a morfologia dos dentes naturais e as suas
      características de superfície que serão desenvolvidos, assim como as suas
      diferenças básicas.
             Para isto, é imperativo que os estudantes de odontologia, dentistas e
      técnicos de prótese denta, durante o período de graduação e durante a sua vida
      profissional, pratiquem técnicas de escultura com perfeição baseados nos
      dentes naturais.
             Os profissionais devem estar visualmente treinados e para isto os dentes
      naturais devem servir como um objeto direto de observação, portanto os
      modelos de gesso de dentes naturais são mais efetivos para esse tipo de
      treinamento do que usar os próprios dentes naturais como modelo. O ato de
      contornar o dente, essencialmente, reduz-se a um treinamento visual para
      apreciar os dentes naturais e treinar as mãos para expressar o que os olhos
      vêem13. É importante ressaltarmos que a visão que temos dos dentes
      observados isoladamente, principalmente laterais e caninos, é diferente de
      quando observamos esses mesmos dentes numa vista frontal.
             Uma coletânea de modelos dos dentes naturais superiores e inferiores
      com diferentes morfologias e características, é extremamente útil para se
      arquivar e ter à disposição importantes informações quanto ao arranjo e a
      morfologia da estética natural.14
             O estudo antecipado dos trabalhos através do enceramento de
      diagnóstico e confecção de restaurações provisórias de alta qualidade, prevê
      um perfeito arranjo, padrão oclusal e adequada morfologia das restaurações
      definitivas.(Figs.47 a 49). A partir do enceramento de diagnóstico são
      produzidas guias de silicone para confecção das infra-estruturas com duplo
      escaneamento e controle dos trespasses horizontal e vertical.(Figs.50 e 51)




                                                                                   24
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       47                         48                         49




                    50




                    51

                Figs.47 a 49 – Importância do enceramento de diagnóstico para o
                planejamento, arranjo e a morfologia das restaurações definitivas.

                Figs. 50 e 51 – Guias de silicones são produzidas a partir do
                enceramento de diagnóstico.

                                                                                     25
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                Podemos classificar os dentes em três morfologias básicas:
                Quadrado, Triangular e Oval.
            A observação das características de superfície das formas básicas dos
      dentes nas diferentes vistas, é muito útil para o seu desenvolvimento
      morfológico e a diferenciação de cada um.13(Fig.52)




      Fig.52 – Três morfologias básicas e suas características de superfície



                                                                               26
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             Um enceramento de diagnóstico de alta qualidade baseado nos
      provisórios após a moldagem para a confecção das restaurações definitivas,
      vai dar ao técnico dental um total controle para a confecção dessas
      restaurações.
             O intercâmbio do enceramento pela infra-estrutura permite executar a
      reabilitação como coroas unitárias uma a uma, pois o enceramento de todos os
      outros dentes vai manter todas as informações necessárias como o trespasse
      horizontal, trespasse vertical, dimensão vertical, padrão oclusal e distância
      mésio-distal entre os dentes. (Figs.53 e 54)
             A partir de agora podemos começar a desenvolver as morfologias
      tridimensionais dos dentes anteriores.




                53




                54

      Figs.53 e 54 - O enceramento de diagnóstico contribui para a alta qualidade
      das reabilitações através da construção individualizada de cada dente.




                                                                                    27
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            O desenvolvimento da morfologia dos dentes anteriores será executado
      de uma forma prática e objetiva, independente do tipo morfológico, nas
      seguintes etapas:

      1. Ponta Incisal
      2. Contorno do Plano Vestibular
      3. Contorno das Cristas Marginais Vestibulares e Superfícies de Transição
         Proximal
      4. Linha Cervical
      5. Concavidade Cervical Vestibular
      6. Contorno das Cristas Marginais da Região Palatina

          1. Ponta Incisal

             A ponta incisal no incisivo central é reta, onde as suas cristas terminam
      quase no mesmo nível. Nos dentes lateral e canino, a crista central é mais alta
      quando comparada com as mesial e distal e vai se tornando cada vez mais
      afinada quando comparada com o central. A crista mesial dos dentes anteriores
      é sempre mais alta quando comparada com a distal. Essa morfologia
      praticamente já foi desenvolvida com o ajuste dos contatos oclusais, posição
      dos contatos interproximais, criação dos ângulos interincisais e dos
      movimentos mandibulares em protrusão e latero-protrusão. (Figs.55).




      Fig.55 – Diferentes alturas das cristas mesial e distal do lateral e canino,
      quando comparada com o central.




                                                                                    28
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          2. Contorno do Plano Vestibular
             A superfície vestibular é composta por 3 planos: Plano Incisal, Plano
      Médio e Plano Cervical. O plano médio é relativamente extenso e reto, e seu
      tamanho corresponde a 2/4 da extensão do plano vestibular. O plano incisal e
      cervical são inclinados e ocupam 1/4 cada da extensão do plano
      vestibular.Fig.56 As referências estéticas como a linha de sorriso e o plano
      oclusal servem como guia desde que não interfira no esquema oclusal.14
             Com um lápis demarcar os três planos, e com uma broca de maior
      tamanho executar desgastes rápidos e precisos. O primeiro desgaste deve ser
      iniciado pelo quarto incisal e posteriormente pelo quarto cervical, criando-se
      naturalmente o plano médio. Numa vista proximal, o plano incisal tem
      diferentes inclinações, tornando-se cada vez mais inclinados no lateral e
      canino quando comparado com o central. O limite entre os planos cervical e
      médio é denominado de linha de inspeção, e a sua posição muda de forma
      significativa entre os dentes anteriores, com um deslocamento para incisal no
      lateral e canino quando comparado com o central, tanto por vestibular como
      por palatino (Figs.57 e 58)




                56




                                                                                  29
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                  57




          58


      Fig.56 – Demarcação do plano vestibular para a criação dos três planos

      Fig.57 - Etapas de desgaste para a criação dos três planos vestibulares, onde a
      linha que divide o plano médio e o cervical é denominada de linha de
      inspeção.

      Fig.58 – Diferentes inclinações dos planos incisais onde A>B>C e suas linhas
      de inspeção com deslocamentos para incisal onde c>b>a (Adaptado de
      Nishimura)15


                                                                                    30
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          3. Contorno das Cristas Marginais Vestibulares e Superfícies de
             Transição Proximal

             A partir do incisivo central, as cristas marginais mesial e distal mudam
      para baixo e se deslocam cada vez mais em direção às superfícies de contato.
             A superfície que vai da crista marginal vestibular até toda extensão do
      contato interproximal é denominada de superfície de transição proximal, e que
      possuem tamanhos variados. A área compreendida entre as cristas marginais
      mesial e distal é denominada de área plana. (Fig.59)
             Todas as superfícies dos dentes devem estar uniformes antes de se
      definir as cristas marginais e que são identificadas através das linhas de
      reflexão. Essas linhas de reflexão ou cristas marginais já existentes são
      evidenciadas com um lápis de cor vermelho, riscando-se de incisal para
      cervical e que deve estar posicionado com uma inclinação aproximada de 20
      graus. Com um lápis de cor azul serão definidas as cristas marginais
      adequadas ao caso em questão e com uma broca CX 23F 023 desgastar as
      linhas vermelhas, deixando somente as linhas azuis. (Fig.60) Muitas vezes
      devemos criar cristas marginais e áreas planas diferentes nos dentes
      homólogos, por uma diferença de largura entre eles, onde através de ilusão
      ótica pode se disfarçar essas diferenças. A partir das cristas marginais os
      desgastes devem ser feitos na direção da região proximal de forma cuidadosa,
      sem tocar a área do contato interproximal previamente ajustada, criando–se
      assim as superfícies de transição proximal. Determinada as cristas
      marginais, a união dos pontos extremos dessas cristas vão gerar pontos de
      referências através de uma reta, que são transferidos para os dentes
      homólogos, ajudando a determinar a localização das cristas marginais,
      superfícies de transição e áreas planas nesses dentes.(Fig.61)




                                                                                   31
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                                 área plana



      Fig.59 – Cristas marginais vestibulares, superfícies de transição e áreas planas,
      responsáveis pelo aspecto tridimensional dos dentes naturais.




      Fig.60 – Linhas de referência para a criação das cristas marginais.



                                                                                     32
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                                  cristas marginais vestibulares

                                      pontos de referência



      Fig.61 – Pontos de referência para a criação das cristas marginais nos dentes
      homólogos.




                                                                                      33
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          4. Linha Cervical

            A linha cervical é a linha que separa a coroa anatômica da raiz, onde
      numa vista vestibular ela é quase horizontal no incisivo central e gradualmente
      se curva para baixo no incisivo lateral e canino. (Fig.62)
            Numa vista proximal, a partir do incisivo central, a linha cervical se
      torna progressivamente mais horizontal no incisivo lateral e canino, devido à
      proporção da extensão vestíbulo-palatino para a extensão mesio-distal
      (proporção largura- espessura) se tornar larga.
            As linhas cervicais são delineadas 2 mm abaixo do nível gengival e
      gentilmente desenvolvidas com a broca no. CX 30 MF 023, Jota, ao redor do
      dente com diferentes alturas, onde a<b<c. (Figs.63 a 65)




      Fig.62 – Diferentes alturas das linhas cervicais observadas por vestibular.
      (Adaptado de Nishimura)15




                                                                                    34
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                63




        64                               65


      Figs.63 a 65 – O nível gengival é contornado com um lápis ao redor de todo o
      dente e uma segunda linha é feita 2mm abaixo do nível gengival para se criar
      as linhas cervicais.




                                                                                 35
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          5. Concavidade Cervical Vestibular

            A concavidade na área cervical é uma curva que vai em direção ao
      centro do dente. A concavidade cervical distal esta localizada mais para
      cervical e com maior concavidade e invadindo a área proximal quando
      comparada com a mesial. Essa concavidade é mais evidente nos dentes laterais
      e caninos e a sua configuração torna a torção dos dentes cada vez mais
      evidente.

          6. Contorno das Cristas Marginais da Região Palatina

             Uma observação da superfície palatina mostra que o incisivo central
      tem cristas incisais proximais bem desenvolvidas e cristas central e secundária
      pouco desenvolvidas. As cristas central e secundária se tornam cada vez mais,
      melhor desenvolvidas e claramente visíveis no incisivo lateral e canino.
      (Fig.65)




       Fig.65 – Desenvolvimento das cristas na face palatina dos dentes anteriores.
      Adaptado de Nishimura15.




                                                                                   36
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      Pontos Importantes para o Desenvolvimento Anatômico
      dos Dentes Anteriores

             Toda esta etapa do trabalho será baseada no trabalho do técnico dental, o
      Sr. Yoshimi Nishimura15. Existe um padrão das anatomias dos dentes anteriores
      que mudam gradualmente do incisivo central para o incisivo lateral e para o
      canino. A compreensão dessas modificações em pontos específicos irá
      contribuir para o sucesso da integração estética da restauração.
             Serão destacados dez pontos importantes, seis nas superfícies vestibulares
      e quatro nas superfícies linguais, onde os pontos de 1 até 4 e 7 até 10
      determinam a escultura da cúspide da ponta incisal, quando os dentes são
      observados por vestibular. Os pontos 5 e 6 determinam a constrição e torção do
      contorno cervical.(Figs 66 a 68)




                66




                                                                                     37
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                67




                68


      Figs.66 a 68 – 6 pontos vestibulares, 4 pontos palatinos e todos os 10 pontos
      observados por incisal para o desenvolvimento morfológico dos dentes
      anteriores. (Adaptado de Nishimura)15




                                                                                 38
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          1. Pontos Importantes Na Superfície Vestibular

             Pontos de 1 até 4 marcam as posições do sulco em forma de V na
      superfície vestibular do dente, e pontos de 5 até 6 corresponde às linhas
      côncavas mesial e distal (Figs.66 e 68). Para o incisivo lateral e canino, os
      pontos de 1 a 4 devem ser esculpidos de forma que eles se espalhem para mesial
      e distal, então eles se tornarão mais baixos na ponta incisal mesial e lingual
      enquanto se curvam na direção proximal. Pontos de 1 até 4 devem ser
      esculpidos mais profundos nos dentes anteriores que se afastam da linha
      mediana e para se dar um maior destaque das cristas centrais, os pontos 2 e 3
      devem ser esculpidos ainda mais profundos em relação aos pontos 1 e 4.
      Com a broca no CX 138F 023, Jota, desgastar entre os pontos marcados de
      forma que se deve sempre identificar a localização e profundidade desses pontos
      quando temos dentes homólogos a serem copiados.
      Com a mesma broca são desgastados os pontos 5 e 6, que são responsáveis pela
      constrição e expressará a torção dos dentes na região cervical das coroas
      anatômicas. A escultura dos pontos 5 é realizada primeiramente nas superfícies
      de transição proximal mesial e os pontos 6 têm uma localização mais cervical e
      são esculpidos mais profundos nos dentes que se afastam da linha mediana.
      Observar a diferença nos modelos de trabalho antes e depois dos desgastes.
      (Figs.69 e 70)




            69                                   70

      Fig.69 – Áreas que devem ser desgastadas entre os pontos 1 e 2 , 3 e 4, para a
      criação dos “Vs” vestibulares e as áreas dos pontos 5 e 6, responsáveis pela
      constrição e torção da região cervical .

      Fig.70 – Modelo de trabalho após o desgaste dos seis pontos vestibulares



                                                                                   39
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            2. Pontos Importantes Na Superfície Palatina

             Pontos de 7 a 10 marcam a posição dos sulcos em forma de “V” na
      superfície palatina dos dentes No incisivo central eles se encontram
      praticamente no mesmo nível, no lateral e canino eles têm diferentes alturas,
      sendo os pontos 7 e 10 localizados mais abaixo quando comparados com o
      incisivo central.(Fig.71) No incisivo lateral e canino, os pontos 1, 7, 4 e 10,
      nessa ordem, são esculpidos profundos na direção vestíbulo lingual.
             Uma broca em forma de chama de vela é ideal para o desgaste dos pontos
      demarcados na face palatina pelo natural desenvolvimento da sua morfologia.
      (Fig.72)




       71                                     72

      Figs.71 e 72 – Desenvolvimento anatômico da face palatina para a criação dos
      “Vs” palatinos. Observar o resultado após os desgastes na fig.72




                                                                                   40
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      Textura de Superfície
             As diversas irregularidades dos dentes naturais vão criar diferentes
      características superficiais que vão depender da idade, posicionamento dos
      dentes e dureza do esmalte. A queima do glaze é uma importante etapa para a
      reprodução e manutenção da textura de superfície quando o material utilizado
      é a porcelana. (Figs.73 e 74)
             A textura de superfície é uma das etapas mais difíceis de serem
      realizadas porque exige um intenso treinamento visual e o resultado final,
      também depende muito da sensibilidade do operador durante os desgastes na
      correta utilização das brocas de acabamento.




                         73




                        74

      Figs. 73 e 74 - Diferentes texturas de superfície observada nos dentes naturais



                                                                                        41
Adolfi - 2009



         O desenvolvimento da textura de superfície dos dentes anteriores será
      executado, nas seguintes etapas:

          1.    Cristas Transversais
          2.    Sulcos Transversais
          3.    Microtexturas Superficiais
          4.    Periquimáceas ou Linhas Circunferenciais
          5.    Trincas Superficiais
          6.    Brilho Superficial

        1. Cristas Transversais

         As cristas transversais devem ser desenvolvidas em baixa rotação com uma
      pedra Shofu Dura Green n° TC4 nos materiais cerâmicos, de forma que elas
      mantenham uma largura e localização compatível com o dente contra-lateral
      (homólogo). As cristas transversais são desenvolvidas de uma superfície
      proximal a outra, de forma sinuosa e mantendo–se paralelas umas com as
      outras.

        2. Sulcos Transversais

         Os sulcos transversais são desenvolvidos de cervical para incisal com uma
      pedra Dura Green n° TC1 nos materiais cerâmicos com a ponta plana e com
      inclinações diferentes umas das outras para se criar diferentes larguras e
      profundidades desses sulcos.
             Os sulcos transversais vão se tornando cada vez mais largos e menos
      profundos à medida que caminham para incisal.

        3. Microtexturas Superficiais

             As microtexturas superficiais são bastante variadas e uma observação
      cuidadosa dos dentes através de fotografias digitais e modelos de gesso
      obtidos de moldagens com alta qualidade, assim como a posição adequada de
      uma luminária, são informações bastante efetivas para o desenvolvimento das
      microtexturas superficiais. Uma broca diamantada n° 701 é bastante útil para
      esta etapa.
             Neste ponto todas as características superficiais devem ser suavizadas
      com uma pedra Shofu Dura Green para um melhor efeito ótico da restauração.



                                                                                 42
Adolfi - 2009




        4. Periquimáceas ou Linhas Circunferenciais

             As periquimáceas são sutis sulcos circunferencias que circundam todo
      o dente e que são criadas utilizando- se uma pedra Shofu Dura Green n° TC1
      modificada com um disco diamantado rígido para ficar com uma forma de
      bala. As periquimáceas são mais evidentes nos dentes jovens e vão
      desaparecendo à medida que esses dentes sofrem um processo de abrasão. A
      partir da região central incisal e com a pedra praticamente paralela à face
      vestibular, pequenos círculos são descritos e que a medida que caminham
      para a região cervical, tornam-se cada vez mais paralelas. (Fig.75) Nas resinas
      uma broca resina CX 23 F 023, Jota, deve ser utilizada com os mesmos
      princípios aplicados com as brocas para cerâmica.




      Fig.75 – Posicionamento da broca para resina CX 23 F 023, Jota, paralela à
      face vestibular.




                                                                                   43
Adolfi - 2009




        5. Trincas Superficiais

            As trincas superficiais são pequenas depressões localizadas somente no
      esmalte dental e que correm a superfície do dente de cervical para incisal.
      (Fig.76)
            Nos materiais cerâmicos se utiliza uma broca diamantada n° 701 com
      um motor de peça de mão em alta velocidade, correr somente a ponta da broca
      de cervical para incisal de forma bastante delicada e com pouca pressão. Nas
      resinas Bis-Acryl é utilizada a broca CX 23F 023, Jota (Fig.77) Quando
      observamos essas trincas, elas são pouco perceptíveis, e se destacam após a
      queima do glaze, quando se utiliza um sistema cerâmico.




      76                                                77

      Fig.76 – Delicada trinca superficial observada nos dentes naturais e que
      geralmente não avançam para a região incisal.

      Fig.77 – Desenvolvimento das trincas superficiais na resina Bis-Acryl com
      uma broca apropriada.




                                                                                  44
Adolfi - 2009



        6. Brilho Superficial

             Além da textura superficial, o brilho superficial constitui um dos fatores
      mais importantes para a natural integração das restaurações. O polimento
      superficial pode ser classificado como de alto brilho, médio brilho e baixo
      brilho, onde esse controle pode ser obtido através de um polimento com
      borrachas abrasivas, roda de feltro com pedra pomes e pasta
      diamantada.(Figs.78 e 79)
             Se a textura de superfície e o brilho superficial não forem precisamente
      reproduzidos, a reflexão e a transmissão da luz terão um comportamento
      diferente ao dos dentes naturais e vão ter uma aparência artificial mesmo
      quando a forma e a cor estiverem satisfatórias.16
             Para o polimento da resina Bis-Acryl, diferentes rodas de polimento são
      utilizados como observado nas Fig.80. O resultado final pode ser observado
      nas Figs.81 a 83




      78                                   79
      Figs.78 e 79 – Diferentes brilhos superfíciais nos dentes naturais




      Figs.80 – Diferentes rodas de polimento para um adequado brilho superficial.


                                                                                     45
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         81




      82                                       83

      Conclusão
             Devemos considerar a importância de se ter uma harmonia entre os
      critérios funcionais, estéticos e morfológicos, para se melhorar a qualidade das
      reabilitações dos dentes anteriores.
             Com a utilização da resina Bis-Acryl, é possível de uma forma
      organizada e objetiva desenvolver todos os requisitos estéticos morfológicos e
      funcionais e utilizar essas informações nos materiais de reconstrução
      definitiva.
             Somente através de uma educação e treinamento contínuo, tanto do
      clínico como do técnico dental, e uma boa comunicação entre eles, poderá se
      produzir restaurações de alta qualidade.


                                                                                    46
Adolfi - 2009




      Referências:

      1. Adolfi D, Guedes CM. Amelogenesis Imperfecta—Rehabilitation with Procera Crowns:
      A clinical case. Spectrum Cosmetic 2008:6–16.
      2. Miller EL, Bodden WR Jr, Jamison HC. A study of the relationship of the dental midline
      to the facial median line. J Prosthet Dent 1979;41:657–660.
      3. Andrews LF. The six keys to normal occlusion. Am J Orthod 1972;62:296–309.
      4. Andrews LF. Straight-Wire: The Concept and Appliance. San Diego: LA Wells, 1989.
      5. Krishnan IS, Kheur MG. Esthetic considerations for the interdental papilla: Eliminating
      black triangles around restorations: A literature review. J Indian Prosthodont Soc
      2006;6:164–169.
      6. Tarnow DP, Magner AW, Fletcher P. The effect of distance from the contact point to the
      crest bone of the presence or absence of the interproximal dental papilla. J Periodontol
      1992;68:995–996.
      7. Aiba N. Breaking the boundaries: Creating the ideal cervical contour for closing
      interproximal space. Quintessence Dent Technol 1999;22:15–32.
      8. Magne P, Belser U. Bonded Porcelain Restorations in the Anterior Dentition: A
      Biomimetic Approach. Chicago: Quintessence, 2001.
      9. Saadoun AP, LeGall M, Touati B. Selection and ideal tridimensional implant position for
      soft tissue aesthetics. Pract Periodontics Aesthet Dent 1999;11:1063–1072.
      10. Chiche GJ, Pinault A. Esthetics of Anterior Fixed Prosthodontics. Chicago:
      Quintessence, 1994.
      11. Kessler JC. Maximizing the esthetic potential of ceramo metal restorations. The
      American Academy of Crown and Bridge Prosthodontics(1991)
      12. Touati B, Guez G, Saadoun A. Aesthetic soft tissue integration and optimized
      emergence profile: Provisionalization and customized impression coping. Pract
      Periodontics Aesthet Dent 1999;11:305–314.
      13. Yamamoto M, Miyoshi Y, Kataoka S. Special discussion-Fundamentals of esthetics:
      Contouring techniques for metal ceramic restorations. Quintessence Dent Technol
      1991;14:10–81.
      14. Kataoka S, Yoshimi N. Nature’s Morphology—An Atlas of Tooth Shape and Form.
      Chicago: Quintessence, 2002.
      15. Nishimura Y. Reconstruction of coronal anatomy in ceramic restorations of the anterior
      teeth. Quintessence Dent Technol 1994;17:67–94.
      16. Adolfi D. Natural Esthetics. Chicago: Qunitessence, 2003.




                                                                                             47

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  • 1. Desenvolvimento Funcional, Estético e Morfológico dos Dentes Anteriores. Dario Adolfi* A alta qualidade estética exigida em todos os setores da sociedade, não poderia deixar de ser também bastante exigida na odontologia estética restauradora. Atualmente com o desenvolvimento dos materiais restauradores em termos de propriedades mecânicas e ópticas, os mesmos possuem capacidade de mimetizar e reproduzir de forma natural as estruturas dentais. Entretanto mesmo com toda a evolução alcançada, este desenvolvimento não basta para se obter excelência na finalização estética de um caso clínico. Na maioria das vezes as restaurações anteriores são desenvolvidas de forma arbitrária e sem nenhuma referência, levando à criação de restaurações com grande comprometimento estético. (Fig.1) O sucesso de uma restauração unitária ou de uma reabilitação da dentição anterior vai depender do conhecimento da biologia ao redor do dente ou do implante, e uma perfeita comunicação entre o protesista, cirurgião e do técnico dental para uma perfeita integração funcional, estético e morfológico desses trabalhos. A importância do conhecimento das variações morfológicas básicas dos dentes anteriores (quadrado, triangular e oval) e suas características individuais, como os sulcos de desenvolvimento, altura das cristas, etc.., não serão suficientes se não se seguir um protocolo de ajuste funcional, estético e morfológico com base em um checklist estético1. (Fig.2) Este artigo vai mostrar todas essas etapas, que podem ser executadas como forma de treinamento contínuo pelos alunos de graduação, clínicos e técnicos dentais, independente do sistema ou material restaurador selecionado. (cerâmica, resina ou cera) Todas as etapas dos trabalhos são executadas através de uma técnica de redução e acabamento apropriado para se atingir não só a morfologia natural das restaurações, mas a sua integração estética como um todo.
  • 2. Adolfi - 2009 Fig.1 – Restaurações anteriores com alto comprometimento estético Fig.2 – Checklist estético modificado por Adolfi 2
  • 3. Adolfi - 2009 Modelo de Treinamento Funcional, Estético e Morfológico Um modelo mestre de gesso tipo 4, com troqueis removíveis de canino a canino em resina composta para restaurações provisórias, genericamente denominada Bis-Acryl (Venus-Heraeus-Kulzer), sem nenhum requisito estético estabelecido, vai dar toda a oportunidade de se iniciar o desenvolvimento funcional, estético e morfológico.(Figs.3 a 5) Os modelos foram montados em um articulador semi-ajustável, sem os dentes anteriores, pois os mesmos apresentam interferências oclusais e que devem ser ajustados posteriormente. (fig.6) Uma coleção de brocas para acabamento de metal (Jota, Ruthi, Switzerland) foram selecionadas exclusivamente para os ajustes da resina bis- acryl, não sendo indicadas para os ajustes das restaurações cerâmicas.(Fig.7) Os procedimentos de ajustes podem ser divididos em 3 categorias: Funcional, Estético e Morfológico. Fig.3 – Vista vestibular dos dentes em resina Bis-Acryl com extensão da raiz para o desenvolvimento da morfologia cervical. 3
  • 4. Adolfi - 2009 Fig.4 – Vista palatina Fig.5 – Modelo de gesso com os contornos gengivais 4
  • 5. Adolfi - 2009 Fig.6 – Modelos montados em um articulador semi-ajustável para futuro ajuste funcional. Fig.7 – Brocas utilizadas para os procedimentos do ajustes oclusais. 5
  • 6. Adolfi - 2009 Ajustes Funcionais Os ajustes funcionais visam determinar os contatos oclusais, dimensão vertical de oclusão, plano e padrão oclusal estabelecido pelas coroas provisórias como as guias caninas, em grupo anterior, grupo parcial ou total. O procedimento que fundamenta a reabilitação oral esta fortemente baseado no restabelecimento da dimensão vertical mediante a correta relação maxilo- mandibular iniciando o processo reabilitador pelas guias anteriores. 1. Ajuste dos contatos interproximais Um papel de articulação de 8μm é colocado entre os dentes centrais que visa checar as interferências interproximais, devendo ser ajustados quando necessário, (broca CX 23F 023, Jota) estabelecendo a correta posição dos dentes no modelo mestre.(Figs.8 e 9) O contato deve ser deixado um pouco mais apertado para garantir a sua estabilidade após as etapas de polimento. Todos os outros dentes devem seguir os mesmos procedimentos de ajuste. (Figs.10 e 11) Nos casos clínicos um modelo de trabalho troquelizado é utilizado para esse tipo de ajuste e uma pequena pressão no papel de articulação, não permitindo que o mesmo se rasque, vai garantir uma boa qualidade dos contatos interproximais. A correta localização dos contatos interproximais pode ser observada na Fig.29. Neste momento não será analisada a importância da posição e a extensão do contato interproximal, onde a sua influência estética será discutida durante o desenvolvimento estético e morfológico. 6
  • 7. Adolfi - 2009 Fig.8 – Identificando a interferência do contato interproximal com um papel de articulação de 8μm Fig.9 – Ajuste da área marcada entre os dentes, iniciando-se o desenvolvimento do espaço interproximal e a área de transição proximal. 7
  • 8. Adolfi - 2009 10 11 Figs.10 e 11 - Ajuste de todos os contatos interproximais 2. Ajuste dos contatos oclusais O articulador deve ser ajustado através do pino incisal, com os dentes anteriores fora do modelo mestre, garantindo assim a correta dimensão vertical de oclusão estabelecida pelos dentes remanescentes posteriores. As interferências oclusais são detectadas com um papel de articulação de 40μm (Baush, Koln, Germany), iniciando pelos dentes centrais. (Fig.12) O desgaste deve acompanhar a morfologia da região palatina, e executada com uma broca em forma de chama no. CX 77MF 023 (Jota). (Fig.13) Esses desgastes vão estabilizar a posição do dente e a dimensão vertical de oclusão, que pode ser conferido através do pino incisal do articulador, quando o mesmo começa a reter a lamina metálica para teste de oclusão. 8
  • 9. Adolfi - 2009 Fig.12 – Ajuste oclusal dos dentes centrais utilizando-se um papel de articulação de 40μm Fig. 13 – Ajuste dos contatos das cristas marginais palatina com uma broca em forma de chama. 9
  • 10. Adolfi - 2009 3. Ajuste dos movimentos protrusivos e latero-protrusivos Os articuladores dentais nesta etapa têm um papel fundamental para a criação das características individuais das pontas incisais e suas guias incisais individualizadas, estabelecendo-se as áreas de abrasão freqüentemente encontrados nos dentes caninos naturais. (Figs.14 e 15) 14 15 Figs.14 e 15 – Observar as diferenças entre as pontas incisais dos dentes anteriores, que foram individualizadas pela posição dos dentes antagonistas e os movimentos mandibulares. As diferenças individuais de cada dente vão estabelecer uma harmonia sem simetria, altamente influenciada pela disposição dos dentes antagonistas e dos movimentos mandibulares. A não criação dessas características individuais, na tentativa de se deixar os dentes simétricos, promoverá interferências com possível comprometimento das estruturas do periodonto de proteção e suporte dos dentes ou fraturas do material restaurador. Com o papel de articulação de 40μm, são identificadas as interferências nos movimentos de protrusão e latero-protrusão. (Figs.16 e 17) Essas interferências devem ser ajustadas cuidadosamente para não se perder a morfologia individualizada dada pelos movimentos mandibulares de protrusão e latero-protrusão. (Figs.18 e 19) Utilizar o mesmo instrumento de desgaste da Fig.13 para o ajuste dos movimentos mandibulares, onde o contato cêntrico deve ser preservado e remodelando somente a trajetória protrusiva interferente. 10
  • 11. Adolfi - 2009 16 17 Figs.16 e 17 - Interferências durante os movimentos mandibulares. 18 19 Figs.18 e 19 – As pontas incisais são individualizadas pelos movimentos protrusivo e latero-protrusivo. 11
  • 12. Adolfi - 2009 Ajustes Estéticos Uma das maiores preocupações nas restaurações estéticas está na manutenção da arquitetura gengival e a presença da papila interdental para preencher a área de contato interproximal dos dentes adjacentes. A harmonia da gengiva e do dente depende de algumas considerações estéticas.(Fig.20) • A posição da gengiva marginal livre comparada com o dente adjacente; • A espessura do tecido mole ao redor da restauração; • Topografia gengival, que pode ser plana ou escalopada; • Textura e a cor do tecido gengival • A forma do dente que pode variar entre quadrado, triangular e oval; • O nível da crista óssea com os dentes adjacentes, assim como o seu contorno, que devem suportar o contorno dos tecidos moles e promover o fechamento do espaço interdental; • A correta posição tridimensional do implante, que vai contribuir para o correto perfil de emergência e contorno gengival. 1. Inclinação da Linha Mediana e Eixo dos Dentes A inclinação da linha mediana deve ser transferida para o modelo mestre através de uma guia de silicone, tendo como referência a posição das coroas provisórias. O eixo vertical da linha mediana é mais importante do que o seu deslocamento. As linhas medianas facial e dental coincidem em 70% das pessoas, as linhas mediana dos dentes superior e inferior não coincidem em quase três quartos da população2, mas a sua inclinação é que vai determinar uma aparência desagradável em termos estéticos, onde somente um grande deslocamento é que vai contribuir como um fator antiestético.(Figs.21 e 22) O eixo dos dentes tem diferentes angulações, os dentes laterais e caninos têm angulações cada vez mais acentuadas para distal, isto é, uma angulação positiva quando comparado com os dentes centrais. O contrário ocorre com as inclinações, onde a partir dos incisivos centrais superiores, elas diminuem em direção aos caninos.3,4(Fig.23) 12
  • 13. Adolfi - 2009 Fig.20 – Considerações estéticas para a harmonia da gengiva e do dente 21 22 Figs. 21 e 22 – Aspecto antiestético devido a um forte deslocamento da linha mediana. Fig.23 – A correta inclinação da linha mediana e do eixo dos dentes devem estabelecer o inicio da composição estética. 13
  • 14. Adolfi - 2009 2. Espaço Interdental O espaço interdental é preenchido pela papila interdental, prevenindo o depósito de placa bacteriana e protegendo o tecido periodontal das infecções. A papila interdental apresenta uma forma cônica ou piramidal e evita a impacção de restos de alimento. Uma das principais razões para a ausência da papila interdental é a perda de suporte periodontal associado a lesões promovidas pela placa bacteriana, assim como a forma alterada da morfologia dos dentes e o contorno inadequado das restaurações e procedimentos de higiene traumáticos.5 Os estudos de Tarnow6 sobre a observação da papila interdental mostra que quando a base do contato interdental esta a uma distância de 5 mm da crista óssea alveolar, em 98% dos casos tem-se a presença da papila interdental. Com as distâncias de 6 mm e 7 mm, somente 56% e 27% vão garantir a presença da papila interdental respectivamente.(Fig.24) Quando da ausência da papila interdental, na fase de confecção das restaurações provisórias, o clínico deve desenvolver um suporte gengival, através de um sobrecontorno dessas coroas e localizando a base do contato interdental o mais cervical possível, evitando-se assim o buraco negro. (Figs.25 e 26) O modelo troquelizado é incapaz de fornecer uma perfeita orientação ao técnico para a construção do perfil de emergência, contorno cervical e o posicionamento da base do contato interdental das restaurações definitivas. O modelo de trabalho com a presença da morfologia gengival vai fornecer informações importantes para ajudar a orientar o técnico no desenvolvimento desses requisitos. (Figs.27 e 28)7 A avaliação final de todos esses requisitos deve ser feita pelo clínico durante a fase de prova das restaurações definitivas. Fotografias intra-bucais também podem contribuir para uma comunicação, principalmente para a correta posição da base do contato interdental pelo técnico, evitando a presença do buraco negro. 14
  • 15. Adolfi - 2009 Fig.24 – Correta localização da base do contato interdental para se prevenir o buraco negro. 25 26 Figs.25 e 26 – Situação inicial (esquerda) comparada com as restaurações provisórias (direita) mostrando o restabelecendo do correto posicionamento do contato interproximal. 27 28 Figs.27 e 28 – Modelo de gesso troquelizado sem nenhuma informação do tecido gengival (esquerda) comparado com o modelo com gengiva (direita) que vai permitir restaurar adequadamente o perfil de emergência e a posição da base do contato interdental. 15
  • 16. Adolfi - 2009 3. Contato Interproximal O contato interdental é uma área que se estende da ponta incisal até a sua posição mais apical nos dentes anteriores.(Fig.29) A posicão incisal dos contatos interdentais tem diferentes localizações e essas posições se localizam cada vez mais para cervical nos laterais e caninos, quando comparado com os dentes centrais. (Figs.30 a 32) O contorno dos dentes deve ser executado sem se desgastar a longa área de contato determinado, assim como o contorno abaixo do mesmo9. Determinado a localização dos contatos interproximais, uma atenção especial deve ser dada nas aberturas dos espaços interdentais, onde numa vista incisal podemos observar que estes se alargam onde A<B<C, e os espaços interdentais por palatino também se alargam sendo c<b<a. Fig.33 A partir da posição incisal dos contatos interdentais serão desenvolvidos os ângulos mesio-incisal e disto-incisal. Fig.29 Durante o seu ajuste nos dentes anteriores, na região da papila interdental, o contato interdental deve ser mantido a uma distância de 2.0-3.0 mm acima da linha de terminação do preparo, principalmente quando as informações da papila interdental no modelo de gesso não estão fielmente reproduzidas. 16
  • 17. Adolfi - 2009 30 31 32 Figs.30 a 32 - A correta localização dos contatos interproximais vão definir a extensão vertical desses contatos, onde essas áreas vão diminuindo a partir dos dentes centrais devido a mudança da área de contato para o centro do dente e se alarga no sentido vestibulo-palatino como resultado da mudança na proporção largura-espessura dos dentes. Podemos observar os diferentes tamanhos das áreas dos contatos interdentais, onde a > b > c espaços interdentais ponto de contato Fig.33 - Vista incisal dos espaços interdentais; os espaços interdentais se alargam onde A<B<C, e os espaços interdentais por palatino também se alargam sendo c<b<a. 17
  • 18. Adolfi - 2009 4. Ângulos Interincisais Nas pontes fixas, um disco diamantado flexível em baixa rotação é bastante adequado para a criação dos ângulos interincisais. O ângulo mesial de todos os dentes é menor e agudo do que o ângulo distal, enquanto o ângulo distal é caracteristicamente arredondado e largo. Após a demarcação com um lápis da posição dos contatos interproximais, inicia-se o desgaste dos ângulos interincisais com uma broca de tungstênio a partir dos dentes centrais.(Figs.34 e 35) Com o desgaste de um dos lados, já é possível se notar as diferenças e a individualização dos dentes entre os dois lados. (Fig.36) Esses ângulos tem uma configuração de um “v” invertido estreito entre os centrais, “v” invertido assimétrico entre o central e o lateral e “v” invertido amplo entre o lateral e o canino.8 (Figs.37 e 38) 34 35 Figs.34 e 35 – Após a demarcação do ponto de contato interproximal incisal com um lápis, uma broca Jota no. CX 23F 023 é utilizada para o ajuste dos ângulos interincisais, começando pelos incisivos centrais. 18
  • 19. Adolfi - 2009 Fig.36 - Observar a individualização dos dentes do lado esquerdo com a criação dos ângulos interincisais quando comparado com o lado oposto. 37 38 Figs.37 e 38 – Individualização dos ângulos interincisais segundo Magne e Belser. 19
  • 20. Adolfi - 2009 5. Posição da Borda Incisal A posição da borda incisal determina o trespasse horizontal e o trespasse vertical com uma medida média de 2 a 4 mm. O trespasse horizontal é a projeção dos dentes sobre os seus antagonistas no plano horizontal. (Fig.39) O trespasse vertical é a sobreposição dos dentes sobre seus antagonistas no plano vertical. (Figs.40 e 41) Um profundo trespasse vertical interfere na abertura, protrusão, nos movimentos laterais e é potencialmente prejudicial à articulação temporomandibular na dentição permanente.9 A posição da borda incisal deve ser definida durante a fase das coroas provisórias. Uma discrepância de 0,5mm é o máximo tolerável para a reconstrução anterior das coroas definitivas, onde clinicamente os fatores fonéticos e as linhas dos lábios inferiores vão contribuir para definir a correta posição vestíbulo lingual da borda incisal.10 O modelo das coroas provisórias é extremamente útil para se copiar a posição da borda incisal, que deve ser montado contra o modelo inferior e uma guia de silicone é feita com os modelos em oclusão.(Fig.42) Fig.39 – O trespasse horizontal é a projeção dos dentes sobre seus antagonistas no plano horizontal. 20
  • 21. Adolfi - 2009 40 41 42 Fig.40 e 41 – O trespasse vertical é a sobreposição dos dentes sobre seus antagonistas no plano vertical, que podem sofrer variações de 2.0 a 4.0 mm. Fig.42 – Guia de silicone para a orientação da posição do trespasse vertical e horizontal. 21
  • 22. Adolfi - 2009 6. Configuração da Ponta Incisal As diferentes alturas entre os dentes centrais, laterais e caninos, onde os laterais estão abaixo dos centrais e caninos com variações entre 0,5 mm e 1,5mm, vão dar uma configuração com uma forma de “asa de gaivota”11, tornando assim um sorriso mais jovem e esteticamente agradável.(Fig.43) O movimento de protrusão e latero-protrusão ajudam a definir estas alturas com o estabelecimento da guia anterior. Fig.43 – Agradável configuração da ponta incisal onde os laterais se apresentam mais baixos que os centrais e caninos 22
  • 23. Adolfi - 2009 7. Posição Tridimensional do Implante Adequada altura óssea, volume de tecido mole, posição tridimensional do implante e seu desenho, são alguns dos fatores que devem ser considerados antes do início do tratamento.9 Algumas distâncias devem ser respeitadas para que no aspecto tridimensional, o implante possa restabelecer todos os requisitos estéticos desejados. (Fig.44) O conhecimento da morfologia do contorno cervical dos dentes naturais é imprescindível para o correto desenvolvimento do perfil de emergência e contorno cervical das restaurações sobre implantes.(Figs.45e 46)12 A colocação errada do implante na região anterior pode “mutilar” do ponto de vista estético um paciente para o resto da sua vida. Fig.44 – Ideal posição tridimensional do implante. 45 46 Figs.45 e 46 – O sucesso da restauração na região anterior depende da alta qualidade das restaurações provisórias e a sua duplicação nas restaurações definitivas. 23
  • 24. Adolfi - 2009 Ajustes Morfológicos Devemos ter em mente a morfologia dos dentes naturais e as suas características de superfície que serão desenvolvidos, assim como as suas diferenças básicas. Para isto, é imperativo que os estudantes de odontologia, dentistas e técnicos de prótese denta, durante o período de graduação e durante a sua vida profissional, pratiquem técnicas de escultura com perfeição baseados nos dentes naturais. Os profissionais devem estar visualmente treinados e para isto os dentes naturais devem servir como um objeto direto de observação, portanto os modelos de gesso de dentes naturais são mais efetivos para esse tipo de treinamento do que usar os próprios dentes naturais como modelo. O ato de contornar o dente, essencialmente, reduz-se a um treinamento visual para apreciar os dentes naturais e treinar as mãos para expressar o que os olhos vêem13. É importante ressaltarmos que a visão que temos dos dentes observados isoladamente, principalmente laterais e caninos, é diferente de quando observamos esses mesmos dentes numa vista frontal. Uma coletânea de modelos dos dentes naturais superiores e inferiores com diferentes morfologias e características, é extremamente útil para se arquivar e ter à disposição importantes informações quanto ao arranjo e a morfologia da estética natural.14 O estudo antecipado dos trabalhos através do enceramento de diagnóstico e confecção de restaurações provisórias de alta qualidade, prevê um perfeito arranjo, padrão oclusal e adequada morfologia das restaurações definitivas.(Figs.47 a 49). A partir do enceramento de diagnóstico são produzidas guias de silicone para confecção das infra-estruturas com duplo escaneamento e controle dos trespasses horizontal e vertical.(Figs.50 e 51) 24
  • 25. Adolfi - 2009 47 48 49 50 51 Figs.47 a 49 – Importância do enceramento de diagnóstico para o planejamento, arranjo e a morfologia das restaurações definitivas. Figs. 50 e 51 – Guias de silicones são produzidas a partir do enceramento de diagnóstico. 25
  • 26. Adolfi - 2009 Podemos classificar os dentes em três morfologias básicas: Quadrado, Triangular e Oval. A observação das características de superfície das formas básicas dos dentes nas diferentes vistas, é muito útil para o seu desenvolvimento morfológico e a diferenciação de cada um.13(Fig.52) Fig.52 – Três morfologias básicas e suas características de superfície 26
  • 27. Adolfi - 2009 Um enceramento de diagnóstico de alta qualidade baseado nos provisórios após a moldagem para a confecção das restaurações definitivas, vai dar ao técnico dental um total controle para a confecção dessas restaurações. O intercâmbio do enceramento pela infra-estrutura permite executar a reabilitação como coroas unitárias uma a uma, pois o enceramento de todos os outros dentes vai manter todas as informações necessárias como o trespasse horizontal, trespasse vertical, dimensão vertical, padrão oclusal e distância mésio-distal entre os dentes. (Figs.53 e 54) A partir de agora podemos começar a desenvolver as morfologias tridimensionais dos dentes anteriores. 53 54 Figs.53 e 54 - O enceramento de diagnóstico contribui para a alta qualidade das reabilitações através da construção individualizada de cada dente. 27
  • 28. Adolfi - 2009 O desenvolvimento da morfologia dos dentes anteriores será executado de uma forma prática e objetiva, independente do tipo morfológico, nas seguintes etapas: 1. Ponta Incisal 2. Contorno do Plano Vestibular 3. Contorno das Cristas Marginais Vestibulares e Superfícies de Transição Proximal 4. Linha Cervical 5. Concavidade Cervical Vestibular 6. Contorno das Cristas Marginais da Região Palatina 1. Ponta Incisal A ponta incisal no incisivo central é reta, onde as suas cristas terminam quase no mesmo nível. Nos dentes lateral e canino, a crista central é mais alta quando comparada com as mesial e distal e vai se tornando cada vez mais afinada quando comparada com o central. A crista mesial dos dentes anteriores é sempre mais alta quando comparada com a distal. Essa morfologia praticamente já foi desenvolvida com o ajuste dos contatos oclusais, posição dos contatos interproximais, criação dos ângulos interincisais e dos movimentos mandibulares em protrusão e latero-protrusão. (Figs.55). Fig.55 – Diferentes alturas das cristas mesial e distal do lateral e canino, quando comparada com o central. 28
  • 29. Adolfi - 2009 2. Contorno do Plano Vestibular A superfície vestibular é composta por 3 planos: Plano Incisal, Plano Médio e Plano Cervical. O plano médio é relativamente extenso e reto, e seu tamanho corresponde a 2/4 da extensão do plano vestibular. O plano incisal e cervical são inclinados e ocupam 1/4 cada da extensão do plano vestibular.Fig.56 As referências estéticas como a linha de sorriso e o plano oclusal servem como guia desde que não interfira no esquema oclusal.14 Com um lápis demarcar os três planos, e com uma broca de maior tamanho executar desgastes rápidos e precisos. O primeiro desgaste deve ser iniciado pelo quarto incisal e posteriormente pelo quarto cervical, criando-se naturalmente o plano médio. Numa vista proximal, o plano incisal tem diferentes inclinações, tornando-se cada vez mais inclinados no lateral e canino quando comparado com o central. O limite entre os planos cervical e médio é denominado de linha de inspeção, e a sua posição muda de forma significativa entre os dentes anteriores, com um deslocamento para incisal no lateral e canino quando comparado com o central, tanto por vestibular como por palatino (Figs.57 e 58) 56 29
  • 30. Adolfi - 2009 57 58 Fig.56 – Demarcação do plano vestibular para a criação dos três planos Fig.57 - Etapas de desgaste para a criação dos três planos vestibulares, onde a linha que divide o plano médio e o cervical é denominada de linha de inspeção. Fig.58 – Diferentes inclinações dos planos incisais onde A>B>C e suas linhas de inspeção com deslocamentos para incisal onde c>b>a (Adaptado de Nishimura)15 30
  • 31. Adolfi - 2009 3. Contorno das Cristas Marginais Vestibulares e Superfícies de Transição Proximal A partir do incisivo central, as cristas marginais mesial e distal mudam para baixo e se deslocam cada vez mais em direção às superfícies de contato. A superfície que vai da crista marginal vestibular até toda extensão do contato interproximal é denominada de superfície de transição proximal, e que possuem tamanhos variados. A área compreendida entre as cristas marginais mesial e distal é denominada de área plana. (Fig.59) Todas as superfícies dos dentes devem estar uniformes antes de se definir as cristas marginais e que são identificadas através das linhas de reflexão. Essas linhas de reflexão ou cristas marginais já existentes são evidenciadas com um lápis de cor vermelho, riscando-se de incisal para cervical e que deve estar posicionado com uma inclinação aproximada de 20 graus. Com um lápis de cor azul serão definidas as cristas marginais adequadas ao caso em questão e com uma broca CX 23F 023 desgastar as linhas vermelhas, deixando somente as linhas azuis. (Fig.60) Muitas vezes devemos criar cristas marginais e áreas planas diferentes nos dentes homólogos, por uma diferença de largura entre eles, onde através de ilusão ótica pode se disfarçar essas diferenças. A partir das cristas marginais os desgastes devem ser feitos na direção da região proximal de forma cuidadosa, sem tocar a área do contato interproximal previamente ajustada, criando–se assim as superfícies de transição proximal. Determinada as cristas marginais, a união dos pontos extremos dessas cristas vão gerar pontos de referências através de uma reta, que são transferidos para os dentes homólogos, ajudando a determinar a localização das cristas marginais, superfícies de transição e áreas planas nesses dentes.(Fig.61) 31
  • 32. Adolfi - 2009 área plana Fig.59 – Cristas marginais vestibulares, superfícies de transição e áreas planas, responsáveis pelo aspecto tridimensional dos dentes naturais. Fig.60 – Linhas de referência para a criação das cristas marginais. 32
  • 33. Adolfi - 2009 cristas marginais vestibulares pontos de referência Fig.61 – Pontos de referência para a criação das cristas marginais nos dentes homólogos. 33
  • 34. Adolfi - 2009 4. Linha Cervical A linha cervical é a linha que separa a coroa anatômica da raiz, onde numa vista vestibular ela é quase horizontal no incisivo central e gradualmente se curva para baixo no incisivo lateral e canino. (Fig.62) Numa vista proximal, a partir do incisivo central, a linha cervical se torna progressivamente mais horizontal no incisivo lateral e canino, devido à proporção da extensão vestíbulo-palatino para a extensão mesio-distal (proporção largura- espessura) se tornar larga. As linhas cervicais são delineadas 2 mm abaixo do nível gengival e gentilmente desenvolvidas com a broca no. CX 30 MF 023, Jota, ao redor do dente com diferentes alturas, onde a<b<c. (Figs.63 a 65) Fig.62 – Diferentes alturas das linhas cervicais observadas por vestibular. (Adaptado de Nishimura)15 34
  • 35. Adolfi - 2009 63 64 65 Figs.63 a 65 – O nível gengival é contornado com um lápis ao redor de todo o dente e uma segunda linha é feita 2mm abaixo do nível gengival para se criar as linhas cervicais. 35
  • 36. Adolfi - 2009 5. Concavidade Cervical Vestibular A concavidade na área cervical é uma curva que vai em direção ao centro do dente. A concavidade cervical distal esta localizada mais para cervical e com maior concavidade e invadindo a área proximal quando comparada com a mesial. Essa concavidade é mais evidente nos dentes laterais e caninos e a sua configuração torna a torção dos dentes cada vez mais evidente. 6. Contorno das Cristas Marginais da Região Palatina Uma observação da superfície palatina mostra que o incisivo central tem cristas incisais proximais bem desenvolvidas e cristas central e secundária pouco desenvolvidas. As cristas central e secundária se tornam cada vez mais, melhor desenvolvidas e claramente visíveis no incisivo lateral e canino. (Fig.65) Fig.65 – Desenvolvimento das cristas na face palatina dos dentes anteriores. Adaptado de Nishimura15. 36
  • 37. Adolfi - 2009 Pontos Importantes para o Desenvolvimento Anatômico dos Dentes Anteriores Toda esta etapa do trabalho será baseada no trabalho do técnico dental, o Sr. Yoshimi Nishimura15. Existe um padrão das anatomias dos dentes anteriores que mudam gradualmente do incisivo central para o incisivo lateral e para o canino. A compreensão dessas modificações em pontos específicos irá contribuir para o sucesso da integração estética da restauração. Serão destacados dez pontos importantes, seis nas superfícies vestibulares e quatro nas superfícies linguais, onde os pontos de 1 até 4 e 7 até 10 determinam a escultura da cúspide da ponta incisal, quando os dentes são observados por vestibular. Os pontos 5 e 6 determinam a constrição e torção do contorno cervical.(Figs 66 a 68) 66 37
  • 38. Adolfi - 2009 67 68 Figs.66 a 68 – 6 pontos vestibulares, 4 pontos palatinos e todos os 10 pontos observados por incisal para o desenvolvimento morfológico dos dentes anteriores. (Adaptado de Nishimura)15 38
  • 39. Adolfi - 2009 1. Pontos Importantes Na Superfície Vestibular Pontos de 1 até 4 marcam as posições do sulco em forma de V na superfície vestibular do dente, e pontos de 5 até 6 corresponde às linhas côncavas mesial e distal (Figs.66 e 68). Para o incisivo lateral e canino, os pontos de 1 a 4 devem ser esculpidos de forma que eles se espalhem para mesial e distal, então eles se tornarão mais baixos na ponta incisal mesial e lingual enquanto se curvam na direção proximal. Pontos de 1 até 4 devem ser esculpidos mais profundos nos dentes anteriores que se afastam da linha mediana e para se dar um maior destaque das cristas centrais, os pontos 2 e 3 devem ser esculpidos ainda mais profundos em relação aos pontos 1 e 4. Com a broca no CX 138F 023, Jota, desgastar entre os pontos marcados de forma que se deve sempre identificar a localização e profundidade desses pontos quando temos dentes homólogos a serem copiados. Com a mesma broca são desgastados os pontos 5 e 6, que são responsáveis pela constrição e expressará a torção dos dentes na região cervical das coroas anatômicas. A escultura dos pontos 5 é realizada primeiramente nas superfícies de transição proximal mesial e os pontos 6 têm uma localização mais cervical e são esculpidos mais profundos nos dentes que se afastam da linha mediana. Observar a diferença nos modelos de trabalho antes e depois dos desgastes. (Figs.69 e 70) 69 70 Fig.69 – Áreas que devem ser desgastadas entre os pontos 1 e 2 , 3 e 4, para a criação dos “Vs” vestibulares e as áreas dos pontos 5 e 6, responsáveis pela constrição e torção da região cervical . Fig.70 – Modelo de trabalho após o desgaste dos seis pontos vestibulares 39
  • 40. Adolfi - 2009 2. Pontos Importantes Na Superfície Palatina Pontos de 7 a 10 marcam a posição dos sulcos em forma de “V” na superfície palatina dos dentes No incisivo central eles se encontram praticamente no mesmo nível, no lateral e canino eles têm diferentes alturas, sendo os pontos 7 e 10 localizados mais abaixo quando comparados com o incisivo central.(Fig.71) No incisivo lateral e canino, os pontos 1, 7, 4 e 10, nessa ordem, são esculpidos profundos na direção vestíbulo lingual. Uma broca em forma de chama de vela é ideal para o desgaste dos pontos demarcados na face palatina pelo natural desenvolvimento da sua morfologia. (Fig.72) 71 72 Figs.71 e 72 – Desenvolvimento anatômico da face palatina para a criação dos “Vs” palatinos. Observar o resultado após os desgastes na fig.72 40
  • 41. Adolfi - 2009 Textura de Superfície As diversas irregularidades dos dentes naturais vão criar diferentes características superficiais que vão depender da idade, posicionamento dos dentes e dureza do esmalte. A queima do glaze é uma importante etapa para a reprodução e manutenção da textura de superfície quando o material utilizado é a porcelana. (Figs.73 e 74) A textura de superfície é uma das etapas mais difíceis de serem realizadas porque exige um intenso treinamento visual e o resultado final, também depende muito da sensibilidade do operador durante os desgastes na correta utilização das brocas de acabamento. 73 74 Figs. 73 e 74 - Diferentes texturas de superfície observada nos dentes naturais 41
  • 42. Adolfi - 2009 O desenvolvimento da textura de superfície dos dentes anteriores será executado, nas seguintes etapas: 1. Cristas Transversais 2. Sulcos Transversais 3. Microtexturas Superficiais 4. Periquimáceas ou Linhas Circunferenciais 5. Trincas Superficiais 6. Brilho Superficial 1. Cristas Transversais As cristas transversais devem ser desenvolvidas em baixa rotação com uma pedra Shofu Dura Green n° TC4 nos materiais cerâmicos, de forma que elas mantenham uma largura e localização compatível com o dente contra-lateral (homólogo). As cristas transversais são desenvolvidas de uma superfície proximal a outra, de forma sinuosa e mantendo–se paralelas umas com as outras. 2. Sulcos Transversais Os sulcos transversais são desenvolvidos de cervical para incisal com uma pedra Dura Green n° TC1 nos materiais cerâmicos com a ponta plana e com inclinações diferentes umas das outras para se criar diferentes larguras e profundidades desses sulcos. Os sulcos transversais vão se tornando cada vez mais largos e menos profundos à medida que caminham para incisal. 3. Microtexturas Superficiais As microtexturas superficiais são bastante variadas e uma observação cuidadosa dos dentes através de fotografias digitais e modelos de gesso obtidos de moldagens com alta qualidade, assim como a posição adequada de uma luminária, são informações bastante efetivas para o desenvolvimento das microtexturas superficiais. Uma broca diamantada n° 701 é bastante útil para esta etapa. Neste ponto todas as características superficiais devem ser suavizadas com uma pedra Shofu Dura Green para um melhor efeito ótico da restauração. 42
  • 43. Adolfi - 2009 4. Periquimáceas ou Linhas Circunferenciais As periquimáceas são sutis sulcos circunferencias que circundam todo o dente e que são criadas utilizando- se uma pedra Shofu Dura Green n° TC1 modificada com um disco diamantado rígido para ficar com uma forma de bala. As periquimáceas são mais evidentes nos dentes jovens e vão desaparecendo à medida que esses dentes sofrem um processo de abrasão. A partir da região central incisal e com a pedra praticamente paralela à face vestibular, pequenos círculos são descritos e que a medida que caminham para a região cervical, tornam-se cada vez mais paralelas. (Fig.75) Nas resinas uma broca resina CX 23 F 023, Jota, deve ser utilizada com os mesmos princípios aplicados com as brocas para cerâmica. Fig.75 – Posicionamento da broca para resina CX 23 F 023, Jota, paralela à face vestibular. 43
  • 44. Adolfi - 2009 5. Trincas Superficiais As trincas superficiais são pequenas depressões localizadas somente no esmalte dental e que correm a superfície do dente de cervical para incisal. (Fig.76) Nos materiais cerâmicos se utiliza uma broca diamantada n° 701 com um motor de peça de mão em alta velocidade, correr somente a ponta da broca de cervical para incisal de forma bastante delicada e com pouca pressão. Nas resinas Bis-Acryl é utilizada a broca CX 23F 023, Jota (Fig.77) Quando observamos essas trincas, elas são pouco perceptíveis, e se destacam após a queima do glaze, quando se utiliza um sistema cerâmico. 76 77 Fig.76 – Delicada trinca superficial observada nos dentes naturais e que geralmente não avançam para a região incisal. Fig.77 – Desenvolvimento das trincas superficiais na resina Bis-Acryl com uma broca apropriada. 44
  • 45. Adolfi - 2009 6. Brilho Superficial Além da textura superficial, o brilho superficial constitui um dos fatores mais importantes para a natural integração das restaurações. O polimento superficial pode ser classificado como de alto brilho, médio brilho e baixo brilho, onde esse controle pode ser obtido através de um polimento com borrachas abrasivas, roda de feltro com pedra pomes e pasta diamantada.(Figs.78 e 79) Se a textura de superfície e o brilho superficial não forem precisamente reproduzidos, a reflexão e a transmissão da luz terão um comportamento diferente ao dos dentes naturais e vão ter uma aparência artificial mesmo quando a forma e a cor estiverem satisfatórias.16 Para o polimento da resina Bis-Acryl, diferentes rodas de polimento são utilizados como observado nas Fig.80. O resultado final pode ser observado nas Figs.81 a 83 78 79 Figs.78 e 79 – Diferentes brilhos superfíciais nos dentes naturais Figs.80 – Diferentes rodas de polimento para um adequado brilho superficial. 45
  • 46. Adolfi - 2009 81 82 83 Conclusão Devemos considerar a importância de se ter uma harmonia entre os critérios funcionais, estéticos e morfológicos, para se melhorar a qualidade das reabilitações dos dentes anteriores. Com a utilização da resina Bis-Acryl, é possível de uma forma organizada e objetiva desenvolver todos os requisitos estéticos morfológicos e funcionais e utilizar essas informações nos materiais de reconstrução definitiva. Somente através de uma educação e treinamento contínuo, tanto do clínico como do técnico dental, e uma boa comunicação entre eles, poderá se produzir restaurações de alta qualidade. 46
  • 47. Adolfi - 2009 Referências: 1. Adolfi D, Guedes CM. Amelogenesis Imperfecta—Rehabilitation with Procera Crowns: A clinical case. Spectrum Cosmetic 2008:6–16. 2. Miller EL, Bodden WR Jr, Jamison HC. A study of the relationship of the dental midline to the facial median line. J Prosthet Dent 1979;41:657–660. 3. Andrews LF. The six keys to normal occlusion. Am J Orthod 1972;62:296–309. 4. Andrews LF. Straight-Wire: The Concept and Appliance. San Diego: LA Wells, 1989. 5. Krishnan IS, Kheur MG. Esthetic considerations for the interdental papilla: Eliminating black triangles around restorations: A literature review. J Indian Prosthodont Soc 2006;6:164–169. 6. Tarnow DP, Magner AW, Fletcher P. The effect of distance from the contact point to the crest bone of the presence or absence of the interproximal dental papilla. J Periodontol 1992;68:995–996. 7. Aiba N. Breaking the boundaries: Creating the ideal cervical contour for closing interproximal space. Quintessence Dent Technol 1999;22:15–32. 8. Magne P, Belser U. Bonded Porcelain Restorations in the Anterior Dentition: A Biomimetic Approach. Chicago: Quintessence, 2001. 9. Saadoun AP, LeGall M, Touati B. Selection and ideal tridimensional implant position for soft tissue aesthetics. Pract Periodontics Aesthet Dent 1999;11:1063–1072. 10. Chiche GJ, Pinault A. Esthetics of Anterior Fixed Prosthodontics. Chicago: Quintessence, 1994. 11. Kessler JC. Maximizing the esthetic potential of ceramo metal restorations. The American Academy of Crown and Bridge Prosthodontics(1991) 12. Touati B, Guez G, Saadoun A. Aesthetic soft tissue integration and optimized emergence profile: Provisionalization and customized impression coping. Pract Periodontics Aesthet Dent 1999;11:305–314. 13. Yamamoto M, Miyoshi Y, Kataoka S. Special discussion-Fundamentals of esthetics: Contouring techniques for metal ceramic restorations. Quintessence Dent Technol 1991;14:10–81. 14. Kataoka S, Yoshimi N. Nature’s Morphology—An Atlas of Tooth Shape and Form. Chicago: Quintessence, 2002. 15. Nishimura Y. Reconstruction of coronal anatomy in ceramic restorations of the anterior teeth. Quintessence Dent Technol 1994;17:67–94. 16. Adolfi D. Natural Esthetics. Chicago: Qunitessence, 2003. 47