SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 27
Matriz Energética Brasileira:
Transformação ou Continuidade?
            André Tosi Furtado
           DPCT/IG/UNICAMP


     Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2012
Roteiro
1.   Antecedentes da Matriz Energética
2.   A Trajetória no Atual Século
3.   Crise e Estagnação das Renováveis
4.   Observações Finais
1. Antecedentes
• Até o Primeiro Choque do Petróleo, o Brasil
  apoiou sua industrialização em 2 principais
  vetores energéticos:
   – Eletricidade (origem hídrica)
   – Petróleo e Derivados (predominantemente importado)
• A partir dos Choques do Petróleo inicia-se
  um processo de mudança estrutural:
   – Diversificação da Matriz Energética
   – Desenvolvimento do Petróleo Nacional
Brasil: Oferta Interna de Energia




  Fonte: BEN, 2010
Consumo de Derivados de Petróleo (1970-1985)

             6 0 .0 0 0



             5 0 .0 0 0
                                                                                                                    P ro d uto s nã o
                                                                                                                    E ne rg é tico s

                                                                                                                    O utra s S e c. P e tró le o

             4 0 .0 0 0
                                                                                                                    G á s C a na liza d o
m il T E P




                                                                                                                    Q ue ro se ne
             3 0 .0 0 0
                                                                                                                    N a fta


                                                                                                                    GLP
             2 0 .0 0 0
                                                                                                                    G a so lina


                                                                                                                    Ó le o C o m b ustíve l
             1 0 .0 0 0
                                                                                                                    Ó le o D ie se l



                     0
                     70


                           71


                                 72


                                       73


                                             74


                                                   75


                                                         76


                                                               77


                                                                     78


                                                                           79


                                                                                 80


                                                                                       81


                                                                                             82


                                                                                                   83


                                                                                                         84


                                                                                                               85
                    19


                          19


                                19


                                      19


                                            19


                                                  19


                                                        19


                                                              19


                                                                    19


                                                                          19


                                                                                19


                                                                                      19


                                                                                            19


                                                                                                  19


                                                                                                        19

             Fonte: BEN, 2008                                                                                 19
Contra-choque e o retorno das Energias Fósseis

  • Em 1985, o preço internacional do petróleo cai
    abruptamente  nova fase de petróleo barato,
    consumo volta a aumentar mas em velocidade
    moderada
  • No Brasil, os preços internos de derivados caem
     consumo volta a crescer
  • O processo de expansão das energias de
    substituição se reduz
     – Produção de Álcool se estabiliza (crise de 90)
     – Carvão, Lenha, etc. perdem espaço
6
                 C O N S U M O F INA L P O R F O N T E ( 10                               te p )
100


 90


 80


 70
                D E RI V A D OS D E P E T RÓ LE O

 60


 50
                                                                                               E LE TR I C ID A D E

 40
                                      BA G A Ç O D E C A N A
                                                                      O UT R O S
                      LEN H A
 30


 20


 10

                                                                           ÁLC O OL
  0
               1974


                          1977




                                                             1989


                                                                    1992




                                                                                                           2004


                                                                                                                      2007
      19 7 1




                                 1 9 80


                                           1 98 3


                                                    19 8 6




                                                                             1 9 95


                                                                                      1 99 8


                                                                                                  20 0 1
Volta da Petro-prosperidade na
         Década de 90
• A partir da segunda metade dos 90, a produção
  nacional de petróleo volta a crescer (Águas
  Profundas)
• Consumo interno de derivados de petróleo
  cresce substancialmente na década de 90
• Diesel lidera cada vez mais (derivado de mais
  difícil substituição)
• Consumo de gasolina cresce em função da
  retomada da indústria automobilística e da
  estagnação do álcool
Produção e Consumo de Petróleo Bruto




Fonte: BEN, 2010
Estabilização do Consumo de Derivados de Petróleo




Fonte: BEN, 2010
2. A Nova Trajetória no Atual Século
• Crise econômica em 1998 desvaloriza Real
• Preços internos da energia sobem e consumo de derivados
  de petróleo se estabiliza
• Crise do Apagão em 2001
• Preços internacionais do petróleo se elevam a partir de
  2003
• Produção Nacional de Petróleo aumenta :
   – Preços internacionais mais altos estimulam ainda mais oferta
     interna:
       • 2000: 63,8 MTEP
       • 2009: 101 MTEP
• Expansão do consumo de Gás Natural
       • 2000: 7,1 MTEP
       • 2011: 18,7 MTEP
Crescimento de Fontes Renováveis
 • Etanol volta a crescer a partir de 2003:
    – Torna-se competitivo com a gasolina  produção
      atinge 27 milhões de m3 em 2008
    – Introdução dos veículos flex
    – Cresce o Bagaço de Cana (Álcool e Açúcar)
 • Outras Fontes da Biomassa (lenha, carvão vegetal)
   crescem em função dos preços mais altos do
   petróleo  exploração não sustentável
 • Surge o programa do Biodiesel
 • Energia Hidráulica mantém participação estável
Consumo Final por Fonte
                   (sem Derivados de Petróleo e Eletricidade)




Fonte: BEN, 2010
Retorno das Renováveis na Matriz



                            Mudanças                             Nova
                            Estruturais                          Tendência


                                          Retorno das Energias
                                          Fósseis
            Petroprosperidade




Fonte: BEN, 2010
3. Crise de 2008 e Estagnação das Renováveis
• A partir da crise de 2008 voltam as energias fósseis:
   – Participação das energias não renováveis aumenta
     novamente na matriz energética
   – Consumo de derivados de petróleo volta a crescer
   – Produção de Etanol cai
   – Expansão do Biodiesel (apoiado na soja)
• Na geração de energia elétrica, observa-se auspiciosa
  progressão das fontes renováveis:
   – Uso da biomassa
   – Energia eólica
   – PCH
Oferta Interna de Energia




Fonte: BEN, 2011
Consumo de Derivados de Petróleo




 Fonte: BEN, 2011
Consumo Final de Etanol e Gasolina




Fonte: BEN, 2011
Transformações na Geografia do Etanol




Fonte: Unica e MAPA
Direcionamento da Cana para o Açúcar
                      (variação média anual em %)




Fonte: Única e MAPA
Consumo de Petrodiesel e Produção de Biodiesel




  Fonte: BEN, 2011
Geração de Eletricidade Serviço Público e
                   Autoprodutores




Fonte: BEN, 2011
Tendências do Planejamento Energético

• As metas do PDEE (2021) são que o Brasil não
  emita mais que 680 MtCO2
• Aposta ainda pesadamente em energias não
  renováveis (55% do consumo)
• Ainda assim a produção de etanol teria que
  alcançar 68,5 M m3 em 2021
Capacidade de Geração por Fonte em 2021




Fonte: EPE
4. Observações Finais
• A trajetória atual de expansão do consumo parece ser
  insustentável: forte limitações da capacidade da oferta
• A política de promoção da Biomassa (etanol) revela-
  se insuficiente (demasiadamente apoiada no mercado)
• As políticas de promoção às energias renováveis no
  setor elétrico estão dando mais certo porque garantem
  demanda de longo prazo e preços
• Inovação é variável chave para garantir a transição
  para trajetória sustentável
   – Melhorar a eficiência dos sistemas energéticos renováveis
   – Adaptar as tecnologias energéticas às mudanças climáticas
   – Desenvolver e Difundir Tecnologias de Consumo Eficientes
• Mudanças no Padrão de Consumo são necessárias
Muito Obrigado!


• Referências Bibliográficas:
FURTADO, A. T. Structural Changes in the Brazilian Energy Matrix.
  Terrae (Campinas), v. 6, p. 42-51, 2009.
  http://www.ige.unicamp.br/terrae/V6/T_V6_A5.html
BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL – EPE, vários anos.
        https://ben.epe.gov.br/Default.aspx

Más contenido relacionado

Más de CBE2012

XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça  - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça  - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012 XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012 CBE2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012 XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012 CBE2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012 XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012 CBE2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Carlos Frederico Menezes - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Carlos Frederico Menezes - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 3 - Carlos Frederico Menezes - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Carlos Frederico Menezes - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 2 - Zilmar José de Souza - 23 outubro 2012
XIV CBE - MESA 2 - Zilmar José de Souza - 23 outubro 2012XIV CBE - MESA 2 - Zilmar José de Souza - 23 outubro 2012
XIV CBE - MESA 2 - Zilmar José de Souza - 23 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 2 - Francisco Arteiro - 23 outubro 2012
XIV CBE - MESA 2 -  Francisco Arteiro - 23 outubro 2012XIV CBE - MESA 2 -  Francisco Arteiro - 23 outubro 2012
XIV CBE - MESA 2 - Francisco Arteiro - 23 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 2 - Eduardo Lopes - 23 outubro 12
XIV CBE - MESA 2 - Eduardo Lopes - 23 outubro 12XIV CBE - MESA 2 - Eduardo Lopes - 23 outubro 12
XIV CBE - MESA 2 - Eduardo Lopes - 23 outubro 12CBE2012
 
XIV CBE - MESA 2 - COPPE - Gil Maranhao Neto Gdf Suez - 23 de outubro de 2012
XIV CBE - MESA 2 -  COPPE - Gil Maranhao Neto Gdf Suez - 23 de outubro de 2012 XIV CBE - MESA 2 -  COPPE - Gil Maranhao Neto Gdf Suez - 23 de outubro de 2012
XIV CBE - MESA 2 - COPPE - Gil Maranhao Neto Gdf Suez - 23 de outubro de 2012 CBE2012
 
XIV CBE - MESA 2 - Mario Veiga - 23 outubro 2012
XIV CBE - MESA 2 - Mario Veiga - 23 outubro 2012XIV CBE - MESA 2 - Mario Veiga - 23 outubro 2012
XIV CBE - MESA 2 - Mario Veiga - 23 outubro 2012CBE2012
 

Más de CBE2012 (20)

XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça  - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça  - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012 XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012 XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012 XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Carlos Frederico Menezes - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Carlos Frederico Menezes - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 3 - Carlos Frederico Menezes - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Carlos Frederico Menezes - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 2 - Zilmar José de Souza - 23 outubro 2012
XIV CBE - MESA 2 - Zilmar José de Souza - 23 outubro 2012XIV CBE - MESA 2 - Zilmar José de Souza - 23 outubro 2012
XIV CBE - MESA 2 - Zilmar José de Souza - 23 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 2 - Francisco Arteiro - 23 outubro 2012
XIV CBE - MESA 2 -  Francisco Arteiro - 23 outubro 2012XIV CBE - MESA 2 -  Francisco Arteiro - 23 outubro 2012
XIV CBE - MESA 2 - Francisco Arteiro - 23 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 2 - Eduardo Lopes - 23 outubro 12
XIV CBE - MESA 2 - Eduardo Lopes - 23 outubro 12XIV CBE - MESA 2 - Eduardo Lopes - 23 outubro 12
XIV CBE - MESA 2 - Eduardo Lopes - 23 outubro 12
 
XIV CBE - MESA 2 - COPPE - Gil Maranhao Neto Gdf Suez - 23 de outubro de 2012
XIV CBE - MESA 2 -  COPPE - Gil Maranhao Neto Gdf Suez - 23 de outubro de 2012 XIV CBE - MESA 2 -  COPPE - Gil Maranhao Neto Gdf Suez - 23 de outubro de 2012
XIV CBE - MESA 2 - COPPE - Gil Maranhao Neto Gdf Suez - 23 de outubro de 2012
 
XIV CBE - MESA 2 - Mario Veiga - 23 outubro 2012
XIV CBE - MESA 2 - Mario Veiga - 23 outubro 2012XIV CBE - MESA 2 - Mario Veiga - 23 outubro 2012
XIV CBE - MESA 2 - Mario Veiga - 23 outubro 2012
 

XIV CBE - MESA 1 - Andre Tosi Furtado - 23 out 2012

  • 1. Matriz Energética Brasileira: Transformação ou Continuidade? André Tosi Furtado DPCT/IG/UNICAMP Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2012
  • 2. Roteiro 1. Antecedentes da Matriz Energética 2. A Trajetória no Atual Século 3. Crise e Estagnação das Renováveis 4. Observações Finais
  • 3. 1. Antecedentes • Até o Primeiro Choque do Petróleo, o Brasil apoiou sua industrialização em 2 principais vetores energéticos: – Eletricidade (origem hídrica) – Petróleo e Derivados (predominantemente importado) • A partir dos Choques do Petróleo inicia-se um processo de mudança estrutural: – Diversificação da Matriz Energética – Desenvolvimento do Petróleo Nacional
  • 4. Brasil: Oferta Interna de Energia Fonte: BEN, 2010
  • 5. Consumo de Derivados de Petróleo (1970-1985) 6 0 .0 0 0 5 0 .0 0 0 P ro d uto s nã o E ne rg é tico s O utra s S e c. P e tró le o 4 0 .0 0 0 G á s C a na liza d o m il T E P Q ue ro se ne 3 0 .0 0 0 N a fta GLP 2 0 .0 0 0 G a so lina Ó le o C o m b ustíve l 1 0 .0 0 0 Ó le o D ie se l 0 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 Fonte: BEN, 2008 19
  • 6. Contra-choque e o retorno das Energias Fósseis • Em 1985, o preço internacional do petróleo cai abruptamente  nova fase de petróleo barato, consumo volta a aumentar mas em velocidade moderada • No Brasil, os preços internos de derivados caem  consumo volta a crescer • O processo de expansão das energias de substituição se reduz – Produção de Álcool se estabiliza (crise de 90) – Carvão, Lenha, etc. perdem espaço
  • 7. 6 C O N S U M O F INA L P O R F O N T E ( 10 te p ) 100 90 80 70 D E RI V A D OS D E P E T RÓ LE O 60 50 E LE TR I C ID A D E 40 BA G A Ç O D E C A N A O UT R O S LEN H A 30 20 10 ÁLC O OL 0 1974 1977 1989 1992 2004 2007 19 7 1 1 9 80 1 98 3 19 8 6 1 9 95 1 99 8 20 0 1
  • 8. Volta da Petro-prosperidade na Década de 90 • A partir da segunda metade dos 90, a produção nacional de petróleo volta a crescer (Águas Profundas) • Consumo interno de derivados de petróleo cresce substancialmente na década de 90 • Diesel lidera cada vez mais (derivado de mais difícil substituição) • Consumo de gasolina cresce em função da retomada da indústria automobilística e da estagnação do álcool
  • 9. Produção e Consumo de Petróleo Bruto Fonte: BEN, 2010
  • 10. Estabilização do Consumo de Derivados de Petróleo Fonte: BEN, 2010
  • 11. 2. A Nova Trajetória no Atual Século • Crise econômica em 1998 desvaloriza Real • Preços internos da energia sobem e consumo de derivados de petróleo se estabiliza • Crise do Apagão em 2001 • Preços internacionais do petróleo se elevam a partir de 2003 • Produção Nacional de Petróleo aumenta : – Preços internacionais mais altos estimulam ainda mais oferta interna: • 2000: 63,8 MTEP • 2009: 101 MTEP • Expansão do consumo de Gás Natural • 2000: 7,1 MTEP • 2011: 18,7 MTEP
  • 12. Crescimento de Fontes Renováveis • Etanol volta a crescer a partir de 2003: – Torna-se competitivo com a gasolina  produção atinge 27 milhões de m3 em 2008 – Introdução dos veículos flex – Cresce o Bagaço de Cana (Álcool e Açúcar) • Outras Fontes da Biomassa (lenha, carvão vegetal) crescem em função dos preços mais altos do petróleo  exploração não sustentável • Surge o programa do Biodiesel • Energia Hidráulica mantém participação estável
  • 13. Consumo Final por Fonte (sem Derivados de Petróleo e Eletricidade) Fonte: BEN, 2010
  • 14. Retorno das Renováveis na Matriz Mudanças Nova Estruturais Tendência Retorno das Energias Fósseis Petroprosperidade Fonte: BEN, 2010
  • 15. 3. Crise de 2008 e Estagnação das Renováveis • A partir da crise de 2008 voltam as energias fósseis: – Participação das energias não renováveis aumenta novamente na matriz energética – Consumo de derivados de petróleo volta a crescer – Produção de Etanol cai – Expansão do Biodiesel (apoiado na soja) • Na geração de energia elétrica, observa-se auspiciosa progressão das fontes renováveis: – Uso da biomassa – Energia eólica – PCH
  • 16. Oferta Interna de Energia Fonte: BEN, 2011
  • 17. Consumo de Derivados de Petróleo Fonte: BEN, 2011
  • 18. Consumo Final de Etanol e Gasolina Fonte: BEN, 2011
  • 19. Transformações na Geografia do Etanol Fonte: Unica e MAPA
  • 20. Direcionamento da Cana para o Açúcar (variação média anual em %) Fonte: Única e MAPA
  • 21. Consumo de Petrodiesel e Produção de Biodiesel Fonte: BEN, 2011
  • 22. Geração de Eletricidade Serviço Público e Autoprodutores Fonte: BEN, 2011
  • 23. Tendências do Planejamento Energético • As metas do PDEE (2021) são que o Brasil não emita mais que 680 MtCO2 • Aposta ainda pesadamente em energias não renováveis (55% do consumo) • Ainda assim a produção de etanol teria que alcançar 68,5 M m3 em 2021
  • 24.
  • 25. Capacidade de Geração por Fonte em 2021 Fonte: EPE
  • 26. 4. Observações Finais • A trajetória atual de expansão do consumo parece ser insustentável: forte limitações da capacidade da oferta • A política de promoção da Biomassa (etanol) revela- se insuficiente (demasiadamente apoiada no mercado) • As políticas de promoção às energias renováveis no setor elétrico estão dando mais certo porque garantem demanda de longo prazo e preços • Inovação é variável chave para garantir a transição para trajetória sustentável – Melhorar a eficiência dos sistemas energéticos renováveis – Adaptar as tecnologias energéticas às mudanças climáticas – Desenvolver e Difundir Tecnologias de Consumo Eficientes • Mudanças no Padrão de Consumo são necessárias
  • 27. Muito Obrigado! • Referências Bibliográficas: FURTADO, A. T. Structural Changes in the Brazilian Energy Matrix. Terrae (Campinas), v. 6, p. 42-51, 2009. http://www.ige.unicamp.br/terrae/V6/T_V6_A5.html BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL – EPE, vários anos. https://ben.epe.gov.br/Default.aspx