SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 1
HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA E FIBRILHAÇÃO AURICULAR
INCIDÊNCIA EM UTENTES DO CENTRO DE SAÚDE DE MIRANDELA II
Eugénia Mendes*, Leonel Preto*, André Novo*, Catarina Possacos#,
* Professores da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança; #Técnica de Cardiopneumologia do ACES Nordeste (C.S. Mirandela II)
catarinapossacos@gmail.com || Palavras chave: fibrilhação auricular, hipertrofia ventricular esquerda
Introdução
Objectivos
Metodologia
Resultados
Discussão de resultados
Conclusão
Bibliografia
Fibrilhação auricular (FA) é uma das arritmias mais frequentes, estimando-se que afecte cerca de 100mil pessoas em Portugal. Embora afecte adultos de qualquer idade, a frequência aumenta com a
mesma numa percentagem inferior a 2% por cada década até aos 70 anos e 10% acima dessa idade (Martín-Rioboó, et al., 2010).
Segundo Bonhorst, et al. (2010) e Martín-Rioboó et al (2010), a FA é uma das mais importantes causas de morbilidade, mortalidade global e súbita, associadas ao elevado risco de morte, insuficiência
cardíaca (IC) e acidente vascular cerebral (AVC). A FA está na base de 15% dos AVCs em Portugal (Bonhorst, et al., 2010).
Segundo De Lima (1998), a hipertrofia ventricular esquerda (HVE) é a alteração cardíaca mais comum, sendo observada frequentemente associada a outras patologias e em atletas. Ainda não se sabe
qual é o ponto de transição entre HVE compensadora, adaptativa e reversível (ex. atletas) e a HVE patológica, acompanhada de lesão do miocárdio permanente. A HVE aumenta a morbilidade e a
mortalidade cardiovascular da população em geral, idosos, pessoas com hipertensão primária e secundária e doença coronária arteriosclerótica.
A HVE é um indicador precoce de lesão cardíaca num paciente com HTA e encontra-se associada a um aumento de complicações cardiovasculares. A evolução da HVE condiciona o prognóstico do
paciente existindo pior prognóstico quando a FA e a HVE se associam (Martín-Rioboó et al., 2008; Okin et al., 2011).
Identificar novos casos de FA e HVE em electrocardiogramas (ECGs) realizados no C.S. Mirandela II entre Agosto de 2009 a Dezembro de 2010.
Caracterizar os utentes com novos casos de FA e HVE.
Foi desenhado um estudo exploratório transversal com recurso a análise documental. Utilizou-se uma amostra não probabilística sequencial, incluindo no estudo todos os utentes que realizaram ECG
entre Agosto de 2009 a Dezembro de 2010, independentemente do motivo pelo qual foi realizado. Após a identificação de traçados sugestivos de FA e/ou HVE e de os diagnósticos serem validados por
um cardiologista, efectuou-se recolha de dados através de consulta do processo clínico que permitisse caracterizar os utentes identificados com novos casos de FA e HVE.
Os dados foram recolhidos entre Agosto de 2009 a Dezembro de 2010 numa população constituída por 2568 utentes os quais realizaram, nesse período, electrocardiograma. Os resultados permitem, à
semelhança dos obtidos por Bonhorst, et al. (2010), identificar na amostra uma prevalência de 2,6% (68 casos) para FA e de 3,2% (79 casos) para HVE. Permitem ainda calcular uma taxa de incidência de
1,9% (49 novos casos) para FA e de 3,1% (79 novos casos) de HVE. Identificaram-se ainda 5 utentes que apresentavam FA e HVE.
Relativamente aos utentes com FA, os resultados da amostra apresentam diferenças significativas entre sexos relativamente à idade. Verificou-se diferença na média de idades por sexos apresentando as
mulheres uma média mais elevada (78,33 anos) que os homens (71,58 anos). Os utentes têm em média 74,06 anos de idade, apresentam excesso de peso (IMC médio de 28,21), 78,3% são hipertensos,
34,8% hipocoagulados e 23,9% diabéticos.
Os utentes com HVE da amostra, à semelhança do grupo anterior, evidenciam diferenças significativas entre sexos no que respeita à idade com média de idades superior nas mulheres (69,35 anos)
comparativamente com os homens (61,69 anos). Globalmente têm em média 65,28 anos de idade, apresentam excesso de peso (IMC médio de 27,29), 71,2% são hipertensos, 3% hipocoagulados e
21,2% diabéticos.
Os achados, na amostra obtida são compatíveis com a literatura consultada tanto no que diz respeito às taxas de prevalência e incidência como para outros factores como idade, peso e co-morbilidade.
A detecção precoce de fibrilhação auricular e de hipertrofia ventricular esquerda e a caracterização desta população permitem identificar um perfil de risco e um melhor controlo do utente como forma
preventiva de acidentes vasculares cerebrais embólicos e morte súbita de causa cardíaca (Bonhorst et al., 2010; Martín-Rioboó et al., 2008; Okin et al., 2011).
Bonhorst, D.; Mendes, M.; Adragão, P.; De Sousa, J.; Primo, J.; Leiria, E.; Rocha, P. (2010) Prevalência de fibrilhação auricular na população portuguesa com 40 ou mais anos. Estudo FAMA, Revista Portuguesa de Cardiologia, vol. 29, nº 03, pp.331-350.
De Lima, José Jayme Galvão (1998) Reversão da hipertrofia ventricular esquerda na terapêutica da hipertensão arterial: facto ou ficção? HiperAtivo, Vol 5, Nº 2, Julho/Setembro de 1998, pp.202-205
Martín-Rioboó, E.; García Criado, E.; Pérula De Torres, L. A.; Cea-Calvo, L.; Anguita Sánchez, M.; López Granados, A.; Ureña Fernández, T.; García Matarín, L.; Molina Díaz, R. en representación del Grupo de Hipertensión Arterial de la Sociedad Andaluza de Medicina Familiar y Comunitaria
(SAMFyC) y de los investigadores del estudio PREHVIA (2009) Prevalencia de hipertrofia ventricular izquierda, fibrilación auricular y enfermedad cardiovascular en hipertensos de Andalucía. Estudo PREHVIA, Jornal Medicina Clinica, vol.132, nº7, pp.243-250
Okin, P. M.; Wachtell, K.; Devereux, R. B.; Harris, K. E.; Jern, S.; Kjeldsen, S. E.; Julius, S.; Lindholm, L. H.; Nieminen, M. S.; Edelman, J. M.; Hille, D. A.; Dahlöf, B. (2006) Regression of electrocardiographic left ventricular hypertrophy and decreased incidence of new-onset atrial fibrillation in
patients with hypertension Journal JAMA, vol.296, nº10, pp.1242-1248
Casos identificados Prevalência Novos casos Incidência
2568 HVE 81 3,15% 79 3,10%
ECG FA 68 2,65% 49 1,91%
N HTA (%) Hipocoagulado (%) Diabético (%)
Homens 42 61,69 ± 12,93 26,78 ± 3,79 167,75 ± 6,89 75,88 ± 14,50 75 6,3 25
Mulheres 37 69,35 ± 11,47 27,76 ± 5,41 153,69 ± 7,29 65,74 ± 13,82 67,6 0 17,6
Total 79 65,28 ± 12,78 27,29 ± 4,69 160,51 ± 9,99 70,65 ± 14,95 71,2 3 21,2
N HTA (%) Hipocoagulado (%) Diabético (%)
Homens 31 71,58 ± 10,94 28,35 ± 4,87 166,78 ± 6,04 78,66 ± 15,22 72,4 37,9 24,1
Mulheres 18 78,33 ± 8,35 27,98 ± 5,27 153,06 ± 6,26 65,88 ± 14,14 88,2 29,4 23,5
Total 49 74,06 ± 10,50 28,21 ± 4,97 161,48 ± 9,07 73,94 ± 15,94 78,3 34,8 23,9
Peso (Kg)
HVE
FA
Idade (anos) IMC Altura (cm)
Idade (anos) IMC Altura (cm) Peso (Kg)

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

DATVVPP no HPP - 29 anos de experiencia
DATVVPP no HPP - 29 anos de experienciaDATVVPP no HPP - 29 anos de experiencia
DATVVPP no HPP - 29 anos de experienciagisa_legal
 
Estudo Eletrofisiológico
Estudo EletrofisiológicoEstudo Eletrofisiológico
Estudo EletrofisiológicoCarlos Volponi
 
CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CLÍNICAS DOS PACIENTES ACIENTES COM ...
CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CLÍNICAS DOS PACIENTES ACIENTES COM ...CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CLÍNICAS DOS PACIENTES ACIENTES COM ...
CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CLÍNICAS DOS PACIENTES ACIENTES COM ...Dra. Mônica Lapa
 
Ap c si vi revisão bibliográfica
Ap c si vi revisão bibliográficaAp c si vi revisão bibliográfica
Ap c si vi revisão bibliográficagisa_legal
 
Alterações cardíacas em crianças com sida
Alterações cardíacas em crianças com sidaAlterações cardíacas em crianças com sida
Alterações cardíacas em crianças com sidagisa_legal
 
Arritmias na infância rev socesp 2007
Arritmias na infância   rev socesp 2007Arritmias na infância   rev socesp 2007
Arritmias na infância rev socesp 2007gisa_legal
 
Protocolo clínico de Anemia Aplásica Adquirida - Ministério da Saúde
Protocolo clínico de Anemia Aplásica Adquirida - Ministério da SaúdeProtocolo clínico de Anemia Aplásica Adquirida - Ministério da Saúde
Protocolo clínico de Anemia Aplásica Adquirida - Ministério da SaúdeJuscelinaOliveira2
 
ECG de repouso - Diretrizes
ECG de repouso - DiretrizesECG de repouso - Diretrizes
ECG de repouso - Diretrizesgisa_legal
 
2009 estudo do perfil clínico e imunológico dos possíveis e potenciais doador...
2009 estudo do perfil clínico e imunológico dos possíveis e potenciais doador...2009 estudo do perfil clínico e imunológico dos possíveis e potenciais doador...
2009 estudo do perfil clínico e imunológico dos possíveis e potenciais doador...Nádia Elizabeth Barbosa Villas Bôas
 
Anais cbep sm na infancia
Anais cbep   sm na infanciaAnais cbep   sm na infancia
Anais cbep sm na infanciagisa_legal
 
Ponto ótimo cardiorespiratório
Ponto ótimo cardiorespiratórioPonto ótimo cardiorespiratório
Ponto ótimo cardiorespiratórioPajolin
 
Doença renal policística autossômica dominante em pacientes em hemodiálise no...
Doença renal policística autossômica dominante em pacientes em hemodiálise no...Doença renal policística autossômica dominante em pacientes em hemodiálise no...
Doença renal policística autossômica dominante em pacientes em hemodiálise no...Universidade Estadual de Maringá
 
Terapia anti hipertensiva
Terapia anti hipertensivaTerapia anti hipertensiva
Terapia anti hipertensivaprofsempre
 
Ecocardiografia na-pre-hipertensao-e-hipertensao-estagio-i
Ecocardiografia na-pre-hipertensao-e-hipertensao-estagio-iEcocardiografia na-pre-hipertensao-e-hipertensao-estagio-i
Ecocardiografia na-pre-hipertensao-e-hipertensao-estagio-igisa_legal
 
Apresentação das cc diagnosticadas ao nascimento 2008
Apresentação das cc diagnosticadas ao nascimento   2008Apresentação das cc diagnosticadas ao nascimento   2008
Apresentação das cc diagnosticadas ao nascimento 2008gisa_legal
 

La actualidad más candente (18)

Cbep hf
Cbep   hfCbep   hf
Cbep hf
 
DATVVPP no HPP - 29 anos de experiencia
DATVVPP no HPP - 29 anos de experienciaDATVVPP no HPP - 29 anos de experiencia
DATVVPP no HPP - 29 anos de experiencia
 
Estudo Eletrofisiológico
Estudo EletrofisiológicoEstudo Eletrofisiológico
Estudo Eletrofisiológico
 
CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CLÍNICAS DOS PACIENTES ACIENTES COM ...
CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CLÍNICAS DOS PACIENTES ACIENTES COM ...CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CLÍNICAS DOS PACIENTES ACIENTES COM ...
CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CLÍNICAS DOS PACIENTES ACIENTES COM ...
 
Ap c si vi revisão bibliográfica
Ap c si vi revisão bibliográficaAp c si vi revisão bibliográfica
Ap c si vi revisão bibliográfica
 
Alterações cardíacas em crianças com sida
Alterações cardíacas em crianças com sidaAlterações cardíacas em crianças com sida
Alterações cardíacas em crianças com sida
 
Arritmias na infância rev socesp 2007
Arritmias na infância   rev socesp 2007Arritmias na infância   rev socesp 2007
Arritmias na infância rev socesp 2007
 
Hipertensão
HipertensãoHipertensão
Hipertensão
 
Protocolo clínico de Anemia Aplásica Adquirida - Ministério da Saúde
Protocolo clínico de Anemia Aplásica Adquirida - Ministério da SaúdeProtocolo clínico de Anemia Aplásica Adquirida - Ministério da Saúde
Protocolo clínico de Anemia Aplásica Adquirida - Ministério da Saúde
 
ECG de repouso - Diretrizes
ECG de repouso - DiretrizesECG de repouso - Diretrizes
ECG de repouso - Diretrizes
 
2009 estudo do perfil clínico e imunológico dos possíveis e potenciais doador...
2009 estudo do perfil clínico e imunológico dos possíveis e potenciais doador...2009 estudo do perfil clínico e imunológico dos possíveis e potenciais doador...
2009 estudo do perfil clínico e imunológico dos possíveis e potenciais doador...
 
Anais cbep sm na infancia
Anais cbep   sm na infanciaAnais cbep   sm na infancia
Anais cbep sm na infancia
 
Ponto ótimo cardiorespiratório
Ponto ótimo cardiorespiratórioPonto ótimo cardiorespiratório
Ponto ótimo cardiorespiratório
 
Doença renal policística autossômica dominante em pacientes em hemodiálise no...
Doença renal policística autossômica dominante em pacientes em hemodiálise no...Doença renal policística autossômica dominante em pacientes em hemodiálise no...
Doença renal policística autossômica dominante em pacientes em hemodiálise no...
 
Terapia anti hipertensiva
Terapia anti hipertensivaTerapia anti hipertensiva
Terapia anti hipertensiva
 
Ecocardiografia na-pre-hipertensao-e-hipertensao-estagio-i
Ecocardiografia na-pre-hipertensao-e-hipertensao-estagio-iEcocardiografia na-pre-hipertensao-e-hipertensao-estagio-i
Ecocardiografia na-pre-hipertensao-e-hipertensao-estagio-i
 
MS em atletas
MS em atletasMS em atletas
MS em atletas
 
Apresentação das cc diagnosticadas ao nascimento 2008
Apresentação das cc diagnosticadas ao nascimento   2008Apresentação das cc diagnosticadas ao nascimento   2008
Apresentação das cc diagnosticadas ao nascimento 2008
 

Destacado

Arritmias semiologia
Arritmias semiologiaArritmias semiologia
Arritmias semiologiapauloalambert
 
Arritmias cardíacas
Arritmias cardíacasArritmias cardíacas
Arritmias cardíacassgtrobertson
 
Arritmia cardíaca *ETEC* DANI
Arritmia cardíaca *ETEC* DANIArritmia cardíaca *ETEC* DANI
Arritmia cardíaca *ETEC* DANIÍsis Procópio
 
Farmacologia dos anestesicos locais
Farmacologia dos anestesicos locaisFarmacologia dos anestesicos locais
Farmacologia dos anestesicos locaisLucas Almeida Sá
 
Drogas vasoativas
Drogas vasoativasDrogas vasoativas
Drogas vasoativasresenfe2013
 
38 manutenção de sondas e cuidados na administração
38   manutenção de sondas e cuidados na administração38   manutenção de sondas e cuidados na administração
38 manutenção de sondas e cuidados na administraçãoONCOcare
 
Assistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativas
Assistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativasAssistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativas
Assistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativasresenfe2013
 
Cuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológica
Cuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológicaCuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológica
Cuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológicaresenfe2013
 
Aula De Drogas Vasoativas
Aula De Drogas VasoativasAula De Drogas Vasoativas
Aula De Drogas Vasoativasgalegoo
 

Destacado (18)

Arritmias
ArritmiasArritmias
Arritmias
 
FibrilaçãO Atrial
FibrilaçãO AtrialFibrilaçãO Atrial
FibrilaçãO Atrial
 
Cdi Fernando
Cdi FernandoCdi Fernando
Cdi Fernando
 
Frequência cardiaca
Frequência cardiacaFrequência cardiaca
Frequência cardiaca
 
Arritmias semiologia
Arritmias semiologiaArritmias semiologia
Arritmias semiologia
 
Embolia pulmonar
Embolia  pulmonarEmbolia  pulmonar
Embolia pulmonar
 
Arritmias cardíacas
Arritmias cardíacasArritmias cardíacas
Arritmias cardíacas
 
Arritmia cardíaca *ETEC* DANI
Arritmia cardíaca *ETEC* DANIArritmia cardíaca *ETEC* DANI
Arritmia cardíaca *ETEC* DANI
 
Como calcular sua frequência cardíaca de treino?
Como calcular sua frequência cardíaca de treino?Como calcular sua frequência cardíaca de treino?
Como calcular sua frequência cardíaca de treino?
 
Farmacologia dos anestesicos locais
Farmacologia dos anestesicos locaisFarmacologia dos anestesicos locais
Farmacologia dos anestesicos locais
 
Drogas vasoativas
Drogas vasoativasDrogas vasoativas
Drogas vasoativas
 
Dor torácica
Dor torácicaDor torácica
Dor torácica
 
38 manutenção de sondas e cuidados na administração
38   manutenção de sondas e cuidados na administração38   manutenção de sondas e cuidados na administração
38 manutenção de sondas e cuidados na administração
 
Assistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativas
Assistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativasAssistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativas
Assistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativas
 
Cuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológica
Cuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológicaCuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológica
Cuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológica
 
Planejamento dos cuidados de enfermagem
Planejamento dos cuidados de enfermagemPlanejamento dos cuidados de enfermagem
Planejamento dos cuidados de enfermagem
 
Doença de Alzheimer
Doença de AlzheimerDoença de Alzheimer
Doença de Alzheimer
 
Aula De Drogas Vasoativas
Aula De Drogas VasoativasAula De Drogas Vasoativas
Aula De Drogas Vasoativas
 

Similar a Hipertrofia ventricular esquerda e fibrilhação auricular Incidência em utentes do Centro de Saúde de Mirandela II

01 princípios de epidemiologia clínica aplicada à cardiologia 1998
01   princípios de epidemiologia clínica aplicada à cardiologia 199801   princípios de epidemiologia clínica aplicada à cardiologia 1998
01 princípios de epidemiologia clínica aplicada à cardiologia 1998gisa_legal
 
Hipertensão arterial no brasil estimativa
Hipertensão arterial no brasil   estimativaHipertensão arterial no brasil   estimativa
Hipertensão arterial no brasil estimativaRafael Pereira
 
Análise comparativa da adesão ao tratamento anti-hipertensivo e qualidade de ...
Análise comparativa da adesão ao tratamento anti-hipertensivo e qualidade de ...Análise comparativa da adesão ao tratamento anti-hipertensivo e qualidade de ...
Análise comparativa da adesão ao tratamento anti-hipertensivo e qualidade de ...REBRATSoficial
 
Adesão ao tratamento anti hipertensivo uma análise conceitual
Adesão ao tratamento anti hipertensivo uma análise conceitualAdesão ao tratamento anti hipertensivo uma análise conceitual
Adesão ao tratamento anti hipertensivo uma análise conceitualadrianomedico
 
Ms no exercício e no esporte
Ms no exercício e no esporteMs no exercício e no esporte
Ms no exercício e no esportegisa_legal
 
Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...
Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...
Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...Van Der Häägen Brazil
 
Revista diabetes portugual
Revista diabetes portugualRevista diabetes portugual
Revista diabetes portugualSantos de Castro
 
Análise retrospectiva epidemiológica e de resultados do tratamento de pacient...
Análise retrospectiva epidemiológica e de resultados do tratamento de pacient...Análise retrospectiva epidemiológica e de resultados do tratamento de pacient...
Análise retrospectiva epidemiológica e de resultados do tratamento de pacient...Andreza Rochelle do Vale Morais
 
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...blogped1
 
Prevalência de CC em down
Prevalência de CC em downPrevalência de CC em down
Prevalência de CC em downgisa_legal
 
Alterações cardíacas em crianças com sida correlação clínico patológica
Alterações cardíacas em crianças com sida   correlação clínico patológicaAlterações cardíacas em crianças com sida   correlação clínico patológica
Alterações cardíacas em crianças com sida correlação clínico patológicagisa_legal
 
Prevalência de cc ao nascimento
Prevalência de cc ao nascimentoPrevalência de cc ao nascimento
Prevalência de cc ao nascimentogisa_legal
 
Trabalho relacionado ao acometimento do Trabalhador por Hipertensão Arterial ...
Trabalho relacionado ao acometimento do Trabalhador por Hipertensão Arterial ...Trabalho relacionado ao acometimento do Trabalhador por Hipertensão Arterial ...
Trabalho relacionado ao acometimento do Trabalhador por Hipertensão Arterial ...Vivi Medeiros
 
Pé diabetico uma avaliação sistematizada
Pé diabetico uma avaliação sistematizadaPé diabetico uma avaliação sistematizada
Pé diabetico uma avaliação sistematizadaadrianomedico
 
Diagnóstico de enfermagem no perioperatório de cx cardíaca
Diagnóstico de enfermagem no perioperatório de cx cardíacaDiagnóstico de enfermagem no perioperatório de cx cardíaca
Diagnóstico de enfermagem no perioperatório de cx cardíacagisa_legal
 
Frequência da ocorrência da síndrome metabólica história natural. dr. caio ...
Frequência da ocorrência da síndrome metabólica   história natural. dr. caio ...Frequência da ocorrência da síndrome metabólica   história natural. dr. caio ...
Frequência da ocorrência da síndrome metabólica história natural. dr. caio ...Van Der Häägen Brazil
 
Hp idiopática 2015
Hp idiopática 2015Hp idiopática 2015
Hp idiopática 2015gisa_legal
 

Similar a Hipertrofia ventricular esquerda e fibrilhação auricular Incidência em utentes do Centro de Saúde de Mirandela II (20)

01 princípios de epidemiologia clínica aplicada à cardiologia 1998
01   princípios de epidemiologia clínica aplicada à cardiologia 199801   princípios de epidemiologia clínica aplicada à cardiologia 1998
01 princípios de epidemiologia clínica aplicada à cardiologia 1998
 
Hipertensão arterial no brasil estimativa
Hipertensão arterial no brasil   estimativaHipertensão arterial no brasil   estimativa
Hipertensão arterial no brasil estimativa
 
Análise comparativa da adesão ao tratamento anti-hipertensivo e qualidade de ...
Análise comparativa da adesão ao tratamento anti-hipertensivo e qualidade de ...Análise comparativa da adesão ao tratamento anti-hipertensivo e qualidade de ...
Análise comparativa da adesão ao tratamento anti-hipertensivo e qualidade de ...
 
Adesão ao tratamento anti hipertensivo uma análise conceitual
Adesão ao tratamento anti hipertensivo uma análise conceitualAdesão ao tratamento anti hipertensivo uma análise conceitual
Adesão ao tratamento anti hipertensivo uma análise conceitual
 
Ms no exercício e no esporte
Ms no exercício e no esporteMs no exercício e no esporte
Ms no exercício e no esporte
 
Hipertensao manual
Hipertensao manualHipertensao manual
Hipertensao manual
 
Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...
Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...
Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...
 
Revista diabetes portugual
Revista diabetes portugualRevista diabetes portugual
Revista diabetes portugual
 
Análise retrospectiva epidemiológica e de resultados do tratamento de pacient...
Análise retrospectiva epidemiológica e de resultados do tratamento de pacient...Análise retrospectiva epidemiológica e de resultados do tratamento de pacient...
Análise retrospectiva epidemiológica e de resultados do tratamento de pacient...
 
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
 
Prevalência de CC em down
Prevalência de CC em downPrevalência de CC em down
Prevalência de CC em down
 
Alterações cardíacas em crianças com sida correlação clínico patológica
Alterações cardíacas em crianças com sida   correlação clínico patológicaAlterações cardíacas em crianças com sida   correlação clínico patológica
Alterações cardíacas em crianças com sida correlação clínico patológica
 
Prevalência de cc ao nascimento
Prevalência de cc ao nascimentoPrevalência de cc ao nascimento
Prevalência de cc ao nascimento
 
Trabalho relacionado ao acometimento do Trabalhador por Hipertensão Arterial ...
Trabalho relacionado ao acometimento do Trabalhador por Hipertensão Arterial ...Trabalho relacionado ao acometimento do Trabalhador por Hipertensão Arterial ...
Trabalho relacionado ao acometimento do Trabalhador por Hipertensão Arterial ...
 
Pé diabetico uma avaliação sistematizada
Pé diabetico uma avaliação sistematizadaPé diabetico uma avaliação sistematizada
Pé diabetico uma avaliação sistematizada
 
Transição Epidemiológica
Transição EpidemiológicaTransição Epidemiológica
Transição Epidemiológica
 
Txt 690106550
Txt 690106550Txt 690106550
Txt 690106550
 
Diagnóstico de enfermagem no perioperatório de cx cardíaca
Diagnóstico de enfermagem no perioperatório de cx cardíacaDiagnóstico de enfermagem no perioperatório de cx cardíaca
Diagnóstico de enfermagem no perioperatório de cx cardíaca
 
Frequência da ocorrência da síndrome metabólica história natural. dr. caio ...
Frequência da ocorrência da síndrome metabólica   história natural. dr. caio ...Frequência da ocorrência da síndrome metabólica   história natural. dr. caio ...
Frequência da ocorrência da síndrome metabólica história natural. dr. caio ...
 
Hp idiopática 2015
Hp idiopática 2015Hp idiopática 2015
Hp idiopática 2015
 

Último

Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannRegiane Spielmann
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxSESMTPLDF
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Integração em segurança do trabalho 2024
Integração em segurança do trabalho 2024Integração em segurança do trabalho 2024
Integração em segurança do trabalho 2024RicardoTST2
 

Último (10)

Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Integração em segurança do trabalho 2024
Integração em segurança do trabalho 2024Integração em segurança do trabalho 2024
Integração em segurança do trabalho 2024
 

Hipertrofia ventricular esquerda e fibrilhação auricular Incidência em utentes do Centro de Saúde de Mirandela II

  • 1. HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA E FIBRILHAÇÃO AURICULAR INCIDÊNCIA EM UTENTES DO CENTRO DE SAÚDE DE MIRANDELA II Eugénia Mendes*, Leonel Preto*, André Novo*, Catarina Possacos#, * Professores da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança; #Técnica de Cardiopneumologia do ACES Nordeste (C.S. Mirandela II) catarinapossacos@gmail.com || Palavras chave: fibrilhação auricular, hipertrofia ventricular esquerda Introdução Objectivos Metodologia Resultados Discussão de resultados Conclusão Bibliografia Fibrilhação auricular (FA) é uma das arritmias mais frequentes, estimando-se que afecte cerca de 100mil pessoas em Portugal. Embora afecte adultos de qualquer idade, a frequência aumenta com a mesma numa percentagem inferior a 2% por cada década até aos 70 anos e 10% acima dessa idade (Martín-Rioboó, et al., 2010). Segundo Bonhorst, et al. (2010) e Martín-Rioboó et al (2010), a FA é uma das mais importantes causas de morbilidade, mortalidade global e súbita, associadas ao elevado risco de morte, insuficiência cardíaca (IC) e acidente vascular cerebral (AVC). A FA está na base de 15% dos AVCs em Portugal (Bonhorst, et al., 2010). Segundo De Lima (1998), a hipertrofia ventricular esquerda (HVE) é a alteração cardíaca mais comum, sendo observada frequentemente associada a outras patologias e em atletas. Ainda não se sabe qual é o ponto de transição entre HVE compensadora, adaptativa e reversível (ex. atletas) e a HVE patológica, acompanhada de lesão do miocárdio permanente. A HVE aumenta a morbilidade e a mortalidade cardiovascular da população em geral, idosos, pessoas com hipertensão primária e secundária e doença coronária arteriosclerótica. A HVE é um indicador precoce de lesão cardíaca num paciente com HTA e encontra-se associada a um aumento de complicações cardiovasculares. A evolução da HVE condiciona o prognóstico do paciente existindo pior prognóstico quando a FA e a HVE se associam (Martín-Rioboó et al., 2008; Okin et al., 2011). Identificar novos casos de FA e HVE em electrocardiogramas (ECGs) realizados no C.S. Mirandela II entre Agosto de 2009 a Dezembro de 2010. Caracterizar os utentes com novos casos de FA e HVE. Foi desenhado um estudo exploratório transversal com recurso a análise documental. Utilizou-se uma amostra não probabilística sequencial, incluindo no estudo todos os utentes que realizaram ECG entre Agosto de 2009 a Dezembro de 2010, independentemente do motivo pelo qual foi realizado. Após a identificação de traçados sugestivos de FA e/ou HVE e de os diagnósticos serem validados por um cardiologista, efectuou-se recolha de dados através de consulta do processo clínico que permitisse caracterizar os utentes identificados com novos casos de FA e HVE. Os dados foram recolhidos entre Agosto de 2009 a Dezembro de 2010 numa população constituída por 2568 utentes os quais realizaram, nesse período, electrocardiograma. Os resultados permitem, à semelhança dos obtidos por Bonhorst, et al. (2010), identificar na amostra uma prevalência de 2,6% (68 casos) para FA e de 3,2% (79 casos) para HVE. Permitem ainda calcular uma taxa de incidência de 1,9% (49 novos casos) para FA e de 3,1% (79 novos casos) de HVE. Identificaram-se ainda 5 utentes que apresentavam FA e HVE. Relativamente aos utentes com FA, os resultados da amostra apresentam diferenças significativas entre sexos relativamente à idade. Verificou-se diferença na média de idades por sexos apresentando as mulheres uma média mais elevada (78,33 anos) que os homens (71,58 anos). Os utentes têm em média 74,06 anos de idade, apresentam excesso de peso (IMC médio de 28,21), 78,3% são hipertensos, 34,8% hipocoagulados e 23,9% diabéticos. Os utentes com HVE da amostra, à semelhança do grupo anterior, evidenciam diferenças significativas entre sexos no que respeita à idade com média de idades superior nas mulheres (69,35 anos) comparativamente com os homens (61,69 anos). Globalmente têm em média 65,28 anos de idade, apresentam excesso de peso (IMC médio de 27,29), 71,2% são hipertensos, 3% hipocoagulados e 21,2% diabéticos. Os achados, na amostra obtida são compatíveis com a literatura consultada tanto no que diz respeito às taxas de prevalência e incidência como para outros factores como idade, peso e co-morbilidade. A detecção precoce de fibrilhação auricular e de hipertrofia ventricular esquerda e a caracterização desta população permitem identificar um perfil de risco e um melhor controlo do utente como forma preventiva de acidentes vasculares cerebrais embólicos e morte súbita de causa cardíaca (Bonhorst et al., 2010; Martín-Rioboó et al., 2008; Okin et al., 2011). Bonhorst, D.; Mendes, M.; Adragão, P.; De Sousa, J.; Primo, J.; Leiria, E.; Rocha, P. (2010) Prevalência de fibrilhação auricular na população portuguesa com 40 ou mais anos. Estudo FAMA, Revista Portuguesa de Cardiologia, vol. 29, nº 03, pp.331-350. De Lima, José Jayme Galvão (1998) Reversão da hipertrofia ventricular esquerda na terapêutica da hipertensão arterial: facto ou ficção? HiperAtivo, Vol 5, Nº 2, Julho/Setembro de 1998, pp.202-205 Martín-Rioboó, E.; García Criado, E.; Pérula De Torres, L. A.; Cea-Calvo, L.; Anguita Sánchez, M.; López Granados, A.; Ureña Fernández, T.; García Matarín, L.; Molina Díaz, R. en representación del Grupo de Hipertensión Arterial de la Sociedad Andaluza de Medicina Familiar y Comunitaria (SAMFyC) y de los investigadores del estudio PREHVIA (2009) Prevalencia de hipertrofia ventricular izquierda, fibrilación auricular y enfermedad cardiovascular en hipertensos de Andalucía. Estudo PREHVIA, Jornal Medicina Clinica, vol.132, nº7, pp.243-250 Okin, P. M.; Wachtell, K.; Devereux, R. B.; Harris, K. E.; Jern, S.; Kjeldsen, S. E.; Julius, S.; Lindholm, L. H.; Nieminen, M. S.; Edelman, J. M.; Hille, D. A.; Dahlöf, B. (2006) Regression of electrocardiographic left ventricular hypertrophy and decreased incidence of new-onset atrial fibrillation in patients with hypertension Journal JAMA, vol.296, nº10, pp.1242-1248 Casos identificados Prevalência Novos casos Incidência 2568 HVE 81 3,15% 79 3,10% ECG FA 68 2,65% 49 1,91% N HTA (%) Hipocoagulado (%) Diabético (%) Homens 42 61,69 ± 12,93 26,78 ± 3,79 167,75 ± 6,89 75,88 ± 14,50 75 6,3 25 Mulheres 37 69,35 ± 11,47 27,76 ± 5,41 153,69 ± 7,29 65,74 ± 13,82 67,6 0 17,6 Total 79 65,28 ± 12,78 27,29 ± 4,69 160,51 ± 9,99 70,65 ± 14,95 71,2 3 21,2 N HTA (%) Hipocoagulado (%) Diabético (%) Homens 31 71,58 ± 10,94 28,35 ± 4,87 166,78 ± 6,04 78,66 ± 15,22 72,4 37,9 24,1 Mulheres 18 78,33 ± 8,35 27,98 ± 5,27 153,06 ± 6,26 65,88 ± 14,14 88,2 29,4 23,5 Total 49 74,06 ± 10,50 28,21 ± 4,97 161,48 ± 9,07 73,94 ± 15,94 78,3 34,8 23,9 Peso (Kg) HVE FA Idade (anos) IMC Altura (cm) Idade (anos) IMC Altura (cm) Peso (Kg)