SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 54
Baixar para ler offline
Universidade Regional de Blumenau.
              Centro de Ciências Tecnológicas.
            Departamento de Engenharia Florestal.




            Fitossociologia
                         Prof. Lauri Amândio Schorn
                    Organizadora: Acad. Sabine Lanzer




Proibida Reprodução Desautorizada pelo Departamento de Engenharia
Florestal por quaisquer meios.
Lauri A. Schorn                                                                        Fitossociologia               2



SUMÁRIO

1. Introdução....................................................................................................4

2. Comportamento das Populações nas Comunidades.................................4
2.1 Padrão Espacial de uma Espécie...............................................................4
2.1.1 Razão Variância/Média..........................................................................5
2.1.2 Índice de Morisita...................................................................................7
2.1.3 Índice de McGuines................................................................................9
2.1.4 Índice de Dispersão de Fracker e Brischle..........................................10
2.1.5 Tamanho da Unidade Amostral x Padrão da Espécie.......................11
2.2 Tamanho Mínimo da Unidade Amostral.................................................12
2.2 Área Mínima da Comunidade x Intensidade Amostral........................14
2.3.1 Gráfico da Área Mínima.......................................................................15
2.3.2 Método de Cain......................................................................................16
2.3.3 Método de DuRietz................................................................................17
2.3.4 Método de Moravec...............................................................................17
2.3.5 Método da Média Corrente de Espécies..............................................18
2.3.6 Outros Métodos.....................................................................................19

3. Planejamento do Inventário.....................................................................20
3.1 Seleção e delimitação da área..................................................................20
3.2 Intensidade e Número de Unidades Amostrais.....................................20
3.3 Tamanho e Forma das Unidades Amostrais..........................................20
3.4 CAP/DAP Mínimo de Inclusão...............................................................21
3.5 Métodos de Amostragem.........................................................................21
3.5.1 Amostragem Aleatória Simples..........................................................21
3.5.2 Amostragem Estratificada..................................................................26
3.5.3 Amostragem Sistemática.....................................................................27

4. Métodos Usados em Levantamentos Fitossociológicos..........................28
4.1 Parcelas Múltiplas....................................................................................28
4.2 Parcela Única............................................................................................29
4.3 Método de Quadrantes............................................................................29
4.4 Método de Braun-Blanquet.....................................................................30
4.5 Levantamento do Estrato Herbáceo e Subarbustivo............................31

5. Parâmetros Fitossociológicos...................................................................32
5.1 Estrutura Horizontal...............................................................................32
5.1.1 Densidade.............................................................................................33
5.1.2 Frequência............................................................................................33
5.1.3 Dominância...........................................................................................33
5.1.4 Porcentagem de Cobertura.................................................................34
5.1.5 Porcentagem de Importância..............................................................34
5.2 Estrutura Diamétrica...............................................................................34
5.3 Estrutura Vertical....................................................................................35
Lauri A. Schorn                                                                     Fitossociologia              3



5.3.1 Posição Sociológica..............................................................................35
5.3.2 Regeneração Natural...........................................................................38
5.4 Valor de Importância Ampliado.............................................................40
5.5 Parâmetros Fitossociológicos pelo Método de Quadrantes..................40
5.6 Parâmetros para Espécies Herbáceas e Subarbustivas........................43
5.7 Perfil Estrutural.......................................................................................43

6. Índices de Associação e Similaridade......................................................43
6.1 Índices de Associação Entre Espécies.....................................................43
6.1.1 Coeficiente de Associação....................................................................44
6.1.2 Índice de Coincidência.........................................................................44
6.1.3 Coeficiente de Correlação Pontual.....................................................44
6.2 Índices para Comparação de Espécies....................................................45
6.2.1 Coeficiente de Ellenberg......................................................................45
6.2.2 Coeficiente de Correlação r................................................................45
6.3 Coeficientes de Similaridade Entre Comunidades................................46
6.3.1 Coeficiente de Jaccard.........................................................................46
6.3.2 Coeficiente de Sorensen.......................................................................47

7. Índices de Heterogeneidade de Comunidades........................................47
7.1 Quociente de Mistura de Jentsch ...........................................................47
7.2 Grau de Homogeneidade.........................................................................47
7.3 Outras Relações e Índices........................................................................48
7.3.1 Fidelidade das Espécies nas Comunidades........................................48

8. Diversidade da Vegetação........................................................................48
8.1 Índices de Riqueza de Espécies...............................................................49
8.1.1 Riqueza Numérica................................................................................49
8.1.2 Densidade de Espécies.........................................................................49
8.1.3 Índice de Diversidade de Margalef....................................................50
8.1.4 Índice de Menhinick............................................................................50
8.2 Modelos de Abundância de Espécies......................................................50
8.3 Abundância Proporcional de Espécies...................................................50
8.3.1 Índice de Shannon................................................................................50
8.3.2 Índice de Uniformidade de Piellou.....................................................51
8.3.3 Índice de Simpson................................................................................52
8.3.4 Medida de Diversidade de McIntosh.................................................53
8.3.5 Índice de Berger-Parker......................................................................53
8.3.6 Índice de Espécies Raras.....................................................................53

9. Referências Bibliográficas........................................................................54
Lauri A. Schorn                                          Fitossociologia        4



1. Introdução

         Fitossociologia é o estudo das comunidades vegetais do ponto de vista
florístico, ecológico, corológico e histórico (BRAUN-BLANQUET, 1979).
         MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG (1974), mencionam que a
Fitossociologia recebe diferentes denominações de acordo com as escolas dos
diferentes autores: geobotânica sociológica, ciência da vegetação, sociologia de
plantas, fitocenologia, fitogeocenologia, ecologia de comunidades vegetais,
sinecologia vegetal, ou ecologia da vegetação.
         No Brasil os primeiros estudos foram desenvolvidos por VELOSO, na
década de 40, abrangendo principalmente formações da Floresta Ombrófila
Densa.
         Em Santa Catarina os primeiros levantamentos Fitossociológicos foram
desenvolvidos por VELOSO e KLEIN, na década de 50, patrocinados pelo
Serviço Nacional da Malária.
         A Fitossociologia Florestal é uma área de conhecimentos com inúmeras
interfaces na Engenharia Florestal, especialmente com as áreas de manejo,
silvicultura e recuperação de áreas.
         Esta apostila, embora ainda parcial, foi elabora com o objetivo de
agregar e descrever os principais métodos usados em fitossociologia e servir de
suporte aos alunos da respectiva disciplina na Universidade Regional de
Blumenau.

2. Comportamento das Populações nas Comunidades

        População é o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie.
        Comunidade é o conjunto de populações que ocorrem em uma mesma
área.

2.1 Padrão Espacial de uma Espécie

        A distribuição ou padrão espacial, refere-se à distribuição dos indivíduos
de uma espécie no espaço.
        O padrão dos indivíduos de uma espécie em uma comunidade, podem
ser, segundo MATTEUCCI & COLMA (1982), aleatório, agrupado ou regular.
        A determinação da forma de agrupamento pode ser através dos
seguintes métodos: razão média/variância (Índice de Payandech), Índice de
Morisita, Índice de dispersão de McGuines, Índice de dispersão de Fracker e
Briscle (BARROS & MACHADO, 1984).
Lauri A. Schorn                                          Fitossociologia     5



2.1.1 Razão Variância/Média

        Determina-se com base nas unidades amostrais levantadas, a razão entre
a variância e a média do número de indivíduos nas unidades amostrais, por
espécie.
        Interpretação:
        Quando o valor da razão variância/média for 1, o padrão de distribuição
será aleatório; quando o valor for superior a 1, o padrão será agrupado ou
tendendo ao agrupamento; quando o valor for menor que 1, considera-se que o
padrão é regular.

       Como exemplo, com os dados de um levantamento, da Tabela 01,
obtém-se:
          f(x) = n = 55 = Número de unidades amostrais
          f(x) * x = N = 91 = Número de indivíduos no levantamento
          f(x) * x2 = 269

       - Cálculo da Média

          Xm = (   f(x) * x)/(   f(x)) = 91/55 = 1,65

       - Cálculo da Variância

          S2 =(( f(x) * x2) – (( f(x) * x)2/( f(x)))/(    f(x))-1
          S2 = ((269 – ((91)2 /55))/(55-1)) = 2,69

       - Razão Variância/Média = 2,19/1,65 = 1,327

  Tabela 01: Levantamento de Ocotea catharinensis em Floresta Ombrófila
            Densa Montana

     Nº de
   Indivíduos Freq. Observada          f(x) . x            f(x) . x 2
       (x)           f(x)
        0             13                 0                    0
        1             17                 17                  17
        2             13                 26                  52
        3             3                  9                   27
        4             7                  28                  112
        5             1                  5                   25
        6             1                  6                   36
      Total           55                 91                  269
Lauri A. Schorn                                            Fitossociologia      6



       Significância da Diferença em Relação à Aleatoriedade

       A significância da diferença em relação a 1, pode ser determinada por
um teste de qui-quadrado (à2).
       O valor do à2 pode ser obtido segundo duas notações:

       a) à2 = (n-1) * S2/Xm,    onde,
          n = f(x) = 55
          à 2 = (55-1)* 1,327 = 71,66

       b) à2 = n * ( x2/N) – N
         à 2 = 55 * (269/91) – 91 = 71,58

        O valor do qui-quadrado calculado é comparado com o valor da tabela de
distribuição do quí-quadrado, ou calculado de acordo com a expressão abaixo,
citada por BROWER e ZAR, apud BARROS & MACHADO (1980):

    ÷2á; gl = gl (1- 2/(9 * gl) + c *   (2/(9 * gl)))3

    onde os valores para “C” são:

          á           0,05          0,01
          c           1,64485       2,32635

    Exemplo:
    Graus de liberdade = n – 1 = 55 – 1 = 54
    á = 0,05

       × 20,05;54 = 54 * (1 – 2/(9 * 54) + 1,64485 * ( (2/(9 * 54))))3

       × 20,05;54 = 54 * (0,9959 + 0,1055)3 = 72,15

     Comparando-se o qui-quadrado calculado (×2 = 71,66), com o valor do
qui-quadrado da tabela, para 54 g.l. ÷20,05;54 = 72,15, conclui-se que o valor do
índice de agregação 1,327 é estatisticamente igual a 1,0, indicando que a espécie
apresenta uma distribuição de indivíduos aleatória.
     O mesmo teste pode ser aplicado ao Índice de Morisita.
Lauri A. Schorn                                            Fitossociologia         7



2.1.2 Índice de Morisita

    É determinado através da expressão:


         N
    I=      ni (ni – 1) * N          onde,
         I=1     n(n – 1)

         N = Nº total de unidades amostrais
         ni = Nº de indivíduos na í-ésima amostra
         n = Nº total de indivíduos em todas as amostras

    Também pode ser utilizada a expressão:

    I=n*      x2 – N             onde,
             N (N – 1)

            n = Nº total de unidades amostrais = f(x)
            x = Número de indivíduos por espécie e unidade amostral
               x2 = f(x) * x = somatório do quadrado do número de
                  indivíduos por unidade amostral
            N = f(x) * x = Número total de indivíduos da espécie “i”
                  encontrados em todas as unidades amostrais
    Interpretação:
            - Se o índice de Morisita for igual a 1, a disperão é aleatória;
            - Se a distribuição for perfeitamente uniforme, o valor do índice
                será zero;
            - Se a distribuição for totalmente agregada, todos os indivíduos
                ocorrem em uma única unidade amostral, e neste caso I = n.

     Significância:
     Para determinar se valores próximos a 1, são diferentes estatisticamente de
1, pode-se usar o teste do ÷2 (qui-quadrado).

     Exemplo: Levantamento de 55 unidades amostrais.
     Obtém-se inicialmente a freqüência observada de parcelas f(x), por número
de indivíduos (x), para cada uma das espécies.
     Com os dados da tabela, contendo um levantamento de Ocotea
catharinensis, obtém-se que:
     n = f(x) = 55 = Número de unidades amostrais
     N = f(x) * x = 91 = Número de indivíduos amostrados da espécie
       f(x) * x2 = 269
Lauri A. Schorn                                            Fitossociologia          8




    Utilizando-se a 2ª expressão,
    I = n * f(x)*x2 – N
             N (N – 1)

     I = 55 * ((269 – 91)/(91 * (91-1))) = 1,195

     Significância através do teste do Qui-quadrado:

    ÷2 = ( n * (   f(x)*x2/N) – N)

    ÷2 = (55 * (269/91) – 91)

    ÷2 = (55 * 2,956 – 91) = 71,58

     O valor obtido é comparado com o valor da tabela do qui-quadrado com n-1
graus de liberdade e um nível de significância (á = 0,05 ou á = 0,01), ou
calculado de acordo com a expressão abaixo:

    ÷2á; gl = gl (1- 2/(9 * gl) + c *   (2/(9 * gl)))3

    Exemplo:
    Graus de liberdade = n – 1 = 55 – 1 = 54
    á = 0,05


       × 20,05;54 = 54 * (1 – 2/(9 * 54) + 1,64485 * ( (2/(9 * 54))))3

       × 20,05;54 = 54 * (0,9959 + 0,1055)3 = 72,15

     Comparando-se o qui-quadrado calculado (×2 = 71,66), com o valor do
qui-quadrado da tabela, para 54 g.l. ÷20,05;54 = 72,15, conclui-se que o valor do
índice de Morisita 1,195 é estatisticamente igual a 1,0, indicando que a espécie
apresenta uma distribuição de indivíduos aleatória.

     Significância Através do Teste F

     A significância do desvio do índice de Morisita para 1, segundo POOLE
(1974), apud BARROS & MACHADO (1980), pode ser testada através do teste
F.
Lauri A. Schorn                                         Fitossociologia           9



     F = (I * (N – 1) + n – N)/ (n – 1)       onde,

     I = Índice de dispersão de Morisita
     N = f(x) * x
     n = f(x)

     Utilizando-se os dados do exemplo anterior:

     F = (1,195 * (91 – 1) + 55 – 91)/(55 – 1) = (71,55/54) = 1,325

      O numerador é o valor do qui-quadrado calculado anteriormente. O valor
calculado de F (1,325) é igual ao valor da variância/média.
      O valor de F é comparado com o valor da distribuição de F, com o nível de
significância á (0,01 ou 0,05) e n - 1 g.l.
      Neste caso, o valor de F da tabela é 1,39.
      Como F calculado é menor do que o F da tabela, conclue-se que o o valor
do Índice de Morisita (I = 1,195) é estatisticamente igual a 1,0 e o padrão de
dispersão da espécie é aleatório.

2.1.3 Ïndice de McGuines

     O valor deste índice é obtido            pela    relação   entre     densidade
observada/densidade esperada, ou seja:

     IGA = D/d onde,
     D = Densidade observada
     d = densidade esperada

     D = Nº total de árvores da espécie/ Nº de amostras
     D = ( f(x) * x)/ f(x)
     d = - ln (1 – (F%/100))
     F% = (Nº de amostras em que ocorre a espécie/Nº total de amostras) * 100

     Interpretação

      O valor do IGA maior que 1 indica uma tendência ao agrupamento;
quando o valor é maior que 2,0 significa que a espécie apresenta um padrão de
distribuição contagiosa ou agrupada; quando o valor é igual a 1,0, significa que
a espécie tem uma distribuição aleatória, e quando o valor é menor que 1,0,
indica que a espécie tem uma distribuição tendendo a uniforme.
Lauri A. Schorn                                        Fitossociologia       10



     Significância

      Quando o valor é próximo de 1, pode-se aplicar um teste de significância
(Qui-quadrado) para determinar se o valor é estatisticamente diferente de 1 e em
que tipo de dispersão a espécie se encontra.

     Utilizando-se os dados do exemplo anterior para a espécie Ocotea
catharinensis:

     F% = (42/55) * 100 = 76,36
     Densidade Observada (D):
     D = 91/55 = 1,654
     Densidade Esperada (d):
     d = - ln (1 – (76,36/100)) = 1,4422
     IGA = 1,654/1,4422 = 1,1468

      O valor de 1,1468 indica que a espécie apresenta tendência a
agrupamento. No entanto, isto deve ser confirmado através de um teste de
significância.
        Usando-se o teste F:

       F = (IGA * (N – 1) + n – N)/ (n – 1)
       F = (1,1468 * (91-1) + 55 – 91)/(55 – 1) = 1,2447
       Valor de F (tabela) para á = 0,05 e n-1 g.l. = 1,39
       Portanto, o valor de F calculado é menor que o valor de F da tabela,
indicando que estatisticamente o valor do IGA 1,1468 não é diferente de 1,0 e o
padrão de dispersão da espécie é aleatório.

2.1.4 Índice de Dispersão de Fracker e Briscle

      Este método também relaciona as densidades observadas e esperadas,
como o método de McGuines, sendo expresso por:
      K = (D – d)/d 2
      Interpretação
            - Valor de K < 0,15 indica uma distribuição aleatória dos
               indivíduos;
            - Valor de K entre 0,15 e 1,0 indica a tendência de agrupamento
               dos indivíduos;
            - Valor de K > 1,0 significa um padrão de dispersão agregado.
Lauri A. Schorn                                                Fitossociologia   11



        Utilizando os dados do exemplo anterior, obtém-se:
        D = 1,654
        d = 1,4422
        K = (1,654 – 1,4422)/(1,4422)2 = 0,1018
        Portanto, o valor 0,1018 no exemplo acima indica uma distribuição
aleatória dos indivíduos da espécie.

2.1.5 Tamanho da Unidade Amostral x Padrão da Espécie

        Se a unidade amostral é menor que os agrupamentos da espécie ou que a
distribuição entre estas, os resultados da análise demonstrarão um padrão
aleatório.
        Se a unidade amostral é aproximadamente igual ao agrupamento ou a
distância entre estes, os resultados demonstrarão o padrão agregado.
        Se a unidade amostral é maior que os agrupamentos ou à distância entre
estes, os resultados demonstrarão o padrão real da distribuição.

       Figura 1: Padrões de distribuição dos indivíduos em uma área hipotética.




          Padrão Aleatório        Padrão Agrupado             Padrão Regular

       Tabela 2: Dados de inventário de uma espécie com os três padrões de
                 distribuição. Fonte: MATTEUCCI & COLMA (1982)
                      Índices    Aleatório   Agrupado   Regular
                      n (u.a.)   100         100        100
                      Sx         350         350        350
                      S2x        3,25        6,97       0,43

                      x          3,5         3,5        3,5

                      S2x        0,93        1,99       0,12

                       x

Causas de Agregação

       Síndrome de dispersão da semente: onde a dispersão zoocórica a
barocórica caracterizam um padrão mais agrupado.
Lauri A. Schorn                                           Fitossociologia   12



Padrão x Idade

        Quando a maior parte dos indivíduos de uma espécie são jovens,
MATTEUCCI & COLMA (1982) citam que o padrão tende a ser agregado.
        Com o advento da competição intra-específica o padrão tende a ser
aleatório.
        O padrão agregado pode aparecer nos bancos de plântulas ou indivíduos
jovens de florestas naturais desenvolvidas. Os indivíduos adultos estão
distribuídos de forma aleatória.



Na sucessão:

                           Área Abandonada


                           Padrão Aleatório


                  Padrão Agregado - para as plantas
                  jovens ao redor das adultas


                  Padrão Aleatório – para os indivíduos
                  adultos

Figura 2: Sucessão do padrão de distribuição dos indivíduos de uma espécie de
          acordo com o tempo de instalação da espécie.

2.2 Tamanho Mínimo da Unidade Amostral

        De acordo com MATTEUCCI & COLMA (1982), pode-se determinar o
tamanho mínimo de uma unidade amostral, seguindo-se os procedimentos
abaixo:
        Procedimentos:
        1. Locar as subparcelas quadradas, de igual tamanho, em uma unidade
amostral ou área a ser estudada;
        2. Contar o número de indivíduos da espécie em questão em cada
subparcela;
        3. Combinam-se os dados da parcelas contíguas geometricamente
(segundo visualização na Figura 2);
        4. Para o conjunto de dados calcula-se a variância relativa;
        5. Quando a variância relativa for máxima a área da unidade amostral é
ideal para determinar o padrão espacial da espécie.
Lauri A. Schorn                                           Fitossociologia       13




                    1     2       3   4       5   6

                    7     8       9   10   11     12

                    13    14   15     16   17     18

                    19    20   21     22   23     24

                    25    26   27     28   29     30

       Figura 3: Área hipotética dividida para determinação do tamanho da
                unidade amostral.

       Etapas de selecionamento das subparcelas (segundo exemplo acima):
       6. U.A.: 1 e 2
       7. U.A.: 1, 2, 7 e 8
       8. U.A.: 1, 2, 7, 8, 3, 4, 9 e 10
       9. U.A.: 1, 2, 7, 8, 3, 4, 9, 10, 5, 6, 11 e 12
       10. U.A.: 1, 2, 7, 8, 3, 4, 9, 10, 5, 6, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17 e 18
       11. U.A.: 1, 2, 7, 8, 3, 4, 9, 10, 5, 6, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19,
                 20, 21, 22, 23 e 24
       12. U.A.: 1, 2, 7, 8, 3, 4, 9, 10, 5, 6, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19,
                 20, 21, 22, 23, 24,25, 26, 27, 28, 29 e 30
       Exemplo:
       Cada subparcela contém área de 25m2.

       Tabela 3: Dados hipotéticos de uma espécie para determinação da área
       mínima da unidade amostral.

             Subparcela Número de árvores da espécie “x”
             1            2           2           2        2
             2            1           1           1        1
             3                        1           1        1
             4                        3           3        3
             5                                    1        1
             6                                    1        1
             7                                    0        0
             8                                    3        3
             9                                             0
             10                                            1
             S2x          0,500       0,916       1,140    1,120

             x            1,500       1,750       1,500    1,300
                          0,330       0,520       0,760    0,860
             S2x
Lauri A. Schorn                                       Fitossociologia       14




       Tendo em vista que o padrão para determinação da área mínima de uma
unidade amostral é dada pela variância relativa máxima, temos que a área
mínima neste caso é de 200m2.
       Deve-se observar que o valor obtido somente é válido para utilização na
comunidade onde foram obtidos os dados.




2.3 Área Mínima de Comunidade e Intensidade Amostral

         Está relacionado com a homogeneidade florística e espacial e surge do
critério de que:
         f De acordo com MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG (1974),
para toda comunidade vegetal existe uma superfície abaixo da qual ela não pode
se expressar.

        Espécie                          População
                     Variabilidade
                      Genética

                                     Diversas populações
                                          interagindo



                                        Comunidade


       Figura 4: Fluxograma de interrelações em uma comunidade

        f A área mínima está relacionada à homogeneidade florística e
espacial.
        f Para obter uma amostragem representativa da comunidade é
necessário conhecer sua área mínima de expressão.
        f O inventário deve incluir a maioria das espécies que compõe a
comunidade, a fim de ser representativo. Estas espécies estão distribuídas na
área mínima da comunidade.
Lauri A. Schorn                                        Fitossociologia      15



2.3.1 Gráfico da Área Mínima

          Procedimentos para instalação, de acordo com CAIN & CASTRO
(1959):
       f Locam-se as unidades amostrais, iniciando-se com uma área
pequena, e dobrando-se a área sucessivamente;
       f Registram-se para cada unidade, o número de espécies encontradas,
cumulativamente;
       f Plota-se em um gráfico, o número de espécies na ordenada (eixo
“Y”) e a área amostrada na abscissa (eixo “X”);
       f A área mínima corresponde ao ponto em que a curva torna-se
horizontal, indicando que a maioria das espécies foi amostrada.
       Comportamento dos dados:
       f Quando se registra as espécies de uma unidade amostral pequena,
seu número é pequeno;
       f À medida que aumenta a superfície, aumenta o número de espécies;
primeiro bruscamente, depois lentamente até o momento em que o incremento
no número de espécies é pequeno ou nulo. Esta tendência é comum em
comunidades mais ou menos homogêneas. Diferenças na homogeneidade levam
ao aumento da curva.
       f
Exemplo: Floresta xerofítica da Venezuela. (MATTEUCCI & COLMA, 1982)


          Tabela 4: Dados hipotéticos de uma comunidade para a determinação da
                    área mínima a ser amostrada.
                    u.a.      Área          No acumulado de
                            Amostral             espécies
                                 2
                              (m )
                     1         100                   8
                     2         200                  12
                     3         400                  14
                     4         800                  16
                     5        1600                  18
                     6        3200                  19
                     7        6400                  19
Lauri A. Schorn                                                                Fitossociologia   16



                                                1
                                                2 3
                                                           5
                                                4
                                                                      7


                                                                  6



                          Figura 5: Croqui das unidades amostrais referentes à Tabela 4.

       A área das parcelas vai sendo duplicada, conta-se então o número de
espécies novas nesta área duplicada. Repete-se este procedimento até que o
número de espécies novas diminua ao mínimo.

                         20
                         18
    Número de espécies




                         16
                         14
                         12
                         10
                          8
                          6
                          4
                          2
                          0
                              0   1000   2000       3000       4000   5000   6000   7000
                                                                  2
                                                    Superfície (m )


Figura 6: Determinação da área mínima amostrada de uma comunidade

       Através da análise deste gráfico e segundo a técnica acima descrita, têm-
se como a área mínima de amostragem para esta comunidade o valor de
aproximadamente 3200m2.

2.3.1 Método de Cain

       É uma derivação do método anterior, que define com mais precisão o
valor da área mínima.
f     A área correspondente à projeção do ponto da curva no qual a pendente é
igual à relação número total de espécies registradas / superfície do quadrado
maior (MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG, 1974).
Lauri A. Schorn                                                              Fitossociologia          17



         f                         Traçar uma reta unindo os extremos da curva.
         f                         Traçar uma reta paralela à primeira, passando pela tangente da
curva.
       f Projetar no eixo “x” o ponto o ponto de intersecção tangencial,
obtendo-se o valor da área mínima.
       Exemplo:
       Utilizando os dados da Tabela 4.


                              20
                              18
         Número de espécies




                              16
                              14
                              12
                              10
                               8
                               6
                               4
                               2
                               0
                                   0     1000    2000    3000      4000     5000    6000       7000
                                                         Superfície (m 2)


    Figura 7: Determinação da área mínima amostrada através do Método de
Cain.

2.3.3 Método de Du Rietz

        MATTEUCCI & COLMA (1982), descrevem o método de Durietz
através das espécies constantes.
        Espécies constantes são aquelas cuja constância é superior a 90%.
        Avaliando-se a freqüência das espécies a partir das áreas quadradas de
diferentes tamanhos, temos que acima de um determinado tamanho, algumas
espécies exibem uma freqüência acima de 90%.
        Se ao incrementar a área da unidade amostral não ocorrer aumento no
número de espécies constantes, diz-se que se atingiu a área mínima da
comunidade.

2.3.4 Método de Moravec

       Este método define a área mínima como sendo aquela onde os índices de
homogeneidade e similaridade se mantém relativamente constantes. Para isto,
calculam-se os índices entre as unidades amostrais levantadas.
Lauri A. Schorn                                        Fitossociologia      18



2.3.5 Método da Média Corrente de Espécies

       De acordo com GALVÃO (s/d) é utilizada para verificar, juntamente
com a área mínima, se a confiabilidade do esforço amostral foi suficiente para
representar floristicamente a comunidade estudada.
       É obtido com base no número médio acumulado de espécies por área
amostrada. A partir da última média acumulada, delimita-se uma faixa de
variação de 5% onde se traça 2,5% acima e abaixo da última média.
       Recomenda-se que esta faixa contenha 10% das unidades amostrais.

       Procedimentos:
       f Plotar no eixo “x” a área da primeira unidade amostral em m2, e no
eixo “y” o número de espécies encontradas;
       f Plotar no eixo “x” a área acumulada da primeira unidade amostral
com a segunda unidade amostral e dividir por 2 o número de espécies existentes
nas duas unidades amostrais;
       f Repetir este procedimento até a última parcela;
       f Unir todos os pontos;
       Delimitar a partir da média final a faixa de variação de 5% (2,5 acima e
       abaixo desta).
       Exemplo:

       Tabela 5: Dados hipotéticos para a confecção da Curva da Média
       Corrente das espécies.
          no da     área          no acum.     no sp. da    no
          u.a.      acumulada     sp.          u.a.         sp./u.a.
          1         50            8            8            8
          2         100           9            5            6,5
          3         150           10           6            6,3
          4         200           11           5            6,0
          5         250           14           9            6,6
          6         300           14           6            6,5
          7         350           14           9            6,86
          8         400           15           8            7,0
          9         450           16           11           7,4
          10        500           17           4            7,1
Lauri A. Schorn                                                                                Fitossociologia    19



                                                                                                                       -
                                        9


           Média do Número de Espécie
                                        8
                                        7
                   Acumulado            6
                                        5
                                        4
                                        3
                                        2
                                        1
                                        0
                                            0   50   100   150   200   250   300   350   400    450   500   550
                                                                                    2
                                                                 Área acumulada (m )


          Figura 8: Curva da Média Corrente das espécies (dados da tabela 5).

2.3.6 Outros Métodos para a Determinação da Área Amostral Mínima
      da Comunidade

       Alguns autores (MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG, 1974), citam
ainda os métodos abaixo, para a determinação da área amostral mínima:
         1. Quando o incremento de 10% na área amostral, ocasionar um
incremento inferior a 10% no número de espécies novas. Pode-se adotar também
outros valores, de acordo com a precisão desejada.
        2. Locar ao acaso, áreas quadradas de diferentes tamanhos e contar as
        espécies em cada área.
        3. Locar sistematicamente, áreas quadradas de mesmo tamanho e
        registrar as espécies de cada área. Com a agregação de áreas vizinhas se
        obtém incrementos sucessivos de superfície.
No.
Acum.
Sp.




                                                                                                      Área
                                                                                                      amostrada
        Figura 09:                              Área Mínima pela % de incremento de área amostral e
        espécies.
Lauri A. Schorn                                        Fitossociologia       20



        Quando o aumento de 10% da intensidade amostral representa um
incremento de menos de 10% em número de espécies, significa que se encontrou
a área mínima necessária.
        No caso de uma maior confiabilidade o incremento no número de
espécies pode ser de menos de 5%.

3. Planejamento do Inventário
       Para realização de um inventário fitossociológico é necessário seguir as
seguintes etapas:

3.1   Seleção e delimitação da área de estudo;

       Deve seguir os seguintes critérios:
       f Administrativo: divisas de Estados e municípios, etc;
       f Ambientais: topográfico, climático, geomorfológico;
       f Vegetacionais: estágio de desenvolvimento, grau de alteração, tipo
de formação.

3.2   Intensidade e do número de unidades amostrais
      f Dependente do conhecimento prévio da área mínima da
comunidade;
      f Plota-se uma curva espécie/área;
      f    É imprescindível que o levantamento seja significativo .

3.3   Tamanho e da forma das unidades amostrais
       f    Tamanho:
               f Para áreas grandes e homogêneas – parcelas maiores;
               f Para áreas pequenas – parcelas menores.
               f Tamanho: 100 a 300m2 (para a Floresta Ombrófila Densa
       Atlântica, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual).
       f Forma retangular:
               f São mais eficientes estatisticamente que as isodiamétricas;
               f O padrão dos agrupamentos de espécies tende a ser
       isodiamétrico, por isso, unidades amostrais retangulares tem maior
       probabilidade de interceptar os agrupamentos.
Lauri A. Schorn                                        Fitossociologia       21



3.4   CAP/DAP mínimo de inclusão;

        A definição deste valor está na dependência principalmente dos objetivos
do levantamento. Mais usado atualmente é o limite mínimo de 5cm de diâmetro
para os indivíduos do estrato arbóreo superior.
        OBS.: Em áreas com vegetação muito jovem, o limite de inclusão deve
ser menor que 5cm.

3.5   Métodos de amostragem

3.5.1 Amostragem Aleatória Simples




       Figura 10: Área hipotética dividida em parcelas potenciais.
       Esta área hipotética tem 50 hectares, onde as linhas tracejadas
representam estradas e a linha cheia representa um curso d’água.
       f Definir o tamanho da unidade amostral: se tivermos uma unidade
amostral de 200m2, em uma área de 50 ha teremos 2500 unidades amostrais
potenciais.
       f Sorteia-se 50 unidades amostrais (que no exemplo corresponde a
1ha de área amostrada).
       f Áreas pequenas e de bom acesso, sem grandes dificuldades para
locar as unidades amostrais. Evitar Áreas de Preservação Permanente e
Bordaduras.
       f Consiste em locar as unidades amostrais ao acaso.
       f Cada unidade da população tem igual probabilidade de fazer parte
da amostra.
       f Permite estimar a média e a precisão da amostragem.

      Procedimentos:
      f Dividir a área amostral (sobre uma planta) em parcelas de igual
tamanho.
      f Numerar estas parcelas.
Lauri A. Schorn                                           Fitossociologia       22



       f       Sortear determinado número de parcelas a serem levantados.
       f       Marcar estas parcelas sorteadas na planta e locá-las no campo.

       Condições para uso:

       f       Áreas pequenas e homogêneas.
       f       Áreas de fácil acesso.
       f       Áreas com topografia pouco acidentada.

       Vantagens:

       f       Cálculo e análise simples.
       f       Apresenta maior precisão para inventário em pequenas áreas.

       Parâmetros e Estimativas (NETO & BRENA, 1997)

       Média aritmética:

                n
               ∑ xi
               i =1
        X=
                    n

       Variância:

                      n
                    ∑ ( xi − X ) 2
        S 2 x = i =1
                          n −1

       Desvio padrão

                 Sx
       CV =         ×100
                 x

       Variância da Média

             S 2x
        S x=
           2
              n
Lauri A. Schorn                                              Fitossociologia   23



       Erro Padrão

       Para população infinita, caso F ≥ 0,98, onde:
              N −n
        F=
               N
       Temos que:

                  Sx
        Sx =
                   n

       Para populações finitas, caso F<0,98, têm-se que:

         Sx =
                  Sx
                   n
                     ×   ( F)
       Erro de Amostragem relativo:

              t×S x
         ε=         ×100        Erro absoluto:   ε= t × Sx
                x

       Intensidade de Amostragem em função da variância:


       Para população infinita:

          t2 × S 2x
       n=
             E2

       Para população finita:

             t2 × S 2x
       n=
              t2 − S2x
          E +
           2
              
                       
                   N 

       Onde:

              (
        E = 0,10 × x     )
Lauri A. Schorn                                              Fitossociologia   24



       Intensidade de Amostragem em função do Coeficiente de Variação

       Para população infinita:

          t 2 × ( CV% ) 2
       n=
             ( LE% ) 2


       Para população finita:

                 t 2 × (CV% ) 2
       n=
                       t 2 − (CV% ) 2 
          ( LE% ) 2 + 
                      
                                       
                                       
                              N       

       Intervalo de Confiança para a Média

        I c = [ X − (t × S x)] < X < [ X + (t × S x)]

       Intervalo de Confiança para o Total

        I c = [ N × X − (t × N × S x)] < Total < [ N × X − (t × N × S x)]

       Notação:

        X    = média de um parâmetro
       x i =parâmetro analisado
       F=
       N = número potencial de parcela para uma determinada área
        n = número de parâmetros analisados
       S 2 x = variância
       Sx = desvio padrão
       CV = coeficiente de variação
       S 2 x = variância da média
       S x = erro padrão
       ε= erro de amostragem
       t = índice da tabela “T”
       E = limite de erro da média
       LE % = limite de erro
Lauri A. Schorn                                           Fitossociologia   25



         Exemplo:
         Com os resultados do inventário florestal abaixo, calcular a análise
estatística.

                                 U.A.          No de
                                            palmiteiros
                                              adultos
                                   1            25
                                   2            20
                                   3            18
                                   4            28
                                   5            30
                                   6            31
                                   7            24
                                   8            27
                                   9            29
                                  10            21
                                  11            19
                                  12            21
                                  13            30
                                  14            23
                                  15            28
                                  Σ             374
                                  X            24,93

       Área do inventário: 15 hectares
       Área da U.A.: 300m2
       Probabilidade de acerto: 90%

        S 2 x = 19,3524

        Sx = 19 ,3524 ∴ Sx = 4,3991

                 4,3991
       CV =             × 100 ∴ CV = 17,6459%
                 24,93

                 19,3524
        S2 x =           ∴ S 2 x = 1,2902
                    15
Lauri A. Schorn                                          Fitossociologia     26



           15ha ×10000 m 2
        N=                 ∴ N = 500 U.A. potenciais
               300 m2

             500 − 15
        F=            ∴ F = 0,97 ž População Finita
               500

               4,3991
        Sx =            × 0,97 ∴ S x = 1,118
                  15

            1,761× 1,118
       ε=                ×100 ∴ ε = 7,897
                24,93

                     (1,761) 2 × 19,3524
       n=                                          ∴ n = 9,7070 ≅ 10 U.A.
                                (1,761) 2 ×19,3524
          ( 0,10 × 24,93) 2 +
                                        500
       ou
                (1,761) 2 × ( 0,176459 ) 2
       n=                                       ∴ n = 9,4732 ≅ 10 U.A.
                      (1,761) 2 × (0,176459 ) 2
          ( 0,10) 2 +
                                  500

        I c = [24,93 − (1,761×1,118)] < X < [24,93 + (1,761× 1,118)]
        I c = 22,96 < X < 26,89

        I c = [(500 × 24,93) − (1,761 × 500 × 1,118)] < Total < ...
       ...[(500 × 24,93) + (1,761 × 500 × 1,118)]
        I c = 11480,6 < Total < 13449,4

3.5.2 Amostragem Estratificada

        f Divide-se a área em subpopulações ou estratos e efetua-se uma
amostragem independente de cada uma delas;
        f Baseia-se no princípio de que o agrupamento de indivíduos com
características similares fazem com que a variância por estrato seja menor que a
variância da população;
        f Podem-se reduzir custos e melhorar a precisão, de modo que a
população satisfaça as seguintes condições:
Lauri A. Schorn                                           Fitossociologia       27



                   f Quando se amostra uma floresta nativa, em que a
          estratificação é feita por tipologias florestais, a variação entre as
          tipologia deve ser maior que a variação dentro das tipologias
          (comprovação através da ANOVA).
                   f Unidades amostrais dentro de cada estrato devem ser tomadas
          como se cada estrato fosse uma população independente.
                   f Deve-se limitar com boa precisão a área dos estratos para que
          se possa avaliar corretamente o tamanho dos mesmos.
          f Vantagens:
                   f Redução dos custos de transporte e deslocamento, pois as
          amostras se concentram nos mesmos estratos;
                   f Redução no tempo de amostragem devido à redução e
          concentração do número de unidades amostrais;
                   f Aumento da precisão, pois se homogeneíza a variância da
          população dividindo-a em estratos, havendo redução no erro de
          amostragem (função direta do grau de variação entre unidades
          amostrais).
          f Restrições:
                   f Dificuldade em delimitar e medir o tamanho dos estratos,
          principalmente quando a variação entre estratos ocorre de forma gradual.

3.5.3 Amostragem Sistemática

          Consiste em alocar unidades amostrais em um padrão regular na área de
estudo.
          Permite detectar variações espaciais na comunidade.
          A instalação no campo é mais fácil.
          Utilização obrigatória para plano de manejo de espécies nativas.




                                                           Pós-estratificação




          Figura 11: Distribuição das parcelas em amostragem sistemática
Lauri A. Schorn                                       Fitossociologia       28



       Recomendações de uso:
       f Áreas extensas
       f Áreas em que não se dispõe de plantas
       f Planos de manejo

       Locação de Unidades:
       f Deve-se ter conhecimento prévio da variabilidade da população ou
do número de amostra a locar.
       Vantagens:
       f Pode ser mais representativa que a amostragem aleatória.
       f A locação das unidades no campo é mais fácil.
       f Maior facilidade de localização das unidades amostrais
futuramente.
       Desvantagens:
       f Se existirem variações cíclicas nas populações e não forem
detectadas, pode apresentar baixa precisão.
       Análise Estatística:
       f Igual a utilizada para a Aleatória Simples.


4. Métodos Usados em Levantamentos Fitossociológicos

        Devem satisfazer os seguintes requisitos:
        f Ser capaz de dar uma visão representativa da composição florística e
da estrutura da comunidade;
        f Ser aplicável em qualquer tipo de comunidade;
        f Que os resultados sejam livres de influência subjetivas;
        f Que o resultado de diferentes análises de comunidades seja passível
de comparação.
        Métodos usados, de acordo com DAUBENMIRE (1968):

4.1 Parcelas múltiplas

       f É o método mais utilizado;
       f Consiste em estabelecer diversas parcelas em vários locais de uma
comunidade;
       f Usa-se a média de valores obtidos para cada espécie em cada unidade
amostral, as quais são generalizadas para toda a comunidade.
       f Permite avaliar a variabilidade dos parâmetros estimados;
       f Pode fornecer informações sobre o padrão espacial da distribuição
dos indivíduos na população.
Lauri A. Schorn                                      Fitossociologia      29



4.2 Parcela Única

       f Consiste em estabelecer uma única parcela que se considera
representativa de toda fitocenose;
       f Dificulta a quantificação da variância dos parâmetros;
       f Utiliza-se neste caso, a área mínima da comunidade ou a área de 1 ha
de amostragem;
       f Apresenta vantagens na locação, pois não há perda de tempo com
deslocamento.
       f É menos precisa, pois não absorve as pequenas variações dentro da
comunidade.

4.3 Sem parcela (área variável) ou Método de Quadrantes

        A execução de um levantamento fitossociológico pelo método de
quadrantes pode ser realizado adotando-se os seguintes procedimentos
(MARTINS, 1991; GALVÃO, s/d):
        f Deve-se determinar a direção das linhas do levantamento;
        f Determinar a intensidade das linhas;
        f Distância entre linhas depende:
                f da extensão;
                f da homogeneidade considerada;
                f transecto (uma só linha);
                f distância entre pontos de 20 a 50 m;
                f densidade de árvores (uma árvore não pode ser medida em 2
        pontos amostrais).
        f Percorre-se a linha de levantamento e traça-se uma linha imaginária
perpendicular a ela, de tal forma que o ponto de amostragem passa a ser o
vértice de quatro quadrantes gerados (conforme figura 6);




       Figura 12: Ponto amostral com os quatro quadrantes

       f Em cada quadrante determina-se à distância dos indivíduos que se
encontra mais próximo do ponto de amostragem, considerando o limite de CAP
e DAP estipulado;
       f A precisão aumenta com o número de pontos levantados;
Lauri A. Schorn                                       Fitossociologia      30



        f São recomendados no mínimo 20 pontos;
        f A intensidade amostral pode ser determinada pela curva
espécie/ponto;
        f Permite o cálculo de todos os parâmetros fitossociológicos;
        f Deve-se medir a distância de cada árvores ao centro e, obter a média
para calcular a densidade;
        f A regeneração natural pode ser obtida com uma subunidade em cada
ponto




Figura 13: Pontos amostrais e das linhas de amostragem


4.4 Método de Braun-Blanquet

    Para realização de inventário fitossociológico por este método,
GALVÃO (s/d) observa que são registrados os seguintes dados:
    • Data, localização, altitude, exposição, inclinação, substrato geológico;
    • Caracterização aproximada do habitat, tamanho da área estudada,
       classificação e perfil do solo;
    • Influência humana, sua duração e efeitos. Ação visível da chuva,
       ventos, condições gerais de umidade;
    • Grau de cobertura a altura dos distintos estratos da vegetação, nas
       comunidades florestais: altura das árvores, altura das ramificações,
       diâmetro médio do tronco, presença e distribuição das comunidades
       dependentes (epífitas);
    • Lista de espécies por estrato. Valores de quantidade (densidade,
       dominância) e sociabilidade das espécies, seu estágio de
       desenvolvimento temporário (germinando, florescendo, frutificando,
       etc).

       Para determinar a quantidade e a sociabilidade das espécies, empregam-
       se as seguintes escalas de valores:
Lauri A. Schorn                                        Fitossociologia     31



       Quantidade:
       r : espécie muito rara (em condições de extrema raridade rr)
       t : presente em pequena quantidade
       1 : moderadamente abundante, mas sua cobertura é escassa
       2 : muito abundante, mas não cobre 25% da superfície
       3 : cobre de 25% a 50% da superfície
       4 : cobre de 50% a 75% da superfície
       5 : cobre de mais de 75% da superfície

       Sociabilidade:
       1 : indivíduos ou fustes isolados
       2 : formando pequenos grupos
       3 : formando grandes grupos
       4 : formando grandes maciços
       5 : população contínua

       Observação: Em geral a sociabilidade refere-se ao modo dos caules se
agruparem, pertencendo ou não a um mesmo indivíduo. A atribuição de valores,
tanto para qualidade como sociabilidade é feita visualmente, mesmo dando
margem a erros em função da subjetividade.
       É necessário sempre que possível, a confecção de perfis estruturais da
comunidade, o que será abordado no próximo capítulo.

4.5 Levantamento do Estrato Herbáceo e Subarbustivo

      Levantamento envolvendo estas categorias de espécies pode ser feito em
área com vegetação arbórea ou em áreas abertas, onde o desenvolvimento é
menos evoluido.
      Para a caracterização de espécies herbáceas e subarbustivas, é usado o
sistema proposto por WHITTAKER (1975), baseado em formas biológicas
(MENEZES-SILVA, 1998):
      - Herbácea ereta (HBER): planta não lenhosa em geral com até 50 cm
         de altura, com ramos de crescimento perpendiculares ou obíquos ao
         substrato, geralmente bem visíveis. Ex.: várias Asteraceae
         (Adenostema sp) e Fabaceae (Desmodium sp).
      - Herbácea bulbosa (HBBU): planta com caule hipógeo reduzido,
         geralmente descrito morfologicamente como do tipo “bulbo”, e partes
         aéreas que muitas vezes fenecem em um determinado período do ano.
         Ex.: várias Liliaceae e Amaryllidaceae (Hipoxis decumbens).
      - Herbácea reptante (HBRE): caules herbáceos rasteiros que utilizam o
         substrato como apoio para desenvolvimento, enraizando-se
         esporadicamente pelos nós, eventualmente recobertos por serapilheira.
         Ex.: Algumas espécies de Commelinaceas.
Lauri A. Schorn                                       Fitossociologia       32



      - Herbácea rizomatosa (HBRI): planta com caule rasteiro,
        frequentemente recoberto por solo e/ou serapilheira, enraizando-se
        praticamente ao longo de toda sua extensão. Ex.: várias Poaceae como
        Oplismenus sp. e Ichnahthus sp..
      - Herbácea rosulada (HBRO): planta com folhas agrupadas na
        extremidade de um caule curto não bulboso, formando ramos aéreos
        somente por ocasião da floração. Ex.: Eryngium sp..
      - Herbácea cespitosa (HBCE): planta com altura variável, formando
        “touceiras”, com gemas geralmente protegidas pelas bainhas das folhas
        senescentes. Ex.: Muitas Poaceae e Cyperaceae.
      - Subarbustiva ereta (SBER): planta lenhosa somente na base, a partir da
        qual em geral ramifica-se, com a maior parte dos ramos não ou pouco
        lignificados, raramente ultrapassando 1,5 m de altura.

       O levantamento desta categoria de espécies é realizado geralmente em
unidades amostrais pequenas (l m2). Nestas unidades é determinada a % de
cobertura/espécie. Para o levantamento deste parâmetro, é adotado o seguinte
procedimento:
       Utiliza-se um quadro confeccionado com madeira e fios de arame ou
plástico, formando 100 quadrículas de 10 cm x 10 cm. O quadro é colocado
sobre a unidade amostral de 1 m2 , estimando-se a cobertura de cada espécie,
pelo número de quadrículas ocupadas.
       Pode-se também determinar a altura e diâmetro do colo indivíduais,
dependendo dos objetivos do trabalho e nível de informações desejado.
       Em levantamento fitossociológico florestal, as unidades amostrais do
estrato herbáceo e subarbustivo, constituem subunidades amostrais e geralmente
estão inseridas em unidades maiores.

5. Parâmetros Fitossociológicos
     Referem-se aos valores e índices obtidos a partir dos dados coletados em
campo. Os principais parâmetros utilizados estão descritos a seguir.


5.1         Estrutura Horizontal

      É a organização e distribuição espacial dos indivíduos na superfície do
terreno. Compreende os valores de densidade, frequência, dominância,
porcentagem de importância e porcentagem de cobertura (LAMPRECHT, 1962;
FINOL , 1971).
Lauri A. Schorn                                         Fitossociologia   33



5.1.1 Densidade

       Grau de participação das diferentes espécies na floresta.

                       n
       f Absoluta =
                      ha

                      n ha
       f Relativa =        ×100
                      N ha

       Onde:

       n = número de indivíduos da espécie
       N = número de indivíduos total

5.1.2 Freqüência

       Está relacionado com a distribuição espacial das espécies.

       f Absoluta =percentagem de ocorrência da espécie nas parcelas

                       Freq.Absoluta
       f Relativa =                    ×100
                      ∑ Freq.Absolutas

5.1.3 Dominância

       Área ocupada pelo somatório diâmetro do fuste (alta correlação com o
diâmetro de copa) das espécies.

                      g
       f Absoluta =
                      ha

                      g ha
       f Relativa =        ×100
                      G ha

       Onde:

       g = somatório da área basal de uma espécie
       G = somatório da área basal de todas as espécies
Lauri A. Schorn                                                       Fitossociologia   34



5.1.4 Porcentagem de Cobertura

       Integra os parâmetros relativos de densidade e dominância.
       PC = Densidade + Dominância

5.1.5 Porcentagem de Importância

       Integra os parâmetros relativos da estrutura horizontal.
       PI = Densidade + Frequência + Dominância

5.2               Estrutura Diamétrica

        Pode ser caracterizada pela densidade absoluta, área basal ou volume de
uma população ou comunidade vegetal.
        Coeficiente de Liocourt: é a razão entre o número de árvores de uma
classe de diâmetro e número da classe vizinha. (q)
        O coeficiente “q” apresenta valores característicos e estáveis para
diversas formações florestais.
        Espécies climácicas: q > 2
        Espécies pioneiras: q < 2
        Espécies secundárias iniciais: q ≅ 2

                                800
                                700
            Número de árvores




                                600
                                500
                                400
                                300
                                200
                                100
                                 0
                                      0   10   20       30       40     50       60
                                                Classe de DAP (cm)

          Exemplo: q = 2

         Figura 14: Forma de distribuição para espécies estáveis
Lauri A. Schorn                                         Fitossociologia        35




      Estágio Pioneiro        Estágio Intermediário      Estágio Avançado

Figura 15: Formas de distribuição diamétrica de populações de espécies em
           diferentes estágios.

       A distribuição diamétrica permite tirar conclusões sobre o estágio de
desenvolvimento da floresta.
       Revela características ecológicas da espécie cuja população está sendo
estudada.
       Permite definir a intensidade do manejo florestal.

5.3           Estrutura Vertical

         Organização e distribuição espacial dos indivíduos no perfil vertical da
floresta.
         É representado por:

5.3.1 Posição Sociológica

       É a distribuição das árvores nos diversos estratos da floresta. O
conhecimento desta distribuição é importante pois uma espécie é estável e tem
seu lugar assegurado na estrutura da floresta, quando encontra-se com densidade
decrescente dos estratos inferiores para os superiores.

         A determinação dos estratos pode ser feita:

        1. Visualmente, definindo-se os estratos inferior (1), Médio (2) e
           Superior (3).
        2. Através da freqüência relativa das alturas (LONGHI, 1980):
        f Primeiramente determina-se a percentagem da freqüência das alturas
de todas as árvores encontradas na floresta;
        f Através das respectivas percentagens acumuladas, confecciona-se um
gráfico;
Lauri A. Schorn                                              Fitossociologia   36



        f Estabelecendo-se o critério de que cada estrato deve abranger 1/3 das
alturas encontradas, delimita-se através do gráfico os respectivos estratos.
Assim:
               f O limite entre o estrato 1 e 2 corresponde a 33,33% da
        freqüência acumulada;
               f A altura correspondente a 66,66% desta freqüência
        acumulada, é o limite entre o estrato médio e o superior;
               f Determinado os estratos, calcula-se a posição sociológica
        (absoluta e relativa).

          Valor Fitossociológico dos estratos (VF):

       É o valor simplificado da percentagem do número de árvores
correspondente a cada estrato.

          Exemplo:

          Estrato 1: até 7,0m
          Estrato 2: de 7,1 a 12,0m
          Estrato 3: mais de 12,0m

          Estrato 1: 280 árvores = 280 / 500 = 0,56 Ú VF1
          Estrato 2: 150 árvores = 150 / 500 = 0,30 ÚVF2
          Estrato 3: 70 árvores = 70 / 500 = 0,14 Ú VF3
          Total:     500 árvores

          Posição Sociológica Absoluta por Espécie (PSabs)

          PS abs = (VF1 × n1 ) + (VF2 × n2 ) + (VF 3× n3 )

          Onde:

          VFn = valor fitossociológico de cada estrato para uma determinada
espécie
          nn = número de indivíduos de cada estrato para uma determinada espécie

          Posição Sociológica Relativa

       Percentagem da Posição Sociológica da espécie, em relação a soma total
da Posição Sociológica Absoluta.
Lauri A. Schorn                                                             Fitossociologia    37



       Exemplo:

       Determinação dos estratos:
       f Primeiramente obtém-se a menor e a maior altura.
       Menor altura: 2m
       Maior altura: 16m

       Estrato 1: até 3,7m = 15 + 7 = 22 / 77 Ú 0,2857 (VF 1)
       Estrato 2: de 3,8 até 9,2m = 5 + 10 + 10 + 4 = 29 / 77 Ú 0,3766 (VF2)
       Estrato 3: mais de 9,2m = 7 + 8 + 6 + 5 = 26 / 77 Ú 0,3377 (VF 3)

    Tabela 6: Distribuição da densidade de árvores em classes de altura

        Classes de                    No de árvores        % de árvores          % acumulada
           Altura                      por classe           por classe
             2                             15                 19,48                  19,48
             4                             12                 15,58                  35,06
             6                             10                 12,99                  48,05
             8                             10                 12,99                  61,04
            10                             11                 14,29                  75,32
            12                              8                 10,39                  85,70
            14                              6                 7,79                   93,49
            16                              5                 6,49                  100,00
           Total                           77




                        100
                         90
                         80
          % Acumulada




                         70
                         60
                         50
                                                               Limite E2 - E3
                         40
                         30
                         20
                                          Limite E1 - E2
                         10
                          0
                              0   2        4       6       8      10       12     14     16
                                                   Classe de Altura


       Figura 16: Deteminação dos limites entre os estratos
Lauri A. Schorn                                         Fitossociologia     38



5.3.2 Regeneração Natural

       O valor da regeneração natural pode ser obtido a partir de 3 parâmetros:
densidade, frequência e categorias de tamanho (JARDIM & HOSOKAWA,
1987).

                    Densabs + Freqabs + CTabs
          RNabs =
                                3

                    Densrel + Freqrel + CTrel
          RNrel =
                               3

          Onde:

          RNabs = Regeneração Natural Absoluta
          Dens abs = Densidade Absoluta da Regeneração Natural
          Freq abs = Freqüência Absoluta da Regeneração Natural
          CTabs = Valor da Categoria de Tamanho Absoluta da Regeneração
Natural
          RNrel = Regeneração Natural Relativa
          Dens rel = Densidade Relativa da Regeneração Natural
          Freq rel = Freqüência Relativa da Regeneração Natural
          CTrel = Valor da Categoria de Tamanho Relativa da Regeneração
Natural

        A contagem dos indivíduos, nas subparcelas em campo, pode ser através
de 3 categorias pré-definidas (FINOL, 1964) ou com o levantamento das alturas
dos indivíduos e posterior divisão em classes.

          Classe 1: até 0,50m (Categoria de Tamanho 1 – CT1)
          Classe 2: de 0,51 até 1,00m (CT2)
          Classe 3: mais de 1,00m até o diâmetro limite (CT3)

       Em estudos de parcelas permanentes também é importante o
levantamento do diâmetro do colo dos indivíduos e a análise posterior da
densidade em classes deste parâmetro.
Lauri A. Schorn                                          Fitossociologia   39



Valor Fitossociológico da Regeneração Natural (VF):

       Exemplo:
       Regeneração com 600 indivíduos.

       CT1: 300 Ú 0,50 (VF 1)
       CT1: 200 Ú 0,33 (VF 2)
       CT1: 100 Ú 0,17 (VF 3)



Categoria de Tamanho Absoluta por espécie

       CTabs = (VF1 × n1 ) + (VF2 × n2 ) + (VF3 × n3 )

       Onde:

       VFn = valor fitossociológico da categoria de tamanho “n” para uma
determinada espécie
       nn = número de indivíduos da categoria de tamanho “n” para uma
determinada espécie


Categoria de Tamanho Relativa por espécie

       Percentagem da espécie em relação à soma da Categoria de Tamanho
Absoluta de todas as espécies.

Densidade

        f Densidade Absoluta = número de indivíduos por espécie por hectare
        f Densidade Relativa = percentagem do número de indivíduos da
espécie em relação ao número total de indivíduos da Regeneração Natural.

Freqüência

        f Freqüência absoluta = percentagem de ocorrência da espécie nas sub-
parcelas da Regeneração Natural.
        f Freqüência relativa = percentagem da freqüência absoluta da espécie
em relação ao somatório das freqüências absolutas de todas as espécies na
Regeneração Natural.
Lauri A. Schorn                                            Fitossociologia        40



5.4 Valor de Importância Ampliado
       Este valor associa a estrutura horizontal e vertical da floresta, indicando
com mais precisão a participação de cada espécie na floresta. São usados os
seguintes parâmetros relativos:

          VIA = densidade + freqüência + dominância + pos. sociológica + reg.
Natural



5.5 Parâmetros Fitossociológicos Pelo Método de Quadrantes

       Para este exemplo, foram utilizados no quadro abaixo, dados de um
levantamento citado por MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG (1974).

      Tabela 7: Dados de um levantamento utilizando o método de quadrantes

      Ponto     Quadrante   Distância (m)   Espécie                    DAP (cm)
      1         I           0,7             Psidium guajava            5,5
                II          1,6             Acacia koa                 42,5
                III         3,5             Metrasideros collina       17,0
                IV          2,0             Metrasideros tremuloides   25,0
      2         I           1,1             Psidium guajava            4,0
                II          0,8             Psidium guajava            5,0
                III         1,9             Psidium guajava            5,0
                IV          1,8             Psidium guajava            4,0
      3         I           1,3             Acacia koa                 75,0
                II          0,7             Psidium guajava            3,0
                III         1,5             Metrasideros collina       9,0
                IV          2,0             Metrasideros collina       23,0
      4         I           3,1             Acacia koa                 14,0
                II          1,7             Psidium guajava            6,0
                III         1,1             Psidium guajava            5,0
                IV          1,9             Acacia koa                 12,0
      5         I           2,5             Acacia koa                 23,0
                II          2,2             Acacia koa                 18,0
                III         1,4             Psidium guajava            5,0
                IV          2,8             Metrasideros collina       25,0
      Σ                     35,6
      no árv.               20
      Média Distâncias      1,78
Lauri A. Schorn                                     Fitossociologia       41



       Densidade Absoluta:
       É determinado pelo número de árvores por espécie em 10000 m2.

                                        2
       Densidade Absoluta = área ∴10000m = 3156 árv/ha
                             (d )
                               2
                                    (1,78)2

       Onde:
       d = é a média das distâncias entre as árvores de cada quadrante até o
ponto amostral.




     Tabela 8: Cálculo da Densidade Absoluta e Relativa com como base nos
                 dados da Tabela 5.
      Espécie                    Proporção      Densidade Densidade
                                                Relativa   Absoluta
      Acacia koa                 6 em 20        0,30       947
      Psidium guajava            9 em 20        0,20       1420
      Metrasideros collina       4 em 20        0,05       631
      Metrasideros               1 em 20        0,45       158
      tremuloides
                        Σ                       1,00       3156
        f Dominância Absoluta por Hectare
        É a área basal ocupada por cada espécie em um hectare.
        Dominância Absoluta = g × n

       Onde:
       g = área basal média por espécie
       n = número de árvores por espécie
Lauri A. Schorn                                          Fitossociologia   42




       Tabela 9: Cálculo da dominância absoluta (tabelas por espécie)
     Acacia koa                            Metrasideros tremuloides
                         2
     DAP (cm)       g (m )                 DAP (cm)         g (m2)
     42,5           0,1419                 25,0            0,0491
     75,0           0,4418                 Σ               0,0491
     14,0           0,0154                 g               0,0491
     12,0           0,0113
     23,0           0,0415                 Psidium guajava
     18,0           0,0254                 DAP (cm)         g (m2)
     Σ              0,6773                 5,5             0,0024
     g              0,1129                 4,0             0,0013
                                           5,0             0,0020
     Metrasideros collina                  5,0             0,0020
                         2
     DAP (cm)       g (m )                 4,0             0,0013
     17,0           0,227                  3,0             0,0007
     9,0            0,0064                 6,0             0,0028
     23,0           0,0415                 5,0             0,0020
     25,0           0,0491                 5,0             0,0020
     Σ              0,1197                 Σ               0,0165
     g              0,0299                 g               0,0018

                         G
Dominância Relativa =
                        Gtotal

       Onde:
       G = área basal por hectare por espécie
       Gtotal = área basal por hectare do levantamento

       Tabela 10: Demonstração da Densidade Absoluta e Relativa.

        Espécie                  No árv./ha   Dens. Abs.     Dens. Rel.
                                              (m2/ha)        (%)
        Acacia koa               947          106,9163       78,56
        Psidium guajava          1420         2,5560         1,88
        Metrasideros collina     631          18,8669        13,86
        Metrasideros             158          7,7578         5,70
        tremuloides
                                 Σ            136,0970       100,00
Lauri A. Schorn                                       Fitossociologia      43




5.6 Parâmetros para Espécies Herbáceas e Subarbustivas

      Os parâmetros analisados nos estratos herbáceo e subarbustivo, são a
frequência, cobertura e valor de Importância.
      A frequência é determinada de forma semelhante ao estrato arbóreo,
mencionado anteriormente, enquanto que a cobertura é obtida diretamente no
campo, através do procedimento detalhado no ítem 4.5.
      O valor de importância é obtido pela soma dos valores relativos da
frequência e cobertura por espécie.

5.7 Perfil Estrutural

    Para visualização do perfil estrutural são confeccionados, de acordo com
MATTEUCCI & COLMA (1982):
    f Planta horizontal e vertical:
           f Proporciona uma visão espacial da floresta.
           f Fornece uma visão das árvores na comunidade.
           f Devem ser selecionadas parcelas representativas para
              elaboração dos perfis.
           f Largura: ± 10m.
           f Comprimentos variáveis: mínimo 10m.
           f Quando o número de árvores é muito elevado, não é
              recomendável utilizar faixas com largura superior a 10m.
           f Inclui-se no perfil somente os indivíduos que estão no estrato
              arbóreo superior.
    f Perfil Bidimensional: são analisadas várias características estruturais:
         densidade, número de espécies, heterogeneidade, pode-se distinguir
         os substratos.
    f Perfil Tridimensional: utiliza-se símbolo para representar as espécies.


6. Índices de Associação e Similaridade


6.1 Índices de Associação entre Espécies

    Utilizam dados qualitativos de presença/ausência (MATTEUCCI &
COLMA, 1982) :
Lauri A. Schorn                                                   Fitossociologia   44



6.1.1 Coeficiente de associação

      É a relação entre o número de amostras em que 2 espécies coincidem e o
número de amostras em que uma ou ambas estão presentes.

                          a
           S A, B =
                      a + b +c

          Onde:
          a = número de amostras em que A e B estão presentes simultaneamente
          b= número de amostras em que só B aparece
          c = número de amostras em que só A aparece

          Se associação e total, as espécies A e B aparecem sempre juntas ∴
S A, B   =1
          Se A e B nunca estão juntas ∴ S A, B = 0

          Exemplo:
          a= 6
          b= 2
          c= 1
                          6    6
           S A, B =           = = 0,67
                      6 + 2 +1 9
6.1.2 Índice de Coincidência

       É a relação entre o dobro do número de amostras em que ambas as
espécies coincidem e a soma do número total de amostras que contém a espécie
A mais o número total de amostras que contém a espécie B.

                       2a
           S A, B =
                   2a + b + c
          Se S A, B = 1, temos uma associação completa
          Se S A, B = 0 , não existe associação

6.1.3 Coeficiente de Correlação Pontual

                                     ad − bc
           D A, B =
                        (a + b) × (a + c) × (b + d ) × (c + d )

          Os valores variam de –1 a +1.
          d = número de amostras em que nem A nem B estão presentes
Lauri A. Schorn                                               Fitossociologia   45



6.2 Índices para Comparação de Espécies

     Índices que utilizam dados quantitativos (MUELLER-DOMBOIS &
ELLENBERG (1974):

6.2.1 Coeficiente de Ellenberg


           S A, B =              ∑ T (x A + xB )
                      ∑ T (x A + xB ) + 2(∑ U xa + ∑ V xB )
          Onde:
          T = subconjunto de amostras em que as espécies A e B coincidem
          U = subconjunto de amostras em que aparece somente a espécie A
          V = subconjunto de amostras em que aparece somente a espécie B
          x A = número de árvores da espécie A no subconjunto
          x B = número de árvores da espécie B no subconjunto
          Interpretação:
          f Se as espécies A e B aparecem sempre juntas, então temos, S A, B = 1
           f Se as espécies A e B aparecem sempre separadas, então temos,
S A, B   = 0.




6.2.2 Coeficiente de Correlação ( r ):


           r=     ∑ ( xA − x A ) × (xB − x B )
                 ∑ (x A − x A )2 × ∑ ( xB − xB )2
          Onde:
          x A = média dos valores da espécie A no subconjunto
          x B = média dos valores da espécie B no subconjunto
Lauri A. Schorn                                                   Fitossociologia            46



      Tabela 11: Exemplo de Cálculo do Coeficiente de Correlação (r)

 u.a.     no            ( xA − x A )        (C 1)2     no ( x − x B )    (C 3)2 C1× C3 C2× C4
                                                             B
         árv.                                         árv.
         sp.               (C 1)              (C 2)   sp.     (C 3)      (C 4)
          A                                            B
  1       0                -1,6               2,56     2       0,9       0,81    -1,44     2,07
  2       0                -1,6               2,56     2       0,9       0,81    -1,44     2,07
  3       2               5.1.1        0,     0,16     2       0,9       0,81    0,36      0,13
                 4
  4        3                1,4               1,96     1      -0,1       0,01    -0,14    0,02
  5        3                1,4               1,96     1      -0,1       0,01    -0,14    0,02
  6        4                2,4               5,76     0      -1,1       1,21    -2,64    6,97
  7        1              5.1.2        0,     0,36     1      -0,1       0,01    0,06     0,004
                 6
 8     0                   -1,6              2,56      0      -1,1       1,21    1,76      3,09
 9     1                   -0,6              0,36      1      -0,1       0,01    0,06      0,004
 10    2                    0,4              0,16      1      -0,1       0,01    -0,04    0,0016
Total 16                                    18,40     11                 4,89    -3,60     14,38
Média 1,6                                             1,1

                         − 3,60
                r=                  = −0,38
                       18,40 × 4,89

      6.3 Coeficientes de Similaridades entre Comunidades

          Utilizados para dados qualitativos (presença/ausência).
          Coeficientes mais utilizados (MATTEUCCI & COLMA, 1982;
      MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG, 1974):

      6.3.1 Coeficiente de Jaccard

             Considera a variação entre o número de espécies comuns e o total das
      espécies encontradas nas duas comunidades que se está comparando:

                           a
                CJ =
                       a + b +c

                Onde:
                a = número de espécies comuns às 2 comunidades
                b= número de espécies exclusivas à comunidade A
                c = número de espécies exclusivas à comunidade B
                Quando todas a espécies são comuns a "A" e "B", temos CJ = 1.
                Quando não existem espécies comuns a "A" e "B", temos CJ = 0 .
Lauri A. Schorn                                       Fitossociologia   47



6.3.2 Coeficiente de Sorensen

                 2a
       CS =
              2a + b + c
7. Índices de Heterogeneidade de Comunidades


7.1 Quociente de mistura de Jentsch (FORSTER, apud LONGHI, 1980):

       É a relação entre o número de espécies encontradas e o número de
árvores (indivíduos amostrados).

                  Ne
       QMJ =         ×100
                  Ni

       Onde:
       N e = número de indivíduos de uma determinada espécie.
       N i = número total de indivíduos.
7.2 Grau de Homogeneidade

       O grau de homogeneidade é um índice fitossociológico criado para
exprimir a homogeneidade de uma associação vegetal (LABORIAU & MATOS
FILHO, 1948). Clacula-se através da seguinte equação:
       H = ((x – y) * n)/N       onde,
       H = Grau de homogeneidade
       X = Número de espécies com 80 a 100% de freqüência absoluta
       Y = Número de espécies com 0 a 20% de freqüência absoluta
       N = Número total de espécies
       N = Número de classes de frequência, neste caso 5.
      Desta forma, quanto mais próximo de 1 (um) for o valor obtido, mais
homogênea será a floresta.
Lauri A. Schorn                                         Fitossociologia    48



7.3 Outras Relações e Índices
7.3.1 Fidelidade das Espécies nas Comunidades (F)
        A fidelidade, de acordo com MATTEUCCI & COLMA (1982) é obtida
através da expressão:
             a(b + d )
        F=             −1
             b( a + c)
        Onde os valores de a, b, c, d são obtidos através da tabela de
contingência abaixo.

Tabela 12: Modelo de Tabela de Contingência
           Fonte: MATTEUCCI & COLMA (1982)
       Relação                 Comunidade                          Total
                            A               B
   espécie x presente       a               b                      a+b
   espécie x ausente        c               d                      c+d
         Total            a+c              B+d

       Exemplo:

        Relação                     Comunidade                     Total
                               A                 B
   espécie x presente          12                 5                 17
   espécie x ausente            3                10                 13
         Total                 15                15

              12(5 + 10)         180
         F=              −1∴ F =     −1∴ F = 1,4
               5(12 + 3)          75

       A partir dos valores obtidos, podem-se dividir as espécies em 4 grupos:
       f Espécies exclusivas
       f Espécies preferenciais
       f Espécies indiferentes
       f Espécies estranhas
       Observações: Sempre se deve relacionar as comunidades A com B,
sendo que a > b.

8. Diversidade da Vegetação

       Conceitos, segundo Whittaker (FILFILLI, 2000):
      f Diversidade alfa: relativo ao número de espécies e suas diversidades
em uma área determinada ou comunidade. Exemplo: ”diversidade de espécies
em uma área restrita da Floresta Ombrófila Mista.
Lauri A. Schorn                                       Fitossociologia       49



        f Diversidade beta: diversidade entre hábitats. Evidencia diferenças na
composição das espécies entre diferentes áreas ou meios. Exemplo: diversidade
da Floresta Ombrófila Densa ao longo de um gradiente de umidade.
        f Diversidade gama: diversidade de paisagem. Reflete primariamente
nos processos evolucionários e depois nos processos ecológicos. Representa o
número de espécies e sua densidade em uma determinada região, considerando
todas as comunidades presentes.
        f Exemplo: somatório de espécies que ocorrem dentro de uma Bacia
hidrográfica – Vale do Itajaí.
        Avaliação das Diversidades:
        f Alfa: pode-se determinar o número de espécies e o número de
indivíduos de cada espécie na amostragem de uma comunidade. Com estes
dados pode-se obter índices de diversidade, riqueza, densidade e importância,
etc.
        f Beta: faz-se a amostragem ao longo de um gradiente ambiental e
monta-se uma curva espécie-área. Calculam-se índices de similaridade entre
amostras ou índices de diversidade.
        f Gama: obtém-se o número total de espécies dentro de uma
determinada região. Também pode ser expressa como a diferença na
composição de espécies entre hábitats similares em regiões distintas.

       As medidas de diversidade de espécies podem ser divididas em 3
categorias principais, de acordo com MAGURRAN (1989): Índices de riqueza
de espécies, modelos de abundância de espécies e abundância proporcional de
espécies.

8.1 Índices de Riqueza de Espécies

8.1.1 Riqueza Numérica

       A riqueza numérica embora menos aplicada em fitossociologia florestal,
poderia ser expressa, por exemplo, em número de espécies por 1.000 indivíduos
amostrados.
       Riqueza numérica: Nº de espécies/Nº de indivíduos

8.1.2 Densidade de Espécies
       A densidade de espécies é o índice mais aplicado para amostragens e a
unidade de área pode ser m2, há ou outra medida, dependendo do objetivo do
levantamento.
       Densidade de Espécies: Nº de espécies/área amostral
Lauri A. Schorn                                                Fitossociologia   50



8.1.3 Índice de Diversidade de Margalef

       DMg = (S – 1)/ln N   onde,
       S = Nº de espécies amostradas
       N = Nº de indivíduos amostrados

8.1.4 Índice de Menhinick

       DMn = S/ N onde,
       S = Nº de espécies amostradas
       N = Nº de indivíduos amostrados

8.2 Modelos de Abundância de Espécies

       Quando os dados coletados são representados em um gráfico (número de
indivíduos e número de espécies) a ordenação é feita das espécies mais
abundantes para as menos abundantes.
       A diversidade representada nestes gráficos pode ser descrita por quatro
modelos principais de distribuição de freqüência, de acordo com MAGURRAN
(1989): Normal logarítmica, série geométrica, série logarítmica e o modelo de
palo quebrado de MacArthur.
       Estes modelos não serão abordados nesta disciplina.

8.3 Abundância Proporcional de Espécies

8.3.1 Índice de Shannon

        H ' = ∑ pi × ln pi

       Onde:
       pi = proporção de cada espécie em relação ao total.

      Quando H '= 0 , todos os indivíduos pertencem à mesma espécie.
      O valor de H ' é máximo quando todas as espécies possuem o mesmo
número de indivíduos ( H '= ln S ).

        H '= 1,7443

       A variância de H’ pode ser calculada por:

       Var H’ = ( Pi (ln Pi)2 – (   Pi * ln Pi)2) + ((S – 1)
                            N                        2 * N2
Lauri A. Schorn                                          Fitossociologia    51




        Tabela 13: Exemplo de Cálculo do Índice de Diversidade de Shannon

             Espécie       N/ha      Pi         ln pi        (pi x ln pi)

                  1        5,80    0,0569      -2,8659        -0,1632
                  2       41,20    0,4044      -0,9054        -0,3661
                  3        1,96    0,0192      -3,9509        -0,0760
                  4       12,70    0,1247      -2,0822        -0,2596
                  5       16,70    0,1639      -1,8084        -0,2964
                  6        9,80    0,0962      -2,3414        -0,2252
                  7        4,90    0,0481      -3,0346        -0,1459
                  8        8,82    0,0866      -2,4468        -0,2118
               Σ          101,88   1,0000                     -1,7443


       O cálculo de ‘t” para comprovar a significância das diferenças entre
amostras é obtido por:
       t = - H’1 – H’2
           (var H’1 + var H’2)1/2   onde,

       H’i = diversidade da amostra i
       Var H’i = variância da amostra i

       Os graus de liberdade são calculados utilizando a equação:
       g.l. = (var H’1 + var H’2)2
             (var H’1 )2/N1 + (var H’2)2/N2     onde,

       N1    e N2 = Número total de indivíduos das amostras 1 e 2
            respectivamente.
       S = Número de espécies

8.3.2 Índice de Uniformidade de Pielou:

                      H'
        J=
             ln S ( H ' máximo)

        Este índice expressa a relação entre a diversidade real (H’) e a
diversidade máxima.
        Se tivermos J = 0 , pode-se dizer que todas as árvores pertencem a uma
única espécie e se tivermos J = 1 , pode-se dizer que todas as espécie estão
igualmente representadas.
Lauri A. Schorn                                      Fitossociologia     52



       Exemplo:

             1,7443
        J=          ∴ J = 0,8388
               ln 8

       Temos que J = 83,88% de uniformidade , ou seja, existem espécies com
mais árvores que outras.

8.3.3 Índice de Simpson:

        Fornece a probabilidade de 2 indivíduos quaisquer, retirados
aleatoriamente de uma comunidade e pertencentes a diferentes espécies.

              n × (ni −1)
        D = ∑ i          
              N ( N −1) 

       Onde:

       ni = número de indivíduos da espécie “i ”
        N    = número total de indivíduos

             Tabela 14: Exemplo de Cálculo do Índice de Simpson
                             ni     ni × ( ni − 1) ni × (ni − 1)
                                                    N ( N −1)
               Espécie

                   1          5,80      27,84        0,0027
                   2          41,20    1656,24       0,1611
                   3          1,96       1,88        0,0002
                   4          12,70     148,59       0,0145
                   5          16,70     262,19       0,0255
                   6          9,80      86,24        0,0084
                   7          4,90      19,11        0,0019
                   8          8,82      68,97        0,0067
                  Total       101,88                 0,2210


       Temos então que D = 0,2210 . Pode ser expresso também da seguinte
       1
forma:   = 4,5255 .
       D
Lauri A. Schorn                                       Fitossociologia       53



8.3.4 Medida de Diversidade de McIntosh

        McIntosh propôs que uma comunidade pode ser interpretada como um
ponto situado em um espaço dimensional e que a distância euclidiana deste
ponto à origem pode ser utilizado como uma medida de diversidade. Esta
medida pode ser calculada como:
       U=          n2i               onde,
       N = Nº de indivíduos da i-ésima espécie.
       DMI = (N – U)/ (N -       N)          onde,
       U = distância euclidiana
       N = Nº total de indivíduos
       DMI = Índice de diversidade
8.3.5 Índice de Berger-Parker

      Este índice expressa a importância proporcional das espécies mais
abundantes.
       Ibp = Nmax/N          onde,
       Nmax = Número de indivíduos da espécie mais abundante
        De forma semelhante ao índice de Simpson, normalmente adota-se o
recíproco do índice de Berger-Parker, de forma que um incremento no valor do
índice acompanha um incremento da diversidade e uma redução da dominância
de espécie(s) (MAGURRAN, 1989).

8.3.6 Índice de Espécies Raras (IER):

        É considerada espécie rara quando esta apresenta menos de 1
indivíduo/ha.

                  nr
        IER =        × 100
                  N
       Onde:
       n r = número de espécies raras encontradas
       N = número total de espécies
Lauri A. Schorn                                         Fitossociologia       54



9. Referências Bibliográficas

BARROS, P.L.C. & MACHADO, S.A. 1980. Aplicação de Índices de dispersão em
     Espécies de Florestas Tropicais da Amazônia Brasileira. FUPEF, Curitiba.
     Série Científica Nº 1.
BRAUN-BLANQUETT, J., 1979 Fitosociología. Base para el estudio de las
     comunidades vegetales. H. Blume, Madrid, 820 p.
CAIN, S.A. & CASTRO, G.M. de O. 1956. Application of some Phytossociological
     Techniques to Brazilian Rain Forest. Amer. J. Bot. 43 (3)205-217.
DAUBENMIRE, R.,1968 Plant Communities. A texbook of plant synecology.
     Harper & Row Publ. New York, 300 p.
FILFILI, J. M. & VENTUROLI, F. 2000. Tópicos em Análise da Vegetação. UNB,
     Brasília. Comunicações Técnicas Florestais, v. 2, nº 2.
FINOL, U.M. 1971. Nuevos parâmetros a considerar-se em el análisis estructural de
     lãs selvas virgenes tropicales. Ver. For. Venez. 14 (21):29-42.
GALVÃO, F. s/d. Métodos de Levantamento Fitossociológico Apostila. Curso de
     Engenharia Florestal, UFPR.
JARDIM, F.C.S. & HOSOKAWA, R.T. 1987. Estrutura da Floresta Equatorial Úmida
     da Estação Experimental de Silvicultura Tropical do INPA. Acta Amazônica.
     Nº Único: 411-500.
LABORIAU, L.F.G. & MATOS FILHO, A., 1948. Notas preliminares sobre a ‘região
     da Araucária”. Na. Brás. Econ. Flor. 1 (1):215-228.
LAMPRECHT, H. 1962. Ensayo sobre unos métodos para el análisis estructural de
     los Bosques Tropicales. Acta Científica Venezolana, (2): 57-65.
LONGHI, S.J. 1980. A estrutura de uma floresta natural de Araucária
     angustifolia (Bert.)º Ktze. no sul do Brasil. Curitiba, UFPR. dissertação de
     Mestrado, 198 p.
MAGURRAN, A E., 1989. Diversidad Ecológica y su Medición. Barcelona, Ed.
     Vedrá.
MARTINS, F.R., 1991 Estrutura de uma Floresta Mesófila. Editora UNICAMP.
     Campinas, 246 p.
MATTEUCCI, S. D. & COLMA, A, 1982. Metodologia para el estudio de la
     vegetacion. Washington, OEA.
MENEZES-SILVA, S. 1998. As Formações Vegetais da Planície Litorânea da Ilha
     do Mel, Paraná, Brasil: Composição Florística e Principais Características
     Estruturais. Campinas, Unicamp. Tese de Doutorado. 262 p.
MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG, H., 1974 Aims and methods of vegetation
     ecology. John Willey & Sons, New York, 547 p.
NETTO, S.P. & BRENA, D.A. 1997. Inventário florestal. Curitiba: Ed. Dos Autores.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Banco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animalBanco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animalLenildo Araujo
 
A nova política fitossanitária para Brasil
A nova política fitossanitária para  BrasilA nova política fitossanitária para  Brasil
A nova política fitossanitária para BrasilOxya Agro e Biociências
 
Produçao animal
Produçao animalProduçao animal
Produçao animalmvezzone
 
Regras analise sementes
Regras analise sementesRegras analise sementes
Regras analise sementesRogger Wins
 
Apresentação Culturas Anuais Caxias - MA, MILHO, ARROZ, FEIJÃO E MANDIOCA
Apresentação Culturas Anuais Caxias - MA, MILHO, ARROZ, FEIJÃO E MANDIOCAApresentação Culturas Anuais Caxias - MA, MILHO, ARROZ, FEIJÃO E MANDIOCA
Apresentação Culturas Anuais Caxias - MA, MILHO, ARROZ, FEIJÃO E MANDIOCAMarcos Fontes
 
Transectos
TransectosTransectos
Transectosunesp
 
Sistemas Agroflorestais
Sistemas AgroflorestaisSistemas Agroflorestais
Sistemas Agroflorestaiscineone
 
Ecossistemas agropecuarios
Ecossistemas agropecuariosEcossistemas agropecuarios
Ecossistemas agropecuariosJoao Shenga
 
Piscicultura Palestra
Piscicultura PalestraPiscicultura Palestra
Piscicultura Palestrachrystianlima
 

Mais procurados (20)

Sistema ILPF
Sistema ILPFSistema ILPF
Sistema ILPF
 
Forragicultura aula1
Forragicultura aula1Forragicultura aula1
Forragicultura aula1
 
4 Silvicultura
4 Silvicultura4 Silvicultura
4 Silvicultura
 
Silvicultura
SilviculturaSilvicultura
Silvicultura
 
Banco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animalBanco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animal
 
Integração Lavoura Pecuaria Floresta ILPF
Integração Lavoura Pecuaria Floresta ILPFIntegração Lavoura Pecuaria Floresta ILPF
Integração Lavoura Pecuaria Floresta ILPF
 
Economia rural
Economia ruralEconomia rural
Economia rural
 
A nova política fitossanitária para Brasil
A nova política fitossanitária para  BrasilA nova política fitossanitária para  Brasil
A nova política fitossanitária para Brasil
 
Slide - Pronto.pptx
Slide - Pronto.pptxSlide - Pronto.pptx
Slide - Pronto.pptx
 
Apostila de silvicultura
Apostila de silviculturaApostila de silvicultura
Apostila de silvicultura
 
Fatores limitantes
Fatores limitantesFatores limitantes
Fatores limitantes
 
Produçao animal
Produçao animalProduçao animal
Produçao animal
 
Pronaf
PronafPronaf
Pronaf
 
Regras analise sementes
Regras analise sementesRegras analise sementes
Regras analise sementes
 
Apresentação Culturas Anuais Caxias - MA, MILHO, ARROZ, FEIJÃO E MANDIOCA
Apresentação Culturas Anuais Caxias - MA, MILHO, ARROZ, FEIJÃO E MANDIOCAApresentação Culturas Anuais Caxias - MA, MILHO, ARROZ, FEIJÃO E MANDIOCA
Apresentação Culturas Anuais Caxias - MA, MILHO, ARROZ, FEIJÃO E MANDIOCA
 
Transectos
TransectosTransectos
Transectos
 
Sistemas Agroflorestais
Sistemas AgroflorestaisSistemas Agroflorestais
Sistemas Agroflorestais
 
Agroecologia hoje
Agroecologia hojeAgroecologia hoje
Agroecologia hoje
 
Ecossistemas agropecuarios
Ecossistemas agropecuariosEcossistemas agropecuarios
Ecossistemas agropecuarios
 
Piscicultura Palestra
Piscicultura PalestraPiscicultura Palestra
Piscicultura Palestra
 

Destaque

Economia da natureza ricklefs - 6ªed - cap. 18
Economia da natureza   ricklefs - 6ªed - cap. 18Economia da natureza   ricklefs - 6ªed - cap. 18
Economia da natureza ricklefs - 6ªed - cap. 18Bruno Rodrigues
 
Flyer Index Florestal - Português
Flyer Index Florestal - PortuguêsFlyer Index Florestal - Português
Flyer Index Florestal - PortuguêsGuilherme Horiuchi
 
Diagnóstico de Florestas Plantadas de Mato Grosso
Diagnóstico de Florestas Plantadas de Mato Grosso Diagnóstico de Florestas Plantadas de Mato Grosso
Diagnóstico de Florestas Plantadas de Mato Grosso Sistema Famato
 
Abundancia y frecuencia
Abundancia y frecuenciaAbundancia y frecuencia
Abundancia y frecuenciaPako Nuri
 
Os biomas brasileiros.ppt
Os biomas brasileiros.pptOs biomas brasileiros.ppt
Os biomas brasileiros.pptJones Godinho
 
Conceitos De Ecologia Aula
Conceitos De Ecologia AulaConceitos De Ecologia Aula
Conceitos De Ecologia AulaCPM
 

Destaque (16)

Apostila curso inventario florestal
Apostila curso inventario florestalApostila curso inventario florestal
Apostila curso inventario florestal
 
Parametros fitossociológicos
Parametros fitossociológicosParametros fitossociológicos
Parametros fitossociológicos
 
Manual do Técnico Florestal
Manual do Técnico FlorestalManual do Técnico Florestal
Manual do Técnico Florestal
 
Economia da natureza ricklefs - 6ªed - cap. 18
Economia da natureza   ricklefs - 6ªed - cap. 18Economia da natureza   ricklefs - 6ªed - cap. 18
Economia da natureza ricklefs - 6ªed - cap. 18
 
Flyer Index Florestal - Português
Flyer Index Florestal - PortuguêsFlyer Index Florestal - Português
Flyer Index Florestal - Português
 
Fitosociología
FitosociologíaFitosociología
Fitosociología
 
1 historia da ecologia aula 1
1 historia da ecologia   aula 11 historia da ecologia   aula 1
1 historia da ecologia aula 1
 
Diagnóstico de Florestas Plantadas de Mato Grosso
Diagnóstico de Florestas Plantadas de Mato Grosso Diagnóstico de Florestas Plantadas de Mato Grosso
Diagnóstico de Florestas Plantadas de Mato Grosso
 
tipos de sucessao ecologica
tipos de sucessao ecologicatipos de sucessao ecologica
tipos de sucessao ecologica
 
Abundancia y frecuencia
Abundancia y frecuenciaAbundancia y frecuencia
Abundancia y frecuencia
 
Os biomas brasileiros.ppt
Os biomas brasileiros.pptOs biomas brasileiros.ppt
Os biomas brasileiros.ppt
 
plantas e flores
plantas e floresplantas e flores
plantas e flores
 
Conceitos De Ecologia Aula
Conceitos De Ecologia AulaConceitos De Ecologia Aula
Conceitos De Ecologia Aula
 
Aula ecologia.
Aula ecologia.Aula ecologia.
Aula ecologia.
 
Ecologia para 6º ano
Ecologia para 6º anoEcologia para 6º ano
Ecologia para 6º ano
 
Ecologia
EcologiaEcologia
Ecologia
 

Semelhante a Fitossociologia apostila

Contextualização da arborização urbana no brasil sob a prespectiva da gestão ...
Contextualização da arborização urbana no brasil sob a prespectiva da gestão ...Contextualização da arborização urbana no brasil sob a prespectiva da gestão ...
Contextualização da arborização urbana no brasil sob a prespectiva da gestão ...Resgate Cambuí
 
Educação infantil
Educação infantilEducação infantil
Educação infantilMaria Vieira
 
Educação infantil
Educação infantilEducação infantil
Educação infantilMaria Vieira
 
A educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uff
A educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uffA educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uff
A educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uffVanessa Marcondes
 
Antropologia e-educacao
Antropologia e-educacaoAntropologia e-educacao
Antropologia e-educacaoIzabella31
 
2012: Computação Natural - Slides do Curso
2012: Computação Natural - Slides do Curso2012: Computação Natural - Slides do Curso
2012: Computação Natural - Slides do CursoLeandro de Castro
 
Análise de dados
Análise de dados Análise de dados
Análise de dados Diogo Freire
 
Prova de ciências
Prova de ciênciasProva de ciências
Prova de ciênciasEducArte2012
 
modulo-10_manual-de-microbiologia.pdf
modulo-10_manual-de-microbiologia.pdfmodulo-10_manual-de-microbiologia.pdf
modulo-10_manual-de-microbiologia.pdfJamana Barros de Melo
 
LINGUA-BRASILEIRA-DE-SINAIS-LIBRAS-1.pdf
LINGUA-BRASILEIRA-DE-SINAIS-LIBRAS-1.pdfLINGUA-BRASILEIRA-DE-SINAIS-LIBRAS-1.pdf
LINGUA-BRASILEIRA-DE-SINAIS-LIBRAS-1.pdfcamilla França
 
Ricardo Mendes de Freitas - Modelagem Matemática em Ecologia de Populações
Ricardo Mendes de Freitas - Modelagem Matemática em Ecologia de PopulaçõesRicardo Mendes de Freitas - Modelagem Matemática em Ecologia de Populações
Ricardo Mendes de Freitas - Modelagem Matemática em Ecologia de PopulaçõesRodolfo Almeida
 
Apostila de-geometria-descritiva-2012-150326094529-conversion-gate01
Apostila de-geometria-descritiva-2012-150326094529-conversion-gate01Apostila de-geometria-descritiva-2012-150326094529-conversion-gate01
Apostila de-geometria-descritiva-2012-150326094529-conversion-gate01marcio vianna
 

Semelhante a Fitossociologia apostila (20)

Teoria do melhoramento animal
Teoria do melhoramento animalTeoria do melhoramento animal
Teoria do melhoramento animal
 
Polinizadores e pesticidas
Polinizadores e pesticidas Polinizadores e pesticidas
Polinizadores e pesticidas
 
Contextualização da arborização urbana no brasil sob a prespectiva da gestão ...
Contextualização da arborização urbana no brasil sob a prespectiva da gestão ...Contextualização da arborização urbana no brasil sob a prespectiva da gestão ...
Contextualização da arborização urbana no brasil sob a prespectiva da gestão ...
 
Educação infantil
Educação infantilEducação infantil
Educação infantil
 
Educação infantil
Educação infantilEducação infantil
Educação infantil
 
A educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uff
A educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uffA educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uff
A educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uff
 
Antropologia e-educacao
Antropologia e-educacaoAntropologia e-educacao
Antropologia e-educacao
 
Violencia na escola
Violencia na escolaViolencia na escola
Violencia na escola
 
Cadernomtp
CadernomtpCadernomtp
Cadernomtp
 
2012: Computação Natural - Slides do Curso
2012: Computação Natural - Slides do Curso2012: Computação Natural - Slides do Curso
2012: Computação Natural - Slides do Curso
 
Análise de dados
Análise de dados Análise de dados
Análise de dados
 
Análise de dados
Análise de dadosAnálise de dados
Análise de dados
 
Prova de ciências
Prova de ciênciasProva de ciências
Prova de ciências
 
Regimento escolar
Regimento escolarRegimento escolar
Regimento escolar
 
modulo-10_manual-de-microbiologia.pdf
modulo-10_manual-de-microbiologia.pdfmodulo-10_manual-de-microbiologia.pdf
modulo-10_manual-de-microbiologia.pdf
 
LINGUA-BRASILEIRA-DE-SINAIS-LIBRAS-1.pdf
LINGUA-BRASILEIRA-DE-SINAIS-LIBRAS-1.pdfLINGUA-BRASILEIRA-DE-SINAIS-LIBRAS-1.pdf
LINGUA-BRASILEIRA-DE-SINAIS-LIBRAS-1.pdf
 
Ricardo Mendes de Freitas - Modelagem Matemática em Ecologia de Populações
Ricardo Mendes de Freitas - Modelagem Matemática em Ecologia de PopulaçõesRicardo Mendes de Freitas - Modelagem Matemática em Ecologia de Populações
Ricardo Mendes de Freitas - Modelagem Matemática em Ecologia de Populações
 
Apostila de-geometria-descritiva-2012.1
Apostila de-geometria-descritiva-2012.1Apostila de-geometria-descritiva-2012.1
Apostila de-geometria-descritiva-2012.1
 
Apostila de-geometria-descritiva-2012-150326094529-conversion-gate01
Apostila de-geometria-descritiva-2012-150326094529-conversion-gate01Apostila de-geometria-descritiva-2012-150326094529-conversion-gate01
Apostila de-geometria-descritiva-2012-150326094529-conversion-gate01
 
Texto completo no pw
Texto completo no pwTexto completo no pw
Texto completo no pw
 

Último

PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...Colaborar Educacional
 
O-P-mais-importante.pptx de Maria Jesus Sousa
O-P-mais-importante.pptx de Maria Jesus SousaO-P-mais-importante.pptx de Maria Jesus Sousa
O-P-mais-importante.pptx de Maria Jesus SousaTeresaCosta92
 
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacionalarte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacionalidicacia
 
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxRessonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxPatriciaFarias81
 
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxDepende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxLuzia Gabriele
 
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...Unidad de Espiritualidad Eudista
 
EBOOK LINGUAGEM GRATUITO EUDCAÇÃO INFANTIL.pdf
EBOOK LINGUAGEM GRATUITO EUDCAÇÃO INFANTIL.pdfEBOOK LINGUAGEM GRATUITO EUDCAÇÃO INFANTIL.pdf
EBOOK LINGUAGEM GRATUITO EUDCAÇÃO INFANTIL.pdfIBEE5
 
Caça palavras - BULLYING
Caça palavras  -  BULLYING  Caça palavras  -  BULLYING
Caça palavras - BULLYING Mary Alvarenga
 
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptxAula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptxMarceloDosSantosSoar3
 
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Colaborar Educacional
 
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974AnaRitaFreitas7
 
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosPeixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosAgrela Elvixeo
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderLucliaResende1
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresEu Prefiro o Paraíso.
 
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdfRitoneltonSouzaSanto
 
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiCruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiMary Alvarenga
 
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfItaloAtsoc
 

Último (20)

PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
 
Abordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
Abordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdfAbordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
Abordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
 
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
 
O-P-mais-importante.pptx de Maria Jesus Sousa
O-P-mais-importante.pptx de Maria Jesus SousaO-P-mais-importante.pptx de Maria Jesus Sousa
O-P-mais-importante.pptx de Maria Jesus Sousa
 
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacionalarte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
 
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxRessonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
 
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxDepende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
 
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
 
EBOOK LINGUAGEM GRATUITO EUDCAÇÃO INFANTIL.pdf
EBOOK LINGUAGEM GRATUITO EUDCAÇÃO INFANTIL.pdfEBOOK LINGUAGEM GRATUITO EUDCAÇÃO INFANTIL.pdf
EBOOK LINGUAGEM GRATUITO EUDCAÇÃO INFANTIL.pdf
 
Caça palavras - BULLYING
Caça palavras  -  BULLYING  Caça palavras  -  BULLYING
Caça palavras - BULLYING
 
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptxAula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
 
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
 
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
 
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosPeixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
 
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
 
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiCruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
 
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
 

Fitossociologia apostila

  • 1. Universidade Regional de Blumenau. Centro de Ciências Tecnológicas. Departamento de Engenharia Florestal. Fitossociologia Prof. Lauri Amândio Schorn Organizadora: Acad. Sabine Lanzer Proibida Reprodução Desautorizada pelo Departamento de Engenharia Florestal por quaisquer meios.
  • 2. Lauri A. Schorn Fitossociologia 2 SUMÁRIO 1. Introdução....................................................................................................4 2. Comportamento das Populações nas Comunidades.................................4 2.1 Padrão Espacial de uma Espécie...............................................................4 2.1.1 Razão Variância/Média..........................................................................5 2.1.2 Índice de Morisita...................................................................................7 2.1.3 Índice de McGuines................................................................................9 2.1.4 Índice de Dispersão de Fracker e Brischle..........................................10 2.1.5 Tamanho da Unidade Amostral x Padrão da Espécie.......................11 2.2 Tamanho Mínimo da Unidade Amostral.................................................12 2.2 Área Mínima da Comunidade x Intensidade Amostral........................14 2.3.1 Gráfico da Área Mínima.......................................................................15 2.3.2 Método de Cain......................................................................................16 2.3.3 Método de DuRietz................................................................................17 2.3.4 Método de Moravec...............................................................................17 2.3.5 Método da Média Corrente de Espécies..............................................18 2.3.6 Outros Métodos.....................................................................................19 3. Planejamento do Inventário.....................................................................20 3.1 Seleção e delimitação da área..................................................................20 3.2 Intensidade e Número de Unidades Amostrais.....................................20 3.3 Tamanho e Forma das Unidades Amostrais..........................................20 3.4 CAP/DAP Mínimo de Inclusão...............................................................21 3.5 Métodos de Amostragem.........................................................................21 3.5.1 Amostragem Aleatória Simples..........................................................21 3.5.2 Amostragem Estratificada..................................................................26 3.5.3 Amostragem Sistemática.....................................................................27 4. Métodos Usados em Levantamentos Fitossociológicos..........................28 4.1 Parcelas Múltiplas....................................................................................28 4.2 Parcela Única............................................................................................29 4.3 Método de Quadrantes............................................................................29 4.4 Método de Braun-Blanquet.....................................................................30 4.5 Levantamento do Estrato Herbáceo e Subarbustivo............................31 5. Parâmetros Fitossociológicos...................................................................32 5.1 Estrutura Horizontal...............................................................................32 5.1.1 Densidade.............................................................................................33 5.1.2 Frequência............................................................................................33 5.1.3 Dominância...........................................................................................33 5.1.4 Porcentagem de Cobertura.................................................................34 5.1.5 Porcentagem de Importância..............................................................34 5.2 Estrutura Diamétrica...............................................................................34 5.3 Estrutura Vertical....................................................................................35
  • 3. Lauri A. Schorn Fitossociologia 3 5.3.1 Posição Sociológica..............................................................................35 5.3.2 Regeneração Natural...........................................................................38 5.4 Valor de Importância Ampliado.............................................................40 5.5 Parâmetros Fitossociológicos pelo Método de Quadrantes..................40 5.6 Parâmetros para Espécies Herbáceas e Subarbustivas........................43 5.7 Perfil Estrutural.......................................................................................43 6. Índices de Associação e Similaridade......................................................43 6.1 Índices de Associação Entre Espécies.....................................................43 6.1.1 Coeficiente de Associação....................................................................44 6.1.2 Índice de Coincidência.........................................................................44 6.1.3 Coeficiente de Correlação Pontual.....................................................44 6.2 Índices para Comparação de Espécies....................................................45 6.2.1 Coeficiente de Ellenberg......................................................................45 6.2.2 Coeficiente de Correlação r................................................................45 6.3 Coeficientes de Similaridade Entre Comunidades................................46 6.3.1 Coeficiente de Jaccard.........................................................................46 6.3.2 Coeficiente de Sorensen.......................................................................47 7. Índices de Heterogeneidade de Comunidades........................................47 7.1 Quociente de Mistura de Jentsch ...........................................................47 7.2 Grau de Homogeneidade.........................................................................47 7.3 Outras Relações e Índices........................................................................48 7.3.1 Fidelidade das Espécies nas Comunidades........................................48 8. Diversidade da Vegetação........................................................................48 8.1 Índices de Riqueza de Espécies...............................................................49 8.1.1 Riqueza Numérica................................................................................49 8.1.2 Densidade de Espécies.........................................................................49 8.1.3 Índice de Diversidade de Margalef....................................................50 8.1.4 Índice de Menhinick............................................................................50 8.2 Modelos de Abundância de Espécies......................................................50 8.3 Abundância Proporcional de Espécies...................................................50 8.3.1 Índice de Shannon................................................................................50 8.3.2 Índice de Uniformidade de Piellou.....................................................51 8.3.3 Índice de Simpson................................................................................52 8.3.4 Medida de Diversidade de McIntosh.................................................53 8.3.5 Índice de Berger-Parker......................................................................53 8.3.6 Índice de Espécies Raras.....................................................................53 9. Referências Bibliográficas........................................................................54
  • 4. Lauri A. Schorn Fitossociologia 4 1. Introdução Fitossociologia é o estudo das comunidades vegetais do ponto de vista florístico, ecológico, corológico e histórico (BRAUN-BLANQUET, 1979). MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG (1974), mencionam que a Fitossociologia recebe diferentes denominações de acordo com as escolas dos diferentes autores: geobotânica sociológica, ciência da vegetação, sociologia de plantas, fitocenologia, fitogeocenologia, ecologia de comunidades vegetais, sinecologia vegetal, ou ecologia da vegetação. No Brasil os primeiros estudos foram desenvolvidos por VELOSO, na década de 40, abrangendo principalmente formações da Floresta Ombrófila Densa. Em Santa Catarina os primeiros levantamentos Fitossociológicos foram desenvolvidos por VELOSO e KLEIN, na década de 50, patrocinados pelo Serviço Nacional da Malária. A Fitossociologia Florestal é uma área de conhecimentos com inúmeras interfaces na Engenharia Florestal, especialmente com as áreas de manejo, silvicultura e recuperação de áreas. Esta apostila, embora ainda parcial, foi elabora com o objetivo de agregar e descrever os principais métodos usados em fitossociologia e servir de suporte aos alunos da respectiva disciplina na Universidade Regional de Blumenau. 2. Comportamento das Populações nas Comunidades População é o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie. Comunidade é o conjunto de populações que ocorrem em uma mesma área. 2.1 Padrão Espacial de uma Espécie A distribuição ou padrão espacial, refere-se à distribuição dos indivíduos de uma espécie no espaço. O padrão dos indivíduos de uma espécie em uma comunidade, podem ser, segundo MATTEUCCI & COLMA (1982), aleatório, agrupado ou regular. A determinação da forma de agrupamento pode ser através dos seguintes métodos: razão média/variância (Índice de Payandech), Índice de Morisita, Índice de dispersão de McGuines, Índice de dispersão de Fracker e Briscle (BARROS & MACHADO, 1984).
  • 5. Lauri A. Schorn Fitossociologia 5 2.1.1 Razão Variância/Média Determina-se com base nas unidades amostrais levantadas, a razão entre a variância e a média do número de indivíduos nas unidades amostrais, por espécie. Interpretação: Quando o valor da razão variância/média for 1, o padrão de distribuição será aleatório; quando o valor for superior a 1, o padrão será agrupado ou tendendo ao agrupamento; quando o valor for menor que 1, considera-se que o padrão é regular. Como exemplo, com os dados de um levantamento, da Tabela 01, obtém-se: f(x) = n = 55 = Número de unidades amostrais f(x) * x = N = 91 = Número de indivíduos no levantamento f(x) * x2 = 269 - Cálculo da Média Xm = ( f(x) * x)/( f(x)) = 91/55 = 1,65 - Cálculo da Variância S2 =(( f(x) * x2) – (( f(x) * x)2/( f(x)))/( f(x))-1 S2 = ((269 – ((91)2 /55))/(55-1)) = 2,69 - Razão Variância/Média = 2,19/1,65 = 1,327 Tabela 01: Levantamento de Ocotea catharinensis em Floresta Ombrófila Densa Montana Nº de Indivíduos Freq. Observada f(x) . x f(x) . x 2 (x) f(x) 0 13 0 0 1 17 17 17 2 13 26 52 3 3 9 27 4 7 28 112 5 1 5 25 6 1 6 36 Total 55 91 269
  • 6. Lauri A. Schorn Fitossociologia 6 Significância da Diferença em Relação à Aleatoriedade A significância da diferença em relação a 1, pode ser determinada por um teste de qui-quadrado (à2). O valor do à2 pode ser obtido segundo duas notações: a) à2 = (n-1) * S2/Xm, onde, n = f(x) = 55 à 2 = (55-1)* 1,327 = 71,66 b) à2 = n * ( x2/N) – N à 2 = 55 * (269/91) – 91 = 71,58 O valor do qui-quadrado calculado é comparado com o valor da tabela de distribuição do quí-quadrado, ou calculado de acordo com a expressão abaixo, citada por BROWER e ZAR, apud BARROS & MACHADO (1980): ÷2á; gl = gl (1- 2/(9 * gl) + c * (2/(9 * gl)))3 onde os valores para “C” são: á 0,05 0,01 c 1,64485 2,32635 Exemplo: Graus de liberdade = n – 1 = 55 – 1 = 54 á = 0,05 × 20,05;54 = 54 * (1 – 2/(9 * 54) + 1,64485 * ( (2/(9 * 54))))3 × 20,05;54 = 54 * (0,9959 + 0,1055)3 = 72,15 Comparando-se o qui-quadrado calculado (×2 = 71,66), com o valor do qui-quadrado da tabela, para 54 g.l. ÷20,05;54 = 72,15, conclui-se que o valor do índice de agregação 1,327 é estatisticamente igual a 1,0, indicando que a espécie apresenta uma distribuição de indivíduos aleatória. O mesmo teste pode ser aplicado ao Índice de Morisita.
  • 7. Lauri A. Schorn Fitossociologia 7 2.1.2 Índice de Morisita É determinado através da expressão: N I= ni (ni – 1) * N onde, I=1 n(n – 1) N = Nº total de unidades amostrais ni = Nº de indivíduos na í-ésima amostra n = Nº total de indivíduos em todas as amostras Também pode ser utilizada a expressão: I=n* x2 – N onde, N (N – 1) n = Nº total de unidades amostrais = f(x) x = Número de indivíduos por espécie e unidade amostral x2 = f(x) * x = somatório do quadrado do número de indivíduos por unidade amostral N = f(x) * x = Número total de indivíduos da espécie “i” encontrados em todas as unidades amostrais Interpretação: - Se o índice de Morisita for igual a 1, a disperão é aleatória; - Se a distribuição for perfeitamente uniforme, o valor do índice será zero; - Se a distribuição for totalmente agregada, todos os indivíduos ocorrem em uma única unidade amostral, e neste caso I = n. Significância: Para determinar se valores próximos a 1, são diferentes estatisticamente de 1, pode-se usar o teste do ÷2 (qui-quadrado). Exemplo: Levantamento de 55 unidades amostrais. Obtém-se inicialmente a freqüência observada de parcelas f(x), por número de indivíduos (x), para cada uma das espécies. Com os dados da tabela, contendo um levantamento de Ocotea catharinensis, obtém-se que: n = f(x) = 55 = Número de unidades amostrais N = f(x) * x = 91 = Número de indivíduos amostrados da espécie f(x) * x2 = 269
  • 8. Lauri A. Schorn Fitossociologia 8 Utilizando-se a 2ª expressão, I = n * f(x)*x2 – N N (N – 1) I = 55 * ((269 – 91)/(91 * (91-1))) = 1,195 Significância através do teste do Qui-quadrado: ÷2 = ( n * ( f(x)*x2/N) – N) ÷2 = (55 * (269/91) – 91) ÷2 = (55 * 2,956 – 91) = 71,58 O valor obtido é comparado com o valor da tabela do qui-quadrado com n-1 graus de liberdade e um nível de significância (á = 0,05 ou á = 0,01), ou calculado de acordo com a expressão abaixo: ÷2á; gl = gl (1- 2/(9 * gl) + c * (2/(9 * gl)))3 Exemplo: Graus de liberdade = n – 1 = 55 – 1 = 54 á = 0,05 × 20,05;54 = 54 * (1 – 2/(9 * 54) + 1,64485 * ( (2/(9 * 54))))3 × 20,05;54 = 54 * (0,9959 + 0,1055)3 = 72,15 Comparando-se o qui-quadrado calculado (×2 = 71,66), com o valor do qui-quadrado da tabela, para 54 g.l. ÷20,05;54 = 72,15, conclui-se que o valor do índice de Morisita 1,195 é estatisticamente igual a 1,0, indicando que a espécie apresenta uma distribuição de indivíduos aleatória. Significância Através do Teste F A significância do desvio do índice de Morisita para 1, segundo POOLE (1974), apud BARROS & MACHADO (1980), pode ser testada através do teste F.
  • 9. Lauri A. Schorn Fitossociologia 9 F = (I * (N – 1) + n – N)/ (n – 1) onde, I = Índice de dispersão de Morisita N = f(x) * x n = f(x) Utilizando-se os dados do exemplo anterior: F = (1,195 * (91 – 1) + 55 – 91)/(55 – 1) = (71,55/54) = 1,325 O numerador é o valor do qui-quadrado calculado anteriormente. O valor calculado de F (1,325) é igual ao valor da variância/média. O valor de F é comparado com o valor da distribuição de F, com o nível de significância á (0,01 ou 0,05) e n - 1 g.l. Neste caso, o valor de F da tabela é 1,39. Como F calculado é menor do que o F da tabela, conclue-se que o o valor do Índice de Morisita (I = 1,195) é estatisticamente igual a 1,0 e o padrão de dispersão da espécie é aleatório. 2.1.3 Ïndice de McGuines O valor deste índice é obtido pela relação entre densidade observada/densidade esperada, ou seja: IGA = D/d onde, D = Densidade observada d = densidade esperada D = Nº total de árvores da espécie/ Nº de amostras D = ( f(x) * x)/ f(x) d = - ln (1 – (F%/100)) F% = (Nº de amostras em que ocorre a espécie/Nº total de amostras) * 100 Interpretação O valor do IGA maior que 1 indica uma tendência ao agrupamento; quando o valor é maior que 2,0 significa que a espécie apresenta um padrão de distribuição contagiosa ou agrupada; quando o valor é igual a 1,0, significa que a espécie tem uma distribuição aleatória, e quando o valor é menor que 1,0, indica que a espécie tem uma distribuição tendendo a uniforme.
  • 10. Lauri A. Schorn Fitossociologia 10 Significância Quando o valor é próximo de 1, pode-se aplicar um teste de significância (Qui-quadrado) para determinar se o valor é estatisticamente diferente de 1 e em que tipo de dispersão a espécie se encontra. Utilizando-se os dados do exemplo anterior para a espécie Ocotea catharinensis: F% = (42/55) * 100 = 76,36 Densidade Observada (D): D = 91/55 = 1,654 Densidade Esperada (d): d = - ln (1 – (76,36/100)) = 1,4422 IGA = 1,654/1,4422 = 1,1468 O valor de 1,1468 indica que a espécie apresenta tendência a agrupamento. No entanto, isto deve ser confirmado através de um teste de significância. Usando-se o teste F: F = (IGA * (N – 1) + n – N)/ (n – 1) F = (1,1468 * (91-1) + 55 – 91)/(55 – 1) = 1,2447 Valor de F (tabela) para á = 0,05 e n-1 g.l. = 1,39 Portanto, o valor de F calculado é menor que o valor de F da tabela, indicando que estatisticamente o valor do IGA 1,1468 não é diferente de 1,0 e o padrão de dispersão da espécie é aleatório. 2.1.4 Índice de Dispersão de Fracker e Briscle Este método também relaciona as densidades observadas e esperadas, como o método de McGuines, sendo expresso por: K = (D – d)/d 2 Interpretação - Valor de K < 0,15 indica uma distribuição aleatória dos indivíduos; - Valor de K entre 0,15 e 1,0 indica a tendência de agrupamento dos indivíduos; - Valor de K > 1,0 significa um padrão de dispersão agregado.
  • 11. Lauri A. Schorn Fitossociologia 11 Utilizando os dados do exemplo anterior, obtém-se: D = 1,654 d = 1,4422 K = (1,654 – 1,4422)/(1,4422)2 = 0,1018 Portanto, o valor 0,1018 no exemplo acima indica uma distribuição aleatória dos indivíduos da espécie. 2.1.5 Tamanho da Unidade Amostral x Padrão da Espécie Se a unidade amostral é menor que os agrupamentos da espécie ou que a distribuição entre estas, os resultados da análise demonstrarão um padrão aleatório. Se a unidade amostral é aproximadamente igual ao agrupamento ou a distância entre estes, os resultados demonstrarão o padrão agregado. Se a unidade amostral é maior que os agrupamentos ou à distância entre estes, os resultados demonstrarão o padrão real da distribuição. Figura 1: Padrões de distribuição dos indivíduos em uma área hipotética. Padrão Aleatório Padrão Agrupado Padrão Regular Tabela 2: Dados de inventário de uma espécie com os três padrões de distribuição. Fonte: MATTEUCCI & COLMA (1982) Índices Aleatório Agrupado Regular n (u.a.) 100 100 100 Sx 350 350 350 S2x 3,25 6,97 0,43 x 3,5 3,5 3,5 S2x 0,93 1,99 0,12 x Causas de Agregação Síndrome de dispersão da semente: onde a dispersão zoocórica a barocórica caracterizam um padrão mais agrupado.
  • 12. Lauri A. Schorn Fitossociologia 12 Padrão x Idade Quando a maior parte dos indivíduos de uma espécie são jovens, MATTEUCCI & COLMA (1982) citam que o padrão tende a ser agregado. Com o advento da competição intra-específica o padrão tende a ser aleatório. O padrão agregado pode aparecer nos bancos de plântulas ou indivíduos jovens de florestas naturais desenvolvidas. Os indivíduos adultos estão distribuídos de forma aleatória. Na sucessão: Área Abandonada Padrão Aleatório Padrão Agregado - para as plantas jovens ao redor das adultas Padrão Aleatório – para os indivíduos adultos Figura 2: Sucessão do padrão de distribuição dos indivíduos de uma espécie de acordo com o tempo de instalação da espécie. 2.2 Tamanho Mínimo da Unidade Amostral De acordo com MATTEUCCI & COLMA (1982), pode-se determinar o tamanho mínimo de uma unidade amostral, seguindo-se os procedimentos abaixo: Procedimentos: 1. Locar as subparcelas quadradas, de igual tamanho, em uma unidade amostral ou área a ser estudada; 2. Contar o número de indivíduos da espécie em questão em cada subparcela; 3. Combinam-se os dados da parcelas contíguas geometricamente (segundo visualização na Figura 2); 4. Para o conjunto de dados calcula-se a variância relativa; 5. Quando a variância relativa for máxima a área da unidade amostral é ideal para determinar o padrão espacial da espécie.
  • 13. Lauri A. Schorn Fitossociologia 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Figura 3: Área hipotética dividida para determinação do tamanho da unidade amostral. Etapas de selecionamento das subparcelas (segundo exemplo acima): 6. U.A.: 1 e 2 7. U.A.: 1, 2, 7 e 8 8. U.A.: 1, 2, 7, 8, 3, 4, 9 e 10 9. U.A.: 1, 2, 7, 8, 3, 4, 9, 10, 5, 6, 11 e 12 10. U.A.: 1, 2, 7, 8, 3, 4, 9, 10, 5, 6, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17 e 18 11. U.A.: 1, 2, 7, 8, 3, 4, 9, 10, 5, 6, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23 e 24 12. U.A.: 1, 2, 7, 8, 3, 4, 9, 10, 5, 6, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24,25, 26, 27, 28, 29 e 30 Exemplo: Cada subparcela contém área de 25m2. Tabela 3: Dados hipotéticos de uma espécie para determinação da área mínima da unidade amostral. Subparcela Número de árvores da espécie “x” 1 2 2 2 2 2 1 1 1 1 3 1 1 1 4 3 3 3 5 1 1 6 1 1 7 0 0 8 3 3 9 0 10 1 S2x 0,500 0,916 1,140 1,120 x 1,500 1,750 1,500 1,300 0,330 0,520 0,760 0,860 S2x
  • 14. Lauri A. Schorn Fitossociologia 14 Tendo em vista que o padrão para determinação da área mínima de uma unidade amostral é dada pela variância relativa máxima, temos que a área mínima neste caso é de 200m2. Deve-se observar que o valor obtido somente é válido para utilização na comunidade onde foram obtidos os dados. 2.3 Área Mínima de Comunidade e Intensidade Amostral Está relacionado com a homogeneidade florística e espacial e surge do critério de que: f De acordo com MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG (1974), para toda comunidade vegetal existe uma superfície abaixo da qual ela não pode se expressar. Espécie População Variabilidade Genética Diversas populações interagindo Comunidade Figura 4: Fluxograma de interrelações em uma comunidade f A área mínima está relacionada à homogeneidade florística e espacial. f Para obter uma amostragem representativa da comunidade é necessário conhecer sua área mínima de expressão. f O inventário deve incluir a maioria das espécies que compõe a comunidade, a fim de ser representativo. Estas espécies estão distribuídas na área mínima da comunidade.
  • 15. Lauri A. Schorn Fitossociologia 15 2.3.1 Gráfico da Área Mínima Procedimentos para instalação, de acordo com CAIN & CASTRO (1959): f Locam-se as unidades amostrais, iniciando-se com uma área pequena, e dobrando-se a área sucessivamente; f Registram-se para cada unidade, o número de espécies encontradas, cumulativamente; f Plota-se em um gráfico, o número de espécies na ordenada (eixo “Y”) e a área amostrada na abscissa (eixo “X”); f A área mínima corresponde ao ponto em que a curva torna-se horizontal, indicando que a maioria das espécies foi amostrada. Comportamento dos dados: f Quando se registra as espécies de uma unidade amostral pequena, seu número é pequeno; f À medida que aumenta a superfície, aumenta o número de espécies; primeiro bruscamente, depois lentamente até o momento em que o incremento no número de espécies é pequeno ou nulo. Esta tendência é comum em comunidades mais ou menos homogêneas. Diferenças na homogeneidade levam ao aumento da curva. f Exemplo: Floresta xerofítica da Venezuela. (MATTEUCCI & COLMA, 1982) Tabela 4: Dados hipotéticos de uma comunidade para a determinação da área mínima a ser amostrada. u.a. Área No acumulado de Amostral espécies 2 (m ) 1 100 8 2 200 12 3 400 14 4 800 16 5 1600 18 6 3200 19 7 6400 19
  • 16. Lauri A. Schorn Fitossociologia 16 1 2 3 5 4 7 6 Figura 5: Croqui das unidades amostrais referentes à Tabela 4. A área das parcelas vai sendo duplicada, conta-se então o número de espécies novas nesta área duplicada. Repete-se este procedimento até que o número de espécies novas diminua ao mínimo. 20 18 Número de espécies 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 2 Superfície (m ) Figura 6: Determinação da área mínima amostrada de uma comunidade Através da análise deste gráfico e segundo a técnica acima descrita, têm- se como a área mínima de amostragem para esta comunidade o valor de aproximadamente 3200m2. 2.3.1 Método de Cain É uma derivação do método anterior, que define com mais precisão o valor da área mínima. f A área correspondente à projeção do ponto da curva no qual a pendente é igual à relação número total de espécies registradas / superfície do quadrado maior (MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG, 1974).
  • 17. Lauri A. Schorn Fitossociologia 17 f Traçar uma reta unindo os extremos da curva. f Traçar uma reta paralela à primeira, passando pela tangente da curva. f Projetar no eixo “x” o ponto o ponto de intersecção tangencial, obtendo-se o valor da área mínima. Exemplo: Utilizando os dados da Tabela 4. 20 18 Número de espécies 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 Superfície (m 2) Figura 7: Determinação da área mínima amostrada através do Método de Cain. 2.3.3 Método de Du Rietz MATTEUCCI & COLMA (1982), descrevem o método de Durietz através das espécies constantes. Espécies constantes são aquelas cuja constância é superior a 90%. Avaliando-se a freqüência das espécies a partir das áreas quadradas de diferentes tamanhos, temos que acima de um determinado tamanho, algumas espécies exibem uma freqüência acima de 90%. Se ao incrementar a área da unidade amostral não ocorrer aumento no número de espécies constantes, diz-se que se atingiu a área mínima da comunidade. 2.3.4 Método de Moravec Este método define a área mínima como sendo aquela onde os índices de homogeneidade e similaridade se mantém relativamente constantes. Para isto, calculam-se os índices entre as unidades amostrais levantadas.
  • 18. Lauri A. Schorn Fitossociologia 18 2.3.5 Método da Média Corrente de Espécies De acordo com GALVÃO (s/d) é utilizada para verificar, juntamente com a área mínima, se a confiabilidade do esforço amostral foi suficiente para representar floristicamente a comunidade estudada. É obtido com base no número médio acumulado de espécies por área amostrada. A partir da última média acumulada, delimita-se uma faixa de variação de 5% onde se traça 2,5% acima e abaixo da última média. Recomenda-se que esta faixa contenha 10% das unidades amostrais. Procedimentos: f Plotar no eixo “x” a área da primeira unidade amostral em m2, e no eixo “y” o número de espécies encontradas; f Plotar no eixo “x” a área acumulada da primeira unidade amostral com a segunda unidade amostral e dividir por 2 o número de espécies existentes nas duas unidades amostrais; f Repetir este procedimento até a última parcela; f Unir todos os pontos; Delimitar a partir da média final a faixa de variação de 5% (2,5 acima e abaixo desta). Exemplo: Tabela 5: Dados hipotéticos para a confecção da Curva da Média Corrente das espécies. no da área no acum. no sp. da no u.a. acumulada sp. u.a. sp./u.a. 1 50 8 8 8 2 100 9 5 6,5 3 150 10 6 6,3 4 200 11 5 6,0 5 250 14 9 6,6 6 300 14 6 6,5 7 350 14 9 6,86 8 400 15 8 7,0 9 450 16 11 7,4 10 500 17 4 7,1
  • 19. Lauri A. Schorn Fitossociologia 19 - 9 Média do Número de Espécie 8 7 Acumulado 6 5 4 3 2 1 0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 2 Área acumulada (m ) Figura 8: Curva da Média Corrente das espécies (dados da tabela 5). 2.3.6 Outros Métodos para a Determinação da Área Amostral Mínima da Comunidade Alguns autores (MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG, 1974), citam ainda os métodos abaixo, para a determinação da área amostral mínima: 1. Quando o incremento de 10% na área amostral, ocasionar um incremento inferior a 10% no número de espécies novas. Pode-se adotar também outros valores, de acordo com a precisão desejada. 2. Locar ao acaso, áreas quadradas de diferentes tamanhos e contar as espécies em cada área. 3. Locar sistematicamente, áreas quadradas de mesmo tamanho e registrar as espécies de cada área. Com a agregação de áreas vizinhas se obtém incrementos sucessivos de superfície. No. Acum. Sp. Área amostrada Figura 09: Área Mínima pela % de incremento de área amostral e espécies.
  • 20. Lauri A. Schorn Fitossociologia 20 Quando o aumento de 10% da intensidade amostral representa um incremento de menos de 10% em número de espécies, significa que se encontrou a área mínima necessária. No caso de uma maior confiabilidade o incremento no número de espécies pode ser de menos de 5%. 3. Planejamento do Inventário Para realização de um inventário fitossociológico é necessário seguir as seguintes etapas: 3.1 Seleção e delimitação da área de estudo; Deve seguir os seguintes critérios: f Administrativo: divisas de Estados e municípios, etc; f Ambientais: topográfico, climático, geomorfológico; f Vegetacionais: estágio de desenvolvimento, grau de alteração, tipo de formação. 3.2 Intensidade e do número de unidades amostrais f Dependente do conhecimento prévio da área mínima da comunidade; f Plota-se uma curva espécie/área; f É imprescindível que o levantamento seja significativo . 3.3 Tamanho e da forma das unidades amostrais f Tamanho: f Para áreas grandes e homogêneas – parcelas maiores; f Para áreas pequenas – parcelas menores. f Tamanho: 100 a 300m2 (para a Floresta Ombrófila Densa Atlântica, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual). f Forma retangular: f São mais eficientes estatisticamente que as isodiamétricas; f O padrão dos agrupamentos de espécies tende a ser isodiamétrico, por isso, unidades amostrais retangulares tem maior probabilidade de interceptar os agrupamentos.
  • 21. Lauri A. Schorn Fitossociologia 21 3.4 CAP/DAP mínimo de inclusão; A definição deste valor está na dependência principalmente dos objetivos do levantamento. Mais usado atualmente é o limite mínimo de 5cm de diâmetro para os indivíduos do estrato arbóreo superior. OBS.: Em áreas com vegetação muito jovem, o limite de inclusão deve ser menor que 5cm. 3.5 Métodos de amostragem 3.5.1 Amostragem Aleatória Simples Figura 10: Área hipotética dividida em parcelas potenciais. Esta área hipotética tem 50 hectares, onde as linhas tracejadas representam estradas e a linha cheia representa um curso d’água. f Definir o tamanho da unidade amostral: se tivermos uma unidade amostral de 200m2, em uma área de 50 ha teremos 2500 unidades amostrais potenciais. f Sorteia-se 50 unidades amostrais (que no exemplo corresponde a 1ha de área amostrada). f Áreas pequenas e de bom acesso, sem grandes dificuldades para locar as unidades amostrais. Evitar Áreas de Preservação Permanente e Bordaduras. f Consiste em locar as unidades amostrais ao acaso. f Cada unidade da população tem igual probabilidade de fazer parte da amostra. f Permite estimar a média e a precisão da amostragem. Procedimentos: f Dividir a área amostral (sobre uma planta) em parcelas de igual tamanho. f Numerar estas parcelas.
  • 22. Lauri A. Schorn Fitossociologia 22 f Sortear determinado número de parcelas a serem levantados. f Marcar estas parcelas sorteadas na planta e locá-las no campo. Condições para uso: f Áreas pequenas e homogêneas. f Áreas de fácil acesso. f Áreas com topografia pouco acidentada. Vantagens: f Cálculo e análise simples. f Apresenta maior precisão para inventário em pequenas áreas. Parâmetros e Estimativas (NETO & BRENA, 1997) Média aritmética: n ∑ xi i =1 X= n Variância: n ∑ ( xi − X ) 2 S 2 x = i =1 n −1 Desvio padrão Sx CV = ×100 x Variância da Média S 2x S x= 2 n
  • 23. Lauri A. Schorn Fitossociologia 23 Erro Padrão Para população infinita, caso F ≥ 0,98, onde: N −n F= N Temos que: Sx Sx = n Para populações finitas, caso F<0,98, têm-se que: Sx = Sx n × ( F) Erro de Amostragem relativo: t×S x ε= ×100 Erro absoluto: ε= t × Sx x Intensidade de Amostragem em função da variância: Para população infinita: t2 × S 2x n= E2 Para população finita: t2 × S 2x n= t2 − S2x E + 2    N  Onde: ( E = 0,10 × x )
  • 24. Lauri A. Schorn Fitossociologia 24 Intensidade de Amostragem em função do Coeficiente de Variação Para população infinita: t 2 × ( CV% ) 2 n= ( LE% ) 2 Para população finita: t 2 × (CV% ) 2 n=  t 2 − (CV% ) 2  ( LE% ) 2 +      N  Intervalo de Confiança para a Média I c = [ X − (t × S x)] < X < [ X + (t × S x)] Intervalo de Confiança para o Total I c = [ N × X − (t × N × S x)] < Total < [ N × X − (t × N × S x)] Notação: X = média de um parâmetro x i =parâmetro analisado F= N = número potencial de parcela para uma determinada área n = número de parâmetros analisados S 2 x = variância Sx = desvio padrão CV = coeficiente de variação S 2 x = variância da média S x = erro padrão ε= erro de amostragem t = índice da tabela “T” E = limite de erro da média LE % = limite de erro
  • 25. Lauri A. Schorn Fitossociologia 25 Exemplo: Com os resultados do inventário florestal abaixo, calcular a análise estatística. U.A. No de palmiteiros adultos 1 25 2 20 3 18 4 28 5 30 6 31 7 24 8 27 9 29 10 21 11 19 12 21 13 30 14 23 15 28 Σ 374 X 24,93 Área do inventário: 15 hectares Área da U.A.: 300m2 Probabilidade de acerto: 90% S 2 x = 19,3524 Sx = 19 ,3524 ∴ Sx = 4,3991 4,3991 CV = × 100 ∴ CV = 17,6459% 24,93 19,3524 S2 x = ∴ S 2 x = 1,2902 15
  • 26. Lauri A. Schorn Fitossociologia 26 15ha ×10000 m 2 N= ∴ N = 500 U.A. potenciais 300 m2 500 − 15 F= ∴ F = 0,97 ž População Finita 500 4,3991 Sx = × 0,97 ∴ S x = 1,118 15 1,761× 1,118 ε= ×100 ∴ ε = 7,897 24,93 (1,761) 2 × 19,3524 n= ∴ n = 9,7070 ≅ 10 U.A. (1,761) 2 ×19,3524 ( 0,10 × 24,93) 2 + 500 ou (1,761) 2 × ( 0,176459 ) 2 n= ∴ n = 9,4732 ≅ 10 U.A. (1,761) 2 × (0,176459 ) 2 ( 0,10) 2 + 500 I c = [24,93 − (1,761×1,118)] < X < [24,93 + (1,761× 1,118)] I c = 22,96 < X < 26,89 I c = [(500 × 24,93) − (1,761 × 500 × 1,118)] < Total < ... ...[(500 × 24,93) + (1,761 × 500 × 1,118)] I c = 11480,6 < Total < 13449,4 3.5.2 Amostragem Estratificada f Divide-se a área em subpopulações ou estratos e efetua-se uma amostragem independente de cada uma delas; f Baseia-se no princípio de que o agrupamento de indivíduos com características similares fazem com que a variância por estrato seja menor que a variância da população; f Podem-se reduzir custos e melhorar a precisão, de modo que a população satisfaça as seguintes condições:
  • 27. Lauri A. Schorn Fitossociologia 27 f Quando se amostra uma floresta nativa, em que a estratificação é feita por tipologias florestais, a variação entre as tipologia deve ser maior que a variação dentro das tipologias (comprovação através da ANOVA). f Unidades amostrais dentro de cada estrato devem ser tomadas como se cada estrato fosse uma população independente. f Deve-se limitar com boa precisão a área dos estratos para que se possa avaliar corretamente o tamanho dos mesmos. f Vantagens: f Redução dos custos de transporte e deslocamento, pois as amostras se concentram nos mesmos estratos; f Redução no tempo de amostragem devido à redução e concentração do número de unidades amostrais; f Aumento da precisão, pois se homogeneíza a variância da população dividindo-a em estratos, havendo redução no erro de amostragem (função direta do grau de variação entre unidades amostrais). f Restrições: f Dificuldade em delimitar e medir o tamanho dos estratos, principalmente quando a variação entre estratos ocorre de forma gradual. 3.5.3 Amostragem Sistemática Consiste em alocar unidades amostrais em um padrão regular na área de estudo. Permite detectar variações espaciais na comunidade. A instalação no campo é mais fácil. Utilização obrigatória para plano de manejo de espécies nativas. Pós-estratificação Figura 11: Distribuição das parcelas em amostragem sistemática
  • 28. Lauri A. Schorn Fitossociologia 28 Recomendações de uso: f Áreas extensas f Áreas em que não se dispõe de plantas f Planos de manejo Locação de Unidades: f Deve-se ter conhecimento prévio da variabilidade da população ou do número de amostra a locar. Vantagens: f Pode ser mais representativa que a amostragem aleatória. f A locação das unidades no campo é mais fácil. f Maior facilidade de localização das unidades amostrais futuramente. Desvantagens: f Se existirem variações cíclicas nas populações e não forem detectadas, pode apresentar baixa precisão. Análise Estatística: f Igual a utilizada para a Aleatória Simples. 4. Métodos Usados em Levantamentos Fitossociológicos Devem satisfazer os seguintes requisitos: f Ser capaz de dar uma visão representativa da composição florística e da estrutura da comunidade; f Ser aplicável em qualquer tipo de comunidade; f Que os resultados sejam livres de influência subjetivas; f Que o resultado de diferentes análises de comunidades seja passível de comparação. Métodos usados, de acordo com DAUBENMIRE (1968): 4.1 Parcelas múltiplas f É o método mais utilizado; f Consiste em estabelecer diversas parcelas em vários locais de uma comunidade; f Usa-se a média de valores obtidos para cada espécie em cada unidade amostral, as quais são generalizadas para toda a comunidade. f Permite avaliar a variabilidade dos parâmetros estimados; f Pode fornecer informações sobre o padrão espacial da distribuição dos indivíduos na população.
  • 29. Lauri A. Schorn Fitossociologia 29 4.2 Parcela Única f Consiste em estabelecer uma única parcela que se considera representativa de toda fitocenose; f Dificulta a quantificação da variância dos parâmetros; f Utiliza-se neste caso, a área mínima da comunidade ou a área de 1 ha de amostragem; f Apresenta vantagens na locação, pois não há perda de tempo com deslocamento. f É menos precisa, pois não absorve as pequenas variações dentro da comunidade. 4.3 Sem parcela (área variável) ou Método de Quadrantes A execução de um levantamento fitossociológico pelo método de quadrantes pode ser realizado adotando-se os seguintes procedimentos (MARTINS, 1991; GALVÃO, s/d): f Deve-se determinar a direção das linhas do levantamento; f Determinar a intensidade das linhas; f Distância entre linhas depende: f da extensão; f da homogeneidade considerada; f transecto (uma só linha); f distância entre pontos de 20 a 50 m; f densidade de árvores (uma árvore não pode ser medida em 2 pontos amostrais). f Percorre-se a linha de levantamento e traça-se uma linha imaginária perpendicular a ela, de tal forma que o ponto de amostragem passa a ser o vértice de quatro quadrantes gerados (conforme figura 6); Figura 12: Ponto amostral com os quatro quadrantes f Em cada quadrante determina-se à distância dos indivíduos que se encontra mais próximo do ponto de amostragem, considerando o limite de CAP e DAP estipulado; f A precisão aumenta com o número de pontos levantados;
  • 30. Lauri A. Schorn Fitossociologia 30 f São recomendados no mínimo 20 pontos; f A intensidade amostral pode ser determinada pela curva espécie/ponto; f Permite o cálculo de todos os parâmetros fitossociológicos; f Deve-se medir a distância de cada árvores ao centro e, obter a média para calcular a densidade; f A regeneração natural pode ser obtida com uma subunidade em cada ponto Figura 13: Pontos amostrais e das linhas de amostragem 4.4 Método de Braun-Blanquet Para realização de inventário fitossociológico por este método, GALVÃO (s/d) observa que são registrados os seguintes dados: • Data, localização, altitude, exposição, inclinação, substrato geológico; • Caracterização aproximada do habitat, tamanho da área estudada, classificação e perfil do solo; • Influência humana, sua duração e efeitos. Ação visível da chuva, ventos, condições gerais de umidade; • Grau de cobertura a altura dos distintos estratos da vegetação, nas comunidades florestais: altura das árvores, altura das ramificações, diâmetro médio do tronco, presença e distribuição das comunidades dependentes (epífitas); • Lista de espécies por estrato. Valores de quantidade (densidade, dominância) e sociabilidade das espécies, seu estágio de desenvolvimento temporário (germinando, florescendo, frutificando, etc). Para determinar a quantidade e a sociabilidade das espécies, empregam- se as seguintes escalas de valores:
  • 31. Lauri A. Schorn Fitossociologia 31 Quantidade: r : espécie muito rara (em condições de extrema raridade rr) t : presente em pequena quantidade 1 : moderadamente abundante, mas sua cobertura é escassa 2 : muito abundante, mas não cobre 25% da superfície 3 : cobre de 25% a 50% da superfície 4 : cobre de 50% a 75% da superfície 5 : cobre de mais de 75% da superfície Sociabilidade: 1 : indivíduos ou fustes isolados 2 : formando pequenos grupos 3 : formando grandes grupos 4 : formando grandes maciços 5 : população contínua Observação: Em geral a sociabilidade refere-se ao modo dos caules se agruparem, pertencendo ou não a um mesmo indivíduo. A atribuição de valores, tanto para qualidade como sociabilidade é feita visualmente, mesmo dando margem a erros em função da subjetividade. É necessário sempre que possível, a confecção de perfis estruturais da comunidade, o que será abordado no próximo capítulo. 4.5 Levantamento do Estrato Herbáceo e Subarbustivo Levantamento envolvendo estas categorias de espécies pode ser feito em área com vegetação arbórea ou em áreas abertas, onde o desenvolvimento é menos evoluido. Para a caracterização de espécies herbáceas e subarbustivas, é usado o sistema proposto por WHITTAKER (1975), baseado em formas biológicas (MENEZES-SILVA, 1998): - Herbácea ereta (HBER): planta não lenhosa em geral com até 50 cm de altura, com ramos de crescimento perpendiculares ou obíquos ao substrato, geralmente bem visíveis. Ex.: várias Asteraceae (Adenostema sp) e Fabaceae (Desmodium sp). - Herbácea bulbosa (HBBU): planta com caule hipógeo reduzido, geralmente descrito morfologicamente como do tipo “bulbo”, e partes aéreas que muitas vezes fenecem em um determinado período do ano. Ex.: várias Liliaceae e Amaryllidaceae (Hipoxis decumbens). - Herbácea reptante (HBRE): caules herbáceos rasteiros que utilizam o substrato como apoio para desenvolvimento, enraizando-se esporadicamente pelos nós, eventualmente recobertos por serapilheira. Ex.: Algumas espécies de Commelinaceas.
  • 32. Lauri A. Schorn Fitossociologia 32 - Herbácea rizomatosa (HBRI): planta com caule rasteiro, frequentemente recoberto por solo e/ou serapilheira, enraizando-se praticamente ao longo de toda sua extensão. Ex.: várias Poaceae como Oplismenus sp. e Ichnahthus sp.. - Herbácea rosulada (HBRO): planta com folhas agrupadas na extremidade de um caule curto não bulboso, formando ramos aéreos somente por ocasião da floração. Ex.: Eryngium sp.. - Herbácea cespitosa (HBCE): planta com altura variável, formando “touceiras”, com gemas geralmente protegidas pelas bainhas das folhas senescentes. Ex.: Muitas Poaceae e Cyperaceae. - Subarbustiva ereta (SBER): planta lenhosa somente na base, a partir da qual em geral ramifica-se, com a maior parte dos ramos não ou pouco lignificados, raramente ultrapassando 1,5 m de altura. O levantamento desta categoria de espécies é realizado geralmente em unidades amostrais pequenas (l m2). Nestas unidades é determinada a % de cobertura/espécie. Para o levantamento deste parâmetro, é adotado o seguinte procedimento: Utiliza-se um quadro confeccionado com madeira e fios de arame ou plástico, formando 100 quadrículas de 10 cm x 10 cm. O quadro é colocado sobre a unidade amostral de 1 m2 , estimando-se a cobertura de cada espécie, pelo número de quadrículas ocupadas. Pode-se também determinar a altura e diâmetro do colo indivíduais, dependendo dos objetivos do trabalho e nível de informações desejado. Em levantamento fitossociológico florestal, as unidades amostrais do estrato herbáceo e subarbustivo, constituem subunidades amostrais e geralmente estão inseridas em unidades maiores. 5. Parâmetros Fitossociológicos Referem-se aos valores e índices obtidos a partir dos dados coletados em campo. Os principais parâmetros utilizados estão descritos a seguir. 5.1 Estrutura Horizontal É a organização e distribuição espacial dos indivíduos na superfície do terreno. Compreende os valores de densidade, frequência, dominância, porcentagem de importância e porcentagem de cobertura (LAMPRECHT, 1962; FINOL , 1971).
  • 33. Lauri A. Schorn Fitossociologia 33 5.1.1 Densidade Grau de participação das diferentes espécies na floresta. n f Absoluta = ha n ha f Relativa = ×100 N ha Onde: n = número de indivíduos da espécie N = número de indivíduos total 5.1.2 Freqüência Está relacionado com a distribuição espacial das espécies. f Absoluta =percentagem de ocorrência da espécie nas parcelas Freq.Absoluta f Relativa = ×100 ∑ Freq.Absolutas 5.1.3 Dominância Área ocupada pelo somatório diâmetro do fuste (alta correlação com o diâmetro de copa) das espécies. g f Absoluta = ha g ha f Relativa = ×100 G ha Onde: g = somatório da área basal de uma espécie G = somatório da área basal de todas as espécies
  • 34. Lauri A. Schorn Fitossociologia 34 5.1.4 Porcentagem de Cobertura Integra os parâmetros relativos de densidade e dominância. PC = Densidade + Dominância 5.1.5 Porcentagem de Importância Integra os parâmetros relativos da estrutura horizontal. PI = Densidade + Frequência + Dominância 5.2 Estrutura Diamétrica Pode ser caracterizada pela densidade absoluta, área basal ou volume de uma população ou comunidade vegetal. Coeficiente de Liocourt: é a razão entre o número de árvores de uma classe de diâmetro e número da classe vizinha. (q) O coeficiente “q” apresenta valores característicos e estáveis para diversas formações florestais. Espécies climácicas: q > 2 Espécies pioneiras: q < 2 Espécies secundárias iniciais: q ≅ 2 800 700 Número de árvores 600 500 400 300 200 100 0 0 10 20 30 40 50 60 Classe de DAP (cm) Exemplo: q = 2 Figura 14: Forma de distribuição para espécies estáveis
  • 35. Lauri A. Schorn Fitossociologia 35 Estágio Pioneiro Estágio Intermediário Estágio Avançado Figura 15: Formas de distribuição diamétrica de populações de espécies em diferentes estágios. A distribuição diamétrica permite tirar conclusões sobre o estágio de desenvolvimento da floresta. Revela características ecológicas da espécie cuja população está sendo estudada. Permite definir a intensidade do manejo florestal. 5.3 Estrutura Vertical Organização e distribuição espacial dos indivíduos no perfil vertical da floresta. É representado por: 5.3.1 Posição Sociológica É a distribuição das árvores nos diversos estratos da floresta. O conhecimento desta distribuição é importante pois uma espécie é estável e tem seu lugar assegurado na estrutura da floresta, quando encontra-se com densidade decrescente dos estratos inferiores para os superiores. A determinação dos estratos pode ser feita: 1. Visualmente, definindo-se os estratos inferior (1), Médio (2) e Superior (3). 2. Através da freqüência relativa das alturas (LONGHI, 1980): f Primeiramente determina-se a percentagem da freqüência das alturas de todas as árvores encontradas na floresta; f Através das respectivas percentagens acumuladas, confecciona-se um gráfico;
  • 36. Lauri A. Schorn Fitossociologia 36 f Estabelecendo-se o critério de que cada estrato deve abranger 1/3 das alturas encontradas, delimita-se através do gráfico os respectivos estratos. Assim: f O limite entre o estrato 1 e 2 corresponde a 33,33% da freqüência acumulada; f A altura correspondente a 66,66% desta freqüência acumulada, é o limite entre o estrato médio e o superior; f Determinado os estratos, calcula-se a posição sociológica (absoluta e relativa). Valor Fitossociológico dos estratos (VF): É o valor simplificado da percentagem do número de árvores correspondente a cada estrato. Exemplo: Estrato 1: até 7,0m Estrato 2: de 7,1 a 12,0m Estrato 3: mais de 12,0m Estrato 1: 280 árvores = 280 / 500 = 0,56 Ú VF1 Estrato 2: 150 árvores = 150 / 500 = 0,30 ÚVF2 Estrato 3: 70 árvores = 70 / 500 = 0,14 Ú VF3 Total: 500 árvores Posição Sociológica Absoluta por Espécie (PSabs) PS abs = (VF1 × n1 ) + (VF2 × n2 ) + (VF 3× n3 ) Onde: VFn = valor fitossociológico de cada estrato para uma determinada espécie nn = número de indivíduos de cada estrato para uma determinada espécie Posição Sociológica Relativa Percentagem da Posição Sociológica da espécie, em relação a soma total da Posição Sociológica Absoluta.
  • 37. Lauri A. Schorn Fitossociologia 37 Exemplo: Determinação dos estratos: f Primeiramente obtém-se a menor e a maior altura. Menor altura: 2m Maior altura: 16m Estrato 1: até 3,7m = 15 + 7 = 22 / 77 Ú 0,2857 (VF 1) Estrato 2: de 3,8 até 9,2m = 5 + 10 + 10 + 4 = 29 / 77 Ú 0,3766 (VF2) Estrato 3: mais de 9,2m = 7 + 8 + 6 + 5 = 26 / 77 Ú 0,3377 (VF 3) Tabela 6: Distribuição da densidade de árvores em classes de altura Classes de No de árvores % de árvores % acumulada Altura por classe por classe 2 15 19,48 19,48 4 12 15,58 35,06 6 10 12,99 48,05 8 10 12,99 61,04 10 11 14,29 75,32 12 8 10,39 85,70 14 6 7,79 93,49 16 5 6,49 100,00 Total 77 100 90 80 % Acumulada 70 60 50 Limite E2 - E3 40 30 20 Limite E1 - E2 10 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Classe de Altura Figura 16: Deteminação dos limites entre os estratos
  • 38. Lauri A. Schorn Fitossociologia 38 5.3.2 Regeneração Natural O valor da regeneração natural pode ser obtido a partir de 3 parâmetros: densidade, frequência e categorias de tamanho (JARDIM & HOSOKAWA, 1987). Densabs + Freqabs + CTabs RNabs = 3 Densrel + Freqrel + CTrel RNrel = 3 Onde: RNabs = Regeneração Natural Absoluta Dens abs = Densidade Absoluta da Regeneração Natural Freq abs = Freqüência Absoluta da Regeneração Natural CTabs = Valor da Categoria de Tamanho Absoluta da Regeneração Natural RNrel = Regeneração Natural Relativa Dens rel = Densidade Relativa da Regeneração Natural Freq rel = Freqüência Relativa da Regeneração Natural CTrel = Valor da Categoria de Tamanho Relativa da Regeneração Natural A contagem dos indivíduos, nas subparcelas em campo, pode ser através de 3 categorias pré-definidas (FINOL, 1964) ou com o levantamento das alturas dos indivíduos e posterior divisão em classes. Classe 1: até 0,50m (Categoria de Tamanho 1 – CT1) Classe 2: de 0,51 até 1,00m (CT2) Classe 3: mais de 1,00m até o diâmetro limite (CT3) Em estudos de parcelas permanentes também é importante o levantamento do diâmetro do colo dos indivíduos e a análise posterior da densidade em classes deste parâmetro.
  • 39. Lauri A. Schorn Fitossociologia 39 Valor Fitossociológico da Regeneração Natural (VF): Exemplo: Regeneração com 600 indivíduos. CT1: 300 Ú 0,50 (VF 1) CT1: 200 Ú 0,33 (VF 2) CT1: 100 Ú 0,17 (VF 3) Categoria de Tamanho Absoluta por espécie CTabs = (VF1 × n1 ) + (VF2 × n2 ) + (VF3 × n3 ) Onde: VFn = valor fitossociológico da categoria de tamanho “n” para uma determinada espécie nn = número de indivíduos da categoria de tamanho “n” para uma determinada espécie Categoria de Tamanho Relativa por espécie Percentagem da espécie em relação à soma da Categoria de Tamanho Absoluta de todas as espécies. Densidade f Densidade Absoluta = número de indivíduos por espécie por hectare f Densidade Relativa = percentagem do número de indivíduos da espécie em relação ao número total de indivíduos da Regeneração Natural. Freqüência f Freqüência absoluta = percentagem de ocorrência da espécie nas sub- parcelas da Regeneração Natural. f Freqüência relativa = percentagem da freqüência absoluta da espécie em relação ao somatório das freqüências absolutas de todas as espécies na Regeneração Natural.
  • 40. Lauri A. Schorn Fitossociologia 40 5.4 Valor de Importância Ampliado Este valor associa a estrutura horizontal e vertical da floresta, indicando com mais precisão a participação de cada espécie na floresta. São usados os seguintes parâmetros relativos: VIA = densidade + freqüência + dominância + pos. sociológica + reg. Natural 5.5 Parâmetros Fitossociológicos Pelo Método de Quadrantes Para este exemplo, foram utilizados no quadro abaixo, dados de um levantamento citado por MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG (1974). Tabela 7: Dados de um levantamento utilizando o método de quadrantes Ponto Quadrante Distância (m) Espécie DAP (cm) 1 I 0,7 Psidium guajava 5,5 II 1,6 Acacia koa 42,5 III 3,5 Metrasideros collina 17,0 IV 2,0 Metrasideros tremuloides 25,0 2 I 1,1 Psidium guajava 4,0 II 0,8 Psidium guajava 5,0 III 1,9 Psidium guajava 5,0 IV 1,8 Psidium guajava 4,0 3 I 1,3 Acacia koa 75,0 II 0,7 Psidium guajava 3,0 III 1,5 Metrasideros collina 9,0 IV 2,0 Metrasideros collina 23,0 4 I 3,1 Acacia koa 14,0 II 1,7 Psidium guajava 6,0 III 1,1 Psidium guajava 5,0 IV 1,9 Acacia koa 12,0 5 I 2,5 Acacia koa 23,0 II 2,2 Acacia koa 18,0 III 1,4 Psidium guajava 5,0 IV 2,8 Metrasideros collina 25,0 Σ 35,6 no árv. 20 Média Distâncias 1,78
  • 41. Lauri A. Schorn Fitossociologia 41 Densidade Absoluta: É determinado pelo número de árvores por espécie em 10000 m2. 2 Densidade Absoluta = área ∴10000m = 3156 árv/ha (d ) 2 (1,78)2 Onde: d = é a média das distâncias entre as árvores de cada quadrante até o ponto amostral. Tabela 8: Cálculo da Densidade Absoluta e Relativa com como base nos dados da Tabela 5. Espécie Proporção Densidade Densidade Relativa Absoluta Acacia koa 6 em 20 0,30 947 Psidium guajava 9 em 20 0,20 1420 Metrasideros collina 4 em 20 0,05 631 Metrasideros 1 em 20 0,45 158 tremuloides Σ 1,00 3156 f Dominância Absoluta por Hectare É a área basal ocupada por cada espécie em um hectare. Dominância Absoluta = g × n Onde: g = área basal média por espécie n = número de árvores por espécie
  • 42. Lauri A. Schorn Fitossociologia 42 Tabela 9: Cálculo da dominância absoluta (tabelas por espécie) Acacia koa Metrasideros tremuloides 2 DAP (cm) g (m ) DAP (cm) g (m2) 42,5 0,1419 25,0 0,0491 75,0 0,4418 Σ 0,0491 14,0 0,0154 g 0,0491 12,0 0,0113 23,0 0,0415 Psidium guajava 18,0 0,0254 DAP (cm) g (m2) Σ 0,6773 5,5 0,0024 g 0,1129 4,0 0,0013 5,0 0,0020 Metrasideros collina 5,0 0,0020 2 DAP (cm) g (m ) 4,0 0,0013 17,0 0,227 3,0 0,0007 9,0 0,0064 6,0 0,0028 23,0 0,0415 5,0 0,0020 25,0 0,0491 5,0 0,0020 Σ 0,1197 Σ 0,0165 g 0,0299 g 0,0018 G Dominância Relativa = Gtotal Onde: G = área basal por hectare por espécie Gtotal = área basal por hectare do levantamento Tabela 10: Demonstração da Densidade Absoluta e Relativa. Espécie No árv./ha Dens. Abs. Dens. Rel. (m2/ha) (%) Acacia koa 947 106,9163 78,56 Psidium guajava 1420 2,5560 1,88 Metrasideros collina 631 18,8669 13,86 Metrasideros 158 7,7578 5,70 tremuloides Σ 136,0970 100,00
  • 43. Lauri A. Schorn Fitossociologia 43 5.6 Parâmetros para Espécies Herbáceas e Subarbustivas Os parâmetros analisados nos estratos herbáceo e subarbustivo, são a frequência, cobertura e valor de Importância. A frequência é determinada de forma semelhante ao estrato arbóreo, mencionado anteriormente, enquanto que a cobertura é obtida diretamente no campo, através do procedimento detalhado no ítem 4.5. O valor de importância é obtido pela soma dos valores relativos da frequência e cobertura por espécie. 5.7 Perfil Estrutural Para visualização do perfil estrutural são confeccionados, de acordo com MATTEUCCI & COLMA (1982): f Planta horizontal e vertical: f Proporciona uma visão espacial da floresta. f Fornece uma visão das árvores na comunidade. f Devem ser selecionadas parcelas representativas para elaboração dos perfis. f Largura: ± 10m. f Comprimentos variáveis: mínimo 10m. f Quando o número de árvores é muito elevado, não é recomendável utilizar faixas com largura superior a 10m. f Inclui-se no perfil somente os indivíduos que estão no estrato arbóreo superior. f Perfil Bidimensional: são analisadas várias características estruturais: densidade, número de espécies, heterogeneidade, pode-se distinguir os substratos. f Perfil Tridimensional: utiliza-se símbolo para representar as espécies. 6. Índices de Associação e Similaridade 6.1 Índices de Associação entre Espécies Utilizam dados qualitativos de presença/ausência (MATTEUCCI & COLMA, 1982) :
  • 44. Lauri A. Schorn Fitossociologia 44 6.1.1 Coeficiente de associação É a relação entre o número de amostras em que 2 espécies coincidem e o número de amostras em que uma ou ambas estão presentes. a S A, B = a + b +c Onde: a = número de amostras em que A e B estão presentes simultaneamente b= número de amostras em que só B aparece c = número de amostras em que só A aparece Se associação e total, as espécies A e B aparecem sempre juntas ∴ S A, B =1 Se A e B nunca estão juntas ∴ S A, B = 0 Exemplo: a= 6 b= 2 c= 1 6 6 S A, B = = = 0,67 6 + 2 +1 9 6.1.2 Índice de Coincidência É a relação entre o dobro do número de amostras em que ambas as espécies coincidem e a soma do número total de amostras que contém a espécie A mais o número total de amostras que contém a espécie B. 2a S A, B = 2a + b + c Se S A, B = 1, temos uma associação completa Se S A, B = 0 , não existe associação 6.1.3 Coeficiente de Correlação Pontual ad − bc D A, B = (a + b) × (a + c) × (b + d ) × (c + d ) Os valores variam de –1 a +1. d = número de amostras em que nem A nem B estão presentes
  • 45. Lauri A. Schorn Fitossociologia 45 6.2 Índices para Comparação de Espécies Índices que utilizam dados quantitativos (MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG (1974): 6.2.1 Coeficiente de Ellenberg S A, B = ∑ T (x A + xB ) ∑ T (x A + xB ) + 2(∑ U xa + ∑ V xB ) Onde: T = subconjunto de amostras em que as espécies A e B coincidem U = subconjunto de amostras em que aparece somente a espécie A V = subconjunto de amostras em que aparece somente a espécie B x A = número de árvores da espécie A no subconjunto x B = número de árvores da espécie B no subconjunto Interpretação: f Se as espécies A e B aparecem sempre juntas, então temos, S A, B = 1 f Se as espécies A e B aparecem sempre separadas, então temos, S A, B = 0. 6.2.2 Coeficiente de Correlação ( r ): r= ∑ ( xA − x A ) × (xB − x B ) ∑ (x A − x A )2 × ∑ ( xB − xB )2 Onde: x A = média dos valores da espécie A no subconjunto x B = média dos valores da espécie B no subconjunto
  • 46. Lauri A. Schorn Fitossociologia 46 Tabela 11: Exemplo de Cálculo do Coeficiente de Correlação (r) u.a. no ( xA − x A ) (C 1)2 no ( x − x B ) (C 3)2 C1× C3 C2× C4 B árv. árv. sp. (C 1) (C 2) sp. (C 3) (C 4) A B 1 0 -1,6 2,56 2 0,9 0,81 -1,44 2,07 2 0 -1,6 2,56 2 0,9 0,81 -1,44 2,07 3 2 5.1.1 0, 0,16 2 0,9 0,81 0,36 0,13 4 4 3 1,4 1,96 1 -0,1 0,01 -0,14 0,02 5 3 1,4 1,96 1 -0,1 0,01 -0,14 0,02 6 4 2,4 5,76 0 -1,1 1,21 -2,64 6,97 7 1 5.1.2 0, 0,36 1 -0,1 0,01 0,06 0,004 6 8 0 -1,6 2,56 0 -1,1 1,21 1,76 3,09 9 1 -0,6 0,36 1 -0,1 0,01 0,06 0,004 10 2 0,4 0,16 1 -0,1 0,01 -0,04 0,0016 Total 16 18,40 11 4,89 -3,60 14,38 Média 1,6 1,1 − 3,60 r= = −0,38 18,40 × 4,89 6.3 Coeficientes de Similaridades entre Comunidades Utilizados para dados qualitativos (presença/ausência). Coeficientes mais utilizados (MATTEUCCI & COLMA, 1982; MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG, 1974): 6.3.1 Coeficiente de Jaccard Considera a variação entre o número de espécies comuns e o total das espécies encontradas nas duas comunidades que se está comparando: a CJ = a + b +c Onde: a = número de espécies comuns às 2 comunidades b= número de espécies exclusivas à comunidade A c = número de espécies exclusivas à comunidade B Quando todas a espécies são comuns a "A" e "B", temos CJ = 1. Quando não existem espécies comuns a "A" e "B", temos CJ = 0 .
  • 47. Lauri A. Schorn Fitossociologia 47 6.3.2 Coeficiente de Sorensen 2a CS = 2a + b + c 7. Índices de Heterogeneidade de Comunidades 7.1 Quociente de mistura de Jentsch (FORSTER, apud LONGHI, 1980): É a relação entre o número de espécies encontradas e o número de árvores (indivíduos amostrados). Ne QMJ = ×100 Ni Onde: N e = número de indivíduos de uma determinada espécie. N i = número total de indivíduos. 7.2 Grau de Homogeneidade O grau de homogeneidade é um índice fitossociológico criado para exprimir a homogeneidade de uma associação vegetal (LABORIAU & MATOS FILHO, 1948). Clacula-se através da seguinte equação: H = ((x – y) * n)/N onde, H = Grau de homogeneidade X = Número de espécies com 80 a 100% de freqüência absoluta Y = Número de espécies com 0 a 20% de freqüência absoluta N = Número total de espécies N = Número de classes de frequência, neste caso 5. Desta forma, quanto mais próximo de 1 (um) for o valor obtido, mais homogênea será a floresta.
  • 48. Lauri A. Schorn Fitossociologia 48 7.3 Outras Relações e Índices 7.3.1 Fidelidade das Espécies nas Comunidades (F) A fidelidade, de acordo com MATTEUCCI & COLMA (1982) é obtida através da expressão: a(b + d ) F= −1 b( a + c) Onde os valores de a, b, c, d são obtidos através da tabela de contingência abaixo. Tabela 12: Modelo de Tabela de Contingência Fonte: MATTEUCCI & COLMA (1982) Relação Comunidade Total A B espécie x presente a b a+b espécie x ausente c d c+d Total a+c B+d Exemplo: Relação Comunidade Total A B espécie x presente 12 5 17 espécie x ausente 3 10 13 Total 15 15 12(5 + 10) 180 F= −1∴ F = −1∴ F = 1,4 5(12 + 3) 75 A partir dos valores obtidos, podem-se dividir as espécies em 4 grupos: f Espécies exclusivas f Espécies preferenciais f Espécies indiferentes f Espécies estranhas Observações: Sempre se deve relacionar as comunidades A com B, sendo que a > b. 8. Diversidade da Vegetação Conceitos, segundo Whittaker (FILFILLI, 2000): f Diversidade alfa: relativo ao número de espécies e suas diversidades em uma área determinada ou comunidade. Exemplo: ”diversidade de espécies em uma área restrita da Floresta Ombrófila Mista.
  • 49. Lauri A. Schorn Fitossociologia 49 f Diversidade beta: diversidade entre hábitats. Evidencia diferenças na composição das espécies entre diferentes áreas ou meios. Exemplo: diversidade da Floresta Ombrófila Densa ao longo de um gradiente de umidade. f Diversidade gama: diversidade de paisagem. Reflete primariamente nos processos evolucionários e depois nos processos ecológicos. Representa o número de espécies e sua densidade em uma determinada região, considerando todas as comunidades presentes. f Exemplo: somatório de espécies que ocorrem dentro de uma Bacia hidrográfica – Vale do Itajaí. Avaliação das Diversidades: f Alfa: pode-se determinar o número de espécies e o número de indivíduos de cada espécie na amostragem de uma comunidade. Com estes dados pode-se obter índices de diversidade, riqueza, densidade e importância, etc. f Beta: faz-se a amostragem ao longo de um gradiente ambiental e monta-se uma curva espécie-área. Calculam-se índices de similaridade entre amostras ou índices de diversidade. f Gama: obtém-se o número total de espécies dentro de uma determinada região. Também pode ser expressa como a diferença na composição de espécies entre hábitats similares em regiões distintas. As medidas de diversidade de espécies podem ser divididas em 3 categorias principais, de acordo com MAGURRAN (1989): Índices de riqueza de espécies, modelos de abundância de espécies e abundância proporcional de espécies. 8.1 Índices de Riqueza de Espécies 8.1.1 Riqueza Numérica A riqueza numérica embora menos aplicada em fitossociologia florestal, poderia ser expressa, por exemplo, em número de espécies por 1.000 indivíduos amostrados. Riqueza numérica: Nº de espécies/Nº de indivíduos 8.1.2 Densidade de Espécies A densidade de espécies é o índice mais aplicado para amostragens e a unidade de área pode ser m2, há ou outra medida, dependendo do objetivo do levantamento. Densidade de Espécies: Nº de espécies/área amostral
  • 50. Lauri A. Schorn Fitossociologia 50 8.1.3 Índice de Diversidade de Margalef DMg = (S – 1)/ln N onde, S = Nº de espécies amostradas N = Nº de indivíduos amostrados 8.1.4 Índice de Menhinick DMn = S/ N onde, S = Nº de espécies amostradas N = Nº de indivíduos amostrados 8.2 Modelos de Abundância de Espécies Quando os dados coletados são representados em um gráfico (número de indivíduos e número de espécies) a ordenação é feita das espécies mais abundantes para as menos abundantes. A diversidade representada nestes gráficos pode ser descrita por quatro modelos principais de distribuição de freqüência, de acordo com MAGURRAN (1989): Normal logarítmica, série geométrica, série logarítmica e o modelo de palo quebrado de MacArthur. Estes modelos não serão abordados nesta disciplina. 8.3 Abundância Proporcional de Espécies 8.3.1 Índice de Shannon H ' = ∑ pi × ln pi Onde: pi = proporção de cada espécie em relação ao total. Quando H '= 0 , todos os indivíduos pertencem à mesma espécie. O valor de H ' é máximo quando todas as espécies possuem o mesmo número de indivíduos ( H '= ln S ). H '= 1,7443 A variância de H’ pode ser calculada por: Var H’ = ( Pi (ln Pi)2 – ( Pi * ln Pi)2) + ((S – 1) N 2 * N2
  • 51. Lauri A. Schorn Fitossociologia 51 Tabela 13: Exemplo de Cálculo do Índice de Diversidade de Shannon Espécie N/ha Pi ln pi (pi x ln pi) 1 5,80 0,0569 -2,8659 -0,1632 2 41,20 0,4044 -0,9054 -0,3661 3 1,96 0,0192 -3,9509 -0,0760 4 12,70 0,1247 -2,0822 -0,2596 5 16,70 0,1639 -1,8084 -0,2964 6 9,80 0,0962 -2,3414 -0,2252 7 4,90 0,0481 -3,0346 -0,1459 8 8,82 0,0866 -2,4468 -0,2118 Σ 101,88 1,0000 -1,7443 O cálculo de ‘t” para comprovar a significância das diferenças entre amostras é obtido por: t = - H’1 – H’2 (var H’1 + var H’2)1/2 onde, H’i = diversidade da amostra i Var H’i = variância da amostra i Os graus de liberdade são calculados utilizando a equação: g.l. = (var H’1 + var H’2)2 (var H’1 )2/N1 + (var H’2)2/N2 onde, N1 e N2 = Número total de indivíduos das amostras 1 e 2 respectivamente. S = Número de espécies 8.3.2 Índice de Uniformidade de Pielou: H' J= ln S ( H ' máximo) Este índice expressa a relação entre a diversidade real (H’) e a diversidade máxima. Se tivermos J = 0 , pode-se dizer que todas as árvores pertencem a uma única espécie e se tivermos J = 1 , pode-se dizer que todas as espécie estão igualmente representadas.
  • 52. Lauri A. Schorn Fitossociologia 52 Exemplo: 1,7443 J= ∴ J = 0,8388 ln 8 Temos que J = 83,88% de uniformidade , ou seja, existem espécies com mais árvores que outras. 8.3.3 Índice de Simpson: Fornece a probabilidade de 2 indivíduos quaisquer, retirados aleatoriamente de uma comunidade e pertencentes a diferentes espécies.  n × (ni −1) D = ∑ i   N ( N −1)  Onde: ni = número de indivíduos da espécie “i ” N = número total de indivíduos Tabela 14: Exemplo de Cálculo do Índice de Simpson ni ni × ( ni − 1) ni × (ni − 1) N ( N −1) Espécie 1 5,80 27,84 0,0027 2 41,20 1656,24 0,1611 3 1,96 1,88 0,0002 4 12,70 148,59 0,0145 5 16,70 262,19 0,0255 6 9,80 86,24 0,0084 7 4,90 19,11 0,0019 8 8,82 68,97 0,0067 Total 101,88 0,2210 Temos então que D = 0,2210 . Pode ser expresso também da seguinte 1 forma: = 4,5255 . D
  • 53. Lauri A. Schorn Fitossociologia 53 8.3.4 Medida de Diversidade de McIntosh McIntosh propôs que uma comunidade pode ser interpretada como um ponto situado em um espaço dimensional e que a distância euclidiana deste ponto à origem pode ser utilizado como uma medida de diversidade. Esta medida pode ser calculada como: U= n2i onde, N = Nº de indivíduos da i-ésima espécie. DMI = (N – U)/ (N - N) onde, U = distância euclidiana N = Nº total de indivíduos DMI = Índice de diversidade 8.3.5 Índice de Berger-Parker Este índice expressa a importância proporcional das espécies mais abundantes. Ibp = Nmax/N onde, Nmax = Número de indivíduos da espécie mais abundante De forma semelhante ao índice de Simpson, normalmente adota-se o recíproco do índice de Berger-Parker, de forma que um incremento no valor do índice acompanha um incremento da diversidade e uma redução da dominância de espécie(s) (MAGURRAN, 1989). 8.3.6 Índice de Espécies Raras (IER): É considerada espécie rara quando esta apresenta menos de 1 indivíduo/ha. nr IER = × 100 N Onde: n r = número de espécies raras encontradas N = número total de espécies
  • 54. Lauri A. Schorn Fitossociologia 54 9. Referências Bibliográficas BARROS, P.L.C. & MACHADO, S.A. 1980. Aplicação de Índices de dispersão em Espécies de Florestas Tropicais da Amazônia Brasileira. FUPEF, Curitiba. Série Científica Nº 1. BRAUN-BLANQUETT, J., 1979 Fitosociología. Base para el estudio de las comunidades vegetales. H. Blume, Madrid, 820 p. CAIN, S.A. & CASTRO, G.M. de O. 1956. Application of some Phytossociological Techniques to Brazilian Rain Forest. Amer. J. Bot. 43 (3)205-217. DAUBENMIRE, R.,1968 Plant Communities. A texbook of plant synecology. Harper & Row Publ. New York, 300 p. FILFILI, J. M. & VENTUROLI, F. 2000. Tópicos em Análise da Vegetação. UNB, Brasília. Comunicações Técnicas Florestais, v. 2, nº 2. FINOL, U.M. 1971. Nuevos parâmetros a considerar-se em el análisis estructural de lãs selvas virgenes tropicales. Ver. For. Venez. 14 (21):29-42. GALVÃO, F. s/d. Métodos de Levantamento Fitossociológico Apostila. Curso de Engenharia Florestal, UFPR. JARDIM, F.C.S. & HOSOKAWA, R.T. 1987. Estrutura da Floresta Equatorial Úmida da Estação Experimental de Silvicultura Tropical do INPA. Acta Amazônica. Nº Único: 411-500. LABORIAU, L.F.G. & MATOS FILHO, A., 1948. Notas preliminares sobre a ‘região da Araucária”. Na. Brás. Econ. Flor. 1 (1):215-228. LAMPRECHT, H. 1962. Ensayo sobre unos métodos para el análisis estructural de los Bosques Tropicales. Acta Científica Venezolana, (2): 57-65. LONGHI, S.J. 1980. A estrutura de uma floresta natural de Araucária angustifolia (Bert.)º Ktze. no sul do Brasil. Curitiba, UFPR. dissertação de Mestrado, 198 p. MAGURRAN, A E., 1989. Diversidad Ecológica y su Medición. Barcelona, Ed. Vedrá. MARTINS, F.R., 1991 Estrutura de uma Floresta Mesófila. Editora UNICAMP. Campinas, 246 p. MATTEUCCI, S. D. & COLMA, A, 1982. Metodologia para el estudio de la vegetacion. Washington, OEA. MENEZES-SILVA, S. 1998. As Formações Vegetais da Planície Litorânea da Ilha do Mel, Paraná, Brasil: Composição Florística e Principais Características Estruturais. Campinas, Unicamp. Tese de Doutorado. 262 p. MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG, H., 1974 Aims and methods of vegetation ecology. John Willey & Sons, New York, 547 p. NETTO, S.P. & BRENA, D.A. 1997. Inventário florestal. Curitiba: Ed. Dos Autores.