SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 15
A segunda geração do
Romantismo
A segunda Geração
• A segunda geração do Romantismo tem seus
traços mais facilmente identificáveis no campo
da poesia e seu marco inicial é dado pela
publicação da poesia de Álvares de Azevedo, em
1853. Em vez do índio, da natureza e da pátria,
ganham ênfase a angústia, o sofrimento, a dor
existencial, o amor que oscila entre a
sensualidade e a idealização, entre outros temas
de grande carga subjetiva. Exemplares desse
período são as obras de Fagundes Varela,
Casimiro de Abreu e Álvares de Azevedo.
O início
• A publicação do livro Poesias, de Álvares de
Azevedo, em 1853, é considerada por parte da
crítica como marco inicial da segunda geração do
Romantismo no Brasil. Essa geração, cujos
maiores expoentes são Álvares de Azevedo,
Fagundes Varela e Casimiro de Abreu, tem a
marca do ultra-romantismo. A angústia, o
sofrimento, a dor existencial, o amor que oscila
entre a sensualidade e a idealização são alguns
dos temas de grande carga subjetiva que tomam
o lugar do índio, da natureza e da pátria,
dominantes na geração anterior.
O Grande Inspirador
• Lord Byron
Em meio a toda essa agitação existencial, que se
tornou o paradigma do homem romântico que
busca a liberdade, Byron escreveu uma obra
grandiloqüente e passional.
Encantou o mundo inicialmente com seus poemas
narrativos folhetinescos, em que não faltam
elementos autobiográficos, como Childe Harold's
Pilgrimage, e depois o assustou com a faceta
satírica e satânica que apresenta em poemas
como Don Juan. Foi um dos principais poetas
ultra-românticos. O cinismo e o pessimismo de
sua obra haveriam de criar, juntamente com sua
mirabolante vida, uma legião de jovens poetas
"byronianos" por todo o mundo, chegando até o
Brasil na obra de grandes escritores, como
Álvares de Azevedo.
“Curtição”
O noturno, o aventuresco, o
macabro, o satânico, o
incestuoso, os elementos do
romantismo maldito.
Abrangem o amor e a morte
sob uma perspectiva
exacerbadamente
egocêntrica.
O Oceano
Rola, Oceano profundo e azul sombrio, rola!
Caminham dez mil frotas sobre ti, em vão;
de ruínas o homem marca a terra, mas se evola
na praia o seu domínio. Na úmida extensão
só tu causas naufrágios; não, da destruição
feita pelo homem sombra alguma se mantém,
exceto se, gota de chuva, ele também
se afunda a borbulhar com seu gemido,
sem féretro, sem túmulo, desconhecido.
Do passo do há traços em teus caminhos,
nem são presa teus campos. Ergues-te e o sacodes
de ti; desprezas os poderes tão mesquinhos
que usa para assolar a terra, já que podes
de teu seio atirá-lo aos céus; assim o lanças
tremendo uivando em teus borrifos escarninhos
rumo a seus deuses - nos quais firma as esperanças
de achar um portou angra próxima, talvez -
e o devolves á terra: - jaza aí, de vez.
Os armamentos que fulminam as muralhas
das cidades de pedra - e tremem as nações
ante eles, como os reis em suas capitais - ,
os leviatãs de roble, cujas proporções
levam o seu criador de barro a se apontar
como Senhor do Oceano e árbitro das batalhas,
fundem-se todos nessas ondas tão fatais
para a orgulhosa Armada ou para Trafalgar.
Tuas bordas são reinos, mas o tempo os traga:
Grécia, Roma, Catargo, Assíria, onde é que estão?
Quando outrora eram livres tu as devastavas,
e tiranos copiaram-te, a partir de então;
manda o estrangeiro em praias rudes ou escravas;
reinos secaram-se em desertos, nesse espaço,
mas tu não mudas, salvo no florear da vaga;
em tua fronte azul o tempo não põe traço;
como és agora, viu-te a aurora da criação.
Tu, espelho glorioso, onde no temporal
reflete sua imagem Deus onipotente;
calmo ou convulso, quando há brisa ou vendaval,
quer a gelar o pólo, quer em cima ardente
a ondear sombrio, - tu és sublime e sem final,
cópia da eternidade, trono do Invisível;
os monstros dos abismos nascem do teu lodo;
insondável, sozinho avanças, és terrível.
Amei-te, Oceano! Em meus folguedos juvenis
ir levado em teu peito, como tua espuma,
era um prazer; desde meus tempos infantis
divertir-me com as ondas dava-me alegria;
quando, porém, ao refrescar-se o mar, alguma
de tuas vagas de causar pavor se erguia,
sendo eu teu filho esse pavor me seduzia
e era agradável: nessas ondas eu confiava
e, como agora, a tua juba eu alisava.
Lord Byron
(Tradução de Castro Alves)
Poetas romanticos
Fagundes Varela
Luís Nicolau Fagundes Varela nasceu no
estado do Rio de Janeiro, na cidade de
Rio Claro, em 18 de Agosto de 1841.
Em 1861 publicou o primeiro livro de
poesia, Noturnas. No ano de 1859
Fagundes Varela viaja para São Paulo,
e em 1862 matricula-se na Faculdade
de Direito, que nunca seria concluída,
optando pela literatura e dissipando-
se na boemia, fortemente
influenciado pelo ''byronismo'' dos
estudantes paulistanos.
À LUCÍLIA
Se eu pudesse ao luar, Lucília bela,
Queimar-te a fronte de insensatos beijos,
Dobrar-te ao colo, minha flor singela,
Ao fogo insano de eternais desejos;
Ai! se eu pudesse de minh’alma aos elos
Prender tu’alma enfebrecida e cálida,
Erguer na vida os festivais castelos
Que tantas noites planejaste, pálida;
Ai! se eu pudesse nos teus olhos turvos
Beber a vida da volúpia ao véu,
Bem como os juncos sobre as ondas curvos
A chuva bebem que derrama o céu,
Talvez que as mágoas que meu peito ralam
Em cinzas frias se perdessem logo,
Como as violas que ao verão trescalam
Somem-se aos raios de celeste fogo!
Oh! vem Lucília! é tão formosa a aurora
Quando uma fada lhe batiza o alvor,
E a madressilva, que ao frescor vapora
Os ares peja de lascivo amor...
Sou moço ainda; de meu seio aos ermos
Posso-te louco arrebatar comigo...
De um mundo novo na solidão sem termos
Deitar-te à sombra de amoroso abrigo!
Tenho um dilúvio de ilusões na fronte,
Um mundo inteiro de esperanças n’alma,
Ergue-te acima de azulado monte,
Terás dos gênios do infinito a palma!...
(Fagundes Varela)
Casimiro de Abreu
Casimiro José Marques de
Abreu
(Barra de São João, 4 de
janeiro de 1839 — Nova
Friburgo,18 de outubro de
1860)
Em 1859 editou as suas
poesias reunidas sob o
título de Primaveras.
Saudades
O sino do campanário
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário
Que nos enche de pavor.
Então - Proscrito e sozinho -
Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra
Esses prantos de amargores
São prantos cheios de dores:
Saudades - Dos meus amores
Saudades - Da minha terra!
Nas horas mortas da noite
Como é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!
Nessas horas de silêncio
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de magoa e de dor,
(Casimiro de Abreu)
Álvares de Azevedo
Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu na
cidade de São Paulo em 12 de setembro de
1831. Ainda criança transferiu-se com a família
para o Rio de Janeiro, onde fez o curso
primário. A partir de 1851 o poeta passa a ter
fixação pela idéia da morte. Isso fica claro nas
cartas destinadas à mãe e à irmã.
De sua obra, toda ela publicada postumamente,
destacam-se os contos do livro "Noite na
Taverna" (1855), a peça de teatro "Macário"
(1855) e o livro de poesias "Lira dos Vinte
Anos" (1853).
Adeus, meus Sonhos!
Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!
Álvares de Azevedo
Características gerais do Ultra-
Romantismo
• liberdade criadora (o conteúdo é mais importante que a forma; são
comuns deslizes gramaticais);
• versificação livre;
• dúvida, dualismo;
• tédio constante, morbidez, sofrimento, pessimismo, negativismo,
satanismo, masoquismo, cinismo, autodestruição;
• fuga da realidade para o mundo dos sonhos, da fantasia e da imaginação
(escapismo, evasão);
• desilusão adolescente;
• idealização do amor e da mulher;
• subjetivismo, egocentrismo;
• saudosismo (saudade da infância e do passado);
• gosto pelo noturno;
• consciência de solidão;
• a morte: fuga total e definitiva da vida, solução para os sofrimentos;
• sarcasmo, ironia.
Gabriel Salles da Matta Machado
( Montador do Slide)
Obrigado

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Terceira geração romântica
Terceira geração românticaTerceira geração romântica
Terceira geração romântica
Viviane Gomes
 

La actualidad más candente (20)

Terceira geração romântica
Terceira geração românticaTerceira geração romântica
Terceira geração romântica
 
3ª geração do Romantismo By: Elayne Farias!
3ª geração do Romantismo By: Elayne Farias!3ª geração do Romantismo By: Elayne Farias!
3ª geração do Romantismo By: Elayne Farias!
 
ROMANTISMO
ROMANTISMOROMANTISMO
ROMANTISMO
 
Ultrarromantismo
UltrarromantismoUltrarromantismo
Ultrarromantismo
 
romantismo terceira geração
romantismo terceira geraçãoromantismo terceira geração
romantismo terceira geração
 
Arcadismo no Brasil
Arcadismo no BrasilArcadismo no Brasil
Arcadismo no Brasil
 
Parnasianismo'
Parnasianismo'Parnasianismo'
Parnasianismo'
 
Romantismo no Brasil - Prosa
Romantismo no Brasil - ProsaRomantismo no Brasil - Prosa
Romantismo no Brasil - Prosa
 
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de AndradeCarlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
 
Prosa romântica
Prosa românticaProsa romântica
Prosa romântica
 
Realismo no brasil
Realismo no brasilRealismo no brasil
Realismo no brasil
 
Romance regionalista
Romance regionalistaRomance regionalista
Romance regionalista
 
Literatura: Primeira Geração Romântica Brasileira
Literatura: Primeira Geração Romântica BrasileiraLiteratura: Primeira Geração Romântica Brasileira
Literatura: Primeira Geração Romântica Brasileira
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Romantismo no Brasil
Romantismo  no BrasilRomantismo  no Brasil
Romantismo no Brasil
 
Romantismo poesia - 2ª geração
Romantismo   poesia -  2ª geraçãoRomantismo   poesia -  2ª geração
Romantismo poesia - 2ª geração
 
Realismo e Naturalismo - Literatura
Realismo e Naturalismo - LiteraturaRealismo e Naturalismo - Literatura
Realismo e Naturalismo - Literatura
 
Romantismo I
Romantismo IRomantismo I
Romantismo I
 
Arcadismo no Brasil
Arcadismo no BrasilArcadismo no Brasil
Arcadismo no Brasil
 
Naturalismo no Brasil
Naturalismo no BrasilNaturalismo no Brasil
Naturalismo no Brasil
 

Destacado

Romantismo brasileiro 2_gera_o
Romantismo brasileiro 2_gera_oRomantismo brasileiro 2_gera_o
Romantismo brasileiro 2_gera_o
caioalbarello
 
Romantismo em portugal aula 03
Romantismo em portugal   aula 03Romantismo em portugal   aula 03
Romantismo em portugal aula 03
xipolito
 
Romantismo no Brasil
Romantismo no BrasilRomantismo no Brasil
Romantismo no Brasil
Marcos Souza
 
O romantismo no brasil poesia
O romantismo no brasil   poesiaO romantismo no brasil   poesia
O romantismo no brasil poesia
guest5e4f04
 

Destacado (20)

Romantismo brasileiro 2_gera_o
Romantismo brasileiro 2_gera_oRomantismo brasileiro 2_gera_o
Romantismo brasileiro 2_gera_o
 
Romantismo no Brasil - Segunda geração
Romantismo no Brasil - Segunda geraçãoRomantismo no Brasil - Segunda geração
Romantismo no Brasil - Segunda geração
 
Segunda geração romântica
Segunda geração românticaSegunda geração romântica
Segunda geração romântica
 
Romantismo no brasil segunda geração
Romantismo no brasil   segunda geraçãoRomantismo no brasil   segunda geração
Romantismo no brasil segunda geração
 
Romantismo em portugal aula 03
Romantismo em portugal   aula 03Romantismo em portugal   aula 03
Romantismo em portugal aula 03
 
Romantismo e suas gerações.
Romantismo e suas gerações. Romantismo e suas gerações.
Romantismo e suas gerações.
 
Romantismo em Portugal
Romantismo em PortugalRomantismo em Portugal
Romantismo em Portugal
 
Romantismo no Brasil
Romantismo no BrasilRomantismo no Brasil
Romantismo no Brasil
 
Romantismo seminario 2
Romantismo  seminario 2Romantismo  seminario 2
Romantismo seminario 2
 
Romantismo poesia power point
Romantismo poesia power pointRomantismo poesia power point
Romantismo poesia power point
 
O romantismo no brasil poesia
O romantismo no brasil   poesiaO romantismo no brasil   poesia
O romantismo no brasil poesia
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Gonçalves Dias
Gonçalves DiasGonçalves Dias
Gonçalves Dias
 
Gonçalves Dias
Gonçalves DiasGonçalves Dias
Gonçalves Dias
 
Iracema slide pronto
Iracema   slide prontoIracema   slide pronto
Iracema slide pronto
 
Romantismo - 1ª geração - Literauta.
Romantismo - 1ª geração - Literauta.Romantismo - 1ª geração - Literauta.
Romantismo - 1ª geração - Literauta.
 
Gonçalves dias
Gonçalves diasGonçalves dias
Gonçalves dias
 
Alvares de Azevedo - Macário
Alvares de Azevedo - MacárioAlvares de Azevedo - Macário
Alvares de Azevedo - Macário
 
Arcadismo no brasil
Arcadismo no brasilArcadismo no brasil
Arcadismo no brasil
 
Modernismo
Modernismo Modernismo
Modernismo
 

Similar a 2ª Geração do Romantismo

Poesia romântica brasileira
Poesia romântica brasileiraPoesia romântica brasileira
Poesia romântica brasileira
Seduc/AM
 
Slide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Slide segunda gerção do Romantismo- UltrarromantismoSlide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Slide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Richard Lincont
 
Castro alves espumas flutuantes
Castro alves   espumas flutuantesCastro alves   espumas flutuantes
Castro alves espumas flutuantes
EMSNEWS
 
Romantismo no brasil
Romantismo no brasilRomantismo no brasil
Romantismo no brasil
Anjo da Luz
 
Poetas
PoetasPoetas
Poetas
escola
 
Segunda geração da poesia romântica
Segunda geração da poesia românticaSegunda geração da poesia romântica
Segunda geração da poesia romântica
ma.no.el.ne.ves
 
Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01
Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01
Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01
MAIRY RIBEIRO Maíre
 
Antologia Poética de Vinicius de Moraes
Antologia Poética de Vinicius de MoraesAntologia Poética de Vinicius de Moraes
Antologia Poética de Vinicius de Moraes
Cristiane Franz
 
GeraçõEs PoéTicas Site
GeraçõEs PoéTicas SiteGeraçõEs PoéTicas Site
GeraçõEs PoéTicas Site
andreguerra
 

Similar a 2ª Geração do Romantismo (20)

Segunda Geração do Romantismo Brasileiro
Segunda Geração do Romantismo BrasileiroSegunda Geração do Romantismo Brasileiro
Segunda Geração do Romantismo Brasileiro
 
Poesia romântica brasileira
Poesia romântica brasileiraPoesia romântica brasileira
Poesia romântica brasileira
 
Slide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Slide segunda gerção do Romantismo- UltrarromantismoSlide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Slide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
 
Castro alves espumas flutuantes
Castro alves   espumas flutuantesCastro alves   espumas flutuantes
Castro alves espumas flutuantes
 
Parnasianismo
ParnasianismoParnasianismo
Parnasianismo
 
Espumas flutuantes
Espumas flutuantesEspumas flutuantes
Espumas flutuantes
 
Antologia poética
Antologia poéticaAntologia poética
Antologia poética
 
Romantismo no brasil
Romantismo no brasilRomantismo no brasil
Romantismo no brasil
 
Poetas
PoetasPoetas
Poetas
 
Poetas
PoetasPoetas
Poetas
 
O Floral Poético - Com outra apresentação mais atual.
O Floral Poético - Com outra apresentação mais atual.O Floral Poético - Com outra apresentação mais atual.
O Floral Poético - Com outra apresentação mais atual.
 
Poetas
PoetasPoetas
Poetas
 
Poetas
PoetasPoetas
Poetas
 
Segunda geração da poesia romântica
Segunda geração da poesia românticaSegunda geração da poesia romântica
Segunda geração da poesia romântica
 
Leituras
LeiturasLeituras
Leituras
 
Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01
Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01
Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01
 
Romantismo no brasil
Romantismo no brasilRomantismo no brasil
Romantismo no brasil
 
Antologia Poética de Vinicius de Moraes
Antologia Poética de Vinicius de MoraesAntologia Poética de Vinicius de Moraes
Antologia Poética de Vinicius de Moraes
 
GeraçõEs PoéTicas Site
GeraçõEs PoéTicas SiteGeraçõEs PoéTicas Site
GeraçõEs PoéTicas Site
 
Álvares de Azevedo
Álvares de AzevedoÁlvares de Azevedo
Álvares de Azevedo
 

Último

Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
azulassessoria9
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
azulassessoria9
 
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
azulassessoria9
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
rfmbrandao
 

Último (20)

6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfMESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
Slides 9º ano 2024.pptx- Geografia - exercicios
Slides 9º ano 2024.pptx- Geografia - exerciciosSlides 9º ano 2024.pptx- Geografia - exercicios
Slides 9º ano 2024.pptx- Geografia - exercicios
 
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
 

2ª Geração do Romantismo

  • 1. A segunda geração do Romantismo
  • 2. A segunda Geração • A segunda geração do Romantismo tem seus traços mais facilmente identificáveis no campo da poesia e seu marco inicial é dado pela publicação da poesia de Álvares de Azevedo, em 1853. Em vez do índio, da natureza e da pátria, ganham ênfase a angústia, o sofrimento, a dor existencial, o amor que oscila entre a sensualidade e a idealização, entre outros temas de grande carga subjetiva. Exemplares desse período são as obras de Fagundes Varela, Casimiro de Abreu e Álvares de Azevedo.
  • 3. O início • A publicação do livro Poesias, de Álvares de Azevedo, em 1853, é considerada por parte da crítica como marco inicial da segunda geração do Romantismo no Brasil. Essa geração, cujos maiores expoentes são Álvares de Azevedo, Fagundes Varela e Casimiro de Abreu, tem a marca do ultra-romantismo. A angústia, o sofrimento, a dor existencial, o amor que oscila entre a sensualidade e a idealização são alguns dos temas de grande carga subjetiva que tomam o lugar do índio, da natureza e da pátria, dominantes na geração anterior.
  • 4. O Grande Inspirador • Lord Byron Em meio a toda essa agitação existencial, que se tornou o paradigma do homem romântico que busca a liberdade, Byron escreveu uma obra grandiloqüente e passional. Encantou o mundo inicialmente com seus poemas narrativos folhetinescos, em que não faltam elementos autobiográficos, como Childe Harold's Pilgrimage, e depois o assustou com a faceta satírica e satânica que apresenta em poemas como Don Juan. Foi um dos principais poetas ultra-românticos. O cinismo e o pessimismo de sua obra haveriam de criar, juntamente com sua mirabolante vida, uma legião de jovens poetas "byronianos" por todo o mundo, chegando até o Brasil na obra de grandes escritores, como Álvares de Azevedo.
  • 5. “Curtição” O noturno, o aventuresco, o macabro, o satânico, o incestuoso, os elementos do romantismo maldito. Abrangem o amor e a morte sob uma perspectiva exacerbadamente egocêntrica.
  • 6. O Oceano Rola, Oceano profundo e azul sombrio, rola! Caminham dez mil frotas sobre ti, em vão; de ruínas o homem marca a terra, mas se evola na praia o seu domínio. Na úmida extensão só tu causas naufrágios; não, da destruição feita pelo homem sombra alguma se mantém, exceto se, gota de chuva, ele também se afunda a borbulhar com seu gemido, sem féretro, sem túmulo, desconhecido. Do passo do há traços em teus caminhos, nem são presa teus campos. Ergues-te e o sacodes de ti; desprezas os poderes tão mesquinhos que usa para assolar a terra, já que podes de teu seio atirá-lo aos céus; assim o lanças tremendo uivando em teus borrifos escarninhos rumo a seus deuses - nos quais firma as esperanças de achar um portou angra próxima, talvez - e o devolves á terra: - jaza aí, de vez. Os armamentos que fulminam as muralhas das cidades de pedra - e tremem as nações ante eles, como os reis em suas capitais - , os leviatãs de roble, cujas proporções levam o seu criador de barro a se apontar como Senhor do Oceano e árbitro das batalhas, fundem-se todos nessas ondas tão fatais para a orgulhosa Armada ou para Trafalgar. Tuas bordas são reinos, mas o tempo os traga: Grécia, Roma, Catargo, Assíria, onde é que estão? Quando outrora eram livres tu as devastavas, e tiranos copiaram-te, a partir de então; manda o estrangeiro em praias rudes ou escravas; reinos secaram-se em desertos, nesse espaço, mas tu não mudas, salvo no florear da vaga; em tua fronte azul o tempo não põe traço; como és agora, viu-te a aurora da criação. Tu, espelho glorioso, onde no temporal reflete sua imagem Deus onipotente; calmo ou convulso, quando há brisa ou vendaval, quer a gelar o pólo, quer em cima ardente a ondear sombrio, - tu és sublime e sem final, cópia da eternidade, trono do Invisível; os monstros dos abismos nascem do teu lodo; insondável, sozinho avanças, és terrível. Amei-te, Oceano! Em meus folguedos juvenis ir levado em teu peito, como tua espuma, era um prazer; desde meus tempos infantis divertir-me com as ondas dava-me alegria; quando, porém, ao refrescar-se o mar, alguma de tuas vagas de causar pavor se erguia, sendo eu teu filho esse pavor me seduzia e era agradável: nessas ondas eu confiava e, como agora, a tua juba eu alisava. Lord Byron (Tradução de Castro Alves)
  • 8. Fagundes Varela Luís Nicolau Fagundes Varela nasceu no estado do Rio de Janeiro, na cidade de Rio Claro, em 18 de Agosto de 1841. Em 1861 publicou o primeiro livro de poesia, Noturnas. No ano de 1859 Fagundes Varela viaja para São Paulo, e em 1862 matricula-se na Faculdade de Direito, que nunca seria concluída, optando pela literatura e dissipando- se na boemia, fortemente influenciado pelo ''byronismo'' dos estudantes paulistanos.
  • 9. À LUCÍLIA Se eu pudesse ao luar, Lucília bela, Queimar-te a fronte de insensatos beijos, Dobrar-te ao colo, minha flor singela, Ao fogo insano de eternais desejos; Ai! se eu pudesse de minh’alma aos elos Prender tu’alma enfebrecida e cálida, Erguer na vida os festivais castelos Que tantas noites planejaste, pálida; Ai! se eu pudesse nos teus olhos turvos Beber a vida da volúpia ao véu, Bem como os juncos sobre as ondas curvos A chuva bebem que derrama o céu, Talvez que as mágoas que meu peito ralam Em cinzas frias se perdessem logo, Como as violas que ao verão trescalam Somem-se aos raios de celeste fogo! Oh! vem Lucília! é tão formosa a aurora Quando uma fada lhe batiza o alvor, E a madressilva, que ao frescor vapora Os ares peja de lascivo amor... Sou moço ainda; de meu seio aos ermos Posso-te louco arrebatar comigo... De um mundo novo na solidão sem termos Deitar-te à sombra de amoroso abrigo! Tenho um dilúvio de ilusões na fronte, Um mundo inteiro de esperanças n’alma, Ergue-te acima de azulado monte, Terás dos gênios do infinito a palma!... (Fagundes Varela)
  • 10. Casimiro de Abreu Casimiro José Marques de Abreu (Barra de São João, 4 de janeiro de 1839 — Nova Friburgo,18 de outubro de 1860) Em 1859 editou as suas poesias reunidas sob o título de Primaveras.
  • 11. Saudades O sino do campanário Que fala tão solitário Com esse som mortuário Que nos enche de pavor. Então - Proscrito e sozinho - Eu solto aos ecos da serra Suspiros dessa saudade Que no meu peito se encerra Esses prantos de amargores São prantos cheios de dores: Saudades - Dos meus amores Saudades - Da minha terra! Nas horas mortas da noite Como é doce o meditar Quando as estrelas cintilam Nas ondas quietas do mar; Quando a lua majestosa Surgindo linda e formosa, Como donzela vaidosa Nas águas se vai mirar! Nessas horas de silêncio De tristezas e de amor, Eu gosto de ouvir ao longe, Cheio de magoa e de dor, (Casimiro de Abreu)
  • 12. Álvares de Azevedo Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu na cidade de São Paulo em 12 de setembro de 1831. Ainda criança transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro, onde fez o curso primário. A partir de 1851 o poeta passa a ter fixação pela idéia da morte. Isso fica claro nas cartas destinadas à mãe e à irmã. De sua obra, toda ela publicada postumamente, destacam-se os contos do livro "Noite na Taverna" (1855), a peça de teatro "Macário" (1855) e o livro de poesias "Lira dos Vinte Anos" (1853).
  • 13. Adeus, meus Sonhos! Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! Não levo da existência uma saudade! E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade! Misérrimo! Votei meus pobres dias À sina doida de um amor sem fruto, E minh'alma na treva agora dorme Como um olhar que a morte envolve em luto. Que me resta, meu Deus? Morra comigo A estrela de meus cândidos amores, Já não vejo no meu peito morto Um punhado sequer de murchas flores! Álvares de Azevedo
  • 14. Características gerais do Ultra- Romantismo • liberdade criadora (o conteúdo é mais importante que a forma; são comuns deslizes gramaticais); • versificação livre; • dúvida, dualismo; • tédio constante, morbidez, sofrimento, pessimismo, negativismo, satanismo, masoquismo, cinismo, autodestruição; • fuga da realidade para o mundo dos sonhos, da fantasia e da imaginação (escapismo, evasão); • desilusão adolescente; • idealização do amor e da mulher; • subjetivismo, egocentrismo; • saudosismo (saudade da infância e do passado); • gosto pelo noturno; • consciência de solidão; • a morte: fuga total e definitiva da vida, solução para os sofrimentos; • sarcasmo, ironia.
  • 15. Gabriel Salles da Matta Machado ( Montador do Slide) Obrigado