Chiquinha Gonzaga foi uma compositora brasileira do século XIX, filha bastarda de um marechal. Ela compôs sua primeira música aos 11 anos e teve seu primeiro sucesso em 1877. Em 1897, compôs o famoso tango "Gaúcho" e, em 1899, escreveu a primeira marcha carnavalesca "Ò Abre Alas". Ao longo de sua carreira, musicou 77 peças teatrais e compôs cerca de 2 mil músicas nos mais variados gêneros musicais.
2. Chiquinha Gonzaga Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847 – 1935) Filha bastarda do marechal-de-campo José Basileu Neves Gonzaga e de Rosa Maria, mulata e mãe solteira, nasceu na Rua do Príncipe e estudou piano com o maestro Lobo. Aos 11 anos compôs sua primeira música, uma cantiga de Natal, “Canção dos Pastores”. Casou-se aos 13 anos e aos 18 abandonou o marido para viver com um engenheiro que abandonou pouco depois. Através de Calado, passou a freqüentar as rodas de choro e festas. Seu primeiro sucesso foi Atraente (1877)
3. Em 1897 compôs no ritmo rural estilizado do corta-jaca o tango “Gaúcho”, lançado na peça “Zizinha Maxixe”, de Machado Careca. Este, que fazia grande sucesso dançando o tango “Gaúcho” com sua parceira Maria Lino, quatro anos depois escreveu uma letra para a composição, que passou a se chamar “Corta-Jaca”. Neste mundo de misérias / quem impera / é quem é mais folgazão. / É quem sabe cortar a jaca / nos requebros / de suprema, perfeição, perfeição. Ai, ai, como é bom dançar, ai! / Corta-jaca assim, assim, assim / Mexe com o pé! / Ai, ai, tem feitiço tem, ai! / Corta meu benzinho assim, assim! Esta dança é buliçosa / tão dengosa / que todos querem dançar / Não há ricas baronesas / nem marquesas / que não saibam requebrar, requebrar Este passo tem feitiço / tal ouriço / Faz qualquer homem coió / Não há velho carrancudo / nem sisudo / que não caia em trololó, trololó Quem me vê assim alegre / no Flamengo / por certo se há de render / Não resiste com certeza / este jeito de mexer
4. Em 1899, a pedido do Cordão Rosa de Ouro, do Andaraí, escreveu a primeira marcha carnavalesca “Ò abre alas”. Ó Abre-Alas / Que eu quero passar / Ó Abre-Alas/ Que eu quero passar Eu sou da Lira não posso negar / Eu sou da Lira não posso negar Ò Abre-Alas que eu quero passar / Ó Abre-Alas que eu quero passar Rosa de Ouro é quem vai ganhar / Rosa de Ouro é quem vai ganhar
5. Em 1915 musicou a peça “A sertaneja”, de Viriato Correia. A 27 de setembro de 1917 participou da fundação da sociedade arrecadadora SBAT. Em 1919 lançou uma campanha de fundos, destinada à construção de uma nova sepultura para Francisco Manuel da Silva, compositor do “Hino Nacional Brasileiro”. Seu último trabalho data de 1933: a música da peça “Maria”, de Viriato Correia, Entre 1885 e 1933, musicou 77 peças teatrais, das quais cinco inéditas. Sua obra reúne composições nos mais variados gêneros: valsas, polcas, tangos, maxixes, lundus, quadrilhas, fados, gavotas, mazurcas, barcarolas, habaneras, serenatas e algumas músicas sacras.