SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 44
30 ANOS DO PROGRAMA ESTADUAL DE AIDS DE SÃO PAULO

HIV/Aids entre Homens que fazem sexo com
Homens: Projeto SampaCentro
Maria Amelia S.M. Veras e equipe do SampaCentro

FCMSCSP
Contexto
Sucesso histórico em implantar programas de HIV
em larga escala - combinado com o surgimento
de novas ferramentas poderosas para evitar que
pessoas sejam infectadas e que morram por
causas relacionadas com a AIDS - permitiu
estabelecer as bases para o eventual fim da AIDS.
UNAIDS- Global Report 2012
Contexto
•

Dados de vigilância epidemiológica no Brasil
indicando recrudescimento da epidemia de
HIV/Aids entre HSH

•

Planos de Enfrentamento da Epidemia de
HIV/Aids entre HSH (2008). Necessidade de
atualizar números com estudos sobre grupos
específicos.
Tendência recente no Estado de São Paulo
Figura 5 - Tendência dos casos de aids em adultos do sexo masculino segundo categoria de
exposição, estado de São Paulo, 2005 a 2009*
HSH**

Hetero

UDI***

Linear (HSH**)

Linear (Hetero)

Linear (UDI***)

2.000

y = -69x + 1880
r2 = 0,84; p= 0,023

1.800
1.600
1.400
1.200

y = 12x + 1238,2
r2 = 0,08; p= 0,327

1.000

o
s
a
c
e
d
º
N

800
600
400
200

y = -74x + 619,1
R2 = 0,97; p< 0,001

0
2005

2006

2007
Ano de diagnóstico

Fonte: SINAN - Vigilância Epidemiológica - Programa Esatual DST/Aids-SP (VE-PEDST/Aids-SP)
Notas:
* Dados preliminares até 30/06/2011
**HSH - Homens que fazem sexo com homens
***UDI - Uso de drogas injetáveis

2008

2009
Contexto
“A epidemia entre homossexuais masculinos,
essa é, no meu ver, a única epidemia
verdadeiramente global que nós temos hoje,
entre as muitas epidemias de aids. O risco de um
homossexual jovem [adquirir HIV] hoje em uma
capital europeia é igual ao risco para adquirir
HIV de um jovem crescendo na África do Sul, que
tem a maior epidemia do mundo”.
Luiz Antonio Loures, diretor adjunto do Programa de Aids das
Nações Unidas (UNAIDS) e subsecretário-geral da Organização das Nações
Unidas Evento 30 anos Programa de aids de SP.
Projeto SampaCentro: o que e
como
Conhecer a prevalência do HIV, comportamentos
e práticas sexuais, e o acesso à prevenção dos
HSH que frequentam espaços de sociabilidade
nos distritos da Consolação e da República, região
central do Município de São Paulo.
Inquérito com base em amostragem por
tempo/espaço (TLS ou TSS), precedida de
pesquisa formativa.
Centro de São Paulo, destacando a
área da pesquisa
Pesquisa Formativa
Regina Facchini
Isadora Lins
Ricardo Gambôa
Centro-República
Porção mais antiga do “gueto”: 1970
Porção mais antiga do “gueto”: 1970
Mais pobres, de
Mais pobres, de
pele mais escura,
pele mais escura,
mais velhos, mais
mais velhos, mais
gordos
gordos

Mais casais
Mais casais
heterogâmicos
heterogâmicos
em termos de:
em termos de:
geração,
geração,
cor/raça ee
cor/raça
gênero
gênero
(bicha-bofe)
(bicha-bofe)

Maior concentração espacial de estabelecimentos de lazer
Maior concentração espacial de estabelecimentos de lazer
eesociabilidade voltados para gays, HSH eetravestis
sociabilidade voltados para gays, HSH travestis

Proximidade com
Proximidade com
“zona moral”
“zona moral”
(prostituição,
(prostituição,
“cracolândia”);
“cracolândia”);
Concentração
Concentração
residencial de
residencial de
estudantes, HSH,
estudantes, HSH,
idosos, profissionais
idosos, profissionais
do sexo, travestis;
do sexo, travestis;
Sede de ONGs
Sede de ONGs

Maior concentração de
Maior concentração de
locais para práticas sexuais
locais para práticas sexuais
(cinemões eeclubes de
(cinemões clubes de
sexo)
sexo)
Augusta – Barra Funda
Território de tribos
Território de tribos
juvenis (1990 -juvenis (1990
modernos eerockers)
modernos rockers)
Predomínio:
Predomínio:
estratos médios;
estratos médios;
brancos eepardos,
brancos pardos,
jovens eecasais
jovens casais
homogâmicos
homogâmicos
(geração eeatributos de
(geração atributos de
gênero ––gay-gay)
gênero gay-gay)

Boates cercadas por bares eebotecos
Boates cercadas por bares botecos

Interligação
Interligação
Centro-Jardins
Centro-Jardins
Casas de prostituição
Casas de prostituição
feminina
feminina

Locais mistos:
Locais mistos:
hetero eeGLS
hetero GLS
Grande
Grande
rotatividade das
rotatividade das
casas
casas

Maior no. de
Maior no. de
saunas
saunas
Inquérito nos locais de
sociabilidade
Características Demográficas
Idade

Raça

Escolaridade

Trabalho
assalariado

De 18 a 24 anos
De 25 a 34 anos
De 35 a 49 anos
De 50 a 77 anos
Amarela
Branca
Indígena
Parda
Preta
Até Ensino
Fundamental
Completo
Até Ensino Médio
Completo
Até Ensino Superior
Incompleto
Ensino Superior
Completo
Pós Graduação
Sim

A
B
Status
C
socioeconômico
D
E

N

%

367
459
295
95
29
712
12
333
124

30,7
42,4
20,4
6,5
2,5
63,1
0,9
24,9
8,7

56

4,1

359

29,5

278

24,5

358

29,0

165

12,9

1095

90,1

195
693
310
14
5

17,0
58,0
23,3
1,3
0,3

Auto-referida
Estimulada

RU
Espontânea

RU
Espontânea

(Critério de
Classificação
Econômica Brasil –
ABEP)
Município de
SP

Local de moradia dos entrevistados
Locais de Moradia
Zona Central

N
374

%
30,8

Zona Leste

184

13,5

Zona Norte

116

7,9

Zona Oeste

158

13,2

Zona Sul

184

14,8

159

14,3

38

3,5

4

0,1

Municípios da Grande São Paulo
Outras Cidades do Estado de
São Paulo
NS/NR

RU
Espontânea
Prevalência de Infecção pelo HIV e
Estimativa de infecção recente
Resultado sorologia para HIV e
Infecção

Nº testados
HIV
Infecção
Recente

testes reagentes

Prevalência

776

118

15,4%

118

39

33,0%
Prevalência de Sífilis,
Hepatites B e C
Sífilis
Hepatite B
Hepatite C

N testados
227
227
227

Testes reagentes
43
7
6

Prevalência %
18,9
3,1
2,6
Resultados da sorologia anti-HIV por faixa etária

Idade
De 18 a 24 anos
De 25 a 34 anos
De 35 a 49 anos
De 50 a 77 anos
Total

HIV Reagente
N
19
42
46
11
118

%
6,4
14,7
27,7
18,3
15,4
Prevalência da infecção pelo HIV de acordo com histórico de
testagem
Variável

n/N

HIV (teste positivo)

114/745

Teste anterior (-)
Teste anterior (+)
Não foi buscar resultado ultimo teste
Teste anterior indeterminado
Nunca se testou

55/544
46/47
0.8/23
3/5
6/116

Percentual Ajustado
(95% CI)
15.4 (11.6-20.1)
10.2 (6.4-15.8)
98.4 (88.8-99.8)
3.4 (0.7-16.0)
64.0 (13.1-95.5)
5.1 (2.0-12.7)
Características independentemente
associadas à infecção
Variável

OR Bruto

IC95%

OR Ajustado

IC95% CI

Idade
18-24
25-34

1.00

1.00

2.43

1.08-5.45

2.44

1.09-5.50

35-49

7.27

3.37-15.65

6.52

3.00-14.16

50-77

3.26

0.89-11.93

2.78

0.64-12.16

Identidade Sexual
Homossexual

1.00

Bissexual

0.49

0.18-1.30

0.77

0.29-2.03

Heterosexual

0.02

0.01-0.20

0.05

0,01-0.50

Transexual/travesti

0.17

0.03-0.96

0.11

0.01-0.87

Estrato SE
A/B

1.00

C/D/E

1.99

Quantas pessoas
conhece infectadas
pelo HIV
Poucas
Muitas

1.00
1.15-3.44

1.00
5.37

2.15

1.15-4.01

1.00
2.86-10.09

3.67

1.75-7.70

Papel no sexo anal
Outro
Exclusivamente
insertivo
Uso de condom últs 3
parceiros
Não
Sim

1.00

1.00
4.41

1.23-15.83

1.04-16.73

1.00

1.00
1.87

4.18

1.21-2.89

1.63

0.99-2.69

Encontra parceiros
sexuais na internet
Não

1.00

Sim

1.53

1.00
0.99-2.35

1.71

1.06-2.76
Prática de sexo anal e número de parceiros últimos 6 meses
Atividade sexual anal

N

%

Exclusivamente ativo

188

15,5

Predominantemente ativo

268

22,1

Igualmente ativo e passivo

516

42,6

RU

Predominantemente passivo

173

14,3

Estimulada

Exclusivamente passivo

54

4,4

Nunca pratico sexo anal

13

1,1

Quantidade de parceiros
De 0 a 1 parceiros
De 2 a 5 parceiros
De 6 a 10 parceiros
Mais de 10 parceiros

N

%

358
461
171
218

29,6
38,2
14,2
18,0

RU
Espontânea
Características da última relação sexual
Última relação sexual

%

Minha casa

42,6

Casa dele

308

25,6

Hotel, motel, drive

229

19

57

4,7

39

3,2

Casa de amigos

26

2,1

Outro

24

2

Boate

Onde transaram

515

11

0,9

906

74,7

240

67,8

32

9,2

81

23

Sauna, cinema, clube de
sexo, darkroom, sexshop
Rua, praça, parque, carro
em espaço público,
banheiro público

Usou camisinha
Ambos / vocês dois
Uso de drogas ou
Ele/Ela
medicamentos
Você

RU
Estimulada
Percepção do Risco

837

69,4

Moderado

338

28,0

Nenhum

10

0,8

Pequeno

22

1,8

Grande

683

56,8

Moderado

473

39,3

Nenhum

11

0,9

Pequeno

Risco de infecção de HIV nas
relações heterossexuais

%

Grande
Risco de infecção de HIV nas
relações homossexuais

N

36

3,0%

Relação com a soropositividade para HIV
Quantidade de
soropositivos
que conhece
Faria sexo com
soropositivo

Muitos
Poucos
Nenhum
Sim
Não
Recusou-se a responder

N

11,7
60,8
27,5
44,2
54,3
1,4

Estimulada

%

141
735
333
535
657
17

RU

RU
Estimulada

RU
Espontânea
Experiência de estigma e Discriminação em função da sexualidade
N

%

Excluído ou marginalizado - Professores ou
colegas na escola/ faculdade

364

30,0

Excluído ou maltratado - Motivos religiosos

359

29,6

Excluído ou marginalizado - Grupo de amigos ou
vizinhos

353

29,1

Excluído ou marginalizado - Ambiente familiar

332

27,5

Excluído ou marginalizado - Ambiente religioso

276

23,2

Impedido de doar sangue
Mal atendido ou impedido de entrar em
comércio/locais de lazer
Maltratado por policiais ou ter sido mal atendido
em delegacias

221

18,7

206

16,9

204

16,9

Mal atendido em serviços públicos

147

12,1

146

12,1

122

10,0

Discriminação

Não ser selecionado ou ter sido demitido do
emprego
Mal atendido em serviços de saúde ou por
profissionais de saúde

RM
Estimulada
Ter sido vítima de agressão e outras formas de violência
em função da sexualidade

Agressão e violência
Agressão verbal
Ameaça de agressão
Constrangimento no trabalho
Agressão física
Chantagem ou extorsão
Violência sexual
“Boa noite cinderela"

N
729
406
250
195
169
86
57

%
59,9
33,4
20,6
16
13,9
7,1
4,7

RM
Estimulada
Acesso à informação sobre HIV e AIDS
Fonte de Informação sobre HIV
Internet
TV
Jornais
Outro
Amigo / parente
Médicos
Educação em saúde na escola
Material educativo gratuito
Livros
Pessoal do CTA
Folhetos - Posto de saúde
Educador
Parceiro sexual
Total

N
564
208
89
77
70
49
42
27
23
20
13
11
5
1211

%
47,0
17,3
7,4
6,5
5,9
4,1
3,5
2,2
1,9
1,7
1,1
1,0
0,4

RU
Estimulada
Situação de risco de infecção pelo HIV
Infecção pelo HIV

%
74,5
25,5

Muito tesão e não usaram
camisinha

204

23,5

Camisinha rompeu
Outro

Já achou, alguma vez, que
tinha sido infectado pelo HIV

N
902
308

177
141

20,4
16,2

134

15,4

91

10,5

Não tinha camisinha

76

8,7

Esqueceram de usar a
camisinha

46

5,3

Sim
Não

O que aconteceu para achar Parceiro poderia estar
infectado pelo HIV
que estava infectado pelo
HIV
Não quiseram usar
camisinha

RU
Estimulada
Apoio diante de situação de risco de infecção pelo HIV
Formas de apoio procuradas quando achou
que estava infectado

N

%

Serviço de saúde - Testagem

545

44,8

Não fez nada

210

17,7

Serviço de saúde - Orientação

78

6,6

Procurou amigos

55

4,6

Serviço de saúde - Doar sangue e ser testado

41

3,4

24

2,0

14

1,1

9

0,8

538

83,6

Serviço de saúde - Medicação para prevenir
infecção pelo HIV
Família
ONG
Encontrou apoio

RM
Espontânea
Formas de prevenção utilizadas
Formas de prevenção

N

%

Preservativo e/ou gel lubrificante

1107

91,2

Seleciona os parceiros
É fiel

262
154

21,6
12,7

Faz teste de HIV regularmente

154

12,7

Reduz o número de parceiros

147

12,1

Confia no(s) parceiro(s)

117

9,6

Opta por práticas de menor risco

98

8,1

Abstinência sexual
Faz apenas sexo oral
Nenhuma

55
49
27

4,5
4,0
2,3

Usa medicamentos para HIV após exposição

18

1,3

Usa medicamentos para HIV antes da exposição

16

1,3

RM
Espontânea
Ricardo Fernandes Gambôa
De prazeres e perigos: abordagem etnográfica dos roteiros eróticos
de homens que fazem sexo com homens e desafios à prevenção
do HIV na região central da cidade de São Paulo
Dissertação de Mestrado em Saúde Coletiva
da Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa
de São Paulo, defendida em 2013.
Orientadoras: Profa. Dra. Maria Amélia Veras
Profa. Dra. Regina Facchini
QUANDO O TESÃO FOR DEMAIS:

CONTROLE DE EXCESSOS, DESCONTROLE E VULNERABILIDADE

Roteiros considerados mais perigosos, relacionados à prática do
sexo anal, implicam, necessariamente, em mais disposição.
Pode estar ligada à ideia de desejo sexual como instinto
irrefreável. Dar vazão a tal instinto implica colocar em prática a
fantasia da foda reduzindo o “controle”. Para uma melhor
disposição:
• Álcool ou outras substâncias psicoativas
• Buscar um ambiente tão povoado de estímulos eróticos também pode
alimentar o instinto (a prática do sexo anal desprotegido seduz)
QUANDO O TESÃO FOR DEMAIS:

CONTROLE DE EXCESSOS, DESCONTROLE E VULNERABILIDADE
Vulnerabilidade individual:

O público do cinema não é composto por sujeitos que negam o
perigo a ponto de colocar-se em risco, mas por homens que
tentam manejar ou gerenciar as informações de prevenção que
possuem no sentido de um cálculo racional, que visa minimizar o
risco e maximizar o prazer de determinadas práticas sexuais.
QUANDO O TESÃO FOR DEMAIS:

CONTROLE DE EXCESSOS, DESCONTROLE E VULNERABILIDADE
Vulnerabilidade social:

Barreiras culturais que impliquem a vivência da sexualidade
como algo proibido, relegada à vida obscura dos cinemões,
podem impactar na forma como estes homens encaram o risco,
bem como influenciar a motivação (ou ausência dela) para a
prevenção e a busca de informações.
No cinemão e nas comunidades online observam-se processos
de estigmatização de homossexuais vivendo com o HIV, tidos
como sujos e individualmente culpabilizados por sua condição.
QUANDO O TESÃO FOR DEMAIS:

CONTROLE DE EXCESSOS, DESCONTROLE E VULNERABILIDADE

Vulnerabilidade programática:
Ainda faltam preservativos e lubrificante.
Nenhum dos homens com quem o autor conversou mencionou a profilaxia
pós-exposição.
Ausência de intervenções de prevenção nas comunidades do Orkut. A
fantasia relatada online se desdobra na vida off-line.
Estabelecimentos nega que ocorra sexo casual e anônimo entre homens, o
que pode representar entraves para o acesso dos serviços de saúde e
prevenção a estes espaços.
QUANDO O TESÃO FOR DEMAIS:

CONTROLE DE EXCESSOS, DESCONTROLE E VULNERABILIDADE

A relação entre sexo (sobretudo penetração anal) e perigo é bem conhecida,
bem como a necessidade de usar camisinha.

•Articulação entre saúde coletiva e direitos humanos, como uma relação
necessária.
•Uma abordagem que conceba a conduta sexual como uma atividade social
diversa, pautada pelo respeito aos direitos individuais na construção de
corpos e de prazeres, sem conotações moralizantes ou normatizantes, é
necessária e fundamental para possibilitar a “ressocialização do sexo seguro”1
entre HSH.
1. PAIVA, 2012
Por que aids volta a crescer
entre HSH?
Mirando-se no exemplo da
Austrália
• ” … modo como a resposta à epidemia de HIV
emergiu da comunidade gay, demonstra a
importância da ação coletiva (collective agency)
e da capacidade de construção da comunidade,
com apoio e financiamento do governo”
• “Usar camisinha tornou-se sinônimo de
cuidado com o outro”
Kippax, S et al. AJPH, June, 2013
Mirando o exemplo, Austrália
Talk test, test, trust (2003)
•Resposta efetiva ate o final da década de 1990.
•Aumento da incidência nos anos 2000:
emergência de abordagens biomédicas e
diminuição de recursos para a prevenção de HIV
pelo governo.
•Necessário entender como a comunidade gay se
relaciona entre si, com as políticas biomédicas e
com a saúde pública.
Kippax, S et al. AJPH, June, 2013
A call to action for comprehensive HIV services for men who have
sex with men.

Beyrer C, Sullivan PS, Sanchez J, Dowdy D, Altman D, Trapence G, Collins C, Katabira E,
Kazatchkine M, Sidibe M, Mayer KH - Center for Public Health and Human Rights, Johns
Hopkins Bloomberg School of Public Health,

Os dados tem mostrado que os HSH suportam uma carga desproporcional
de infecção pelo HIV. No entanto, eles continuam a ser excluídos, por
vezes, de forma sistemática, do acesso aos serviços de HIV por causa do
estigma, discriminação e criminalização. Esta situação deve mudar para
que o controle global da epidemia de HIV seja alcançado. Na saúde pública,
com referencial dos direitos humanos, a expansão da prevenção,
tratamento e cuidados para HSH é um imperativo urgente. Uma
combinação efetiva de prevenção e tratamento, de modo cuidadoso e
culturalmente adequado, pode ser desenvolvida, mesmo em ambientes
desafiadores.
Para tratar HIV em HSH é preciso pesquisa continuada, vontade política,
reformas estruturais, o envolvimento da comunidade e planejamento
estratégico e programação, mas pode e deve ser feito.
O que fazer?
•
•
•
•

Ampliar opções de prevenção!
Considerar a agenda individual!
Estratégias PEP, PrEP, prevenção secundária;
Ampliar diagnóstico e tratamento precoce de
outras DST (Sífilis, gonorréia, HPV, hepatites)
• Estratégias para atingir adolescentes e jovens
HSH, travestis e trans
• Refinar instrumentos de monitoramento
(repetir TLS, RDS, estudos quali)
O que fazer?
Ocupar espaços não tradicionais (espaços de
sociabilidade, redes sociais)
Incorporar novas tecnologias, fazer estudos de
aceitabilidade
Usar recursos não tradicionais (intervenções na
internet, apps para celular)
Requisitos para a AÇÃO
• Reconhecimento da diversidade sexual,
enfrentamento da discriminação nos espaços públicos
e privados;
• Reaprender com a comunidade: HSH inventaram uma
série de estratégias incorporadas (ou ainda não) pela
Saúde Pública;
• ReConstruir de forma compartilhada: agenda deve ser
fruto da parceria (governo, profissionais de saúde,
comunidade, pesquisadores, educadores);
Equipe
Coordenadora: Maria Amelia de Sousa Mascena Veras
Coordenadora Adjunta : Gabriela Junqueira Calazans
•Equipe de coordenação operacional
•Gabriela Junqueira Calazans
•Manoel Ribeiro
•Márcia Giovanetti
•Maria Amélia de Sousa Mascena Veras
•Ricardo Gamboa
Coordenadora da pesquisa formativa: Isadora França Lins
Pesquisadores pesquisa formativa: Regina Facchini e Ricardo Gamboa
Coordenadora do componente laboratorial: Carmem Aparecida de Freitas Oliveira
Equipe do componente laboratorial: Carlos Augusto Velasco de Castro, Carmen Lúcia
Soares, Edilene Peres Real da Silveira, Elaine Lopes de Oliveira, Graça Ribeiro, Márcia
Jorge Castejon, Rosemeire Yamashiro
Equipe
Assistentes de coordenação: Denise Andrade e Jucélia Barbosa
Coordenadoras do campo do inquérito: Margaret Dominguez e Mariângela Nepomuceno
Supervisores de campo do inquérito: Aline Ramos Barbosa, Cleiton Eduardo Fiório , Luiz
Fabio Alves de Deus , Mariana Lebrão Lisboa, Marina Mendes de Oliveira Pecoraro, Tiago
Rodrigo Marin
Entrevistadores do inquérito: Adriano Volnei Zago, Bianca Thais Manzani Pascoal, Brener
Yoshio Kataguire C. Carneiro, Bruno Puccinelli, Camila Vitule Brito de Souza, Carolina
Simone Souza Adania, Cecília Ferrari França, Cleiton Eduardo Fiório, Félix Luis Rocha da
Silva, Higor de Moura Valente, Janaina Lima, Jeilson Felix de Lima, Luciana de Sá Almeida,
Luiz Fabio Alves de Deus, Marilda Madalena Martins, Paulo Clécio Silva de Souza, Paulo
Sérgio Stockler
Coletadores: Anderson Batista do Nascimento, Gabriel Antônio Guimarães Pereira Filho,
Izildinha de Jesus Pinheiro, José Bonifácio, Manoel Francisco de Miranda, Maria da
Conceição Barbosa Araújo, Maria Esmelindra Monteiro de Moraes, Miguel Padula Junior,
Vanessa Gutierrez Alves, Vladimir Rodrigues Macedo
Pesquisa formativa concomitante ao inquérito: Bruno Puccinelli e Ricardo Gamboa
Agradecimentos
• Aos participantes
• Equipe do CRT-DST/Aids
• Equipe da FCMSCSP
• Programa Municipal de
DST/AIDS
• Departamento Nacional
de DST/AIDS

•
•
•
•

Fórum ONG/Aids-SP
Fórum Paulista LGBT
Aliança Paulista LBGT
Conexão Paulista LGBT

• Financiamento:
– FAPESP
– SES-SP
– FAP-FCMSCSP
Muito obrigada!
Contato:
maria.veras@gmail.com

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Panorama epidemiológico de HIV/Aids no Brasil - 2013/2014
Panorama epidemiológico de HIV/Aids no Brasil - 2013/2014Panorama epidemiológico de HIV/Aids no Brasil - 2013/2014
Panorama epidemiológico de HIV/Aids no Brasil - 2013/2014Palácio do Planalto
 
O desempenho do município de ouro preto no censo de 2010: desafios para o pla...
O desempenho do município de ouro preto no censo de 2010: desafios para o pla...O desempenho do município de ouro preto no censo de 2010: desafios para o pla...
O desempenho do município de ouro preto no censo de 2010: desafios para o pla...Kátia Maria Nunes Campos
 
Campanha de prevenção às DST e aids para o carnaval
Campanha de prevenção às DST e aids para o carnavalCampanha de prevenção às DST e aids para o carnaval
Campanha de prevenção às DST e aids para o carnavalMinistério da Saúde
 
MORTALIDADE EVITÁVEL NA REGIÃO SUL DO BRASIL, 2000: DESIGUALDADES RACIAIS E S...
MORTALIDADE EVITÁVEL NA REGIÃO SUL DO BRASIL, 2000: DESIGUALDADES RACIAIS E S...MORTALIDADE EVITÁVEL NA REGIÃO SUL DO BRASIL, 2000: DESIGUALDADES RACIAIS E S...
MORTALIDADE EVITÁVEL NA REGIÃO SUL DO BRASIL, 2000: DESIGUALDADES RACIAIS E S...pesquisaracaesaude
 
artigo
artigoartigo
artigomujaci
 
Coletiva Aids - Campanha para festas populares
Coletiva Aids - Campanha para festas popularesColetiva Aids - Campanha para festas populares
Coletiva Aids - Campanha para festas popularesMinistério da Saúde
 
Boletim dst aids_esp2011
Boletim dst aids_esp2011Boletim dst aids_esp2011
Boletim dst aids_esp2011covisamaua
 
0945-L - 6º Informativo - Vigilância do câncer e seus fatores de risco de min...
0945-L - 6º Informativo - Vigilância do câncer e seus fatores de risco de min...0945-L - 6º Informativo - Vigilância do câncer e seus fatores de risco de min...
0945-L - 6º Informativo - Vigilância do câncer e seus fatores de risco de min...bibliotecasaude
 
Apresentação Violência Letal Contra a Criança e o Adolescente
Apresentação Violência Letal Contra a Criança e o AdolescenteApresentação Violência Letal Contra a Criança e o Adolescente
Apresentação Violência Letal Contra a Criança e o AdolescenteOsair Manassan
 
Apresentação Violência Letal Contra a Criança e o Adolescente
Apresentação Violência Letal Contra a Criança e o AdolescenteApresentação Violência Letal Contra a Criança e o Adolescente
Apresentação Violência Letal Contra a Criança e o AdolescenteOsair Manassan
 
Doenças infecciosas 2010 a 2017
Doenças infecciosas 2010 a 2017Doenças infecciosas 2010 a 2017
Doenças infecciosas 2010 a 2017Marselle Amadio
 
II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, 2015
 II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, 2015 II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, 2015
II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, 2015Centro Universitário Ages
 
Campanha Nacional de Hanseníase 2015
Campanha Nacional de Hanseníase 2015Campanha Nacional de Hanseníase 2015
Campanha Nacional de Hanseníase 2015Ministério da Saúde
 

La actualidad más candente (20)

Panorama epidemiológico de HIV/Aids no Brasil - 2013/2014
Panorama epidemiológico de HIV/Aids no Brasil - 2013/2014Panorama epidemiológico de HIV/Aids no Brasil - 2013/2014
Panorama epidemiológico de HIV/Aids no Brasil - 2013/2014
 
Livro pcap 2008
Livro pcap 2008Livro pcap 2008
Livro pcap 2008
 
O desempenho do município de ouro preto no censo de 2010: desafios para o pla...
O desempenho do município de ouro preto no censo de 2010: desafios para o pla...O desempenho do município de ouro preto no censo de 2010: desafios para o pla...
O desempenho do município de ouro preto no censo de 2010: desafios para o pla...
 
Campanha de prevenção às DST e aids para o carnaval
Campanha de prevenção às DST e aids para o carnavalCampanha de prevenção às DST e aids para o carnaval
Campanha de prevenção às DST e aids para o carnaval
 
MORTALIDADE EVITÁVEL NA REGIÃO SUL DO BRASIL, 2000: DESIGUALDADES RACIAIS E S...
MORTALIDADE EVITÁVEL NA REGIÃO SUL DO BRASIL, 2000: DESIGUALDADES RACIAIS E S...MORTALIDADE EVITÁVEL NA REGIÃO SUL DO BRASIL, 2000: DESIGUALDADES RACIAIS E S...
MORTALIDADE EVITÁVEL NA REGIÃO SUL DO BRASIL, 2000: DESIGUALDADES RACIAIS E S...
 
artigo
artigoartigo
artigo
 
Coletiva Aids - Campanha para festas populares
Coletiva Aids - Campanha para festas popularesColetiva Aids - Campanha para festas populares
Coletiva Aids - Campanha para festas populares
 
homicidios - saúde
homicidios - saúdehomicidios - saúde
homicidios - saúde
 
Informe de rhs
Informe de  rhsInforme de  rhs
Informe de rhs
 
AIDS: AINDA EXISTEM GRUPOS DE RISCO?
AIDS: AINDA EXISTEM GRUPOS DE RISCO?AIDS: AINDA EXISTEM GRUPOS DE RISCO?
AIDS: AINDA EXISTEM GRUPOS DE RISCO?
 
Boletim dst aids_esp2011
Boletim dst aids_esp2011Boletim dst aids_esp2011
Boletim dst aids_esp2011
 
30anos | Prevenção Como Tratamento ou Tratamento como Prevenão ou Testar e Tr...
30anos | Prevenção Como Tratamento ou Tratamento como Prevenão ou Testar e Tr...30anos | Prevenção Como Tratamento ou Tratamento como Prevenão ou Testar e Tr...
30anos | Prevenção Como Tratamento ou Tratamento como Prevenão ou Testar e Tr...
 
0945-L - 6º Informativo - Vigilância do câncer e seus fatores de risco de min...
0945-L - 6º Informativo - Vigilância do câncer e seus fatores de risco de min...0945-L - 6º Informativo - Vigilância do câncer e seus fatores de risco de min...
0945-L - 6º Informativo - Vigilância do câncer e seus fatores de risco de min...
 
Apresentação Violência Letal Contra a Criança e o Adolescente
Apresentação Violência Letal Contra a Criança e o AdolescenteApresentação Violência Letal Contra a Criança e o Adolescente
Apresentação Violência Letal Contra a Criança e o Adolescente
 
Apresentação Violência Letal Contra a Criança e o Adolescente
Apresentação Violência Letal Contra a Criança e o AdolescenteApresentação Violência Letal Contra a Criança e o Adolescente
Apresentação Violência Letal Contra a Criança e o Adolescente
 
A Violência Letal
A Violência LetalA Violência Letal
A Violência Letal
 
Artigo bioterra v16_n1_05
Artigo bioterra v16_n1_05Artigo bioterra v16_n1_05
Artigo bioterra v16_n1_05
 
Doenças infecciosas 2010 a 2017
Doenças infecciosas 2010 a 2017Doenças infecciosas 2010 a 2017
Doenças infecciosas 2010 a 2017
 
II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, 2015
 II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, 2015 II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, 2015
II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, 2015
 
Campanha Nacional de Hanseníase 2015
Campanha Nacional de Hanseníase 2015Campanha Nacional de Hanseníase 2015
Campanha Nacional de Hanseníase 2015
 

Similar a Pesquisa sobre HIV entre HSH no Centro de SP

Desconhecimento sobre o Câncer
Desconhecimento sobre o CâncerDesconhecimento sobre o Câncer
Desconhecimento sobre o CâncerOncoguia
 
Relatório anual atendimentos 2009
Relatório anual atendimentos 2009Relatório anual atendimentos 2009
Relatório anual atendimentos 2009Thiago Vernetti
 
Teu g-1 criminalidade no brasil. índio e salvador
Teu   g-1 criminalidade no brasil. índio e salvadorTeu   g-1 criminalidade no brasil. índio e salvador
Teu g-1 criminalidade no brasil. índio e salvadorOdinei Maciel
 
Causas para explicar a Violência Urbana
Causas para explicar a Violência UrbanaCausas para explicar a Violência Urbana
Causas para explicar a Violência UrbanaThiago Rodrigues
 
PESQUISA SOBRE SAÚDE DO HOMEM
PESQUISA SOBRE SAÚDE DO HOMEMPESQUISA SOBRE SAÚDE DO HOMEM
PESQUISA SOBRE SAÚDE DO HOMEMFernanda Marinho
 
Trabalho do curso de direito sobre pedofilia
Trabalho do curso de direito sobre pedofiliaTrabalho do curso de direito sobre pedofilia
Trabalho do curso de direito sobre pedofiliaOhanny Menezes
 
Influenciando a moral - Ética e legislação publicitária
Influenciando a moral - Ética e legislação publicitáriaInfluenciando a moral - Ética e legislação publicitária
Influenciando a moral - Ética e legislação publicitáriaJulia Travaglini
 
Sexualidade Sem Tabus - Apresentação Final
Sexualidade Sem Tabus - Apresentação FinalSexualidade Sem Tabus - Apresentação Final
Sexualidade Sem Tabus - Apresentação Finalguest63f1fa
 
Homofobia unaids traduzido
Homofobia unaids traduzidoHomofobia unaids traduzido
Homofobia unaids traduzidoluluca78
 
Homofobia mata, não se cale!
Homofobia mata, não se cale!Homofobia mata, não se cale!
Homofobia mata, não se cale!Emerson Mathias
 
A D O L E S C E N T E, F A MÍ L I A, S O C I E D A D E
A D O L E S C E N T E,  F A MÍ L I A,  S O C I E D A D EA D O L E S C E N T E,  F A MÍ L I A,  S O C I E D A D E
A D O L E S C E N T E, F A MÍ L I A, S O C I E D A D Echristall
 
Aula 8 epidemiologia das doenças e agravos não transmissíveis
Aula 8   epidemiologia das doenças e agravos não transmissíveisAula 8   epidemiologia das doenças e agravos não transmissíveis
Aula 8 epidemiologia das doenças e agravos não transmissíveisMario Gandra
 
Educadore sspe 2012
Educadore sspe 2012Educadore sspe 2012
Educadore sspe 2012cursometa
 
Profissionais do sexo dados epidemiologicos
Profissionais do sexo dados epidemiologicosProfissionais do sexo dados epidemiologicos
Profissionais do sexo dados epidemiologicosGabriela Montargil
 
Cartilha violencia contra_criancas_adolescentes_web
Cartilha violencia contra_criancas_adolescentes_webCartilha violencia contra_criancas_adolescentes_web
Cartilha violencia contra_criancas_adolescentes_webRosemary Batista
 
Violência e exploração sexual de crianças e adolescentes
Violência e exploração sexual de crianças e adolescentesViolência e exploração sexual de crianças e adolescentes
Violência e exploração sexual de crianças e adolescentesGleisi Hoffmann
 
Anexo 2 ata comtur 2017 05 04 ___2016 08 25 pt_diagnóstico de paraty final_pu...
Anexo 2 ata comtur 2017 05 04 ___2016 08 25 pt_diagnóstico de paraty final_pu...Anexo 2 ata comtur 2017 05 04 ___2016 08 25 pt_diagnóstico de paraty final_pu...
Anexo 2 ata comtur 2017 05 04 ___2016 08 25 pt_diagnóstico de paraty final_pu...Laíse Costa
 

Similar a Pesquisa sobre HIV entre HSH no Centro de SP (20)

Desconhecimento sobre o Câncer
Desconhecimento sobre o CâncerDesconhecimento sobre o Câncer
Desconhecimento sobre o Câncer
 
Relatório anual atendimentos 2009
Relatório anual atendimentos 2009Relatório anual atendimentos 2009
Relatório anual atendimentos 2009
 
Teu g-1 criminalidade no brasil. índio e salvador
Teu   g-1 criminalidade no brasil. índio e salvadorTeu   g-1 criminalidade no brasil. índio e salvador
Teu g-1 criminalidade no brasil. índio e salvador
 
Causas para explicar a Violência Urbana
Causas para explicar a Violência UrbanaCausas para explicar a Violência Urbana
Causas para explicar a Violência Urbana
 
PESQUISA SOBRE SAÚDE DO HOMEM
PESQUISA SOBRE SAÚDE DO HOMEMPESQUISA SOBRE SAÚDE DO HOMEM
PESQUISA SOBRE SAÚDE DO HOMEM
 
Trabalho do curso de direito sobre pedofilia
Trabalho do curso de direito sobre pedofiliaTrabalho do curso de direito sobre pedofilia
Trabalho do curso de direito sobre pedofilia
 
Influenciando a moral - Ética e legislação publicitária
Influenciando a moral - Ética e legislação publicitáriaInfluenciando a moral - Ética e legislação publicitária
Influenciando a moral - Ética e legislação publicitária
 
Sexualidade Sem Tabus - Apresentação Final
Sexualidade Sem Tabus - Apresentação FinalSexualidade Sem Tabus - Apresentação Final
Sexualidade Sem Tabus - Apresentação Final
 
Homofobia unaids traduzido
Homofobia unaids traduzidoHomofobia unaids traduzido
Homofobia unaids traduzido
 
Homofobia mata, não se cale!
Homofobia mata, não se cale!Homofobia mata, não se cale!
Homofobia mata, não se cale!
 
ADOLESCENTE
ADOLESCENTEADOLESCENTE
ADOLESCENTE
 
A D O L E S C E N T E, F A MÍ L I A, S O C I E D A D E
A D O L E S C E N T E,  F A MÍ L I A,  S O C I E D A D EA D O L E S C E N T E,  F A MÍ L I A,  S O C I E D A D E
A D O L E S C E N T E, F A MÍ L I A, S O C I E D A D E
 
Aula 8 epidemiologia das doenças e agravos não transmissíveis
Aula 8   epidemiologia das doenças e agravos não transmissíveisAula 8   epidemiologia das doenças e agravos não transmissíveis
Aula 8 epidemiologia das doenças e agravos não transmissíveis
 
Juventude, raça e vulnerabilidades
Juventude, raça e vulnerabilidadesJuventude, raça e vulnerabilidades
Juventude, raça e vulnerabilidades
 
Educadore sspe 2012
Educadore sspe 2012Educadore sspe 2012
Educadore sspe 2012
 
Profissionais do sexo dados epidemiologicos
Profissionais do sexo dados epidemiologicosProfissionais do sexo dados epidemiologicos
Profissionais do sexo dados epidemiologicos
 
Violencia
ViolenciaViolencia
Violencia
 
Cartilha violencia contra_criancas_adolescentes_web
Cartilha violencia contra_criancas_adolescentes_webCartilha violencia contra_criancas_adolescentes_web
Cartilha violencia contra_criancas_adolescentes_web
 
Violência e exploração sexual de crianças e adolescentes
Violência e exploração sexual de crianças e adolescentesViolência e exploração sexual de crianças e adolescentes
Violência e exploração sexual de crianças e adolescentes
 
Anexo 2 ata comtur 2017 05 04 ___2016 08 25 pt_diagnóstico de paraty final_pu...
Anexo 2 ata comtur 2017 05 04 ___2016 08 25 pt_diagnóstico de paraty final_pu...Anexo 2 ata comtur 2017 05 04 ___2016 08 25 pt_diagnóstico de paraty final_pu...
Anexo 2 ata comtur 2017 05 04 ___2016 08 25 pt_diagnóstico de paraty final_pu...
 

Más de Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids

Más de Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids (20)

30anos | Os desafios da Politica Pública de Aids | Fabio Mesquita
30anos | Os desafios da Politica Pública de Aids | Fabio Mesquita30anos | Os desafios da Politica Pública de Aids | Fabio Mesquita
30anos | Os desafios da Politica Pública de Aids | Fabio Mesquita
 
30anos | As ações da Atenção Básica e a Saúde Sexual e Reprodutiva | Arnaldo ...
30anos | As ações da Atenção Básica e a Saúde Sexual e Reprodutiva | Arnaldo ...30anos | As ações da Atenção Básica e a Saúde Sexual e Reprodutiva | Arnaldo ...
30anos | As ações da Atenção Básica e a Saúde Sexual e Reprodutiva | Arnaldo ...
 
#30anos | Novos Horizontes - Vulnerabilidade e Saúde Integral de Travestis e ...
#30anos | Novos Horizontes - Vulnerabilidade e Saúde Integral de Travestis e ...#30anos | Novos Horizontes - Vulnerabilidade e Saúde Integral de Travestis e ...
#30anos | Novos Horizontes - Vulnerabilidade e Saúde Integral de Travestis e ...
 
Recomendações para Terapia Antirretroviral em Adultos Apos Falha Dra. Monica...
Recomendações para Terapia Antirretroviral em Adultos Apos Falha  Dra. Monica...Recomendações para Terapia Antirretroviral em Adultos Apos Falha  Dra. Monica...
Recomendações para Terapia Antirretroviral em Adultos Apos Falha Dra. Monica...
 
Atualização Consenso ARV - Dra. Denise Lotufo - 26 jun 2013- 14h
Atualização Consenso ARV - Dra. Denise Lotufo - 26 jun 2013- 14hAtualização Consenso ARV - Dra. Denise Lotufo - 26 jun 2013- 14h
Atualização Consenso ARV - Dra. Denise Lotufo - 26 jun 2013- 14h
 
Proposta de ampliacao_trd_ab 2013
Proposta de  ampliacao_trd_ab 2013Proposta de  ampliacao_trd_ab 2013
Proposta de ampliacao_trd_ab 2013
 
Mobilização Nacional Dia da Saúde - Teste Rápido HIV-Sífilis
Mobilização Nacional Dia da Saúde - Teste Rápido HIV-Sífilis Mobilização Nacional Dia da Saúde - Teste Rápido HIV-Sífilis
Mobilização Nacional Dia da Saúde - Teste Rápido HIV-Sífilis
 
PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
PROGRAMA  DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUO DE SERVIÇOS DE SAÚDEPROGRAMA  DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
 
Fique Sabendo 2012 24OUT - Procedimentos Laboratoriais
Fique Sabendo 2012 24OUT - Procedimentos LaboratoriaisFique Sabendo 2012 24OUT - Procedimentos Laboratoriais
Fique Sabendo 2012 24OUT - Procedimentos Laboratoriais
 
Fique sabendo 2012 24OUT - Fluxo da Informação IAL
Fique sabendo 2012 24OUT - Fluxo da Informação IAL Fique sabendo 2012 24OUT - Fluxo da Informação IAL
Fique sabendo 2012 24OUT - Fluxo da Informação IAL
 
Fique abendo 2012 VC 24 de OUT Karina CRT
Fique abendo 2012 VC 24 de OUT Karina CRTFique abendo 2012 VC 24 de OUT Karina CRT
Fique abendo 2012 VC 24 de OUT Karina CRT
 
Construindo um espaço comum entre dstaids e atenção básica 2012
Construindo um espaço comum entre dstaids e atenção básica 2012Construindo um espaço comum entre dstaids e atenção básica 2012
Construindo um espaço comum entre dstaids e atenção básica 2012
 
VC Fique Sabendo 2012 - FLUXO DE LABORATÓRIO
VC Fique Sabendo 2012 - FLUXO DE LABORATÓRIO VC Fique Sabendo 2012 - FLUXO DE LABORATÓRIO
VC Fique Sabendo 2012 - FLUXO DE LABORATÓRIO
 
VC Fique Sabendo 2012 - Fluxo da Informação
VC Fique Sabendo 2012 - Fluxo da InformaçãoVC Fique Sabendo 2012 - Fluxo da Informação
VC Fique Sabendo 2012 - Fluxo da Informação
 
Aula 4 eventos adversos dos antirretrovirais
Aula 4 eventos adversos dos  antirretroviraisAula 4 eventos adversos dos  antirretrovirais
Aula 4 eventos adversos dos antirretrovirais
 
Aula 3 Plano Integrado às pessoas vivendo com HIV
Aula 3 Plano Integrado às pessoas vivendo com HIVAula 3 Plano Integrado às pessoas vivendo com HIV
Aula 3 Plano Integrado às pessoas vivendo com HIV
 
Aula 1 Farmacovigilância Introdução, conceitos, dados estatísticos
Aula 1 Farmacovigilância   Introdução, conceitos, dados estatísticosAula 1 Farmacovigilância   Introdução, conceitos, dados estatísticos
Aula 1 Farmacovigilância Introdução, conceitos, dados estatísticos
 
Aula 2 Farmacovigilância
Aula 2 Farmacovigilância Aula 2 Farmacovigilância
Aula 2 Farmacovigilância
 
Procedimentos de realização dos testes rápidos
Procedimentos de realização dos testes rápidosProcedimentos de realização dos testes rápidos
Procedimentos de realização dos testes rápidos
 
VC 27/01/2012 - Multiplicadores em DST/Aids
VC 27/01/2012 - Multiplicadores em DST/AidsVC 27/01/2012 - Multiplicadores em DST/Aids
VC 27/01/2012 - Multiplicadores em DST/Aids
 

Pesquisa sobre HIV entre HSH no Centro de SP

  • 1. 30 ANOS DO PROGRAMA ESTADUAL DE AIDS DE SÃO PAULO HIV/Aids entre Homens que fazem sexo com Homens: Projeto SampaCentro Maria Amelia S.M. Veras e equipe do SampaCentro FCMSCSP
  • 2. Contexto Sucesso histórico em implantar programas de HIV em larga escala - combinado com o surgimento de novas ferramentas poderosas para evitar que pessoas sejam infectadas e que morram por causas relacionadas com a AIDS - permitiu estabelecer as bases para o eventual fim da AIDS. UNAIDS- Global Report 2012
  • 3. Contexto • Dados de vigilância epidemiológica no Brasil indicando recrudescimento da epidemia de HIV/Aids entre HSH • Planos de Enfrentamento da Epidemia de HIV/Aids entre HSH (2008). Necessidade de atualizar números com estudos sobre grupos específicos.
  • 4. Tendência recente no Estado de São Paulo Figura 5 - Tendência dos casos de aids em adultos do sexo masculino segundo categoria de exposição, estado de São Paulo, 2005 a 2009* HSH** Hetero UDI*** Linear (HSH**) Linear (Hetero) Linear (UDI***) 2.000 y = -69x + 1880 r2 = 0,84; p= 0,023 1.800 1.600 1.400 1.200 y = 12x + 1238,2 r2 = 0,08; p= 0,327 1.000 o s a c e d º N 800 600 400 200 y = -74x + 619,1 R2 = 0,97; p< 0,001 0 2005 2006 2007 Ano de diagnóstico Fonte: SINAN - Vigilância Epidemiológica - Programa Esatual DST/Aids-SP (VE-PEDST/Aids-SP) Notas: * Dados preliminares até 30/06/2011 **HSH - Homens que fazem sexo com homens ***UDI - Uso de drogas injetáveis 2008 2009
  • 5. Contexto “A epidemia entre homossexuais masculinos, essa é, no meu ver, a única epidemia verdadeiramente global que nós temos hoje, entre as muitas epidemias de aids. O risco de um homossexual jovem [adquirir HIV] hoje em uma capital europeia é igual ao risco para adquirir HIV de um jovem crescendo na África do Sul, que tem a maior epidemia do mundo”. Luiz Antonio Loures, diretor adjunto do Programa de Aids das Nações Unidas (UNAIDS) e subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas Evento 30 anos Programa de aids de SP.
  • 6. Projeto SampaCentro: o que e como Conhecer a prevalência do HIV, comportamentos e práticas sexuais, e o acesso à prevenção dos HSH que frequentam espaços de sociabilidade nos distritos da Consolação e da República, região central do Município de São Paulo. Inquérito com base em amostragem por tempo/espaço (TLS ou TSS), precedida de pesquisa formativa.
  • 7. Centro de São Paulo, destacando a área da pesquisa
  • 9. Centro-República Porção mais antiga do “gueto”: 1970 Porção mais antiga do “gueto”: 1970 Mais pobres, de Mais pobres, de pele mais escura, pele mais escura, mais velhos, mais mais velhos, mais gordos gordos Mais casais Mais casais heterogâmicos heterogâmicos em termos de: em termos de: geração, geração, cor/raça ee cor/raça gênero gênero (bicha-bofe) (bicha-bofe) Maior concentração espacial de estabelecimentos de lazer Maior concentração espacial de estabelecimentos de lazer eesociabilidade voltados para gays, HSH eetravestis sociabilidade voltados para gays, HSH travestis Proximidade com Proximidade com “zona moral” “zona moral” (prostituição, (prostituição, “cracolândia”); “cracolândia”); Concentração Concentração residencial de residencial de estudantes, HSH, estudantes, HSH, idosos, profissionais idosos, profissionais do sexo, travestis; do sexo, travestis; Sede de ONGs Sede de ONGs Maior concentração de Maior concentração de locais para práticas sexuais locais para práticas sexuais (cinemões eeclubes de (cinemões clubes de sexo) sexo)
  • 10. Augusta – Barra Funda Território de tribos Território de tribos juvenis (1990 -juvenis (1990 modernos eerockers) modernos rockers) Predomínio: Predomínio: estratos médios; estratos médios; brancos eepardos, brancos pardos, jovens eecasais jovens casais homogâmicos homogâmicos (geração eeatributos de (geração atributos de gênero ––gay-gay) gênero gay-gay) Boates cercadas por bares eebotecos Boates cercadas por bares botecos Interligação Interligação Centro-Jardins Centro-Jardins Casas de prostituição Casas de prostituição feminina feminina Locais mistos: Locais mistos: hetero eeGLS hetero GLS Grande Grande rotatividade das rotatividade das casas casas Maior no. de Maior no. de saunas saunas
  • 11. Inquérito nos locais de sociabilidade
  • 12. Características Demográficas Idade Raça Escolaridade Trabalho assalariado De 18 a 24 anos De 25 a 34 anos De 35 a 49 anos De 50 a 77 anos Amarela Branca Indígena Parda Preta Até Ensino Fundamental Completo Até Ensino Médio Completo Até Ensino Superior Incompleto Ensino Superior Completo Pós Graduação Sim A B Status C socioeconômico D E N % 367 459 295 95 29 712 12 333 124 30,7 42,4 20,4 6,5 2,5 63,1 0,9 24,9 8,7 56 4,1 359 29,5 278 24,5 358 29,0 165 12,9 1095 90,1 195 693 310 14 5 17,0 58,0 23,3 1,3 0,3 Auto-referida Estimulada RU Espontânea RU Espontânea (Critério de Classificação Econômica Brasil – ABEP)
  • 13. Município de SP Local de moradia dos entrevistados Locais de Moradia Zona Central N 374 % 30,8 Zona Leste 184 13,5 Zona Norte 116 7,9 Zona Oeste 158 13,2 Zona Sul 184 14,8 159 14,3 38 3,5 4 0,1 Municípios da Grande São Paulo Outras Cidades do Estado de São Paulo NS/NR RU Espontânea
  • 14. Prevalência de Infecção pelo HIV e Estimativa de infecção recente Resultado sorologia para HIV e Infecção Nº testados HIV Infecção Recente testes reagentes Prevalência 776 118 15,4% 118 39 33,0%
  • 15. Prevalência de Sífilis, Hepatites B e C Sífilis Hepatite B Hepatite C N testados 227 227 227 Testes reagentes 43 7 6 Prevalência % 18,9 3,1 2,6
  • 16. Resultados da sorologia anti-HIV por faixa etária Idade De 18 a 24 anos De 25 a 34 anos De 35 a 49 anos De 50 a 77 anos Total HIV Reagente N 19 42 46 11 118 % 6,4 14,7 27,7 18,3 15,4
  • 17. Prevalência da infecção pelo HIV de acordo com histórico de testagem Variável n/N HIV (teste positivo) 114/745 Teste anterior (-) Teste anterior (+) Não foi buscar resultado ultimo teste Teste anterior indeterminado Nunca se testou 55/544 46/47 0.8/23 3/5 6/116 Percentual Ajustado (95% CI) 15.4 (11.6-20.1) 10.2 (6.4-15.8) 98.4 (88.8-99.8) 3.4 (0.7-16.0) 64.0 (13.1-95.5) 5.1 (2.0-12.7)
  • 18. Características independentemente associadas à infecção Variável OR Bruto IC95% OR Ajustado IC95% CI Idade 18-24 25-34 1.00 1.00 2.43 1.08-5.45 2.44 1.09-5.50 35-49 7.27 3.37-15.65 6.52 3.00-14.16 50-77 3.26 0.89-11.93 2.78 0.64-12.16 Identidade Sexual Homossexual 1.00 Bissexual 0.49 0.18-1.30 0.77 0.29-2.03 Heterosexual 0.02 0.01-0.20 0.05 0,01-0.50 Transexual/travesti 0.17 0.03-0.96 0.11 0.01-0.87 Estrato SE A/B 1.00 C/D/E 1.99 Quantas pessoas conhece infectadas pelo HIV Poucas Muitas 1.00 1.15-3.44 1.00 5.37 2.15 1.15-4.01 1.00 2.86-10.09 3.67 1.75-7.70 Papel no sexo anal Outro Exclusivamente insertivo Uso de condom últs 3 parceiros Não Sim 1.00 1.00 4.41 1.23-15.83 1.04-16.73 1.00 1.00 1.87 4.18 1.21-2.89 1.63 0.99-2.69 Encontra parceiros sexuais na internet Não 1.00 Sim 1.53 1.00 0.99-2.35 1.71 1.06-2.76
  • 19. Prática de sexo anal e número de parceiros últimos 6 meses Atividade sexual anal N % Exclusivamente ativo 188 15,5 Predominantemente ativo 268 22,1 Igualmente ativo e passivo 516 42,6 RU Predominantemente passivo 173 14,3 Estimulada Exclusivamente passivo 54 4,4 Nunca pratico sexo anal 13 1,1 Quantidade de parceiros De 0 a 1 parceiros De 2 a 5 parceiros De 6 a 10 parceiros Mais de 10 parceiros N % 358 461 171 218 29,6 38,2 14,2 18,0 RU Espontânea
  • 20. Características da última relação sexual Última relação sexual % Minha casa 42,6 Casa dele 308 25,6 Hotel, motel, drive 229 19 57 4,7 39 3,2 Casa de amigos 26 2,1 Outro 24 2 Boate Onde transaram 515 11 0,9 906 74,7 240 67,8 32 9,2 81 23 Sauna, cinema, clube de sexo, darkroom, sexshop Rua, praça, parque, carro em espaço público, banheiro público Usou camisinha Ambos / vocês dois Uso de drogas ou Ele/Ela medicamentos Você RU Estimulada
  • 21. Percepção do Risco 837 69,4 Moderado 338 28,0 Nenhum 10 0,8 Pequeno 22 1,8 Grande 683 56,8 Moderado 473 39,3 Nenhum 11 0,9 Pequeno Risco de infecção de HIV nas relações heterossexuais % Grande Risco de infecção de HIV nas relações homossexuais N 36 3,0% Relação com a soropositividade para HIV Quantidade de soropositivos que conhece Faria sexo com soropositivo Muitos Poucos Nenhum Sim Não Recusou-se a responder N 11,7 60,8 27,5 44,2 54,3 1,4 Estimulada % 141 735 333 535 657 17 RU RU Estimulada RU Espontânea
  • 22. Experiência de estigma e Discriminação em função da sexualidade N % Excluído ou marginalizado - Professores ou colegas na escola/ faculdade 364 30,0 Excluído ou maltratado - Motivos religiosos 359 29,6 Excluído ou marginalizado - Grupo de amigos ou vizinhos 353 29,1 Excluído ou marginalizado - Ambiente familiar 332 27,5 Excluído ou marginalizado - Ambiente religioso 276 23,2 Impedido de doar sangue Mal atendido ou impedido de entrar em comércio/locais de lazer Maltratado por policiais ou ter sido mal atendido em delegacias 221 18,7 206 16,9 204 16,9 Mal atendido em serviços públicos 147 12,1 146 12,1 122 10,0 Discriminação Não ser selecionado ou ter sido demitido do emprego Mal atendido em serviços de saúde ou por profissionais de saúde RM Estimulada
  • 23. Ter sido vítima de agressão e outras formas de violência em função da sexualidade Agressão e violência Agressão verbal Ameaça de agressão Constrangimento no trabalho Agressão física Chantagem ou extorsão Violência sexual “Boa noite cinderela" N 729 406 250 195 169 86 57 % 59,9 33,4 20,6 16 13,9 7,1 4,7 RM Estimulada
  • 24. Acesso à informação sobre HIV e AIDS Fonte de Informação sobre HIV Internet TV Jornais Outro Amigo / parente Médicos Educação em saúde na escola Material educativo gratuito Livros Pessoal do CTA Folhetos - Posto de saúde Educador Parceiro sexual Total N 564 208 89 77 70 49 42 27 23 20 13 11 5 1211 % 47,0 17,3 7,4 6,5 5,9 4,1 3,5 2,2 1,9 1,7 1,1 1,0 0,4 RU Estimulada
  • 25. Situação de risco de infecção pelo HIV Infecção pelo HIV % 74,5 25,5 Muito tesão e não usaram camisinha 204 23,5 Camisinha rompeu Outro Já achou, alguma vez, que tinha sido infectado pelo HIV N 902 308 177 141 20,4 16,2 134 15,4 91 10,5 Não tinha camisinha 76 8,7 Esqueceram de usar a camisinha 46 5,3 Sim Não O que aconteceu para achar Parceiro poderia estar infectado pelo HIV que estava infectado pelo HIV Não quiseram usar camisinha RU Estimulada
  • 26. Apoio diante de situação de risco de infecção pelo HIV Formas de apoio procuradas quando achou que estava infectado N % Serviço de saúde - Testagem 545 44,8 Não fez nada 210 17,7 Serviço de saúde - Orientação 78 6,6 Procurou amigos 55 4,6 Serviço de saúde - Doar sangue e ser testado 41 3,4 24 2,0 14 1,1 9 0,8 538 83,6 Serviço de saúde - Medicação para prevenir infecção pelo HIV Família ONG Encontrou apoio RM Espontânea
  • 27. Formas de prevenção utilizadas Formas de prevenção N % Preservativo e/ou gel lubrificante 1107 91,2 Seleciona os parceiros É fiel 262 154 21,6 12,7 Faz teste de HIV regularmente 154 12,7 Reduz o número de parceiros 147 12,1 Confia no(s) parceiro(s) 117 9,6 Opta por práticas de menor risco 98 8,1 Abstinência sexual Faz apenas sexo oral Nenhuma 55 49 27 4,5 4,0 2,3 Usa medicamentos para HIV após exposição 18 1,3 Usa medicamentos para HIV antes da exposição 16 1,3 RM Espontânea
  • 28. Ricardo Fernandes Gambôa De prazeres e perigos: abordagem etnográfica dos roteiros eróticos de homens que fazem sexo com homens e desafios à prevenção do HIV na região central da cidade de São Paulo Dissertação de Mestrado em Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo, defendida em 2013. Orientadoras: Profa. Dra. Maria Amélia Veras Profa. Dra. Regina Facchini
  • 29. QUANDO O TESÃO FOR DEMAIS: CONTROLE DE EXCESSOS, DESCONTROLE E VULNERABILIDADE Roteiros considerados mais perigosos, relacionados à prática do sexo anal, implicam, necessariamente, em mais disposição. Pode estar ligada à ideia de desejo sexual como instinto irrefreável. Dar vazão a tal instinto implica colocar em prática a fantasia da foda reduzindo o “controle”. Para uma melhor disposição: • Álcool ou outras substâncias psicoativas • Buscar um ambiente tão povoado de estímulos eróticos também pode alimentar o instinto (a prática do sexo anal desprotegido seduz)
  • 30. QUANDO O TESÃO FOR DEMAIS: CONTROLE DE EXCESSOS, DESCONTROLE E VULNERABILIDADE Vulnerabilidade individual: O público do cinema não é composto por sujeitos que negam o perigo a ponto de colocar-se em risco, mas por homens que tentam manejar ou gerenciar as informações de prevenção que possuem no sentido de um cálculo racional, que visa minimizar o risco e maximizar o prazer de determinadas práticas sexuais.
  • 31. QUANDO O TESÃO FOR DEMAIS: CONTROLE DE EXCESSOS, DESCONTROLE E VULNERABILIDADE Vulnerabilidade social: Barreiras culturais que impliquem a vivência da sexualidade como algo proibido, relegada à vida obscura dos cinemões, podem impactar na forma como estes homens encaram o risco, bem como influenciar a motivação (ou ausência dela) para a prevenção e a busca de informações. No cinemão e nas comunidades online observam-se processos de estigmatização de homossexuais vivendo com o HIV, tidos como sujos e individualmente culpabilizados por sua condição.
  • 32. QUANDO O TESÃO FOR DEMAIS: CONTROLE DE EXCESSOS, DESCONTROLE E VULNERABILIDADE Vulnerabilidade programática: Ainda faltam preservativos e lubrificante. Nenhum dos homens com quem o autor conversou mencionou a profilaxia pós-exposição. Ausência de intervenções de prevenção nas comunidades do Orkut. A fantasia relatada online se desdobra na vida off-line. Estabelecimentos nega que ocorra sexo casual e anônimo entre homens, o que pode representar entraves para o acesso dos serviços de saúde e prevenção a estes espaços.
  • 33. QUANDO O TESÃO FOR DEMAIS: CONTROLE DE EXCESSOS, DESCONTROLE E VULNERABILIDADE A relação entre sexo (sobretudo penetração anal) e perigo é bem conhecida, bem como a necessidade de usar camisinha. •Articulação entre saúde coletiva e direitos humanos, como uma relação necessária. •Uma abordagem que conceba a conduta sexual como uma atividade social diversa, pautada pelo respeito aos direitos individuais na construção de corpos e de prazeres, sem conotações moralizantes ou normatizantes, é necessária e fundamental para possibilitar a “ressocialização do sexo seguro”1 entre HSH. 1. PAIVA, 2012
  • 34. Por que aids volta a crescer entre HSH?
  • 35. Mirando-se no exemplo da Austrália • ” … modo como a resposta à epidemia de HIV emergiu da comunidade gay, demonstra a importância da ação coletiva (collective agency) e da capacidade de construção da comunidade, com apoio e financiamento do governo” • “Usar camisinha tornou-se sinônimo de cuidado com o outro” Kippax, S et al. AJPH, June, 2013
  • 36. Mirando o exemplo, Austrália Talk test, test, trust (2003) •Resposta efetiva ate o final da década de 1990. •Aumento da incidência nos anos 2000: emergência de abordagens biomédicas e diminuição de recursos para a prevenção de HIV pelo governo. •Necessário entender como a comunidade gay se relaciona entre si, com as políticas biomédicas e com a saúde pública. Kippax, S et al. AJPH, June, 2013
  • 37. A call to action for comprehensive HIV services for men who have sex with men. Beyrer C, Sullivan PS, Sanchez J, Dowdy D, Altman D, Trapence G, Collins C, Katabira E, Kazatchkine M, Sidibe M, Mayer KH - Center for Public Health and Human Rights, Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, Os dados tem mostrado que os HSH suportam uma carga desproporcional de infecção pelo HIV. No entanto, eles continuam a ser excluídos, por vezes, de forma sistemática, do acesso aos serviços de HIV por causa do estigma, discriminação e criminalização. Esta situação deve mudar para que o controle global da epidemia de HIV seja alcançado. Na saúde pública, com referencial dos direitos humanos, a expansão da prevenção, tratamento e cuidados para HSH é um imperativo urgente. Uma combinação efetiva de prevenção e tratamento, de modo cuidadoso e culturalmente adequado, pode ser desenvolvida, mesmo em ambientes desafiadores. Para tratar HIV em HSH é preciso pesquisa continuada, vontade política, reformas estruturais, o envolvimento da comunidade e planejamento estratégico e programação, mas pode e deve ser feito.
  • 38. O que fazer? • • • • Ampliar opções de prevenção! Considerar a agenda individual! Estratégias PEP, PrEP, prevenção secundária; Ampliar diagnóstico e tratamento precoce de outras DST (Sífilis, gonorréia, HPV, hepatites) • Estratégias para atingir adolescentes e jovens HSH, travestis e trans • Refinar instrumentos de monitoramento (repetir TLS, RDS, estudos quali)
  • 39. O que fazer? Ocupar espaços não tradicionais (espaços de sociabilidade, redes sociais) Incorporar novas tecnologias, fazer estudos de aceitabilidade Usar recursos não tradicionais (intervenções na internet, apps para celular)
  • 40. Requisitos para a AÇÃO • Reconhecimento da diversidade sexual, enfrentamento da discriminação nos espaços públicos e privados; • Reaprender com a comunidade: HSH inventaram uma série de estratégias incorporadas (ou ainda não) pela Saúde Pública; • ReConstruir de forma compartilhada: agenda deve ser fruto da parceria (governo, profissionais de saúde, comunidade, pesquisadores, educadores);
  • 41. Equipe Coordenadora: Maria Amelia de Sousa Mascena Veras Coordenadora Adjunta : Gabriela Junqueira Calazans •Equipe de coordenação operacional •Gabriela Junqueira Calazans •Manoel Ribeiro •Márcia Giovanetti •Maria Amélia de Sousa Mascena Veras •Ricardo Gamboa Coordenadora da pesquisa formativa: Isadora França Lins Pesquisadores pesquisa formativa: Regina Facchini e Ricardo Gamboa Coordenadora do componente laboratorial: Carmem Aparecida de Freitas Oliveira Equipe do componente laboratorial: Carlos Augusto Velasco de Castro, Carmen Lúcia Soares, Edilene Peres Real da Silveira, Elaine Lopes de Oliveira, Graça Ribeiro, Márcia Jorge Castejon, Rosemeire Yamashiro
  • 42. Equipe Assistentes de coordenação: Denise Andrade e Jucélia Barbosa Coordenadoras do campo do inquérito: Margaret Dominguez e Mariângela Nepomuceno Supervisores de campo do inquérito: Aline Ramos Barbosa, Cleiton Eduardo Fiório , Luiz Fabio Alves de Deus , Mariana Lebrão Lisboa, Marina Mendes de Oliveira Pecoraro, Tiago Rodrigo Marin Entrevistadores do inquérito: Adriano Volnei Zago, Bianca Thais Manzani Pascoal, Brener Yoshio Kataguire C. Carneiro, Bruno Puccinelli, Camila Vitule Brito de Souza, Carolina Simone Souza Adania, Cecília Ferrari França, Cleiton Eduardo Fiório, Félix Luis Rocha da Silva, Higor de Moura Valente, Janaina Lima, Jeilson Felix de Lima, Luciana de Sá Almeida, Luiz Fabio Alves de Deus, Marilda Madalena Martins, Paulo Clécio Silva de Souza, Paulo Sérgio Stockler Coletadores: Anderson Batista do Nascimento, Gabriel Antônio Guimarães Pereira Filho, Izildinha de Jesus Pinheiro, José Bonifácio, Manoel Francisco de Miranda, Maria da Conceição Barbosa Araújo, Maria Esmelindra Monteiro de Moraes, Miguel Padula Junior, Vanessa Gutierrez Alves, Vladimir Rodrigues Macedo Pesquisa formativa concomitante ao inquérito: Bruno Puccinelli e Ricardo Gamboa
  • 43. Agradecimentos • Aos participantes • Equipe do CRT-DST/Aids • Equipe da FCMSCSP • Programa Municipal de DST/AIDS • Departamento Nacional de DST/AIDS • • • • Fórum ONG/Aids-SP Fórum Paulista LGBT Aliança Paulista LBGT Conexão Paulista LGBT • Financiamento: – FAPESP – SES-SP – FAP-FCMSCSP