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Comunicação e Democracia
                           IV Encontro Nacional da CNTU
                                         Porto Alegre, RS
                                                21/10/2011



                                           Prof. Dr. Marcos Dantas
                                      ESCOLA DE COMUNICAÇÃO DA UFRJ




Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Nos últimos dois anos, cresceu no Brasil o debate sobre políticas públicas e leis
regulamentadores relativas aos meios de comunicação e suas relações com a
economia nacional e a democracia. Na prática, a agenda está organizada em torno
dos seguintes tópicos;
   a) discussão de uma nova lei geral para as comunicações audiovisuais;
   b) projeto de lei sobre o Marco Civil da Internet, já enviado pelo Governo ao
Congresso;
   c) revisão da Lei do Direito Autoral;
   d)sanção pela Presidente Dilma, há poucos dias, da Lei 12.485 sobre Serviços de
Acesso Condicionado (TV por assinatura).

   O debate tem como pano de fundo:
   a) o reordenamento mundial do capital mediático levando à emergência de
conglomerados mundiais de comunicações;
   b) a consolidação da internet como novo meio de comunicação interpessoal, de
acesso à informação e ao entretenimento, com suas oportunidades e riscos.

    No Brasil e em outros países da América Latina, os rumos do debate estão sendo
muito afetados pelo protagonismo dos povos na política continental. Cresce a
consciência sobre o papel dos meios de comunicação na construção de projetos
políticos e identidades sociais. Ao lado das determinações econômicas, intervém
projetos políticos populares, a exemplo da I CONFECOM (dezembro de 2009).
1.
Economia Política das Comunicações
“Time is money”




                                                                       SBYh2KPjItA/TcLykdHovTI/AAAAAAAAF8g/8_3SzyE2Kro/s1600/marx.jpg
“O capital, por sua natureza, tende a superar toda
a barreira espacial. Por conseguinte, a criação
das condições físicas do intercâmbio – dos
meios de comunicação e de transporte – torna-se
para ele, e numa medida totalmente distinta, uma
realidade: a anulação do espaço pelo tempo”
(Marx, Grundrisse, Cad. V)


     D ⇒M... P... M’⇒D’




                                                                       http://4.bp.blogspot.com/-

                                                                       , acesso em 14/06/2011
                 TEMPO


“Quanto mais as metamorfoses da circulação
forem apenas ideais, isto é, quanto mais o           COMUNICAÇÕES
                                                     COMUNICAÇÕES
tempo de circulação for = zero ou se
aproximar de zero, tanto mais funciona o               D ⇒M... P ⇒D’
capital, tanto maior se torna a sua
produtividade e autovalorização” (Marx, O
Capital, L. II-1))                                            TEMPO
Uma possibilidade abortada
Por sua própria natureza, os meios de comunicação, embora desenvolvidos
para atender a demandas econômicas, prestam-se também a quaisquer outras
atividades sociais, ao entretenimento, à educação, à cultura e ao debate
político. Toda a história da evolução dos meios, desde a telegrafia, é a de uma
permanente disputa entre o seu controle econômico-político e suas
potencialidades democráticas.

“O radio poderia ser transformado de um
mecanismo de distribuição em um de
comunicação [...] Ou seja, isto seria
possível, se percebermos sua capacidade
não apenas para difusão, mas também de
recepção; não apenas para fazer os
ouvintes ouvirem, mas também para que
falem; não para os isolá-los, mas para pô-
los em contato uns com os outros”
(B.Brech, Teoria do Rádio)
                                                  http://4.bp.blogspot.com/-
                                                  aoG42HLFEtI/TXd0A2Lr5OI/AAAAAAAATn0/4BoC3vMpMK8/s400/bert
    No início da década 1920, o acesso ao espectro
                                                 de rádiofrequências era completamente livre e
                                                  olt-brecht-1947.jpg
      milhões de pessoas (6 milhões, nos EUA, em 1927) divertiam-se e se informavam trocando
    mensagens pelo rádio. Ao longo dessa década, em todos os países, os Estados assumiram o
     controle legal do espectro e o acesso, desde então, só é permitido a empresas devidamente
 licenciadas. O modelo de uso do rádio poderia ter sido totalmente distinto deste que conhecemos.
Sociedade do espetáculo
O cinema, a música popular, os esportes, a programação do rádio e da televisão
vieram ganhando crescente importância na vida cotidiana prática das pessoas e,
   daí, nas suas referências culturais e psicológicas, ao longo do século XX. O
  espetáculo não ocupa apenas o tempo livre, mas mobiliza todo um complexo
    industrial e, sobretudo, estrutura as relações identitárias e distintivas que
                              constituem o consumo.



                                                   “Toda a vida das
                                                   sociedades nas quais
                                                   reinam as modernas
                                                   condições de produção se
                                                   apresenta como uma
                                                   imensa acumulação de
                                                   espetáculos [...] O
                                                   espetáculo não é um
                                                   conjunto de imagens, mas
                                                   uma relação social entre
                                                   pessoas, mediada por
                                                   imagens” (G. DÉBORD)
Consumo de marcas
 No capitalismo contemporâneo (capital-
 informação),o processo produtivo visa
construir e consolidar marcas. O trabalho
  central mobilizado pelas corporações
      industrial-financeiras globais
  (“corporação-rede”) tem por objeto a
 pesquisa científico-técnica, o projeto, o
 desenho, o marketing, a publicidade. O
   trabalho periférico tem por objeto a
            produção material.
    A marca está vinculada a gostos,
emoções, estilos de vida, desejos, status,
   identidades, valores subjetivos que
 movimentam as compras e os usos dos
 objetos necessários ao nosso dia a dia.
   O consumo tornou-se uma prática
  essencialmente distintiva. Dá-se na
 relação prática do consumidor com a
   marca, relação esta produtora de
 subjetividades, na qual exercerá papel
   determinante a indústria cultural.
... e a telinha é o espetáculo
    MARCA



                                      MARCA

MARCA




MARCA
                                     MARCA


             MARCA
16


       O capital do espetáculo



   O espetáculo resulta de um processo produtivo que
  associa os próprios promotores do espetáculo (FIFA,
 Hollywood etc.), grandes grupos industriais mundiais
     fabricantes de equipamentos eletro-eletrônicos
(Samsung, Toshiba, Sharp, Phillips, Nokia etc.), grandes
     grupos marqueteiros (Nike, Adidas, Bennetton,
 Heinneker, McDonnald, Coca-Cola etc.), e corporações
   mediáticas globais que levam os espetáculos até os
    consumidores através dos terminais de televisão,
computador, “celular” (emissoras de TV, operadores de
                 telecomunicações etc.)




                                                           9
3.
Capital mediático-financeiro
Comunicações: do regime público…
                    A indústria das comunicações (equipamentos, conteúdos, infra-
 Esse REGIME
                     estrutura) mudou nos últimos 20 anos. Durante a maior parte
 foi construído
entre 1910-1930
                        dos século XX, essa indústria dividia-se em segmentos
                    economica e culturalmente distintos, ainda que eventualmente
                         parceiros. O debate político e as normas regulatórias
                         distinguiam cinema, radiodifusão, telecomunicações.

       TELECOMUNICAÇÕES
         Comunicação ponto-a-ponto
                                        X                RADIODIFUSÃO
                                                    Comunicação ponto-a-massa
                bidirecional                              unidirecional




       Transmissão de um sinal com      Produção e distribuição de conteúdos:
          qualidade: conversações       notícias, entretenimentos, dramaturgia etc.
Esse REGIME
começou a ser
desmontado na
 década 1980

       NESSE REGIME QUE PREVALECEU DURANTE A MAIOR PARTE DO SÉCULO
   XX, AS COMUNICAÇÕES ERAM ENTENDIDAS COMO SERVIÇO PÚBLICO
… ao regime de mercado
 Definimos esse fenômeno que costuma ser denominado ‘convergência dos meios’
 como um processo econômico, político e cultural que está fazendo convergir para
um mesmo regime de negócios e de práticas sociais, o conjunto da cadeia produtiva
    da indústria cultural suportada em meios eletro-eletrônicos de comunicação

      TELECOMUNICAÇÕES
                                         X              RADIODIFUSÃO




ESSE QUE REGIME QUE COMEÇA A SER IMPLANTADO NO BOJO DAS REFORMAS
NEO-LIBERAIS DO FINAL DO SÉCULO XX, AS COMUNICAÇÕES PASSAM A SER
ENTENDIDAS COMO SERVIÇOS PRIVADOS, ORIENTADOS PARA O MERCADO,
CONFORME OS “INTERESSES DO CONSUMIDOR”.
Cadeia produtiva do espetáculo
                                           Fabricantes de equipamentos
                                               Sistemas                                             Recepção
          Estúdio                             servidores                 Transmissão


  Produção de conteúdos                     Programação                  Distribuição




                                                                                                         Consumo
                                                                           Empacota-


                                                                                       Transporte
                             Processa-




                                              Armazena-



                                                          Montagem




                                                                                        e Entrega
                Produção
      Criação




                               mento




                                                                            mento
                                                mento
     Produtores de                       Programadores                Operadores de rede                 Usuários
      conteúdos                             Organizam os              Implantam e gerenciam             Dispõem de
Por “conteúdo” entende-se                   conteúdos em                  a infra-estrutura              diferentes
     filmes, espetáculos                     “canais” de             (“plataforma”) de acesso        dispositivos para
  artísticos ou esportivos,               programação que                  e, geralmente,                acesso a
programas jornalísticos ou               podem ser lineares,          organizam os “pacotes”         conteúdos, desde
     de auditório, jogos                   não-lineares ou            de programação linear.             a TV ou o
 eletrônicos, sítios e blogs                 reticulares                                              computador, até
                                              (internet).             Pode haver barreiras à         terminais móveis.
    na internet etc., etc.,                                             entrada de muitos
  visando entretenimento,                  Em princípio, a             operadores, mas as             Beneficiam-se da
   informação, cultura ou                  quantidade de                situações variam              multiplicação das
          educação                         programadores             conforme os mercados e            plataforma de
Em princípio, a quantidade                 pode ser muito                as tecnologias.                   acesso
 de produtores é infinita                      grande
Infra-estrutura sob controle




                       Rede mundial da Level 3/Global Crossing




                                              A Level 3, após adquirir a Global Crossing, em
                        http://www.ethernut.net/wp-content/uploads/2011/04/level3_gc_map_lg.jpg
                                                  2011, controla 70% do tráfego mundial
                                                                                     da internet

Uma complexa infra-estrutura mundial de cabos óticos, satélites, torres de rádiodifusão
e de comunicações sem-fio, permite o tráfego de informação em alta velocidade ao redor
do mundo. Internacionalmente, esse tráfego, inclusive o da internet, é suportado por um
pequeno número de grandes corporações de telecomunicações: AT&T, AOL-Time
Warner, British Telecom, Verizon Business, Deutsche Telekom, NTT Communications,
Qwest, Cogent, SprintLink, TIWS e Level 3/Global Crossing.
O capital que      Graças às redes mundiais de comunicações (como as
  não dorme         da AT&T), o capital financeiro pode girar à volta do
                    mundo 24 horas sem parar, pulando de mercado em
                    mercado, ao sabor dos fusos horários.

                    18h           12h                       0h




                                                                      http://www.corp.att.com/globalnetworking/media/network_map.swf,
                                                                      acesso em 22/03/2008
Mercados
financeiros Los     Nova    Londres            Hong-Kong
          Angeles   York         Frankfurt                   Tóquio
Maiores grupos mediáticos globais                        Os novos donos do poder
                         (2004)
    Empresa                     País           Vendas
                                             (USD 109)
                                                             A indústria de entretenimento e
  1 Time Warner
                                                                as corporações mediáticas
                                EUA                 29,4
                                                                 estadunidenses dominam
  2 Walt Disney                 EUA                 20,5     amplamente o novo cenário das
  3 Comcast                     EUA                 20,1       comunicações. A hegemonia
  4 Viacom                      EUA                 19,1        mundial dos EUA em larga
  5 News Corp.*                 EUA                 14,9     medida se apóia nesse seu soft
  6 NBC Universal               EUA                 12,9                    power
  7 DirecTV                     EUA                 10,3        Por isso, a Europa adotou a
  8 Liberty Media               EUA                  7,7     diretriz Televisão sem Fronteiras
  9 Vivendi Universal         França                 7,3       que visa proteger a produção
 10 ARD**                    Alemanha                6,8          audiovisual européia da
 11 BBC***                        RU                 6,8            “invasão americana”
 12 Sony**                     Japão                 6,8
 13 BSkyB                         RU                 6,7
 14 Echostar                    EUA                  6,7   Toda a indústria audiovisual
 15 NHK***                     Japão                 6,3   brasileira faturou USD 6,8 bilhões




                                                                                                 dólares médios de 2005
                                                                                                 Fonte: A. P. GALVÃO,
 16 RTL Group              Luxemburgo                5,7   em 2005
 17 Cox Enterprises             EUA                  5,1   A receita total da televisão
 18 Cablevision                 EUA                  4,9   terrestre brasileira foi de USD 3,9
 19 Fuji TV                    Japão                 4,4   bilhões (R$ 9,5 bilhões), em 2005
 20 Mediaset                   Italia                4,3   A receita total da TV paga, no
* Ano fiscal findo em junho 2004
                                           Fonte: IDATE    Brasil, foi de USD 2,1 bilhões (R$
** Ano fiscal encerrado em dezembro 2003                   5,04 bilhões), em 2005
*** Ano fiscal encerrado em março 2004
Corporação Disney



       Produção             Programação           Transporte                AUDIÊNCIA
  Walt Disney Studios        ABC Network           Entrega
    Walt Disney Internet     Disney Channel                                      USD 34,3
      Buena Vista                         ESPN            ABC Cable             bilhões em
                    Pixar     Radio Disney                                      190 países
                               Jetix Channel            Miramax
    UTV Software (India)                                                           (2008)
                            Hyperion (livros)
     Touchstone
                            Disney Music
Club Penguin (internet)



   Principais acionistas:
   Steve Jobs (7,35%); Fidelity (5,5%); State Street (3,64%), AXA (2,9%);
   Vanguard (2,6%); Southeastern Asset Management (2,6%); Legg Mason
   (2,38%); State Farm (2,2%); Kingdon Holdings (1%)
                                       Elaboração do autor, com base em Arsenault e Castells (2008)
Corporação Time-Warner



                                                              Produção          Programação               Transporte                AUDIÊNCIA
                                                                                   HBO         TNT         Entrega
                                                             HBO       CNN
                                                                                         CNN     TCM                                     USD 43,7
                                                              Cartoon Network
                                                                                    Cartoon Network              TimeWarner               bilhões
                                                                Time Inc.                                           Cable
                                                              Warner Brothers        Boomerang                                             (2008)
                                                                                          Cinemax              47 canais
                                                             Hanna Barbera         AOL                        regionais e
                                                            Netscape                                         locais (EUA )
                                                                                   CNN Mobile
http://claudiarosinha.files.wordpress.com/2010/06/time.




                                                          Principais acionistas:
                                                          Dodge&Cox (7,14%); AXA (5,79%); Capital Group (4,6%); Fidelity
                                                          (4,13%); Goldman Sachs (3,25%); Liberty Media (3%); Vanguard (2,95%);
                                                          Muneef Tarmoon - EAU (2,39%)
                                                                                               Elaboração do autor, com base em Arsenault e Castells (2008)
jpg
O capital financeiro e o entretenimento mediático

Fidelity                       Time-Warner (4,13%), Disney (5,5%), News Corp
                         (0,96%), Google (11,49%), Yahoo! (1,6%), Apple (6,4%).

AXA                           Time-Warner (5,79%), Disney (2,9%), CBS (12,2%),
                         Microsoft (1,26%), Apple (3,86%).

Vanguard                       Time-Warner (2,95%), Disney (2,6%) e na
                         Microsoft (2,5%).

Goldman Sachs                    Time-Warner (3,25%), CBS (6,8%), Microsoft
                         (1,2%), Yahoo! (2,02%)




                                                                                                                      Fonte: Arseneault e Castells (2008)
State Street                   Disney (3,64%), Viacom (3,46%), CBS (4,12%),
                         Apple (2,96%).

Barclay’s                     Viacom (3,5%), CBS (3,24%), Microsoft (4,05%),
                         Apple (3,69%).

Capital Research                       CBS (5,95%), Google (8,3%), Yahoo! (11,6%).
http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRGRhCKOFkR1PmvLlisYFG1JCRPL4EE6YxH3FsX5DJ3rQPEVNOMVQ, acesso em 25/05/2011
3.
Brasil, mercado ou democracia?
O debate brasileiro



  O debate político-regulatório no Brasil, não pode
ignorar essas novas realidades econômicas e,
mesmo, sócio-culturais. Mas não pode e nem deve
apenas conformar-se a elas. Amplos setores da nossa
sociedade estão mobilizados pela construção de um
regime, nas comunicações, que sirva à ampliação dos
espaços democráticos e imponha freios (cada vez
mais necessários) ao mercado. E não podemos
permitir que a rica diversidade da cultura brasileira
seja pasteurizada pela “globalização” mediática.
Cenário regulatório: caos
                                           CÓDIGO BRASILEIRO DE COMUNICAÇÃO (1962)

 Esse REGIME
 foi construído                   EMBRATEL (1965)                              TV GLOBO (1963)
entre 1960-1970
                                        TELEBRÁS (1971)       Formação das redes nacionais de
                                                                  TV. No início da década 1990,
                         Formação de um sistema brasileiro        74% das residências brasileiras
                             de telecomunicações. No início       possuíam receptores de TV
                             da década 1990, todos os
                             municípios brasileiros estão
  30 a 40 anos anos...
  30 a 40 anos anos...




                             interligados por troncos de
                             microondas ou satélite e 19%
                             das residências possuem linhas
                             telefônicas.                 LEI DO CABO (1995)

                              LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES (1997)

              Privatização sistema brasileiro                    Expansão da TV a cabo: 20% das
                   de telecomunicações.                              residências em 2011. TV
                   Telefonia básica chega a                          aberta chega a 90% dos lares
                   60% dos lares. Expansão                           (ano 2000). Introdução da TV
Esse REGIME        da telefonia celular, banda
começou a ser
                                                                     digital.
                   larga etc.
desmontado na
 década 1990
                                UM NOVO CÓDIGO PARA AS COMUNICAÇÕES CONVERGENTES?
O que diz a Constituição?

  Artº 21: Compete à União:
  ...
   XI) explorar diretamente ou mediante autorização,
  concessão ou permissão, os serviços de
  telecomunicações...
  XII) explorar diretamente ou mediante autorização,
  concessão ou permissão:
   a) os serviços de radiodifusão sonora e de sons e
  imagens;
   b) ...; c) .... etc..

O artº 21, ítem XI, cujo texto atual, permitindo o investimento privado, resulta
de emenda em 1996, foi regulamentado em 1997: a LGT. O ítem XII, inciso a
 e o Capítulo sobre Comunicação Social permanecem sem regulamentação
A Comunicação Social na Constituição (Tit. VIII, Cap. 5)




                          http://www.effective-time-management-strategies.com/images/smartphones.jpg
                                                                                                       Artigo 221


                        “A produção e programação das
                         emissoras de rádio e televisão
  A Constituição,     atenderão aos seguintes princípios:
                                                                   A Constituição
conforme emenda      I – preferência a atividades educativas,     determina que as
      em 2002,           artísticas, culturais, informativas;
                                                                    concessões
 estabelece limite      II – promoção da cultura nacional e         respeitem a
   de 30% para a            regional e estímulo à produção
                            independente que objetive sua            necessária
  participação de                                               “complementaridade”
                                       divulgação;
pessoas jurídicas                                                 entre os serviços
   no capital de           III – regionalização da produção
                            cultural, artística e jornalística,  públicos, estatais e
    controle das       conforme percentuais estabelecidos             privados
   empresas de                                                                                          em lei;
    radiodifusão
                     IV – respeito a valores éticos e sociais
                             da pessoa e da família”




  Nenhuma lei infraconstitucional regulamentou até hoje esses princípios
Radiodifusão não está limitada ao espectro aberto




                      http://www.effective-time-management-strategies.com/images/smartphones.jpg
                                                   A lei brasileira e seus
      O negócio das                                regulamentos devem
       corporações                                 distinguir claramente
  mediáticas globais é                               conteúdo e infra-
        produção,                                estrutura e, se possível,
      programação e                                     produção de
        entrega de                               programação. Se essas
        conteúdos                                  atividades se tornam
    (entretenimento).                              transparentes para a
   Por isso, aliás, na                              sociedade e para os
      maior parte do                                     organismos
     mundo, elas são                              reguladores, abre-se a
     regulamentadas                                 possibilidade de se
    como um tipo de                               fomentar a entrada de
       radiodifusão                             atores plurais e diversos
    (broadcasting) e,                              na cadeia produtiva,
  não, como um tipo                                  além de se coibir
            de                                    práticas monopolistas
   telecomunicações                                 inerentes a cadeias
Em respeito à Constituição, todas as plataformas devem ser regulamentadas
                                                       verticalizadas.
  de modo a garantir o necessário espaço aos sistemas público, estatal e
   comercial, respeitadas condicionantes tecnológicas ou econômicas
16


   Brasil já protege conteúdo nacional


  A fim de impor restrições ao processo de desnacionalização do
  audiovisual brasileiro, o Brasil acaba de adotar a Lei 12.485 que
dispõe sobre Serviços de Acesso Condicionado (TV por assinatura).
 A lei introduz cotas de programação e transmissão de conteúdos
    nacionais no “espaço qualificado” (tempo não ocupado por
    jornalismo, programas de auditório, coberturas esportivas,
                          publicidade etc.).

a) em todos os “pacotes”, a cada 3 canais de “espaço qualificado”,
 haverá um (até o limite de 12) exclusivo para produção nacional;
b) no “espaço qualificado”, 3h30 semanais deverão ser reservadas
      para a produção nacional, sendo metade para produção
                            independente.
  c) Foi fortalecido o fundo de fomento ao audiovisual que deverá
      contar com recursos firmes de R$ 300 milhões por ano.




                     No entanto, esta é mais uma lei fragmentária…
                                                              26
Arquitetura possível
   POLÍTICA PARA CONTEÚDOS
  1) Fomentar a produção privada não-comercial (ou público não–estatal);
  2) Fortalecer a produção público-estatal; e
  3) Proteger e estimular a produção comercial nacional.

                                            Não-comercial
                       CONTEÚDOS                 Estatal
                                                Comercial

                               REDES          Regime privado

                                           Regime público

                                                                          TERMINAL DE ACESSO
  POLÍTICA PARA INFRA-ESTRUTURA (REDES)
  1) Distinguir operação de rede e produção/programação de
conteúdos, inclusive na radiodifusão
  2) Estender o conceito de redes em regime público para a banda
larga e telefonia celular;
                                                                                  Obs: redes em regime
  3) Construir e operar uma infra-estrutura público-estatal nacional; e           público não são
                                                                                  necessariamente
  4) Estimular infra-estruturas público-estatais de base e alcance                apenas infra-estrutura
                                                                                  básica para as redes
municipais.                                                                       em regime privado
20 PONTOS PARA UMA COMUNICAÇÃO DEMOCRÁTICA
1.    Arquitetura institucional democrática;
2.    Participação social;
3.    Separação infra-estrutura e conteúdo;
4.    Garantia de redes abertas e neutras;
5.    Universalização dos serviços essenciais;
6.    Adoção de padrões abertos e interoperáveis e apoio à tecnologia nacional;
7.    Regulamentação da complementariedade dos sistemas e fortalecimento do
      sistema público deUM PROCESSO POLÍTICO QUE TEVE
                   APÓS comunicação;
8.    Fortalecimento das NA Iª CONFERÊNCIA árias;
                   INÍCIO rádios e TVs comunitNACIONAL DE
9.    Democracia, transparência e pluralidade de outorgas;
                       COMUNICAÇÕES (Iª CONFECOM), O
10.   Limite à concentração nas comunicações;
                            AMPLO MOVIMENTO PELA
11.   Proibição de outorgas para políticos; COMUNICAÇÕES
                   DEMOCRATIZAÇÃO DAS
12.   Garantia de produção e veiculação nacional, regional e estímulo à
                       ANUNCIOU, NESTA SEMANA, A SUA
      programação independente;
13.   Promoção daPLATAFORMA PARA UM NOVO MARCO sexual, de classes
                     diversidade étnico-racial, de orientação
      sociais e de crença; REGULATÓRIO BRASILEIRO.
14.   Criação de mecanismos de responsabilização das mídias por violações de
                        O documento pode ser lido no sítio
      direitos humanos;
                   http://www.comunicaçãodemocratica.org.br
15.   Aprimoramento de mecanismos de proteção às crianças e adolescentes;
16.   Estabelecimento de normas e códigos que objetivem a diversidade de
      pontos de vista e o tratamento equilibrado do conteúdo jornalístico;
17.   Regulamentação da publicidade;
18.   Definição de critérios legais e de mecanismos de transparência para a
      publicidade oficial;
19.   Leitura e práticas críticas para a mídia;
20.   Acessibilidade comunicacional
OBRIGADO!

http://www.marcosdantas.pro.br
prof.mdantasdantas@gmail.com

ESCOLA DE COMUNICAÇÃO DA UFRJ

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Democracia e comunicação

  • 1. Comunicação e Democracia IV Encontro Nacional da CNTU Porto Alegre, RS 21/10/2011 Prof. Dr. Marcos Dantas ESCOLA DE COMUNICAÇÃO DA UFRJ Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
  • 2. Nos últimos dois anos, cresceu no Brasil o debate sobre políticas públicas e leis regulamentadores relativas aos meios de comunicação e suas relações com a economia nacional e a democracia. Na prática, a agenda está organizada em torno dos seguintes tópicos; a) discussão de uma nova lei geral para as comunicações audiovisuais; b) projeto de lei sobre o Marco Civil da Internet, já enviado pelo Governo ao Congresso; c) revisão da Lei do Direito Autoral; d)sanção pela Presidente Dilma, há poucos dias, da Lei 12.485 sobre Serviços de Acesso Condicionado (TV por assinatura). O debate tem como pano de fundo: a) o reordenamento mundial do capital mediático levando à emergência de conglomerados mundiais de comunicações; b) a consolidação da internet como novo meio de comunicação interpessoal, de acesso à informação e ao entretenimento, com suas oportunidades e riscos. No Brasil e em outros países da América Latina, os rumos do debate estão sendo muito afetados pelo protagonismo dos povos na política continental. Cresce a consciência sobre o papel dos meios de comunicação na construção de projetos políticos e identidades sociais. Ao lado das determinações econômicas, intervém projetos políticos populares, a exemplo da I CONFECOM (dezembro de 2009).
  • 3. 1. Economia Política das Comunicações
  • 4. “Time is money” SBYh2KPjItA/TcLykdHovTI/AAAAAAAAF8g/8_3SzyE2Kro/s1600/marx.jpg “O capital, por sua natureza, tende a superar toda a barreira espacial. Por conseguinte, a criação das condições físicas do intercâmbio – dos meios de comunicação e de transporte – torna-se para ele, e numa medida totalmente distinta, uma realidade: a anulação do espaço pelo tempo” (Marx, Grundrisse, Cad. V) D ⇒M... P... M’⇒D’ http://4.bp.blogspot.com/- , acesso em 14/06/2011 TEMPO “Quanto mais as metamorfoses da circulação forem apenas ideais, isto é, quanto mais o COMUNICAÇÕES COMUNICAÇÕES tempo de circulação for = zero ou se aproximar de zero, tanto mais funciona o D ⇒M... P ⇒D’ capital, tanto maior se torna a sua produtividade e autovalorização” (Marx, O Capital, L. II-1)) TEMPO
  • 5. Uma possibilidade abortada Por sua própria natureza, os meios de comunicação, embora desenvolvidos para atender a demandas econômicas, prestam-se também a quaisquer outras atividades sociais, ao entretenimento, à educação, à cultura e ao debate político. Toda a história da evolução dos meios, desde a telegrafia, é a de uma permanente disputa entre o seu controle econômico-político e suas potencialidades democráticas. “O radio poderia ser transformado de um mecanismo de distribuição em um de comunicação [...] Ou seja, isto seria possível, se percebermos sua capacidade não apenas para difusão, mas também de recepção; não apenas para fazer os ouvintes ouvirem, mas também para que falem; não para os isolá-los, mas para pô- los em contato uns com os outros” (B.Brech, Teoria do Rádio) http://4.bp.blogspot.com/- aoG42HLFEtI/TXd0A2Lr5OI/AAAAAAAATn0/4BoC3vMpMK8/s400/bert No início da década 1920, o acesso ao espectro de rádiofrequências era completamente livre e olt-brecht-1947.jpg milhões de pessoas (6 milhões, nos EUA, em 1927) divertiam-se e se informavam trocando mensagens pelo rádio. Ao longo dessa década, em todos os países, os Estados assumiram o controle legal do espectro e o acesso, desde então, só é permitido a empresas devidamente licenciadas. O modelo de uso do rádio poderia ter sido totalmente distinto deste que conhecemos.
  • 6. Sociedade do espetáculo O cinema, a música popular, os esportes, a programação do rádio e da televisão vieram ganhando crescente importância na vida cotidiana prática das pessoas e, daí, nas suas referências culturais e psicológicas, ao longo do século XX. O espetáculo não ocupa apenas o tempo livre, mas mobiliza todo um complexo industrial e, sobretudo, estrutura as relações identitárias e distintivas que constituem o consumo. “Toda a vida das sociedades nas quais reinam as modernas condições de produção se apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos [...] O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens” (G. DÉBORD)
  • 7. Consumo de marcas No capitalismo contemporâneo (capital- informação),o processo produtivo visa construir e consolidar marcas. O trabalho central mobilizado pelas corporações industrial-financeiras globais (“corporação-rede”) tem por objeto a pesquisa científico-técnica, o projeto, o desenho, o marketing, a publicidade. O trabalho periférico tem por objeto a produção material. A marca está vinculada a gostos, emoções, estilos de vida, desejos, status, identidades, valores subjetivos que movimentam as compras e os usos dos objetos necessários ao nosso dia a dia. O consumo tornou-se uma prática essencialmente distintiva. Dá-se na relação prática do consumidor com a marca, relação esta produtora de subjetividades, na qual exercerá papel determinante a indústria cultural.
  • 8. ... e a telinha é o espetáculo MARCA MARCA MARCA MARCA MARCA MARCA
  • 9. 16 O capital do espetáculo O espetáculo resulta de um processo produtivo que associa os próprios promotores do espetáculo (FIFA, Hollywood etc.), grandes grupos industriais mundiais fabricantes de equipamentos eletro-eletrônicos (Samsung, Toshiba, Sharp, Phillips, Nokia etc.), grandes grupos marqueteiros (Nike, Adidas, Bennetton, Heinneker, McDonnald, Coca-Cola etc.), e corporações mediáticas globais que levam os espetáculos até os consumidores através dos terminais de televisão, computador, “celular” (emissoras de TV, operadores de telecomunicações etc.) 9
  • 11. Comunicações: do regime público… A indústria das comunicações (equipamentos, conteúdos, infra- Esse REGIME estrutura) mudou nos últimos 20 anos. Durante a maior parte foi construído entre 1910-1930 dos século XX, essa indústria dividia-se em segmentos economica e culturalmente distintos, ainda que eventualmente parceiros. O debate político e as normas regulatórias distinguiam cinema, radiodifusão, telecomunicações. TELECOMUNICAÇÕES Comunicação ponto-a-ponto X RADIODIFUSÃO Comunicação ponto-a-massa bidirecional unidirecional Transmissão de um sinal com Produção e distribuição de conteúdos: qualidade: conversações notícias, entretenimentos, dramaturgia etc. Esse REGIME começou a ser desmontado na década 1980 NESSE REGIME QUE PREVALECEU DURANTE A MAIOR PARTE DO SÉCULO XX, AS COMUNICAÇÕES ERAM ENTENDIDAS COMO SERVIÇO PÚBLICO
  • 12. … ao regime de mercado Definimos esse fenômeno que costuma ser denominado ‘convergência dos meios’ como um processo econômico, político e cultural que está fazendo convergir para um mesmo regime de negócios e de práticas sociais, o conjunto da cadeia produtiva da indústria cultural suportada em meios eletro-eletrônicos de comunicação TELECOMUNICAÇÕES X RADIODIFUSÃO ESSE QUE REGIME QUE COMEÇA A SER IMPLANTADO NO BOJO DAS REFORMAS NEO-LIBERAIS DO FINAL DO SÉCULO XX, AS COMUNICAÇÕES PASSAM A SER ENTENDIDAS COMO SERVIÇOS PRIVADOS, ORIENTADOS PARA O MERCADO, CONFORME OS “INTERESSES DO CONSUMIDOR”.
  • 13. Cadeia produtiva do espetáculo Fabricantes de equipamentos Sistemas Recepção Estúdio servidores Transmissão Produção de conteúdos Programação Distribuição Consumo Empacota- Transporte Processa- Armazena- Montagem e Entrega Produção Criação mento mento mento Produtores de Programadores Operadores de rede Usuários conteúdos Organizam os Implantam e gerenciam Dispõem de Por “conteúdo” entende-se conteúdos em a infra-estrutura diferentes filmes, espetáculos “canais” de (“plataforma”) de acesso dispositivos para artísticos ou esportivos, programação que e, geralmente, acesso a programas jornalísticos ou podem ser lineares, organizam os “pacotes” conteúdos, desde de auditório, jogos não-lineares ou de programação linear. a TV ou o eletrônicos, sítios e blogs reticulares computador, até (internet). Pode haver barreiras à terminais móveis. na internet etc., etc., entrada de muitos visando entretenimento, Em princípio, a operadores, mas as Beneficiam-se da informação, cultura ou quantidade de situações variam multiplicação das educação programadores conforme os mercados e plataforma de Em princípio, a quantidade pode ser muito as tecnologias. acesso de produtores é infinita grande
  • 14. Infra-estrutura sob controle Rede mundial da Level 3/Global Crossing A Level 3, após adquirir a Global Crossing, em http://www.ethernut.net/wp-content/uploads/2011/04/level3_gc_map_lg.jpg 2011, controla 70% do tráfego mundial da internet Uma complexa infra-estrutura mundial de cabos óticos, satélites, torres de rádiodifusão e de comunicações sem-fio, permite o tráfego de informação em alta velocidade ao redor do mundo. Internacionalmente, esse tráfego, inclusive o da internet, é suportado por um pequeno número de grandes corporações de telecomunicações: AT&T, AOL-Time Warner, British Telecom, Verizon Business, Deutsche Telekom, NTT Communications, Qwest, Cogent, SprintLink, TIWS e Level 3/Global Crossing.
  • 15. O capital que Graças às redes mundiais de comunicações (como as não dorme da AT&T), o capital financeiro pode girar à volta do mundo 24 horas sem parar, pulando de mercado em mercado, ao sabor dos fusos horários. 18h 12h 0h http://www.corp.att.com/globalnetworking/media/network_map.swf, acesso em 22/03/2008 Mercados financeiros Los Nova Londres Hong-Kong Angeles York Frankfurt Tóquio
  • 16. Maiores grupos mediáticos globais Os novos donos do poder (2004) Empresa País Vendas (USD 109) A indústria de entretenimento e 1 Time Warner as corporações mediáticas EUA 29,4 estadunidenses dominam 2 Walt Disney EUA 20,5 amplamente o novo cenário das 3 Comcast EUA 20,1 comunicações. A hegemonia 4 Viacom EUA 19,1 mundial dos EUA em larga 5 News Corp.* EUA 14,9 medida se apóia nesse seu soft 6 NBC Universal EUA 12,9 power 7 DirecTV EUA 10,3 Por isso, a Europa adotou a 8 Liberty Media EUA 7,7 diretriz Televisão sem Fronteiras 9 Vivendi Universal França 7,3 que visa proteger a produção 10 ARD** Alemanha 6,8 audiovisual européia da 11 BBC*** RU 6,8 “invasão americana” 12 Sony** Japão 6,8 13 BSkyB RU 6,7 14 Echostar EUA 6,7 Toda a indústria audiovisual 15 NHK*** Japão 6,3 brasileira faturou USD 6,8 bilhões dólares médios de 2005 Fonte: A. P. GALVÃO, 16 RTL Group Luxemburgo 5,7 em 2005 17 Cox Enterprises EUA 5,1 A receita total da televisão 18 Cablevision EUA 4,9 terrestre brasileira foi de USD 3,9 19 Fuji TV Japão 4,4 bilhões (R$ 9,5 bilhões), em 2005 20 Mediaset Italia 4,3 A receita total da TV paga, no * Ano fiscal findo em junho 2004 Fonte: IDATE Brasil, foi de USD 2,1 bilhões (R$ ** Ano fiscal encerrado em dezembro 2003 5,04 bilhões), em 2005 *** Ano fiscal encerrado em março 2004
  • 17. Corporação Disney Produção Programação Transporte AUDIÊNCIA Walt Disney Studios ABC Network Entrega Walt Disney Internet Disney Channel USD 34,3 Buena Vista ESPN ABC Cable bilhões em Pixar Radio Disney 190 países Jetix Channel Miramax UTV Software (India) (2008) Hyperion (livros) Touchstone Disney Music Club Penguin (internet) Principais acionistas: Steve Jobs (7,35%); Fidelity (5,5%); State Street (3,64%), AXA (2,9%); Vanguard (2,6%); Southeastern Asset Management (2,6%); Legg Mason (2,38%); State Farm (2,2%); Kingdon Holdings (1%) Elaboração do autor, com base em Arsenault e Castells (2008)
  • 18. Corporação Time-Warner Produção Programação Transporte AUDIÊNCIA HBO TNT Entrega HBO CNN CNN TCM USD 43,7 Cartoon Network Cartoon Network TimeWarner bilhões Time Inc. Cable Warner Brothers Boomerang (2008) Cinemax 47 canais Hanna Barbera AOL regionais e Netscape locais (EUA ) CNN Mobile http://claudiarosinha.files.wordpress.com/2010/06/time. Principais acionistas: Dodge&Cox (7,14%); AXA (5,79%); Capital Group (4,6%); Fidelity (4,13%); Goldman Sachs (3,25%); Liberty Media (3%); Vanguard (2,95%); Muneef Tarmoon - EAU (2,39%) Elaboração do autor, com base em Arsenault e Castells (2008) jpg
  • 19. O capital financeiro e o entretenimento mediático Fidelity Time-Warner (4,13%), Disney (5,5%), News Corp (0,96%), Google (11,49%), Yahoo! (1,6%), Apple (6,4%). AXA Time-Warner (5,79%), Disney (2,9%), CBS (12,2%), Microsoft (1,26%), Apple (3,86%). Vanguard Time-Warner (2,95%), Disney (2,6%) e na Microsoft (2,5%). Goldman Sachs Time-Warner (3,25%), CBS (6,8%), Microsoft (1,2%), Yahoo! (2,02%) Fonte: Arseneault e Castells (2008) State Street Disney (3,64%), Viacom (3,46%), CBS (4,12%), Apple (2,96%). Barclay’s Viacom (3,5%), CBS (3,24%), Microsoft (4,05%), Apple (3,69%). Capital Research CBS (5,95%), Google (8,3%), Yahoo! (11,6%). http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRGRhCKOFkR1PmvLlisYFG1JCRPL4EE6YxH3FsX5DJ3rQPEVNOMVQ, acesso em 25/05/2011
  • 20. 3. Brasil, mercado ou democracia?
  • 21. O debate brasileiro O debate político-regulatório no Brasil, não pode ignorar essas novas realidades econômicas e, mesmo, sócio-culturais. Mas não pode e nem deve apenas conformar-se a elas. Amplos setores da nossa sociedade estão mobilizados pela construção de um regime, nas comunicações, que sirva à ampliação dos espaços democráticos e imponha freios (cada vez mais necessários) ao mercado. E não podemos permitir que a rica diversidade da cultura brasileira seja pasteurizada pela “globalização” mediática.
  • 22. Cenário regulatório: caos CÓDIGO BRASILEIRO DE COMUNICAÇÃO (1962) Esse REGIME foi construído EMBRATEL (1965) TV GLOBO (1963) entre 1960-1970 TELEBRÁS (1971) Formação das redes nacionais de TV. No início da década 1990, Formação de um sistema brasileiro 74% das residências brasileiras de telecomunicações. No início possuíam receptores de TV da década 1990, todos os municípios brasileiros estão 30 a 40 anos anos... 30 a 40 anos anos... interligados por troncos de microondas ou satélite e 19% das residências possuem linhas telefônicas. LEI DO CABO (1995) LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES (1997) Privatização sistema brasileiro Expansão da TV a cabo: 20% das de telecomunicações. residências em 2011. TV Telefonia básica chega a aberta chega a 90% dos lares 60% dos lares. Expansão (ano 2000). Introdução da TV Esse REGIME da telefonia celular, banda começou a ser digital. larga etc. desmontado na década 1990 UM NOVO CÓDIGO PARA AS COMUNICAÇÕES CONVERGENTES?
  • 23. O que diz a Constituição? Artº 21: Compete à União: ... XI) explorar diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações... XII) explorar diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens; b) ...; c) .... etc.. O artº 21, ítem XI, cujo texto atual, permitindo o investimento privado, resulta de emenda em 1996, foi regulamentado em 1997: a LGT. O ítem XII, inciso a e o Capítulo sobre Comunicação Social permanecem sem regulamentação
  • 24. A Comunicação Social na Constituição (Tit. VIII, Cap. 5) http://www.effective-time-management-strategies.com/images/smartphones.jpg Artigo 221 “A produção e programação das emissoras de rádio e televisão A Constituição, atenderão aos seguintes princípios: A Constituição conforme emenda I – preferência a atividades educativas, determina que as em 2002, artísticas, culturais, informativas; concessões estabelece limite II – promoção da cultura nacional e respeitem a de 30% para a regional e estímulo à produção independente que objetive sua necessária participação de “complementaridade” divulgação; pessoas jurídicas entre os serviços no capital de III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, públicos, estatais e controle das conforme percentuais estabelecidos privados empresas de em lei; radiodifusão IV – respeito a valores éticos e sociais da pessoa e da família” Nenhuma lei infraconstitucional regulamentou até hoje esses princípios
  • 25. Radiodifusão não está limitada ao espectro aberto http://www.effective-time-management-strategies.com/images/smartphones.jpg A lei brasileira e seus O negócio das regulamentos devem corporações distinguir claramente mediáticas globais é conteúdo e infra- produção, estrutura e, se possível, programação e produção de entrega de programação. Se essas conteúdos atividades se tornam (entretenimento). transparentes para a Por isso, aliás, na sociedade e para os maior parte do organismos mundo, elas são reguladores, abre-se a regulamentadas possibilidade de se como um tipo de fomentar a entrada de radiodifusão atores plurais e diversos (broadcasting) e, na cadeia produtiva, não, como um tipo além de se coibir de práticas monopolistas telecomunicações inerentes a cadeias Em respeito à Constituição, todas as plataformas devem ser regulamentadas verticalizadas. de modo a garantir o necessário espaço aos sistemas público, estatal e comercial, respeitadas condicionantes tecnológicas ou econômicas
  • 26. 16 Brasil já protege conteúdo nacional A fim de impor restrições ao processo de desnacionalização do audiovisual brasileiro, o Brasil acaba de adotar a Lei 12.485 que dispõe sobre Serviços de Acesso Condicionado (TV por assinatura). A lei introduz cotas de programação e transmissão de conteúdos nacionais no “espaço qualificado” (tempo não ocupado por jornalismo, programas de auditório, coberturas esportivas, publicidade etc.). a) em todos os “pacotes”, a cada 3 canais de “espaço qualificado”, haverá um (até o limite de 12) exclusivo para produção nacional; b) no “espaço qualificado”, 3h30 semanais deverão ser reservadas para a produção nacional, sendo metade para produção independente. c) Foi fortalecido o fundo de fomento ao audiovisual que deverá contar com recursos firmes de R$ 300 milhões por ano. No entanto, esta é mais uma lei fragmentária… 26
  • 27. Arquitetura possível POLÍTICA PARA CONTEÚDOS 1) Fomentar a produção privada não-comercial (ou público não–estatal); 2) Fortalecer a produção público-estatal; e 3) Proteger e estimular a produção comercial nacional. Não-comercial CONTEÚDOS Estatal Comercial REDES Regime privado Regime público TERMINAL DE ACESSO POLÍTICA PARA INFRA-ESTRUTURA (REDES) 1) Distinguir operação de rede e produção/programação de conteúdos, inclusive na radiodifusão 2) Estender o conceito de redes em regime público para a banda larga e telefonia celular; Obs: redes em regime 3) Construir e operar uma infra-estrutura público-estatal nacional; e público não são necessariamente 4) Estimular infra-estruturas público-estatais de base e alcance apenas infra-estrutura básica para as redes municipais. em regime privado
  • 28. 20 PONTOS PARA UMA COMUNICAÇÃO DEMOCRÁTICA 1. Arquitetura institucional democrática; 2. Participação social; 3. Separação infra-estrutura e conteúdo; 4. Garantia de redes abertas e neutras; 5. Universalização dos serviços essenciais; 6. Adoção de padrões abertos e interoperáveis e apoio à tecnologia nacional; 7. Regulamentação da complementariedade dos sistemas e fortalecimento do sistema público deUM PROCESSO POLÍTICO QUE TEVE APÓS comunicação; 8. Fortalecimento das NA Iª CONFERÊNCIA árias; INÍCIO rádios e TVs comunitNACIONAL DE 9. Democracia, transparência e pluralidade de outorgas; COMUNICAÇÕES (Iª CONFECOM), O 10. Limite à concentração nas comunicações; AMPLO MOVIMENTO PELA 11. Proibição de outorgas para políticos; COMUNICAÇÕES DEMOCRATIZAÇÃO DAS 12. Garantia de produção e veiculação nacional, regional e estímulo à ANUNCIOU, NESTA SEMANA, A SUA programação independente; 13. Promoção daPLATAFORMA PARA UM NOVO MARCO sexual, de classes diversidade étnico-racial, de orientação sociais e de crença; REGULATÓRIO BRASILEIRO. 14. Criação de mecanismos de responsabilização das mídias por violações de O documento pode ser lido no sítio direitos humanos; http://www.comunicaçãodemocratica.org.br 15. Aprimoramento de mecanismos de proteção às crianças e adolescentes; 16. Estabelecimento de normas e códigos que objetivem a diversidade de pontos de vista e o tratamento equilibrado do conteúdo jornalístico; 17. Regulamentação da publicidade; 18. Definição de critérios legais e de mecanismos de transparência para a publicidade oficial; 19. Leitura e práticas críticas para a mídia; 20. Acessibilidade comunicacional