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         DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DE CADEIAS PRODUTIVAS DE BELO
                                                    HORIZONTE


                                           Cadeia Produtiva do Comércio




                                                    Dezembro/ 2011



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                             Fundação IPEAD

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                             Vice-Presidente: Profª Paula de Miranda Ribeiro
                             Diretor-Executivo: Prof. José Alberto Magno de Carvalho
                             Diretor Executivo-Adjunto: Prof. Antonio Carlos Ferreira Carvalho
                             Coordenador Administrativo, Contábil e Financeiro:
                             Prof. Antonio Carlos Ferreira Carvalho
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                             Prof. Wanderley Ramalho
                             Coordenador de Projetos: Prof. Renato Mogiz Silva

                             Coordenador de Gestão Estratégica e Tecnologia:
                             Marcos Murilo Miranda Rocha

                             Equipe Técnica: Prof. Wanderley Ramalho (Coordenador)
                                             Alexandre Moisés de Sena
                                             Eduardo Eustáquio Antunes
                                             Elisabeth Pereira dos Santos
                                             Nildred Stael Fernandes Martins
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Lista de Figuras


Figura 1 – Setor de Serviços...........................................................................................9
Figura 2 - Formas de Intermediação.............................................................................29




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Lista de gráficos


Gráfico 1 - Composição do valor adicionado bruto por setor de atividade, participação
percentual (%) Brasil, 2004 a 2008...............................................................................18
Gráfico 2 – Composição do valor adicionado bruto por segmentos do comércio,
participação percentual (%), Brasil, 2007 a 2009.........................................................19
Gráfico 3 – Participação (%) de Minas Gerais no valor adicionado do setor comercial
brasileiro, 2004 a 2008..................................................................................................19
Gráfico 4 – Participação do setor comercial no valor adicionado total em Minas Gerais
      20
Gráfico 5 - Participação da cadeia produtiva do comércio no total dos serviços ........21
Gráfico 6 - Arrecadação Estadual em Belo Horizonte: Participação Percentual do
Setor Comercial, 2007 a 2010.......................................................................................21
Gráfico 7 – Número de autônomos e empresas comerciais por anos de duração, ....26
Gráfico 8 – Cadeia Produtiva do Comércio: Rendimento mensal médio do trabalho
principal para pessoas de 10 anos ou mais, 2006 a 2009, localidades selecionadas
(R$)................................................................................................................................28
Gráfico 9 – Cadeia Produtiva do Comércio: Taxa de Informalidade, 2006 a 2009,
localidades selecionadas...............................................................................................29
Gráfico 10 – Evolução do faturamento e da participação do setor atacadista
distribuidor no setor mercearil , 2010............................................................................36
Gráfico 11 – Participação (%) nas vendas do atacado por linhas de produtos, ..........37
Gráfico 12 – Importância dos canais atendidos no faturamento das empresas
atacadistas, ...................................................................................................................38
Gráfico 13 - Localização das sedes das empresas franqueadoras por Estado, Brasil,
2010...............................................................................................................................45
Gráfico 14 - Distribuição das unidades franqueadas por Estado, Brasil, 2010............46




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Lista de Tabelas


Tabela 1 - Comércio: Número de estabelecimentos formais e participação no total dos
setores, localidades selecionadas, 2007 e 2010..........................................................21
Tabela 2 – Cadeia Produtiva do Comércio: Participação percentual do número de
estabelecimentos, localidades selecionadas em relação ao Brasil e Minas Gerais, ...22
Tabela 3 - Cadeia Produtiva do Comércio: Percentual de estabelecimentos por
tamanho do estabelecimento, localidades selecionadas, 2010....................................23
Tabela 4 – Abertura e fechamento de autônomos e empresas comerciais em Belo
Horizonte, 2009 a abril de 2011....................................................................................24
Tabela 5 – Cadeia Produtiva do Comércio: Número de empregos formais e
participação no total dos setores produtivos, localidades selecionadas, 2007 e 2010 26
Tabela 6 – Dados comparativos das empresas do segmento de comércio de veículos,
peças e motocicletas, 2009...........................................................................................31
Tabela 7 - Participação (%) das classes do comércio de veículos, peças e
motocicletas no total do número de estabelecimentos e do emprego no segmento,
Belo Horizonte/MG, 2010..............................................................................................32
Tabela 8 – Dados comparativos das empresas do segmento atacadista, Brasil, 2009
     34
Tabela 9 - Participação (%) dos grupos do comércio atacadista no total do número de
estabelecimentos e do emprego no segmento, Belo Horizonte/MG, 2010..................38
Tabela 10 – Dados comparativos das empresas do segmento varejista, Brasil, 2009 39
Tabela 11 – Particpação (%) das classes do comércio varejista no total do número de
estabelecimentos e do emprego no segmento, Belo Horizonte/MG, 2010..................40




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Sumário



1 APRESENTAÇÃO........................................................................................................7
2 PARTE 1: CONTEXTO MACROECONÔMICO DA CADEIA PRODUTIAV DO
COMÉRCIO.....................................................................................................................8
2.1 Introdução..................................................................................................................8
2.2 Estrutura da Cadeia Produtiva e Caracterização Geral............................................9
2.3 Cenário Internacional e Inserção Brasileira............................................................12
2.4 Importância Econômica: Brasil, Minas Gerais, Região Metropolitana de Belo
Horizonte e Belo Horizonte...........................................................................................16
2.5 Fornecedores..........................................................................................................28
2.6 Produtores...............................................................................................................31
2.7 Consumidores.........................................................................................................48
2.8 Síntese Parte 1........................................................................................................50
3 PARTE 2: PERCEPÇÃO DOS AGENTES QUE INTEGRAM A CADEIA
PRODUTIVA DO COMÉRCIO......................................................................................53
3.1 Pesquisa qualitativa.................................................................................................54
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................80
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................85
APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO PESQUISA QUALITATIVA......................................87




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1 APRESENTAÇÃO

O presente relatório apresenta os resultados da pesquisa Diagnóstico Situacional de Cadeias
Produtivas de Belo Horizonte, desenvolvida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas,
Administrativas e Contábeis de Minas Gerais – IPEAD/UFMG –, no âmbito do estudo
demandado pela Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação da Prefeitura
de Belo Horizonte – PBH.

O estudo inclui pesquisas qualitativas em fontes primárias com empresários e representantes de
entidades vinculadas à cadeia produtiva do Comércio, além de levantamento em fontes
secundárias de dados relacionados à cadeia investigada.

O objetivo é obter um melhor conhecimento da problemática dessa cadeia produtiva no
município de Belo Horizonte que permita o desenvolvimento e implementação de projetos de
desenvolvimento econômico e social.

Este relatório está dividido em duas partes. A primeira permite contextualizar a cadeia
produtiva do Comércio no cenário macroeconômico, e a segunda possibilita captar a percepção
dos agentes que integram a cadeia, a partir da análise dos resultados de uma pesquisa de
campo, especificamente desenhada com este propósito.

Particularmente, a primeira parte contempla uma análise da cadeia produtiva têxtil e do
Comércio de Belo Horizonte e sua Região Metropolitana, tendo por pano de fundo os contextos
estadual, nacional e internacional. Adicionalmente, nessa primeira parte, procedeu-se a uma
análise dos indicadores de desempenho econômico do segmento do Comércio em Belo
Horizonte e sua Região Metropolitana. Finalmente, é apresentada uma caracterização mais
detalhada do desempenho dos elos “fornecedor”, “produtor” e “consumidor” que constituem a
cadeia produtiva do Comércio.

A segunda parte do documento, por seu turno, analisa a percepção dos agentes que integram a
cadeia produtiva do Comércio por meio de uma pesquisa qualitativa. Com este objetivo,
elaborou-se um roteiro de entrevistas, que teve, por fundamento, encontros com a equipe
técnica da PBH e representantes de entidades de classe da cadeia produtiva do Comércio. Tal
estratégia permitiu a geração de roteiros mais aderentes à realidade da cadeia.



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Cumpre finalmente destacar a existência de uma síntese correspondente a cada parte
constitutiva deste relatório, além de uma última seção de “considerações finais” que explicita
os aspectos mais relevantes para o diagnóstico situacional da cadeia produtiva.

Acredita-se que o presente estudo possa funcionar como subsídio a ações gerenciais e de
planejamento para as câmaras setoriais da PBH, constituindo-se, ao fim e ao cabo, em uma
ferramenta para o desenvolvimento de um instrumento de intervenção na realidade.

2 PARTE 1: CONTEXTO MACROECONÔMICO DA CADEIA PRODUTIAV DO
      COMÉRCIO

2.1 Introdução

Este relatório contempla a análise da cadeia produtiva do comércio de Belo Horizonte e sua
Região Metropolitana tendo por pano de fundo o contexto estadual, nacional e internacional
que parte de uma síntese de pesquisas e estudos recentes sobre as principais tendências e o
desempenho de tal cadeia no Brasil, inserido no contexto internacional. Esses estudos
constituem a base de análise da cadeia do comércio de Belo Horizonte e da Região
Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Para elaboração deste relatório, os elos da cadeia produtiva do comércio foram classificados em
três segmentos: fornecedores de insumos, produtores e consumidores. Como “fornecedores de
insumos” foram considerados os diversos produtores de bens duráveis, semiduráveis e não
duráveis comercializados na cadeia. Como produtores foram considerados os três segmentos do
comércio, conforme classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE):
comércio atacadista, comércio varejista e comércio de veículos automotores, peças e
motocicletas.        Os consumidores constituem o elo final da cadeia e representam toda a
sociedade.

O relatório está organizado em oito seções, incluindo esta introdução.

A segunda seção descreve e caracteriza a estrutura produtiva da cadeia. Neste caso, procede-se
a uma breve descrição dos elos, em que são contempladas a dinâmica produtiva e a interação
entre os segmentos.




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A seção 3 faz uma descrição do estado da arte da cadeia no cenário internacional e da inserção
do Brasil neste cenário.

A seção 4 analisa os indicadores de desempenho econômico do comércio em Belo Horizonte e
sua Região Metropolitana, tendo como base de comparação os indicadores de Minas Gerais e
do Brasil. São analisados indicadores de produção, estabelecimentos e emprego.

As seções 5, 6 e 7 fazem a caracterização e análise mais detalhada do desempenho dos elos que
compõem os segmentos dos fornecedores, produtores e consumidores, respectivamente.

A seção 8 apresenta a síntese deste estudo.



2.2 Estrutura da Cadeia Produtiva e Caracterização Geral

O setor comercial é caracterizado pela atividade de revenda de mercadorias e se constitui no elo
final da cadeia de valor de vários produtos. Reúne uma grande variedade de classes que se
agrupam em três segmentos, apresentando características bastante distintas em relação aos
níveis de concentração da produção e do emprego, utilização de tecnologia, estrutura de
mercado e padrões competitivos.

A cadeia produtiva do comércio, entendida neste estudo como o elo final da cadeia de valor de
vários produtos, é classificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como
constituinte da cadeia produtiva dos serviços, e se divide em três segmentos: comércio
atacadista, comércio varejista e comércio de veículos automotores, peças e motocicletas,
conforme ilustrado na Figura 1.

                                            Figura 1 – Setor de Serviços




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 Fonte: Guidolin, 2009

O comércio de veículos, peças e motocicletas compreende as atividades de revenda exercidas
por representantes comerciais e agentes do comércio, por atacado e a varejo, de veículos
automotores, peças e motocicletas, além da venda consignada desses produtos. As empresas
que compõem este segmento podem exercer simultaneamente atividades de atacado, varejo e
oferta de serviços. De acordo com a Classificação CNAE 2.0 adotada pelo IBGE, a definição
de veículos automotores compreende automóveis, veículos utilitários (caminhões), de
transporte coletivo (ônibus) e especiais (ambulâncias, reboques etc.).

O comércio atacadista representa uma etapa intermediária da distribuição de mercadorias e é
caracterizado pela revenda de mercadorias a varejistas, a cooperativas e a agentes produtores
em geral, empresariais e institucionais.

As empresas atacadistas são predominantemente de médio e grande porte, tanto no que se
refere à ocupação de pessoal quanto à geração de valor. O segmento também é composto pela
atividade de representantes e agentes do comércio, que comercializam mercadorias em nome de
terceiros ou fazem intermediação de bens no atacado.

Em termos de representatividade no setor, de acordo com a Pesquisa Anual do Comércio 2009,
o comércio atacadista foi responsável pela maior parcela (43%) da receita operacional líquida
do comércio.

De acordo com a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos
Industrializados (ABAD), existem vários formatos de atacado no Brasil, atualmente. Estes
formatos são classificados de acordo com a sua forma principal de atendimento aos clientes:
atacadista distribuidor, distribuidor exclusivo, distribuidor especializado por categoria,
atacadista de balcão e atacadista de autosserviço.

A principal diferença entre as atividades de atacado e distribuição está relacionada ao vínculo
com o fornecedor. No atacado o agente de distribuição compra e vende produtos de
fornecedores da indústria, com os quais não possui vínculo (formal ou informal) de
exclusividade de produtos e/ou de território. No caso do distribuidor, o agente de distribuição
compra e vende produtos de fornecedores da indústria, com os quais possui vínculo de
exclusividade de produtos e/ou de território.


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Segundo a ABAD, no mercado brasileiro há diversas empresas que atuam como atacadistas
para um determinado grupo de fornecedores ao mesmo tempo em que atuam como
distribuidores para outro grupo de fornecedores. Essas empresas devem ser caracterizadas
como empresas atacadistas e distribuidores.

O comércio varejista é caracterizado pela atividade de revenda, sem transformação
significativa, de bens de consumo novos e usados ao público em geral, principalmente para o
consumidor final, seja para uso pessoal ou familiar (IBGE, 2009). O segmento é composto por
um número elevado de estabelecimentos, a maioria de pequeno porte. De acordo com IBGE
(2009), o segmento varejista respondeu pelo maior número de empresas e unidades locais,
absorveu a maior parte do pessoal ocupado e apresentou a maior participação nos salários,
retiradas e outras remunerações.

Por ser o elo final da cadeia de valor de vários produtos, a atividade comercial, especialmente o
comércio varejista, vem assumindo importância cada vez maior na competitividade das
empresas. É no comércio varejista, por meio do contato direto com os consumidores, que a
indústria identifica as preferências do mercado, a aceitação do seu produto, ou a sinalização das
necessidades de mudanças para aumentar sua competitividade.

Desse modo, o varejo exerce papel relevante na coordenação de cadeias de valor, incentivando
a qualidade e a competitividade dos fornecedores, criando novas formas de relacionamento
com o consumidor e estimulando o desenvolvimento de novos canais de venda (GUIDOLIN
et.al., 2009).

Existem duas formas básicas de organização de loja no comércio varejista, sendo a primeira o
autosserviço, no qual não há contato pessoal entre consumidor e vendedor (típico de hiper e
supermercados), e a segunda a loja de balcão, na qual há maior interação entre as partes, o que
torna a qualidade do atendimento um item de grande importância. Este último é considerado o
principal formato utilizado pelo comércio especializado.

As empresas do comércio varejista podem atuar de duas maneiras distintas: de forma
independente ou pertencente a alguma modalidade de varejo corporativo, o que envolve desde
grandes grupos varejistas a empresas de menor porte. Podem-se citar alguns dos exemplos de
varejo corporativo:


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• Rede corporativa: duas ou mais lojas pertencem à mesma empresa. Possui um sistema central
de compras, além de padrão de exposição e de vendas de mercadorias.

• Rede voluntária: grande grupo de varejistas independentes se une para fazer compras comuns,
com o patrocínio de um atacadista.

• Cooperativa de varejo: varejistas independentes estabelecem uma central de compras e fazem
esforços conjuntos de vendas.

• Cooperativa de consumidores: empresa que é de propriedade dos clientes, que aportam
recursos para constituir a loja e recebem as sobras de acordo com as políticas de gestão
estabelecidas nas assembleias e seus níveis de consumo.

• Conglomerado de comercialização: corporação que possui mais de uma linha de varejo sob
controle centralizado, integrando, mesmo parcialmente, sistemas de distribuição e
comercialização.

Outra forma de organização que apresenta forte crescimento, em função de custos reduzidos,
são as centrais de negócios, que representam a reunião de comerciantes independentes
operando sob uma mesma marca. Dessa maneira, os comerciantes conseguem manter práticas
comerciais e de marketing comuns, como compras conjuntas, comunicação promocional,
sistemas de informação, práticas gerenciais, logísticas e desenvolvimento de pessoal. Os
comerciantes ganham, portanto, economias de escala e conseguem melhorar sua
competitividade em relação às grandes redes corporativas.

2.3 Cenário Internacional e Inserção Brasileira

2.3.1 Cenário Internacional

O cenário econômico e produtivo atual é caracterizado, entre outras coisas, pelos processos de
abertura dos mercados, disseminação da informação e pela globalização. O que vem, de certa
maneira, alterando as referências do que seja local e global.

Um dos grandes impactos desses processos é a fragmentação das cadeias de valor de diversos
segmentos produtivos, com diferentes etapas da produção sendo desenvolvidas em diferentes
localidades, de acordo com as vantagens oferecidas por elas.



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Neste cenário, a capacidade de coordenação e integração dos elos da cadeia produtiva constitui-
se num importante fator de competitividade, e os canais de distribuição e comercialização
assumem papel de destaque.

Soma-se a este aspecto, o desenvolvimento e o avanço tecnológico dos canais de informação e
comunicação, que permitem o surgimento de um comércio sem fronteiras, intensificando a
concorrência e criando novos padrões de competitividade para as empresas que são locais, mas
que passam a atuar num espaço global.

Este espaço global, caracterizado pelo amplo acesso à informação e a uma diversidade enorme
de produtos e serviços, resulta na formação de consumidores mais conscientes, seletivos e
exigentes. Para se manterem competitivas neste mercado, as empresas precisam seguir um
padrão mínimo de atuação, que passa pela qualidade dos produtos e pela gestão, cada vez mais
exigente e restrito.

A tendência de maior conhecimento do consumidor e da necessidade de adoção de novas
estratégias por parte das empresas culmina em novos desafios, que incluem a gestão de
multicanais de venda, a organização da cadeia de valor, a disputa internacional e o crescimento
na competitividade.

O crescimento da competição entre empresas aumenta a necessidade de estratégias de
diferenciação e de inovação mais ativas, como construção de marcas, diversificação de
produtos e atendimento ao cliente. Não apenas a questão da redução de preços e de custos é
abordada, busca-se também um crescimento da atuação regional a partir da disseminação de
lojas especializadas e do aumento da presença de grupos e cadeias em nível nacional.

Uma das estratégias utilizadas pelas empresas é a criação de um canal de marketing (canal
comercial ou de distribuição), que representa um conjunto de organizações independentes que
tornam disponível para consumo um produto ou serviço, que incluem armazéns,
transportadoras, bancos, agências de publicidade, representantes, atacadistas e varejistas
(KOTLER & KELLER, 2006 apud GUIDOLIN et. al, op.cit.).

Neste contexto, destacam-se como tendências mundiais da cadeia produtiva do comércio:
expansão do sistema de compras online; incorporação de ferramentas de tecnologia da
informação e comunicação em toda a cadeia produtiva; gestão de multicanais de venda;
fortalecimento das grandes redes de comércio; expansão das lojas “mono marcas” e “outlets”;
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expansão dos estabelecimentos de grande porte que comercializam maior variedade de itens;
crescimento dos processos de fusão e aquisição; fortalecimento do sistema de franquias;
internacionalização, consolidação e sofisticação dos diversos segmentos; e a crescente
profissionalização da gestão dos negócios.



2.3.2 Inserção brasileira

No mercado brasileiro, grandes empresas comerciais, em sua maioria estrangeiras, convivem
com pequenas empresas, que possuem foco nos espaços menos atraentes para as grandes
empresas, tendo em vista fatores como densidade populacional, renda e área de influência. Isso
indica a presença dessas pequenas empresas principalmente em cidades menores, uma vez que
nas grandes cidades a concentração é significativamente maior do que nos mercados regionais.

Desde a abertura econômica e da estabilidade monetária estabelecida pelo Plano Real, o
comércio nacional sofreu grandes transformações, por meio da incorporação de tecnologias
(automação de caixas, gestão de suprimentos, novos formatos, maior oferta de produtos, etc.) e
da entrada de produtos e de operadores estrangeiros. Nesse contexto, o país passou a
acompanhar as tendências em produtos, formatos, serviços, gestão e tecnologias oriundas do
mercado internacional. Deste modo, o mercado brasileiro também está sujeito aos desafios
impostos pela sociedade moderna global que atingem o mercado mundial. Nesse sentido, pode-
se citar a diferença de níveis de renda, que dá origem a um mercado interno heterogêneo, com
demanda dos mais diversos formatos voltados para o consumo e a conveniência, bem como
para a competição e a disputa de preços.

A atuação e a influência de grandes grupos estão presentes nessa segmentação de mercado, que
proporciona espaço para o desenvolvimento de micro, pequenas e médias empresas, com área
de ação praticamente restrita àquelas não ocupadas pelos grandes conglomerados,
especialmente em relação ao comércio varejista.

O processo de expansão de grandes redes do comércio engloba complexas questões, que
envolvem logística de distribuição e definição de área de influência, por exemplo. Com isso,
algumas regiões ficam fora do alcance e da influência das grandes redes, e, portanto, sujeitas à
ação de comerciantes menores. Estes lançam mão de vantagens como flexibilidade,
diferenciação, serviço e atendimento para ocupar e manter seu espaço, ao passo que exercem
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um papel relevante ao abastecer o mercado consumidor fora do raio de atuação das grandes
empresas. Para garantir sua fatia de mercado, essas empresas procuram estabelecer parceria
com fornecedores menores e elevar seu nível de profissionalização.

Um dos desafios para as empresas de menor porte é buscar formas de gestão alternativas para
sua cadeia de valor, uma vez que seu desempenho e seu fortalecimento dependem
significativamente de redes de distribuição e de logística eficientes, além da diferenciação do
serviço, seja através de maior valor agregado do serviço ou da participação em centrais de
negócios, cooperativas de varejo ou redes voluntárias.

Neste sentido, destaca-se a tendência apresentada pelo segmento atacadista distribuidor, de
crescente atuação como parceiro e consultor do varejista. Como exemplo desta atuação, muitas
empresas atacadistas treinam sua equipe de vendas para ajudar o pequeno comerciante a
encontrar o mix de produtos ideal, a desenhar o melhor layout de loja e aperfeiçoar a prestação
de serviços ao cliente final.

Outra tendência importante apresentada pela cadeia produtiva do comércio, especialmente pelo
comércio varejista, de caráter mais conjuntural, está relacionada aos mecanismos de expansão
do acesso ao crédito. Além do crédito concedido diretamente pelos bancos, observa-se
crescimento nas parcerias estabelecidas entre o setor financeiro e o varejo. Bancos comerciais,
financeiras e seguradoras atuam conjuntamente com as redes de varejo, bem como as próprias
redes varejistas possuem financeiras para atender aos clientes, como forma de estimular as
vendas tanto do varejo quanto dos produtos financeiros (LAFIS, 2005 apud GUIDOLIN et.al.,
op. cit.).

Os varejistas oferecem crédito pessoal, cartões associados a programas de fidelidade, seguros,
garantia estendida, assistência técnica, dentre outros. De acordo com a ABECS (Associação
Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), o número de cartões de crédito de
lojas e de redes saltou de 50 milhões em 2001 para 225 milhões em 2010, enquanto o valor das
transações passou de R$12,7 milhões em 2001 para R$68 milhões no ano de 2010.

Isso exemplifica que, a despeito dos riscos e dos entraves presentes na concessão de crédito, o
varejo se utiliza de seu relacionamento com o cliente para atuar na venda de produtos
financeiros. Esse tipo de oferta acarreta no aumento da frequência e da regularidade de visitas
às lojas para pagamento dos carnês. Entre outras consequências positivas para o varejo pode-se

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citar: fidelidade do ponto de venda; aumento do ciclo de compras e vendas; com consequente
aumento das vendas totais. Já para o consumidor, a associação entre mercadorias e produtos
financeiros cria um conceito de facilidade e conveniência com o varejo.

Considerando-se um cenário de taxas de juro elevadas, a concessão de crédito também é um
bom negócio para os varejistas, que contam com a adoção de grande parte dos clientes. Outra
tática utilizada por algumas empresas é a criação de parcerias com bancos ou a criação de
bancos próprios, de forma a centralizar os serviços financeiros da empresa.

2.4 Importância Econômica: Brasil, Minas Gerais, Região Metropolitana de Belo
     Horizonte e Belo Horizonte.



2.4.1 Produção
A participação da atividade comercial na composição do valor adicionado bruto – VAB -
brasileiro apresentou expansão no período 2004-2008, quando passou de 11% em 2004 para
12,5% em 2008. Tal participação seguiu a tendência de crescimento apresentada pelo setor de
serviços como um todo, do qual o comércio é parte integrante.

O Gráfico 1 mostra que, neste período, o setor de serviços e o comércio expandiram suas
participações na geração de riqueza no país, quando passaram de 52% e 11% para 53,7% e
12,5% respectivamente. Concomitantemente, a indústria e a agropecuária perderam
participação na geração da riqueza nacional, quando passaram de 30,1% e 6,9% para 27,9% e
5,9% respectivamente.




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  Gráfico 1 - Composição do valor adicionado bruto por setor de atividade, participação
                          percentual (%) Brasil, 2004 a 2008

                  100%
                                 11,0               11,2           11,5           12,1         12,5

                    80%

                                 52,0               53,8           54,3           54,5         53,7
                    60%

                    40%


                    20%          30,1               29,3           28,8           27,8         27,9

                                  6,9               5,7                5,5         5,6         5,9
                     0%
                                 2004               2005           2006           2007         2008

                                    Agropecuária           Indústria     Outros serviços   Comércio

          Fonte: IBGE, 2008

No setor comercial o segmento varejista respondeu pela maior parcela do valor adicionado
bruto gerado pelo setor, a qual equivaleu a 51,4% em 2009. Foi seguida pelo seguimento
atacadista com 36,1% e pelo comércio de veículos automotores e motocicletas com 12,5%.
Entre 2007 e 2009 o comércio varejista aumentou sua participação na geração de riqueza no
setor, em detrimento do atacado e do comércio de veículos e motocicletas.




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       Gráfico 2 – Composição do valor adicionado bruto por segmentos do comércio,
                     participação percentual (%), Brasil, 2007 a 2009




    Fonte: IBGE – Pesquisa Anual de Comércio, 2007, 2008, 2009. Elaborado pelo IPEAD/UFMG

Entre 2004 e 2008 a participação de Minas Gerais no valor adicionado do setor comercial
brasileiro apresentou relativa oscilação. Em 2004 equivaleu a 8,9%, caiu para 8,6% em 2005,
atingiu 9,4% em 2006, voltou para 8,9% em 2007 e fechou em 2008 equivalendo a 8,8%.

   Gráfico 3 – Participação (%) de Minas Gerais no valor adicionado do setor comercial
                                  brasileiro, 2004 a 2008




Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Coordenação de Contas Nacionais (CONAC), Fundação João
Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI). Elaborado pelo IPEAD/UFMG



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No que se refere à participação do comércio no total dos serviços da economia mineira, esta
apresentou expansão no período 2004-2008. Passou de 11,4% em 2004 para 12,6% em 2008,
após ter alcançado 12,7% em 2006 e 2007. Este indicador revela que a contribuição do
comércio para a geração de riqueza no Estado de Minas Gerais (Gráfico 4) é maior que no
Brasil (Gráfico 1).

  Gráfico 4 – Participação do setor comercial no valor adicionado total em Minas Gerais




Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Coordenação de Contas Nacionais (CONAC), Fundação João
Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI). Elaborado pelo IPEAD/UFMG

Em relação à participação do setor comercial na geração de riqueza em Belo Horizonte e sua
Região Metropolitana não foram encontrados indicadores passíveis de comparação com os
analisados anteriormente.

Deste modo, foram utilizados como proxy os dados referentes à participação do comércio no
total dos serviços em Belo Horizonte e a participação da contribuição do setor comercial no
total dos tributos arrecadados pelo Estado em Belo Horizonte.

De acordo com os dados publicados pela Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de
Belo Horizonte, a participação do comércio no total dos serviços municipais apresentou queda
entre 2005 e 2009, quando passou de 2,77% para 2,32%. Em 2010 este indicador apresentou
crescimento e fechou o ano equivalendo a 3,52%.




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        Gráfico 5 - Participação da cadeia produtiva do comércio no total dos serviços
                                          em Belo Horizonte,2005 a 2010

                  4,00%

                  3,50%                                                                        3,52%

                  3,00%
                                    2,77%
                  2,50%                             2,56%      2,49%      2,38%      2,32%
                  2,00%

                  1,50%

                  1,00%

                  0,50%

                  0,00%
                               2005          2006           2007       2008       2009       2010


              Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte – PBH, Secretaria Municipal de Finanças – SMF,
              Elaborado pelo IPEAD/UFMG
O segundo indicador analisado mostra que atividade comercial apresenta participação
expressiva na arrecadação estadual, oscilando em torno dos 15% entre 2007 e 2010 (Gráfico 6).

 Gráfico 6 - Arrecadação Estadual em Belo Horizonte: Participação Percentual do Setor
                               Comercial, 2007 a 2010




       Fonte: Sistema Informatizado de Controle da Arrecadação e Fiscalização DGI/DFINS/SAIF/SEF-MG).




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Se considerarmos tal indicador como proxy da participação da produção do setor comercial na
economia de Belo Horizonte (média de 15,5% em 2008) e se compararmos tal indicador com a
participação do setor comercial no total do valor adicionado brasileiro (12,5%), verifica-se que
tal segmento, em Belo Horizonte, tem participação superior à brasileira quando comparado
com o total da produção das respectivas economias. Trata-se, porém, apenas de um exercício de
comparação que objetiva suprir a falta de indicadores mais precisos para uma conclusão mais
efetiva.

2.4.2 Estabelecimentos

Os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgados pelo Programa de
Disseminação de Estatísticas do Trabalho (PDET) do Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE), revelam que, em 2010, existiam 1.350.525 estabelecimentos formais do setor comercial
no Brasil, os quais representaram 39,7% do total de estabelecimentos formais brasileiros.
Destes, 164.932 pertenciam ao segmento “comércio e reparação de veículos automotores e
motocicletas”, 128.632 ao segmento “comércio por atacado, exceto veículos automotores e
motocicletas” e 1.056.961 ao segmento “comércio varejista”.

Como pode se observar na Tabela 1, tais dados retratam um crescimento do número de
estabelecimentos formais do setor comercial, quando comparados com os dados de 2007,
apesar da queda de participação em relação ao total de estabelecimentos da economia como um
todo.

   Tabela 1 - Comércio: Número de estabelecimentos formais e participação no total dos
                      setores, localidades selecionadas, 2007 e 2010
                                                    Brasil   Minas Gerais      RMBH        BH
              Atividade
                                      2007      2010         2007   2010    2007  2010 2007     2010
Comércio e reparação de veículos
automotores e motocicletas           136.191 164.932 16.115 19.847 4.307        5.169 2.857     3.206
Comércio por atacado, exceto
 veículos automotores e
motocicletas                         112.955 128.632 11.726 13.254 4.193        4.777 2.852     3.206
Comércio varejista                   921.948 1.056.961 116.210 132.081 26.470 30.112 17.315    19.025
Total Comércio                     1.171.094 1.350.525 144.051 165.182 34.970 40.058 23.024    25.437
Total Setores                      2.935.448 3.403.448 399.951 454.061 95.691 110.324 66.442   74.808
Partcipação comércio/total             39,9%     39,7% 36,0% 36,4% 36,5% 36,3% 34,7%           34,0%
Fonte: MTE- RAIS, 2007 e 2010. Elaborado pelo IPEAD/UFMG

Em Minas Gerais o setor comercial respondeu por 36,4% do total de estabelecimentos formais
do Estado em 2010, percentual superior ao apresentado em 2007, que equivaleu a 36,0%.
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                                           Cadeia Produtiva do Comércio                               22
Belo Horizonte e sua Região Metropolitana apresentaram queda da participação do número de
estabelecimentos comerciais formais no total de estabelecimentos entre 2007 e 2010, apesar do
aumento do número de estabelecimentos em todos os segmentos. Em 2010, a participação do
número de estabelecimentos comerciais formais no total de estabelecimentos equivaleu a 34%
em Belo Horizonte e a 36,3% na Região Metropolitana.

Em todas as localidades o segmento varejista apresentou maior número de estabelecimentos.
Em 2010, equivaleu a 78% dos estabelecimentos comerciais no Brasil, 80% em Minas Gerais e
75% em Belo Horizonte e na sua Região Metropolitana.

A Tabela 2 mostra a participação percentual do setor comercial de Minas Gerais no total de
estabelecimentos comerciais no Brasil, e também, a participação deste setor em Belo Horizonte
e sua Região Metropolitana no total de estabelecimentos comerciais de Minas Gerais.

     Tabela 2 – Cadeia Produtiva do Comércio: Participação percentual do número de
      estabelecimentos, localidades selecionadas em relação ao Brasil e Minas Gerais,
                                         2007 e 2010
                                                                                            Participação
        Localidade                                         Setor
                                                                                             2007 2010
                         Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas        11,8% 12,0%
                         Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas   10,4% 10,3%
   Minas Gerais/Brasil
                         Comércio varejista                                                 12,6% 12,5%
                         Total                                                              12,3% 12,2%
                         Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas        26,7% 26,0%
                         Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas   35,8% 36,0%
       RMBH/MG
                         Comércio varejista                                                 22,8% 22,8%
                         Total                                                              24,3% 24,3%
                         Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas        17,7% 16,2%
                         Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas   24,3% 24,2%
        BH/MG
                         Comércio varejista                                                 14,9% 14,4%
                         Total                                                              16,0% 15,4%
Fonte: MTE – RAIS, 2007 e 2010, Elaborado pelo IPEAD/UFMG

Entre 2007 e 2010, a participação dos estabelecimentos comerciais mineiros no total de
estabelecimentos comerciais brasileiros passou de 12,3% para 12,2%, mantendo-se
relativamente estável. A perda de participação resultou das perdas de participação apresentadas
pelos segmentos “comércio atacadista” (passou de 10,4% para 10,3%) e “comércio varejista”
(passou de 12,6% para 12,5%).

Dentro do Estado, a Região Metropolitana de Belo Horizonte manteve sua participação no total
de estabelecimentos comerciais, a qual equivaleu a 24,3% no período. A queda de participação
apresentada pelo segmento “comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas”
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                                                     Cadeia Produtiva do Comércio                              23
          (passou de 26,7% para 26,0%) foi compensada pelo aumento da participação do segmento
          “comércio atacadista” (passou de 35,8% para 36%).

          Por sua vez, Belo Horizonte apresentou queda da participação dos estabelecimentos comerciais
          no total do estado, passando de 16,0% em 2007 para 15,4% em 2010. Tal perda de participação
          foi resultante da perda de participação de todos os segmentos do setor.

          Em relação ao porte médio dos estabelecimentos, a Tabela 3 revela que predominam os
          pequenos, com até 4 empregados, para os três segmentos da cadeia produtiva do comércio, nas
          quatro localidades analisadas. No Brasil, 61,5% dos estabelecimentos da classe “comércio e
          reparação de veículos automotores e motocicletas”, 49,4% do comércio atacadista e 59,3% do
          comércio varejista possuíam até 4 empregados em 2010. Em Minas Gerais estes percentuais
          equivaleram a 61,5%, 50,7% e 62,0% respectivamente. Em Belo Horizonte e sua Região
          Metropolitana estes percentuais foram relativamente menores que no Brasil e Minas Gerais.
          Em Belo Horizonte equivaleram a 55,3%, 48,9% e 53%, respectivamente. Na Região
          Metropolitana corresponderam a 56,4%, 45,5% e 55,1%, respectivamente.

           Tabela 3 - Cadeia Produtiva do Comércio: Percentual de estabelecimentos por tamanho
                             do estabelecimento, localidades selecionadas, 2010
                                      Percentual de participação dos estabelecimentos por segmento (%)
   Tamanho                      Brasil             Minas Gerais                  RMBH                    Belo Horizonte
estabelecimento  Veic. e                    Veic. e                     Veic. e                   Veic. e
                         Atacado Varejo              Atacado Varejo             Atacado Varejo              Atacado Varejo
                  Mot.                       Mot.                        Mot.                      Mot.
ZERO              10,7     10,7      11,3    10,6      11,6      11,6    10,4      10,1     10,4    10,0      10,5     10,2
ATE 4             61,5     49,4      59,3    61,5      50,7      62,0    56,4      45,5     55,1    55,3      48,9     53,0
DE 5 A 9          15,7     17,5      16,8     7,1      17,5      15,8    18,9      18,7     18,7    19,6      19,1     19,7
DE 10 A 19         7,1     11,4       8,2     0,3      10,3       7,1     8,4      12,4      9,8     8,6      11,1     10,7
DE 20 A 49         3,5      7,2       3,3     3,4       6,5       2,7     4,2       8,9      4,4     4,5       7,3      4,7
DE 50 A 99         1,0      2,3       0,7     0,0       1,9       0,5     1,0       2,3      1,1     1,1       1,7      1,2
DE 100 A 249       0,4      1,2       0,3    16,4       1,1       0,2     0,7       1,6      0,4     0,8       1,0      0,4
DE 250 A 499       0,0      0,2       0,1     0,8       0,3       0,0     0,1       0,4      0,1     0,1       0,2      0,1
DE 500 A 999       0,0      0,1       0,0     0,0       0,1       0,0     0,0       0,1      0,0     0,0       0,1      0,0
1000 ou mais       0,0      0,0       0,0     0,0       0,0       0,0     0,0       0,0      0,0     0,0       0,0      0,0
Total            100,0    100,0     100,0 100,0       100,0     100,0 100,0       100,0    100,0 100,0       100,0    100,0
         Fonte: MTE – RAIS, 2010, Elaborado pelo IPEAD/UFMG

          Nota-se que em 2010, nenhuma das localidades analisadas apresentou estabelecimentos com
          1000 ou mais empregados e apenas 0,1% possuía entre 500 e 999 empregados. Os dados
          mostram que a grande maioria das empresas da cadeia se concentrava na faixa com até 49
          empregados.


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                                           Cadeia Produtiva do Comércio                                                        24
Em relação à abertura e fechamento das empresas em Belo horizonte, dados da Secretaria
Municipal de Finanças da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) mostram que, entre 2009 e abril
de 2011, foram abertos 9 estabelecimentos autônomos e 15.198 empresariais. Neste período
foram fechados 4 estabelecimentos autônomos e 3.010 empresariais. O ano de 2010 concentrou
o maior número de empresas abertas, totalizando 8.227, as quais representaram 29,22% das
empresas abertas em Belo Horizonte neste ano. Foi também o ano em que mais empresas
encerraram suas atividades (2.198).

       Tabela 4 – Abertura e fechamento de autônomos e empresas comerciais em Belo
                               Horizonte, 2009 a abril de 2011
                       Abertura/                        2009                         2010             2011 (01/11 a 04/11)
 Classificação
                      Fechamento        Número           Percentual     Número        Percentual     Número       Percentual

                    Abertura                        7          0,24%             1          0,04%             1         0,11%
  Autônomos
                    Fechamento                      2          0,28%             2          0,19%             0         0,00%

                    Abertura                 4.773             30,22%      8.227            29,22%      2.198          28,02%
   Empresas
                    Fechamento               1.385             38,22%      1.571            30,22%         54          38,57%

Fonte: PBH – Prefeitura de Belo Horizonte, Secretaria Municipal de Finanças, Elaborado pelo IPEAD/UFMG

Uma análise sobre o tempo de duração dos 3.014 estabelecimentos, entre autônomos e
empresariais, que fecharam no período revela que 30% apresentaram duração de até 2 anos,
conforme ilustrado no Gráfico 7.




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                              Cadeia Produtiva do Comércio                                               25
       Gráfico 7 – Número de autônomos e empresas comerciais por anos de duração,
                                   Belo Horizonte/MG




Fonte: PBH – Prefeitura de Belo Horizonte, Secretaria Municipal de Finanças, Elaborado pelo IPEAD/UFMG

O maior índice de fechamento das empresas comerciais nos primeiros dois anos pode estar
relacionado à maior facilidade de abertura de tais empresas, devido aos baixos investimentos
iniciais e inexpressivas barreiras à entrada, o que incentiva a abertura de novas firmas. No
entanto, depois de abertas, as empresas, especialmente as confecções, enfrentam forte
concorrência, e muitas vezes não têm condições financeiras, técnicas e gerenciais de
competirem no mercado.

2.4.3 Emprego


A análise dos dados da RAIS, referentes aos empregos criados pelo setor comercial no período
2007-2010, revela um aumento do número de empregos formais no período e aumento da
participação destes em relação ao total da economia, em todas as localidades analisadas.

A Tabela 5 mostra que, em 2010, o setor comercial gerou 8.312.829 empregos formais no
Brasil, representando 18,9% do total de empregos formais da economia brasileira. Em 2007 tal
participação foi equivalente a 18,2% e os empregos criados pelo setor comercial somaram
6.849.108.



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                                                   Cadeia Produtiva do Comércio                                    26
       Os três segmentos comerciais apresentaram crescimento do emprego no período. O segmento
       varejista respondeu pela maior parcela dos empregos gerados pelo setor. Em 2010 equivaleu a
       72,2% dos empregos criados pelo comércio, foi seguido pelo segmento atacadista com 16,6% e
       pelo segmento de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas com 11,2%.

         Tabela 5 – Cadeia Produtiva do Comércio: Número de empregos formais e participação
                  no total dos setores produtivos, localidades selecionadas, 2007 e 2010
                                               Brasil                Minas Gerais          RMBH           Belo Horizonte
            Atividade
                                             2007            2010     2007      2010     2007   2010       2007       2010
Comércio e reparação de veículos
automotores e motocicletas               750.128           927.538   87.258   104.509   30.472   35.852   20.186    23.271
Comércio por atacado, exceto
veículos automotores e
motocicletas                    1.124.309 1.380.202 105.727 134.682         48.550    61.463    24.454    32.485
Comércio varejista              4.974.671 6.005.089 536.095 644.710 167.802 206.637 116.740 133.049
Total Comércio                  6.849.108 8.312.829 729.080 883.901 246.824 303.952 161.380 188.805
Total Setores                  37.607.430 44.068.355 4.036.203 4.646.891 1.665.625 1.907.583 1.215.157 1.356.769
Partcipação comércio/total         18,2%        18,9%     18,1%   19,0%     14,8%     15,9%     13,3%     13,9%
       Fonte:MTE – RAIS, 2007 e 2010, Elaborado pelo IPEAD/UFMG

       Minas Gerais, Belo Horizonte e sua Região Metropolitana seguiram a tendência brasileira de
       crescimento do emprego e da participação deste no total da economia brasileira. Em Minas
       Gerais, o indicador referente à participação do emprego gerado pela atividade comercial no
       total dos empregos criados no Estado revelou-se próximo ao indicador brasileiro, equivalendo a
       19,0% em 2010. Em Belo Horizonte e na sua Região Metropolitana este indicador apresentou
       resultado inferior aos apresentados por Minas Gerais e pelo Brasil. Em Belo Horizonte tal
       indicador equivaleu a 13,9%, em 2010, e na Região Metropolitana a 15,9%.

       Em relação ao rendimento mensal do trabalhador do setor comercial, dados da Pesquisa
       Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD – publicados pelo IBGE, revelam que Belo
       Horizonte apresentou remuneração superior às apresentadas pela Região Metropolitana, Minas
       Gerais e Brasil, no período 2006-2009, apesar da queda verificada no período.

       O Gráfico 8 mostra que, entre 2006 e 2009, Belo Horizonte e Região Metropolitana, ainda que
       com rendimentos superiores aos apresentados por Minas Gerais e pelo Brasil, apresentaram
       tendência de queda do rendimento mensal médio do setor comercial. Enquanto Minas Gerais e
       Brasil mostraram crescimento deste indicador no período, apesar da queda entre 2008 e 2009.




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                                           Cadeia Produtiva do Comércio                    27
Em 2009 o rendimento mensal médio do trabalho principal para pessoas com 10 anos ou mais,
alocadas no setor comercial, equivaleu a R$1.195,2 em Belo Horizonte, R$1.010,4 na Região
Metropolitana de Belo Horizonte, R$914,0 no Brasil e R$892,7 em Minas Gerais.

    Gráfico 8 – Cadeia Produtiva do Comércio: Rendimento mensal médio do trabalho
   principal para pessoas de 10 anos ou mais, 2006 a 2009, localidades selecionadas (R$)




Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 2006 a 2010, Elaborado pelo
IPEAD/UFMG

Em relação à participação do segmento informal, dados da PNAD revelam que a taxa de
informalidade é bastante elevada no setor comercial. O Gráfico 9 mostra a evolução de tal
indicador entre 2006 e 2009, no Brasil, Minas Gerais, Belo Horizonte e sua Região
Metropolitana.

Observa-se que Belo Horizonte apresentou as menores taxas de informalidade no período e foi
seguida pela Região Metropolitana, Minas Gerais e Brasil.




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      Gráfico 9 – Cadeia Produtiva do Comércio: Taxa de Informalidade, 2006 a 2009,
                                 localidades selecionadas




Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 2006 a 2010, Elaborado pelo
IPEAD/UFMG

Entre 2006 e 2009, o Brasil apresentou queda da taxa de informalidade do setor comercial, a
qual passou de 53,9% em 2006 para 48,7% em 2009. Tal movimento foi seguido pelas demais
localidades, apesar destas apresentarem tendência de aumento das taxas entre 2008 e 2009.

Em 2009, as taxas de informalidade equivaleram a 48,7% no Brasil, 41% em Minas Gerais,
38,7% na Região Metropolitana de Belo Horizonte e 37,9% em Belo Horizonte.

Cabe destacar que a informalidade do setor comercial se expressa não apenas no emprego
precário, mas também nas microempresas sem registro, na sonegação de impostos e no
contrabando de mercadorias. Tal aspecto caracteriza uma concorrência desleal entre as
empresas, diminuindo as possibilidades de crescimento do setor e deteriorando as relações de
trabalho.



2.5 Fornecedores

O elo “fornecedores” da cadeia produtiva do comércio é composto pelos diversos produtores de
bens duráveis, semiduráveis e não duráveis comercializados na cadeia. Apresenta
características, relacionadas à forma de organização, distribuição, armazenamento e

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comercialização, bastante heterogêneas, de acordo com o porte dos estabelecimentos e com o
segmento em que atua.

A Figura 2 ilustra as diferentes formas de intermediação do produto ou serviço entre produtores
e consumidores. Na primeira forma, talvez a mais tradicional, a indústria vende seus produtos
para atacadistas e distribuidores, que atendem a varejistas e estes ao consumidor final. Na
segunda forma, o produtor vende seus produtos diretamente ao varejista para posterior venda
ao consumidor final. E finalmente, na terceira forma, o produtor vende diretamente para o
consumidor.

                                      Figura 2 - Formas de Intermediação




          Fonte: Guidolim et.al. (2009)

A função de atacadista/distribuidor pode ser internalizada pelo varejista ou pelo produtor,
dependendo do seu porte, caracterizando as formas 2 e 3 descritas anteriormente. Segundo
Guidolin et.al. (2009), na forma 2 a relação será mais favorável a quem tiver maior capacidade
de estabelecer as condições de contrato.

A frequência de contato com o consumidor, o nível de envolvimento do cliente, a força das
marcas transacionadas e a competitividade dos fornecedores determinam o poder do varejo em
relação à indústria. Dessa maneira, o segmento de varejo de maior poder é o de hiper e
supermercados, em função das compras constantes e da fidelidade do consumidor. Ele é
seguido pelo vestuário e calçados, cuja força está baseada na marca, pelos móveis e
eletrodomésticos, que possuem produtos padronizados, pelas farmácias e drogarias, que
buscam a fidelização de clientes, pelos materiais de construção, que possuem pouco poder em


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relação às indústrias e pelos veículos e autopeças, cuja marca do fabricante é mais
representativa do que o varejista (CNC, 2008).

De acordo com Kotler e Keller (2006), apud Guidolin et. al. (2009), o investimento em canais
próprios é indicado quando pode gerar um retorno maior que o do investimento no negócio
principal da indústria. A opção de estabelecer um canal direto com o consumidor irá depender
de quanto o controle do canal de marketing é relevante para o produtor, visto que esta é uma
forma de valorizar o produto e a marca, mantendo maior controle do canal de marketing por
meio de lojas próprias, franquias ou licenciamento de marca (Guidolin et. al., op. cit.).

Por sua vez, o varejo vem utilizando estratégias como as centrais de negócios pelos varejistas
independentes e a incorporação ou coordenação de atividades produtivas por parte das grandes
redes.

Outra tendência apresentada nessa relação entre fornecedores e comerciantes é a realização de
parcerias, que abrangem a reposição de produtos com funcionários das empresas fornecedoras,
o compartilhamento de informações para lançamento de novos produtos ou para promoções, o
monitoramento do nível de estoques, a fabricação de produtos destinados a marcas próprias,
entre outros.

As formas de estruturação destas parcerias dependem da capacidade de negociação dos
fornecedores e comerciantes. Assim como os consumidores, os comerciantes também estão
cada vez mais informados e exigentes e os fornecedores são avaliados em termos de
pontualidade de entrega, garantia de qualidade dos produtos e ampliação dos serviços
prestados, além de preços e formas de pagamento.

A comercialização de produtos com marca própria é uma estratégia que vem sendo adotada
pelas grandes redes. Tal estratégia, além de fortalecer a rede varejista, beneficia os
fornecedores e fabricantes independentes e as pequenas empresas produtoras, eleva o poder de
compra com os fornecedores tradicionais, e ainda cria um mecanismo de lealdade do
consumidor para com a rede varejista (Guidolin et. al., op.cit.).

Em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana, seguindo a tendência brasileira e mundial,
verificam-se as três formas de intermediação entre produtores e consumidores, as quais variam
de acordo com as classes do comércio em que atuam e o porte dos estabelecimentos.


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As grandes redes de super e hipermercados e as lojas de departamento vem apresentando, por
exemplo, tendência crescente de comercialização de marcas próprias. Por sua vez, os pequenos
mercados de bairro são bastante dependentes da intermediação dos atacadistas.

2.6 Produtores

2.6.1 Comércio de veículos automotores, peças e motocicletas

De acordo com a Pesquisa Anual do Comércio, em 2009 o segmento de comércio de veículos,
peças e motocicletas representou 15,1% da receita operacional líquida, 12,5% do valor
adicionado, 11,4% dos salários, retiradas e outras remunerações, 9,7% do pessoal ocupado e
9,8% do número de empresas do setor comercial brasileiro (Tabela 6).

Dentro do segmento a classe “comércio de veículos automotores” respondeu pela maior parcela
da receita operacional líquida (70,6%) e do valor adicionado (48,7%). A classe “comércio de
peças para veículos” apresentou o maior número de empresas (73,9%), a maior parcela de
pessoal ocupado (59,2%) e também a maior parcela dos salários, retiradas e outras
remunerações (46,9%). A classe “comércio de motocicletas, peças e acessórios” apresentou as
participações menos significativas do segmento, conforme ilustra a Tabela 6.

Tabela 6 – Dados comparativos das empresas do segmento de comércio de veículos, peças
                                e motocicletas, 2009
                                                           Dados comparativos das empresas comerciais
                                                                    (participação percentual)
                                                                               Salários,
                  Divisões, grupos
                                                                                retira-    Pessoal
                          e                           Receita                                       Número
                                                                   Valor         das e    ocupado
                classes de atividades               operacional                                       de
                                                                adicionado outras re-         em
                                                      líquida                                      empresas
                                                                              muneraçõe     31.12
                                                                                   s
 Comércio veículos, peças e
 motocicletas/comércio total                         15,1%       12,5%         11,4%       9,7%      9,8%
 Veículos automotores/comércio veículos, peças
 e motoc.                                             70,6%       48,7%         44,2%     30,0%     15,3%
 Peças para veículos/comércio veículos, peças e
 motoc.                                               22,6%       42,7%         46,9%     59,2%     73,9%
 Motocicletas, peças e acessórios/comércio
 veículos, peças e motoc.                              6,8%        8,6%          8,9%     10,8%     10,7%
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de Comércio, 2009.
Elaborado pelo IPEAD/UFMG

A classe de comercialização de veículos automotores trabalha com a revenda dos produtos de
maior valor agregado do segmento e sua dinâmica está bastante atrelada à dinâmica da

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indústria automobilística como um todo. A natureza da relação com a indústria automobilística,
de certa maneira, conduz a uma maior concentração desta classe em um número menor de
empresas, visto que estas comercializam, predominantemente, veículos exclusivos de uma
determinada montadora. De acordo com estudo realizado pelo CNC (2008),

               “[...] essa relação tende a diminuir o poder de barganha das concessionárias e
               incentiva a formação de grupos econômicos que possuem mais de uma “bandeira”
               de concessionária (grupos multimarcas). Isso permite maior poder de negociação na
               contratação das condições comerciais de longo prazo com os fabricantes de
               automóveis, ao mesmo tempo em que permite a oferta de uma gama de opções mais
               ampla aos seus consumidores.” (CNC, 2008)

Em Belo Horizonte existem 402 empresas formais de comercialização de veículos automotores,
as quais empregam 7.922 pessoas. Representam 12,5% dos estabelecimentos formais e 34% da
mão de obra empregada no segmento. Seguindo a tendência brasileira, as classes que
apresentam as maiores participações no número de estabelecimentos do segmento são
“manutenção e reparação” (38,6%) e “comércio de peças e acessórios” (41,5%) para veículos
automotores. São também, juntamente com comércio de veículos automotores (34%), as que
mais empregam, 23,2% e 37,4%, respectivamente.

  Tabela 7 - Participação (%) das classes do comércio de veículos, peças e motocicletas no
   total do número de estabelecimentos e do emprego no segmento, Belo Horizonte/MG,
                                           2010
                                Classe CNAE 2.0                           Estabelecimentos Emprego
Comércio a varejo e por atacado de veículos automotores                              12,5%   34,0%
Representantes comerciais e agentes do comércio de veículos automotores               0,8%    0,3%
Manutenção e reparação de veículos automotores                                       38,6%   23,2%
Comércio de peças e acessórios para veículos automotores                             41,5%   37,4%
Comércio por atacado e a varejo de motocicletas, peças e acessórios                   5,5%    4,6%
Representantes comerciais e agentes do comércio de motocicletas,peças e
acessórios                                                                          0,2%     0,0%
Manutenção e reparação de motocicletas                                              0,8%     0,3%
 Fonte: MTE – RAIS, 2010. Elaborado pelo IPEAD/UFMG

O desempenho do setor tem sido positivamente afetado pelas facilidades de crédito, descontos
e prazos de pagamento. Este bom desempenho tem incentivado a disseminação das
concessionárias e lojas de revenda de carros pelo município, que se caracteriza pela
concentração de tais atividades em determinadas regiões da cidade.


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                                           Cadeia Produtiva do Comércio                  33
Destacam-se o comércio de veículos novos e usados nas Avenidas Cristiano Machado, Carlos
Luz e Pedro II, o comércio de veículos importados na Avenida Raja Gabaglia e o comércio de
peças e motocicletas na Avenida Pedro II.

2.6.2 Comércio por atacado

Em 2009 o comércio atacadista respondeu por 43,0% da receita operacional líquida, 36,1% do
valor adicionado, 26,6% dos salários, retiradas e outras remunerações, 16,9% do pessoal
ocupado e 10,8% do número de empresas do setor comercial (Tabela 8).




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                                           Cadeia Produtiva do Comércio                                   34
     Tabela 8 – Dados comparativos das empresas do segmento atacadista, Brasil, 2009
                                                            Dados comparativos das empresas comerciais
                                                                     (participação percentual)
                                                                                Salários,
                  Divisões, grupos
                                                                                 retira-    Pessoal
                          e                            Receita                                       Número
                                                                    Valor         das e    ocupado
                classes de atividades                operacional                                       de
                                                                  adicionado outras re-        em
                                                       líquida                                      empresas
                                                                               muneraçõe     31.12
                                                                                    s
Atacado/comércio total                                     43,0%       36,1%         26,6%    16,9%    10,8%
Representantes e agentes do comércio
(exceto de veículos e motocicletas) /atacado           1,0%        5,8%          3,7%      6,7%     35,1%
Comércio de matérias-primas agrícolas e
animais vivos /atacado                                 6,9%        5,6%          4,2%      5,1%       2,3%
Comércio especializado em produtos
alimentícios, bebidas e fumo/atacado                  16,6%       15,4%         18,7%     24,6%     17,1%
Comércio de equipamentos e artigos de uso
pessoal e doméstico/atacado                           16,0%       25,1%         22,1%     20,5%     17,2%
Tecidos, artefatos de tecidos e de armarinho,
vestuário, calçados e artigos de viagem/atacado        1,7%        2,6%          3,2%      4,1%       4,7%
Produtos farmacêutico, médico, ortopédico,
odontológico e veterinário/atacado                    10,3%       16,4%         11,9%      9,0%       4,8%
Artigos de escritório e de papelaria; livros,
jornais e outras publicações/atacado                   1,2%        1,8%          2,2%      2,2%       1,5%
Outros equipamentos e artigos de uso pessoal
 e doméstico/atacado                                   2,8%        4,3%          4,9%      5,2%       6,3%
Comércio de produtos intermediários, resíduos
e sucatas/atacado                                     38,4%       24,6%         23,4%     20,4%     17,4%
Combustíveis e lubrificantes/atacado                  26,7%        9,9%          7,9%      3,0%       1,3%
Madeira, ferragens, ferramentas, material elétrico
 e material de construção/atacado                      3,8%        5,8%          5,7%      6,9%       5,2%
Produtos químicos, adubos e fertilizantes/atacado      3,9%        3,8%          3,5%      2,7%       2,0%
Produtos siderúrgicos e metalúrgicos/atacado           1,2%        1,1%          1,5%      1,2%       0,5%
Papel e papelão em bruto e de embalagens/atacado       0,4%        0,5%          0,8%      1,2%       1,4%
Resíduos, sucatas e outros produtos/atacado            2,4%        3,6%          4,0%      5,6%       7,0%
Comércio de equipamentos e produtos
TIC/atacado                                            3,4%        3,8%          5,6%      2,5%       1,2%
 Comércio de máquinas, aparelhos e
 equipamentos (exceto de TIC) /atacado                 6,2%       10,7%         12,7%      8,9%       6,8%
Comércio não especializado/atacado                    11,5%        9,0%          9,7%     11,4%       2,9%
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de Comércio, 2009.
Elaborado pelo IPEAD/UFMG

A Tabela 8 mostra que, dentro do segmento, os destaques foram os grupos “comércio de
produtos intermediários, resíduos e sucatas”, “comércio especializado em produtos
alimentícios, bebidas e fumo” e “comércio de equipamentos e artigos de uso pessoal e
doméstico”, os quais mostraram as maiores participações nas variáveis analisadas. A exceção
foi o grupo “representantes e agentes do comércio (exceto veículos automotores e
motocicletas)” que apresentou a maior participação no número de empresas do segmento
(35,1%).
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O Gráfico 10 mostra que, de acordo com o “Ranking ABAD/Nielsen 2011”, o segmento
atacadista distribuidor registrou crescimento real de 8,2% em 2010 em relação ao ano anterior,
atingindo faturamento de R$ 151,2 bilhões. A participação do atacado nas vendas tem
permanecido estável e significativa, acima dos 50%, no últimos seis anos. Em 2010, o
segmento correspondeu a 52,8% do mercado mercearil brasileiro e atendeu a 1.024.293 pontos
de venda.

 Gráfico 10 – Evolução do faturamento e da participação do setor atacadista distribuidor
                                no setor mercearil , 2010




 Fonte: Ranking ABAD 2011 – ABAD/Nielsen

Segundo o referido Ranking, em 2010, Minas Gerais possuía 4 empresas da modalidade
“atacado/distribuidor” dentre as 10 maiores do Brasil: Martins (1º), Tambasa (3º), Megafort
(4º) e Atacado Vila Nova (9º). Destas, a Tambasa e a Megafort estão localizadas no Município
de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Nas categorias “balcão” e “operador” o Estado não apresentou empresas entre as 10 maiores do
país.

Na categoria “autosserviço”, Minas Gerais apresentou 4 empresas entre as 10 maiores do país:
Vilefort Atacadista (6º), Apoio Mineiro (7º), Mart Minas Atacadista (8º) e Tonin (10º), das
quais as três primeiras apresentam unidades em Belo Horizonte e ou na sua Região
Metropolitana. O crescimento desta categoria é uma tendência verificada no segmento
atacadista. De acordo com CNC (2008), as lojas de autosserviço, caracterizadas como um
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misto entre varejo e atacado, estão cada vez mais comuns, principalmente quando situadas em
zonas de alta concentração residencial ou que sejam circundadas por cidades pequenas muito
próximas. Ainda segundo o estudo, “...as embalagens menores e menos sofisticadas tornam os
preços mais atrativos ao consumidor, apesar do mix muitas vezes mais reduzido de produtos
oferecidos e das poucas modalidades de pagamento.” (CNC, op. cit.)

A comercialização de produtos de marca própria vem ganhando participação no segmento
atacadista, entretanto, ainda é pouco representativa. De acordo com o “Ranking ABAD/Nielsen
2011”, em 2010 representou 29% dos produtos comercializados.

Em relação às linhas de produtos comercializados, alimentos e higiene pessoal respondem por
aproximadamente 55% destes. Os produtos relacionados à saúde são os menos
comercializados, apesar de um pequeno aumento da participação entre 2009 e 2010, quando
passou de 2,95% para 3,04%). (Gráfico 11)

         Gráfico 11 – Participação (%) nas vendas do atacado por linhas de produtos,
                                     Brasil, 2009 e 2010




 Fonte: Ranking ABAD 2011, ABAD/NIELSEN

Em relação à importância dos canais atendidos no faturamento das empresas atacadistas
consideradas no “Ranking ABAD 2011”, em 2010 predominavam aquelas relacionadas ao
varejo alimentar independente (34,2%), seguidas pelos transformadores (bares, lanchonetes,
padarias, restaurantes, hotéis, hospitais e casas noturnas) (17,8%), pelos supermercados e lojas



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de conveniência (15,9%), por outros (14,2%), pelos supermercados médios (7,0%), pelas
drogarias (6,0%) e pelos grande e hiper supermercados (5%).

Gráfico 12 – Importância dos canais atendidos no faturamento das empresas atacadistas,
                                  Brasil, 2009 e 2010




Fonte: Ranking ABAD 2011, ABAD/NIELSEN

Entre 2009 e 2010 destaca-se o crescimento da participação de supermercados pequenos e lojas
de conveniência, a qual passou de 14,9% para 15,9%. Tal movimento vem sendo apontado, por
especialistas do setor, como um dos principais aspectos do bom desempenho do segmento
atacadista atualmente, especialmente devido à expansão do poder de compra e do consumo das
classes C, D e E. Segundo a Nielsen, 95% dos supermercados pequenos (de um a quatro
checkouts) e 40% dos supermercados médios (de cinco a dezenove checkouts) são abastecidos
por empresas atacadistas distribuidoras. E o pequeno e o médio varejo são os que mais atendem
os consumidores das classes C, D e E.

Em Belo Horizonte, predomina o comércio atacadista de produtos de consumo não alimentar,
respondendo por 34,3% dos estabelecimentos e 29,4% dos empregos do segmento.
Considerando a variável número de estabelecimentos, é seguido, de maneira mais significativa,
pelo grupos “representantes comerciais e agentes do comércio” (18,8%), “comércio atacadista
especializado em outros produtos” (10,7%) e “comércio atacadista especializado em produtos
alimentícios, bebidas e fumo” (10,3%). Entretanto, quando se considera a variável número de
empregos, é seguido, predominantemente, pelos grupos “comércio atacadista especializado em

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  produtos alimentícios, bebidas e fumo” (19,6%), “comércio atacadista de madeira, ferragens,
  ferramentas, material elétrico e material de construção” (13,4%) e comércio atacadista
  especializado em outros produtos (11,9%). (Tabela 9)

     Tabela 9 - Participação (%) dos grupos do comércio atacadista no total do número de
            estabelecimentos e do emprego no segmento, Belo Horizonte/MG, 2010
                                 Grupos CNAE 2.0                               Estabelecimentos Empregos
Representantes comerciais e agentes do comércio,
exceto de veículos automotores e motocicletas                                           18,8%      9,9%
Comércio atacadista de matérias primas agrícolas e animais vivos                         2,0%      1,0%
Comércio atacadista especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo              10,3%     19,6%
Comércio atacadista de produtos de consumo não alimentar                                34,3%     29,4%
Comércio atacadista de equipamentos e produtos TIC                                       3,3%      3,2%
Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos, exceto TIC                    9,3%      9,6%
Comércio atacadista de madeira, ferragens, ferramentas, mat. elétrico e mat.
construção                                                                               9,0%     13,4%
Comércio atacadista especializado em outros produtos                                    10,7%     11,9%
Comércio atacadista não especializado                                                    2,3%      2,1%
  Fonte: MTE – RAIS, 2010. Elaborado pelo IPEAD/UFMG

  Cabe destacar que muitos dos estabelecimentos atacadistas comercializam uma cesta bastante
  diversificada de produtos e são conhecidos como pertencentes ao gênero “atacado generalista”.
  As empresas Tambasa e Megafort, citadas anteriormente, pertencem a este gênero. A Tambasa
  foi considerada o 2º maior atacado distribuidor generalista do Brasil.

  6.3) Comércio varejista


  Em 2009 o comércio varejista respondeu por 41,9% da receita operacional líquida, 51,4% do
  valor adicionado, 61,9% dos salários, retiradas e outras remunerações, 73,4% do pessoal
  ocupado e 79,4% do número de empresas do setor comercial (Tabela 10).




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        Tabela 10 – Dados comparativos das empresas do segmento varejista, Brasil, 2009
                                                                 Dados comparativos das empresas comerciais
                                                                                    Salários,
                     Divisões, grupos                                                retira-    Pessoal
                                                            Receita                                      Número
                             e                                           Valor        das e    ocupado
                                                          operacional                                       de
                   classes de atividades                               adicionado outras re-      em
                                                            líquida                                     empresas
                                                                                  muneraçõe      31.12
                                                                                        s
Comércio varejista/comércio                                    41,9%        51,4%       61,9%    73,4%      79,4%
Comércio não especializado/varejo                              32,5%        24,6%       25,0%    24,0%      16,7%
Hipermercados e supermercados/varejo                            24,6%       16,3%        16,2%    14,1%      1,0%
Outros tipos de comércio não especializado com
predominância de produtos alimentícios/varejo                  4,5%        4,8%         6,0%      7,8%     14,5%
Comércio não especializado sem predominância de
produtos alimentícios/varejo                                   3,4%        3,4%         2,7%      2,1%      1,2%
Comércio especializado/varejo                                67,5%       75,4%         75,0%    76,0%      83,3%
Comércio de produtos alimentícios, bebidas e
fumo/varejo                                                    3,1%        4,2%         6,3%      8,0%     10,0%
Tecidos e artigos de armarinho/varejo                          1,1%        1,7%         2,0%      2,6%      4,2%
Artigos do vestuário e complementos/varejo                     6,8%      10,0%         11,5%     12,7%     15,8%
Calçados, artigos de couro e viagem/varejo                     2,1%        3,5%         3,3%      3,6%      2,5%
Combustíveis e lubrificantes/varejo                           19,2%      10,4%          6,2%      5,2%      2,4%
Produtos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos e
artigos médicos, ortopédicos e de óptica/varejo                7,5%        9,3%         9,8%      8,8%      8,7%
Eletrodomésticos, equipamentos de áudio e vídeo,
instrumentos musicais e acessórios/varejo                      4,5%        4,4%         4,8%      3,1%      1,2%
Móveis, artigos de iluminação, peças e acessórios e
outros artigos de uso doméstico/varejo                         3,7%        4,7%         5,3%      5,2%      5,3%
Material de construção/varejo                                  9,6%      12,9%         11,7%     12,0%     10,8%
Equipamentos de informática e comunicação/varejo               2,1%        3,2%         3,3%      3,3%      4,2%
Artigos culturais, recreativos e esportivos/varejo             2,5%        3,3%         3,6%      3,8%      5,5%
Gás liquefeito de petróleo (GLP)/varejo                        1,5%        1,3%         0,9%      0,8%      1,5%
Outros produtos novos (5)/varejo                               3,9%        6,3%         6,2%      6,7%     11,2%
Comércio de artigos usados/varejo                              0,0%        0,1%         0,1%      0,1%      0,2%
    Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de Comércio, 2009.
    Elaborado pelo IPEAD/UFMG

   Dentro do segmento, o grupo do comércio não especializado respondeu por 32,5% da receita
   operacional líquida, 24,6% do valor adicionado, 25,0% dos salários, retiradas e outras
   remunerações, 24,0% do pessoal ocupado e 16,7% dos estabelecimentos.

   Por sua vez, o grupo do comércio especializado respondeu por 67,5% da receita operacional
   líquida, 75,4% do valor adicionado, 75,0% dos salários, retiradas e outras remunerações, 76,0%
   do pessoal ocupado e 83,3% dos estabelecimentos.

   No comércio não especializado os hiper e supermercados apresentaram uma estrutura mais
   concentrada, representaram apenas 1,0% do número de empresas, entretanto responderam por


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Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Comércio IPEAD 2012
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Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Comércio IPEAD 2012

  • 1. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DE CADEIAS PRODUTIVAS DE BELO HORIZONTE Cadeia Produtiva do Comércio Dezembro/ 2011 www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 2. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 2 Fundação IPEAD Presidente: Prof. Reynaldo Maia Muniz Vice-Presidente: Profª Paula de Miranda Ribeiro Diretor-Executivo: Prof. José Alberto Magno de Carvalho Diretor Executivo-Adjunto: Prof. Antonio Carlos Ferreira Carvalho Coordenador Administrativo, Contábil e Financeiro: Prof. Antonio Carlos Ferreira Carvalho Coordenador de Pesquisas e Desenvolvimento: Prof. Wanderley Ramalho Coordenador de Projetos: Prof. Renato Mogiz Silva Coordenador de Gestão Estratégica e Tecnologia: Marcos Murilo Miranda Rocha Equipe Técnica: Prof. Wanderley Ramalho (Coordenador) Alexandre Moisés de Sena Eduardo Eustáquio Antunes Elisabeth Pereira dos Santos Nildred Stael Fernandes Martins Thaize Vieira Martins www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 3. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 3 Lista de Figuras Figura 1 – Setor de Serviços...........................................................................................9 Figura 2 - Formas de Intermediação.............................................................................29 www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 4. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 4 Lista de gráficos Gráfico 1 - Composição do valor adicionado bruto por setor de atividade, participação percentual (%) Brasil, 2004 a 2008...............................................................................18 Gráfico 2 – Composição do valor adicionado bruto por segmentos do comércio, participação percentual (%), Brasil, 2007 a 2009.........................................................19 Gráfico 3 – Participação (%) de Minas Gerais no valor adicionado do setor comercial brasileiro, 2004 a 2008..................................................................................................19 Gráfico 4 – Participação do setor comercial no valor adicionado total em Minas Gerais 20 Gráfico 5 - Participação da cadeia produtiva do comércio no total dos serviços ........21 Gráfico 6 - Arrecadação Estadual em Belo Horizonte: Participação Percentual do Setor Comercial, 2007 a 2010.......................................................................................21 Gráfico 7 – Número de autônomos e empresas comerciais por anos de duração, ....26 Gráfico 8 – Cadeia Produtiva do Comércio: Rendimento mensal médio do trabalho principal para pessoas de 10 anos ou mais, 2006 a 2009, localidades selecionadas (R$)................................................................................................................................28 Gráfico 9 – Cadeia Produtiva do Comércio: Taxa de Informalidade, 2006 a 2009, localidades selecionadas...............................................................................................29 Gráfico 10 – Evolução do faturamento e da participação do setor atacadista distribuidor no setor mercearil , 2010............................................................................36 Gráfico 11 – Participação (%) nas vendas do atacado por linhas de produtos, ..........37 Gráfico 12 – Importância dos canais atendidos no faturamento das empresas atacadistas, ...................................................................................................................38 Gráfico 13 - Localização das sedes das empresas franqueadoras por Estado, Brasil, 2010...............................................................................................................................45 Gráfico 14 - Distribuição das unidades franqueadas por Estado, Brasil, 2010............46 www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 5. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 5 Lista de Tabelas Tabela 1 - Comércio: Número de estabelecimentos formais e participação no total dos setores, localidades selecionadas, 2007 e 2010..........................................................21 Tabela 2 – Cadeia Produtiva do Comércio: Participação percentual do número de estabelecimentos, localidades selecionadas em relação ao Brasil e Minas Gerais, ...22 Tabela 3 - Cadeia Produtiva do Comércio: Percentual de estabelecimentos por tamanho do estabelecimento, localidades selecionadas, 2010....................................23 Tabela 4 – Abertura e fechamento de autônomos e empresas comerciais em Belo Horizonte, 2009 a abril de 2011....................................................................................24 Tabela 5 – Cadeia Produtiva do Comércio: Número de empregos formais e participação no total dos setores produtivos, localidades selecionadas, 2007 e 2010 26 Tabela 6 – Dados comparativos das empresas do segmento de comércio de veículos, peças e motocicletas, 2009...........................................................................................31 Tabela 7 - Participação (%) das classes do comércio de veículos, peças e motocicletas no total do número de estabelecimentos e do emprego no segmento, Belo Horizonte/MG, 2010..............................................................................................32 Tabela 8 – Dados comparativos das empresas do segmento atacadista, Brasil, 2009 34 Tabela 9 - Participação (%) dos grupos do comércio atacadista no total do número de estabelecimentos e do emprego no segmento, Belo Horizonte/MG, 2010..................38 Tabela 10 – Dados comparativos das empresas do segmento varejista, Brasil, 2009 39 Tabela 11 – Particpação (%) das classes do comércio varejista no total do número de estabelecimentos e do emprego no segmento, Belo Horizonte/MG, 2010..................40 www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 6. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 6 Sumário 1 APRESENTAÇÃO........................................................................................................7 2 PARTE 1: CONTEXTO MACROECONÔMICO DA CADEIA PRODUTIAV DO COMÉRCIO.....................................................................................................................8 2.1 Introdução..................................................................................................................8 2.2 Estrutura da Cadeia Produtiva e Caracterização Geral............................................9 2.3 Cenário Internacional e Inserção Brasileira............................................................12 2.4 Importância Econômica: Brasil, Minas Gerais, Região Metropolitana de Belo Horizonte e Belo Horizonte...........................................................................................16 2.5 Fornecedores..........................................................................................................28 2.6 Produtores...............................................................................................................31 2.7 Consumidores.........................................................................................................48 2.8 Síntese Parte 1........................................................................................................50 3 PARTE 2: PERCEPÇÃO DOS AGENTES QUE INTEGRAM A CADEIA PRODUTIVA DO COMÉRCIO......................................................................................53 3.1 Pesquisa qualitativa.................................................................................................54 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................80 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................85 APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO PESQUISA QUALITATIVA......................................87 www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 7. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 7 1 APRESENTAÇÃO O presente relatório apresenta os resultados da pesquisa Diagnóstico Situacional de Cadeias Produtivas de Belo Horizonte, desenvolvida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais – IPEAD/UFMG –, no âmbito do estudo demandado pela Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação da Prefeitura de Belo Horizonte – PBH. O estudo inclui pesquisas qualitativas em fontes primárias com empresários e representantes de entidades vinculadas à cadeia produtiva do Comércio, além de levantamento em fontes secundárias de dados relacionados à cadeia investigada. O objetivo é obter um melhor conhecimento da problemática dessa cadeia produtiva no município de Belo Horizonte que permita o desenvolvimento e implementação de projetos de desenvolvimento econômico e social. Este relatório está dividido em duas partes. A primeira permite contextualizar a cadeia produtiva do Comércio no cenário macroeconômico, e a segunda possibilita captar a percepção dos agentes que integram a cadeia, a partir da análise dos resultados de uma pesquisa de campo, especificamente desenhada com este propósito. Particularmente, a primeira parte contempla uma análise da cadeia produtiva têxtil e do Comércio de Belo Horizonte e sua Região Metropolitana, tendo por pano de fundo os contextos estadual, nacional e internacional. Adicionalmente, nessa primeira parte, procedeu-se a uma análise dos indicadores de desempenho econômico do segmento do Comércio em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana. Finalmente, é apresentada uma caracterização mais detalhada do desempenho dos elos “fornecedor”, “produtor” e “consumidor” que constituem a cadeia produtiva do Comércio. A segunda parte do documento, por seu turno, analisa a percepção dos agentes que integram a cadeia produtiva do Comércio por meio de uma pesquisa qualitativa. Com este objetivo, elaborou-se um roteiro de entrevistas, que teve, por fundamento, encontros com a equipe técnica da PBH e representantes de entidades de classe da cadeia produtiva do Comércio. Tal estratégia permitiu a geração de roteiros mais aderentes à realidade da cadeia. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 8. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 8 Cumpre finalmente destacar a existência de uma síntese correspondente a cada parte constitutiva deste relatório, além de uma última seção de “considerações finais” que explicita os aspectos mais relevantes para o diagnóstico situacional da cadeia produtiva. Acredita-se que o presente estudo possa funcionar como subsídio a ações gerenciais e de planejamento para as câmaras setoriais da PBH, constituindo-se, ao fim e ao cabo, em uma ferramenta para o desenvolvimento de um instrumento de intervenção na realidade. 2 PARTE 1: CONTEXTO MACROECONÔMICO DA CADEIA PRODUTIAV DO COMÉRCIO 2.1 Introdução Este relatório contempla a análise da cadeia produtiva do comércio de Belo Horizonte e sua Região Metropolitana tendo por pano de fundo o contexto estadual, nacional e internacional que parte de uma síntese de pesquisas e estudos recentes sobre as principais tendências e o desempenho de tal cadeia no Brasil, inserido no contexto internacional. Esses estudos constituem a base de análise da cadeia do comércio de Belo Horizonte e da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Para elaboração deste relatório, os elos da cadeia produtiva do comércio foram classificados em três segmentos: fornecedores de insumos, produtores e consumidores. Como “fornecedores de insumos” foram considerados os diversos produtores de bens duráveis, semiduráveis e não duráveis comercializados na cadeia. Como produtores foram considerados os três segmentos do comércio, conforme classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): comércio atacadista, comércio varejista e comércio de veículos automotores, peças e motocicletas. Os consumidores constituem o elo final da cadeia e representam toda a sociedade. O relatório está organizado em oito seções, incluindo esta introdução. A segunda seção descreve e caracteriza a estrutura produtiva da cadeia. Neste caso, procede-se a uma breve descrição dos elos, em que são contempladas a dinâmica produtiva e a interação entre os segmentos. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 9. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 9 A seção 3 faz uma descrição do estado da arte da cadeia no cenário internacional e da inserção do Brasil neste cenário. A seção 4 analisa os indicadores de desempenho econômico do comércio em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana, tendo como base de comparação os indicadores de Minas Gerais e do Brasil. São analisados indicadores de produção, estabelecimentos e emprego. As seções 5, 6 e 7 fazem a caracterização e análise mais detalhada do desempenho dos elos que compõem os segmentos dos fornecedores, produtores e consumidores, respectivamente. A seção 8 apresenta a síntese deste estudo. 2.2 Estrutura da Cadeia Produtiva e Caracterização Geral O setor comercial é caracterizado pela atividade de revenda de mercadorias e se constitui no elo final da cadeia de valor de vários produtos. Reúne uma grande variedade de classes que se agrupam em três segmentos, apresentando características bastante distintas em relação aos níveis de concentração da produção e do emprego, utilização de tecnologia, estrutura de mercado e padrões competitivos. A cadeia produtiva do comércio, entendida neste estudo como o elo final da cadeia de valor de vários produtos, é classificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como constituinte da cadeia produtiva dos serviços, e se divide em três segmentos: comércio atacadista, comércio varejista e comércio de veículos automotores, peças e motocicletas, conforme ilustrado na Figura 1. Figura 1 – Setor de Serviços www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 10. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 10 Fonte: Guidolin, 2009 O comércio de veículos, peças e motocicletas compreende as atividades de revenda exercidas por representantes comerciais e agentes do comércio, por atacado e a varejo, de veículos automotores, peças e motocicletas, além da venda consignada desses produtos. As empresas que compõem este segmento podem exercer simultaneamente atividades de atacado, varejo e oferta de serviços. De acordo com a Classificação CNAE 2.0 adotada pelo IBGE, a definição de veículos automotores compreende automóveis, veículos utilitários (caminhões), de transporte coletivo (ônibus) e especiais (ambulâncias, reboques etc.). O comércio atacadista representa uma etapa intermediária da distribuição de mercadorias e é caracterizado pela revenda de mercadorias a varejistas, a cooperativas e a agentes produtores em geral, empresariais e institucionais. As empresas atacadistas são predominantemente de médio e grande porte, tanto no que se refere à ocupação de pessoal quanto à geração de valor. O segmento também é composto pela atividade de representantes e agentes do comércio, que comercializam mercadorias em nome de terceiros ou fazem intermediação de bens no atacado. Em termos de representatividade no setor, de acordo com a Pesquisa Anual do Comércio 2009, o comércio atacadista foi responsável pela maior parcela (43%) da receita operacional líquida do comércio. De acordo com a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD), existem vários formatos de atacado no Brasil, atualmente. Estes formatos são classificados de acordo com a sua forma principal de atendimento aos clientes: atacadista distribuidor, distribuidor exclusivo, distribuidor especializado por categoria, atacadista de balcão e atacadista de autosserviço. A principal diferença entre as atividades de atacado e distribuição está relacionada ao vínculo com o fornecedor. No atacado o agente de distribuição compra e vende produtos de fornecedores da indústria, com os quais não possui vínculo (formal ou informal) de exclusividade de produtos e/ou de território. No caso do distribuidor, o agente de distribuição compra e vende produtos de fornecedores da indústria, com os quais possui vínculo de exclusividade de produtos e/ou de território. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 11. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 11 Segundo a ABAD, no mercado brasileiro há diversas empresas que atuam como atacadistas para um determinado grupo de fornecedores ao mesmo tempo em que atuam como distribuidores para outro grupo de fornecedores. Essas empresas devem ser caracterizadas como empresas atacadistas e distribuidores. O comércio varejista é caracterizado pela atividade de revenda, sem transformação significativa, de bens de consumo novos e usados ao público em geral, principalmente para o consumidor final, seja para uso pessoal ou familiar (IBGE, 2009). O segmento é composto por um número elevado de estabelecimentos, a maioria de pequeno porte. De acordo com IBGE (2009), o segmento varejista respondeu pelo maior número de empresas e unidades locais, absorveu a maior parte do pessoal ocupado e apresentou a maior participação nos salários, retiradas e outras remunerações. Por ser o elo final da cadeia de valor de vários produtos, a atividade comercial, especialmente o comércio varejista, vem assumindo importância cada vez maior na competitividade das empresas. É no comércio varejista, por meio do contato direto com os consumidores, que a indústria identifica as preferências do mercado, a aceitação do seu produto, ou a sinalização das necessidades de mudanças para aumentar sua competitividade. Desse modo, o varejo exerce papel relevante na coordenação de cadeias de valor, incentivando a qualidade e a competitividade dos fornecedores, criando novas formas de relacionamento com o consumidor e estimulando o desenvolvimento de novos canais de venda (GUIDOLIN et.al., 2009). Existem duas formas básicas de organização de loja no comércio varejista, sendo a primeira o autosserviço, no qual não há contato pessoal entre consumidor e vendedor (típico de hiper e supermercados), e a segunda a loja de balcão, na qual há maior interação entre as partes, o que torna a qualidade do atendimento um item de grande importância. Este último é considerado o principal formato utilizado pelo comércio especializado. As empresas do comércio varejista podem atuar de duas maneiras distintas: de forma independente ou pertencente a alguma modalidade de varejo corporativo, o que envolve desde grandes grupos varejistas a empresas de menor porte. Podem-se citar alguns dos exemplos de varejo corporativo: www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 12. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 12 • Rede corporativa: duas ou mais lojas pertencem à mesma empresa. Possui um sistema central de compras, além de padrão de exposição e de vendas de mercadorias. • Rede voluntária: grande grupo de varejistas independentes se une para fazer compras comuns, com o patrocínio de um atacadista. • Cooperativa de varejo: varejistas independentes estabelecem uma central de compras e fazem esforços conjuntos de vendas. • Cooperativa de consumidores: empresa que é de propriedade dos clientes, que aportam recursos para constituir a loja e recebem as sobras de acordo com as políticas de gestão estabelecidas nas assembleias e seus níveis de consumo. • Conglomerado de comercialização: corporação que possui mais de uma linha de varejo sob controle centralizado, integrando, mesmo parcialmente, sistemas de distribuição e comercialização. Outra forma de organização que apresenta forte crescimento, em função de custos reduzidos, são as centrais de negócios, que representam a reunião de comerciantes independentes operando sob uma mesma marca. Dessa maneira, os comerciantes conseguem manter práticas comerciais e de marketing comuns, como compras conjuntas, comunicação promocional, sistemas de informação, práticas gerenciais, logísticas e desenvolvimento de pessoal. Os comerciantes ganham, portanto, economias de escala e conseguem melhorar sua competitividade em relação às grandes redes corporativas. 2.3 Cenário Internacional e Inserção Brasileira 2.3.1 Cenário Internacional O cenário econômico e produtivo atual é caracterizado, entre outras coisas, pelos processos de abertura dos mercados, disseminação da informação e pela globalização. O que vem, de certa maneira, alterando as referências do que seja local e global. Um dos grandes impactos desses processos é a fragmentação das cadeias de valor de diversos segmentos produtivos, com diferentes etapas da produção sendo desenvolvidas em diferentes localidades, de acordo com as vantagens oferecidas por elas. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 13. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 13 Neste cenário, a capacidade de coordenação e integração dos elos da cadeia produtiva constitui- se num importante fator de competitividade, e os canais de distribuição e comercialização assumem papel de destaque. Soma-se a este aspecto, o desenvolvimento e o avanço tecnológico dos canais de informação e comunicação, que permitem o surgimento de um comércio sem fronteiras, intensificando a concorrência e criando novos padrões de competitividade para as empresas que são locais, mas que passam a atuar num espaço global. Este espaço global, caracterizado pelo amplo acesso à informação e a uma diversidade enorme de produtos e serviços, resulta na formação de consumidores mais conscientes, seletivos e exigentes. Para se manterem competitivas neste mercado, as empresas precisam seguir um padrão mínimo de atuação, que passa pela qualidade dos produtos e pela gestão, cada vez mais exigente e restrito. A tendência de maior conhecimento do consumidor e da necessidade de adoção de novas estratégias por parte das empresas culmina em novos desafios, que incluem a gestão de multicanais de venda, a organização da cadeia de valor, a disputa internacional e o crescimento na competitividade. O crescimento da competição entre empresas aumenta a necessidade de estratégias de diferenciação e de inovação mais ativas, como construção de marcas, diversificação de produtos e atendimento ao cliente. Não apenas a questão da redução de preços e de custos é abordada, busca-se também um crescimento da atuação regional a partir da disseminação de lojas especializadas e do aumento da presença de grupos e cadeias em nível nacional. Uma das estratégias utilizadas pelas empresas é a criação de um canal de marketing (canal comercial ou de distribuição), que representa um conjunto de organizações independentes que tornam disponível para consumo um produto ou serviço, que incluem armazéns, transportadoras, bancos, agências de publicidade, representantes, atacadistas e varejistas (KOTLER & KELLER, 2006 apud GUIDOLIN et. al, op.cit.). Neste contexto, destacam-se como tendências mundiais da cadeia produtiva do comércio: expansão do sistema de compras online; incorporação de ferramentas de tecnologia da informação e comunicação em toda a cadeia produtiva; gestão de multicanais de venda; fortalecimento das grandes redes de comércio; expansão das lojas “mono marcas” e “outlets”; www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 14. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 14 expansão dos estabelecimentos de grande porte que comercializam maior variedade de itens; crescimento dos processos de fusão e aquisição; fortalecimento do sistema de franquias; internacionalização, consolidação e sofisticação dos diversos segmentos; e a crescente profissionalização da gestão dos negócios. 2.3.2 Inserção brasileira No mercado brasileiro, grandes empresas comerciais, em sua maioria estrangeiras, convivem com pequenas empresas, que possuem foco nos espaços menos atraentes para as grandes empresas, tendo em vista fatores como densidade populacional, renda e área de influência. Isso indica a presença dessas pequenas empresas principalmente em cidades menores, uma vez que nas grandes cidades a concentração é significativamente maior do que nos mercados regionais. Desde a abertura econômica e da estabilidade monetária estabelecida pelo Plano Real, o comércio nacional sofreu grandes transformações, por meio da incorporação de tecnologias (automação de caixas, gestão de suprimentos, novos formatos, maior oferta de produtos, etc.) e da entrada de produtos e de operadores estrangeiros. Nesse contexto, o país passou a acompanhar as tendências em produtos, formatos, serviços, gestão e tecnologias oriundas do mercado internacional. Deste modo, o mercado brasileiro também está sujeito aos desafios impostos pela sociedade moderna global que atingem o mercado mundial. Nesse sentido, pode- se citar a diferença de níveis de renda, que dá origem a um mercado interno heterogêneo, com demanda dos mais diversos formatos voltados para o consumo e a conveniência, bem como para a competição e a disputa de preços. A atuação e a influência de grandes grupos estão presentes nessa segmentação de mercado, que proporciona espaço para o desenvolvimento de micro, pequenas e médias empresas, com área de ação praticamente restrita àquelas não ocupadas pelos grandes conglomerados, especialmente em relação ao comércio varejista. O processo de expansão de grandes redes do comércio engloba complexas questões, que envolvem logística de distribuição e definição de área de influência, por exemplo. Com isso, algumas regiões ficam fora do alcance e da influência das grandes redes, e, portanto, sujeitas à ação de comerciantes menores. Estes lançam mão de vantagens como flexibilidade, diferenciação, serviço e atendimento para ocupar e manter seu espaço, ao passo que exercem www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 15. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 15 um papel relevante ao abastecer o mercado consumidor fora do raio de atuação das grandes empresas. Para garantir sua fatia de mercado, essas empresas procuram estabelecer parceria com fornecedores menores e elevar seu nível de profissionalização. Um dos desafios para as empresas de menor porte é buscar formas de gestão alternativas para sua cadeia de valor, uma vez que seu desempenho e seu fortalecimento dependem significativamente de redes de distribuição e de logística eficientes, além da diferenciação do serviço, seja através de maior valor agregado do serviço ou da participação em centrais de negócios, cooperativas de varejo ou redes voluntárias. Neste sentido, destaca-se a tendência apresentada pelo segmento atacadista distribuidor, de crescente atuação como parceiro e consultor do varejista. Como exemplo desta atuação, muitas empresas atacadistas treinam sua equipe de vendas para ajudar o pequeno comerciante a encontrar o mix de produtos ideal, a desenhar o melhor layout de loja e aperfeiçoar a prestação de serviços ao cliente final. Outra tendência importante apresentada pela cadeia produtiva do comércio, especialmente pelo comércio varejista, de caráter mais conjuntural, está relacionada aos mecanismos de expansão do acesso ao crédito. Além do crédito concedido diretamente pelos bancos, observa-se crescimento nas parcerias estabelecidas entre o setor financeiro e o varejo. Bancos comerciais, financeiras e seguradoras atuam conjuntamente com as redes de varejo, bem como as próprias redes varejistas possuem financeiras para atender aos clientes, como forma de estimular as vendas tanto do varejo quanto dos produtos financeiros (LAFIS, 2005 apud GUIDOLIN et.al., op. cit.). Os varejistas oferecem crédito pessoal, cartões associados a programas de fidelidade, seguros, garantia estendida, assistência técnica, dentre outros. De acordo com a ABECS (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), o número de cartões de crédito de lojas e de redes saltou de 50 milhões em 2001 para 225 milhões em 2010, enquanto o valor das transações passou de R$12,7 milhões em 2001 para R$68 milhões no ano de 2010. Isso exemplifica que, a despeito dos riscos e dos entraves presentes na concessão de crédito, o varejo se utiliza de seu relacionamento com o cliente para atuar na venda de produtos financeiros. Esse tipo de oferta acarreta no aumento da frequência e da regularidade de visitas às lojas para pagamento dos carnês. Entre outras consequências positivas para o varejo pode-se www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 16. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 16 citar: fidelidade do ponto de venda; aumento do ciclo de compras e vendas; com consequente aumento das vendas totais. Já para o consumidor, a associação entre mercadorias e produtos financeiros cria um conceito de facilidade e conveniência com o varejo. Considerando-se um cenário de taxas de juro elevadas, a concessão de crédito também é um bom negócio para os varejistas, que contam com a adoção de grande parte dos clientes. Outra tática utilizada por algumas empresas é a criação de parcerias com bancos ou a criação de bancos próprios, de forma a centralizar os serviços financeiros da empresa. 2.4 Importância Econômica: Brasil, Minas Gerais, Região Metropolitana de Belo Horizonte e Belo Horizonte. 2.4.1 Produção A participação da atividade comercial na composição do valor adicionado bruto – VAB - brasileiro apresentou expansão no período 2004-2008, quando passou de 11% em 2004 para 12,5% em 2008. Tal participação seguiu a tendência de crescimento apresentada pelo setor de serviços como um todo, do qual o comércio é parte integrante. O Gráfico 1 mostra que, neste período, o setor de serviços e o comércio expandiram suas participações na geração de riqueza no país, quando passaram de 52% e 11% para 53,7% e 12,5% respectivamente. Concomitantemente, a indústria e a agropecuária perderam participação na geração da riqueza nacional, quando passaram de 30,1% e 6,9% para 27,9% e 5,9% respectivamente. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 17. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 17 Gráfico 1 - Composição do valor adicionado bruto por setor de atividade, participação percentual (%) Brasil, 2004 a 2008 100% 11,0 11,2 11,5 12,1 12,5 80% 52,0 53,8 54,3 54,5 53,7 60% 40% 20% 30,1 29,3 28,8 27,8 27,9 6,9 5,7 5,5 5,6 5,9 0% 2004 2005 2006 2007 2008 Agropecuária Indústria Outros serviços Comércio Fonte: IBGE, 2008 No setor comercial o segmento varejista respondeu pela maior parcela do valor adicionado bruto gerado pelo setor, a qual equivaleu a 51,4% em 2009. Foi seguida pelo seguimento atacadista com 36,1% e pelo comércio de veículos automotores e motocicletas com 12,5%. Entre 2007 e 2009 o comércio varejista aumentou sua participação na geração de riqueza no setor, em detrimento do atacado e do comércio de veículos e motocicletas. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 18. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 18 Gráfico 2 – Composição do valor adicionado bruto por segmentos do comércio, participação percentual (%), Brasil, 2007 a 2009 Fonte: IBGE – Pesquisa Anual de Comércio, 2007, 2008, 2009. Elaborado pelo IPEAD/UFMG Entre 2004 e 2008 a participação de Minas Gerais no valor adicionado do setor comercial brasileiro apresentou relativa oscilação. Em 2004 equivaleu a 8,9%, caiu para 8,6% em 2005, atingiu 9,4% em 2006, voltou para 8,9% em 2007 e fechou em 2008 equivalendo a 8,8%. Gráfico 3 – Participação (%) de Minas Gerais no valor adicionado do setor comercial brasileiro, 2004 a 2008 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Coordenação de Contas Nacionais (CONAC), Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI). Elaborado pelo IPEAD/UFMG www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 19. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 19 No que se refere à participação do comércio no total dos serviços da economia mineira, esta apresentou expansão no período 2004-2008. Passou de 11,4% em 2004 para 12,6% em 2008, após ter alcançado 12,7% em 2006 e 2007. Este indicador revela que a contribuição do comércio para a geração de riqueza no Estado de Minas Gerais (Gráfico 4) é maior que no Brasil (Gráfico 1). Gráfico 4 – Participação do setor comercial no valor adicionado total em Minas Gerais Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Coordenação de Contas Nacionais (CONAC), Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI). Elaborado pelo IPEAD/UFMG Em relação à participação do setor comercial na geração de riqueza em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana não foram encontrados indicadores passíveis de comparação com os analisados anteriormente. Deste modo, foram utilizados como proxy os dados referentes à participação do comércio no total dos serviços em Belo Horizonte e a participação da contribuição do setor comercial no total dos tributos arrecadados pelo Estado em Belo Horizonte. De acordo com os dados publicados pela Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Belo Horizonte, a participação do comércio no total dos serviços municipais apresentou queda entre 2005 e 2009, quando passou de 2,77% para 2,32%. Em 2010 este indicador apresentou crescimento e fechou o ano equivalendo a 3,52%. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 20. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 20 Gráfico 5 - Participação da cadeia produtiva do comércio no total dos serviços em Belo Horizonte,2005 a 2010 4,00% 3,50% 3,52% 3,00% 2,77% 2,50% 2,56% 2,49% 2,38% 2,32% 2,00% 1,50% 1,00% 0,50% 0,00% 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte – PBH, Secretaria Municipal de Finanças – SMF, Elaborado pelo IPEAD/UFMG O segundo indicador analisado mostra que atividade comercial apresenta participação expressiva na arrecadação estadual, oscilando em torno dos 15% entre 2007 e 2010 (Gráfico 6). Gráfico 6 - Arrecadação Estadual em Belo Horizonte: Participação Percentual do Setor Comercial, 2007 a 2010 Fonte: Sistema Informatizado de Controle da Arrecadação e Fiscalização DGI/DFINS/SAIF/SEF-MG). www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 21. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 21 Se considerarmos tal indicador como proxy da participação da produção do setor comercial na economia de Belo Horizonte (média de 15,5% em 2008) e se compararmos tal indicador com a participação do setor comercial no total do valor adicionado brasileiro (12,5%), verifica-se que tal segmento, em Belo Horizonte, tem participação superior à brasileira quando comparado com o total da produção das respectivas economias. Trata-se, porém, apenas de um exercício de comparação que objetiva suprir a falta de indicadores mais precisos para uma conclusão mais efetiva. 2.4.2 Estabelecimentos Os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgados pelo Programa de Disseminação de Estatísticas do Trabalho (PDET) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), revelam que, em 2010, existiam 1.350.525 estabelecimentos formais do setor comercial no Brasil, os quais representaram 39,7% do total de estabelecimentos formais brasileiros. Destes, 164.932 pertenciam ao segmento “comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas”, 128.632 ao segmento “comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas” e 1.056.961 ao segmento “comércio varejista”. Como pode se observar na Tabela 1, tais dados retratam um crescimento do número de estabelecimentos formais do setor comercial, quando comparados com os dados de 2007, apesar da queda de participação em relação ao total de estabelecimentos da economia como um todo. Tabela 1 - Comércio: Número de estabelecimentos formais e participação no total dos setores, localidades selecionadas, 2007 e 2010 Brasil Minas Gerais RMBH BH Atividade 2007 2010 2007 2010 2007 2010 2007 2010 Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas 136.191 164.932 16.115 19.847 4.307 5.169 2.857 3.206 Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas 112.955 128.632 11.726 13.254 4.193 4.777 2.852 3.206 Comércio varejista 921.948 1.056.961 116.210 132.081 26.470 30.112 17.315 19.025 Total Comércio 1.171.094 1.350.525 144.051 165.182 34.970 40.058 23.024 25.437 Total Setores 2.935.448 3.403.448 399.951 454.061 95.691 110.324 66.442 74.808 Partcipação comércio/total 39,9% 39,7% 36,0% 36,4% 36,5% 36,3% 34,7% 34,0% Fonte: MTE- RAIS, 2007 e 2010. Elaborado pelo IPEAD/UFMG Em Minas Gerais o setor comercial respondeu por 36,4% do total de estabelecimentos formais do Estado em 2010, percentual superior ao apresentado em 2007, que equivaleu a 36,0%. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 22. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 22 Belo Horizonte e sua Região Metropolitana apresentaram queda da participação do número de estabelecimentos comerciais formais no total de estabelecimentos entre 2007 e 2010, apesar do aumento do número de estabelecimentos em todos os segmentos. Em 2010, a participação do número de estabelecimentos comerciais formais no total de estabelecimentos equivaleu a 34% em Belo Horizonte e a 36,3% na Região Metropolitana. Em todas as localidades o segmento varejista apresentou maior número de estabelecimentos. Em 2010, equivaleu a 78% dos estabelecimentos comerciais no Brasil, 80% em Minas Gerais e 75% em Belo Horizonte e na sua Região Metropolitana. A Tabela 2 mostra a participação percentual do setor comercial de Minas Gerais no total de estabelecimentos comerciais no Brasil, e também, a participação deste setor em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana no total de estabelecimentos comerciais de Minas Gerais. Tabela 2 – Cadeia Produtiva do Comércio: Participação percentual do número de estabelecimentos, localidades selecionadas em relação ao Brasil e Minas Gerais, 2007 e 2010 Participação Localidade Setor 2007 2010 Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas 11,8% 12,0% Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas 10,4% 10,3% Minas Gerais/Brasil Comércio varejista 12,6% 12,5% Total 12,3% 12,2% Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas 26,7% 26,0% Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas 35,8% 36,0% RMBH/MG Comércio varejista 22,8% 22,8% Total 24,3% 24,3% Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas 17,7% 16,2% Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas 24,3% 24,2% BH/MG Comércio varejista 14,9% 14,4% Total 16,0% 15,4% Fonte: MTE – RAIS, 2007 e 2010, Elaborado pelo IPEAD/UFMG Entre 2007 e 2010, a participação dos estabelecimentos comerciais mineiros no total de estabelecimentos comerciais brasileiros passou de 12,3% para 12,2%, mantendo-se relativamente estável. A perda de participação resultou das perdas de participação apresentadas pelos segmentos “comércio atacadista” (passou de 10,4% para 10,3%) e “comércio varejista” (passou de 12,6% para 12,5%). Dentro do Estado, a Região Metropolitana de Belo Horizonte manteve sua participação no total de estabelecimentos comerciais, a qual equivaleu a 24,3% no período. A queda de participação apresentada pelo segmento “comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas” www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 23. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 23 (passou de 26,7% para 26,0%) foi compensada pelo aumento da participação do segmento “comércio atacadista” (passou de 35,8% para 36%). Por sua vez, Belo Horizonte apresentou queda da participação dos estabelecimentos comerciais no total do estado, passando de 16,0% em 2007 para 15,4% em 2010. Tal perda de participação foi resultante da perda de participação de todos os segmentos do setor. Em relação ao porte médio dos estabelecimentos, a Tabela 3 revela que predominam os pequenos, com até 4 empregados, para os três segmentos da cadeia produtiva do comércio, nas quatro localidades analisadas. No Brasil, 61,5% dos estabelecimentos da classe “comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas”, 49,4% do comércio atacadista e 59,3% do comércio varejista possuíam até 4 empregados em 2010. Em Minas Gerais estes percentuais equivaleram a 61,5%, 50,7% e 62,0% respectivamente. Em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana estes percentuais foram relativamente menores que no Brasil e Minas Gerais. Em Belo Horizonte equivaleram a 55,3%, 48,9% e 53%, respectivamente. Na Região Metropolitana corresponderam a 56,4%, 45,5% e 55,1%, respectivamente. Tabela 3 - Cadeia Produtiva do Comércio: Percentual de estabelecimentos por tamanho do estabelecimento, localidades selecionadas, 2010 Percentual de participação dos estabelecimentos por segmento (%) Tamanho Brasil Minas Gerais RMBH Belo Horizonte estabelecimento Veic. e Veic. e Veic. e Veic. e Atacado Varejo Atacado Varejo Atacado Varejo Atacado Varejo Mot. Mot. Mot. Mot. ZERO 10,7 10,7 11,3 10,6 11,6 11,6 10,4 10,1 10,4 10,0 10,5 10,2 ATE 4 61,5 49,4 59,3 61,5 50,7 62,0 56,4 45,5 55,1 55,3 48,9 53,0 DE 5 A 9 15,7 17,5 16,8 7,1 17,5 15,8 18,9 18,7 18,7 19,6 19,1 19,7 DE 10 A 19 7,1 11,4 8,2 0,3 10,3 7,1 8,4 12,4 9,8 8,6 11,1 10,7 DE 20 A 49 3,5 7,2 3,3 3,4 6,5 2,7 4,2 8,9 4,4 4,5 7,3 4,7 DE 50 A 99 1,0 2,3 0,7 0,0 1,9 0,5 1,0 2,3 1,1 1,1 1,7 1,2 DE 100 A 249 0,4 1,2 0,3 16,4 1,1 0,2 0,7 1,6 0,4 0,8 1,0 0,4 DE 250 A 499 0,0 0,2 0,1 0,8 0,3 0,0 0,1 0,4 0,1 0,1 0,2 0,1 DE 500 A 999 0,0 0,1 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 0,1 0,0 1000 ou mais 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: MTE – RAIS, 2010, Elaborado pelo IPEAD/UFMG Nota-se que em 2010, nenhuma das localidades analisadas apresentou estabelecimentos com 1000 ou mais empregados e apenas 0,1% possuía entre 500 e 999 empregados. Os dados mostram que a grande maioria das empresas da cadeia se concentrava na faixa com até 49 empregados. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 24. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 24 Em relação à abertura e fechamento das empresas em Belo horizonte, dados da Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) mostram que, entre 2009 e abril de 2011, foram abertos 9 estabelecimentos autônomos e 15.198 empresariais. Neste período foram fechados 4 estabelecimentos autônomos e 3.010 empresariais. O ano de 2010 concentrou o maior número de empresas abertas, totalizando 8.227, as quais representaram 29,22% das empresas abertas em Belo Horizonte neste ano. Foi também o ano em que mais empresas encerraram suas atividades (2.198). Tabela 4 – Abertura e fechamento de autônomos e empresas comerciais em Belo Horizonte, 2009 a abril de 2011 Abertura/ 2009 2010 2011 (01/11 a 04/11) Classificação Fechamento Número Percentual Número Percentual Número Percentual Abertura 7 0,24% 1 0,04% 1 0,11% Autônomos Fechamento 2 0,28% 2 0,19% 0 0,00% Abertura 4.773 30,22% 8.227 29,22% 2.198 28,02% Empresas Fechamento 1.385 38,22% 1.571 30,22% 54 38,57% Fonte: PBH – Prefeitura de Belo Horizonte, Secretaria Municipal de Finanças, Elaborado pelo IPEAD/UFMG Uma análise sobre o tempo de duração dos 3.014 estabelecimentos, entre autônomos e empresariais, que fecharam no período revela que 30% apresentaram duração de até 2 anos, conforme ilustrado no Gráfico 7. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 25. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 25 Gráfico 7 – Número de autônomos e empresas comerciais por anos de duração, Belo Horizonte/MG Fonte: PBH – Prefeitura de Belo Horizonte, Secretaria Municipal de Finanças, Elaborado pelo IPEAD/UFMG O maior índice de fechamento das empresas comerciais nos primeiros dois anos pode estar relacionado à maior facilidade de abertura de tais empresas, devido aos baixos investimentos iniciais e inexpressivas barreiras à entrada, o que incentiva a abertura de novas firmas. No entanto, depois de abertas, as empresas, especialmente as confecções, enfrentam forte concorrência, e muitas vezes não têm condições financeiras, técnicas e gerenciais de competirem no mercado. 2.4.3 Emprego A análise dos dados da RAIS, referentes aos empregos criados pelo setor comercial no período 2007-2010, revela um aumento do número de empregos formais no período e aumento da participação destes em relação ao total da economia, em todas as localidades analisadas. A Tabela 5 mostra que, em 2010, o setor comercial gerou 8.312.829 empregos formais no Brasil, representando 18,9% do total de empregos formais da economia brasileira. Em 2007 tal participação foi equivalente a 18,2% e os empregos criados pelo setor comercial somaram 6.849.108. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 26. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 26 Os três segmentos comerciais apresentaram crescimento do emprego no período. O segmento varejista respondeu pela maior parcela dos empregos gerados pelo setor. Em 2010 equivaleu a 72,2% dos empregos criados pelo comércio, foi seguido pelo segmento atacadista com 16,6% e pelo segmento de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas com 11,2%. Tabela 5 – Cadeia Produtiva do Comércio: Número de empregos formais e participação no total dos setores produtivos, localidades selecionadas, 2007 e 2010 Brasil Minas Gerais RMBH Belo Horizonte Atividade 2007 2010 2007 2010 2007 2010 2007 2010 Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas 750.128 927.538 87.258 104.509 30.472 35.852 20.186 23.271 Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas 1.124.309 1.380.202 105.727 134.682 48.550 61.463 24.454 32.485 Comércio varejista 4.974.671 6.005.089 536.095 644.710 167.802 206.637 116.740 133.049 Total Comércio 6.849.108 8.312.829 729.080 883.901 246.824 303.952 161.380 188.805 Total Setores 37.607.430 44.068.355 4.036.203 4.646.891 1.665.625 1.907.583 1.215.157 1.356.769 Partcipação comércio/total 18,2% 18,9% 18,1% 19,0% 14,8% 15,9% 13,3% 13,9% Fonte:MTE – RAIS, 2007 e 2010, Elaborado pelo IPEAD/UFMG Minas Gerais, Belo Horizonte e sua Região Metropolitana seguiram a tendência brasileira de crescimento do emprego e da participação deste no total da economia brasileira. Em Minas Gerais, o indicador referente à participação do emprego gerado pela atividade comercial no total dos empregos criados no Estado revelou-se próximo ao indicador brasileiro, equivalendo a 19,0% em 2010. Em Belo Horizonte e na sua Região Metropolitana este indicador apresentou resultado inferior aos apresentados por Minas Gerais e pelo Brasil. Em Belo Horizonte tal indicador equivaleu a 13,9%, em 2010, e na Região Metropolitana a 15,9%. Em relação ao rendimento mensal do trabalhador do setor comercial, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD – publicados pelo IBGE, revelam que Belo Horizonte apresentou remuneração superior às apresentadas pela Região Metropolitana, Minas Gerais e Brasil, no período 2006-2009, apesar da queda verificada no período. O Gráfico 8 mostra que, entre 2006 e 2009, Belo Horizonte e Região Metropolitana, ainda que com rendimentos superiores aos apresentados por Minas Gerais e pelo Brasil, apresentaram tendência de queda do rendimento mensal médio do setor comercial. Enquanto Minas Gerais e Brasil mostraram crescimento deste indicador no período, apesar da queda entre 2008 e 2009. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 27. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 27 Em 2009 o rendimento mensal médio do trabalho principal para pessoas com 10 anos ou mais, alocadas no setor comercial, equivaleu a R$1.195,2 em Belo Horizonte, R$1.010,4 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, R$914,0 no Brasil e R$892,7 em Minas Gerais. Gráfico 8 – Cadeia Produtiva do Comércio: Rendimento mensal médio do trabalho principal para pessoas de 10 anos ou mais, 2006 a 2009, localidades selecionadas (R$) Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 2006 a 2010, Elaborado pelo IPEAD/UFMG Em relação à participação do segmento informal, dados da PNAD revelam que a taxa de informalidade é bastante elevada no setor comercial. O Gráfico 9 mostra a evolução de tal indicador entre 2006 e 2009, no Brasil, Minas Gerais, Belo Horizonte e sua Região Metropolitana. Observa-se que Belo Horizonte apresentou as menores taxas de informalidade no período e foi seguida pela Região Metropolitana, Minas Gerais e Brasil. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 28. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 28 Gráfico 9 – Cadeia Produtiva do Comércio: Taxa de Informalidade, 2006 a 2009, localidades selecionadas Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 2006 a 2010, Elaborado pelo IPEAD/UFMG Entre 2006 e 2009, o Brasil apresentou queda da taxa de informalidade do setor comercial, a qual passou de 53,9% em 2006 para 48,7% em 2009. Tal movimento foi seguido pelas demais localidades, apesar destas apresentarem tendência de aumento das taxas entre 2008 e 2009. Em 2009, as taxas de informalidade equivaleram a 48,7% no Brasil, 41% em Minas Gerais, 38,7% na Região Metropolitana de Belo Horizonte e 37,9% em Belo Horizonte. Cabe destacar que a informalidade do setor comercial se expressa não apenas no emprego precário, mas também nas microempresas sem registro, na sonegação de impostos e no contrabando de mercadorias. Tal aspecto caracteriza uma concorrência desleal entre as empresas, diminuindo as possibilidades de crescimento do setor e deteriorando as relações de trabalho. 2.5 Fornecedores O elo “fornecedores” da cadeia produtiva do comércio é composto pelos diversos produtores de bens duráveis, semiduráveis e não duráveis comercializados na cadeia. Apresenta características, relacionadas à forma de organização, distribuição, armazenamento e www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 29. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 29 comercialização, bastante heterogêneas, de acordo com o porte dos estabelecimentos e com o segmento em que atua. A Figura 2 ilustra as diferentes formas de intermediação do produto ou serviço entre produtores e consumidores. Na primeira forma, talvez a mais tradicional, a indústria vende seus produtos para atacadistas e distribuidores, que atendem a varejistas e estes ao consumidor final. Na segunda forma, o produtor vende seus produtos diretamente ao varejista para posterior venda ao consumidor final. E finalmente, na terceira forma, o produtor vende diretamente para o consumidor. Figura 2 - Formas de Intermediação Fonte: Guidolim et.al. (2009) A função de atacadista/distribuidor pode ser internalizada pelo varejista ou pelo produtor, dependendo do seu porte, caracterizando as formas 2 e 3 descritas anteriormente. Segundo Guidolin et.al. (2009), na forma 2 a relação será mais favorável a quem tiver maior capacidade de estabelecer as condições de contrato. A frequência de contato com o consumidor, o nível de envolvimento do cliente, a força das marcas transacionadas e a competitividade dos fornecedores determinam o poder do varejo em relação à indústria. Dessa maneira, o segmento de varejo de maior poder é o de hiper e supermercados, em função das compras constantes e da fidelidade do consumidor. Ele é seguido pelo vestuário e calçados, cuja força está baseada na marca, pelos móveis e eletrodomésticos, que possuem produtos padronizados, pelas farmácias e drogarias, que buscam a fidelização de clientes, pelos materiais de construção, que possuem pouco poder em www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 30. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 30 relação às indústrias e pelos veículos e autopeças, cuja marca do fabricante é mais representativa do que o varejista (CNC, 2008). De acordo com Kotler e Keller (2006), apud Guidolin et. al. (2009), o investimento em canais próprios é indicado quando pode gerar um retorno maior que o do investimento no negócio principal da indústria. A opção de estabelecer um canal direto com o consumidor irá depender de quanto o controle do canal de marketing é relevante para o produtor, visto que esta é uma forma de valorizar o produto e a marca, mantendo maior controle do canal de marketing por meio de lojas próprias, franquias ou licenciamento de marca (Guidolin et. al., op. cit.). Por sua vez, o varejo vem utilizando estratégias como as centrais de negócios pelos varejistas independentes e a incorporação ou coordenação de atividades produtivas por parte das grandes redes. Outra tendência apresentada nessa relação entre fornecedores e comerciantes é a realização de parcerias, que abrangem a reposição de produtos com funcionários das empresas fornecedoras, o compartilhamento de informações para lançamento de novos produtos ou para promoções, o monitoramento do nível de estoques, a fabricação de produtos destinados a marcas próprias, entre outros. As formas de estruturação destas parcerias dependem da capacidade de negociação dos fornecedores e comerciantes. Assim como os consumidores, os comerciantes também estão cada vez mais informados e exigentes e os fornecedores são avaliados em termos de pontualidade de entrega, garantia de qualidade dos produtos e ampliação dos serviços prestados, além de preços e formas de pagamento. A comercialização de produtos com marca própria é uma estratégia que vem sendo adotada pelas grandes redes. Tal estratégia, além de fortalecer a rede varejista, beneficia os fornecedores e fabricantes independentes e as pequenas empresas produtoras, eleva o poder de compra com os fornecedores tradicionais, e ainda cria um mecanismo de lealdade do consumidor para com a rede varejista (Guidolin et. al., op.cit.). Em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana, seguindo a tendência brasileira e mundial, verificam-se as três formas de intermediação entre produtores e consumidores, as quais variam de acordo com as classes do comércio em que atuam e o porte dos estabelecimentos. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 31. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 31 As grandes redes de super e hipermercados e as lojas de departamento vem apresentando, por exemplo, tendência crescente de comercialização de marcas próprias. Por sua vez, os pequenos mercados de bairro são bastante dependentes da intermediação dos atacadistas. 2.6 Produtores 2.6.1 Comércio de veículos automotores, peças e motocicletas De acordo com a Pesquisa Anual do Comércio, em 2009 o segmento de comércio de veículos, peças e motocicletas representou 15,1% da receita operacional líquida, 12,5% do valor adicionado, 11,4% dos salários, retiradas e outras remunerações, 9,7% do pessoal ocupado e 9,8% do número de empresas do setor comercial brasileiro (Tabela 6). Dentro do segmento a classe “comércio de veículos automotores” respondeu pela maior parcela da receita operacional líquida (70,6%) e do valor adicionado (48,7%). A classe “comércio de peças para veículos” apresentou o maior número de empresas (73,9%), a maior parcela de pessoal ocupado (59,2%) e também a maior parcela dos salários, retiradas e outras remunerações (46,9%). A classe “comércio de motocicletas, peças e acessórios” apresentou as participações menos significativas do segmento, conforme ilustra a Tabela 6. Tabela 6 – Dados comparativos das empresas do segmento de comércio de veículos, peças e motocicletas, 2009 Dados comparativos das empresas comerciais (participação percentual) Salários, Divisões, grupos retira- Pessoal e Receita Número Valor das e ocupado classes de atividades operacional de adicionado outras re- em líquida empresas muneraçõe 31.12 s Comércio veículos, peças e motocicletas/comércio total 15,1% 12,5% 11,4% 9,7% 9,8% Veículos automotores/comércio veículos, peças e motoc. 70,6% 48,7% 44,2% 30,0% 15,3% Peças para veículos/comércio veículos, peças e motoc. 22,6% 42,7% 46,9% 59,2% 73,9% Motocicletas, peças e acessórios/comércio veículos, peças e motoc. 6,8% 8,6% 8,9% 10,8% 10,7% Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de Comércio, 2009. Elaborado pelo IPEAD/UFMG A classe de comercialização de veículos automotores trabalha com a revenda dos produtos de maior valor agregado do segmento e sua dinâmica está bastante atrelada à dinâmica da www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 32. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 32 indústria automobilística como um todo. A natureza da relação com a indústria automobilística, de certa maneira, conduz a uma maior concentração desta classe em um número menor de empresas, visto que estas comercializam, predominantemente, veículos exclusivos de uma determinada montadora. De acordo com estudo realizado pelo CNC (2008), “[...] essa relação tende a diminuir o poder de barganha das concessionárias e incentiva a formação de grupos econômicos que possuem mais de uma “bandeira” de concessionária (grupos multimarcas). Isso permite maior poder de negociação na contratação das condições comerciais de longo prazo com os fabricantes de automóveis, ao mesmo tempo em que permite a oferta de uma gama de opções mais ampla aos seus consumidores.” (CNC, 2008) Em Belo Horizonte existem 402 empresas formais de comercialização de veículos automotores, as quais empregam 7.922 pessoas. Representam 12,5% dos estabelecimentos formais e 34% da mão de obra empregada no segmento. Seguindo a tendência brasileira, as classes que apresentam as maiores participações no número de estabelecimentos do segmento são “manutenção e reparação” (38,6%) e “comércio de peças e acessórios” (41,5%) para veículos automotores. São também, juntamente com comércio de veículos automotores (34%), as que mais empregam, 23,2% e 37,4%, respectivamente. Tabela 7 - Participação (%) das classes do comércio de veículos, peças e motocicletas no total do número de estabelecimentos e do emprego no segmento, Belo Horizonte/MG, 2010 Classe CNAE 2.0 Estabelecimentos Emprego Comércio a varejo e por atacado de veículos automotores 12,5% 34,0% Representantes comerciais e agentes do comércio de veículos automotores 0,8% 0,3% Manutenção e reparação de veículos automotores 38,6% 23,2% Comércio de peças e acessórios para veículos automotores 41,5% 37,4% Comércio por atacado e a varejo de motocicletas, peças e acessórios 5,5% 4,6% Representantes comerciais e agentes do comércio de motocicletas,peças e acessórios 0,2% 0,0% Manutenção e reparação de motocicletas 0,8% 0,3% Fonte: MTE – RAIS, 2010. Elaborado pelo IPEAD/UFMG O desempenho do setor tem sido positivamente afetado pelas facilidades de crédito, descontos e prazos de pagamento. Este bom desempenho tem incentivado a disseminação das concessionárias e lojas de revenda de carros pelo município, que se caracteriza pela concentração de tais atividades em determinadas regiões da cidade. www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 33. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 33 Destacam-se o comércio de veículos novos e usados nas Avenidas Cristiano Machado, Carlos Luz e Pedro II, o comércio de veículos importados na Avenida Raja Gabaglia e o comércio de peças e motocicletas na Avenida Pedro II. 2.6.2 Comércio por atacado Em 2009 o comércio atacadista respondeu por 43,0% da receita operacional líquida, 36,1% do valor adicionado, 26,6% dos salários, retiradas e outras remunerações, 16,9% do pessoal ocupado e 10,8% do número de empresas do setor comercial (Tabela 8). www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 34. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 34 Tabela 8 – Dados comparativos das empresas do segmento atacadista, Brasil, 2009 Dados comparativos das empresas comerciais (participação percentual) Salários, Divisões, grupos retira- Pessoal e Receita Número Valor das e ocupado classes de atividades operacional de adicionado outras re- em líquida empresas muneraçõe 31.12 s Atacado/comércio total 43,0% 36,1% 26,6% 16,9% 10,8% Representantes e agentes do comércio (exceto de veículos e motocicletas) /atacado 1,0% 5,8% 3,7% 6,7% 35,1% Comércio de matérias-primas agrícolas e animais vivos /atacado 6,9% 5,6% 4,2% 5,1% 2,3% Comércio especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo/atacado 16,6% 15,4% 18,7% 24,6% 17,1% Comércio de equipamentos e artigos de uso pessoal e doméstico/atacado 16,0% 25,1% 22,1% 20,5% 17,2% Tecidos, artefatos de tecidos e de armarinho, vestuário, calçados e artigos de viagem/atacado 1,7% 2,6% 3,2% 4,1% 4,7% Produtos farmacêutico, médico, ortopédico, odontológico e veterinário/atacado 10,3% 16,4% 11,9% 9,0% 4,8% Artigos de escritório e de papelaria; livros, jornais e outras publicações/atacado 1,2% 1,8% 2,2% 2,2% 1,5% Outros equipamentos e artigos de uso pessoal e doméstico/atacado 2,8% 4,3% 4,9% 5,2% 6,3% Comércio de produtos intermediários, resíduos e sucatas/atacado 38,4% 24,6% 23,4% 20,4% 17,4% Combustíveis e lubrificantes/atacado 26,7% 9,9% 7,9% 3,0% 1,3% Madeira, ferragens, ferramentas, material elétrico e material de construção/atacado 3,8% 5,8% 5,7% 6,9% 5,2% Produtos químicos, adubos e fertilizantes/atacado 3,9% 3,8% 3,5% 2,7% 2,0% Produtos siderúrgicos e metalúrgicos/atacado 1,2% 1,1% 1,5% 1,2% 0,5% Papel e papelão em bruto e de embalagens/atacado 0,4% 0,5% 0,8% 1,2% 1,4% Resíduos, sucatas e outros produtos/atacado 2,4% 3,6% 4,0% 5,6% 7,0% Comércio de equipamentos e produtos TIC/atacado 3,4% 3,8% 5,6% 2,5% 1,2% Comércio de máquinas, aparelhos e equipamentos (exceto de TIC) /atacado 6,2% 10,7% 12,7% 8,9% 6,8% Comércio não especializado/atacado 11,5% 9,0% 9,7% 11,4% 2,9% Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de Comércio, 2009. Elaborado pelo IPEAD/UFMG A Tabela 8 mostra que, dentro do segmento, os destaques foram os grupos “comércio de produtos intermediários, resíduos e sucatas”, “comércio especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo” e “comércio de equipamentos e artigos de uso pessoal e doméstico”, os quais mostraram as maiores participações nas variáveis analisadas. A exceção foi o grupo “representantes e agentes do comércio (exceto veículos automotores e motocicletas)” que apresentou a maior participação no número de empresas do segmento (35,1%). www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 35. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 35 O Gráfico 10 mostra que, de acordo com o “Ranking ABAD/Nielsen 2011”, o segmento atacadista distribuidor registrou crescimento real de 8,2% em 2010 em relação ao ano anterior, atingindo faturamento de R$ 151,2 bilhões. A participação do atacado nas vendas tem permanecido estável e significativa, acima dos 50%, no últimos seis anos. Em 2010, o segmento correspondeu a 52,8% do mercado mercearil brasileiro e atendeu a 1.024.293 pontos de venda. Gráfico 10 – Evolução do faturamento e da participação do setor atacadista distribuidor no setor mercearil , 2010 Fonte: Ranking ABAD 2011 – ABAD/Nielsen Segundo o referido Ranking, em 2010, Minas Gerais possuía 4 empresas da modalidade “atacado/distribuidor” dentre as 10 maiores do Brasil: Martins (1º), Tambasa (3º), Megafort (4º) e Atacado Vila Nova (9º). Destas, a Tambasa e a Megafort estão localizadas no Município de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nas categorias “balcão” e “operador” o Estado não apresentou empresas entre as 10 maiores do país. Na categoria “autosserviço”, Minas Gerais apresentou 4 empresas entre as 10 maiores do país: Vilefort Atacadista (6º), Apoio Mineiro (7º), Mart Minas Atacadista (8º) e Tonin (10º), das quais as três primeiras apresentam unidades em Belo Horizonte e ou na sua Região Metropolitana. O crescimento desta categoria é uma tendência verificada no segmento atacadista. De acordo com CNC (2008), as lojas de autosserviço, caracterizadas como um www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 36. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 36 misto entre varejo e atacado, estão cada vez mais comuns, principalmente quando situadas em zonas de alta concentração residencial ou que sejam circundadas por cidades pequenas muito próximas. Ainda segundo o estudo, “...as embalagens menores e menos sofisticadas tornam os preços mais atrativos ao consumidor, apesar do mix muitas vezes mais reduzido de produtos oferecidos e das poucas modalidades de pagamento.” (CNC, op. cit.) A comercialização de produtos de marca própria vem ganhando participação no segmento atacadista, entretanto, ainda é pouco representativa. De acordo com o “Ranking ABAD/Nielsen 2011”, em 2010 representou 29% dos produtos comercializados. Em relação às linhas de produtos comercializados, alimentos e higiene pessoal respondem por aproximadamente 55% destes. Os produtos relacionados à saúde são os menos comercializados, apesar de um pequeno aumento da participação entre 2009 e 2010, quando passou de 2,95% para 3,04%). (Gráfico 11) Gráfico 11 – Participação (%) nas vendas do atacado por linhas de produtos, Brasil, 2009 e 2010 Fonte: Ranking ABAD 2011, ABAD/NIELSEN Em relação à importância dos canais atendidos no faturamento das empresas atacadistas consideradas no “Ranking ABAD 2011”, em 2010 predominavam aquelas relacionadas ao varejo alimentar independente (34,2%), seguidas pelos transformadores (bares, lanchonetes, padarias, restaurantes, hotéis, hospitais e casas noturnas) (17,8%), pelos supermercados e lojas www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 37. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 37 de conveniência (15,9%), por outros (14,2%), pelos supermercados médios (7,0%), pelas drogarias (6,0%) e pelos grande e hiper supermercados (5%). Gráfico 12 – Importância dos canais atendidos no faturamento das empresas atacadistas, Brasil, 2009 e 2010 Fonte: Ranking ABAD 2011, ABAD/NIELSEN Entre 2009 e 2010 destaca-se o crescimento da participação de supermercados pequenos e lojas de conveniência, a qual passou de 14,9% para 15,9%. Tal movimento vem sendo apontado, por especialistas do setor, como um dos principais aspectos do bom desempenho do segmento atacadista atualmente, especialmente devido à expansão do poder de compra e do consumo das classes C, D e E. Segundo a Nielsen, 95% dos supermercados pequenos (de um a quatro checkouts) e 40% dos supermercados médios (de cinco a dezenove checkouts) são abastecidos por empresas atacadistas distribuidoras. E o pequeno e o médio varejo são os que mais atendem os consumidores das classes C, D e E. Em Belo Horizonte, predomina o comércio atacadista de produtos de consumo não alimentar, respondendo por 34,3% dos estabelecimentos e 29,4% dos empregos do segmento. Considerando a variável número de estabelecimentos, é seguido, de maneira mais significativa, pelo grupos “representantes comerciais e agentes do comércio” (18,8%), “comércio atacadista especializado em outros produtos” (10,7%) e “comércio atacadista especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo” (10,3%). Entretanto, quando se considera a variável número de empregos, é seguido, predominantemente, pelos grupos “comércio atacadista especializado em www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 38. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 38 produtos alimentícios, bebidas e fumo” (19,6%), “comércio atacadista de madeira, ferragens, ferramentas, material elétrico e material de construção” (13,4%) e comércio atacadista especializado em outros produtos (11,9%). (Tabela 9) Tabela 9 - Participação (%) dos grupos do comércio atacadista no total do número de estabelecimentos e do emprego no segmento, Belo Horizonte/MG, 2010 Grupos CNAE 2.0 Estabelecimentos Empregos Representantes comerciais e agentes do comércio, exceto de veículos automotores e motocicletas 18,8% 9,9% Comércio atacadista de matérias primas agrícolas e animais vivos 2,0% 1,0% Comércio atacadista especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo 10,3% 19,6% Comércio atacadista de produtos de consumo não alimentar 34,3% 29,4% Comércio atacadista de equipamentos e produtos TIC 3,3% 3,2% Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos, exceto TIC 9,3% 9,6% Comércio atacadista de madeira, ferragens, ferramentas, mat. elétrico e mat. construção 9,0% 13,4% Comércio atacadista especializado em outros produtos 10,7% 11,9% Comércio atacadista não especializado 2,3% 2,1% Fonte: MTE – RAIS, 2010. Elaborado pelo IPEAD/UFMG Cabe destacar que muitos dos estabelecimentos atacadistas comercializam uma cesta bastante diversificada de produtos e são conhecidos como pertencentes ao gênero “atacado generalista”. As empresas Tambasa e Megafort, citadas anteriormente, pertencem a este gênero. A Tambasa foi considerada o 2º maior atacado distribuidor generalista do Brasil. 6.3) Comércio varejista Em 2009 o comércio varejista respondeu por 41,9% da receita operacional líquida, 51,4% do valor adicionado, 61,9% dos salários, retiradas e outras remunerações, 73,4% do pessoal ocupado e 79,4% do número de empresas do setor comercial (Tabela 10). www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140
  • 39. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais Cadeia Produtiva do Comércio 39 Tabela 10 – Dados comparativos das empresas do segmento varejista, Brasil, 2009 Dados comparativos das empresas comerciais Salários, Divisões, grupos retira- Pessoal Receita Número e Valor das e ocupado operacional de classes de atividades adicionado outras re- em líquida empresas muneraçõe 31.12 s Comércio varejista/comércio 41,9% 51,4% 61,9% 73,4% 79,4% Comércio não especializado/varejo 32,5% 24,6% 25,0% 24,0% 16,7% Hipermercados e supermercados/varejo 24,6% 16,3% 16,2% 14,1% 1,0% Outros tipos de comércio não especializado com predominância de produtos alimentícios/varejo 4,5% 4,8% 6,0% 7,8% 14,5% Comércio não especializado sem predominância de produtos alimentícios/varejo 3,4% 3,4% 2,7% 2,1% 1,2% Comércio especializado/varejo 67,5% 75,4% 75,0% 76,0% 83,3% Comércio de produtos alimentícios, bebidas e fumo/varejo 3,1% 4,2% 6,3% 8,0% 10,0% Tecidos e artigos de armarinho/varejo 1,1% 1,7% 2,0% 2,6% 4,2% Artigos do vestuário e complementos/varejo 6,8% 10,0% 11,5% 12,7% 15,8% Calçados, artigos de couro e viagem/varejo 2,1% 3,5% 3,3% 3,6% 2,5% Combustíveis e lubrificantes/varejo 19,2% 10,4% 6,2% 5,2% 2,4% Produtos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos e artigos médicos, ortopédicos e de óptica/varejo 7,5% 9,3% 9,8% 8,8% 8,7% Eletrodomésticos, equipamentos de áudio e vídeo, instrumentos musicais e acessórios/varejo 4,5% 4,4% 4,8% 3,1% 1,2% Móveis, artigos de iluminação, peças e acessórios e outros artigos de uso doméstico/varejo 3,7% 4,7% 5,3% 5,2% 5,3% Material de construção/varejo 9,6% 12,9% 11,7% 12,0% 10,8% Equipamentos de informática e comunicação/varejo 2,1% 3,2% 3,3% 3,3% 4,2% Artigos culturais, recreativos e esportivos/varejo 2,5% 3,3% 3,6% 3,8% 5,5% Gás liquefeito de petróleo (GLP)/varejo 1,5% 1,3% 0,9% 0,8% 1,5% Outros produtos novos (5)/varejo 3,9% 6,3% 6,2% 6,7% 11,2% Comércio de artigos usados/varejo 0,0% 0,1% 0,1% 0,1% 0,2% Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de Comércio, 2009. Elaborado pelo IPEAD/UFMG Dentro do segmento, o grupo do comércio não especializado respondeu por 32,5% da receita operacional líquida, 24,6% do valor adicionado, 25,0% dos salários, retiradas e outras remunerações, 24,0% do pessoal ocupado e 16,7% dos estabelecimentos. Por sua vez, o grupo do comércio especializado respondeu por 67,5% da receita operacional líquida, 75,4% do valor adicionado, 75,0% dos salários, retiradas e outras remunerações, 76,0% do pessoal ocupado e 83,3% dos estabelecimentos. No comércio não especializado os hiper e supermercados apresentaram uma estrutura mais concentrada, representaram apenas 1,0% do número de empresas, entretanto responderam por www.ipead.face.ufmg.br • ipead@ipead.face.ufmg.br Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 • Pampulha FACE/UFMG • Bloco Administrativo • 2° andar Sala 2.011 • CEP: 31270 901 • Belo Horizonte/MG Tel: (31) 3409 7110 • Fax: (31) 3409 7140