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Slide 1
- Bruno de Castro Henriques -
CRISE FINANCEIRA
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA
28 de Abril de 2011
Origens e Consequências da crise
e o futuro da economia mundial
Slide 2
O mundo jO mundo jáá testemunhou muitas outras bolhas de pretestemunhou muitas outras bolhas de preçços de activosos de activos
• As “bolhas de activos” podem ser classificadas em duas categorias *:
Bolhas de “boom”
de crédito
Bolhas de pura
exuberância
irracional
…nas quais expectativas exuberantes sobre a
economia lavam a um “boom” de crédito.
A procura e os preços do activo vão aumentando, haverá
alavancagens crescentes e facilitação das condições de
crédito, pois que os activos servem de colateral a esses
empréstimos.
Quando a “bolha” estoira e o preço do activo colapsa, temos
uma reversão deste ciclo. Os empréstimos retraem-se, a
desalavancagem começa, a procura pelo activo diminui e os
preços do mesmo começam a cair.
Então, as instituições financeiras começam a ter os
empréstimos subcolaterizados e por isso, quando tais
empréstimos não são pagos e os devedores entram em
“default”, as instituições financeiros começam a registar
perdas, o que vai reduzir a sua capacidade de dar crédito à
economia, afectando as outras classes de activos e
aumentando o risco nos mercados de crédito.
Foi o que aconteceu agora com a bolha do imobiliário e a
crise do “sub-prime”.
…as quais são mais pequenas porque não têm o ciclo de
alavancagem, não recorrendo ao crédito para
comprar o activo. Como não há “boom” de crédito, tal
não afecta a estabilidade do sistema financeiro.
Isto aconteceu um pouco na bolha das “internet stocks” dos
anos 90, cujo estoiro não levou à deterioração do sistema
financeiro.
* Classificação segundo Frederic Mishkin
Slide 3
O mundo jO mundo jáá testemunhou muitas outras bolhas de pretestemunhou muitas outras bolhas de preçços de activosos de activos
1636-1637 1720 1840s 1929 1980 1986-1990 1997 2000 2008
Investors1636-1637 Tulip
Bubble (‘Tulipomania’)
-Asset Bubble
-Irrational run-up in prices of tulip
bulbs
-Considered the first recorded
speculative bubble
-At the height of the bubble, in
February 1637, tulip contracts
sold for 20% the annual income
of a skilled craftsman
1840s Railway Mania-Equity
Bubble
-In 1825 the government
repealed the ‘Bubble Act’and
adopted a laissez-faire attitude,
resulting in wide speculation on
new railway companies
-Speculative investment
facilitated by reduced interest
rate from Bank of England,
emergence of newspapers and
stock markets
-Rise in interest rates triggered
capital outflow and collapse of
bubble
recession1980-1990 Savings
and Loans Crisis
-Housing Bubble
-Financial deregulation in the
1980s allowed savings & loans
(S&Ls) to engage in more
complex financial transactions to
compete with banks
-Resulted in closing of over 1,000
S&L institutions with assets of
over $500 billion
-By 1985, many S&Lswere
bankrupt
-Primary cause of the 1990-91
US recession
1997 Asian Financial Crisis
-Equity / Asset Bubble caused by
excessive country and company
level borrowing and large flows of
foreign capital
-Resulted in deep recessions for
many Asian countries (GDP
contractions; Indonesia -13.7%,
Thailand -8.0%, South Korea -
5.5%, Hong Kong -5.1%)
-Collapse of Thai Bhat-Significant
inflation and unemployment
-Spread to Brazil and Russia and
contributed to collapse of
LTCM(1)
1720 South Sea Bubble
-Equity Bubble
-Speculative frenzy facilitated by false
rumors
-Share price increased from £128 in
January 1720 to c.£1,000 in August and
dropped back to c.£100 by year-end
-Thousands bankrupted
-Parliamentary investigation found fraud
among board and cabinet members
-Resulted in enforcement of ‘Bubble
Act’; limiting formation of new business
ventures and number of investors
1929 Wall Street Crash (The
Great Depression)
-Equity Bubble-Resulted in
enormous financial losses-‘Black
Thursday’–13% fall in market-
90% loss in equity market value
by 1932-Massive global
economic slowdown –45%
decline in US economy from
1929-1933 and 1/3 of non-farmer
workforce unemployed in 1933-
Led to establishment of the
SEC(2), FDIC(3)and Glass
SteagallAct
1986-1990 Japanese Asset
Bubble (‘The Lost Decade’)
-Housing Bubble-Caused by
unfounded optimistic
expectations, inadequate risk
management and aggressive
lending-To this day, the
Japanese economy has not
recovered fully-Enormous
government debt (currently 182%
of GDP)-GDP growth stagnated
at 1.7% throughout the 90s -
Stock prices bottomed in 2003
2000 Dot-Com Bubble
-Tech Stock Bubble
-Climate of low interest rates,
excess optimism and dismissal of
traditional business models
resulted in increased speculative
investment
-Resulted in a $5 trillion loss in
market value
-78% drop in NASDAQ index
-Caused 2001 US recession
Source: KPMG, Deloitte, FDIC, Bank for International Settlements, Los Angeles Times, Federal Reserve Bank of San Francisco, Bureau of Economic
Analysis(1) Long Term Capital Management (2) Securities & Exchange Commission (3) Federal Deposit Insurance Corporation
Slide 4
O que aconteceu desta vez?
O mundo jO mundo jáá testemunhou muitas outras bolhas de pretestemunhou muitas outras bolhas de preçços de activosos de activos
Slide 5
Os investidores procuram investimentos com retornosOs investidores procuram investimentos com retornos
Investidores
Os investidores têm dinheiro e
pretendem transformar esse
dinheiro em mais dinheiro
Reserva Federal
Americana
Compram Títulos da Dívida
Pública Americana
Rating
AAA
Há alguns anos atrás…
Em 2001…
Alan Greenspan
(Reserva Federal Americana)
baixa as taxas de juro para
APENAS 1%
Bolha especulativa
das “dot com”
11 de Setembro
Não
obrigado!
Muito
Obrigado!
Bancos
Slide 6
Bancos
Com o acesso a Funding
disponível e barato, o apetite
por ALAVANCAGEM
aumentou significativamente
O QUE É
ALAVANCAGEM?
É pedir dinheiro emprestado
para amplificar/aumentar o
retorno de um determinado
negócio
Como funciona?
1.Compra 10 TVs
por 10.000€
SEM alavancagem… COM alavancagem…
2.Vende 10 TVs
por 11.000€
Lucro:
1.000€
1.Pede crédito de
990.000€
2.Compra 100 TVs
por 1.000.000€
3.Vende as 100 TVs por
1.100.000€
4.Paga ao banco 990.000€
+ 10.000€ de juros
Lucro:
100.000€
Imagine-se um comerciante que tem 10.000€ próprios…
Vs.
Os investidores procuram investimentos com retornosOs investidores procuram investimentos com retornos
Slide 7
O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias
Proprietários de Casas
(Famílias)
Investidores
Hipotecas Dinheiro
Casas Instituições
Etc.
Fundos
Mútuos.
Fundos
Soberanos
Companhias
de Seguros
Fundos de
Pensões
Como é que a
alavancagem e o
mercado imobiliário
provocaram uma
crise mundial?
Slide 8
Como funciona?
Hipotecas Collaterized
Debt
Obligation
Investment Banker
Poupando, conseguem juntar dinheiro para
um sinal de pagamento. Contactam um
Mortgage Broker que os põe em contacto
com um Mortgage Lender para obterem um
crédito e compram a casa.
1
2
O Mortgage Lender vende a sua hipoteca ao
Banco de Investimento, recebe uma
comissão e passou o risco da operação.
3
O Banco pede dinheiro emprestado e compra
milhares de hipotecas adicionais e coloca-as
numa grande “caixa”.
Isto significa que todos os meses o Banco
recebe os pagamentos de todas as famílias.
O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias
Uma família quer comprar uma casa…
Slide 9
O Banco divide a caixa em 3 níveis
de risco.
4
O Banco divide o CDO desta forma para que
as Agências de Rating atribuam “notas” aos
diferentes níveis de risco.
5
Investidores e Instituições
Outros Bancos
Hedge Funds
Os investidores, representando biliões de
dólares, compram o nível de risco mais baixo
(AAA) pois corresponde ao seu perfil de baixo-
risco.
Outros bancos compram a tranche seguinte, um
pouco mais arriscada, e os Hedge Funds, outros
especulares e tomadores de risco, compram a
tranche sem rating.
6Para cada nível de risco, o Banco atribui
diferentes remunerações.
Para as hipotecas consideradas “seguras”,
corresponde um retorno de 4% (por exemplo).
Para as hipotecas “OK”, um retorno de 7%.
E para aquelas consideradas de “risco”, um
retorno de 10%.
Quanto maior é o risco, maior o retorno
exigido.
4%
7%
10%
Como funciona?
O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias
Uma família quer comprar uma casa…
Agências de
Rating
(Slide seguinte)
Slide 10
Como funciona?
O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias
Uma família quer comprar uma casa…
• Um rating de crédito determina a solvabilidade (credit wothiness) de um individuo, empresa, ou mesmo
um país. Ratings de crédito são calculados com base em dados financeiros históricos e activos e passivos
correntes.
• Um rating de crédito informa alguém que empresta dinheiro ou um investidor a probabilidade da “entidade”
em questão de ser capaz de pagar de volta um determinado empréstimo.
• Um rating fraco indica um alto risco de não pagamento (default) do empréstimo, e assim pressupõe uma
taxa de juro alta, para além de uma dificuldade acrescida em encontrar entidades financiadores ou
investidores.
• Símbolos de rating:
O queO que éé umum ratingrating? O que são as agências de? O que são as agências de rating?rating?
High Investment Grades:
AAA (triple A): Segurança mais alta
AA (double A): Segurança alta
Investment Grades:
A: Segurança adequada
BBB (triple B): Segurança moderada
Speculative Grades:
BB: Segurança inadequada
B: Alto risco
C: Risco substancial
D: Default
(Ver exemplo de nota de rating da S&P)
Slide 11
Como funciona?
O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias
Uma família quer comprar uma casa…
Até aqui, tudo normal…
Slide 12
Investidores e Instituições
Outros
Bancos
Hedge
Funds
Mais
Mais
Mais
Mais
Mais?
De
quem?
Grande procura por mais hipotecas. Os investidores estão
tão contentes com os seus retornos que solicitam mais
produto financeiro.
7
O problema é que o Mortgage Lender não tem mais hipotecas
de famílias PRIME (já não existem famílias que se enquadram
no padrão de risco aceitável para hipotecas).
Hipoteca + Risco
Como o Mortgage Lender vende o
risco a terceiros e como em caso de
default a casa tem sempre um valor
em crescimento, há um “pequeno
risco” em baixar os standards de
qualidade das hipotecas.
8
Sem Sinal
Sem Prova de
Rendimentos
NINJA
No Income No Job and Assets
O famoso
SUB-PRIME
Como funciona?
O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias
Uma família quer comprar uma casa…
Slide 13
NO ENTANTO…
Default
Default
•No entanto, chega o período de pagar juro+capital e os encargos mensais destas famílias disparam! As Hipotecas
Sub-Prime começam a entrar em Default.
•No início, não era preocupante pois os donos das hipotecas (Bancos, Investidores, etc.) despejavam os maus
pagadores e vendiam a casa num mercado imobiliário em crescimento. Até faziam mais dinheiro!
•Mas com mais Defaults, o mercado da oferta e da procura funciona e o preço das casas INVERTE a tendência…
10
Estes novos proprietários, são menos creditworthy ou não têm condições de pagar os créditos como as
“normais” Hipotecas-Prime. Os Mortgage Lenders apenas exigem que paguem juros durante os primeiros
anos do financiamento, dando carência de capital nesse período.
9
Default
Default
Default
Como funciona?
O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias
Uma família quer comprar uma casa…
Slide 14
O Banco precisa de vender o CDO aos Investidores para pagar de volta todo o
dinheiro que utilizou para comprar tal produto.
No entanto, agora os Investidores não querem comprar mais CDOs, porque já
detêm milhares de CDOs que estão a desvalorizar significativamente.
Todos entram em pânico e em paranóia pois ninguém sabe quem tem CDOs e em
que quantidade.
Bancos e Instituições param de emprestar dinheiro, começam a ficar sem
liquidez…
Não
obrigado!
… e vão à
falência
11
Como funciona?
O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias
Uma família quer comprar uma casa…
Slide 15
Crise FinanceiraCrise Financeira –– a origema origem
Como é que isto aconteceu?
Slide 16
As raAs raíízes da Crise Financeirazes da Crise Financeira
Vários factores (macro e microeconómicos e falhas estruturais) contribuíram para o desencadear
desta situação…
• Acentuada diminuição de qualidade do crédito hipotecário residencial dos EUA e disseminação
do risco através da titularização dos créditos.
• A inovação financeira, nomeadamente a titularização dos créditos hipotecários (venda de créditos)
que levaram à transferência do risco de crédito das entidades emitentes para entidades tomadoras,
muitas vezes fora do sector bancário tradicional, desenvolvendo-se o chamado “sector bancário-
sombra” (bancos de investimento, companhias de seguros [como a AIG], Hedge Funds, corretoras,
Private Equities, empresas não bancárias de crédito hipotecário).
• A grande questão do sector bancário-sombra prende-se com o facto dos reguladores não
terem informação ou comando sobre essas entidades, levando a que essas entidades
tomassem riscos muito elevados.
• A elevada liquidez existente no sistema financeiro, em parte decorrente das economias
emergentes aplicarem os seus excedentes nos mercados financeiros dos países desenvolvidos.
• A deficiente regulação e a defeituosa gestão de riscos.
• A volatilidade criada pelo princípio do “fair-value” na avaliação dos activos, com o abandono de
prudentes princípios contabilísticos de valorização de activos e passivos;
• A “escandalosa” falta de ética e os comportamentos anti-sociais de alguns gestores
financeiros, bem como as falhas dos modelos de governação das empresas do sistema financeiro
(Corporate Governance).
Slide 17
……e estae esta úúltima criseltima crise éé considerada serconsiderada ser ““a mãe de todas as crisesa mãe de todas as crises(1)(1)””
Source: S&P
(1) Paul Volcker (inter alios)
A maior explosão de preços no mercado imobiliário na história dos EUA, com preços a crescerem a 12%
por ano desde 2001 a 2006 (3x a taxa de crescimento entre 1987 a 2001)
Slide 18
Uma combinaUma combinaçção tão tóóxica dexica de……
…alavancagem excessiva, visão de curto prazo e regulamentação desadequada
Slide 19
Uma combinaUma combinaçção tão tóóxica dexica de……
I) Alavancagem excessiva
…em todas as áreas dos mercados financeiros devido ao crédito fácil
Slide 20
Source: Sequoia Capital, Bank for International Settlements, Fitch Ratings, SIFMA4.0x
1. Notional amounts outstanding
Uma combinaUma combinaçção tão tóóxica dexica de……
II) Irresponsabilidade
…com mais evidência na redução da qualidade do crédito
Slide 21
Self Regulation
Delusion
Uma combinaUma combinaçção tão tóóxica dexica de……
III) Regulamentação inadequada
…permitiu um aumento insustentável da alavancagem com controlos insuficientes sobre os activos subjacentes
Slide 22
A crise do subA crise do sub--prime conduziu a uma maior crise financeiraprime conduziu a uma maior crise financeira……
Os defaults dos sub-prime e o crash do mercado imobiliário americano, provocaram outras distorções
Slide 23
A crise do subA crise do sub--prime conduziu a uma maior crise financeiraprime conduziu a uma maior crise financeira……
Os defaults dos sub-prime e o crash do mercado imobiliário americano, provocaram outras distorções
Na Europa…
Slide 24
……arrastando muitas instituiarrastando muitas instituiçções financeiras para a beira da falênciaões financeiras para a beira da falência……
Slide 25
A GlobalizaA Globalizaçção deu origem ao aumento deão deu origem ao aumento de ““financial couplingfinancial coupling”” entre as maioresentre as maiores
economias globaiseconomias globais
*Includes total value of cross-border investments in equity and debt securities, lending and deposits, and foreign direct investment.
Source:McKinsey Global Institute Cross-Border Investments Database
1999 2007
Investimentos Cross border
As linhas mostram o valor total de investimentos cross-border entre as regiões*, 1999/2007
Números nas bolas mostram o valor dos activos financeiros domésticos ($ billion current exchange rates)
Slide 26
Voltando aos exemplos histVoltando aos exemplos históóricosricos……
Lições do passado:
Lição n.º 1: Manter o sistema financeiro – evitar “financial meltdown”
O sistema financeiro deve ser apoiado por acções governamentais para se evitar um colapso no
mecanismo de alocação de crédito e manter a confiança no sistema bancário.
Lição n.º 2: Manter a procura agregada – evitar deflação
Aplicar políticas monetárias e fiscais, baixando as taxas de juro para providenciar liquidez no
mercado.
Lição n.º 3: Manter o comércio internacional – evitar o proteccionismo
O proteccionismo leva a que o comércio mundial diminua e assim diminuindo a produção
mundial.
Lição n.º4: Manter o financiamento internacional – evitar
restrições de movimentos de capital
Se houver restrições à circulação internacional de capital, as
exportações diminuem.
Lição n.º5: Manter “internacionalismo” – evitar o
nacionalismo
Evitar a proibição de movimentos internacionais de produtos,
serviços, capital e trabalho (migração). O sistema internacional
de cooperação económica deverá ser mantido e fortalecido
(fortalecer poderes da Organização Mundial de Comércio, por
exemplo).
Slide 27
Voltando aos exemplos histVoltando aos exemplos históóricosricos……
Lições do passado
Slide 28
Em suma...Em suma...
Evolução das Bolsas em 2008
Japan
South Africa
USA
Mexico
France
Canada
Germany
Singapore
The Netherlands
UK
Italy
Australia
China
Hong Kong
South Korea
Brazil
India
Russia-74%
-65%
-56%
-55%
-51%
-51%
-51%
-50%
-48%
-48%
-47%
-46%
-46%
-43%
-43%
-38%
-38%
-29%
Emergent Economies
Source: Morgan Stanley
•A falência de alguns dos principais players financeiros, como aconteceu com o banco de investimento
norte-americano Lehman Brothers, a falência financeira de um estado soberano, a Islândia, e as brutais
injecções de capital por parte dos principais blocos económicos assinalam o carácter histórico desta
crise, já comparada, por muitos analistas e economistas, à grande depressão de 1929 ou à crise pós
segunda guerra mundial.
•A crise financeira mundial resultou do efeito composto de uma bolha imobiliária, iniciada nos Estados
Unidos mas rapidamente propagada a outras economias, assente, por sua vez, numa política monetária
expansionista caracterizada pela manutenção das taxas de juro em valores historicamente baixos. A esta
juntou-se a inovação financeira, que, por via da criação de diversos produtos financeiros derivados,
permitiu a contínua concessão de crédito muito para além dos limites reais e prudenciais adequados. O
efeito conjugado destes diferentes factores e o elevado nível de integração económica conduziu à primeira
crise efectivamente global.
• As bolsas de valores foram as primeiras
a sinalizar de forma clara a chegada da
crise, apresentando no decorrer de 2008
desempenhos muito negativos, com
decréscimos que variaram entre os 30% e
os 75%. As bolsas de valores das
economias emergentes acabaram por
sofrer um impacto maior, relativamente às
economias mais maduras, demonstrando
a normal volatilidade que caracteriza
estes mercados.
Slide 29
•Naturalmente, a crise estendeu-se à economia real, resultando em diminuições significativas da produção
industrial mundial, na quebra acentuada dos preços das commodities (entre as quais se encontra o
petróleo), na queda dos lucros das empresas e num aumento generalizado do desemprego.
•Esta crise desencadeou a maior resposta estatal de sempre a uma crise com elevadas injecções de
capital, com o objectivo, numa primeira fase, de evitar o colapso do sector financeiro, passando pela
nacionalização de vários bancos e, numa segunda fase, de reanimar a economia e proteger empregos,
como é o caso do apoio à indústria automóvel norte-americana.
•Apesar de todo esforço conjunto, assistiu-se no ano de 2009 a uma das maiores quedas do PIB Mundial –
retrocesso de 2,5% em relação a 2008, estando a Europa e os Estados Unidos entre os blocos
económicos que maiores decréscimos sofreram.
Crescimento do PIB mundial
Em suma...Em suma...
Slide 30
• Assim, temos uma sequência:
Crise Financeira Crise Económica
Crise de Finanças
Públicas
e Soberana
… crises financeiras, se seguidas de crises económicas, como é o caso, prolongam-se no tempo.
EmEm sumasuma......
Slide 31
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O que tem acontecido? Consequências da crise…
Slide 32
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O grande problema económico e social: o desemprego
Slide 33
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
A intervenção Pública no Sistema Financeiro:
a salvação dos bancos pelos poderes públicos.
Slide 34
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
A intervenção Pública no Sistema Financeiro:
a salvação dos bancos pelos poderes públicos.
Numa crise bancária há fundamentalmente 5 linhas de defesa dos depositantes de um banco:
• Supervisão dos bancos, que nesta crise não foi “100%” eficaz…
• Janela de redesconto no Banco Central. Em caso de falta de liquidez, os bancos podem
solicitar auxílio ao Banco Central.
• Esquemas de cobertura e garantia dos depositantes, o qual garante uma certa percentagem
ou valor dos depósitos individuais, no caso de falência de um banco.
• Declaração dos governos nacionais de que eles assegurem e garantem os depósitos nos
bancos nacionais. Medida sobretudo importante para transmitir confiança ao mercado.
•Nacionalização de um banco: o caso BPN
Slide 35
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
A Emissão de Dívida Pública e o Financiamento
dos Pacotes Anticrise
Slide 36
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
A Emissão de Dívida Pública e o Financiamento dos Pacotes Anticrise
• Para a execução dos Programas/Pacotes anticrise, os Estados emitem títulos de dívida pública
(DP), pondo-se o problema se haverá procura para tanta oferta.
• Aumentando a oferta de títulos de DP e respectivo risco, os preços “descerão”e por conseguinte os
“yields” de DP subirão e poderão subir tanto mais quanto maior for a dificuldade em “colocar” essa
dívida.
• O aumento da DP é devida a:
• Custo orçamental de estabilização do sistema financeiro.
• Programas públicos anticrise discricionários.
• Efeito dos “estabilizadores automáticos de conjuntura”, traduzindo-se em perdas de receitas
fiscais e acréscimos de despesas sociais, ligadas à crise económica, implicando aumento dos
défices públicos financiados pela emissão da DP.
• Rubricas orçamentais cujo valor é, em parte, ajustado de forma mecânica, consoante o nível de
actividade económica, contribuindo assim para alisar o nível do produto e do consumo privado –
Exemplos: Subsídio de desemprego; Rendimento mínimo garantido (ou social de inserção); Taxas dos
impostos progressivos (IRS)
• Os problemas orçamentais dos países do Sul da Europa vão continuar a influenciar o desempenho
da economia e das bolsas em 2011.
• Outro problema de emissão de dívida soberana excessiva é o efeito “crowding-out” das emissões de
dívida privada, os “Corporate Bonds”, que associado a aumentos das taxas de juro e consequente
incremento nos custos de financiamento para as empresas e famílias poderão afectar o consumo e a
criação de emprego no sector privado e designadamente nas PMEs
Conceitos:Mercado Primário
Mercado Secundário
Slide 37
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
2º Sem 2010 1º Sem 2011 2º Sem 2011 1º Sem 2012 2º Sem 2012 1º Sem 2013 2º Sem 2013
Portugal
(mil milhões Eur)
Emissões de dívida: Portugal
A Emissão de Dívida Pública e o Financiamento dos Pacotes Anticrise
Fonte: dados Deutsche Bank e tratamento do autor
Portugal
2º Sem 2010 12,70
1º Sem 2011 19,40
2º Sem 2011 1,80
1º Sem 2012 9,80
2º Sem 2012 2,20
1º Sem 2013 1,80
2º Sem 2013 9,70
Total: EUR 57,40 MM
Slide 38
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
2º Sem 2010 1º Sem 2011 2º Sem 2011 1º Sem 2012 2º Sem 2012 1º Sem 2013 2º Sem 2013
Grécia Irlanda Itália Portugal EspanhaFonte: dados Deutsche Bank e tratamento do autor
Emissões de dívida: Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha
A Emissão de Dívida Pública e o Financiamento dos Pacotes Anticrise
Grécia Irlanda Itália Portugal Espanha
2º Sem 2010 14,30 4,50 203,20 12,70 71,20
1º Sem 2011 24,20 3,90 143,60 19,40 50,10
2º Sem 2011 19,20 5,70 108,70 1,80 48,30
1º Sem 2012 27,50 8,30 119,10 9,80 21,90
2º Sem 2012 15,00 1,10 102,30 2,20 43,00
1º Sem 2013 22,40 8,40 62,50 1,80 37,50
2º Sem 2013 13,80 1,10 79,30 9,70 25,40
21,20
98,40
9,60
43,40
252,30
Total 2011: EUR 424,90 MM
(mil milhões Eur)
Slide 39
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Futuro da Zona Euro e o Caso Português:
Desintegração ou avanço para o federalismo europeu?
Slide 40
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Futuro da Zona Euro e o Caso Português:
Desintegração ou avanço para o federalismo europeu?
•A União Económica e Monetária no contexto de um processo de integração económica: o
caso europeu
1. Zona de comércio livre
2. União aduaneira
3. Mercado único (liberdade de circulação pessoas, bens, serviços e capitais.
4. Moeda única e união económica e monetária
5. União política
A Recordar…
Slide 41
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Futuro da Zona Euro e o Caso Português:
Desintegração ou avanço para o federalismo europeu?
• A Zona Euro e a resposta à crise
1. Sem instrumentos de política orçamental a nível europeu e com um magro orçamento
comunitário para uma resposta europeia à crise.
2. Estados-membros com situações muito diferentes nas finanças públicas, apesar do
Pacto de Estabilidade e Crescimento.
3. Ausência de coordenação nas políticas de apoio aos bancos, absolutamente
necessária, dado a Zona Euro ser um espaço com liberdade de circulação de capitais.
A crise apanhou a zona euro:
…e a Comissão Europeia esteve ausente nos piores meses da crise. Falhou como coordenadora
da acção dos Estados-membros, não foi inspiradora de novas ideias para combater a crise, e as
suas respostas estiveram sempre aquém das expectativas.
A UE foi lenta a reagir à crise, e a Comissão Europeia não teve qualquer visão estratégica. A
Europa limitou-se e esperar pelo que os EUA e a China fariam.
Slide 42
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
2009
•Vários países-membros da Zona Euro entraram na crise financeira global já com grandes deficits e
apresentavam uma situação onde os gastos públicos tiveram que aumentar para contrabalançar a
fraqueza do sector privado. A “bolsa pública” estava já a funcionar com dinheiro emprestado. A crise,
portanto, deixou muitos países com grandes deficits que terão que ser financiados com dívida
pública adicional.
O Futuro da Zona Euro e o Caso Português:
Desintegração ou avanço para o federalismo europeu?
O “default” de um Estado-membro e o risco de saída do Euro
Source: OECD
3%
Na maioria dos países europeus, a dívida pública passou em muito os 60% do PIB e os défices acima dos 3% do PIB
Slide 43Source: Bloomberg
10yr Soveriegn Bond Yields Sovereign CDS Sreads
Risco de contágio
• No pior cenário, o potencial default da Grécia, Irlanda ou Portugal seria um grande problema
para a Europa. Estas economias consideram-se “pequenas”, mas o risco de contágio para
outros membros maiores poderia ser catastrófico. Opiniões dividem-se entre aqueles que
defendem o desaparecimento da UE, aqueles que sugerem a intervenção do FMI, e aqueles
que pensam que devem ser deixadas “sozinhas” e entrar em default.
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Futuro da Zona Euro e o Caso Português:
Desintegração ou avanço para o federalismo europeu?
O “default” de um Estado-membro e o risco de saída do Euro
Slide 44
Um default de um país-membro da Zona Euro poderia potencialmente:
• Descarrilar a recuperação global.
• Danificar o Euro e a Zona Euro.
• Ameaçar o sistema bancário europeu. Bancos europeus têm aproximadamente USD1,9 tri
de exposição às economias Grega, Irlandesa, Portuguesa e Espanhola, e como tal, um default
e contágio a outros mercados poderia aniquilar uma grande proporção de equity comum no
sistema bancário europeu.
• Desencadear uma nova crise bancária. Depois dos massivos write downs durante os últimos
dois anos, com regulações mais apertadas no caminho e ainda com crescimentos modestos, o
mercado poderia cair e a economia seguiria com um double dip (W).
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Futuro da Zona Euro e o Caso Português:
Desintegração ou avanço para o federalismo europeu?
• O “default” de um Estado-membro e o risco de saída do Euro
Slide 45
Sair ou não sair do Euro? Eis a questão!
• Grande Vantagem:
• Controlo da política cambial, i.e., possibilidade de desvalorizar a moeda aumentando as
exportações e “restringir”/desincentivar as importações, aumentando assim a
competitividade.
• Grandes desvantagens:
• Dívida externa mais volumosa
• Risco de falência das empresas e famílias pois estas têm financiamentos em EUR
• Dificuldades no acesso ao crédito
• Dívida mais onerosa (txs de juro mais altas)
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Futuro da Zona Euro e o Caso Português:
Desintegração ou avanço para o federalismo europeu?
• O “default” de um Estado-membro e o risco de saída do Euro
Slide 46
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Pós-Crise:
O futuro da economia mundial
Estruturas preaparadas para satisfazerem as necessidades de financiamento em in EUR (MM)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
Euro-IMFfinancing HIEC financing needs 2010-2012
Stabil. Fund
IMF
European
Financial
Stability
Fund
Greece pack.
Spain
Greece
Ireland
Portugal
Source: European Commission, IMF, ABN AMRO Group Economics
Slide 47
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Pós-Crise:
O futuro da economia mundial
Slide 48
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Pós-Crise:
O futuro da economia mundial
Conjuntura internacional exigente:
• Pressões sobre a procura de petróleo e matérias-primas voltarão a aumentar, e nalguns
casos surgirão mesmo antes de uma recuperação inequívoca.
• Apesar dos mercados financeiros poderem parecer estar a caminho de uma evolução
normalizada, assiste-se a uma desalavancagem generalizada. Os investimentos e a
actividade empresarial corrente são e serão financiados de forma diferente: os níveis de
alavancagem serão muito inferiores aos existentes antes da crise.
• As pressões da globalização nos países ocidentais serão mais acentuadas, função do
desenvolvimento mais rápido das economias emergentes (bem como as oportunidades).
• Recuperação será assimétrica mesmo entre os países desenvolvidos. Para os países do sul
da EU (e, pelo menos, também a Irlanda). NÃO bastará esperar por uma melhor conjuntura.
Slide 49
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Pós-Crise:
O futuro da economia mundial
Nas economias ocidentais, a grande questão vai ser o “timing” e o modo como os governos e os
bancos centrais vão começar a retirar os estímulos à economia, num contexto em que o
desemprego ainda poderá continuar a aumentar pondo em causa a retoma do consumo privado.
A Saída da Crise…
• Estabilizar o sistema financeiro e restaurar os fluxos de crédito.
• Implementar reformas estruturais para atrair investimento e inovação.
• Viabilizar a absorção dos défices públicos excessivos.
• Retomar um crescimento económico sustentável a longo prazo.
• Apostar no comércio externo – AUMENTAR EXPORTAÇÕES!
Slide 50
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Pós-Crise:
O futuro da economia mundial
As Economias Desenvolvidas têm ainda um longo caminho de “desalavancagem”
antes de chegarem a níveis de dívida sustentáveis
Dívida Pública em percentagem do PIB
Fonte: dados Deutsche Bank
Slide 51
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Pós-Crise:
O futuro da economia mundial
A liquidez no sector bancário tem vindo a ser assegurada pelo BCE (Banco Central Europeu)
Slide 52
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Pós-Crise:
O futuro da economia mundial
Se os bancos não conseguirem refinanciar o seu passivo ou aumentar o capital, significa que
os bancos irão emprestar menos… risco de “double dip”
Slide 53
O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise……
O Pós-Crise:
O futuro da economia mundial
Risco de “double dip”…
PIB, VH
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
UE27 ZE (17) Alemanha Irlanda Grécia Espanha Portugal

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  • 1. Slide 1 - Bruno de Castro Henriques - CRISE FINANCEIRA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA 28 de Abril de 2011 Origens e Consequências da crise e o futuro da economia mundial
  • 2. Slide 2 O mundo jO mundo jáá testemunhou muitas outras bolhas de pretestemunhou muitas outras bolhas de preçços de activosos de activos • As “bolhas de activos” podem ser classificadas em duas categorias *: Bolhas de “boom” de crédito Bolhas de pura exuberância irracional …nas quais expectativas exuberantes sobre a economia lavam a um “boom” de crédito. A procura e os preços do activo vão aumentando, haverá alavancagens crescentes e facilitação das condições de crédito, pois que os activos servem de colateral a esses empréstimos. Quando a “bolha” estoira e o preço do activo colapsa, temos uma reversão deste ciclo. Os empréstimos retraem-se, a desalavancagem começa, a procura pelo activo diminui e os preços do mesmo começam a cair. Então, as instituições financeiras começam a ter os empréstimos subcolaterizados e por isso, quando tais empréstimos não são pagos e os devedores entram em “default”, as instituições financeiros começam a registar perdas, o que vai reduzir a sua capacidade de dar crédito à economia, afectando as outras classes de activos e aumentando o risco nos mercados de crédito. Foi o que aconteceu agora com a bolha do imobiliário e a crise do “sub-prime”. …as quais são mais pequenas porque não têm o ciclo de alavancagem, não recorrendo ao crédito para comprar o activo. Como não há “boom” de crédito, tal não afecta a estabilidade do sistema financeiro. Isto aconteceu um pouco na bolha das “internet stocks” dos anos 90, cujo estoiro não levou à deterioração do sistema financeiro. * Classificação segundo Frederic Mishkin
  • 3. Slide 3 O mundo jO mundo jáá testemunhou muitas outras bolhas de pretestemunhou muitas outras bolhas de preçços de activosos de activos 1636-1637 1720 1840s 1929 1980 1986-1990 1997 2000 2008 Investors1636-1637 Tulip Bubble (‘Tulipomania’) -Asset Bubble -Irrational run-up in prices of tulip bulbs -Considered the first recorded speculative bubble -At the height of the bubble, in February 1637, tulip contracts sold for 20% the annual income of a skilled craftsman 1840s Railway Mania-Equity Bubble -In 1825 the government repealed the ‘Bubble Act’and adopted a laissez-faire attitude, resulting in wide speculation on new railway companies -Speculative investment facilitated by reduced interest rate from Bank of England, emergence of newspapers and stock markets -Rise in interest rates triggered capital outflow and collapse of bubble recession1980-1990 Savings and Loans Crisis -Housing Bubble -Financial deregulation in the 1980s allowed savings & loans (S&Ls) to engage in more complex financial transactions to compete with banks -Resulted in closing of over 1,000 S&L institutions with assets of over $500 billion -By 1985, many S&Lswere bankrupt -Primary cause of the 1990-91 US recession 1997 Asian Financial Crisis -Equity / Asset Bubble caused by excessive country and company level borrowing and large flows of foreign capital -Resulted in deep recessions for many Asian countries (GDP contractions; Indonesia -13.7%, Thailand -8.0%, South Korea - 5.5%, Hong Kong -5.1%) -Collapse of Thai Bhat-Significant inflation and unemployment -Spread to Brazil and Russia and contributed to collapse of LTCM(1) 1720 South Sea Bubble -Equity Bubble -Speculative frenzy facilitated by false rumors -Share price increased from £128 in January 1720 to c.£1,000 in August and dropped back to c.£100 by year-end -Thousands bankrupted -Parliamentary investigation found fraud among board and cabinet members -Resulted in enforcement of ‘Bubble Act’; limiting formation of new business ventures and number of investors 1929 Wall Street Crash (The Great Depression) -Equity Bubble-Resulted in enormous financial losses-‘Black Thursday’–13% fall in market- 90% loss in equity market value by 1932-Massive global economic slowdown –45% decline in US economy from 1929-1933 and 1/3 of non-farmer workforce unemployed in 1933- Led to establishment of the SEC(2), FDIC(3)and Glass SteagallAct 1986-1990 Japanese Asset Bubble (‘The Lost Decade’) -Housing Bubble-Caused by unfounded optimistic expectations, inadequate risk management and aggressive lending-To this day, the Japanese economy has not recovered fully-Enormous government debt (currently 182% of GDP)-GDP growth stagnated at 1.7% throughout the 90s - Stock prices bottomed in 2003 2000 Dot-Com Bubble -Tech Stock Bubble -Climate of low interest rates, excess optimism and dismissal of traditional business models resulted in increased speculative investment -Resulted in a $5 trillion loss in market value -78% drop in NASDAQ index -Caused 2001 US recession Source: KPMG, Deloitte, FDIC, Bank for International Settlements, Los Angeles Times, Federal Reserve Bank of San Francisco, Bureau of Economic Analysis(1) Long Term Capital Management (2) Securities & Exchange Commission (3) Federal Deposit Insurance Corporation
  • 4. Slide 4 O que aconteceu desta vez? O mundo jO mundo jáá testemunhou muitas outras bolhas de pretestemunhou muitas outras bolhas de preçços de activosos de activos
  • 5. Slide 5 Os investidores procuram investimentos com retornosOs investidores procuram investimentos com retornos Investidores Os investidores têm dinheiro e pretendem transformar esse dinheiro em mais dinheiro Reserva Federal Americana Compram Títulos da Dívida Pública Americana Rating AAA Há alguns anos atrás… Em 2001… Alan Greenspan (Reserva Federal Americana) baixa as taxas de juro para APENAS 1% Bolha especulativa das “dot com” 11 de Setembro Não obrigado! Muito Obrigado! Bancos
  • 6. Slide 6 Bancos Com o acesso a Funding disponível e barato, o apetite por ALAVANCAGEM aumentou significativamente O QUE É ALAVANCAGEM? É pedir dinheiro emprestado para amplificar/aumentar o retorno de um determinado negócio Como funciona? 1.Compra 10 TVs por 10.000€ SEM alavancagem… COM alavancagem… 2.Vende 10 TVs por 11.000€ Lucro: 1.000€ 1.Pede crédito de 990.000€ 2.Compra 100 TVs por 1.000.000€ 3.Vende as 100 TVs por 1.100.000€ 4.Paga ao banco 990.000€ + 10.000€ de juros Lucro: 100.000€ Imagine-se um comerciante que tem 10.000€ próprios… Vs. Os investidores procuram investimentos com retornosOs investidores procuram investimentos com retornos
  • 7. Slide 7 O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias Proprietários de Casas (Famílias) Investidores Hipotecas Dinheiro Casas Instituições Etc. Fundos Mútuos. Fundos Soberanos Companhias de Seguros Fundos de Pensões Como é que a alavancagem e o mercado imobiliário provocaram uma crise mundial?
  • 8. Slide 8 Como funciona? Hipotecas Collaterized Debt Obligation Investment Banker Poupando, conseguem juntar dinheiro para um sinal de pagamento. Contactam um Mortgage Broker que os põe em contacto com um Mortgage Lender para obterem um crédito e compram a casa. 1 2 O Mortgage Lender vende a sua hipoteca ao Banco de Investimento, recebe uma comissão e passou o risco da operação. 3 O Banco pede dinheiro emprestado e compra milhares de hipotecas adicionais e coloca-as numa grande “caixa”. Isto significa que todos os meses o Banco recebe os pagamentos de todas as famílias. O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias Uma família quer comprar uma casa…
  • 9. Slide 9 O Banco divide a caixa em 3 níveis de risco. 4 O Banco divide o CDO desta forma para que as Agências de Rating atribuam “notas” aos diferentes níveis de risco. 5 Investidores e Instituições Outros Bancos Hedge Funds Os investidores, representando biliões de dólares, compram o nível de risco mais baixo (AAA) pois corresponde ao seu perfil de baixo- risco. Outros bancos compram a tranche seguinte, um pouco mais arriscada, e os Hedge Funds, outros especulares e tomadores de risco, compram a tranche sem rating. 6Para cada nível de risco, o Banco atribui diferentes remunerações. Para as hipotecas consideradas “seguras”, corresponde um retorno de 4% (por exemplo). Para as hipotecas “OK”, um retorno de 7%. E para aquelas consideradas de “risco”, um retorno de 10%. Quanto maior é o risco, maior o retorno exigido. 4% 7% 10% Como funciona? O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias Uma família quer comprar uma casa… Agências de Rating (Slide seguinte)
  • 10. Slide 10 Como funciona? O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias Uma família quer comprar uma casa… • Um rating de crédito determina a solvabilidade (credit wothiness) de um individuo, empresa, ou mesmo um país. Ratings de crédito são calculados com base em dados financeiros históricos e activos e passivos correntes. • Um rating de crédito informa alguém que empresta dinheiro ou um investidor a probabilidade da “entidade” em questão de ser capaz de pagar de volta um determinado empréstimo. • Um rating fraco indica um alto risco de não pagamento (default) do empréstimo, e assim pressupõe uma taxa de juro alta, para além de uma dificuldade acrescida em encontrar entidades financiadores ou investidores. • Símbolos de rating: O queO que éé umum ratingrating? O que são as agências de? O que são as agências de rating?rating? High Investment Grades: AAA (triple A): Segurança mais alta AA (double A): Segurança alta Investment Grades: A: Segurança adequada BBB (triple B): Segurança moderada Speculative Grades: BB: Segurança inadequada B: Alto risco C: Risco substancial D: Default (Ver exemplo de nota de rating da S&P)
  • 11. Slide 11 Como funciona? O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias Uma família quer comprar uma casa… Até aqui, tudo normal…
  • 12. Slide 12 Investidores e Instituições Outros Bancos Hedge Funds Mais Mais Mais Mais Mais? De quem? Grande procura por mais hipotecas. Os investidores estão tão contentes com os seus retornos que solicitam mais produto financeiro. 7 O problema é que o Mortgage Lender não tem mais hipotecas de famílias PRIME (já não existem famílias que se enquadram no padrão de risco aceitável para hipotecas). Hipoteca + Risco Como o Mortgage Lender vende o risco a terceiros e como em caso de default a casa tem sempre um valor em crescimento, há um “pequeno risco” em baixar os standards de qualidade das hipotecas. 8 Sem Sinal Sem Prova de Rendimentos NINJA No Income No Job and Assets O famoso SUB-PRIME Como funciona? O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias Uma família quer comprar uma casa…
  • 13. Slide 13 NO ENTANTO… Default Default •No entanto, chega o período de pagar juro+capital e os encargos mensais destas famílias disparam! As Hipotecas Sub-Prime começam a entrar em Default. •No início, não era preocupante pois os donos das hipotecas (Bancos, Investidores, etc.) despejavam os maus pagadores e vendiam a casa num mercado imobiliário em crescimento. Até faziam mais dinheiro! •Mas com mais Defaults, o mercado da oferta e da procura funciona e o preço das casas INVERTE a tendência… 10 Estes novos proprietários, são menos creditworthy ou não têm condições de pagar os créditos como as “normais” Hipotecas-Prime. Os Mortgage Lenders apenas exigem que paguem juros durante os primeiros anos do financiamento, dando carência de capital nesse período. 9 Default Default Default Como funciona? O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias Uma família quer comprar uma casa…
  • 14. Slide 14 O Banco precisa de vender o CDO aos Investidores para pagar de volta todo o dinheiro que utilizou para comprar tal produto. No entanto, agora os Investidores não querem comprar mais CDOs, porque já detêm milhares de CDOs que estão a desvalorizar significativamente. Todos entram em pânico e em paranóia pois ninguém sabe quem tem CDOs e em que quantidade. Bancos e Instituições param de emprestar dinheiro, começam a ficar sem liquidez… Não obrigado! … e vão à falência 11 Como funciona? O sistema financeiro une investidores com famO sistema financeiro une investidores com famííliaslias Uma família quer comprar uma casa…
  • 15. Slide 15 Crise FinanceiraCrise Financeira –– a origema origem Como é que isto aconteceu?
  • 16. Slide 16 As raAs raíízes da Crise Financeirazes da Crise Financeira Vários factores (macro e microeconómicos e falhas estruturais) contribuíram para o desencadear desta situação… • Acentuada diminuição de qualidade do crédito hipotecário residencial dos EUA e disseminação do risco através da titularização dos créditos. • A inovação financeira, nomeadamente a titularização dos créditos hipotecários (venda de créditos) que levaram à transferência do risco de crédito das entidades emitentes para entidades tomadoras, muitas vezes fora do sector bancário tradicional, desenvolvendo-se o chamado “sector bancário- sombra” (bancos de investimento, companhias de seguros [como a AIG], Hedge Funds, corretoras, Private Equities, empresas não bancárias de crédito hipotecário). • A grande questão do sector bancário-sombra prende-se com o facto dos reguladores não terem informação ou comando sobre essas entidades, levando a que essas entidades tomassem riscos muito elevados. • A elevada liquidez existente no sistema financeiro, em parte decorrente das economias emergentes aplicarem os seus excedentes nos mercados financeiros dos países desenvolvidos. • A deficiente regulação e a defeituosa gestão de riscos. • A volatilidade criada pelo princípio do “fair-value” na avaliação dos activos, com o abandono de prudentes princípios contabilísticos de valorização de activos e passivos; • A “escandalosa” falta de ética e os comportamentos anti-sociais de alguns gestores financeiros, bem como as falhas dos modelos de governação das empresas do sistema financeiro (Corporate Governance).
  • 17. Slide 17 ……e estae esta úúltima criseltima crise éé considerada serconsiderada ser ““a mãe de todas as crisesa mãe de todas as crises(1)(1)”” Source: S&P (1) Paul Volcker (inter alios) A maior explosão de preços no mercado imobiliário na história dos EUA, com preços a crescerem a 12% por ano desde 2001 a 2006 (3x a taxa de crescimento entre 1987 a 2001)
  • 18. Slide 18 Uma combinaUma combinaçção tão tóóxica dexica de…… …alavancagem excessiva, visão de curto prazo e regulamentação desadequada
  • 19. Slide 19 Uma combinaUma combinaçção tão tóóxica dexica de…… I) Alavancagem excessiva …em todas as áreas dos mercados financeiros devido ao crédito fácil
  • 20. Slide 20 Source: Sequoia Capital, Bank for International Settlements, Fitch Ratings, SIFMA4.0x 1. Notional amounts outstanding Uma combinaUma combinaçção tão tóóxica dexica de…… II) Irresponsabilidade …com mais evidência na redução da qualidade do crédito
  • 21. Slide 21 Self Regulation Delusion Uma combinaUma combinaçção tão tóóxica dexica de…… III) Regulamentação inadequada …permitiu um aumento insustentável da alavancagem com controlos insuficientes sobre os activos subjacentes
  • 22. Slide 22 A crise do subA crise do sub--prime conduziu a uma maior crise financeiraprime conduziu a uma maior crise financeira…… Os defaults dos sub-prime e o crash do mercado imobiliário americano, provocaram outras distorções
  • 23. Slide 23 A crise do subA crise do sub--prime conduziu a uma maior crise financeiraprime conduziu a uma maior crise financeira…… Os defaults dos sub-prime e o crash do mercado imobiliário americano, provocaram outras distorções Na Europa…
  • 24. Slide 24 ……arrastando muitas instituiarrastando muitas instituiçções financeiras para a beira da falênciaões financeiras para a beira da falência……
  • 25. Slide 25 A GlobalizaA Globalizaçção deu origem ao aumento deão deu origem ao aumento de ““financial couplingfinancial coupling”” entre as maioresentre as maiores economias globaiseconomias globais *Includes total value of cross-border investments in equity and debt securities, lending and deposits, and foreign direct investment. Source:McKinsey Global Institute Cross-Border Investments Database 1999 2007 Investimentos Cross border As linhas mostram o valor total de investimentos cross-border entre as regiões*, 1999/2007 Números nas bolas mostram o valor dos activos financeiros domésticos ($ billion current exchange rates)
  • 26. Slide 26 Voltando aos exemplos histVoltando aos exemplos históóricosricos…… Lições do passado: Lição n.º 1: Manter o sistema financeiro – evitar “financial meltdown” O sistema financeiro deve ser apoiado por acções governamentais para se evitar um colapso no mecanismo de alocação de crédito e manter a confiança no sistema bancário. Lição n.º 2: Manter a procura agregada – evitar deflação Aplicar políticas monetárias e fiscais, baixando as taxas de juro para providenciar liquidez no mercado. Lição n.º 3: Manter o comércio internacional – evitar o proteccionismo O proteccionismo leva a que o comércio mundial diminua e assim diminuindo a produção mundial. Lição n.º4: Manter o financiamento internacional – evitar restrições de movimentos de capital Se houver restrições à circulação internacional de capital, as exportações diminuem. Lição n.º5: Manter “internacionalismo” – evitar o nacionalismo Evitar a proibição de movimentos internacionais de produtos, serviços, capital e trabalho (migração). O sistema internacional de cooperação económica deverá ser mantido e fortalecido (fortalecer poderes da Organização Mundial de Comércio, por exemplo).
  • 27. Slide 27 Voltando aos exemplos histVoltando aos exemplos históóricosricos…… Lições do passado
  • 28. Slide 28 Em suma...Em suma... Evolução das Bolsas em 2008 Japan South Africa USA Mexico France Canada Germany Singapore The Netherlands UK Italy Australia China Hong Kong South Korea Brazil India Russia-74% -65% -56% -55% -51% -51% -51% -50% -48% -48% -47% -46% -46% -43% -43% -38% -38% -29% Emergent Economies Source: Morgan Stanley •A falência de alguns dos principais players financeiros, como aconteceu com o banco de investimento norte-americano Lehman Brothers, a falência financeira de um estado soberano, a Islândia, e as brutais injecções de capital por parte dos principais blocos económicos assinalam o carácter histórico desta crise, já comparada, por muitos analistas e economistas, à grande depressão de 1929 ou à crise pós segunda guerra mundial. •A crise financeira mundial resultou do efeito composto de uma bolha imobiliária, iniciada nos Estados Unidos mas rapidamente propagada a outras economias, assente, por sua vez, numa política monetária expansionista caracterizada pela manutenção das taxas de juro em valores historicamente baixos. A esta juntou-se a inovação financeira, que, por via da criação de diversos produtos financeiros derivados, permitiu a contínua concessão de crédito muito para além dos limites reais e prudenciais adequados. O efeito conjugado destes diferentes factores e o elevado nível de integração económica conduziu à primeira crise efectivamente global. • As bolsas de valores foram as primeiras a sinalizar de forma clara a chegada da crise, apresentando no decorrer de 2008 desempenhos muito negativos, com decréscimos que variaram entre os 30% e os 75%. As bolsas de valores das economias emergentes acabaram por sofrer um impacto maior, relativamente às economias mais maduras, demonstrando a normal volatilidade que caracteriza estes mercados.
  • 29. Slide 29 •Naturalmente, a crise estendeu-se à economia real, resultando em diminuições significativas da produção industrial mundial, na quebra acentuada dos preços das commodities (entre as quais se encontra o petróleo), na queda dos lucros das empresas e num aumento generalizado do desemprego. •Esta crise desencadeou a maior resposta estatal de sempre a uma crise com elevadas injecções de capital, com o objectivo, numa primeira fase, de evitar o colapso do sector financeiro, passando pela nacionalização de vários bancos e, numa segunda fase, de reanimar a economia e proteger empregos, como é o caso do apoio à indústria automóvel norte-americana. •Apesar de todo esforço conjunto, assistiu-se no ano de 2009 a uma das maiores quedas do PIB Mundial – retrocesso de 2,5% em relação a 2008, estando a Europa e os Estados Unidos entre os blocos económicos que maiores decréscimos sofreram. Crescimento do PIB mundial Em suma...Em suma...
  • 30. Slide 30 • Assim, temos uma sequência: Crise Financeira Crise Económica Crise de Finanças Públicas e Soberana … crises financeiras, se seguidas de crises económicas, como é o caso, prolongam-se no tempo. EmEm sumasuma......
  • 31. Slide 31 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O que tem acontecido? Consequências da crise…
  • 32. Slide 32 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O grande problema económico e social: o desemprego
  • 33. Slide 33 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… A intervenção Pública no Sistema Financeiro: a salvação dos bancos pelos poderes públicos.
  • 34. Slide 34 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… A intervenção Pública no Sistema Financeiro: a salvação dos bancos pelos poderes públicos. Numa crise bancária há fundamentalmente 5 linhas de defesa dos depositantes de um banco: • Supervisão dos bancos, que nesta crise não foi “100%” eficaz… • Janela de redesconto no Banco Central. Em caso de falta de liquidez, os bancos podem solicitar auxílio ao Banco Central. • Esquemas de cobertura e garantia dos depositantes, o qual garante uma certa percentagem ou valor dos depósitos individuais, no caso de falência de um banco. • Declaração dos governos nacionais de que eles assegurem e garantem os depósitos nos bancos nacionais. Medida sobretudo importante para transmitir confiança ao mercado. •Nacionalização de um banco: o caso BPN
  • 35. Slide 35 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… A Emissão de Dívida Pública e o Financiamento dos Pacotes Anticrise
  • 36. Slide 36 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… A Emissão de Dívida Pública e o Financiamento dos Pacotes Anticrise • Para a execução dos Programas/Pacotes anticrise, os Estados emitem títulos de dívida pública (DP), pondo-se o problema se haverá procura para tanta oferta. • Aumentando a oferta de títulos de DP e respectivo risco, os preços “descerão”e por conseguinte os “yields” de DP subirão e poderão subir tanto mais quanto maior for a dificuldade em “colocar” essa dívida. • O aumento da DP é devida a: • Custo orçamental de estabilização do sistema financeiro. • Programas públicos anticrise discricionários. • Efeito dos “estabilizadores automáticos de conjuntura”, traduzindo-se em perdas de receitas fiscais e acréscimos de despesas sociais, ligadas à crise económica, implicando aumento dos défices públicos financiados pela emissão da DP. • Rubricas orçamentais cujo valor é, em parte, ajustado de forma mecânica, consoante o nível de actividade económica, contribuindo assim para alisar o nível do produto e do consumo privado – Exemplos: Subsídio de desemprego; Rendimento mínimo garantido (ou social de inserção); Taxas dos impostos progressivos (IRS) • Os problemas orçamentais dos países do Sul da Europa vão continuar a influenciar o desempenho da economia e das bolsas em 2011. • Outro problema de emissão de dívida soberana excessiva é o efeito “crowding-out” das emissões de dívida privada, os “Corporate Bonds”, que associado a aumentos das taxas de juro e consequente incremento nos custos de financiamento para as empresas e famílias poderão afectar o consumo e a criação de emprego no sector privado e designadamente nas PMEs Conceitos:Mercado Primário Mercado Secundário
  • 37. Slide 37 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 2º Sem 2010 1º Sem 2011 2º Sem 2011 1º Sem 2012 2º Sem 2012 1º Sem 2013 2º Sem 2013 Portugal (mil milhões Eur) Emissões de dívida: Portugal A Emissão de Dívida Pública e o Financiamento dos Pacotes Anticrise Fonte: dados Deutsche Bank e tratamento do autor Portugal 2º Sem 2010 12,70 1º Sem 2011 19,40 2º Sem 2011 1,80 1º Sem 2012 9,80 2º Sem 2012 2,20 1º Sem 2013 1,80 2º Sem 2013 9,70 Total: EUR 57,40 MM
  • 38. Slide 38 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… 0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00 2º Sem 2010 1º Sem 2011 2º Sem 2011 1º Sem 2012 2º Sem 2012 1º Sem 2013 2º Sem 2013 Grécia Irlanda Itália Portugal EspanhaFonte: dados Deutsche Bank e tratamento do autor Emissões de dívida: Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha A Emissão de Dívida Pública e o Financiamento dos Pacotes Anticrise Grécia Irlanda Itália Portugal Espanha 2º Sem 2010 14,30 4,50 203,20 12,70 71,20 1º Sem 2011 24,20 3,90 143,60 19,40 50,10 2º Sem 2011 19,20 5,70 108,70 1,80 48,30 1º Sem 2012 27,50 8,30 119,10 9,80 21,90 2º Sem 2012 15,00 1,10 102,30 2,20 43,00 1º Sem 2013 22,40 8,40 62,50 1,80 37,50 2º Sem 2013 13,80 1,10 79,30 9,70 25,40 21,20 98,40 9,60 43,40 252,30 Total 2011: EUR 424,90 MM (mil milhões Eur)
  • 39. Slide 39 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Futuro da Zona Euro e o Caso Português: Desintegração ou avanço para o federalismo europeu?
  • 40. Slide 40 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Futuro da Zona Euro e o Caso Português: Desintegração ou avanço para o federalismo europeu? •A União Económica e Monetária no contexto de um processo de integração económica: o caso europeu 1. Zona de comércio livre 2. União aduaneira 3. Mercado único (liberdade de circulação pessoas, bens, serviços e capitais. 4. Moeda única e união económica e monetária 5. União política A Recordar…
  • 41. Slide 41 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Futuro da Zona Euro e o Caso Português: Desintegração ou avanço para o federalismo europeu? • A Zona Euro e a resposta à crise 1. Sem instrumentos de política orçamental a nível europeu e com um magro orçamento comunitário para uma resposta europeia à crise. 2. Estados-membros com situações muito diferentes nas finanças públicas, apesar do Pacto de Estabilidade e Crescimento. 3. Ausência de coordenação nas políticas de apoio aos bancos, absolutamente necessária, dado a Zona Euro ser um espaço com liberdade de circulação de capitais. A crise apanhou a zona euro: …e a Comissão Europeia esteve ausente nos piores meses da crise. Falhou como coordenadora da acção dos Estados-membros, não foi inspiradora de novas ideias para combater a crise, e as suas respostas estiveram sempre aquém das expectativas. A UE foi lenta a reagir à crise, e a Comissão Europeia não teve qualquer visão estratégica. A Europa limitou-se e esperar pelo que os EUA e a China fariam.
  • 42. Slide 42 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… 2009 •Vários países-membros da Zona Euro entraram na crise financeira global já com grandes deficits e apresentavam uma situação onde os gastos públicos tiveram que aumentar para contrabalançar a fraqueza do sector privado. A “bolsa pública” estava já a funcionar com dinheiro emprestado. A crise, portanto, deixou muitos países com grandes deficits que terão que ser financiados com dívida pública adicional. O Futuro da Zona Euro e o Caso Português: Desintegração ou avanço para o federalismo europeu? O “default” de um Estado-membro e o risco de saída do Euro Source: OECD 3% Na maioria dos países europeus, a dívida pública passou em muito os 60% do PIB e os défices acima dos 3% do PIB
  • 43. Slide 43Source: Bloomberg 10yr Soveriegn Bond Yields Sovereign CDS Sreads Risco de contágio • No pior cenário, o potencial default da Grécia, Irlanda ou Portugal seria um grande problema para a Europa. Estas economias consideram-se “pequenas”, mas o risco de contágio para outros membros maiores poderia ser catastrófico. Opiniões dividem-se entre aqueles que defendem o desaparecimento da UE, aqueles que sugerem a intervenção do FMI, e aqueles que pensam que devem ser deixadas “sozinhas” e entrar em default. O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Futuro da Zona Euro e o Caso Português: Desintegração ou avanço para o federalismo europeu? O “default” de um Estado-membro e o risco de saída do Euro
  • 44. Slide 44 Um default de um país-membro da Zona Euro poderia potencialmente: • Descarrilar a recuperação global. • Danificar o Euro e a Zona Euro. • Ameaçar o sistema bancário europeu. Bancos europeus têm aproximadamente USD1,9 tri de exposição às economias Grega, Irlandesa, Portuguesa e Espanhola, e como tal, um default e contágio a outros mercados poderia aniquilar uma grande proporção de equity comum no sistema bancário europeu. • Desencadear uma nova crise bancária. Depois dos massivos write downs durante os últimos dois anos, com regulações mais apertadas no caminho e ainda com crescimentos modestos, o mercado poderia cair e a economia seguiria com um double dip (W). O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Futuro da Zona Euro e o Caso Português: Desintegração ou avanço para o federalismo europeu? • O “default” de um Estado-membro e o risco de saída do Euro
  • 45. Slide 45 Sair ou não sair do Euro? Eis a questão! • Grande Vantagem: • Controlo da política cambial, i.e., possibilidade de desvalorizar a moeda aumentando as exportações e “restringir”/desincentivar as importações, aumentando assim a competitividade. • Grandes desvantagens: • Dívida externa mais volumosa • Risco de falência das empresas e famílias pois estas têm financiamentos em EUR • Dificuldades no acesso ao crédito • Dívida mais onerosa (txs de juro mais altas) O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Futuro da Zona Euro e o Caso Português: Desintegração ou avanço para o federalismo europeu? • O “default” de um Estado-membro e o risco de saída do Euro
  • 46. Slide 46 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Pós-Crise: O futuro da economia mundial Estruturas preaparadas para satisfazerem as necessidades de financiamento em in EUR (MM) 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 Euro-IMFfinancing HIEC financing needs 2010-2012 Stabil. Fund IMF European Financial Stability Fund Greece pack. Spain Greece Ireland Portugal Source: European Commission, IMF, ABN AMRO Group Economics
  • 47. Slide 47 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Pós-Crise: O futuro da economia mundial
  • 48. Slide 48 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Pós-Crise: O futuro da economia mundial Conjuntura internacional exigente: • Pressões sobre a procura de petróleo e matérias-primas voltarão a aumentar, e nalguns casos surgirão mesmo antes de uma recuperação inequívoca. • Apesar dos mercados financeiros poderem parecer estar a caminho de uma evolução normalizada, assiste-se a uma desalavancagem generalizada. Os investimentos e a actividade empresarial corrente são e serão financiados de forma diferente: os níveis de alavancagem serão muito inferiores aos existentes antes da crise. • As pressões da globalização nos países ocidentais serão mais acentuadas, função do desenvolvimento mais rápido das economias emergentes (bem como as oportunidades). • Recuperação será assimétrica mesmo entre os países desenvolvidos. Para os países do sul da EU (e, pelo menos, também a Irlanda). NÃO bastará esperar por uma melhor conjuntura.
  • 49. Slide 49 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Pós-Crise: O futuro da economia mundial Nas economias ocidentais, a grande questão vai ser o “timing” e o modo como os governos e os bancos centrais vão começar a retirar os estímulos à economia, num contexto em que o desemprego ainda poderá continuar a aumentar pondo em causa a retoma do consumo privado. A Saída da Crise… • Estabilizar o sistema financeiro e restaurar os fluxos de crédito. • Implementar reformas estruturais para atrair investimento e inovação. • Viabilizar a absorção dos défices públicos excessivos. • Retomar um crescimento económico sustentável a longo prazo. • Apostar no comércio externo – AUMENTAR EXPORTAÇÕES!
  • 50. Slide 50 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Pós-Crise: O futuro da economia mundial As Economias Desenvolvidas têm ainda um longo caminho de “desalavancagem” antes de chegarem a níveis de dívida sustentáveis Dívida Pública em percentagem do PIB Fonte: dados Deutsche Bank
  • 51. Slide 51 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Pós-Crise: O futuro da economia mundial A liquidez no sector bancário tem vindo a ser assegurada pelo BCE (Banco Central Europeu)
  • 52. Slide 52 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Pós-Crise: O futuro da economia mundial Se os bancos não conseguirem refinanciar o seu passivo ou aumentar o capital, significa que os bancos irão emprestar menos… risco de “double dip”
  • 53. Slide 53 O que tem acontecido? Consequências da criseO que tem acontecido? Consequências da crise…… O Pós-Crise: O futuro da economia mundial Risco de “double dip”… PIB, VH -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 UE27 ZE (17) Alemanha Irlanda Grécia Espanha Portugal