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Abstract

       Este trabalho pretende demonstrar como o Turismo tem uma faceta integradora,
apoiando-se em várias disciplinas e actividades para conceber um território como
destino turístico ordenado e com potencialidades a nível local, regional e nacional. As
áreas rurais têm uma imagem denegrida podendo o turismo, assente em bases de
sustentabilidade e ambiente, vir a alterá-la, revitalizando-a. Estes espaços podem sofrer
alterações a nível social, económico e cultural, podendo alterar a identidade das
populações. Pretende-se compreender com este trabalho, se o turismo pode ser
benéfico para estas áreas e de que forma. Este texto é o resumo da investigação na
cadeira anual de Seminário/Projecto, pretendendo dar a conhecer um território, um
produto e uma prática, aprofundado conhecimentos de disciplinas e temas, recorrendo
ametodologias teóricas e práticas essenciais para a formação de um bom profissional
ligado ao Turismo.




                                  Palavras-Chave:


             Turismo, Desenvolvimento, Mobilidade, Território, Cultura, Vinho,
                             Gastronomia, Enoturismo




                                           1
1 Introdução

        Na sociedade contemporânea fenómenos como lazer, mobilidade, território,
património, ambiente, sustentabilidade, desenvolvimento e turismo têm sido foco de
diversas discussões, a nível social, político e económico. Tendo este trabalho como tema
o desenvolvimento local em territórios de baixa densidade associado ao Enoturismo, será
de enorme relevância contextualizarmos as práticas do Turismo, do Lazer e da
Agricultura, mais específicamente a vitivinicultura. A compreensão destes fenómenos é
fundamental para que possamos fazer uma análise mais extensiva sobre o tema,
associando os termos e tentando perceber de que forma podem ser influenciados os
territórios em toda a sua dimensão social, económica, política, patrimonial e identitária.
        O Turismo é um fenómeno que se tem vindo a desenvolver ao longo do século XX,
tendo a sua origem, como concepção actual, no Grand Tour dos séculos XVIII e XIX.
Apesar de existirem referências anteriores ao Grand Tour, nomeadamente Egipto, Grécia
e Roma Antigos, foi através do primeiro que começou realmente a conhecer-se o mundo
e a ter-se contacto com outros povos, culturas e civilizações, ou seja, começou a ter-se
a percepção de território. A conjunctura política sempre influenciou estes fenómenos
sociais, pois através das “Revoluções” que o mundo foi sofrendo, alterações a nível
sociológico, económico, político e cultural foram-se demarcando, evoluindo e
instituindo. Foi entre os anos 50 e os anos 70 do século XX que se deu o chamado “boom
turístico”, que vai dar origem ao(s) turismo(s) que vivemos hoje. Este tornou-se um dos
sectores mais importantes das sociedades actuais, visto que é uma actividade humana,
que prossupõe mobilidade e interação e potencia a transformação de territórios e de
sociedades. Esta actividade, segundo as Estatísticas de Turismo, é considerada como
uma das mais importantes na geração de emprego e rendimentos, representando, hoje,
10% do PIB (Produto Interno Bruto) Nacional e empregando cerca de 416 000 indivíduos,
isto é, 8,1% dos trabalhadores activos. Podemos afirmar então, que é um sector de
máxima importância para as economias nacionais e fomentador de desenvolvimento,
especialmente no meio rural, funcionando este como instrumento de criação de
oportunidades e da reanimação deste mesmo espaço, que nos interessa no
desdobramento do nosso trabalho.
        A sedentarização do Homem, há milhares de anos, fez com que este começasse a
ter uma relação mais profunda com o espaço e com o território. A humanização das
paisagens, visível através da agricultura, fez com que o Homem se fixasse a um
território, alterando a sua imagem. Esta apropriação do espaço levou a que a Natureza
se tornasse mais humanizada e consequentemente aliada do Homem, dando-lhe o que
ele precisava. A plantação da vinha já vem referenciada desde a pré-história, pelo
menos, sendo que a Geórgia (Cáucaso) é considerado o sítio onde se cultivou vinhedo
pela primeira vez (7000 a.C.), mostrando aqui a relação ancestral entre o homem e esta
prática, tendo também a sua relação com a religião muita importância. De facto, o
vinho está interligado com as várias religiões, sendo em muitas delas o meio para atingir
Deus, utilizado em rituais sagrados como funerais e casamentos, ou representando o seu
sangue. A verdade é que este, vinho, sempre foi considerado um produto exclusivo às
elites e aos abastados, começando apenas na sociedade actual a desvanecer-se essa
ideia. Assim, a agricultura mostra que o espaço pode servir o homem como meio de
subsistência, mas que através deste essa mesma relação se complexifica. Questões como
identidade, mobilidade, cultura, património e tradição serão também abordadas ao
longo do trabalho, por serem intrínsecas a esta ligação entre o Homem e o Espaço.
        Este trabalho escrito corresponde à fase final da investigação feita ao longo da

                                            2
cadeira de Seminário, um projecto com carácter anual, onde se realizou numa primeira
parte a abordagem mais teórica, tendo especial ênfase na contextualização do espaço e
do produto e na segunda parte um contacto maior com a região e com os intervenientes
no desenvolvimento desta mesma. No trabalho escrito anteriormente abordei a
contextualização do turismo e da prática agrícola da vitivinicultura na cultura
portuguesa, descrevendo o ambiente sócio-económico, geomorfológico, histórico e
cultural de espaço em questão, Melgaço, sem nunca esquecer nem por de parte todo o
seu envolvente. Nesta segunda parte farei um resumo da investigação feita para o
primeiro trabalho, complementando-o e alterando algumas questões que achar
pertinentes. As metodologias utilizadas pretendem esclarecer dúvidas e questões
inerentes ao tema e foi crucial, para a compreensão de fenómenos como Turismo,
Vitivinicultura, Enoturismo, Desenvolvimento e Sustentabilidade, a leitura de textos,
artigos e livros de autores/investigadores importantes na discussão dos temas, o
contacto com os produtores, as associações de desenvolvimento, os municípios e outros
intervenientes no processo, para além da consulta das páginas oficiais dos municípios e
das Rotas do Vinho Verde e do Alvarinho. Ao longo do trabalho tentarei ser o mais
concisa, clara e explícita quanto possível.




                                          3
2 Contextualização das Páticas

       Num contexto em que falamos de Turismo e Lazer como fundamentais na
sociedade contemporânea           e consequentemente no desenvolvimento local,
especialmente em territórios de baixa densidade, é crucial contextualizar e
compreender as actividades que lhe são atribuídas. As origens do Turismo, do Lazer e da
cultura da vinha revelaram-se indissociáveis para esta investigação e funcionaram como
ponto de partida na compreensão dos restantes temas e fenómenos.
       “Turismo é considerado um fenómeno de modernidade, criado pelas civilizações
ocidentais (...) na vivência da sua capacidade de mobilidade (...)” (Inácio). A questão
premente da mobilidade nas sociedades indica-nos, que apesar de estas serem
ancestrais, é através da Revolução dos Transportes e das Comunicações que se pode
considerar a emergência do Turismo como o conhecemos hoje.
       Revivendo o passado podemos constactar que, desde que se tornou sedentário, o
Homem apenas fazia deslocações com fins expansionistas, comerciais e religiosos devido
aos elevados custos destas morosas e difíceis deslocações. A agricultura era o seu meio
de subsistência e os seus frutos a moeda de troca nos mercados. A escassez de
transportes e a lonjura das distâncias condicionadas pelas fracas redes viárias
propiciaram a que a quantidade de viagens feitas por esta altura fossem diminutas,
depreendendo que apenas os comerciantes e os aristocratas tinham acesso a estas
viagens. É com o Renascimento que se inicia um processo de alteração. Esta foi uma
época em que se pretendia romper com a “escuridão” vivida na Idade Média e é por esta
altura que se recuperam custumes, tradições e hábitos das Culturas da Antiguidade,
como festivais e feiras, dando-se ainda especial atenção às artes, criando-se teatros
itinerantes e apelando-se ao mecenato para proteger artistas.
       As viagens pela altura dos Descobrimentos fizeram com que novos produtos
surgissem para complementar a alimentação mediterrânica baseada em pão, azeite e
vinho e modificou a ideia de viagem, pois esta começou a ter um carácter lúdico, isto é,
motivada pela curiosidade de conhecer novos povos, novas civilizações, novos lugares.
Só mais tarde no século XVIII estas viagens começaram a ter como motivação a instrução
e o prazer. Surge assim o Grand Tour que vai dar origem às bases do Turismo.
       O Grand Tour consistia na realização de longas viagens, efectuadas por jovens
abastados, pertencentes a elites e à aristocracia, tendo uma duração de dois a três
anos. Os objectivos destas viagens eram não só educar os jovens para os aspectos
governativos e diplomáticos, mas também para terem contacto com outros países,
outros povos, outras sociedades, demonstrando o carácter cultural para além do
político. Como já referi, o carácter onoroso, extensivo e prolongado destas viagens
determinava que estas constituissem um privilégio para os mais abastados, sendo
realizada com a intenção de aumentar a sua influência e o estatuto social.
       Com as viagens a aumentar, foi necessário adaptar e criar infra-estruturas
capazes de satisfazer a procura, desde melhorar alojamentos já existentes como
hospedarias e estalagens à criação de hotéis que começaram a popularizar-se por esta
altura. As estradas também foram melhoradas devido á circulação cada vez mais
frequente de malapostas e foram introduzidos barcos a vapor nos principais percursos
aquáticos. Foi também por esta altura que surgiram os pacotes turísticos que
englobavam transporte e alojamento nos principais hotéis. A nível económico podemos
referir as notas de câmbio introduzidas por banqueiros nos finais do século XVIII e que
poderiam ser utilizadas em muitos centros Europeus. Podemos então referir que o
território já começa a ser organizado de forma a que possa existir uma “cultura de

                                           4
viagens”, pois ainda não podemos falar de turismo, apesar de já haver referência a este
em 1907. Analisando o parágrafo podemos então referir já alguns elementos esseciais
para a prática turística que se começam a instituir e a alterar, sendo eles então os
equipamentos (infra-estruturas turísticas, equipamentos comerciais e equipamentos
recreativos-desportivos) e as acessibilidades.
       A Revolução Industrial iniciada em meados do século XIX é portanto uma
referência importante a se fazer, pois despoletou uma nova conjunctura nas sociedades.
Mudanças foram sentidas a todos os níveis. Com a introdução de máquinas a vapor
alterou-se a situação do trabalhador, disponibilizando-se assim mão-de-obra. A
instalação de indústrias nos meios urbanos maiores e essencialmente litorais levou a que
as populações iniciassem um processo de deslocações para esses meios, do rural para as
cidades. Este tipo de migração ainda está muito acoplado nas sociedades
contemporâneas e advém daí a explicação para o empobrecimento e abandono do meio
rural. As condições destes operários não eram as melhores, vivendo estes em condições
precárias e com um nível de vida muito baixo. Sendo que era visível o aumento da
produtividade nas fábricas, começaram-se a organizar sindicatos de trabalhadores para
reinvindicar alguns direitos e após muitas lutas esses mesmos foram conseguidos, pois os
patrões perceberam que se os trabalhadores estivesses contentes o nível de
produtividade aumentava, portanto, as horas de trabalho foram substancialmente sendo
reduzidas, de 16 horas por dia para as 8 horas (que ainda hoje se praticam), os salários
foram aumentados e foram instituidas as férias (mais tarde pagas). Tudo isto levou a que
o trabalhador se visse liberto do tempo de trabalho para ter mais tempo para fazer
outras coisas e agora com uma capacidade económica diferente. A sua qualidade de vida
melhora, tal como a esperança média de vida das populações. Procede-se, também, a
uma “educação” das populações, instituíndo a obrigatoriedade e consequentemente
diminuíndo o nível de analfabetização e por fim a entrada da mulher no mundo
profissional e a consequente redução da familia nuclear foram elementos chave para a
institucionalização do Lazer, onde o turismo se insere. A partir daqui a necessidade do
homem de se sentir bem a nível físico e psíquico leva a que este pratique actividades
que levem ao seu bem-estar e ao seu prazer e que cada vez mais se vem sentido.
Segundo Santos e Gama (2008), “o lazer (...) directamente relacionado com o
desenvolvimento da sociedade de consumo, tornou-se uma das referências da
mercadorização do tempo e do espaço, através de formas de interacção socioeconómica
lideradas tanto por processos de elitização como por processos de democratização, no
acesso a bens e serviços que lhe estão associados”.
       Todas estas evoluções permitiram que certo tipo de actividades deixassem de ser
eclusivamente da elite. Os lucros provenientes das indústrias e da comercialização dos
produtos permitiu que a burguesia visse aumentada a sua influência e estatuto, podendo
assim imitar o comportamento da primeira, demonstrando ainda segregação entre
classes, mas que ao longo dos tempo se vai reduzindo. Aliadas a um capitalismo com
forte expressão na sociedade iniciou-se a “cultura de massas” que se vai prolongando
até aos dias de hoje, mas que se tenta combater como por exemplo no turismo.
Pretende-se que o chamado “Turismo de massas” ou de “sol e praia” que se estabelece
por volta da década de 80 do século XX, no sul da Europa e em especial em Portugal,
seja apenas uma das ofertas do país, inserindo-se novos conceitos e novo(s) turismo(s),
Turismos de Nicho, como é o Enoturismo.
       O Enoturismo é uma prática recente ligada ao mundo rural e à cultura da vinha. A
agricultura sempre foi uma das formas de subsistência do Homem, retirando da terra
produtos que consumia ou vendia para sobreviver. As uvas são um dos exemplos e
também dos mais antigos, sendo que tem especial importância na cultura portuguesa:

                                           5
“a nível nacional, foi este o primeiro produto de exportação durante largo tempo,
constituíndo a par dos cereais, um dos assuntos mais prementes da questão agrária
nacional” (Simões, 2006).
        As videiras e as oliveiras (que surgiram mais tarde) sempre se deram bem em
territórios inóspitos, pobres, pedregosos, onde outras culturas não crescem, sendo que
se tornaram essenciais na cultura mediterrânica, tal como os cereais. Estas culturas
revelaram-se fonte de subsistência para vários povos, que aumentaram as suas reservas
alimentares, devido em parte a certos “truques” como a adição de água, não só para
enfraquecer, mas também para aumentar as reservas, e assim permitiram um
crescimento efectivo das populações. Estas mesmas culturas fomentaram as trocas
comerciais entre os povos, permitindo a troca de experiências e de ideias, havendo um
início de intercâmbio cultural onde se aprendem técnicas e práticas e onde a mobilidade
é, novamente, factor com influência. Podemos acrescentar que é na época dos
Descobrimentos que as cepas começaram a ser levadas para as colónias, plantando-se
por lá e muitas vezes servindo as colheitas como moeda de troca de outros produtos de
outras regiões com elevadíssimo valor para os Europeus. É a partir daqui, também, que o
vinho é levado para outras partes do mundo, tendo hoje regiões como a América do Sul,
uma cultura de vinho bastante reconhecida a nível internacional. Estas trocas e
aprendizagens ajudam a que “cidades” se estabeleçam e consequentemente impérios
cresçam, constatando-se que existe um cerscimento económico e social progressivo num
período onde a prosperidade é reinante. Autores defendem que “os povos da bacia do
mediterrâneo só suplantaram o seu estado de barbárie quando começaram cultivar a
oliveira e a vinha” e “quanto melhor ele [vinho] for, mais procurado é, e mais fomenta
o seu comércio.” (Inácio, 2006).
        Mas é a partir da Revolução Industrial que a sociedade inicia uma alteração visível
a nível económico, social e político, como já referenciei, sendo também a cultura da
vinha e a forma como o vinho é produzido alterados. O método tradicional e artesanal
deixa de ser o mais utilizado para dar lugar à maquinização dos processos, ante a
escassez de mão-de-obra, que se deslocava para as grandes cidades, para trabalhar na
indústria. Isto levou a que existisse um processo de massificação, ou seja, produzir em
grandes quantidades a baixo custo, diminuindo a qualidade dos vinhos. Este grande
movimento social e a massificação da produção de vinho representaram tanto o declínio
dos espaços rurais, como da prática agrícola, associada ao vinho, mas os vários tipos de
turismo e de lazeres têm contribuído não só para um desenvolvimento pessoal, mas
essencialmente têm-se mostrado como catalizadores no desenvolvimento dos espaços
onde se integram, proporcionando uma “revitalização” e um “rejuvenescimento” das
comunidades locais, potenciando o desenvolvimento regional e local.




                                            6
2.1 Turismo em Espaço Rural

       É a partir dos anos 70 do século XIX, com a segmentação do turismo face à
motivação dos turistas, que se inicia um novo tipo de turismo, apoiado em subsídios e
ajudas financeiras, que pretende valorizar o património natural e ambiental, tendo
enfoque nas regiões periféricas, o Turismo em Espaço Rural.
       Este tipo de turismo preconiza a gestão dos recursos turísticos, na perspectiva de
alcançar resultados económicos, sociais e ambientais duradouros tendo em especial
atenção para a utilização dos recursos naturais e culturais, endógenos, com a
preocupação de salvaguardar os diversos patrimónios, as paisagens e as populações
desses territórios, sem descurar o usofruto (sustentável) das actividades, tradições e
costumes por parte dos turistas. Também na sua concepção é necessário ter em conta o
tipo de hospedagem oferecida. Tendo em conta, como o próprio nome indica, que é
Turismo feito/usufruido em Espaço Rural, o próprio conceito tem que ver com o
território onde se insere, com as características arquitéctonicas e identitárias deste, em
oposição ao luxo e à verticalidade da hospedagem nas metrópoles. Estas “hospedagens”
vêm de encontro ao interesse dos turistas que praticam este tipo de turismo, a vontade
de se sentirem próximos à natureza, ao território e às gentes desse mesmo território.
       A questão da proximidade, do simbólico e do desejado estão sempre presentes,
sendo que o rural “convida a sentir o silêncio, os odores e as cores naturais e originais,
é uma espécie de última reserva de valores e recursos que se perderam ou se
pretendem reencontrar, nomeadamente o ar puro e a água cristalina, biodiversidade,
paisagens naturais e culturais de grande beleza e estética apelativa(...)” (Carvalho,
2006). Este Turismo em Espaço Rural faz com que a percepção do território também se
altere. O facto de se ajustarem os interesses de turistas e residentes faz com que este
perca parte da sua imagem utilitária, de espaço físico e social de subsistência para
ganhar uma imagem mais idealizada de valor de reserva ambiental e cultural para os
seus visitantes, essencialmente vindos das grandes cidades, destacando-se este como um
espaço de memórias, tradições, cultura, natural.
        O TER apresenta várias formas e actividades, podendo-se destacar o Turismo de
Aldeia, Agroturismo, Hotéis Rurais e Enoturismo, definindo-se e conceptualizando-seTER,
segundo o Decreto de Lei nº. 169/97, de 4 de Julho, como “ conjunto de actividades e
serviços realizados e prestados mediante remuneração, em zonas rurais (ligação tradicional
e significativa à agricultura ou ao ambiente e paisagem de carácter vincadamente rural),
segundo diversas modalidades de hospedagem, de actividades e serviços complementares de
animação e diversão turística, tendo em vista a oferta de um produto turístico completo e
diversificado no espaço rural”1. Os objectivos essenciais do TER prendem-se com a oferta
de actividades de animação e diversão para turistas, ocupando os tempos livres destes,
contribuindo para a “divulgação das características, produtos e tradições das regiões,
designadamente o seu património natural, paisagístico e cultural, os itinerários
temáticos, a gastronomia, o artesanato, o folclore, a caça, a pesca, os jogos e os
transportes tradicionais”.
       O Turismo em Espaço Rural, pretende no fundo, através das suas diversas
actividades turísticas, aproveitar os recursos endógenos e utilizá-los numa perspectiva
de sustentabilidade, através da sua constante preocupação com a conservação e a
valorização dos vários patrimónios apelando à atitude participativa e tratamento
personalizado dos turistas, numa pequena dimensão da unidade de exploração.

1 Retirado de Carvalho, 2006

                                            7
2.2 Enoturismo e as Rotas de Vinho

       Todo o crescimento da humanidade e da sociedade como a conhecemos hoje
acontece devido a “pontos de ruptura”. Podemos verificar que é através de alterações a
nível do comportamento do Homem, influenciado pela sua instrução, desejos,
necessidades e capacidades, que este vai actuar. Todas as “Revoluções” e Guerras que o
mundo sofreu foram patenteadas pela alteração do comportamento do Homem e da sua
necessidade de obter algo. É a partir destas rupturas, as Guerras e Revoluções, que se
dá o ponto de viragem na mentalidade do Homem e isso é verificável em várias alturas,
como por exemplo na Idade Média, época de conquistas, que se começam a definir
fronteiras e a formar identidades; com os Descobrimentos encontraram-se outros
continentes, criaram-se novas formas de comércio e revolucionou-se a navegação
marítima; a Revolução Francesa vem instituir novos conceitos como Liberdade,
Fraternidade e Igualdade; a I Guerra Mundial veio contribuir para a democratização de
bens e para a afirmação de novas formas de transportes, como o automóvel e o avião; a
II Guerra Mundial deu a conhecer novas formas tácticas e políticas recorrendo à
comunicação social e à propaganda para o seu sucesso (Marketing). Todas estas
mudanças vieram alterar a sociedade de época para época funcionando no século XXI em
pleno. A banalização das viagens, das comunicações, dos destinos permite-nos afirmar
que vivemos, de facto numa era de liberalização do consumo e de democratização dos
bens, sendo que hoje quase tudo é acessível a quase toda a gente.
       Com todas estas alterações ficou de facto mais fácil a mobilidade das pessoas
para espaços considerados mais atractivos, as chamadas metrópoles, fazendo com que
espaços mais interiores e/ou periféricos, rurais, se tornassem espaços de “repulsa” e,
logo, espaços menos populosos e enfraquecidos. Face a este processo profundo de
descaracterização e de enfraquecimento dos espaços rurais foram criados programas e
subsídios para a actividade agrícola, com maior relevância económica para estes
espaços, como é o exemplo a PAC, o FEOGA ou o Programa LEADER. Estes programas
foram criados ou reformulados para que a agricultura possa cumprir outras funções para
além da função tradicional de produzir alimentos e/ou outras matérias primas. Estas
novas funções, como a conservação da paisagem (ambiental) e a contribuição para a
diversidade das áreas rurais e para o desenvolvimento territorial (social-territorial)
enfatizam a dimensão multifuncional da agricultura e do território rural, reconhecendo
a especificidade dos territórios e do seu potencial de recursos, tendo aqui o lazer e os
seus diversos modos de utilização especial relevância.
       O Turismo, um dos tipos de Lazer, apresenta-se como uma solução para estes
fenómenos de abandono rural, sendo que este se manifesta segundo os interesses dos
turistas, isto é, “contrariando a lógica da oferta massificada e formatada em banda
larga, emergem novos produtos/tipologias em resposta ao facto dos consumidores
serem cada vez mais especializados, exigentes, esclarecidos e predispostos a participar
nas actividades turísticas”2. Com a entrada de Portugal na Comunidade Europeia, este
investiu na qualidade da produção de vinho, reorganizando o sector institucionalmente,
criando novas denominações de origem e apoiando massivamente os investimentos na
produção de vinhos de qualidade. Esta revitalização levou a que se proporcionasse uma
articulação da actividade agrícola, especialmente a vitivinícola com outras actividades e
sectores, como é exemplo o turismo. O turismo é um factor de desenvolvimento que
possibilita a criação de emprego, a melhoria das infra-estruturas das comunidades locais

2 McGettigan citado por Carvalho em 2006

                                           8
e proporciona a revitalização das frágeis economias dos espaços rurais. Este apresenta-
se como alternativa estratégica a adoptar para regenerar as sociedades rurais e para
promover o desenvolvimento económico destas áreas face às problemáticas que estas
enfrentam nos dias de hoje. O declínio da actividade económica do mundo rural, a
reestruturação do sector agrícola, a mecanização da produção agrícola, as migrações
para os grandes centros urbanos, a empregabilidade e a melhoria dos níveis educacionais
das populações são algumas das preocupações actuais e que em parte o turismo tem
vindo a desempenhar um papel activo, sendo que este é um catalizador do crescimento
económico, melhorando os padrões de vida das populações e dinamizando espaços e
regiões menos favorecidos. Estes são pressupostos dos Turismos de Nicho, onde se insere
o Enoturismo, também este abrangido pelo Turismo em Espaço Rural.
       O conceito de Enoturismo é ainda muito recente, sendo que ainda não foi
totalmente constituída a sua definição. Mas, segundo as bases de Getz (2000), podemos
defini-lo como sendo um segmento da actividade turística baseado na
viagem/deslocação a regiões vitivinícolas motivada pela atracção, interesse e
aprendizagem pelos modos, processos e intervenientes na produção e pela tradição e
cultura das localidades onde são produzidos, tendo como objectivos o desenvolvimento
da região/destino e a oportunidade de lucros provenientes da venda directa ao
consumidor, tal como reconhecimento do produto e conceitualização da marca3.
       “All the tourist, leisure and spare time activities dedicated to the discovery and
to the cultural and enophile pleasure of the vine, wine and its soil” é a definição que
Deloitte4 dá ao enoturismo, sendo representada na figura 1.

                                  Figura 1. Os pilares do Enoturismo




                        Fonte: Novais e Antunes (2009), Adaptado de Deloitte (2005)

      Para além dos produtores é preciso ter também em conta a importância dos
equipamentos, das acessibilidades, dos Recursos, isto é, da importância que os sectores
3 Segundo Getz (2000) citado por Novais e Antunes (2009) o conceito de Enoturismo engloba três componentes
  interligadas: Turismo baseado na atracção de uma região vinícola e dos seus produtores; Forma de marketing e de
  desnvolvimento de um destino/região; Oportunidade de marketing e vendas directas por parte dos produtores de
  vinho.
4 Citado por Novais e Antunes

                                                         9
público e privado e os seus actores vão ter para que o Turismo e em especial o
Enoturismo, sejam actividades integradoras, revitalizantes e competitivas (figura 2 e
quadro 2) tendo em vista o contacto directo do turista com as actividades, neste caso
vitivinícolas, com os produtos resultantes dessas actividades e com todo o património
paisagístico e arquitectónico relacionado com a cultura da vinha e a produção de vinho.
        O Enoturismo, sendo um tipo de turismo que se situa fora das áreas
metropolitanas, assume um papel importante no desenvolvimento regional e no
combate às assimetrias regionais, mostrando-se dinamizador na medida em que permite
combater a sazonalidade, através das visitas às vinhas em qualquer altura do ano;
diversificar os produtos turísticos oferecidos por cada região; criar postos de trabalho e
captar novos investimentos para estas regiões mais desfavorecidas.

      “A viticultura é um dos sectores mais dinâmicos da agricultura portuguesa, sendo
também um dos que melhor se adaptou à concorrência comunitária em resultado da
adesão de Portugal às Comunidades Europeias.” (Simões, 2008: 269-279)

        A tradição mediterrânica sempre esteve ligada à agricultura, e especialmente à
cultura do vinho, do pão e do azeite, sendo este um dos sectores de maior importância
em anos transactos. O facto deste produto, o vinho, ter sido dos primeiros a ser
comercializado na Península Ibérica, sempre desempenhou um papel fundamental na
relação das explorações agrícolas com o mercado, deixando, hoje em dia de ser
essencialmente para consumo próprio para passar a comercializar-se a maior parte da
produção de vinho. Portugal na conjuntura Europeia é o quinto maior produtor de vinho
e o décimo maior a nível mundial, detendo uma quota de mercado entre os 3% e os 5%,
mantendo também grandes níveis de consumo do mesmo, mantendo-se a preferência
pelos produtos nacionais.
        Enoturismo pode ser encarado como gerador de emprego, despoletando processos
de comercialização/troca e sendo em parte um contributo da produção vinícola para o
desenvolvimento rural sustentável das regiões do interior menos desenvolvidas,
associado com regiões vitivinícolas que podem ser demarcadas ou não. Em Portugal
existem quarenta e sete regiões vitivinícolas, inserindo-se a Região dos Vinhos Verdes e
do Alvarinho numa região D.O.C., isto é, vinhos cuja produção está tradicionalmente
ligada a uma região geograficamente delimitada e sujeita a um conjunto de regras
consignadas em legislação própria (tipos de solos, castas recomendadas e autorizadas,
práticas de vinificação, teor alcoolico,...). O Alto Minho e a Região dos Vinhos Verdes é a
maior região demarcada de vinhos do país e única produtora deste tipo de vinhos.
        As Rotas de Vinho são “percursos sinalizados e publicitados através de painéis
especiais que destacam os valores naturais, culturais e ambientais, explorações
vitivinícolas, individuais ou associados, abertas ao público, constituíndo instrumentos
através dos quais os territórios agrícolas e as suas produções podem ser divulgadas,
comercializadas e dispostos em forma de oferta turística.” (Novais e Antunes, 2009). As
suas atracções são então de ordem natural (paisagem, espaços rurais, cursos de
água, ...), física (lojas, enotecas, vinhos, adegas, ...), patrimonial, cultural e histórica.
        As rotas de vinhos nasceram em 1993, através do Programa Dyonisios da União
Europeia, com o intuito de preservar a autenticidade de cada região através da
divulgação do artesanato, património paisagístico, arquitectónico e museológico,
gastronomia, combate à desertificação e constrangimento e como solução para a
dinamização das regiões demarcadas. Estas são instrumentos de promoção do turismo
vitivinícola proporcionando o contacto estreito com a paisagem e o mundo rural. As


                                             10
Comissões Vitivinícolas e as Regiões de Turismo são as entidades que as regulam,
deparando-se as mesmas com alguns problemas ao nível de consolidação enquanto
produto turístico principalmente devido à falta de enquadramento legal, pois a
organização interna e funcionamento das rotas não é uniforme, levando a uma falta de
ligação/coordenação e pautando pela ausência de estratégias concertadas destinadas à
sua promoção.
       Podemos então concluir que o comportamento do Enoturista depende do atractivo
das regiões, dos seus recursos naturais, adegas e outras facilidades turísticas, produção,
consumo e exportação do vinho, factor histórico-cultural, localização e acessibilidades,
massa crítica, qualidade e reputação dos destinos, sazonalidade, legislação, organização
e marketing, sendo que tem vantagens e desvantagens.

                     Quadro 1. Vantagens e Desvantagens do Enoturismo




                             Fonte: Adaptado de Novais e Antunes (2009)

       Retiramos daqui, então, que Enoturismo é um Produto Turístico e as Rotas são
Itinerários complementares desse produto, que têm especial importância para o
desenvolvimento sócio-económico do território. É cada vez mais visível uma ascensão a
nível mundial da produção, consumo e área de vinha, surgindo novos países entre os
principais produtores, como a China, podendo-se afirmar que o Enoturismo é um
conceito que tem evoluído mas não está estabilizado.
       Grosso modo, turismo é considerado um fenómeno de mobilidade, em constante
desenvolvimento, efeito das mudanças sócio-económicas, políticas e culturais das
sociedades contemporâneas e que se tem revelado um sector e actividade dinimizadores
de espaços, especialmente os mais “distantes”, remotos e com menos atractividade para
as populações. Estes territórios são a imagem do mundo rural actual, que sofre
perturbações a nível demográfico, geográfico e económico, tendo uma imagem


                                             11
característica de abandono.         Sendo o Turismo um fenómeno com excelentes
oportunidades de oferta e com um constante remodelar de mercados, devido a toda a
complexidade que é o ser humano, assistimos a um fenómeno que comporta todo um
envolvente de práticas, que influencia directa e indirectamente a sociedade.
        Regiões como o Norte de Portugal, a Região Centro e o Alentejo têm tido enfoque
neste planeamento, sendo que o aproveitamento dos recursos, o melhoramento das
acessibilidades e a criação de infra-estruturas e equipamentos têm sido as principais
preocupações. Agentes e intervenientes (directos ou indirectos) são essenciais no
cumprimento destes objectivos. Estes são actores indispensáveis, que com as relações
que estabelecem entre si podem fortalecer a imagem da oferta que se pretende,
anunciando assim um desenvolvimento e uma evolução no destino em questão.
        Correspondendo a um dos instrumentos mais prementes do Enoturismo, interessa-
nos neste ponto referenciar as Rotas de Vinho. Actualmente em Portugal estão
organizadas onze rotas de vinhos: Rota dos Vinhos Verde, Rota do Vinho do Porto, Rota
das Vinhas de Cister, Rota do Vinho da Beira Interior, Rota do Vinho do Dão, Rota do
vinho da Bairrada, Rota do Vinho do Oeste, Rota do Vinho do Ribatejo, Rota do Vinho de
Bucelas, Colares e Carcavelos, Rota dos Vinhos da Península de Setúbal e Rota dos Vinhos
do Alentejo (figura 3)5, sendo estas considerandas papel fundamental para o
desenvolvimento local, constituíndo instrumentos estruturantes para o turismo e
potencialmente criadoras de qualidade de oferta.
        Podemos definir Rota de Vinho como sendo um percurso/ local organizado em
rede, devidamente sinalizado, indicando a sua função de Rota e a sua respectiva
publicitação, tendo por base a liagção à cultura e a produção de vinhos de qualidade,
podendo ser susceptível de desencadear interesse turístico. A adesão a estas Rotas pode
ser difícil a prolongada, tendo os produtores que preencher vários requisitos, entre os
quais: estar ligado directa ou indirectamente à cultura da vinha e do vinho; os vinhos
para venda e prova têm de ser certificados; os aderentes são obrigados a preparar uma
visita organizada; as visitas servem para mostrar as instalações, equipamentos e
demonstrando as práticas, devendo ser acompanhadas por pessoal especializado ou
pelos responsáveis pelas instalações; estas devem ser acessíveis a todo o tipo de público,
tendo estacionamento adequado e instalações sanitárias de apoio; é ainda requerido que
as istalações tenham local próprio para prova e venda de vinho.
        Como pude perceber pela investigação e pelos próprios inquéritos que fiz, pude
depreender que as rotas de vinho ainda estão longe de ser um produto consolidado. É
facto que as rotas têm deficiências a nível regulamentar, institucional, organizacional e
operacional, levando a uma descoordenação e diferenciação de conteúdos entre as
várias rotas devido à falta de regulamentação comum que estabeleça princípios,
conteúdos e a própria organização base. Como exemplo desta fraca estruturação, como
produto turístico, temos os horários de funcionamento, o pessoal qualificado (ou não),
os espaços, os eventos, entre outros. É muito frequente encontrar caves e outros
espaços encerrados ao público em horário narmal de funcionamento ou pessoal que
trabalha no ramo, mas não tem formação para dar as informações necessárias e
adequadas.
        Podemos concluir que o facto de não haver cooperação entre as diversas rotas,
tanto na sua organização e estruturação e o próprio facto de muitos produtores de vinho
não empreenderem um espírito e uma mentalidade empresarial, levam a que as rotas
não tenham sucesso no objectivo pretendido. Por exemplo, ausência de pacotes
turísticos e tours, falta de pessoal com conhecimentos sobre vitivinicultura e línguas e a

5 Retirado de http://www.infovini.com/pagina.php?codNode=18013

                                                    12
falta de colaboração entre sectores e agentes pode fazer com que a dinamização não
seja atingida e consequentemente o desenvolvimento da região ou da localidade não se
conceba. Acresce ainda o facto das Rotas de Vinho serem dinamizadas pelas Comissões
Vitivinícolas e pelas Regiões de Turismo que têm muitas vezes interesses antagónicos,
devendo estas ser responsáveis pela gestão das respectivas rotas, ajudando na
organização de eventos, animação e divulgação das rotas, desenvolvendo planos de
comunicação e investigação. “estas parcerias são vitais para o desenvolvimento do
Enoturismo, dado que o vinho em si não conseguirá sustentar o interesse dos turistas”6.




6 Getz (2000), citado por Costa e Kastenholz (2009)

                                                      13
3 Caso de Estudo: Melgaço e Vinho Alvarinho

       3.1 O Espaço

        Sendo que o tema de trabalho é o desenvolvimento em territórios de baixa
densidade, optei por Melgaço, por nenhuma razão em especial, mas achando curioso o
facto de ser muito pouco conhecido apesar da ligação directa que tem com Espanha.
Também a escolha do vinho Alvarinho como tema específico do projecto advém desse
facto. O Alvarinho é considerado um produto de excelência da região, mas com fraca
divulgação e com um conhecimento muito reduzido, face a outros vinhos, a nível
nacional. Achei por bem que para além de conhecer melhor esta Região, o meu trabalho
poderia ser utilizado na divulgação tanto desta Região e concelho, como do produto que
lhe é associado, o Vinho Alvarinho, sentindo-me em parte realizada, visto que alguns dos
meus colegas da cadeira de Seminário não conheciam de todo este produto.
        Inserido no distrito de Viana do Castelo, na Região Norte e sub-região Minho-Lima,
Melgaço é o concelho mais setentrional de Portugal. O seu território tem 232km² e
9.485 habitantes distribuídos pelas suas 18 freguesias, sendo a sua densidade
populacional de 39,8 hab/km², em 8,8% se encontram abaixo dos 15 anos e 32,5% acima
dos 65 anos, apresentando-se como um território envelhecido e com taxas de natalidade
baixas. Este concelho é dividido em duas zonas geográficas: a Zona Ribeirinha composta
por uma sucessão de pequenos vales e encostas suaves junto ao Rio Minho, com os
campos cultivados em socalcos e sustentados por muros de pedra ,onde se encontra
plantado o vinhedo de Alvarinho. Fazem parte desta zona as freguesias de Alvaredo,
Chaviães, Cristoval, Paços, Paderne, Penso, Prado, Remoães, Roussas, São Paio e Vila
(Melgaço). A outra é a Zona Montanhosa, que se encontra parcialmente inserida no único
parque nacional protegido, o Parque Nacional Peneda-Gerês. Aqui podemos encontrar
terrenos ideais para a cultura do centeio, da batata e para a criação de porco bísaro,
sendo ainda muito propício ao pastoreio de rebanhos ovinos e caprinos. As freguesias que
a compõem são Castro Laboreiro, Cousso, Cubalhão, Fiães, Gave, lamas de Mouro e
Parada do Monte. Esta zona montanhosa oscila entre os 1200 metros e os 1340 metros,
situanado-se o seu ponto mais alto no Giestoso, em Castro Laboreiro, com 1335 metros.
        O município é limitado a Norte e Leste por Espanha, sendo o Rio Minho a linha
divisória, a sudoeste pelo município de Arcos de Valdevez e a Oeste por Monção. O seu
relevo está de acordo com o da Meseta Ibérica sendo que a melhor afirmação que
encontrei para o descrever foi a de Amorim Girão "um vasto anfiteatro que, da orla
marítima, se eleva gradualmente para o interior”.
        O Rio Minho insere-se nos rios portugueses/espanhóis em que a sua bacia
hidrográfica é mais vasta. Nasce na Serra da Meira, na Galiza e constitui, desde o século
XII, fronteira com esta, sendo que a sua posição raiana sempre foi desfavorável ao
desenvolvimento de uma equilibrada organização regional, com eixo fluvial e centrada
nos estuários estruturando-se porquanto pequenos centros urbanos na foz, utilizando-se
das excelentes qualidades de navegabilidade que a parte inferior deste rio apresenta.
Isto representa que este rio, não sendo propício à navegabilidade em toda a sua
extensão, tem fraca expressão para a economia, não permitindo fluxos frequentes de
mercadorias, bens e pessoas. Esta dificuldade também é visivel nos caminhos-de-ferro.
Fazendo parte da Península Ibérica e considerados países periféricos em relação à
Europa (politicamente) seria de esperar que houvesse comunicação e entendimento para
uma cooperação conjunta no desenvolvimento. A circulação de passageiros através da

                                           14
fronteira é fraca, à excepção da linha Guadiana-Salamanca que, por ligar “Portugal à
Europa de além-Pirinéus” (Daveu, 2005), foi reforçada. Podemos então concluir que, ao
contrário do que seria esperado para um desenvolvimento crescente, Portugal e
Espanha, economicamente, viram costas, sendo que Espanha representa para o primeiro
um obstáculo nas comunicações e ligações com o resto da Europa.
       O processo de litoralização tem sido bastante crescente em Portugal, afectando
grande parte das regiões, especialmente das mais deprimidas. Um dos atenuantes para
que estas regiões mantenham relações com Espanha e cativem ainda uma população
relativa, é o comércio via rodoviária, feita através dos camiões de Transporte
Internaciona Rodoviário (TIR). O projecto TGV entre Lisboa e Madrid poderá ser uma das
soluções para a revitalização de espaços, criação de emprego e ainda na entrada de
capital através do turismo, na medida em que facilita o contacto mais activo entre as
duas capitais da Península Ibérica permitindo uma deslocação mais rápida de Norte a Sul
do País e melhorando acessibilidades.
       O facto de Melgaço se encontrar na fronteira com Espanha, a questão da
emigração sempre esteve presente neste concelho, sendo que é possível observar, desde
a década de 60, um decréscimo acentuado da população (Quadro 3). Estes movimentos
mostraram ser não só uma característica sócio-económica mas também cultural.
Concluíndo que o Rio Minho apresenta, assim uma dupla componente, uma natural e
uma histórica. Face a estas características podemos afirmar que o concelho de Melgaço
depende do movimento de rendimentos provenientes do exterior tais como a afluência
de turistas, das férias, onde para além deste fluxo, temos o retorno dos emigrantes.
Melgaço depende, assim, das remessas enviadas por estes e das pensões dos ex-
emigrantes. Sendo o turismo um importante actor no desenvolvimento local e regional,
Melgaço tem apostadado na criação de infra-estruturas para o efeito e tem-se mostrado
inteligente no aproveitamento dos recursos que dispõe. Um dos exemplos é o centro de
estágios que recebe equipas de vários locais para a preparação dos atletas, dispondo de
campos de jogos, parques de recreio, piscinas, centro de bem-estar com sauna e banhos
e dispondo ainda de uma relação estreita com a Pousada da Juventude, promovendo
actividades e oferecendo descontos especiais para os seus hóspedes. Tem-se
proporcionado ainda um crescimento das indústrias alimentar e bebidas, novamente
devido aos recursos que detém, e de empresas ligadas ao turismo como a hotelaria,
restauração e animação turística, onde se têm proporcionado ofertas de qualidade.
       Segundo o PENT, é necessário que os recursos humanos sejam especializados para
que as ofertas de turismo e lazer sejam de qualidade e proporcionem valor para o
mercado. O que podemos observar no concelho de Melgaço é que a população ainda tem
níveis de escolaridade baixa e é necessário proceder à profissionalização desses mesmos
activos, visto que a empregabilidade destes, deixou de ser essencialmente no sector
primário, passando para o terciário, o sector dos serviços e onde o turismo se insere
(Gráfico 1). O Turismo tem-se mostrado uma grande valência para os territórios de baixa
expressão densional e a agricultura tem-se associado a esta actividade na expessão de
Turismo em Espaço Rural. Sendo o Enoturismo uma dessas actividades o aumento de
emprego no sector primário tem evoluído e aumentado (Gráfico 2).
       O território para ter uma imagem de destino turístico forte necessita de factores-
chave, sendo que é necessário que haja um envolvimento activo dos agentes na
configuração deste objectivo. Para a avaliação do Potencial Turístico do território é
necessário termos em conta a quantiddade e a qualidade dos recurso endógenos de que
dispõem, as acessibilidades que lhe dão acesso e os equipamentos que detém. A
importância destes varia, mas é o produto final que vai dar valor ao consumidor/turista,
sendo então que os que estão classificados com maior valor para o turista são

                                           15
efectivamente os recursos, sendo estes naturais, históricos e etnográficos. O Património
de Melgaço é bastante vasto, sendo que já existe ocupação neste território desde há
milhares de anos atrás, na pré-história e visível em mamoas e dólmens que ainda
permanecem intactos. Outros vestígios que foram deixados e que têm relevante
importância são as construções românicas, austeras, robustas, com paredes grossas e
janelas minúsculas. Parte integrante do património construído temos os Castelo de
Melgaço, erigido no reinado de D. Afonso Henriques, por volta de 1170 e hoje “marca”
da freguesia da Vila, da região e de um vinho comercializado numa grande superfície
comercial. A obra só ficou completa com as muralhas em 1245. Estas foram construídas a
mando de D. Sancho II a fim de evitar as constantes investidas leonesas. Importância
tem também o foral de 1258, o terceiro, sendo que neste é anunciado uma cessação no
imposto para quem cultive vinhas nos seus campos, anunciando já uma importância
desta cultura não só a nível nacional, mas sobretudo a nível regional. No foral de
Monção, concelho que iniciou a cultura do vinho Alvarinho e que se tem associado a
Melgaço na sua divulgação podemos ler “…e aquele que fizer uma casa ou honrar a sua
vinha ou herdade e aí permanecer durante um ano, se depois quiser habitar noutra
terra, conserve a sua herdade, onde quer que habite; e, se a quiser vender, venda-a a
quem quiser pelo foro da nossa vila.”
       Sendo o Vinho Alvarinho um produto apreciado por todos, ou quase todos, é
necessário falar dos produtos que juntamente com este têm contribuído para que a
imagem desta seja cada vez mais forte a nível nacional e além-fronteiras. Falar de Vinho
é inevitavelmente falar de Gastronomia. São temas indissociáveis, havendo sempre
umaa dicotomia entre pratos e tipos de vinho, isto é, não pensamos em vinho sem lhe
associar um prato específico, para que o prazer da degustação seja sempre de um nível
máximo, nem pensamos num prato sem instintivamente lhe associar um vinho adequado.




                                          16
3.2 O Produto

        Alvarinho é uma casta branca, autóctone da Sub-Região de Monção e Melgaço,
inserida na Região dos Vinhos Verdes, e que produz mostos muito ricos em açucares,
apresentando um razoável teor de ácidos orgânicos, estando a sua graduação alcoolica
situada entre os 11,5% e os 14%. Os cachos da uva, proveniente da espécie Vitis Vinífera,
são muito pequenos, alados e medianamente compacto sendo então que é uma uva
pouco produtiva, necessitando de uma grande colheita para ter rendimento. O que é
difícil sendo que o território onde esta atinge o máximo das potencialidades é diminuto,
havendo em Espanha, nas Rias Baixas, produtores com maior rentabilidade, alindo-se o
facto de que aqui continua a chamar-se Albariño apesar da adição de outras castas,
muitas vezes em 50%. Esta tem sido uma questão muito abordada por vários autores.
Alvarinho ou Albariño? Qual a origem desta casta? A explicação é difícil e complexa,
existindo divergências quanto à sua origem, mas sendo esta oriunda, provavelmente de
França. Acredita-se que tenham sido os Monges Cistercianos do mosteiro de Armenteira,
que trouxeram este tipo de uva para a Península Ibérica, no século XII, quando a sua
produção (Vinho) era feita e até promovida nos mosteiros. Albariño deriva
etimologicamente das palavras Alba, que significa braca/o e Riño, que se refere a ao rio
Reno sendo então Albariño “o branco vindo do Reno”. Este pretendia ser um clone das
uvas Riesling, características da zona da Alsácia, mas que no entanto sofreu mutações e
influência da região. São muitas vezes confundidas com as uvas Petit Manseg, havendo
relatos na Austrália de vinhos feitos com uvas Petit Manseg, mas vendidos como
Albariño/Alvarinho. Alvarinho corresponde à tradução de Albariño, sendo que ambos os
lados têm regiões de Denominação de Origem é difícil específicar a qual pertence a
casta, se à Sub-Região Monção/Melgaço em Portugal ou se às Rias Baixas, na região de
Pontevedra, Galiza (Espanha), apesar de Mayson atribuir a casta aos Galegos, devido às
várias alcunhas atribuídas às uvas e às cepas, incluindo Galego ou Galeguinho.
        Apesar de ser produzido em várias partes do mundo e da sua D.O. se
circunscrever às Rias Baixas, Monção e Melgaço, este é único devido ao relevo e ao clima
característicos da Sub-Região Portuguesa.
        Esta é peculiar devido ao seu microclima, à cadeia montanhosa que a rodeia e ao
rio que a atravessa. São estas as condições que fazem desta monocasta única, pois é
nesta região que ela melhor se desenvolve e atinge o seu expoente máximo, sendo que é
assim, um dos maiores tesouros de Portugal. O facto de ser recortada pela cadeia
montanhosa do Vale do Minho, a Sub-região de Monção e Melgaço não sofre a típica
influência Atlântica, o que juntamente com os alinhamentos montanhosos da Serra da
Galiza que, bem perto do rio Minho, atingem proporções consideráveis, formam uma
cintura montanhosa responsável pela existência de um microclima único. Nas Rias
Baixas, só a sub-zona El Condado de Tea apresenta condições semelhantes à Sub-região
de Monção e Melgaço, sendo as outras sub-zonas das Rias Baixas, Val do Salnés, Rosal,
Soutomaior e Ribera de Ulla, extremamente expostas à influência Atlântica.
        Um microclima corresponde às condições climáticas de uma superfície reduzida,
caracterizado por variações locais em ambientes naturais e influenciado por factores
como a cobertura vegetal, o tipo de solo, a temperatura, a humidade, a pluviosidade,
radiação e direcção dos ventos. Melgaço apresenta um microclima, sendo que as
amplitudes térmicas são moderadas, com Verões e Invernos moderados, situando-se a
temperatura numa média de 14,4ºC anuais (Gráfico 3.1). A presença de um conjunto
significativo de superfícies de água, Rio Minho e principais afluentes, induz uma
regulação destas mesmas temperaturas, fazendo com que estas amplitudes térmicas

                                           17
sejam diminutas. A precipitação ocorre com maior frequência entre Outubro e Março, os
chamados meses húmidos, e com menos frequência em Julho e Agosto, os meses secos
(Gráfico 3.2).
       Esta casta exige terrenos secos para potenciar a qualidade do vinho, inserindo-se
em terrenos de aluvião, em oposição aos terrenos xistosos e graníticos em redor. A
permeabilidade dos terrenos ajuda a que estas culturas se desenvolvam. Esta casta
caracteriza-se por ser precoce no abrolhamento e maturação. As folhas das suas cepas
são de tamanho pequeno e com forma orbicular. Os seus cachos são pequenos, alados e
normalmente duplos, dando origem a bagos de tamanho médio/pequeno e arredondados
com uma cor verde-amarelada. A sua película é espessa equanto a polpa se mostra mole
e suculenta. Quanto às grainhas, estas predominam em número de uma por bago, sendo
de tegumento pouco duro, com tamanho médio.
       O vinho que se produz destas uvas é um vinho monovarietal, de cor intensa,
palha, com reflexos citrinos, aroma intenso, distinto, delicado e complexo em que
marmelo, pêssego, banana, limão, maracujá, líchia, flor de laranjeira, violeta, avelã,
noz e mel são os sabores e aromas mais sentidos, podendo ainda haver interferência,
casual ou intencional, de pomares e frutos plantados junto a estas vinhas.
       A produção deste vinho é quase exclusiva de empresas tradicionalmente
familiares à excepção de vinhos provenientes, por exemplo, da Quinta da Brejoeira, em
Monção ou das Quintas de Melgaço, em Melgaço, seguindo a filosofia dos cinco “SS”, ou
seja, Solo, Sol, Sofrimento, Sabedoria e Sossego, reflectindo a especial relação do vinho
com o território, sem nunca esquecer quem o produz, novamente fazendo referência à
dicotomia Homem/Natureza e à apropriação do espaço por este7. Esta filosofia aclama
também a importância que os recursos endógenos têm para a região. Sendo esta cultura
uma cultura de tradição geracional e familiar é de referir a importância que tem para a
identidade regional. O facto de se trabalhar na terra, incesantemente, sempre debaixo
de sol, este sofrimento é acalentado pelo orgulho na sabedoria da prática. Este orgulho
de saber fazer, faz com que se acabe a identificar com o produto, na sua produção e
mais tarde divulgação e comercialização. O facto de pertencerem a um território quase
esquecido dá-lhes mais força para lutar por aquilo em que acreditam, numa cultura,
numa identidade, sendo que os esforços feitos ao longo dos anos lhes têm dado
recompensas. Em Melgaço, o facto de terem conseguido alterar a denominação de Sub-
região de Monção para Sub-região de Monção e Melgaço, de terem criado uma confraria
do vinho Alvarinho e em conjunto com Monção estarem a divulgar este produto, fruto de
“suor, sangue e lágrimas” tem sido motivo de orgulho e identidade.
       Fortes, Formosos, Fragrantes, Frescos e Frutados é a concepção que se pretende
destes vinhos que devem ser tomados em copo próprio, ou oficial da casta, pedidos
exclusivamente pelos seus produtores. Em caso contrário devem ser tomados num copo
que lhes permita ter contacto com o ar, sendo os frappé os mais recomendados. A
temperatura aconselhada para os vinhos é de 16ºC aquando o seu processo de produção
e situada entre os 10ºC e 12ºC aquando a sua prova/degustação. Este deve ser
arrefecido lentamente para conservar o seu aroma, pelo que deve ser aberto 20 minutos
ou 30 minutos antes de ser consumido.
       Como já referi antes a Gastronomia é algo que não se pode separar dos vinhos,
como se pode verificar pelas respostas dadas pelos produtores inquiridos no gráfico 5,
sendo assim este vinho, considerado como um excelente aperitivo ou para servir com
pratos de peixes, mariscos, saladas, carnes de aves, queijos e produtos regionais. Sendo
a actividade turística formada por um conjunto de factores que necessitam de estar
7 Ver-se Gráfico 4, retirado do inquérito feito aos produtores de Alvarinho sobre a quantidade de garrafas produzidas/
  vendidas por ano.

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organizados e aliados a oferta de Vinho Alvarinho, necessita inevitavelmente de se
complementar com outros produtos da região, como é o porco bísaro e a lampreia, os
linhos e as lãs e até mesmo o cão de Castro Laboreiro.
       Face a um mercado cada vez mais exigente é necessário apresentar uma oferta
completa, planeada e organizada, para que haja a possibilidade de um desenvolvimento
correcto, ordenado e real. Para isso é necessário ter em conta o Turismo e como ele é
praticado hoje em dia, o mercado e a procura e o próprio território. Tendo em
consideração a motivação das viagens efectuadas pelo mercado, usufruir dos produtos
típicos, aprofundar o conhecimento, é necessário compreender que agentes locais,
regionais e até nacionais necessitam de trabalhar em conjunto para alcançar um
objectivo, a de promover Portugal, e mais específicamente o vinho e a gastronomia
como como destinos de turismo, oferecendo qualidade na oferta e excelência nos
produtos.
       O turismo de Gastronomia e Vinhos gera cerca de 600.000 viagens internacionais
num ano, sendo que representa 0,25% do total das viagens de lazer realizadas pelos
turistas Europeus, sengundo o PENT. O Vinho no século XXI, deixa de ser caracterizado
como bem de primeira necessidade, de subsistência, para ganhar uma nova imagem, a
de elemeto integrante numa cultura do bem-estar, sempre associado ao lazer. As viagens
feitas com motivação de gastronomia e vinhos encontra-se hoje referenciada como uma
procura secundária, sendo que se pode constituir uma oportunidade de diversificação da
oferta atraindo apologistas de outros tipos de turismo.
       Os consumidores deste tipo de turismo são adultos entre os 35 anos e os 60 anos,
com um elevado poder de compra, onde a maioria são do sexo masculino com um
elevado nível sócio-cultural. Estes já necessitam ter algum conhecimento sobre vinhos
para desejarem descobrir novos vinhos e gastronomias ou aprofundarem conhecimentos
sobre estes. Os alojamentos que utilizam são hotéis de 3 estrelas a 5 estrelas ou
alojamentos rurais de luxo/charme, sendo que viajam durante todo o ano, mas
preferindo a Primavera e o Outuno. Este último por ser época de vindimas é muito
procurado existindo até na Região Autónoma da Madeira a “Semana das Vindimas” onde
existem variadas actividades onde os turistas podem participar, incluíndo pisar as uvas.
Outro tipo de actividades mais usuais são as degustações, a compra de produtos típicos,
a visita a museus e exposições, desfrutar da paisagem, actividades de saúde e bem-
estar, entre outros. A estadia normalmente prolonga-se entre três e sete dias e devido
ao seu elevado custo de permanência (entre 150€ e 450€) leva a que façam este tipo de
viagens uma vez por ano, exceptuando os entusiastas que viajam até cinco vezes por ano
(Quadro 4). O turismo de Gastronomia e Vinhos mostra-se assim como um produto
estratégico para a divulgação de Portugal como destino turístico, mostrando todas as
suas capacidades e potencialidades.




                                          19
3.3 Rota do Alvarinho

           A Rota do Vinho Alvarinho éstá inserida na Rota dos Vinhos Verdes e é
dinamizada pela Comissão Vitivinícola dos Vinhos Verdes e do Solar Alvarinho, em
Melgaço. A rota dispõe de variados aderentes entre os quais as adegas Quinta de
Soalheiro, Fontaínha de Melgaço, Casta Boa, Quintas de Melgaço, Quinta da Pigarra,
Reguengo de Melgaço e Quinta de Touquinheiras. Todas estas adegas dispõem de um
contacto estreito com os seus visitantes, sendo os produtores os guias nas visitas às
adegas e às vinhas. Através da Rota os produtores têm a vantagem de vender
directamente aos seus visitantes, maximizando as margens de vendas, promovendo a
marca e aumentando o número de potenciais consumidores, alargando os segmentos de
mercado. Assim podem também angariar novas parcerias e potenciar a fidelização da
marca, além de que aparecem novas oportunidades de venda de outros produtos locais,
podendo obter novas fontes de rendimento.
           É também através dos restaurantes Adega do Sossego, Boavista, Foral de
Melgaço, Sabino, Chafarix, Panorama e Mira Castro que se divulgam os produtos
endógenos e gastronomia típica da região. Cabe ao Solar Alvarinho, casa mãe da rota e
Centro de Artesanato ARTES fazer a divulgação dos produtos, valorizar as tradições e as
práticas e dinamizar o território. Parte integrante da Rota são também os Museus e
Centros de Interpretação, que no caso são seis, Posto de Turismo, Museu de Cinema de
Melgaço-Jean Loup Passek, Núcleo Museológico da Torre de Menagem, Núcleo
Museológico Memória e Fronteira, Porta Lamas de Mouro e Núcleo Museológico de Castro
Laboreiro. Como apoio às visitas estão as diferentes infra-estruturas de Hotelaria, desde
Turismo Rural ao Alojamento de Luxo, onde enunciamos a Casa da Granja; Albergaria
Boavista; Monte Prado, Hotel e SPA; Reguengo de Melgaço e Albergaria Mira Castro.
           Importantes, ainda, na divulgação da Rota e do Território e com impacto para
o lazer e bem-estar no espaço estão as Empresas de Animação Turística como a
Associação C.R. Melgaço Radical, DraftZone e Centro de Ecoturismo e Turismo Equestre
da Serra do Laboreiro. Estas empresas possuem ainda acordos com instituições e
empresas locais, como o Centro de Estágios e Complexo Desportivo e de Lazer do Monte
de Prado com especial importância, para obtenção de descontos e promoções para os
visitantes e participantes da Rota de forma a fidelizar clientes.




                                           20
3.4 Resultado dos Inquéritos:

       Durante o percurso da cadeira de Seminário foi-nos proposto que efectuasse-mos
entrevistas ou inquéritos aos vários intervenientes no processo do turismo, tendo
escolhido como público-alvo os produtores de Alvarinho, de Monção e Melgaço. Esta
tarefa mostrou-se bastante difícil sendo que apesar dos vários produtores, associações e
municípios contactados, a amostragem revelou-se ser bastante pequena, devido a falta
de disponibilidade para responder aos mesmos. Após vários contactos via email, via
telefone e disponibilização do inquérito online nas páginas oficiais das associações e
municípios nas redes sociais, apenas me foi possível obter dez inquéritos válidos, sendo
que foi de preciosa ajuda a lista de produtores com morada, correio electrónico e
número de telefone que a Associação de Produtores de Alvarinho e o Solar de Alvarinho
me disponibilizaram. Foi-me permitido perceber através desta indisponibilidade que
muitos destes produtores não têm emails próprios para a recepção de encomendas e que
em termos de marketing e de serviços este será um campo deficitário que poderia vir a
ser melhorado. A prontidão de resposta e ajuda prestada por estes agentes, leva-me a
crer que é de grande interesse para estes, estudo como o meu, podendo ajudá-los num
futuro próximo, entendendo as falhas a serem melhoradas e trabalhando em conjunto
para o fazer.
       Perante a amostragem recolhida é perceptível que o vinho Alvarinho tem sofrido
alterações nos últimos anos, sendo reconhecida como uma marca de qualidade e que
poderá a vir ser competitiva no futuro. Um dos factores é o facto da maioria dos
produtores que me respondeu ter idades compreendidas entre os 26 e os 45 anos (gráfico
6), mostrando que poderá vir a ter ideias inovadoras e rejuvenescedoras, sendo que é
perceptível que esta região está a apostar nos mais jovens para a produção e divulgação
deste vinho. A maioria dos inquiridos é do sexo masculino (90%), quase todos do Distrito
de Viana do Castelo, havendo apenas uma resposta para a o Distrito do Porto, sendo que
70% são de Melgaço, 20% de Monção e 10% de Vila do Conde (Gráfico 7).
       Quanto à percepção destes face ao Turismo, consegui perceber que há
disparidades quanto à percepção da importância desta actividade na economia
portuguesa, mas sendo a maioria da opinião que o Turismo influencia positivamente as
Regiões e que esta actividade pode ser dinamizadora, sendo que as razões mais
apontandas se prendem com a criação de emprego e serviços e a consequente fixação de
pessoas; dinheiro gasto em bens e serviços; divulgação da cultura e tradições e
potencialização de investimentos por parte de compradores. Para estes Produtores os
motivos que levam na maioria Espanhóis, Franceses e Ingleses a visitar Portugal têm a
ver com motivações como sol e calor, as pessoas e povo residentes, praias, visita a
família e amigos, a História e as tradições, descartando a hipótese de ser um destino
caro (gráfico 8). Apresentando uma opção onde poderiam escolher outra motivação que
não estivesse na lista apenas uma pessoa respondeu Enoturismo, dando a noção de que
este tipo de oferta ainda não se encontra estruturada e organizada na sub-região de
Monção e Melgaço.
       O PENT é um instrumento que pode servir as várias áreas do Turismo, como
objecto de Marketing e de Material de Apoio a Empresários envolvidos no ramo, mas face
ao desconhecimento de tal instrumento por parte da maioria dos produtores (90%)
poderá ser factor para uma deficiente divulgação da região e do produto em questão,
havendo a necessidade destes empresários se manterem a par das exigências de
mercado quanto ao produto como produto turístico e sabendo-lhe associar as actividades
mais convenientes e inovadoras, segundo as motivações dos turistas, especialmente os

                                          21
de Enoturismo. Sendo um dos dez produtos estratégicos a ter em consideração na aposta
do turismo em Portugal, é necessário entender se esta harmonização do vinho com a
gastronomia faz sentido. Esta associação é defendida veemente pelos produtores, sendo
que consideram ser produtos indissocíaveis devido a serem um complemento de sabores
e uma conjugação única, pois a associação um vinho com uma determinada gastronomia
irá potencializar determinadas características organolépticas desses mesmos produtos. A
recente harmonização do vinho Alvarinho com o queijo da Serra da Estrela era algo que
não se estava à espera pois, para além de serem de territórios distintos, têm
características muito específicas, não se pensando que seria de esperar a harmonização
de um vinho verde com um queijo forte em sabor, mas a verdade é que defendem os
produtores serem complementares devido ao ambiente agradável que criam de boca,
juntando o facto de alguns Alvarinhos face à sua acidez e aos taninos que contém
combinar com alimentos gordos e de aroma forte. Quanto aos produtos que mais são
associados ao vinho Alvarinho é indiscutível a referenciação ao Fumeiro, Marisco e
Peixes, havendo produtores que defendem o aproveitamento dos recursos naturais e
culturais da região abordando a associação com desportos radicais, artesanato, saúde,
passeios de barco e Turismo Rural, sendo esta aposta ainda se encontra num estado
embrionário.
       Apesar da evolução do vinho Alvarinho no mercado ainda muito trabalho tem que
ser feito. A nível de acção do sector público e privado muitos esforços têm sido feitos,
havendo de facto melhorias na colaboração entre estes. A junção dos Municípios de
Monção e Melgaço como sub-região, a criação de associações e confrarias e a divulgação
de feiras e mostras do produto na região têm feito com que este tipo de vinho tenha
crescido enquanto marca de uma região e produto de qualidade, forte o suficiente para
ser competitivo em relação a outros vinhos. Mas esse esforço também depende dos
produtores, tendo estes que apostar na modernização, especialmente a nível das
comunicações e das novas tecnologias, na formação dos seus activos, na animação das
instalações e na cooperação entre outros sectores, como Restauração e Hotelaria8. O
facto da maioria das empresas ser de cariz familiar e fazendo parte de uma actividade
paralela à sua actividade profissional paralela, pode prejudicar em parte a imagem do
Alvarinho como produto de competitividade, tendo que haver um esforço para integrar
estas empresas nas associações e especialmente rotas e actividades a desenvolver 9. Mas
esta adesão tem que ser também facilitada por parte das organizações competentes,
visto que alguns produtores já tentaram entrar para estas, mas devido à burocracia,
morosidade e custo dos processos acabaram por não se candidatar ou desistir (gráficos
11 e 12). Durante o inquérito foi possível perceber que há algum tempo que estas
inscrições estão encerradas e vedadas para produtores que queiram aderir.
       Sendo a maioria destas empresas/organizações pequenas, recentes e familiares, o
seu nível de exportações (gráfico 13), encontram-se muito aquém das vendas de vinhos
reconhecidos interncionalmente como o Vinho do Porto ou o Vinho Madeira, mas também
seria inglório e egoísta pedir-se tal coisa, sendo que é um território não muito vasto e
em que a própria casta não é muito produtiva, sendo que os seus bagos são muito
pequenos em relação a outras castas. A maioria destas empresas necessitou de ajuda
para se instalarem, rcebendo em grande parte subsídios europeus através do FEOGA e
necessitando ainda de ajudas, sendo que fizerem investimentos recentemente, face ao
aumento da procura, havendo perspectivas de, no futuro serem ainda precisos
investimentos, face a esta mesma procura, proporcionando assim a criação de postos de
8 Ver-se Gráfico 9 e 10
9 É de referir que apenas um dos inquiridos têm protocolo/acordo com outros membros de rotas, sendo que a
  colaboração entre empresários e membros de rotas é essencial para o desenvolvimento local.

                                                       22
trabalho, o desenvolvimento da economia, o desenvolvimento do produto como oferta
especializada e de qualidade e aumentando o nível de exportações, que ainda é muito
diminuto (gráfico 4).
        É ainda importante referir a questão da participação em enventos, sejam eles
criando por agentes públicos ou privados, para a divulgação do produto, mostrando a
proximidade entre o produtor (não só de vinho mas dos produtos feitos na região) e o
consumidor, angariando assim adeptos e aficcionados, dando mostras do potencial da
região como sendo parte de uma oferta estruturada e organizada. Nesse campo acho que
as Feiras do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço e a Feira de Alvarinho de Monção têm
sido uma grande aposta por parte dos Municípios, dando a conhecer os produtos,
tradições e cultura no próprio território, deixando uma marca e valor acrescentado na
visita dos turistas. É de referenciar que os produtores aderem com bastante frequência a
estas iniciativas e esta acaba por ser a maneira mais utilizada pelos produtores na venda
e divulgação do produto, em paralelo com o contacto directo com os consumidores, na
visita às caves, sendo que apenas três dos inquiridos responderam que, à parte destas
iniciativas, vendem para hipermercados e Restaurantes. Do total da amostra consegui
perceber que os produtores dão mais importância aos produtos vínicos do que aos
produtos associados, sendo que apenas um dispõe de oferta de Enoturismo (gráfico 14).




                                           23
4 Conclusão

      Resumindo, turismo é um fenómeno de mobilidade, em constante
desenvolvimento, efeito das mudanças sócio-económicas, políticas e culturais das
sociedades contemporâneas e que se tem revelado um sector e actividade dinimizadores
de espaços, especialmente os mais “distantes”, remotos e com menos atractividade para
as populações. Estes territórios são a imagem do mundo rural actual, que sofre
perturbações a nível demográfico, geográfico e económico, tendo uma imagem
característica de abandono. Sendo o Turismo um fenómeno com excelentes
oportunidades de oferta e com um constante remodelar de mercados, devido a toda a
complexidade que é o ser humano, assistimos a um fenómeno que comporta todo um
envolvente de práticas, que influencia directa e indirectamente a sociedade.

      O Turismo vê-se neste instante como destino consolidado de “sol e praia”,
podendo utilizar os seus recursos endógenos, como o vasto património natural, cultural e
imaterial para atrair turistas que pretendem experiências novas e diferenciadas. As
apostas de Portugal têm vindo de encontro ao desenvolvimento de regiões mais remotas
e que podem ser referência numa oferta especializada e de qualidade.

       Regiões como o Norte de Portugal, a região Centro e o Alentejo têm tido enfoque
neste planeamento, sendo que o aproveitamento dos recursos, o melhoramento das
acessibilidades e a criação de infra-estruturas e equipamentos têm sido as principais
preocupações. Agentes e intervenientes (directos ou indirectos) são essenciais no
cumprimento destes objectivos. Estes são actores indispensáveis, que com a relações
que estabelecem entre si podem fortalecer a imagem da oferta que se pretende,
anunciando assim um desenvolvimento e uma evolução no destino em questão.

       A Sub-região de Monção e Melgaço tem mostrado grandes potencialidades quanto
à sua oferta tendo produtos de grande qualidade, com elevada categoria e
especialização. Esta região é ainda dotada de excelentes recursos naturais, podendo
complementar o Turismo de Gastronomia e Vinhos com a oferta de actividades de
Turismo de Natureza, Turismo Rural ou Turismo de Saúde e Bem-Estar. Apesar das
acessibilidades a nível nacional não serem as melhores, a representatividade que esta
tem para os consumidores deste tipo de turismo é diminuta não alterando a sua imagem
de forma significativa. Os equipamentos desportivos, de saúde e bem-estar, de
restauração e de informação que oferece são de grande qualidade, ajudando a que as
viagens tenham valor para o consumidor/mercado. Mas, como crítica a elementos que
podem ser facilmente reparados temos as infra-estruturas hoteleiras que se mostram
desapropriadas e pouco desenvolvidas, sem que haja um esforço para uma oferta dentro
dos parâmetros da procura; existe ainda a falta de formação de alguns activos perante
as exigências de mercado e a dificiência na comunicação entre produtor/consumidor na
perspectiva das novas tecnologias, onde poucos produtores têm página na internet e
email. Este último ponto é crucial, sendo que na sociedade actual e perante o perfil do
Enoturista, é essencial o seu desenvolvimento e utilização. O perfil do turista de turismo
em espaço rural e de enoturismo, prefere partir à procura de aventura, utilizando estes
meios para se informar e planear a sua viagem, não recorrendo a operadores turísticos
para o efeito.

      Este estudo revelou-se bastante benéfico e esclarecedor quanto a esta nova

                                           24
concepção de turismo, da qual não tinha conhecimento aprofundado, apercebendo-me
da evolução do turismo ao longo dos tempos, da oferta deste, em especial do
Enoturismo, das suas formas e processos, dos seus intervenientes e actores, tendo sido
muito agradável a leitura teoríca e prática sobre o assunto. Acho ainda importante
referenciar a disponibilidade por parte da Associação de Produtores de Alvarinho, do
Solar de Alvarinho e em especial do “Foral de Monção”, mostrando grande interesse
neste estudo e agradecendo a amabilidade demonstrada, apesar de todas as dificuldades
técnicas, temporais e presenciais que se impuseram no decorrer desta ivestigação.




                                         25
5 Referências Bibliográficas

Associação de Produtores de Alvarinho (?) Monção e Melgaço- O Terroir. Alvarinho,
aroma de uma Região.

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Lima enquanto destino turístico: a visão dos operadores turísticos, 15º Congresso da
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                                          27
6 Índice
1 Introdução.........................................................pp. 2-3
2 Contextualização das Práticas.................................pp. 4-6
   2.1 Turismo em Espaço Rural.................................pp. 7
   2.2 Enoturismo e as Rotas de Vinho.........................pp. 8-13
3 Caso de Estudo: Melgaço e Vinho Alvarinho
   3.1 O Espaço......................................................pp.14-16
   3.2 O Produto.....................................................pp. 17-19
   3.3 A Rota do Alvarinho.........................................pp. 20
   3.4 Resultado dos Inquéritos..................................pp. 21-23
4 Conclusão..........................................................pp. 24-25
5 Referências Bibliográficas......................................pp.26-27
6 Índice Geral........................................................pp. 28
7 Lista de Figuras...................................................pp.29
8 Lista de Quadros..................................................pp.29
9 Lista de Gráficos..................................................pp.29
10 Anexos.............................................................pp.30-38




                                     28
7 Lista de Figuras

1. Figura 1. - Os Pilares do Enoturismo.............................pp. 9
2. Figura 2. - Visão Integrada do Enoturismo......................pp. 30
3. Figura 3. - Rotas dos Vinhos.......................................pp. 30



8 Lista de Quadros

1. Quadro 1. - Vantagens e Desvantagens do Enoturismo........pp. 11
2. Quadro 2. - Serviços necessários para o Turismo e Desenvolvimento
   Endógeno...............................................................pp. 31
3. Quadro 3. - Evolução Demográfica de Melgaço.................pp.31
4. Quadro 4. - Perfil do Enoturista...................................pp.32



9 Lista de Gráficos

1 Gráfico 1. - Nível de habilitações e População Residente, activa, por
  sector.....................................................................pp. 33
2 Gráfico 2. - População Residente empregada por sectores de
  actividade...............................................................pp. 33
3 Gráfico 3. - Temperatura e Precipitação
   3.1 - Temperatura.....................................................pp. 34
   3.2 - Precipitação.....................................................pp. 34
4 Gráfico 4. - Volume de vendas de garrafas de Alvarinho,
   por ano...................................................................pp.34
5 Gráfico 5. - Harmonização de Vinho com Gastronomia.........pp. 35
6 Gráfico 6. - Idade dos inquiridos.....................................pp.35
7 Gráfico 7. - Naturalidade dos Inquiridos............................pp.35
8 Gráfico 8. - Motivações das Visitas a Portugal.....................pp.36
9 Gráfico 9. - Produtos Disponíveis....................................pp.36
10 Gráfico 10. - Meios de Promoção/Informação para turistas...pp.37
11 Gráfico 11. - Inserção dos Produtores em Associações.........pp.37
12 Gráfico 12. - Inserção dos Produtores em Rotas.................pp.37
13 Gráfico 13. - Nível das Exportações de Vinho Alvarinho,
  por produtor - ...........................................................pp.38
14 Gráfico 14. - Produtos Comercializados pelos Produtores.....pp.38




                                       29
10 Anexos
  10.1 Figuras

              Figura 2. Visão integrada do Enoturismo




             Fonte: Novais e Antunes (2009), adapatado de Dias




                      Figura 3. Rotas dos Vinhos




         Fonte: http://www.infovini.com/pagina.php?codNode=18013




                                    30
10.2 Quadros

         Quadro 2. Serviços necessários para o Turismo e Desenvolvimento Endógeno




     Quadro 3. Evolução Demográfica
       População do concelho de Melgaço (1801 – 2004)
1801 1849    1900    1930      1960   1981    1991   2001   2004
5.141 7.960 15.558 15.759 18.211 13.246 11.018 9.996 9.739
            Fonte: Wikipédia




                                             31
Quadro 4. Perfil Enoturista




Fonte: PENT: Gastronomia e Vinhos, 2006




                  32
10.3 Gráficos

        Gráfico 1. Nível de habilitações e População Residente, activa, por sector




                                   Fonte: www.cm-melgaco.pt




          Gráfico 2. População Residente empregada por sectores de actividade




fonte: http://www.cm-
melgaco.pt/portal/page/melgaco/portal_municipal/municipio/municipio_dadosestatisticos/municipio_
dadosestatisticos_economia




                                               33
Gráfico 3. Temperatura e Precipitação
                     Gráfico 3.1                                       Gráfico 3.2




3.1
Fonte: http://www.cm-
melgaco.pt/portal/page/melgaco/portal_municipal/municipio/municipio_geografia/municipio_geografi
a_clima

3.2
Fonte: http://www.cm-
melgaco.pt/portal/page/melgaco/portal_municipal/municipio/municipio_geografia/municipio_geografi
a_precipitacao




              Gráfico 4. Volume de vendas de garrafas de Alvarinho, por ano




                                               34
Gráfico 5. Harmonização de Vinho com Gastronomia




            Gráfico 6. Idade dos inquiridos
     7
                  60%
     6

     5

                                             <25 anos
     4
                                             26-45 anos
                          30%                46-65 anos
     3
                                             66-75 anos
     2                                       >75 anos

                                       10%
     1

     0
                      nº inquiridos




         Gráfico 7. Naturalidade dos Inquiridos


     8
                70%
     7

     6

     5
                                               Melgaço
     4                                         Monção
                                               Vila do
     3
                                               Conde
                            20%
     2
                                       10%
     1

     0
                             nº




                                  35
Gráfico 8. Motivações das Visitas a Portugal

                   Praias
                Aventura

                   Saúde
                    Lazer

     Oferta Especializada
                Sol/Calor
Gastronomia/Hospitalidade

    Visita Família/ Amigos
                Negócios

           Desconhecido
           Aprendizagem
           Destino Barato

            Destino Caro
           Povo/Pessoas

             tranquilidade
               Tradições
                  História

                  Cultura
                Paisagem

                             0          1          2          3            4       5           6        7     8   9   10

  Concordo totalmente
  Concordo em Parte
  Não concordo nem discordo
  Discordo em parte
  Discordo Plenamente




                                                 Gráfico 9. Produtos Disponíveis

                                  Tours de Aprendizagem
                             Visita a Atracções Turísticas
                                 Conferências/ Seminários
                                                Exposições
                                              Degustações
                                 (artesanato, enchidos,...)
                             Loja de Produtos Associados
                                             Loja de Vinhos                                                 Sim
                                    Aulas de Gastronomia                                                    Não
                                            Cursos Enologia
                                              Espectáculos
                                      Passeios Turísticos
                        Actividades Lazer/Recreativas
                                               Restauração
                                                Alojamento

                                                              0   1   2    3   4   5   6   7   8   9   10




                                                                          36
Gráfico 10. Meios de Promoção/Informação para turistas



                         Panfletos informativos

                                      Roteiros

                           Material Audiovisual

                               Visitas guiadas

                 Acompanhamento Especializado                                    Sim
                          Provas/Degustações                                     Não

                                Página Internet

                    Revista/ Jornal da Empresa

                          Serviço de Reservas

                                                  0   2    4   6   8   10   12




Gráfico 11. Inserção dos Produtores                                         Gráfico 12. Inserção dos
                   em associações                                                 produtores em Rotas




                                                      37
Gráfico 13. Nível das Exportações de Vinho Alvarinho, por produtor




     Oceania                                                                                                                  100%
                               20%
                     10%                                                      60%
      Europa         10%


        Ásia                                                                                                                  100%

                     10%
  América Sul                                                                                                          90%


América Norte                                                                                                                 100%


       África                                                                                                                 100%
                     10%       20%
                     10%                                                      60%
     Nacional
                               20%
                                        30%        40%                                                                               0,00%
     Regional        10%
                               20%
                               20%                                                                                                   <25%
                     10%
        Local        10%                           40%                                                                               25%-50%
                                                                                                                                     51%-75%
                                                                                                                                     >75%

                0   1         2        3           4             5           6              7             8            9      10




                    Gráfico 14. Produtos Comercializados pelos Produtores

                                  Enoturismo       10%                               90%

                                  Artesanato           20%                              80%

                                   Pão/ Broa       10%                               90%

                                    Enchidos               30%                              70%

                               Mel/Hidromel        10%                               90%

                         Alvarinho Biológico           20%                              80%

                    Alvarinho em Carvalho              20%                              80%
                                                                                                                             Não
                         Alvarinho Reserva             20%                              80%
                                                                                                                             Sim
                                  Aguardente           20%                              80%

                                  Espumante        10%                               90%

                         Alvarinho/Loureiro            20%                              80%

                        Alvarinho/ Trajadura                     50%                                50%

                                   Alvarinho                                     100%


                                               0       1     2       3   4       5      6       7    8        9   10




                                                                         38

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“Desenvolvimento local: Turismo, Melgaço e Vinho Alvarinho, estudo de caso.”

  • 1. Abstract Este trabalho pretende demonstrar como o Turismo tem uma faceta integradora, apoiando-se em várias disciplinas e actividades para conceber um território como destino turístico ordenado e com potencialidades a nível local, regional e nacional. As áreas rurais têm uma imagem denegrida podendo o turismo, assente em bases de sustentabilidade e ambiente, vir a alterá-la, revitalizando-a. Estes espaços podem sofrer alterações a nível social, económico e cultural, podendo alterar a identidade das populações. Pretende-se compreender com este trabalho, se o turismo pode ser benéfico para estas áreas e de que forma. Este texto é o resumo da investigação na cadeira anual de Seminário/Projecto, pretendendo dar a conhecer um território, um produto e uma prática, aprofundado conhecimentos de disciplinas e temas, recorrendo ametodologias teóricas e práticas essenciais para a formação de um bom profissional ligado ao Turismo. Palavras-Chave: Turismo, Desenvolvimento, Mobilidade, Território, Cultura, Vinho, Gastronomia, Enoturismo 1
  • 2. 1 Introdução Na sociedade contemporânea fenómenos como lazer, mobilidade, território, património, ambiente, sustentabilidade, desenvolvimento e turismo têm sido foco de diversas discussões, a nível social, político e económico. Tendo este trabalho como tema o desenvolvimento local em territórios de baixa densidade associado ao Enoturismo, será de enorme relevância contextualizarmos as práticas do Turismo, do Lazer e da Agricultura, mais específicamente a vitivinicultura. A compreensão destes fenómenos é fundamental para que possamos fazer uma análise mais extensiva sobre o tema, associando os termos e tentando perceber de que forma podem ser influenciados os territórios em toda a sua dimensão social, económica, política, patrimonial e identitária. O Turismo é um fenómeno que se tem vindo a desenvolver ao longo do século XX, tendo a sua origem, como concepção actual, no Grand Tour dos séculos XVIII e XIX. Apesar de existirem referências anteriores ao Grand Tour, nomeadamente Egipto, Grécia e Roma Antigos, foi através do primeiro que começou realmente a conhecer-se o mundo e a ter-se contacto com outros povos, culturas e civilizações, ou seja, começou a ter-se a percepção de território. A conjunctura política sempre influenciou estes fenómenos sociais, pois através das “Revoluções” que o mundo foi sofrendo, alterações a nível sociológico, económico, político e cultural foram-se demarcando, evoluindo e instituindo. Foi entre os anos 50 e os anos 70 do século XX que se deu o chamado “boom turístico”, que vai dar origem ao(s) turismo(s) que vivemos hoje. Este tornou-se um dos sectores mais importantes das sociedades actuais, visto que é uma actividade humana, que prossupõe mobilidade e interação e potencia a transformação de territórios e de sociedades. Esta actividade, segundo as Estatísticas de Turismo, é considerada como uma das mais importantes na geração de emprego e rendimentos, representando, hoje, 10% do PIB (Produto Interno Bruto) Nacional e empregando cerca de 416 000 indivíduos, isto é, 8,1% dos trabalhadores activos. Podemos afirmar então, que é um sector de máxima importância para as economias nacionais e fomentador de desenvolvimento, especialmente no meio rural, funcionando este como instrumento de criação de oportunidades e da reanimação deste mesmo espaço, que nos interessa no desdobramento do nosso trabalho. A sedentarização do Homem, há milhares de anos, fez com que este começasse a ter uma relação mais profunda com o espaço e com o território. A humanização das paisagens, visível através da agricultura, fez com que o Homem se fixasse a um território, alterando a sua imagem. Esta apropriação do espaço levou a que a Natureza se tornasse mais humanizada e consequentemente aliada do Homem, dando-lhe o que ele precisava. A plantação da vinha já vem referenciada desde a pré-história, pelo menos, sendo que a Geórgia (Cáucaso) é considerado o sítio onde se cultivou vinhedo pela primeira vez (7000 a.C.), mostrando aqui a relação ancestral entre o homem e esta prática, tendo também a sua relação com a religião muita importância. De facto, o vinho está interligado com as várias religiões, sendo em muitas delas o meio para atingir Deus, utilizado em rituais sagrados como funerais e casamentos, ou representando o seu sangue. A verdade é que este, vinho, sempre foi considerado um produto exclusivo às elites e aos abastados, começando apenas na sociedade actual a desvanecer-se essa ideia. Assim, a agricultura mostra que o espaço pode servir o homem como meio de subsistência, mas que através deste essa mesma relação se complexifica. Questões como identidade, mobilidade, cultura, património e tradição serão também abordadas ao longo do trabalho, por serem intrínsecas a esta ligação entre o Homem e o Espaço. Este trabalho escrito corresponde à fase final da investigação feita ao longo da 2
  • 3. cadeira de Seminário, um projecto com carácter anual, onde se realizou numa primeira parte a abordagem mais teórica, tendo especial ênfase na contextualização do espaço e do produto e na segunda parte um contacto maior com a região e com os intervenientes no desenvolvimento desta mesma. No trabalho escrito anteriormente abordei a contextualização do turismo e da prática agrícola da vitivinicultura na cultura portuguesa, descrevendo o ambiente sócio-económico, geomorfológico, histórico e cultural de espaço em questão, Melgaço, sem nunca esquecer nem por de parte todo o seu envolvente. Nesta segunda parte farei um resumo da investigação feita para o primeiro trabalho, complementando-o e alterando algumas questões que achar pertinentes. As metodologias utilizadas pretendem esclarecer dúvidas e questões inerentes ao tema e foi crucial, para a compreensão de fenómenos como Turismo, Vitivinicultura, Enoturismo, Desenvolvimento e Sustentabilidade, a leitura de textos, artigos e livros de autores/investigadores importantes na discussão dos temas, o contacto com os produtores, as associações de desenvolvimento, os municípios e outros intervenientes no processo, para além da consulta das páginas oficiais dos municípios e das Rotas do Vinho Verde e do Alvarinho. Ao longo do trabalho tentarei ser o mais concisa, clara e explícita quanto possível. 3
  • 4. 2 Contextualização das Páticas Num contexto em que falamos de Turismo e Lazer como fundamentais na sociedade contemporânea e consequentemente no desenvolvimento local, especialmente em territórios de baixa densidade, é crucial contextualizar e compreender as actividades que lhe são atribuídas. As origens do Turismo, do Lazer e da cultura da vinha revelaram-se indissociáveis para esta investigação e funcionaram como ponto de partida na compreensão dos restantes temas e fenómenos. “Turismo é considerado um fenómeno de modernidade, criado pelas civilizações ocidentais (...) na vivência da sua capacidade de mobilidade (...)” (Inácio). A questão premente da mobilidade nas sociedades indica-nos, que apesar de estas serem ancestrais, é através da Revolução dos Transportes e das Comunicações que se pode considerar a emergência do Turismo como o conhecemos hoje. Revivendo o passado podemos constactar que, desde que se tornou sedentário, o Homem apenas fazia deslocações com fins expansionistas, comerciais e religiosos devido aos elevados custos destas morosas e difíceis deslocações. A agricultura era o seu meio de subsistência e os seus frutos a moeda de troca nos mercados. A escassez de transportes e a lonjura das distâncias condicionadas pelas fracas redes viárias propiciaram a que a quantidade de viagens feitas por esta altura fossem diminutas, depreendendo que apenas os comerciantes e os aristocratas tinham acesso a estas viagens. É com o Renascimento que se inicia um processo de alteração. Esta foi uma época em que se pretendia romper com a “escuridão” vivida na Idade Média e é por esta altura que se recuperam custumes, tradições e hábitos das Culturas da Antiguidade, como festivais e feiras, dando-se ainda especial atenção às artes, criando-se teatros itinerantes e apelando-se ao mecenato para proteger artistas. As viagens pela altura dos Descobrimentos fizeram com que novos produtos surgissem para complementar a alimentação mediterrânica baseada em pão, azeite e vinho e modificou a ideia de viagem, pois esta começou a ter um carácter lúdico, isto é, motivada pela curiosidade de conhecer novos povos, novas civilizações, novos lugares. Só mais tarde no século XVIII estas viagens começaram a ter como motivação a instrução e o prazer. Surge assim o Grand Tour que vai dar origem às bases do Turismo. O Grand Tour consistia na realização de longas viagens, efectuadas por jovens abastados, pertencentes a elites e à aristocracia, tendo uma duração de dois a três anos. Os objectivos destas viagens eram não só educar os jovens para os aspectos governativos e diplomáticos, mas também para terem contacto com outros países, outros povos, outras sociedades, demonstrando o carácter cultural para além do político. Como já referi, o carácter onoroso, extensivo e prolongado destas viagens determinava que estas constituissem um privilégio para os mais abastados, sendo realizada com a intenção de aumentar a sua influência e o estatuto social. Com as viagens a aumentar, foi necessário adaptar e criar infra-estruturas capazes de satisfazer a procura, desde melhorar alojamentos já existentes como hospedarias e estalagens à criação de hotéis que começaram a popularizar-se por esta altura. As estradas também foram melhoradas devido á circulação cada vez mais frequente de malapostas e foram introduzidos barcos a vapor nos principais percursos aquáticos. Foi também por esta altura que surgiram os pacotes turísticos que englobavam transporte e alojamento nos principais hotéis. A nível económico podemos referir as notas de câmbio introduzidas por banqueiros nos finais do século XVIII e que poderiam ser utilizadas em muitos centros Europeus. Podemos então referir que o território já começa a ser organizado de forma a que possa existir uma “cultura de 4
  • 5. viagens”, pois ainda não podemos falar de turismo, apesar de já haver referência a este em 1907. Analisando o parágrafo podemos então referir já alguns elementos esseciais para a prática turística que se começam a instituir e a alterar, sendo eles então os equipamentos (infra-estruturas turísticas, equipamentos comerciais e equipamentos recreativos-desportivos) e as acessibilidades. A Revolução Industrial iniciada em meados do século XIX é portanto uma referência importante a se fazer, pois despoletou uma nova conjunctura nas sociedades. Mudanças foram sentidas a todos os níveis. Com a introdução de máquinas a vapor alterou-se a situação do trabalhador, disponibilizando-se assim mão-de-obra. A instalação de indústrias nos meios urbanos maiores e essencialmente litorais levou a que as populações iniciassem um processo de deslocações para esses meios, do rural para as cidades. Este tipo de migração ainda está muito acoplado nas sociedades contemporâneas e advém daí a explicação para o empobrecimento e abandono do meio rural. As condições destes operários não eram as melhores, vivendo estes em condições precárias e com um nível de vida muito baixo. Sendo que era visível o aumento da produtividade nas fábricas, começaram-se a organizar sindicatos de trabalhadores para reinvindicar alguns direitos e após muitas lutas esses mesmos foram conseguidos, pois os patrões perceberam que se os trabalhadores estivesses contentes o nível de produtividade aumentava, portanto, as horas de trabalho foram substancialmente sendo reduzidas, de 16 horas por dia para as 8 horas (que ainda hoje se praticam), os salários foram aumentados e foram instituidas as férias (mais tarde pagas). Tudo isto levou a que o trabalhador se visse liberto do tempo de trabalho para ter mais tempo para fazer outras coisas e agora com uma capacidade económica diferente. A sua qualidade de vida melhora, tal como a esperança média de vida das populações. Procede-se, também, a uma “educação” das populações, instituíndo a obrigatoriedade e consequentemente diminuíndo o nível de analfabetização e por fim a entrada da mulher no mundo profissional e a consequente redução da familia nuclear foram elementos chave para a institucionalização do Lazer, onde o turismo se insere. A partir daqui a necessidade do homem de se sentir bem a nível físico e psíquico leva a que este pratique actividades que levem ao seu bem-estar e ao seu prazer e que cada vez mais se vem sentido. Segundo Santos e Gama (2008), “o lazer (...) directamente relacionado com o desenvolvimento da sociedade de consumo, tornou-se uma das referências da mercadorização do tempo e do espaço, através de formas de interacção socioeconómica lideradas tanto por processos de elitização como por processos de democratização, no acesso a bens e serviços que lhe estão associados”. Todas estas evoluções permitiram que certo tipo de actividades deixassem de ser eclusivamente da elite. Os lucros provenientes das indústrias e da comercialização dos produtos permitiu que a burguesia visse aumentada a sua influência e estatuto, podendo assim imitar o comportamento da primeira, demonstrando ainda segregação entre classes, mas que ao longo dos tempo se vai reduzindo. Aliadas a um capitalismo com forte expressão na sociedade iniciou-se a “cultura de massas” que se vai prolongando até aos dias de hoje, mas que se tenta combater como por exemplo no turismo. Pretende-se que o chamado “Turismo de massas” ou de “sol e praia” que se estabelece por volta da década de 80 do século XX, no sul da Europa e em especial em Portugal, seja apenas uma das ofertas do país, inserindo-se novos conceitos e novo(s) turismo(s), Turismos de Nicho, como é o Enoturismo. O Enoturismo é uma prática recente ligada ao mundo rural e à cultura da vinha. A agricultura sempre foi uma das formas de subsistência do Homem, retirando da terra produtos que consumia ou vendia para sobreviver. As uvas são um dos exemplos e também dos mais antigos, sendo que tem especial importância na cultura portuguesa: 5
  • 6. “a nível nacional, foi este o primeiro produto de exportação durante largo tempo, constituíndo a par dos cereais, um dos assuntos mais prementes da questão agrária nacional” (Simões, 2006). As videiras e as oliveiras (que surgiram mais tarde) sempre se deram bem em territórios inóspitos, pobres, pedregosos, onde outras culturas não crescem, sendo que se tornaram essenciais na cultura mediterrânica, tal como os cereais. Estas culturas revelaram-se fonte de subsistência para vários povos, que aumentaram as suas reservas alimentares, devido em parte a certos “truques” como a adição de água, não só para enfraquecer, mas também para aumentar as reservas, e assim permitiram um crescimento efectivo das populações. Estas mesmas culturas fomentaram as trocas comerciais entre os povos, permitindo a troca de experiências e de ideias, havendo um início de intercâmbio cultural onde se aprendem técnicas e práticas e onde a mobilidade é, novamente, factor com influência. Podemos acrescentar que é na época dos Descobrimentos que as cepas começaram a ser levadas para as colónias, plantando-se por lá e muitas vezes servindo as colheitas como moeda de troca de outros produtos de outras regiões com elevadíssimo valor para os Europeus. É a partir daqui, também, que o vinho é levado para outras partes do mundo, tendo hoje regiões como a América do Sul, uma cultura de vinho bastante reconhecida a nível internacional. Estas trocas e aprendizagens ajudam a que “cidades” se estabeleçam e consequentemente impérios cresçam, constatando-se que existe um cerscimento económico e social progressivo num período onde a prosperidade é reinante. Autores defendem que “os povos da bacia do mediterrâneo só suplantaram o seu estado de barbárie quando começaram cultivar a oliveira e a vinha” e “quanto melhor ele [vinho] for, mais procurado é, e mais fomenta o seu comércio.” (Inácio, 2006). Mas é a partir da Revolução Industrial que a sociedade inicia uma alteração visível a nível económico, social e político, como já referenciei, sendo também a cultura da vinha e a forma como o vinho é produzido alterados. O método tradicional e artesanal deixa de ser o mais utilizado para dar lugar à maquinização dos processos, ante a escassez de mão-de-obra, que se deslocava para as grandes cidades, para trabalhar na indústria. Isto levou a que existisse um processo de massificação, ou seja, produzir em grandes quantidades a baixo custo, diminuindo a qualidade dos vinhos. Este grande movimento social e a massificação da produção de vinho representaram tanto o declínio dos espaços rurais, como da prática agrícola, associada ao vinho, mas os vários tipos de turismo e de lazeres têm contribuído não só para um desenvolvimento pessoal, mas essencialmente têm-se mostrado como catalizadores no desenvolvimento dos espaços onde se integram, proporcionando uma “revitalização” e um “rejuvenescimento” das comunidades locais, potenciando o desenvolvimento regional e local. 6
  • 7. 2.1 Turismo em Espaço Rural É a partir dos anos 70 do século XIX, com a segmentação do turismo face à motivação dos turistas, que se inicia um novo tipo de turismo, apoiado em subsídios e ajudas financeiras, que pretende valorizar o património natural e ambiental, tendo enfoque nas regiões periféricas, o Turismo em Espaço Rural. Este tipo de turismo preconiza a gestão dos recursos turísticos, na perspectiva de alcançar resultados económicos, sociais e ambientais duradouros tendo em especial atenção para a utilização dos recursos naturais e culturais, endógenos, com a preocupação de salvaguardar os diversos patrimónios, as paisagens e as populações desses territórios, sem descurar o usofruto (sustentável) das actividades, tradições e costumes por parte dos turistas. Também na sua concepção é necessário ter em conta o tipo de hospedagem oferecida. Tendo em conta, como o próprio nome indica, que é Turismo feito/usufruido em Espaço Rural, o próprio conceito tem que ver com o território onde se insere, com as características arquitéctonicas e identitárias deste, em oposição ao luxo e à verticalidade da hospedagem nas metrópoles. Estas “hospedagens” vêm de encontro ao interesse dos turistas que praticam este tipo de turismo, a vontade de se sentirem próximos à natureza, ao território e às gentes desse mesmo território. A questão da proximidade, do simbólico e do desejado estão sempre presentes, sendo que o rural “convida a sentir o silêncio, os odores e as cores naturais e originais, é uma espécie de última reserva de valores e recursos que se perderam ou se pretendem reencontrar, nomeadamente o ar puro e a água cristalina, biodiversidade, paisagens naturais e culturais de grande beleza e estética apelativa(...)” (Carvalho, 2006). Este Turismo em Espaço Rural faz com que a percepção do território também se altere. O facto de se ajustarem os interesses de turistas e residentes faz com que este perca parte da sua imagem utilitária, de espaço físico e social de subsistência para ganhar uma imagem mais idealizada de valor de reserva ambiental e cultural para os seus visitantes, essencialmente vindos das grandes cidades, destacando-se este como um espaço de memórias, tradições, cultura, natural. O TER apresenta várias formas e actividades, podendo-se destacar o Turismo de Aldeia, Agroturismo, Hotéis Rurais e Enoturismo, definindo-se e conceptualizando-seTER, segundo o Decreto de Lei nº. 169/97, de 4 de Julho, como “ conjunto de actividades e serviços realizados e prestados mediante remuneração, em zonas rurais (ligação tradicional e significativa à agricultura ou ao ambiente e paisagem de carácter vincadamente rural), segundo diversas modalidades de hospedagem, de actividades e serviços complementares de animação e diversão turística, tendo em vista a oferta de um produto turístico completo e diversificado no espaço rural”1. Os objectivos essenciais do TER prendem-se com a oferta de actividades de animação e diversão para turistas, ocupando os tempos livres destes, contribuindo para a “divulgação das características, produtos e tradições das regiões, designadamente o seu património natural, paisagístico e cultural, os itinerários temáticos, a gastronomia, o artesanato, o folclore, a caça, a pesca, os jogos e os transportes tradicionais”. O Turismo em Espaço Rural, pretende no fundo, através das suas diversas actividades turísticas, aproveitar os recursos endógenos e utilizá-los numa perspectiva de sustentabilidade, através da sua constante preocupação com a conservação e a valorização dos vários patrimónios apelando à atitude participativa e tratamento personalizado dos turistas, numa pequena dimensão da unidade de exploração. 1 Retirado de Carvalho, 2006 7
  • 8. 2.2 Enoturismo e as Rotas de Vinho Todo o crescimento da humanidade e da sociedade como a conhecemos hoje acontece devido a “pontos de ruptura”. Podemos verificar que é através de alterações a nível do comportamento do Homem, influenciado pela sua instrução, desejos, necessidades e capacidades, que este vai actuar. Todas as “Revoluções” e Guerras que o mundo sofreu foram patenteadas pela alteração do comportamento do Homem e da sua necessidade de obter algo. É a partir destas rupturas, as Guerras e Revoluções, que se dá o ponto de viragem na mentalidade do Homem e isso é verificável em várias alturas, como por exemplo na Idade Média, época de conquistas, que se começam a definir fronteiras e a formar identidades; com os Descobrimentos encontraram-se outros continentes, criaram-se novas formas de comércio e revolucionou-se a navegação marítima; a Revolução Francesa vem instituir novos conceitos como Liberdade, Fraternidade e Igualdade; a I Guerra Mundial veio contribuir para a democratização de bens e para a afirmação de novas formas de transportes, como o automóvel e o avião; a II Guerra Mundial deu a conhecer novas formas tácticas e políticas recorrendo à comunicação social e à propaganda para o seu sucesso (Marketing). Todas estas mudanças vieram alterar a sociedade de época para época funcionando no século XXI em pleno. A banalização das viagens, das comunicações, dos destinos permite-nos afirmar que vivemos, de facto numa era de liberalização do consumo e de democratização dos bens, sendo que hoje quase tudo é acessível a quase toda a gente. Com todas estas alterações ficou de facto mais fácil a mobilidade das pessoas para espaços considerados mais atractivos, as chamadas metrópoles, fazendo com que espaços mais interiores e/ou periféricos, rurais, se tornassem espaços de “repulsa” e, logo, espaços menos populosos e enfraquecidos. Face a este processo profundo de descaracterização e de enfraquecimento dos espaços rurais foram criados programas e subsídios para a actividade agrícola, com maior relevância económica para estes espaços, como é o exemplo a PAC, o FEOGA ou o Programa LEADER. Estes programas foram criados ou reformulados para que a agricultura possa cumprir outras funções para além da função tradicional de produzir alimentos e/ou outras matérias primas. Estas novas funções, como a conservação da paisagem (ambiental) e a contribuição para a diversidade das áreas rurais e para o desenvolvimento territorial (social-territorial) enfatizam a dimensão multifuncional da agricultura e do território rural, reconhecendo a especificidade dos territórios e do seu potencial de recursos, tendo aqui o lazer e os seus diversos modos de utilização especial relevância. O Turismo, um dos tipos de Lazer, apresenta-se como uma solução para estes fenómenos de abandono rural, sendo que este se manifesta segundo os interesses dos turistas, isto é, “contrariando a lógica da oferta massificada e formatada em banda larga, emergem novos produtos/tipologias em resposta ao facto dos consumidores serem cada vez mais especializados, exigentes, esclarecidos e predispostos a participar nas actividades turísticas”2. Com a entrada de Portugal na Comunidade Europeia, este investiu na qualidade da produção de vinho, reorganizando o sector institucionalmente, criando novas denominações de origem e apoiando massivamente os investimentos na produção de vinhos de qualidade. Esta revitalização levou a que se proporcionasse uma articulação da actividade agrícola, especialmente a vitivinícola com outras actividades e sectores, como é exemplo o turismo. O turismo é um factor de desenvolvimento que possibilita a criação de emprego, a melhoria das infra-estruturas das comunidades locais 2 McGettigan citado por Carvalho em 2006 8
  • 9. e proporciona a revitalização das frágeis economias dos espaços rurais. Este apresenta- se como alternativa estratégica a adoptar para regenerar as sociedades rurais e para promover o desenvolvimento económico destas áreas face às problemáticas que estas enfrentam nos dias de hoje. O declínio da actividade económica do mundo rural, a reestruturação do sector agrícola, a mecanização da produção agrícola, as migrações para os grandes centros urbanos, a empregabilidade e a melhoria dos níveis educacionais das populações são algumas das preocupações actuais e que em parte o turismo tem vindo a desempenhar um papel activo, sendo que este é um catalizador do crescimento económico, melhorando os padrões de vida das populações e dinamizando espaços e regiões menos favorecidos. Estes são pressupostos dos Turismos de Nicho, onde se insere o Enoturismo, também este abrangido pelo Turismo em Espaço Rural. O conceito de Enoturismo é ainda muito recente, sendo que ainda não foi totalmente constituída a sua definição. Mas, segundo as bases de Getz (2000), podemos defini-lo como sendo um segmento da actividade turística baseado na viagem/deslocação a regiões vitivinícolas motivada pela atracção, interesse e aprendizagem pelos modos, processos e intervenientes na produção e pela tradição e cultura das localidades onde são produzidos, tendo como objectivos o desenvolvimento da região/destino e a oportunidade de lucros provenientes da venda directa ao consumidor, tal como reconhecimento do produto e conceitualização da marca3. “All the tourist, leisure and spare time activities dedicated to the discovery and to the cultural and enophile pleasure of the vine, wine and its soil” é a definição que Deloitte4 dá ao enoturismo, sendo representada na figura 1. Figura 1. Os pilares do Enoturismo Fonte: Novais e Antunes (2009), Adaptado de Deloitte (2005) Para além dos produtores é preciso ter também em conta a importância dos equipamentos, das acessibilidades, dos Recursos, isto é, da importância que os sectores 3 Segundo Getz (2000) citado por Novais e Antunes (2009) o conceito de Enoturismo engloba três componentes interligadas: Turismo baseado na atracção de uma região vinícola e dos seus produtores; Forma de marketing e de desnvolvimento de um destino/região; Oportunidade de marketing e vendas directas por parte dos produtores de vinho. 4 Citado por Novais e Antunes 9
  • 10. público e privado e os seus actores vão ter para que o Turismo e em especial o Enoturismo, sejam actividades integradoras, revitalizantes e competitivas (figura 2 e quadro 2) tendo em vista o contacto directo do turista com as actividades, neste caso vitivinícolas, com os produtos resultantes dessas actividades e com todo o património paisagístico e arquitectónico relacionado com a cultura da vinha e a produção de vinho. O Enoturismo, sendo um tipo de turismo que se situa fora das áreas metropolitanas, assume um papel importante no desenvolvimento regional e no combate às assimetrias regionais, mostrando-se dinamizador na medida em que permite combater a sazonalidade, através das visitas às vinhas em qualquer altura do ano; diversificar os produtos turísticos oferecidos por cada região; criar postos de trabalho e captar novos investimentos para estas regiões mais desfavorecidas. “A viticultura é um dos sectores mais dinâmicos da agricultura portuguesa, sendo também um dos que melhor se adaptou à concorrência comunitária em resultado da adesão de Portugal às Comunidades Europeias.” (Simões, 2008: 269-279) A tradição mediterrânica sempre esteve ligada à agricultura, e especialmente à cultura do vinho, do pão e do azeite, sendo este um dos sectores de maior importância em anos transactos. O facto deste produto, o vinho, ter sido dos primeiros a ser comercializado na Península Ibérica, sempre desempenhou um papel fundamental na relação das explorações agrícolas com o mercado, deixando, hoje em dia de ser essencialmente para consumo próprio para passar a comercializar-se a maior parte da produção de vinho. Portugal na conjuntura Europeia é o quinto maior produtor de vinho e o décimo maior a nível mundial, detendo uma quota de mercado entre os 3% e os 5%, mantendo também grandes níveis de consumo do mesmo, mantendo-se a preferência pelos produtos nacionais. Enoturismo pode ser encarado como gerador de emprego, despoletando processos de comercialização/troca e sendo em parte um contributo da produção vinícola para o desenvolvimento rural sustentável das regiões do interior menos desenvolvidas, associado com regiões vitivinícolas que podem ser demarcadas ou não. Em Portugal existem quarenta e sete regiões vitivinícolas, inserindo-se a Região dos Vinhos Verdes e do Alvarinho numa região D.O.C., isto é, vinhos cuja produção está tradicionalmente ligada a uma região geograficamente delimitada e sujeita a um conjunto de regras consignadas em legislação própria (tipos de solos, castas recomendadas e autorizadas, práticas de vinificação, teor alcoolico,...). O Alto Minho e a Região dos Vinhos Verdes é a maior região demarcada de vinhos do país e única produtora deste tipo de vinhos. As Rotas de Vinho são “percursos sinalizados e publicitados através de painéis especiais que destacam os valores naturais, culturais e ambientais, explorações vitivinícolas, individuais ou associados, abertas ao público, constituíndo instrumentos através dos quais os territórios agrícolas e as suas produções podem ser divulgadas, comercializadas e dispostos em forma de oferta turística.” (Novais e Antunes, 2009). As suas atracções são então de ordem natural (paisagem, espaços rurais, cursos de água, ...), física (lojas, enotecas, vinhos, adegas, ...), patrimonial, cultural e histórica. As rotas de vinhos nasceram em 1993, através do Programa Dyonisios da União Europeia, com o intuito de preservar a autenticidade de cada região através da divulgação do artesanato, património paisagístico, arquitectónico e museológico, gastronomia, combate à desertificação e constrangimento e como solução para a dinamização das regiões demarcadas. Estas são instrumentos de promoção do turismo vitivinícola proporcionando o contacto estreito com a paisagem e o mundo rural. As 10
  • 11. Comissões Vitivinícolas e as Regiões de Turismo são as entidades que as regulam, deparando-se as mesmas com alguns problemas ao nível de consolidação enquanto produto turístico principalmente devido à falta de enquadramento legal, pois a organização interna e funcionamento das rotas não é uniforme, levando a uma falta de ligação/coordenação e pautando pela ausência de estratégias concertadas destinadas à sua promoção. Podemos então concluir que o comportamento do Enoturista depende do atractivo das regiões, dos seus recursos naturais, adegas e outras facilidades turísticas, produção, consumo e exportação do vinho, factor histórico-cultural, localização e acessibilidades, massa crítica, qualidade e reputação dos destinos, sazonalidade, legislação, organização e marketing, sendo que tem vantagens e desvantagens. Quadro 1. Vantagens e Desvantagens do Enoturismo Fonte: Adaptado de Novais e Antunes (2009) Retiramos daqui, então, que Enoturismo é um Produto Turístico e as Rotas são Itinerários complementares desse produto, que têm especial importância para o desenvolvimento sócio-económico do território. É cada vez mais visível uma ascensão a nível mundial da produção, consumo e área de vinha, surgindo novos países entre os principais produtores, como a China, podendo-se afirmar que o Enoturismo é um conceito que tem evoluído mas não está estabilizado. Grosso modo, turismo é considerado um fenómeno de mobilidade, em constante desenvolvimento, efeito das mudanças sócio-económicas, políticas e culturais das sociedades contemporâneas e que se tem revelado um sector e actividade dinimizadores de espaços, especialmente os mais “distantes”, remotos e com menos atractividade para as populações. Estes territórios são a imagem do mundo rural actual, que sofre perturbações a nível demográfico, geográfico e económico, tendo uma imagem 11
  • 12. característica de abandono. Sendo o Turismo um fenómeno com excelentes oportunidades de oferta e com um constante remodelar de mercados, devido a toda a complexidade que é o ser humano, assistimos a um fenómeno que comporta todo um envolvente de práticas, que influencia directa e indirectamente a sociedade. Regiões como o Norte de Portugal, a Região Centro e o Alentejo têm tido enfoque neste planeamento, sendo que o aproveitamento dos recursos, o melhoramento das acessibilidades e a criação de infra-estruturas e equipamentos têm sido as principais preocupações. Agentes e intervenientes (directos ou indirectos) são essenciais no cumprimento destes objectivos. Estes são actores indispensáveis, que com as relações que estabelecem entre si podem fortalecer a imagem da oferta que se pretende, anunciando assim um desenvolvimento e uma evolução no destino em questão. Correspondendo a um dos instrumentos mais prementes do Enoturismo, interessa- nos neste ponto referenciar as Rotas de Vinho. Actualmente em Portugal estão organizadas onze rotas de vinhos: Rota dos Vinhos Verde, Rota do Vinho do Porto, Rota das Vinhas de Cister, Rota do Vinho da Beira Interior, Rota do Vinho do Dão, Rota do vinho da Bairrada, Rota do Vinho do Oeste, Rota do Vinho do Ribatejo, Rota do Vinho de Bucelas, Colares e Carcavelos, Rota dos Vinhos da Península de Setúbal e Rota dos Vinhos do Alentejo (figura 3)5, sendo estas considerandas papel fundamental para o desenvolvimento local, constituíndo instrumentos estruturantes para o turismo e potencialmente criadoras de qualidade de oferta. Podemos definir Rota de Vinho como sendo um percurso/ local organizado em rede, devidamente sinalizado, indicando a sua função de Rota e a sua respectiva publicitação, tendo por base a liagção à cultura e a produção de vinhos de qualidade, podendo ser susceptível de desencadear interesse turístico. A adesão a estas Rotas pode ser difícil a prolongada, tendo os produtores que preencher vários requisitos, entre os quais: estar ligado directa ou indirectamente à cultura da vinha e do vinho; os vinhos para venda e prova têm de ser certificados; os aderentes são obrigados a preparar uma visita organizada; as visitas servem para mostrar as instalações, equipamentos e demonstrando as práticas, devendo ser acompanhadas por pessoal especializado ou pelos responsáveis pelas instalações; estas devem ser acessíveis a todo o tipo de público, tendo estacionamento adequado e instalações sanitárias de apoio; é ainda requerido que as istalações tenham local próprio para prova e venda de vinho. Como pude perceber pela investigação e pelos próprios inquéritos que fiz, pude depreender que as rotas de vinho ainda estão longe de ser um produto consolidado. É facto que as rotas têm deficiências a nível regulamentar, institucional, organizacional e operacional, levando a uma descoordenação e diferenciação de conteúdos entre as várias rotas devido à falta de regulamentação comum que estabeleça princípios, conteúdos e a própria organização base. Como exemplo desta fraca estruturação, como produto turístico, temos os horários de funcionamento, o pessoal qualificado (ou não), os espaços, os eventos, entre outros. É muito frequente encontrar caves e outros espaços encerrados ao público em horário narmal de funcionamento ou pessoal que trabalha no ramo, mas não tem formação para dar as informações necessárias e adequadas. Podemos concluir que o facto de não haver cooperação entre as diversas rotas, tanto na sua organização e estruturação e o próprio facto de muitos produtores de vinho não empreenderem um espírito e uma mentalidade empresarial, levam a que as rotas não tenham sucesso no objectivo pretendido. Por exemplo, ausência de pacotes turísticos e tours, falta de pessoal com conhecimentos sobre vitivinicultura e línguas e a 5 Retirado de http://www.infovini.com/pagina.php?codNode=18013 12
  • 13. falta de colaboração entre sectores e agentes pode fazer com que a dinamização não seja atingida e consequentemente o desenvolvimento da região ou da localidade não se conceba. Acresce ainda o facto das Rotas de Vinho serem dinamizadas pelas Comissões Vitivinícolas e pelas Regiões de Turismo que têm muitas vezes interesses antagónicos, devendo estas ser responsáveis pela gestão das respectivas rotas, ajudando na organização de eventos, animação e divulgação das rotas, desenvolvendo planos de comunicação e investigação. “estas parcerias são vitais para o desenvolvimento do Enoturismo, dado que o vinho em si não conseguirá sustentar o interesse dos turistas”6. 6 Getz (2000), citado por Costa e Kastenholz (2009) 13
  • 14. 3 Caso de Estudo: Melgaço e Vinho Alvarinho 3.1 O Espaço Sendo que o tema de trabalho é o desenvolvimento em territórios de baixa densidade, optei por Melgaço, por nenhuma razão em especial, mas achando curioso o facto de ser muito pouco conhecido apesar da ligação directa que tem com Espanha. Também a escolha do vinho Alvarinho como tema específico do projecto advém desse facto. O Alvarinho é considerado um produto de excelência da região, mas com fraca divulgação e com um conhecimento muito reduzido, face a outros vinhos, a nível nacional. Achei por bem que para além de conhecer melhor esta Região, o meu trabalho poderia ser utilizado na divulgação tanto desta Região e concelho, como do produto que lhe é associado, o Vinho Alvarinho, sentindo-me em parte realizada, visto que alguns dos meus colegas da cadeira de Seminário não conheciam de todo este produto. Inserido no distrito de Viana do Castelo, na Região Norte e sub-região Minho-Lima, Melgaço é o concelho mais setentrional de Portugal. O seu território tem 232km² e 9.485 habitantes distribuídos pelas suas 18 freguesias, sendo a sua densidade populacional de 39,8 hab/km², em 8,8% se encontram abaixo dos 15 anos e 32,5% acima dos 65 anos, apresentando-se como um território envelhecido e com taxas de natalidade baixas. Este concelho é dividido em duas zonas geográficas: a Zona Ribeirinha composta por uma sucessão de pequenos vales e encostas suaves junto ao Rio Minho, com os campos cultivados em socalcos e sustentados por muros de pedra ,onde se encontra plantado o vinhedo de Alvarinho. Fazem parte desta zona as freguesias de Alvaredo, Chaviães, Cristoval, Paços, Paderne, Penso, Prado, Remoães, Roussas, São Paio e Vila (Melgaço). A outra é a Zona Montanhosa, que se encontra parcialmente inserida no único parque nacional protegido, o Parque Nacional Peneda-Gerês. Aqui podemos encontrar terrenos ideais para a cultura do centeio, da batata e para a criação de porco bísaro, sendo ainda muito propício ao pastoreio de rebanhos ovinos e caprinos. As freguesias que a compõem são Castro Laboreiro, Cousso, Cubalhão, Fiães, Gave, lamas de Mouro e Parada do Monte. Esta zona montanhosa oscila entre os 1200 metros e os 1340 metros, situanado-se o seu ponto mais alto no Giestoso, em Castro Laboreiro, com 1335 metros. O município é limitado a Norte e Leste por Espanha, sendo o Rio Minho a linha divisória, a sudoeste pelo município de Arcos de Valdevez e a Oeste por Monção. O seu relevo está de acordo com o da Meseta Ibérica sendo que a melhor afirmação que encontrei para o descrever foi a de Amorim Girão "um vasto anfiteatro que, da orla marítima, se eleva gradualmente para o interior”. O Rio Minho insere-se nos rios portugueses/espanhóis em que a sua bacia hidrográfica é mais vasta. Nasce na Serra da Meira, na Galiza e constitui, desde o século XII, fronteira com esta, sendo que a sua posição raiana sempre foi desfavorável ao desenvolvimento de uma equilibrada organização regional, com eixo fluvial e centrada nos estuários estruturando-se porquanto pequenos centros urbanos na foz, utilizando-se das excelentes qualidades de navegabilidade que a parte inferior deste rio apresenta. Isto representa que este rio, não sendo propício à navegabilidade em toda a sua extensão, tem fraca expressão para a economia, não permitindo fluxos frequentes de mercadorias, bens e pessoas. Esta dificuldade também é visivel nos caminhos-de-ferro. Fazendo parte da Península Ibérica e considerados países periféricos em relação à Europa (politicamente) seria de esperar que houvesse comunicação e entendimento para uma cooperação conjunta no desenvolvimento. A circulação de passageiros através da 14
  • 15. fronteira é fraca, à excepção da linha Guadiana-Salamanca que, por ligar “Portugal à Europa de além-Pirinéus” (Daveu, 2005), foi reforçada. Podemos então concluir que, ao contrário do que seria esperado para um desenvolvimento crescente, Portugal e Espanha, economicamente, viram costas, sendo que Espanha representa para o primeiro um obstáculo nas comunicações e ligações com o resto da Europa. O processo de litoralização tem sido bastante crescente em Portugal, afectando grande parte das regiões, especialmente das mais deprimidas. Um dos atenuantes para que estas regiões mantenham relações com Espanha e cativem ainda uma população relativa, é o comércio via rodoviária, feita através dos camiões de Transporte Internaciona Rodoviário (TIR). O projecto TGV entre Lisboa e Madrid poderá ser uma das soluções para a revitalização de espaços, criação de emprego e ainda na entrada de capital através do turismo, na medida em que facilita o contacto mais activo entre as duas capitais da Península Ibérica permitindo uma deslocação mais rápida de Norte a Sul do País e melhorando acessibilidades. O facto de Melgaço se encontrar na fronteira com Espanha, a questão da emigração sempre esteve presente neste concelho, sendo que é possível observar, desde a década de 60, um decréscimo acentuado da população (Quadro 3). Estes movimentos mostraram ser não só uma característica sócio-económica mas também cultural. Concluíndo que o Rio Minho apresenta, assim uma dupla componente, uma natural e uma histórica. Face a estas características podemos afirmar que o concelho de Melgaço depende do movimento de rendimentos provenientes do exterior tais como a afluência de turistas, das férias, onde para além deste fluxo, temos o retorno dos emigrantes. Melgaço depende, assim, das remessas enviadas por estes e das pensões dos ex- emigrantes. Sendo o turismo um importante actor no desenvolvimento local e regional, Melgaço tem apostadado na criação de infra-estruturas para o efeito e tem-se mostrado inteligente no aproveitamento dos recursos que dispõe. Um dos exemplos é o centro de estágios que recebe equipas de vários locais para a preparação dos atletas, dispondo de campos de jogos, parques de recreio, piscinas, centro de bem-estar com sauna e banhos e dispondo ainda de uma relação estreita com a Pousada da Juventude, promovendo actividades e oferecendo descontos especiais para os seus hóspedes. Tem-se proporcionado ainda um crescimento das indústrias alimentar e bebidas, novamente devido aos recursos que detém, e de empresas ligadas ao turismo como a hotelaria, restauração e animação turística, onde se têm proporcionado ofertas de qualidade. Segundo o PENT, é necessário que os recursos humanos sejam especializados para que as ofertas de turismo e lazer sejam de qualidade e proporcionem valor para o mercado. O que podemos observar no concelho de Melgaço é que a população ainda tem níveis de escolaridade baixa e é necessário proceder à profissionalização desses mesmos activos, visto que a empregabilidade destes, deixou de ser essencialmente no sector primário, passando para o terciário, o sector dos serviços e onde o turismo se insere (Gráfico 1). O Turismo tem-se mostrado uma grande valência para os territórios de baixa expressão densional e a agricultura tem-se associado a esta actividade na expessão de Turismo em Espaço Rural. Sendo o Enoturismo uma dessas actividades o aumento de emprego no sector primário tem evoluído e aumentado (Gráfico 2). O território para ter uma imagem de destino turístico forte necessita de factores- chave, sendo que é necessário que haja um envolvimento activo dos agentes na configuração deste objectivo. Para a avaliação do Potencial Turístico do território é necessário termos em conta a quantiddade e a qualidade dos recurso endógenos de que dispõem, as acessibilidades que lhe dão acesso e os equipamentos que detém. A importância destes varia, mas é o produto final que vai dar valor ao consumidor/turista, sendo então que os que estão classificados com maior valor para o turista são 15
  • 16. efectivamente os recursos, sendo estes naturais, históricos e etnográficos. O Património de Melgaço é bastante vasto, sendo que já existe ocupação neste território desde há milhares de anos atrás, na pré-história e visível em mamoas e dólmens que ainda permanecem intactos. Outros vestígios que foram deixados e que têm relevante importância são as construções românicas, austeras, robustas, com paredes grossas e janelas minúsculas. Parte integrante do património construído temos os Castelo de Melgaço, erigido no reinado de D. Afonso Henriques, por volta de 1170 e hoje “marca” da freguesia da Vila, da região e de um vinho comercializado numa grande superfície comercial. A obra só ficou completa com as muralhas em 1245. Estas foram construídas a mando de D. Sancho II a fim de evitar as constantes investidas leonesas. Importância tem também o foral de 1258, o terceiro, sendo que neste é anunciado uma cessação no imposto para quem cultive vinhas nos seus campos, anunciando já uma importância desta cultura não só a nível nacional, mas sobretudo a nível regional. No foral de Monção, concelho que iniciou a cultura do vinho Alvarinho e que se tem associado a Melgaço na sua divulgação podemos ler “…e aquele que fizer uma casa ou honrar a sua vinha ou herdade e aí permanecer durante um ano, se depois quiser habitar noutra terra, conserve a sua herdade, onde quer que habite; e, se a quiser vender, venda-a a quem quiser pelo foro da nossa vila.” Sendo o Vinho Alvarinho um produto apreciado por todos, ou quase todos, é necessário falar dos produtos que juntamente com este têm contribuído para que a imagem desta seja cada vez mais forte a nível nacional e além-fronteiras. Falar de Vinho é inevitavelmente falar de Gastronomia. São temas indissociáveis, havendo sempre umaa dicotomia entre pratos e tipos de vinho, isto é, não pensamos em vinho sem lhe associar um prato específico, para que o prazer da degustação seja sempre de um nível máximo, nem pensamos num prato sem instintivamente lhe associar um vinho adequado. 16
  • 17. 3.2 O Produto Alvarinho é uma casta branca, autóctone da Sub-Região de Monção e Melgaço, inserida na Região dos Vinhos Verdes, e que produz mostos muito ricos em açucares, apresentando um razoável teor de ácidos orgânicos, estando a sua graduação alcoolica situada entre os 11,5% e os 14%. Os cachos da uva, proveniente da espécie Vitis Vinífera, são muito pequenos, alados e medianamente compacto sendo então que é uma uva pouco produtiva, necessitando de uma grande colheita para ter rendimento. O que é difícil sendo que o território onde esta atinge o máximo das potencialidades é diminuto, havendo em Espanha, nas Rias Baixas, produtores com maior rentabilidade, alindo-se o facto de que aqui continua a chamar-se Albariño apesar da adição de outras castas, muitas vezes em 50%. Esta tem sido uma questão muito abordada por vários autores. Alvarinho ou Albariño? Qual a origem desta casta? A explicação é difícil e complexa, existindo divergências quanto à sua origem, mas sendo esta oriunda, provavelmente de França. Acredita-se que tenham sido os Monges Cistercianos do mosteiro de Armenteira, que trouxeram este tipo de uva para a Península Ibérica, no século XII, quando a sua produção (Vinho) era feita e até promovida nos mosteiros. Albariño deriva etimologicamente das palavras Alba, que significa braca/o e Riño, que se refere a ao rio Reno sendo então Albariño “o branco vindo do Reno”. Este pretendia ser um clone das uvas Riesling, características da zona da Alsácia, mas que no entanto sofreu mutações e influência da região. São muitas vezes confundidas com as uvas Petit Manseg, havendo relatos na Austrália de vinhos feitos com uvas Petit Manseg, mas vendidos como Albariño/Alvarinho. Alvarinho corresponde à tradução de Albariño, sendo que ambos os lados têm regiões de Denominação de Origem é difícil específicar a qual pertence a casta, se à Sub-Região Monção/Melgaço em Portugal ou se às Rias Baixas, na região de Pontevedra, Galiza (Espanha), apesar de Mayson atribuir a casta aos Galegos, devido às várias alcunhas atribuídas às uvas e às cepas, incluindo Galego ou Galeguinho. Apesar de ser produzido em várias partes do mundo e da sua D.O. se circunscrever às Rias Baixas, Monção e Melgaço, este é único devido ao relevo e ao clima característicos da Sub-Região Portuguesa. Esta é peculiar devido ao seu microclima, à cadeia montanhosa que a rodeia e ao rio que a atravessa. São estas as condições que fazem desta monocasta única, pois é nesta região que ela melhor se desenvolve e atinge o seu expoente máximo, sendo que é assim, um dos maiores tesouros de Portugal. O facto de ser recortada pela cadeia montanhosa do Vale do Minho, a Sub-região de Monção e Melgaço não sofre a típica influência Atlântica, o que juntamente com os alinhamentos montanhosos da Serra da Galiza que, bem perto do rio Minho, atingem proporções consideráveis, formam uma cintura montanhosa responsável pela existência de um microclima único. Nas Rias Baixas, só a sub-zona El Condado de Tea apresenta condições semelhantes à Sub-região de Monção e Melgaço, sendo as outras sub-zonas das Rias Baixas, Val do Salnés, Rosal, Soutomaior e Ribera de Ulla, extremamente expostas à influência Atlântica. Um microclima corresponde às condições climáticas de uma superfície reduzida, caracterizado por variações locais em ambientes naturais e influenciado por factores como a cobertura vegetal, o tipo de solo, a temperatura, a humidade, a pluviosidade, radiação e direcção dos ventos. Melgaço apresenta um microclima, sendo que as amplitudes térmicas são moderadas, com Verões e Invernos moderados, situando-se a temperatura numa média de 14,4ºC anuais (Gráfico 3.1). A presença de um conjunto significativo de superfícies de água, Rio Minho e principais afluentes, induz uma regulação destas mesmas temperaturas, fazendo com que estas amplitudes térmicas 17
  • 18. sejam diminutas. A precipitação ocorre com maior frequência entre Outubro e Março, os chamados meses húmidos, e com menos frequência em Julho e Agosto, os meses secos (Gráfico 3.2). Esta casta exige terrenos secos para potenciar a qualidade do vinho, inserindo-se em terrenos de aluvião, em oposição aos terrenos xistosos e graníticos em redor. A permeabilidade dos terrenos ajuda a que estas culturas se desenvolvam. Esta casta caracteriza-se por ser precoce no abrolhamento e maturação. As folhas das suas cepas são de tamanho pequeno e com forma orbicular. Os seus cachos são pequenos, alados e normalmente duplos, dando origem a bagos de tamanho médio/pequeno e arredondados com uma cor verde-amarelada. A sua película é espessa equanto a polpa se mostra mole e suculenta. Quanto às grainhas, estas predominam em número de uma por bago, sendo de tegumento pouco duro, com tamanho médio. O vinho que se produz destas uvas é um vinho monovarietal, de cor intensa, palha, com reflexos citrinos, aroma intenso, distinto, delicado e complexo em que marmelo, pêssego, banana, limão, maracujá, líchia, flor de laranjeira, violeta, avelã, noz e mel são os sabores e aromas mais sentidos, podendo ainda haver interferência, casual ou intencional, de pomares e frutos plantados junto a estas vinhas. A produção deste vinho é quase exclusiva de empresas tradicionalmente familiares à excepção de vinhos provenientes, por exemplo, da Quinta da Brejoeira, em Monção ou das Quintas de Melgaço, em Melgaço, seguindo a filosofia dos cinco “SS”, ou seja, Solo, Sol, Sofrimento, Sabedoria e Sossego, reflectindo a especial relação do vinho com o território, sem nunca esquecer quem o produz, novamente fazendo referência à dicotomia Homem/Natureza e à apropriação do espaço por este7. Esta filosofia aclama também a importância que os recursos endógenos têm para a região. Sendo esta cultura uma cultura de tradição geracional e familiar é de referir a importância que tem para a identidade regional. O facto de se trabalhar na terra, incesantemente, sempre debaixo de sol, este sofrimento é acalentado pelo orgulho na sabedoria da prática. Este orgulho de saber fazer, faz com que se acabe a identificar com o produto, na sua produção e mais tarde divulgação e comercialização. O facto de pertencerem a um território quase esquecido dá-lhes mais força para lutar por aquilo em que acreditam, numa cultura, numa identidade, sendo que os esforços feitos ao longo dos anos lhes têm dado recompensas. Em Melgaço, o facto de terem conseguido alterar a denominação de Sub- região de Monção para Sub-região de Monção e Melgaço, de terem criado uma confraria do vinho Alvarinho e em conjunto com Monção estarem a divulgar este produto, fruto de “suor, sangue e lágrimas” tem sido motivo de orgulho e identidade. Fortes, Formosos, Fragrantes, Frescos e Frutados é a concepção que se pretende destes vinhos que devem ser tomados em copo próprio, ou oficial da casta, pedidos exclusivamente pelos seus produtores. Em caso contrário devem ser tomados num copo que lhes permita ter contacto com o ar, sendo os frappé os mais recomendados. A temperatura aconselhada para os vinhos é de 16ºC aquando o seu processo de produção e situada entre os 10ºC e 12ºC aquando a sua prova/degustação. Este deve ser arrefecido lentamente para conservar o seu aroma, pelo que deve ser aberto 20 minutos ou 30 minutos antes de ser consumido. Como já referi antes a Gastronomia é algo que não se pode separar dos vinhos, como se pode verificar pelas respostas dadas pelos produtores inquiridos no gráfico 5, sendo assim este vinho, considerado como um excelente aperitivo ou para servir com pratos de peixes, mariscos, saladas, carnes de aves, queijos e produtos regionais. Sendo a actividade turística formada por um conjunto de factores que necessitam de estar 7 Ver-se Gráfico 4, retirado do inquérito feito aos produtores de Alvarinho sobre a quantidade de garrafas produzidas/ vendidas por ano. 18
  • 19. organizados e aliados a oferta de Vinho Alvarinho, necessita inevitavelmente de se complementar com outros produtos da região, como é o porco bísaro e a lampreia, os linhos e as lãs e até mesmo o cão de Castro Laboreiro. Face a um mercado cada vez mais exigente é necessário apresentar uma oferta completa, planeada e organizada, para que haja a possibilidade de um desenvolvimento correcto, ordenado e real. Para isso é necessário ter em conta o Turismo e como ele é praticado hoje em dia, o mercado e a procura e o próprio território. Tendo em consideração a motivação das viagens efectuadas pelo mercado, usufruir dos produtos típicos, aprofundar o conhecimento, é necessário compreender que agentes locais, regionais e até nacionais necessitam de trabalhar em conjunto para alcançar um objectivo, a de promover Portugal, e mais específicamente o vinho e a gastronomia como como destinos de turismo, oferecendo qualidade na oferta e excelência nos produtos. O turismo de Gastronomia e Vinhos gera cerca de 600.000 viagens internacionais num ano, sendo que representa 0,25% do total das viagens de lazer realizadas pelos turistas Europeus, sengundo o PENT. O Vinho no século XXI, deixa de ser caracterizado como bem de primeira necessidade, de subsistência, para ganhar uma nova imagem, a de elemeto integrante numa cultura do bem-estar, sempre associado ao lazer. As viagens feitas com motivação de gastronomia e vinhos encontra-se hoje referenciada como uma procura secundária, sendo que se pode constituir uma oportunidade de diversificação da oferta atraindo apologistas de outros tipos de turismo. Os consumidores deste tipo de turismo são adultos entre os 35 anos e os 60 anos, com um elevado poder de compra, onde a maioria são do sexo masculino com um elevado nível sócio-cultural. Estes já necessitam ter algum conhecimento sobre vinhos para desejarem descobrir novos vinhos e gastronomias ou aprofundarem conhecimentos sobre estes. Os alojamentos que utilizam são hotéis de 3 estrelas a 5 estrelas ou alojamentos rurais de luxo/charme, sendo que viajam durante todo o ano, mas preferindo a Primavera e o Outuno. Este último por ser época de vindimas é muito procurado existindo até na Região Autónoma da Madeira a “Semana das Vindimas” onde existem variadas actividades onde os turistas podem participar, incluíndo pisar as uvas. Outro tipo de actividades mais usuais são as degustações, a compra de produtos típicos, a visita a museus e exposições, desfrutar da paisagem, actividades de saúde e bem- estar, entre outros. A estadia normalmente prolonga-se entre três e sete dias e devido ao seu elevado custo de permanência (entre 150€ e 450€) leva a que façam este tipo de viagens uma vez por ano, exceptuando os entusiastas que viajam até cinco vezes por ano (Quadro 4). O turismo de Gastronomia e Vinhos mostra-se assim como um produto estratégico para a divulgação de Portugal como destino turístico, mostrando todas as suas capacidades e potencialidades. 19
  • 20. 3.3 Rota do Alvarinho A Rota do Vinho Alvarinho éstá inserida na Rota dos Vinhos Verdes e é dinamizada pela Comissão Vitivinícola dos Vinhos Verdes e do Solar Alvarinho, em Melgaço. A rota dispõe de variados aderentes entre os quais as adegas Quinta de Soalheiro, Fontaínha de Melgaço, Casta Boa, Quintas de Melgaço, Quinta da Pigarra, Reguengo de Melgaço e Quinta de Touquinheiras. Todas estas adegas dispõem de um contacto estreito com os seus visitantes, sendo os produtores os guias nas visitas às adegas e às vinhas. Através da Rota os produtores têm a vantagem de vender directamente aos seus visitantes, maximizando as margens de vendas, promovendo a marca e aumentando o número de potenciais consumidores, alargando os segmentos de mercado. Assim podem também angariar novas parcerias e potenciar a fidelização da marca, além de que aparecem novas oportunidades de venda de outros produtos locais, podendo obter novas fontes de rendimento. É também através dos restaurantes Adega do Sossego, Boavista, Foral de Melgaço, Sabino, Chafarix, Panorama e Mira Castro que se divulgam os produtos endógenos e gastronomia típica da região. Cabe ao Solar Alvarinho, casa mãe da rota e Centro de Artesanato ARTES fazer a divulgação dos produtos, valorizar as tradições e as práticas e dinamizar o território. Parte integrante da Rota são também os Museus e Centros de Interpretação, que no caso são seis, Posto de Turismo, Museu de Cinema de Melgaço-Jean Loup Passek, Núcleo Museológico da Torre de Menagem, Núcleo Museológico Memória e Fronteira, Porta Lamas de Mouro e Núcleo Museológico de Castro Laboreiro. Como apoio às visitas estão as diferentes infra-estruturas de Hotelaria, desde Turismo Rural ao Alojamento de Luxo, onde enunciamos a Casa da Granja; Albergaria Boavista; Monte Prado, Hotel e SPA; Reguengo de Melgaço e Albergaria Mira Castro. Importantes, ainda, na divulgação da Rota e do Território e com impacto para o lazer e bem-estar no espaço estão as Empresas de Animação Turística como a Associação C.R. Melgaço Radical, DraftZone e Centro de Ecoturismo e Turismo Equestre da Serra do Laboreiro. Estas empresas possuem ainda acordos com instituições e empresas locais, como o Centro de Estágios e Complexo Desportivo e de Lazer do Monte de Prado com especial importância, para obtenção de descontos e promoções para os visitantes e participantes da Rota de forma a fidelizar clientes. 20
  • 21. 3.4 Resultado dos Inquéritos: Durante o percurso da cadeira de Seminário foi-nos proposto que efectuasse-mos entrevistas ou inquéritos aos vários intervenientes no processo do turismo, tendo escolhido como público-alvo os produtores de Alvarinho, de Monção e Melgaço. Esta tarefa mostrou-se bastante difícil sendo que apesar dos vários produtores, associações e municípios contactados, a amostragem revelou-se ser bastante pequena, devido a falta de disponibilidade para responder aos mesmos. Após vários contactos via email, via telefone e disponibilização do inquérito online nas páginas oficiais das associações e municípios nas redes sociais, apenas me foi possível obter dez inquéritos válidos, sendo que foi de preciosa ajuda a lista de produtores com morada, correio electrónico e número de telefone que a Associação de Produtores de Alvarinho e o Solar de Alvarinho me disponibilizaram. Foi-me permitido perceber através desta indisponibilidade que muitos destes produtores não têm emails próprios para a recepção de encomendas e que em termos de marketing e de serviços este será um campo deficitário que poderia vir a ser melhorado. A prontidão de resposta e ajuda prestada por estes agentes, leva-me a crer que é de grande interesse para estes, estudo como o meu, podendo ajudá-los num futuro próximo, entendendo as falhas a serem melhoradas e trabalhando em conjunto para o fazer. Perante a amostragem recolhida é perceptível que o vinho Alvarinho tem sofrido alterações nos últimos anos, sendo reconhecida como uma marca de qualidade e que poderá a vir ser competitiva no futuro. Um dos factores é o facto da maioria dos produtores que me respondeu ter idades compreendidas entre os 26 e os 45 anos (gráfico 6), mostrando que poderá vir a ter ideias inovadoras e rejuvenescedoras, sendo que é perceptível que esta região está a apostar nos mais jovens para a produção e divulgação deste vinho. A maioria dos inquiridos é do sexo masculino (90%), quase todos do Distrito de Viana do Castelo, havendo apenas uma resposta para a o Distrito do Porto, sendo que 70% são de Melgaço, 20% de Monção e 10% de Vila do Conde (Gráfico 7). Quanto à percepção destes face ao Turismo, consegui perceber que há disparidades quanto à percepção da importância desta actividade na economia portuguesa, mas sendo a maioria da opinião que o Turismo influencia positivamente as Regiões e que esta actividade pode ser dinamizadora, sendo que as razões mais apontandas se prendem com a criação de emprego e serviços e a consequente fixação de pessoas; dinheiro gasto em bens e serviços; divulgação da cultura e tradições e potencialização de investimentos por parte de compradores. Para estes Produtores os motivos que levam na maioria Espanhóis, Franceses e Ingleses a visitar Portugal têm a ver com motivações como sol e calor, as pessoas e povo residentes, praias, visita a família e amigos, a História e as tradições, descartando a hipótese de ser um destino caro (gráfico 8). Apresentando uma opção onde poderiam escolher outra motivação que não estivesse na lista apenas uma pessoa respondeu Enoturismo, dando a noção de que este tipo de oferta ainda não se encontra estruturada e organizada na sub-região de Monção e Melgaço. O PENT é um instrumento que pode servir as várias áreas do Turismo, como objecto de Marketing e de Material de Apoio a Empresários envolvidos no ramo, mas face ao desconhecimento de tal instrumento por parte da maioria dos produtores (90%) poderá ser factor para uma deficiente divulgação da região e do produto em questão, havendo a necessidade destes empresários se manterem a par das exigências de mercado quanto ao produto como produto turístico e sabendo-lhe associar as actividades mais convenientes e inovadoras, segundo as motivações dos turistas, especialmente os 21
  • 22. de Enoturismo. Sendo um dos dez produtos estratégicos a ter em consideração na aposta do turismo em Portugal, é necessário entender se esta harmonização do vinho com a gastronomia faz sentido. Esta associação é defendida veemente pelos produtores, sendo que consideram ser produtos indissocíaveis devido a serem um complemento de sabores e uma conjugação única, pois a associação um vinho com uma determinada gastronomia irá potencializar determinadas características organolépticas desses mesmos produtos. A recente harmonização do vinho Alvarinho com o queijo da Serra da Estrela era algo que não se estava à espera pois, para além de serem de territórios distintos, têm características muito específicas, não se pensando que seria de esperar a harmonização de um vinho verde com um queijo forte em sabor, mas a verdade é que defendem os produtores serem complementares devido ao ambiente agradável que criam de boca, juntando o facto de alguns Alvarinhos face à sua acidez e aos taninos que contém combinar com alimentos gordos e de aroma forte. Quanto aos produtos que mais são associados ao vinho Alvarinho é indiscutível a referenciação ao Fumeiro, Marisco e Peixes, havendo produtores que defendem o aproveitamento dos recursos naturais e culturais da região abordando a associação com desportos radicais, artesanato, saúde, passeios de barco e Turismo Rural, sendo esta aposta ainda se encontra num estado embrionário. Apesar da evolução do vinho Alvarinho no mercado ainda muito trabalho tem que ser feito. A nível de acção do sector público e privado muitos esforços têm sido feitos, havendo de facto melhorias na colaboração entre estes. A junção dos Municípios de Monção e Melgaço como sub-região, a criação de associações e confrarias e a divulgação de feiras e mostras do produto na região têm feito com que este tipo de vinho tenha crescido enquanto marca de uma região e produto de qualidade, forte o suficiente para ser competitivo em relação a outros vinhos. Mas esse esforço também depende dos produtores, tendo estes que apostar na modernização, especialmente a nível das comunicações e das novas tecnologias, na formação dos seus activos, na animação das instalações e na cooperação entre outros sectores, como Restauração e Hotelaria8. O facto da maioria das empresas ser de cariz familiar e fazendo parte de uma actividade paralela à sua actividade profissional paralela, pode prejudicar em parte a imagem do Alvarinho como produto de competitividade, tendo que haver um esforço para integrar estas empresas nas associações e especialmente rotas e actividades a desenvolver 9. Mas esta adesão tem que ser também facilitada por parte das organizações competentes, visto que alguns produtores já tentaram entrar para estas, mas devido à burocracia, morosidade e custo dos processos acabaram por não se candidatar ou desistir (gráficos 11 e 12). Durante o inquérito foi possível perceber que há algum tempo que estas inscrições estão encerradas e vedadas para produtores que queiram aderir. Sendo a maioria destas empresas/organizações pequenas, recentes e familiares, o seu nível de exportações (gráfico 13), encontram-se muito aquém das vendas de vinhos reconhecidos interncionalmente como o Vinho do Porto ou o Vinho Madeira, mas também seria inglório e egoísta pedir-se tal coisa, sendo que é um território não muito vasto e em que a própria casta não é muito produtiva, sendo que os seus bagos são muito pequenos em relação a outras castas. A maioria destas empresas necessitou de ajuda para se instalarem, rcebendo em grande parte subsídios europeus através do FEOGA e necessitando ainda de ajudas, sendo que fizerem investimentos recentemente, face ao aumento da procura, havendo perspectivas de, no futuro serem ainda precisos investimentos, face a esta mesma procura, proporcionando assim a criação de postos de 8 Ver-se Gráfico 9 e 10 9 É de referir que apenas um dos inquiridos têm protocolo/acordo com outros membros de rotas, sendo que a colaboração entre empresários e membros de rotas é essencial para o desenvolvimento local. 22
  • 23. trabalho, o desenvolvimento da economia, o desenvolvimento do produto como oferta especializada e de qualidade e aumentando o nível de exportações, que ainda é muito diminuto (gráfico 4). É ainda importante referir a questão da participação em enventos, sejam eles criando por agentes públicos ou privados, para a divulgação do produto, mostrando a proximidade entre o produtor (não só de vinho mas dos produtos feitos na região) e o consumidor, angariando assim adeptos e aficcionados, dando mostras do potencial da região como sendo parte de uma oferta estruturada e organizada. Nesse campo acho que as Feiras do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço e a Feira de Alvarinho de Monção têm sido uma grande aposta por parte dos Municípios, dando a conhecer os produtos, tradições e cultura no próprio território, deixando uma marca e valor acrescentado na visita dos turistas. É de referenciar que os produtores aderem com bastante frequência a estas iniciativas e esta acaba por ser a maneira mais utilizada pelos produtores na venda e divulgação do produto, em paralelo com o contacto directo com os consumidores, na visita às caves, sendo que apenas três dos inquiridos responderam que, à parte destas iniciativas, vendem para hipermercados e Restaurantes. Do total da amostra consegui perceber que os produtores dão mais importância aos produtos vínicos do que aos produtos associados, sendo que apenas um dispõe de oferta de Enoturismo (gráfico 14). 23
  • 24. 4 Conclusão Resumindo, turismo é um fenómeno de mobilidade, em constante desenvolvimento, efeito das mudanças sócio-económicas, políticas e culturais das sociedades contemporâneas e que se tem revelado um sector e actividade dinimizadores de espaços, especialmente os mais “distantes”, remotos e com menos atractividade para as populações. Estes territórios são a imagem do mundo rural actual, que sofre perturbações a nível demográfico, geográfico e económico, tendo uma imagem característica de abandono. Sendo o Turismo um fenómeno com excelentes oportunidades de oferta e com um constante remodelar de mercados, devido a toda a complexidade que é o ser humano, assistimos a um fenómeno que comporta todo um envolvente de práticas, que influencia directa e indirectamente a sociedade. O Turismo vê-se neste instante como destino consolidado de “sol e praia”, podendo utilizar os seus recursos endógenos, como o vasto património natural, cultural e imaterial para atrair turistas que pretendem experiências novas e diferenciadas. As apostas de Portugal têm vindo de encontro ao desenvolvimento de regiões mais remotas e que podem ser referência numa oferta especializada e de qualidade. Regiões como o Norte de Portugal, a região Centro e o Alentejo têm tido enfoque neste planeamento, sendo que o aproveitamento dos recursos, o melhoramento das acessibilidades e a criação de infra-estruturas e equipamentos têm sido as principais preocupações. Agentes e intervenientes (directos ou indirectos) são essenciais no cumprimento destes objectivos. Estes são actores indispensáveis, que com a relações que estabelecem entre si podem fortalecer a imagem da oferta que se pretende, anunciando assim um desenvolvimento e uma evolução no destino em questão. A Sub-região de Monção e Melgaço tem mostrado grandes potencialidades quanto à sua oferta tendo produtos de grande qualidade, com elevada categoria e especialização. Esta região é ainda dotada de excelentes recursos naturais, podendo complementar o Turismo de Gastronomia e Vinhos com a oferta de actividades de Turismo de Natureza, Turismo Rural ou Turismo de Saúde e Bem-Estar. Apesar das acessibilidades a nível nacional não serem as melhores, a representatividade que esta tem para os consumidores deste tipo de turismo é diminuta não alterando a sua imagem de forma significativa. Os equipamentos desportivos, de saúde e bem-estar, de restauração e de informação que oferece são de grande qualidade, ajudando a que as viagens tenham valor para o consumidor/mercado. Mas, como crítica a elementos que podem ser facilmente reparados temos as infra-estruturas hoteleiras que se mostram desapropriadas e pouco desenvolvidas, sem que haja um esforço para uma oferta dentro dos parâmetros da procura; existe ainda a falta de formação de alguns activos perante as exigências de mercado e a dificiência na comunicação entre produtor/consumidor na perspectiva das novas tecnologias, onde poucos produtores têm página na internet e email. Este último ponto é crucial, sendo que na sociedade actual e perante o perfil do Enoturista, é essencial o seu desenvolvimento e utilização. O perfil do turista de turismo em espaço rural e de enoturismo, prefere partir à procura de aventura, utilizando estes meios para se informar e planear a sua viagem, não recorrendo a operadores turísticos para o efeito. Este estudo revelou-se bastante benéfico e esclarecedor quanto a esta nova 24
  • 25. concepção de turismo, da qual não tinha conhecimento aprofundado, apercebendo-me da evolução do turismo ao longo dos tempos, da oferta deste, em especial do Enoturismo, das suas formas e processos, dos seus intervenientes e actores, tendo sido muito agradável a leitura teoríca e prática sobre o assunto. Acho ainda importante referenciar a disponibilidade por parte da Associação de Produtores de Alvarinho, do Solar de Alvarinho e em especial do “Foral de Monção”, mostrando grande interesse neste estudo e agradecendo a amabilidade demonstrada, apesar de todas as dificuldades técnicas, temporais e presenciais que se impuseram no decorrer desta ivestigação. 25
  • 26. 5 Referências Bibliográficas Associação de Produtores de Alvarinho (?) Monção e Melgaço- O Terroir. Alvarinho, aroma de uma Região. Cadima Ribeiro, José e outros (2001) O Turismo no Espaço Rural: uma digressão pelo tema a pretexto da situação e evolução do fenómeno em Portugal, Núcleo de Investigação em Políticas Económicas, Universidade do Minho, Braga Cadima Ribeiro, José e Cruz Vareiro, Laurentina (Novembro de 2006) A imagem de destino e o potencial turístico do Vale do Minho (Portugal), XXXII Reúnion de Estudios Regionales, Ourense Cadima Ribeiro, José e Cruz Vareiro, Laurentina (2009) Gestão e Promoção do Minho- Lima enquanto destino turístico: a visão dos operadores turísticos, 15º Congresso da APDR e 2º Congresso Lusófono de Ciência Regional, Cabo Verde Cardoso, António Maria Ferreira (2002) Turismo, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável em áreas rurais, Observatório Medioambiental, Vol. 5, Instituto Politécnico de Viana do Castelo Carvalho, Paulo de (Outubro de 2006) O Turismo nas estratégias de desenvolvimento do mundo rural português: complemento ou alternativa?, IV Congresso Internacional de Investigação e Desenvolvimento Sócio-Cultural, Guadalajara (México) Costa, Adriano e Kastenholz, Elisabeth (2009)m O Enoturismo como factor de desenvolvimento das regiões mais desfavorecidas, 15º Congresso da APDR e 2º Congresso Lusófono de Ciência Regional, Cabo Verde Daveau, Suzzane (1995) Portugal Geográfico, 5ª Edição, Edições João Sá da Costa, Lisboa Inácio, Ana Isabel (2006) O Enoturismo: da tradição à inovação, uma forma de desenvolvimento rural, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Lisboa Mayson, Richard (2003) Os Vinhos e Vinhas de Portugal, tradução portuguesa de Outubro de 2005, Publicações Europa América, Mem Martins Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas Portugal Rural: Territórios e Dinâmicas Novais, Cristina Barroco e Antunes, Joaquim (2009) O contributo do Enoturismo para o desenvolvimento regional: o caso das Rotas dos Vinhos, 15º Congresso da APDR e 2º Congresso Lusófono de Ciência Regional, Cabo Verde Pina, António José da Silva (2009) Contributo do Enoturismo para o desenvolvimento de regiões do interior: o caso da Rota dos Vinhos do Alentejo Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Lisboa 26
  • 27. Santos, Norberto e Gama, António, coord. (2008) Lazer, Da libertação do tempo à conquista das práticas, Imprensa da Universidade de Coimbra, pp. 15-16, pp. 209-245 Simões, Orlando (2006) A Vinha e o Vinho no Século XX, Celta Editora, Oeiras Simões, Orlando (2008) Enoturismo em Portugal: as Rotas de Vinho, Pasos- Revista de Turismo Y Patrimonio Cultural, Vol. 6, nº2, pp. 269-279 Turismo de Portugal, i.p. (2006) Plano Estratégico Nacional para o Turismo - 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal: Gastronomia e Vinhos, Lisboa 27
  • 28. 6 Índice 1 Introdução.........................................................pp. 2-3 2 Contextualização das Práticas.................................pp. 4-6 2.1 Turismo em Espaço Rural.................................pp. 7 2.2 Enoturismo e as Rotas de Vinho.........................pp. 8-13 3 Caso de Estudo: Melgaço e Vinho Alvarinho 3.1 O Espaço......................................................pp.14-16 3.2 O Produto.....................................................pp. 17-19 3.3 A Rota do Alvarinho.........................................pp. 20 3.4 Resultado dos Inquéritos..................................pp. 21-23 4 Conclusão..........................................................pp. 24-25 5 Referências Bibliográficas......................................pp.26-27 6 Índice Geral........................................................pp. 28 7 Lista de Figuras...................................................pp.29 8 Lista de Quadros..................................................pp.29 9 Lista de Gráficos..................................................pp.29 10 Anexos.............................................................pp.30-38 28
  • 29. 7 Lista de Figuras 1. Figura 1. - Os Pilares do Enoturismo.............................pp. 9 2. Figura 2. - Visão Integrada do Enoturismo......................pp. 30 3. Figura 3. - Rotas dos Vinhos.......................................pp. 30 8 Lista de Quadros 1. Quadro 1. - Vantagens e Desvantagens do Enoturismo........pp. 11 2. Quadro 2. - Serviços necessários para o Turismo e Desenvolvimento Endógeno...............................................................pp. 31 3. Quadro 3. - Evolução Demográfica de Melgaço.................pp.31 4. Quadro 4. - Perfil do Enoturista...................................pp.32 9 Lista de Gráficos 1 Gráfico 1. - Nível de habilitações e População Residente, activa, por sector.....................................................................pp. 33 2 Gráfico 2. - População Residente empregada por sectores de actividade...............................................................pp. 33 3 Gráfico 3. - Temperatura e Precipitação 3.1 - Temperatura.....................................................pp. 34 3.2 - Precipitação.....................................................pp. 34 4 Gráfico 4. - Volume de vendas de garrafas de Alvarinho, por ano...................................................................pp.34 5 Gráfico 5. - Harmonização de Vinho com Gastronomia.........pp. 35 6 Gráfico 6. - Idade dos inquiridos.....................................pp.35 7 Gráfico 7. - Naturalidade dos Inquiridos............................pp.35 8 Gráfico 8. - Motivações das Visitas a Portugal.....................pp.36 9 Gráfico 9. - Produtos Disponíveis....................................pp.36 10 Gráfico 10. - Meios de Promoção/Informação para turistas...pp.37 11 Gráfico 11. - Inserção dos Produtores em Associações.........pp.37 12 Gráfico 12. - Inserção dos Produtores em Rotas.................pp.37 13 Gráfico 13. - Nível das Exportações de Vinho Alvarinho, por produtor - ...........................................................pp.38 14 Gráfico 14. - Produtos Comercializados pelos Produtores.....pp.38 29
  • 30. 10 Anexos 10.1 Figuras Figura 2. Visão integrada do Enoturismo Fonte: Novais e Antunes (2009), adapatado de Dias Figura 3. Rotas dos Vinhos Fonte: http://www.infovini.com/pagina.php?codNode=18013 30
  • 31. 10.2 Quadros Quadro 2. Serviços necessários para o Turismo e Desenvolvimento Endógeno Quadro 3. Evolução Demográfica População do concelho de Melgaço (1801 – 2004) 1801 1849 1900 1930 1960 1981 1991 2001 2004 5.141 7.960 15.558 15.759 18.211 13.246 11.018 9.996 9.739 Fonte: Wikipédia 31
  • 32. Quadro 4. Perfil Enoturista Fonte: PENT: Gastronomia e Vinhos, 2006 32
  • 33. 10.3 Gráficos Gráfico 1. Nível de habilitações e População Residente, activa, por sector Fonte: www.cm-melgaco.pt Gráfico 2. População Residente empregada por sectores de actividade fonte: http://www.cm- melgaco.pt/portal/page/melgaco/portal_municipal/municipio/municipio_dadosestatisticos/municipio_ dadosestatisticos_economia 33
  • 34. Gráfico 3. Temperatura e Precipitação Gráfico 3.1 Gráfico 3.2 3.1 Fonte: http://www.cm- melgaco.pt/portal/page/melgaco/portal_municipal/municipio/municipio_geografia/municipio_geografi a_clima 3.2 Fonte: http://www.cm- melgaco.pt/portal/page/melgaco/portal_municipal/municipio/municipio_geografia/municipio_geografi a_precipitacao Gráfico 4. Volume de vendas de garrafas de Alvarinho, por ano 34
  • 35. Gráfico 5. Harmonização de Vinho com Gastronomia Gráfico 6. Idade dos inquiridos 7 60% 6 5 <25 anos 4 26-45 anos 30% 46-65 anos 3 66-75 anos 2 >75 anos 10% 1 0 nº inquiridos Gráfico 7. Naturalidade dos Inquiridos 8 70% 7 6 5 Melgaço 4 Monção Vila do 3 Conde 20% 2 10% 1 0 nº 35
  • 36. Gráfico 8. Motivações das Visitas a Portugal Praias Aventura Saúde Lazer Oferta Especializada Sol/Calor Gastronomia/Hospitalidade Visita Família/ Amigos Negócios Desconhecido Aprendizagem Destino Barato Destino Caro Povo/Pessoas tranquilidade Tradições História Cultura Paisagem 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Concordo totalmente Concordo em Parte Não concordo nem discordo Discordo em parte Discordo Plenamente Gráfico 9. Produtos Disponíveis Tours de Aprendizagem Visita a Atracções Turísticas Conferências/ Seminários Exposições Degustações (artesanato, enchidos,...) Loja de Produtos Associados Loja de Vinhos Sim Aulas de Gastronomia Não Cursos Enologia Espectáculos Passeios Turísticos Actividades Lazer/Recreativas Restauração Alojamento 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 36
  • 37. Gráfico 10. Meios de Promoção/Informação para turistas Panfletos informativos Roteiros Material Audiovisual Visitas guiadas Acompanhamento Especializado Sim Provas/Degustações Não Página Internet Revista/ Jornal da Empresa Serviço de Reservas 0 2 4 6 8 10 12 Gráfico 11. Inserção dos Produtores Gráfico 12. Inserção dos em associações produtores em Rotas 37
  • 38. Gráfico 13. Nível das Exportações de Vinho Alvarinho, por produtor Oceania 100% 20% 10% 60% Europa 10% Ásia 100% 10% América Sul 90% América Norte 100% África 100% 10% 20% 10% 60% Nacional 20% 30% 40% 0,00% Regional 10% 20% 20% <25% 10% Local 10% 40% 25%-50% 51%-75% >75% 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Gráfico 14. Produtos Comercializados pelos Produtores Enoturismo 10% 90% Artesanato 20% 80% Pão/ Broa 10% 90% Enchidos 30% 70% Mel/Hidromel 10% 90% Alvarinho Biológico 20% 80% Alvarinho em Carvalho 20% 80% Não Alvarinho Reserva 20% 80% Sim Aguardente 20% 80% Espumante 10% 90% Alvarinho/Loureiro 20% 80% Alvarinho/ Trajadura 50% 50% Alvarinho 100% 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 38