140801- carne bovina desafios e tendências - Minerva - Fabiano
[Palestra] Gabriel Granço: Pecuária em um contexto socioeconômico: desafios e oportunidades
1. Pecuária em um contexto socioeconômico:
desafios e oportunidades
Gabriel Granço
Brasília, Julho 2012
www.iconebrasil.org.br
2. Motivação Outlook Brasil
Preparar estrategicamente as indústrias de insumos agropecuários e de
alimentos frente à dinâmica futura da produção agropecuária.
Oferecer uma visão de longo prazo para as decisões dos agentes
envolvidos nesse setor, conectando grande parte dos dados disponíveis
sobre o agronegócio:
• Área Plantada • Produção
• Produtividade • Exportações líquidas
• Consumo doméstico (total e per • Estoques
capita)
Como nos EUA, apresentar um número elaborado pelo setor privado, a
partir de uma metodologia diferenciada em relação à apresentada pelo
Governo, servindo como balizador do mesmo.
3. Motivação Outlook Brasil
A partir das projeções, apresentar os seus impactos:
• Na dinâmica do uso da terra no Brasil e a competição entre as atividades
produtivas.
• Na demanda por fertilizantes (agregada, regional e por cultura), destacando a
participação do produto importado no mercado nacional.
• Na demanda por logística de transportes para o escoamento da produção futura,
a partir da simulação de dois cenários.
• Para o Brasil, em termos sociais e econômicos, refletidos nas contribuições dos
crescimentos do PIB, do emprego, entre outros.
O Outlook é resultado de 3 anos de trabalho da FIESP e do ICONE no
aperfeiçoamento do modelo do FAPRI (Food and Agricultural Policy
Research Institute), consagrado e utilizado desde 1980 nos EUA.
4. Uso da Terra no Brasil 2011
554 milhões/ha de vegetação nativa
107 milhões/ha de Unidades de Conservação
103.5 milhões/ha de Terras Indígenas Regularizadas
274 milhões de/ha de vegetação nativa em
propriedades privadas (APPs hídricas e de topo de morro
+ Reserva Legal)
69.5 remanescentes de vegetação nativa em APPs
60 milhões/ha de área produtiva
(grãos, frutas e florestas plantadas)
38 milhões/ha urbanização
e outros usos
198 milhões/ha de pastagens
Fontes: Ministério do Meio Ambiente - MMA; IBGE – PAM (2010) e Censo Agropecuário (2006); INPE
– TerraClass; Agricultural Land Use and Expansion Model Brazil - AgLUE-BR (Gerd Sparovek, ESALQ-
USP). Notas 1) Os dados de Unidades de Conservação excluem as chamadas Áreas de Proteção
Ambiental – APAs; 2) Os dados de APPs consideram vegetação nativa ripária, em topo de morros e
encostas; 3) O dado de remanescentes de vegetação nativa inclui terras quilombolas, florestas
públicas não regularizadas e outros remanescentes de vegetação nativa.
5. Resultados Macros
O Brasil aumentará a sua participação nas exportações mundiais dos
principais produtos do agronegócio em 2022.
A produção e as exportações brasileiras crescerão a um ritmo inferior ao
observado nos últimos 10 anos, com exceção da produção de carne
bovina.
• Ainda assim, o crescimento será superior à média mundial.
6. Dinamismo da produção | Brasil e Mundo
Legenda: Crescimento Anual Crescimento Anual Legenda:
Mundo Brasil 2006 - 2011 2012 - 2022 2006 - 2011 2012 - 2022 Mundo Brasil
5,9%
3,0% 2,8% 1,9% 1,5%
1,4%
Soja Carne bovina
0,0%
-1,1%
4,8%
3,3% 6,4%
3,0%
1,5% 3,2% Carne de
Milho 1,6% 2,2%
frango
4,8%
2,9%
2,4% 1,7% 1,9% 1,8%
1,5%
Açúcar 0,6% Carne suína
Fontes: Outlook Brasil 2022 e FAPRI
7. Dinamismo das exportações | Brasil e Mundo
Legenda:
Crescimento Anual Market share do Brasil
Mundo Brasil 2002 - 2011 2012 - 2022 2011 2022
5,1% 26,1% 38,0%
4,3%
2,3% 2,5%
Carne bovina
49,8% 54,1%
10,0%
6,7%
Carne de frango 3,4%
2,5%
10,5% 13,4%
6,8%
Carne suína
1,4% 1,3%
0,0%
Fontes: Outlook Brasil 2022 e FAPRI
8. Dinamismo das exportações | Brasil e Mundo
Legenda:
Crescimento Anual Market share do Brasil
Mundo Brasil 2002 - 2011 2012 - 2022 2011 2022
7,8%
6,5% 34,7% 41,2%
3,6%
Soja 1,8%
20,7% 10,3% 9,5%
Milho 3,4% 3,4%
2,3%
8,2%
67,6% 73,0%
2,8% 2,2%
Açúcar 1,4%
Fontes: Outlook Brasil 2022 e FAPRI
9. Resultados Macros
O Brasil observará uma redução de 63% no ritmo de incorporação de
novas áreas para a agropecuária .
• Entre 2002 - 2011, foram incorporados 1.212 mil ha/ano.
• No período projetado 2012 - 2022, serão necessários 443 mil ha/ano.
10. Dinâmica do Uso da Terra
Em milhões de hectares
Lavouras* (+9,9)
Agropecuária (+4,5)
48,6 58,5
230,3 234,8
2011 2022
Pastagens (-5,4)
181,7 176,3
Pastagens
Lavouras*
2011 2022
2011 2022
As lavouras de 2ª safra ampliarão sua importância e serão responsáveis por
19% da produção total de grãos em 2022.
* Cana + lavouras de 1ª safra (algodão, arroz, feijão 1ª safra, milho 1ª safra e soja). Fonte: Outlook Brasil 2022
11. Resultados Macros
O Brasil observará uma redução de 63% no ritmo de incorporação de novas
áreas para a agropecuária .
• Entre 2002 - 2011, foram incorporados 1.212 mil ha/ano.
• No período projetado 2012 - 2022, serão necessários 443 mil ha/ano.
A produtividade média dos grãos crescerá 11,4% entre 2011 e 2022,
resultando na preservação de 5,2 milhões de ha.
12. Dinamismo da produção brasileira | Grãos*
Área Produção
+15,9% +29,1%
208,6
45,4
39,2 161,6
2011 2022 2011 2022
* Grãos: inclui soja, milho (todas as safras), algodão (base pluma), arroz (base casca), feijão (todas as safras), trigo e cevada. Fonte: Outlook Brasil 2022
13. Dinâmica regional do Uso da Terra
O pasto irá ceder área em todas as regiões, com exceção da região Norte
Amazônia. Resultado da maior intensificação das pastagem e da
competição com a agricultura.
• O Sul não irá alterar sua área agrícola, mas a pecuária irá ceder 1,4 milhões ha.
• O Sudeste cederá 1,9 milhões ha de pastagem para a agricultura.
• O Centro-Oeste Cerrado irá ceder aproximadamente 3 milhões ha entre 2011-
2022.
• O Norte Amazônia irá incorporar 2,2 milhões ha de pasto no mesmo período.
• O Nordeste Litorâneo terá redução de 0,08 milhões de ha da área de pasto.
• O Nordeste Cerrado irá ceder 1,4 milhões ha de pasto.
14. Dinâmica regional do Uso da Terra
Em milhões de hectares
Sul Sudeste Centro-Oeste Cerrado
35,0 40,0 70,0
30,0 35,0 60,0
30,0
25,0 50,0
25,0
20,0 40,0
20,0
15,0 30,0
15,0
10,0 10,0 20,0
5,0 5,0 10,0
0,0 0,0 0,0
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
2020
2022
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
2020
2022
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
2020
2022
Lavouras*
Norte Amazônia Nordeste Litorâneo Nordeste Cerrado
60,0 16,0 40,0
Pastagem
14,0 35,0
50,0
12,0 30,0
40,0 10,0 25,0
30,0 8,0 20,0
6,0 15,0
20,0 *Cana+lavouras
4,0 10,0 de 1ª safra
10,0 2,0
(algodão, arroz,
5,0 feijão 1ª safra,
milho 1ª safra e
0,0 0,0 0,0 soja).
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
2020
2022
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
2020
2022
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
2020
2022
Fonte: Outlook
Brasil 2022
15. Dinâmica do rebanho brasileiro
O desenvolvimento do rebanho para o período projeto, com crescimento
do número de cabeça com redução da área de pasto, demonstra a
intensificação do setor de pecuária.
• Todas as regiões apresentam expansão do rebanho para o período projetado.
• A taxa de lotação projetada para o Brasil em 2022 será de 1,29 cab/ha, ante uma
taxa de 1,17 em 2011.
• A região Norte Amazônia será responsável por 61% da expansão do rebanho
brasileiro.
• O Centro-Oeste Cerrado será ultrapassado pelo Norte Amazônia como maior
rebanho.
18. Dinâmica regional da produção de carne
A expansão da produção de carne ocorrerá em todas as regiões, com
maior intensidade no Sudeste e Norte Amazônia.
• O Centro-Oeste Cerrado continuará sendo o maior produtor de carne entre 2011
e 2022.
• O Norte Amazônia terá o maior crescimento no abate com 1,7 milhões de cab a
mais no período.
• O Desfrute Brasil será de 20% em 2022. O maior índice será no Sudeste com
25,7%.
20. Evolução do abate por Região BLUM
2011 2022
Nordeste- Nordeste-
Litorâneo Litorâneo
Nordeste- Sul 6% Nordeste- Sul
5%
Cerrado 15% Cerrado 14%
10% 9%
Norte Norte
Sudeste Sudeste
Amazônia Amazônia
22% 23%
16% 18%
Centro-Oeste Centro-Oeste
Cerrado Cerrado
32% 30%
Abate total de 40 milhões de cabeças Abate total de 45,4 milhões de cabeças
21. Mercado internacional de carne bovina
Evolução das exportaçãos de países selecionados (mil toneladas):
2008 2009 2010 2011*
EUA 871.408 827.763 1.015.985 1.231.264
Austrália 1.127.310 1.102.845 1.109.810 1.067.153
Brasil 1.313.663 1.180.862 1.162.634 1.026.006
Mundo 8.158.265 8.794.656 8.866.850 7.776.020
* 2011 é parcial
Fontes: Comtrade. HS 0201, 0202, 020610, 020621, 020622, 020629, 021020, 160250.
EUA e Austrália tiveram suas exportações menos afetadas no período;
• O crescimento das exportações americanas é sustentável?
• Acesso a mercados mais dinâmicos e com melhor remuneração.
• Brasil sofre com as quotas russas e européias.
22. Mercado internacional de carne bovina
Evolução de países importadores selecionados (mil toneladas):
2008 2009 2010 2011*
Rússia 918.283 766.864 743.284 831.439
EUA 796.412 889.974 793.110 716.452
Japão 503.167 532.491 553.289 573.138
Coréia 232.386 244.798 291.539 344.040
Hong Kong, China 279.559 403.394 355.096 400.105
União Européia 2.617.665 2.564.757 2.729.421 2.140.041
Mundo 6.859.714 7.100.348 8.212.676 6.839.214
* 2011 é parcial
Fontes: Comtrade. HS 0201, 0202, 020610, 020621, 020622, 020629, 021020, 160250.
Países para os quais o Brasil não exporta estão aumentando suas
importações. Já os parceiros do Brasil estão reduzindo suas compras.
Barreiras não – tarifárias: questões sanitárias, saúde animal, ambientais.
23. Febre Aftosa e Vaca Louca
Reconhecer novas áreas livre sem vacinação é
crucial, mas deve ser um processo pautado por
evidências científicas concretas;
Não vacinar exige proibir a entrada de animais de
áreas que vacinem: impactos na estrutura produtiva
e necessidade de fiscalização;
Brasil livre sem vacinação em 2015 é factível?
REGIONALIZAÇÃO será sempre relevante: obter
seu reconhecimento e aplicação por países como
EUA, Japão, Coréia, etc.
Status de risco negligenciável para BSE obtido em
■ Área livre com vacinação (OIE);
■ Área livre sem vacinação (OIE); maio/2012 é essencial para consolidar a defesa
■ Área de risco. sanitária brasileira (UE e EUA risco controlado).
Fontes: MAPA, OIE, 2011.
24. Ações de Mitigação detalhadas na Política
Nacional de Mudanças Climáticas
Amplitude da
2020 Proporção de
Ações de Mitigação redução 2020
(tendencial) Redução
(mi tCO2)
Uso da terra 1084 669 669 24,70% 24,70%
Redução no Desmatamento do Bioma
Diretamente relacionado
Amazônia (80%) 564 564 20,90% 20,90% com Agropecuária
Redução no Desmatamento do Bioma
Cerrado (40%) 104 104 3,90% 3,90%
Agropecuária 627 133 166 4,90% 6,10%
Recuperação de Pastos 83 104 3,10% 3,80%
Agropecuária
ILP - Integração Lavoura Pecuária 18 22 0,70% 0,80%
Plantio Direto 16 20 0,60% 0,70%
Fixação Biológica de Nitrogênio 16 20 0,60% 0,70%
Energia 901 166 207 6,10% 7,70%
Eficiência Energética 12 15 0,40% 0,60%
Incremento do uso de biocombustíveis 48 60 1,80% 2,20%
Expansão da oferta de energia por
Hidroelétricas 79 99 2,90% 3,70%
Fontes Alternativas (PCH, Bioeletricidade,
eólica) 26 33 1,00% 1,20%
Outros 92 8 10 0,30% 0,40%
Siderurgia – substituir carvão de desmate
por plantado 8 10 0,30% 0,40%
Total 2703 975 1052 36,10% 38,90% Fonte:MMA, MAPA, MME, MF, MDIC, MCT, MRE
e Casa Civil, 13 de novembro de 2009.
25. Novas demandas
para as carnes brasileiras
Rastreabilidade: bovinos e suínos (individual) e frangos (lotes);
Bem estar animal: pressão da OIE para que seus padrões sejam implementados, ligados
ao transporte de animais, abate para consumo humano, abate sanitário, uso de animais
em pesquisa e educação;
• Conferência sobre Bem Estar Animal em novembro/2012 na Malásia;
Controle de resíduos e contaminantes;
Sustentabilidade: desmatamento e uso da terra (recuperação de pastagens degradadas),
pecuária de baixo carbono;
Certificações e Padrões Privados: cadeias de atacadistas, pressão ONGs, SCP
Roundtable (União Européia), etc;
• Exigências ambientais e exigências não-ambientais: aprofundamento de requisitos
dos países.
26. Comércio e Sustentabilidade
Consumidores demandam produtos ambientalmente e socialmente corretos;
Relatórios do IPCC: Mudanças Climáticas, Emissões de gases do efeito estufa (GHG);
Biodiversidade, uso da água e da terra;
Presença organizada e ação de ONGs;
Lobbies de produtores, atacadistas, importadores e consumidores, principalmente de
países desenvolvidos;
Fair trade, Food Miles, Buy Local, Ethical Consuming;
Falta de regulamentação comum: múltiplos foros;
Evidente preocupação com restrições ao comércio.
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