2. Ás miña s f i l l a s
Be rengue l a , B l an ca e Ro s a l í a ,
c ando no s c oñezamos .
Á pequena E l v i r a ,
que non qu i xo nace r .
Ao s eu pa i .
2
4. un
S i g o o c am i ñ o d o s c a r a c o i s
men t r e s
a e s c um a r e v o a a t a o s
meu s p é s
e e n t r e o meu p e l o .
4
5. dou s
E s c omo u n h a man c h a
sangrada
de uvas secas
no cen t ro da miña f r on te
- o m e u t e r c e i r o o l l o (po l i f e )m í s t i c o -
q u e p o r má i s q u e
a i n t en te l impa r
c o a man mo l l a d a
nunca desapa rece.
5
6. t re s
Un c a r a c o l t r a g o u s e o meu em b i g o
d e v o r o u o meu c o r a z ó n .
A g o r a l e v o n o p e i t o u n me t r ó n om o/ n o s e u l u g a r ,
p a r a q u e c a n d o o méd i c o me t om e o p u l s o
non se es t rañe
q u e o l a t e x o i n c e s a n t e me a r r o l e á s n o i t e s
men t r e s i n t e n t o d u rm i r / p e n s a n d o
en que /ás veces /nunca
a topo as pa lab ras axe i t adas
pa ra exp l i ca r
sen sob resa l tos
que nun d í a t empe r a do de ou t o no/un c a r a c o l
t r a g o u o meu em b i g o
devo rou
o meu c o r a z ó n
e ocupou o seu espazo
i l um i n ou a m i ña l i n g u a
coa súa sa l i va
pa ra que non se pe rdesen
na escu r i dade do i nve rno
os versos todos.
6
7. ca t ro
Ar redor .
C om o u n h a f o t o g r a f í a e n s e p i a
na que
(ás v e c e s)
se l l e co lo reara
un nada
o verde
das á rbo res .
7
8. c inco
Cho v e n p é t a l a s b r a n c a s
bágoas l e i t osas
pa ra non esquece r te
n o e x i l i o / t amp o u c o .
8
10. un
Se pu i d e r a
esgaza r í a de pouco dos
arqu ivos
d o s ma p am u n d i
abs t rac tos e desp ropo rc i onados
as pa t r i as ausen tes
x ama i s e s q u e c i d a s
q u e má i s me d o e n .
I l l a l a s a s í d o r e s t o q u e me d á f o r m a
pa ra p rende r con ga r fos
as súas f r on te i ras na ca rne abe r ta
ap rendendo as a res tas t odas
nas p ran tas dos pés e nos t endóns da miña ga rgan ta ca lada.
Pa r a r i n c ha r os den t e s e desgas t a l o s po r es t a pena que non f l ú e
nunca
/a t a o su i c i d i o .
10
11. dou s
S o n med i a mu l l e r .
O e s p e l l o f é n d em e d e a r r i b a a b a i x o
f a c endo case s imé t r i c a
a as ime t r í a impe r f e c t a
d e m i n me sm a .
Qu i z a i s , p e n s o , a m i ñ a o u t r a me t a d e
quedou en t re as l i ñas dos t eus dedos
c o ñ e c e n d o o s v o l um e s d o meu c o r p o
as súa s d imens i ó n s t o d a s .
De b ú x am e d e n o v o .
D ám e a c o m p l e t a s i n x e l e z a d a s m i ñ a s n á d e g a s e d o s m e u s p e i t o s
brancos.
F ina l i za as miñas vé r teb ras unha a unha a ta a ca luga.
A c om o d a o me u c a b e l o n a a l m o f a d a s o b r e a t ú a ma n a b e r t a .
Re f r e s c a a miña f r on te f eb r i l .
Mo l d e a a miña f ac i ana.
R e c om p ó n o meu s o r r i s o
pa ra que non vo l va a esgo ta r se .
11
12. t re s
A he rba vo l ve
de t rás dos pasos
a enc recha rse
c o t empo r a l .
En r éda se nas
miñas pe rnas
c omo u n p i c a r i ñ o
p e d í n d om e q u e n o n
ma r c h e a í n d a .
Va i en t ó n r u b i n do a t a a miña
cade i ra a r redondada
aca r i ñ a as pa lmas
abe r tas
d a s m i ñ a s mán s
que pendu ran osc i l an tes
b i c a b a i x o d a s a i a o s meu s x e o n l l o s
c o a mo l e z a t é p e d a c o n q u e s e b i c a n a s c o x a s e o s p e i t o s b r a n c o s
da v i r xe
t r emen t e
an tes do co i t o
/*
non ha i r azón
pa ra non esco i t a r
á he rba que can ta
s e n t a r e i n o c am i ñ o c o s p é s x u n t o s
a r r emu i ñ a d a d e a r e a
a v e r d u rm i r s e a mod o o S o l .
12
13. ca t ro
E c a n t a s c r u c e s n o s s i n a l amo s
t amén na pe l ,
ás veces
s e n s a b e r q u é f a c emo s .
I nconsc ien tes .
Penso que non impo r t a ,
(qu e i m p o r t a n c i a p o d e t e r ?)
pe ro as c ruces quedan,
cicatr iz ter r ib le
e do lo rosa
nes tas cós tas núas
abe r tas en pa rén teses de f e r i das
p o l a s q u e me t e r o s d e d o s
e pa lpa r a ve r t i xe
d e s t a c o l um n a
q u e s e r om p e e s e r e c o n s t r ú e e s e e sm i ú z a
e n a r e a enca rnada e q u e n t e e x t e n d é n d o s e
c omo u n h a a c u a r e l a i n d e f i n i d a
e me s t a
e va i reco r rendo
as can les d i fusas
q u e me c omu n i c a n f ó r a d a f r a n x a d e s e g u r i d a d e
da miña boca
a ta os t eus pés
e en sen t i do i nve rso.
13
14. c inco
Úte r o/pe r l a b r i l l a n t e/ca l éndu l a
desenca rnada
sos téñen te agu l l as pe rennes
q u e f e n d e n e n t i o meu c o r p o e x t e n u a d o
no a i re g r i s da a lbo rada
de i nve rn í a
e s q u i v a n a v o z/o be r r o/ o c a n t o de be r c e du rm i d o
c omo s e . . .
14
15. se i s
Non t ó d o l o s d í a s
son s inxe los
l i v i áns no a i re
no pe lo/no i n t r e
na pe l .
Ha i d í a s l i x a d o s
pegañen tos e esva rad íos
c o m o ko i d e X a p ó n n a d a n d o a l a r a n x a d a s / b r a n c a s / á x i l e s
en t re os dedos
d ías ex i l iados
mis tu ra de agon ía
e ca ta r ro nasa l
no s que a s l e n t e l l a s s e que iman
no cu da po ta
a t ubaxe non desauga
c omo d e b e r a
a s med i a s má i s c a r a s
da l ence r í a
s e r ompen nunha c a r r e i r a dende a c i n t u r a a t a ó t a l ó n
ao que re r ves t i l as
Son d í a s r e be l d e s
d í a s c o i t e l o e g ume
d e p e r f i l ma l r e c o r t a d o
nos que un se s in te
u n c h i s c o p e q u e n i ñ o /m i s e r a b l e
a ta o super la t i vo
e a me l l o r p a t r i a é o c o r p o d u n h a mu l l e r c omp r a c e n t e
a l i te ra tura
o t a b a co se se f uma
e n s i l e n c i o / n o n v a i amo s r ompe r n a d a
p o r u n d e s c o i d o (m e u , p o r s u p o s t o )
Po rque son d í a s
nos que
coas ob ras do pa rque
a ta a auga da ducha
s a e s u c i a p a r a amo l a r
o u s e c o r t a a s u bm i n i s t r a c i ó n d u r a n t e h o r a s
a t o r r a d a c a e d o l a d o q u e má i s man c h a
o ca fé é unha pouca auga ch i r l a
e a un xa non l l e ape tece n in esc r i b i r
a s i n i c i a i s c o n l a p i s d o s e u n ome/ n o ma r c o d a f i e s t r a .
15
16. se te
A b s o r b o a h um i d a d e d o
c h a n c o meu c o r p o d e r a í c e s
das f l o res l i l ás
d a a r e a d e s p o i s d a c h u v i a d o med i o d í a .
De i x o c o r r e r u n r e g u e i r o
de auga con azuc re
p o l a c om i s u r a e s q u e r d a
de i t a da/ t r anqu i l a
Espe ro en s i l enc i o a que
cheguen as f o rm i g a s
sepa ro os l ab i os un ch i squ i ño
pecho os o l l os en to rnándoos
en t ran e saen da miña boca
e p a s e a n p o l o s meu s d e n t e s
e t r aban a miña l i ngua con f o r za .
É c omo r e c u p e r a r
un b i c o de adeus/a t a l o go
c omo r e c u p e r a r m i n u t o s
e a l e n t o c omp a r t i d o
c omo a l i m e n t a r s e e n s i m b i o s e
de v ida enca rnada b ranca e neg ra , en de f i n i t i va .
16
17. o i to
Pr i n temps
Mes t r o i s f i l l e s
de cabe los enso r te l l ados.
Con c e b í r o n v o s a s e s t r e l a s
en no i t es impa res de l úa nova
n o meu v e n t r e mo r n o .
Mes t r o i s f i l l e s he reuxe s
d e p a p o u l a e c amp o d e v i o l e t a s .
O r a i o ma r c o u a m i ñ a f r o n t e
e pa r í nvos de i t ada en t re ca r rouchas f l o rec i das
e n s u c i e i o meu c am i s ó n d e l i ñ o b r a n c o
con en t r añas v i v a s/ l a ve ime
na auga do desxeo.
Ab r í n o pe i t o pa r a da r v o s
a m am a r o b e r r o q u e g a r d a b a d e n t r o / o s a n g u e
q u e f l u í a a í n d a / c o r d ó n um b i l i c a l .
Med r a s t e s o l l o s l i m p o s
na miña so i dade/ nos d í a s que f o r on pasando .
Son unha á r bo r e se ca /sen
vós
que espe ra
que ab re as pó las
e f a i nas sub i r ca ra ao ceo
e sup l i c a/ p i de po l a chuv i a
po l o s f r o i t o s que non x e rmo l a n .
C om í n c o n a v i d e z a s v o s a s p l a c e n t a s , e x t e n u a d a .
Mes t r o i s f i l l e s
f e rmosas de so l
du p r i n t emps .
17
18. nove
Nas t a r d e s d e i n v e r n o
co l l o o pa r augas/ e a t r i s t u r a
e s é n t ome n a a r e a
a v e r mo v e r s e a s o n d a s
A c h o r a r ma i n i ñ o
s e n s a l o u c o s n i n p a n o s d a man
po rque non é p rec i so
Deba i x o d o p a r a u g a s d e c o r e s
xogo coa s bágoas-l u p a en t r e as pes t anas
As l i ñas e con t o r nos vanse es l u í ndo
t o d o s e v o l v e v o l um e s
r epe t i dos e impos i b l es
e a t r is tura
va i se so te r rando con ve rgoña ba i xo
os poucos co ios que a índa t r ouxo
de t an to en t an to
a ma r e a .
18
19. dez
O que non che d i xen
é que
a m i n x a ha i t empo que
s e me a t r a g a n t a
no co r po es t a Sy l v i a P la t h
Al fons ina Storn i
e que non
se i cer to
se i s t o que d igo
r emoend o
é ve rdade
ou só r esu l t a
un exe rc i c i o vac í o
de ma la c a l i g r a f í a .
19
21. un
I r se i ndo , nebu losa da
m em o r i a .
Rec o r d o d e s e n f o c a d o / l a c r ima l .
21
22. dou s
Non d e b imo s c r e r q u e
o t ráns i to é s inxe lo
mo l c o i d a d o s o s e g u r o
t i ven t a rdes de he rba
/con t i go
men t r e s ma r c h a b a o s o l
pe ro non t eño i rmás
á s q u e me r c a r l l e a g a s a l l o s
no seu an i ve rsa r i o
n i n que po i d a n f a c e rme t r e n z a s
no cabe lo a lo i rado
nas que se t eza
s o l e rm i ñ a
a do r que
u n s d í a s má i s q u e o u t r o s
s e me s t u r a c o meu
s a n g u e e c o meu c u s p e
po las veas abe r tas ou na go rxa
ou coa ho r i zon ta l i dade
i n e s t a b l e d o meu s o r r i s o
nas t a rdes de
he rba e so l
nas que soño ca miña i rmá
cos o l l os pechados
/ c a n t o s e a s em e l l a a
mín en t odo.
No n d e b im o s c r e r n a s u a v e mu t a b i l i d a d e
do t r áns i t o .
É u n d ó q u e n u n c a r ema t a .
Un man a n c i a l e n l o d a d o
q u e d i f í c i l m e n t e x am a i s d e s em b o c a .
22
23. t re s
Que á s v e c e s a n o i t e a r d e
na c idade vac í a
h om e s e mu l l e r e s
l e v a n p r e n d i d a s mu x i c a s
/ d o s m e u s m em b r o s e s p a r e x i d o s
na r oupa
e nos pés e nas éngoas
desa c insa que cae
s o n ám b u l a e
cob re t odo
ó paso
n a n o i t e q u e s e c o n s um e
/ c i d a d e c r ema t o r i o
en ca rne v i va .
23
24. ca t ro
Es t a r á nun pequeno ou t e i r o
acha i rado
apenas un r edonde l de ped r i ñas
br i l lantes
onde co r r a o ven t o do Su r
e se d iv ise
l i so l impo i n f i n i t o o ho r i zon te .
Na d e v e s a s i l e n c i o s a
pe r to dunha es t rada
de cune tas cheas de f l o res
e co roas de de fun tos
(po r s e a l g u é n q u e r e v i r v i s i t a rm e) .
O t r onco oco será o
meu t r o n c o
e os b razos e as pe rnas
se rán ado rnos l i b res cheos de c in tas de co res
e d e c amp a í ñ a s
en leadas nos dedos e nas pó las ca ladas
en t re as f o l l as ve rdes
das ac iñe i r as
e o a i r e s e r á t r i s t e e l e d o a un t empo
s e c o e h úm i d o d e c h u v i a
a zu l l um i n o so e p r o f u n do
(po r s e a l g u é n q u e r e , a í n d a a s í ,
a lgún d ía
cando es tea de paso e non
v i r v i s i t a rm e) .
24
25. c inco
Aqu í nos desped imos
an tes da v iaxe
ma r a d e n t r o .
D ám e u n b i c o e a c e n a c a m a n
que a miña boca e a miña l i ngua
xa só saben
a néboa e a sa l i t r e .
25
26. po s t s c r i p tum
E l o da c adea
onde f o i que t e pe rd i c he s
26