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ORIENTAÇÃO E TÉCNICA PARA O USO DA
 FOTOGRAFIA COMO INSTRUMENTO DE
   PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS




 CARLOS LEONARDO COELHO RECUERO
Carlos Leonardo Recuero

                Professor da Universidade Católica de Pelotas
                    Pesquisador de Comunicação e Fotografia
                       Doutorando em Lingüística Aplicada
                          Mestre em Desenvolvimento Social
                             Mestre em Ciências Sociais com
                                      ênfase em antropologia
                                                   Fotografo



          Site do projeto: projetoilhadosmarinheiros.wordpress.com
                         Site pessoal: carlosrecuero.wordpress.com
                                              crecuerok@gmail.com
                                                 @crecuero
“SE PUDESSE NARRAR COM
 PALAVRAS, NÃO NECESSITARIA
ARRASTAR UMA CÂMARA ATRÁS
      DE MIM” (Lewis Hine).
Bronislaw Malinowski afirma que:

          “Conhecer bem a teoria cientifica e estar a par de suas últimas
      descobertas não significa estar sobrecarregado de idéias preconcebidas.
      Se um homem parte numa expedição decidido a provar certas hipóteses
      e é incapaz de mudar seus pontos de vista constantemente,
      abandonando-os sem hesitar ante a pressão da evidência, sem dúvida seu
      trabalho será inútil. Mas quanto maior for o número de problemas que
      leve consigo para o trabalho de campo, quanto mais esteja habituado a
      moldar suas teorias aos fatos e a decidir quão relevantes eles são às suas
      teorias, tanto mais estará bem equipado para o seu trabalho de pesquisa.
      As idéias pré-concebidas são perniciosas a qualquer estudo científico; a
      capacidade de levantar problemas, no entanto, constitui uma das
      maiores virtudes do cientista.” ( Malinowski.1978. p.22)
O QUE VEREMOS NESTA OFICINA?
1. Alguns conceitos importantes.
O QUE VEREMOS NESTA OFICINA?
2. A fotografia como instrumento de pesquisa
O QUE VEREMOS NESTA OFICINA?
3. A importância de uma equipe na pesquisa fotoetnográfica
O QUE VEREMOS NESTA OFICINA?
4. Orientações e técnicas para o uso da fotografia na pesquisa
O QUE VEREMOS NESTA OFICINA?
4. O Caso do Projeto Fotográfico Ilha dos Marinheiros
1. Alguns conceitos importantes.
ETNOLOGIA
Etnologia é um termo originário do século
XIX para designar estudos comparativos
dos modos de vida dos seres humanos.
CIÊNCIAS SOCIAIS
É um ramo da Ciência que estuda os aspectos sociais
do mundo humano, ou seja, a vida social de
indivíduos e grupos humanos.

Antropologia
Estudos da Comunicação
Economia
Administração
Arqueologia
Contabilidade
Geografia Humana
História
Linguística
Ciência Política
Estátistica
Psicologia Social
Direito
Sociologia.
A PESQUISA
             Pesquisa     é    um     processo
             sistemático de construção do
             conhecimento que tem como metas
             principais      gerar      novos
             conhecimentos e/ou corroborar ou
             refutar algum conhecimento pré-
             existente. É basicamente um
             processo de aprendizagem tanto do
             indivíduo que a realiza quanto da
             sociedade na qual esta se
             desenvolve.
ETNOGRAFIA
Etnografia - Grafia vem do grego graf(o) significa
escrever sobre, escrever sobre um tipo particular -
um etn(o) ou uma sociedade em particular.  .




Para Geertz, praticar etnografia não é
somente estabelecer relações, selecionar
informantes transcrever textos, levantar
genealogias, mapear campos, manter um
diário "o que define é o tipo de esforço
intelectual que ele representa: um risco
elaborado para uma "descrição
densa" (Geertz, 1989, p. 15)
                          .
ETNOGRAFIA
Etnografia é escrita do visível. A descrição etnográfica
depende das qualidades de observação, de sensibilidade
ao outro, do conhecimento sobre o contexto estudado, da
inteligência e da imaginação científica do etnógrafo.
ETNOGRAFIA
O trabalho cientifico etnográfico no dizer,
de Marcel Mauss(2006), adverte que
“(...)tiene como fin la observación de las
sociedades; como objetivo, el conocimiento
de los hechos sociales. Registra esos
hechos, por necesidad establece sus
estadísticas y publica documentos que
brindan el máximo de certeza” (MAUSS,
2006:21).
SOBRE A IMAGEM
  “O primeiro homem
que ‘imaginou’
escrever começou por
desenhar ou pintar
casas, árvores,
pássaros. Escrevia
como pensava, por
Imagens” (CERFAUX,
1974:5).
SOBRE A IMAGEM
“Conhecer é ver”, diziam
os gregos. O que se vê? A
imagem de uma realidade.

Ressalta Teilhard de Chardim “(...) a história
do mundo vivo se resume na elaboração de
olhos cada vez mais perfeitos no seio de um
cosmos, onde é possível ver cada vez
mais” (CHARDIM, apud CERFAUX,
1974:3).
A compreensão da realidade age no domínio
da visibilidade e no domínio da recodificação
mental da natureza observada. Durkheim
entendia que:
            (...) Para toda forma de
            pensamento de atividade humana,
            não se pode questionar a natureza
            e a origem dos fenômenos sem
            antes tê-los identificado e
            analisado, e também descoberto
            em que medida as relações que os
            unem bastam para explicá-los
            (DURKHEIM apud LEVI-
            STRAUSS, 1993:14).
FOTOGRAFIA
FOTO = vem do grego φως [fós], LUZ
GRAFIA = γραφις, vem do grego e significa escrever, desenhar.



Fotografia seria
então: “Escrever com
a luz”; “Desenhar
com a luz”; “Narrar
com a luz” .
Atribui-se à Etienne-Renaud-Agustin Serres as
primeiras raízes e fundamentos no uso da
fotografia como forma investigativa na ciência. O
uso da fotografia em trabalhos antropológicos,
com o artigo percursor “Observations sur
lápplication de la phorographie à l’etude dês
races humaines” pelo “Comples rendus
hebdomadaires des séances de l’Académie dês
Sciences”, ( t. XXI, de 21 de julio de 1845, pp
242.246)
FOTOGRAFIA
Susan Sontag diz que
“A fotografia implica
inevitavelmente certo
patrocínio da
realidade. Por estar “la
fora”, o mundo passa a
estar “dentro” da
fotografia (SONTAG,
1981: 79)
A sugestão de
E.R.A.Serres, diz “(...)
   señalamos la gran
 utilidad que este arte
    prometia para el
  estúdio de las razas
       humanas, o
      antropologia
      comparada”.
      (SERRES, in
NARANJO, 2006: 26)
Arlindo Machado, em seu livro “A Ilusão
Especular” (1984), ao referir-se ao uso da
fotografia nas ciências sociais, dizia “(...)
para apurar o exame objetivo do “real”, a
sociologia e a antropologia poderiam obter
resultados mais produtivos se passassem a
examinar a maneira como cada comunidade
fotografa           e      se       deixa
fotografar” (MACHADO, 1984:55).
FOTOGRAFIA
   O pensamento de Pierre
Bourdieu que diz ”La
placa fotográfica no
interpreta nada, solamente
registra. Su exactitud, su
fidelidad no puedem ser
puestas em cuestión”
   (Bourdieu. 2003. P.135).
FOTOGRAFIA


Milton Guran diz: “(...) recorrer à fotografia permite,
ao contrário, ver e rever, portanto, olhar melhor (...)
(GURAN apud ACHUTTI, 1998:116), evidenciando
uma supremacia da imagem técnica, sobre a visão
normal e da possibilidade de se rever o fenômeno sem
ter que esperar que ele aconteça novamente.
FOTOGRAFIA




Marcel Mauss também sugere o uso do método fotográfico
em trabalhos de etnografia ao mencionar “métodos de
observação” em seu livro “Manual de Etnografia”, pois, ela (a
fotografia) fornece a possibilidade de interpretar a realidade
captada ao se tomá-la como objeto e se tentar compreender os
ícones que compõem os sistemas simbólicos registrados
sobre as representações sociais.
, John Collier Jr. afirma
que “(...) o valor da
fotografia, nesta
circunstância, é que ela
oferece         modos
singulares de observar e
descrever a cultura, o
que pode fornecer novas
indicações para a
significância das
variáveis” (COLLIER
JR., 1973:34).
ANTROPOLOGIA VISUAL
ANTROPOLOGIA VISUAL



            Um dos marcos iniciais
             com o livro Balinese
                 Character
Margaret Mead “pressentia e intuía na época ,
do trabalho “Balinese Character”, que chegava
o momento onde não bastaria “falar e
discursar” em torno do homem, apenas
“descrevendo-o”. Haver-se-ía de “mostrá-lo,
“expô-lo”, “torná-lo visível” para melhor
conhece-lo, sendo a objetividade de tal
empreendimento não mais ameaçada pelo
“visor” da câmara do que pelo “caderno de
campo” do antropólogo” (SAMAIN,
1995:24).
“La representación
fidedigna de los tipos
humanos es la base de la
antropologia y se obtiene
mediante              dos
procedimentos, ambos
efectivos: el daguerrotipo,
por um lado, y el vaciado
de bustos em escayola, por
outro” (SERRES, apud
NARANJO, 2006: 32).
BRONISLAW
               MALINOWSKI




OBSERVAÇÃO
PARTICIPANTE
PESQUISAS ETNOGRÁFICAS
    E A FOTOGRAFIA
Então...




            FOTOETNOGRAFIA
“(...) o resultado de um exercício utilizando-me da fotografia, no
sentido da constituição de uma narrativa etnográfica” (ACHUTTI,
1997: 15)
FOTOETNOGRAFIA

  O método Fotoetnográfico
   desenvolvido por Achutti
(1997) e que busca “(...) dar a
     mesma importância à
     linguagem escrita e à
linguagem visual, fotográfica,
    no caso” (ACHUTTI,
 2004:73). É o que sugerimos
para pesquisas etnográficas na
 área da comunicação social.
FOTOETNOGRAFIA

 Fotoetnografia é “(...) o
 resultado de um exercício
 utilizando-me da fotografia,
 no sentido da constituição de
 uma            narrativa
 etnográfica” (ACHUTTI,
 1997: 15)
FOTOETNOGRAFIA
Ao se falar de fotoetnografia, se fala de uma hiperescrita (textos
híbridos não lineares) entre diferentes meios e variados discursos
(STAM. 2001), que são utilizados para apresentar, documentar e
descrever um acontecimento observado. É onde através desta
técnica de ir mesclando imagens e textos escritos da forma
tradicional, tentam descrever um fenômeno social, de uma forma
mais clara e inteligível, além de proporcionar ao observador a
possibilidade de elaborar outras interpretações além da descrita
pela letras e palavras.
2. A fotografia como instrumento
de pesquisa
A VISÃO

Digo que, “(...) a formação do
conhecimento ocidental se faz pelos
sentidos, principalmente pela
visão” (RECUERO, 2006:200), e que a
máquina fotográfica não se apresenta
como um remédio para nossas
limitações visuais, mas como um
auxiliar        para        nossa
percepção”(COLLIER JR., 1973:01).
A Fotografia e o seu uso como
  instrumento de pesquisa.


                   A fotografia parece
                   atrelar à imagem sentidos
                   diretamente relacionados
                   com um discurso tanto
                   verbal, quanto não-verbal.
                   Não-verbal pela sua
                   propriedade imagética,
                   icônica e visual capaz de
                   p ro d u z i r s i g n i f i c a d o s
                   inteligíveis ao sujeito.
Quando se pensa que a interação
entre os registros verbais e os
registros visuais, como diz Samain,
ao falar sobre o livro de Bateson e
Mead, “Balinese Character”,
devem ser “(...) concebidos como
verdadeiras fontes de pesquisa e
não apenas como meras e possíveis
ilustrações” (SAMAIN. apud
ALVES, 2004: 53), define-se e
caracteriza-se a importância da
fotografia, no caso, para a
realização do trabalho de pesquisa.
A imagem não é um equivalente ao texto. Ela não
possui a capacidade enunciativa da linguagem escrita
tradicional, mas traz consigo algumas particularidades
que vão além do olhar e do ver, mas que fazem pensar,
por ser “(...) uma representação das
representações” (SAMAIN, apud ALVES, 2004: 71),
pois vão adquirindo então uma imperturbável imutação
desta realidade registrada, que ali aprisionada mostra o
que diz Sontag “(...) o qüão irreal e remota é a
realidade” (SONTAG, 1981: 157).
ESCREVER COM IMAGENS
Assim, como se ordenam as letras, as palavras e as
frases, para se enunciar uma informação, as fotografias
necessitam também desta organização, de forma a
fazerem o observador pensar, através da simbolização
da realidade que elas trazem consigo, como Aumont
descreve, “ (...) a imagem tem dessa maneira a
capacidade de transmitir e talvez, de fabricar reflexão
no que diz respeito ao mundo” (AUMONT apud
ALVES, 2004: 71).
3. A importância de uma equipe na
pesquisa fotoetnográfica
  Observação   participante.
A observação participante supõe uma
interação entre o pesquisador e o pesquisado
Seu Bolinha o informante.
A observação participante exige que se insira no
ambiente da pesquisa e assim se possa ir
construindo o própria objeto e se redefinindo os
objetivos de sua pesquisa.
Uma pesquisa com fotografias, exige o
desenvolvimento de uma observação
participante.
A observação participante implica saber ouvir,
escutar, ver, fazer uso de todos os sentidos.
É preciso aprender quando perguntar e quando
não perguntar, assim como que perguntas fazer
na hora certa
  É
     importante ter o registro de TUDO em
  imagens fotográficas e em um diário de campo.
Os tropeços no convívio com os moradores,
fazem aprender a pensar e a refletir sobre a
natureza de suas relações com os informantes
Para um etnólogo, um antropólogo ou mesmo um
fotógrafo, se faz necessário desempenhar, a função
do “flâneur” para poder se conhecer o objeto de
estudo.
Procure desenvolver um amplo conhecimento
sobre o seu objeto de pesquisa. Conheça bem o
seu campo de pesquisa.
É IMPORTANTE A EQUIPE SABER
COMPARTILHAR DESCOBERTAS
É importante um sentido de “TIME”, para a
realização de um bom trabalho.
A organização do material de pesquisa de
campo é fundamental.

                                                          Projeto Ilha dos Marinheiros
                                                   Formulário de mapeamento das casas da Ilha

                          Nome:____________________________Coordenador: ________________________
                          Local: ______________________________Data:____________________________
                          N* da Foto   N* da casa / cor         Nome da Família        N* de habitantes   Autoriza
                                                                                                           fotos?
Autorizações de uso de imagem são muito
importantes para a pesquisa.
                                         AUTORIZAÇÃO PARA USO DE IMAGEM

                                                                         Pelo presente instrumento particular,

                         Eu, ___________________________________________________________

                         residente à Ilha dos Marinheiros, município de Rio Grande (RS).

                         Data de nascimento: _____________________________________________

                         RG:_________________________                    CPF:_________________________
                         doravante denominado(a) LICENCIANTE e o Projeto Ilha dos Marinheiros, doravante denominado
                         LICENCIADO, têm entre si junto e acertado o que segue:

                         1. O LICENCIANTE autoriza o LICENCIADO a utilizar sua imagem fixada na obra adiante
                            especificada: mostras fotográficas, aulas expositivas, congressos, impressões em livros e jornais
                            e ou em matérias referentes ao Projeto Ilha dos Marinheiros.


                         2. O LICENCIADO é a Universidade Católica de Pelotas, aqui denominada de Projeto Ilha dos
                            Marinheiros.

                         3. A presente autorização confere ao LICENCIADO o direito de usar a imagem do LICENCIANTE
                            fixada na obra abaixo discriminada como ilustração de mostras fotográficas do Projeto Ilha dos
                            Marinheiros por prazo indeterminado.

                         4. O LICENCIADO não responderá pelos direitos autorais de quem captou sua imagem, sempre que
                            a fixação desta tenha sido especialmente feita para os fins desta autorização.

                         5. O LICENCIANTE recuperará todos os direitos aqui cedidos sobre sua imagem fixada em obra
                            que não tiver sido publicada após 1 (um) ano da data deste instrumento, mediante simples carta
                            do LICENCIANTE ao LICENCIADO solicitando a devolução do suporte físico correspondente.

                         6. O presente contrato confere exclusivamente ao LICENCIADO, obrigando-se o LICENCIANTE a
                            não autorizar para terceiros a utilização da imagem deste contrato, salvo a anuência escrita do
                            LICENCIADO.


                                                                 Rio Grande,                                     de 2004.



                                                                 LICENCIANTE _________________________________
                                                                                  Assinatura do fotografado




                                                                 LICENCIADO        _________________________________
                                                                                        Assinatura do fotógrafo
  A
     pesquisa tradicional com questionários e
  entrevistas são muito importantes.
                    PROJETO ILHA DOS MARINHEIROS
                   QUESTIONÁRIO MORADORES DA ILHA
     ALUNO:____________________________________
     GRUPO:__________________________________

     1. NOME:________________________________________________I
         DADE:______________________
     2. N*
         CASA/LOCAL:______________________________________ESC
         OLARIDADE:____________
     3. PROFISSÃO:____________________________________________
         ___________________________
     4. QUANTO TEMPO RESIDE NA
         ILHA?________________________________________________
     5. VOCÊ POSSUI MUITAS FOTOGRAFIAS SUAS(EM QUE VC
         APARECE)? ( ) SIM    ( ) NÃO
     6. VOCÊ JÁ SE VIU, EM FOTOGRAFIAS, TRABALHANDO?
         ( ) SIM    ( ) NÃO
     OBS.: ANOTAR O NOME E IDADE DE TODOS OS
     INTEGRANTES DA FAMÍLIA
     ___________________________________________________________
     ___________________________________________________________
     ___________________________________________________________
     ___________________________________________________________
     ___________________________________________________________
     ___________________________________________________________
     ___________________________________________________________
     ___________________________
É importante uma inserção na comunidade a ser investigada, e a
orientação é do pesquisador procurar uma a convivência diária com
o objeto de pesquisa é o sugere uma “(...) “aculturação” do
observador...” (MALINOWSKI, 1984:XII)
A equipe deve estar comprometida com o
trabalho e disposta a enfrentar todas as
adversidades para uma boa realização da
pesquisa.
A equipe disposta a enfrentar todas as
adversidades para uma boa realização da
pesquisa.
Ao retornar ao fotografado, leve sempre as
fotografias da visita anterior e lhe de as fotos
de presente.
A entrevista com as fotografias é muito
importante para o trabalho.
A pesquisa sobre a comunidade, sobre a sua
história e sua cultura é muito importante.
O feedback entre o grupo de pesquisa é muito
importante para verificar distorções no trabalho
e as corrigir. cultura é muito importante.
REFERENCIAL TEÓRICO




TRABALHO DE CAMPO        ANALISE DOS DADOS

  A REFLEXÃO SOBRE ESTES ELEMENTOS É QUE
      NOS DARÁ AS CONCLUSÕES, SOBRE O
        TRABALHO FOTOETNOGRÁFICO
4. Orientações e técnicas para o uso da
fotografia na pesquisa
Elaborar um trabalho de antropologia visual, na área de
ciências sociais, com a utilização de imagens fotográficas,
exige um minucioso planejamento e uma construção, que deve
ser muito bem elaborada.
.
Fotografar:
É registrar o que vemos.
É selecionar entre o que vemos e o que queremos
mostrar.
É Contar o que vemos, por imagens.
É Escrever com imagens,
PARA DEPOIS FAZER OS OUTROS VEREM!
Antes de fotografar identifique-se e
procure esclarecer sobre os motivos pelos
quais deseja fotografar.
A realização de fotografias
 só deverá ser feita após:




 VOCE OBTER UMA AUTORIZAÇÃO
• As fotografias só deverão serem realizadas
  se os moradores visitados permitirem.
• Devemos preservar a intimidade de cada
  grupo ou família fotografado
Fotografe o comum, não espere acontecimentos
                “especiais”.
A fotografia deverá ser encarada como
      uma outra forma de contar.
Suas atitudes podem comprometer o
trabalho de todos, fotografe com
responsabilidade.
• Fotógrafo é muito importante que: Você
  ganhe a confiança das pessoas as quais vai
  fotografar.
• As fotografias servem para descrever a
  situação de uma comunidade.
• Fotografe tudo.
Uma boa fotografia para a pesquisa será o resultado da
utilização das boas técnicas de fotografar, aliadas ao
resultado de BOAS RELAÇÕES HUMANAS
estabelecidas com os Ilhéus.
Estabeleça uma ordem em suas fotografias e as cumpra
                     sempre.
Uma solicitação de permissão para o assunto a
ser fotografado e o fornecimento de uma
autorização, ainda que tácita, são importantes.
Mostre a cena fotografada, de forma que relate
o que está vendo.
Bata sempre, NO MINÍMO, duas ou três
fotografias de cada assunto ou cena.
As fotografias nos permitirão inserirmo-nos no
seio da comunidade. Porém, do mesmo modo,
rápida e totalmente pode nos tornar rejeitados,
se nos fizermos CULPADOS de intrusão
indevida com a câmara. ( John Collier Jr.)
Toda história deve
ter principio, meio e
fim. Ao fotografar
conte sua história
com imagens e
dentro desta lógica.
Fotógrafo :



• NUNCA MOSTRE AS FOTOGRAFIAS
  D E U M A FA M Í L I A O U G R U P O
  SOCIAL, PARA OUTRO, MESMO QUE
  SEJAM PARENTES, AMIGOS OU
  VIZINHOS.
Portanto o uso da fotografia em pesquisa, onde “os aparelhos
são produtos da técnica que, por sua vez, é um texto
científico aplicado” (FLUSSER, 1998, p.33), busca uma
reflexão de como o sujeito compreende a sua sociabilidade e
a sua cultura a partir destas imagens que narram suas práticas
sociais.
Assim, utilizando a fotografia, o investigador poderá registrar e aproximar-se o
mais perto possível de uma realidade que se modifica rapidamente, e ir ao
encontro do que Levi-Strauss dizia sobre a pesquisa em etnografia: “(...)
consiste na observação e análise de grupos humanos considerados em sua
particularidade” (LEVI-STRAUSS, 1967:14). A fotografia, ao fragmentar a
realidade, a particulariza, pois ao congelar o movimento da própria vida, o
fragmenta e o descreve com eloquência.
As seqüências fotográficas deverão ser
compreensíveis para quem as ve.
Narrativa Sequêncial
Narrativa Estrutural
ESTABELEÇA NARRATIVAS
 FOTOGRÁFICAS DE FORMA A TENTAR
CONTAR A HISTÓRIA SOMENTE ATRAVÉS
            DE IMAGENS
A fotografia é um aprendizado de observação paciente,
de elaboração minuciosa de diferentes estratégias de
aproximação com o objeto, de desenvolvimento de
uma percepção seletiva, de uma vigilância constante e
de prontidão para captar o acontecimento no momento
do acontecimento. A dupla capacidade da câmara de
subjetivar e objetivar a realidade, a constante
consciência de que se é responsável por este processo,
por uma técnica de apreensão da realidade, de que se é
sujeito deste acontecimento, é um ensinamento
epistemológico. (LEAL apud ACHUTTI, 1997: XXIII)
Assim, utilizando a fotografia, o investigador poderá registrar e aproximar-se o
mais perto possível de uma realidade que se modifica rapidamente, e ir ao
encontro do que Levi-Strauss dizia sobre a pesquisa em etnografia: “(...)
consiste na observação e análise de grupos humanos considerados em sua
particularidade” (LEVI-STRAUSS, 1967:14). A fotografia, ao fragmentar a
realidade, a particulariza, pois ao congelar o movimento da própria vida, o
fragmenta e o descreve com eloquência.
ORIENTAÇÕES PARA O
   FOTOGRAFAR
OS EQUIPAMENTOS FOTOGRÁFICOS
Sugestão de suporte fotográfico e
   sensibilidade para o trabalho

• Trabalhar com ISO 400, preferencialmente.
• Sem o uso do flash, se reporta melhor ao
  clima e ao efeito da luz na cena a ser
  fotografada.
• Falta Luz! Use o tripé!
• Com filme tradicional use um ISO 400
• Fotometre, enquadre bem, percorra os quatro
  cantos do visor da câmara fotográfica antes do
  clic final.
A utilização de closes, serve para nos
“detalhar” temas e assuntos com maior
               precisão.
Fotógrafo :



• Não esqueça dos filmes, das baterias de
  reserva e de usar as técnicas fotográficas
  em TODAS as fotografias.
A máquina fotográfica.
NIKON D90
O filme fotográfico.
Objetivas sugeridas.
• Para as fotografias sugerimos uma
  objetiva normal 50 mm e luminosa.
• Para as fotografias sugerimos uma
  objetiva grande angular zoom 24x85 mm
  e luminosa.
• Para as fotografias sugerimos uma
  objetiva Zoom 70/200 mm e luminosa.
O TRABALHO DE CAMPO
Em primeiro lugar, estabeleça um
relacionamento com cada pesquisado que visitar,
e se insira na comunidade.
Existem barreiras culturais enormes entre você e
os outros. Mantenha uma atitude de respeito
sendo educado, cortês e interessado pelo outro.
Respeite os valores culturais e
religiosos dos outros.
O segredo está no RELACIONAMENTO
estabelecido com as pessoas.
Estabeleça relacionamentos, escute mais do
que fale. Perca “tempo” com o outro.
Assim o conquistará e saberá como o deve
retratar.
É embaraçoso e às vezes impossível guardar
distância, enquanto se fazem registros
humanos.
As vezes é mais produtivo “visitar”,
conversar, do que fazer o trabalho de
campo.
Mostre as situações sociais da comunidade
apresentando em imagens os dados
etnográficos dos Ilhéus e de como é a vida
naquele momento.
A empatia, a paciência, a educação e a sua
compreensão, servirão para que as
pessoas, acreditem no seu trabalho e se
tornem seus parceiros, como “assuntos”.
John Collier Jr. (1974), sugere uma práxis em
trabalhos desta natureza. Que as imagens colhidas
anteriormente (na visita anterior) sejam devolvidas
ampliadas a cada nova visita que se faz ao
fotografado.
É necessário que se interesse pelo outro,
por sua vida, seus afazeres, suas
necessidades e sentimentos.
•   A simpatia e a
    intimidade não podem
    ser impostas.
•   Elas tem que serem
    conquistadas.
Os dados etnográficos devem ser mostrados em
imagens, apresentando como é a vida naquele
momento do objeto de pesquisa.
• Apresente aspectos etnográficos
  particulares do vestir e do viver no dia a
  dia.
• Lembrem-se, estamos invadindo a
  privacidade das pessoas e lhes devemos
  respeito e consideração.
A presença constante contribui para gerar
confiança na população estudada.
Não há trabalho de campo que requeira
maior responsabilidade, relacionamento,
amizade do que um relato fotográfico
íntimo de uma cultura social e familiar.

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orientação e técnica para o uso da fotografia como instrumento de pesquisa em ciências sociais-parte 1

  • 1.
  • 2. ORIENTAÇÃO E TÉCNICA PARA O USO DA FOTOGRAFIA COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS CARLOS LEONARDO COELHO RECUERO
  • 3. Carlos Leonardo Recuero Professor da Universidade Católica de Pelotas Pesquisador de Comunicação e Fotografia Doutorando em Lingüística Aplicada Mestre em Desenvolvimento Social Mestre em Ciências Sociais com ênfase em antropologia Fotografo Site do projeto: projetoilhadosmarinheiros.wordpress.com Site pessoal: carlosrecuero.wordpress.com crecuerok@gmail.com @crecuero
  • 4. “SE PUDESSE NARRAR COM PALAVRAS, NÃO NECESSITARIA ARRASTAR UMA CÂMARA ATRÁS DE MIM” (Lewis Hine).
  • 5. Bronislaw Malinowski afirma que: “Conhecer bem a teoria cientifica e estar a par de suas últimas descobertas não significa estar sobrecarregado de idéias preconcebidas. Se um homem parte numa expedição decidido a provar certas hipóteses e é incapaz de mudar seus pontos de vista constantemente, abandonando-os sem hesitar ante a pressão da evidência, sem dúvida seu trabalho será inútil. Mas quanto maior for o número de problemas que leve consigo para o trabalho de campo, quanto mais esteja habituado a moldar suas teorias aos fatos e a decidir quão relevantes eles são às suas teorias, tanto mais estará bem equipado para o seu trabalho de pesquisa. As idéias pré-concebidas são perniciosas a qualquer estudo científico; a capacidade de levantar problemas, no entanto, constitui uma das maiores virtudes do cientista.” ( Malinowski.1978. p.22)
  • 6. O QUE VEREMOS NESTA OFICINA? 1. Alguns conceitos importantes.
  • 7. O QUE VEREMOS NESTA OFICINA? 2. A fotografia como instrumento de pesquisa
  • 8. O QUE VEREMOS NESTA OFICINA? 3. A importância de uma equipe na pesquisa fotoetnográfica
  • 9. O QUE VEREMOS NESTA OFICINA? 4. Orientações e técnicas para o uso da fotografia na pesquisa
  • 10. O QUE VEREMOS NESTA OFICINA? 4. O Caso do Projeto Fotográfico Ilha dos Marinheiros
  • 11. 1. Alguns conceitos importantes.
  • 12. ETNOLOGIA Etnologia é um termo originário do século XIX para designar estudos comparativos dos modos de vida dos seres humanos.
  • 13. CIÊNCIAS SOCIAIS É um ramo da Ciência que estuda os aspectos sociais do mundo humano, ou seja, a vida social de indivíduos e grupos humanos. Antropologia Estudos da Comunicação Economia Administração Arqueologia Contabilidade Geografia Humana História Linguística Ciência Política Estátistica Psicologia Social Direito Sociologia.
  • 14. A PESQUISA Pesquisa é um processo sistemático de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novos conhecimentos e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento pré- existente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve.
  • 15. ETNOGRAFIA Etnografia - Grafia vem do grego graf(o) significa escrever sobre, escrever sobre um tipo particular - um etn(o) ou uma sociedade em particular. . Para Geertz, praticar etnografia não é somente estabelecer relações, selecionar informantes transcrever textos, levantar genealogias, mapear campos, manter um diário "o que define é o tipo de esforço intelectual que ele representa: um risco elaborado para uma "descrição densa" (Geertz, 1989, p. 15) .
  • 16. ETNOGRAFIA Etnografia é escrita do visível. A descrição etnográfica depende das qualidades de observação, de sensibilidade ao outro, do conhecimento sobre o contexto estudado, da inteligência e da imaginação científica do etnógrafo.
  • 17. ETNOGRAFIA O trabalho cientifico etnográfico no dizer, de Marcel Mauss(2006), adverte que “(...)tiene como fin la observación de las sociedades; como objetivo, el conocimiento de los hechos sociales. Registra esos hechos, por necesidad establece sus estadísticas y publica documentos que brindan el máximo de certeza” (MAUSS, 2006:21).
  • 18. SOBRE A IMAGEM “O primeiro homem que ‘imaginou’ escrever começou por desenhar ou pintar casas, árvores, pássaros. Escrevia como pensava, por Imagens” (CERFAUX, 1974:5).
  • 19. SOBRE A IMAGEM “Conhecer é ver”, diziam os gregos. O que se vê? A imagem de uma realidade. Ressalta Teilhard de Chardim “(...) a história do mundo vivo se resume na elaboração de olhos cada vez mais perfeitos no seio de um cosmos, onde é possível ver cada vez mais” (CHARDIM, apud CERFAUX, 1974:3).
  • 20. A compreensão da realidade age no domínio da visibilidade e no domínio da recodificação mental da natureza observada. Durkheim entendia que: (...) Para toda forma de pensamento de atividade humana, não se pode questionar a natureza e a origem dos fenômenos sem antes tê-los identificado e analisado, e também descoberto em que medida as relações que os unem bastam para explicá-los (DURKHEIM apud LEVI- STRAUSS, 1993:14).
  • 21. FOTOGRAFIA FOTO = vem do grego φως [fós], LUZ GRAFIA = γραφις, vem do grego e significa escrever, desenhar. Fotografia seria então: “Escrever com a luz”; “Desenhar com a luz”; “Narrar com a luz” .
  • 22. Atribui-se à Etienne-Renaud-Agustin Serres as primeiras raízes e fundamentos no uso da fotografia como forma investigativa na ciência. O uso da fotografia em trabalhos antropológicos, com o artigo percursor “Observations sur lápplication de la phorographie à l’etude dês races humaines” pelo “Comples rendus hebdomadaires des séances de l’Académie dês Sciences”, ( t. XXI, de 21 de julio de 1845, pp 242.246)
  • 23. FOTOGRAFIA Susan Sontag diz que “A fotografia implica inevitavelmente certo patrocínio da realidade. Por estar “la fora”, o mundo passa a estar “dentro” da fotografia (SONTAG, 1981: 79)
  • 24. A sugestão de E.R.A.Serres, diz “(...) señalamos la gran utilidad que este arte prometia para el estúdio de las razas humanas, o antropologia comparada”. (SERRES, in NARANJO, 2006: 26)
  • 25. Arlindo Machado, em seu livro “A Ilusão Especular” (1984), ao referir-se ao uso da fotografia nas ciências sociais, dizia “(...) para apurar o exame objetivo do “real”, a sociologia e a antropologia poderiam obter resultados mais produtivos se passassem a examinar a maneira como cada comunidade fotografa e se deixa fotografar” (MACHADO, 1984:55).
  • 26. FOTOGRAFIA O pensamento de Pierre Bourdieu que diz ”La placa fotográfica no interpreta nada, solamente registra. Su exactitud, su fidelidad no puedem ser puestas em cuestión” (Bourdieu. 2003. P.135).
  • 27. FOTOGRAFIA Milton Guran diz: “(...) recorrer à fotografia permite, ao contrário, ver e rever, portanto, olhar melhor (...) (GURAN apud ACHUTTI, 1998:116), evidenciando uma supremacia da imagem técnica, sobre a visão normal e da possibilidade de se rever o fenômeno sem ter que esperar que ele aconteça novamente.
  • 28. FOTOGRAFIA Marcel Mauss também sugere o uso do método fotográfico em trabalhos de etnografia ao mencionar “métodos de observação” em seu livro “Manual de Etnografia”, pois, ela (a fotografia) fornece a possibilidade de interpretar a realidade captada ao se tomá-la como objeto e se tentar compreender os ícones que compõem os sistemas simbólicos registrados sobre as representações sociais.
  • 29. , John Collier Jr. afirma que “(...) o valor da fotografia, nesta circunstância, é que ela oferece modos singulares de observar e descrever a cultura, o que pode fornecer novas indicações para a significância das variáveis” (COLLIER JR., 1973:34).
  • 31. ANTROPOLOGIA VISUAL Um dos marcos iniciais com o livro Balinese Character
  • 32. Margaret Mead “pressentia e intuía na época , do trabalho “Balinese Character”, que chegava o momento onde não bastaria “falar e discursar” em torno do homem, apenas “descrevendo-o”. Haver-se-ía de “mostrá-lo, “expô-lo”, “torná-lo visível” para melhor conhece-lo, sendo a objetividade de tal empreendimento não mais ameaçada pelo “visor” da câmara do que pelo “caderno de campo” do antropólogo” (SAMAIN, 1995:24).
  • 33. “La representación fidedigna de los tipos humanos es la base de la antropologia y se obtiene mediante dos procedimentos, ambos efectivos: el daguerrotipo, por um lado, y el vaciado de bustos em escayola, por outro” (SERRES, apud NARANJO, 2006: 32).
  • 34. BRONISLAW MALINOWSKI OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
  • 35. PESQUISAS ETNOGRÁFICAS E A FOTOGRAFIA
  • 36. Então... FOTOETNOGRAFIA “(...) o resultado de um exercício utilizando-me da fotografia, no sentido da constituição de uma narrativa etnográfica” (ACHUTTI, 1997: 15)
  • 37. FOTOETNOGRAFIA O método Fotoetnográfico desenvolvido por Achutti (1997) e que busca “(...) dar a mesma importância à linguagem escrita e à linguagem visual, fotográfica, no caso” (ACHUTTI, 2004:73). É o que sugerimos para pesquisas etnográficas na área da comunicação social.
  • 38. FOTOETNOGRAFIA Fotoetnografia é “(...) o resultado de um exercício utilizando-me da fotografia, no sentido da constituição de uma narrativa etnográfica” (ACHUTTI, 1997: 15)
  • 39. FOTOETNOGRAFIA Ao se falar de fotoetnografia, se fala de uma hiperescrita (textos híbridos não lineares) entre diferentes meios e variados discursos (STAM. 2001), que são utilizados para apresentar, documentar e descrever um acontecimento observado. É onde através desta técnica de ir mesclando imagens e textos escritos da forma tradicional, tentam descrever um fenômeno social, de uma forma mais clara e inteligível, além de proporcionar ao observador a possibilidade de elaborar outras interpretações além da descrita pela letras e palavras.
  • 40. 2. A fotografia como instrumento de pesquisa
  • 41. A VISÃO Digo que, “(...) a formação do conhecimento ocidental se faz pelos sentidos, principalmente pela visão” (RECUERO, 2006:200), e que a máquina fotográfica não se apresenta como um remédio para nossas limitações visuais, mas como um auxiliar para nossa percepção”(COLLIER JR., 1973:01).
  • 42. A Fotografia e o seu uso como instrumento de pesquisa. A fotografia parece atrelar à imagem sentidos diretamente relacionados com um discurso tanto verbal, quanto não-verbal. Não-verbal pela sua propriedade imagética, icônica e visual capaz de p ro d u z i r s i g n i f i c a d o s inteligíveis ao sujeito.
  • 43. Quando se pensa que a interação entre os registros verbais e os registros visuais, como diz Samain, ao falar sobre o livro de Bateson e Mead, “Balinese Character”, devem ser “(...) concebidos como verdadeiras fontes de pesquisa e não apenas como meras e possíveis ilustrações” (SAMAIN. apud ALVES, 2004: 53), define-se e caracteriza-se a importância da fotografia, no caso, para a realização do trabalho de pesquisa.
  • 44. A imagem não é um equivalente ao texto. Ela não possui a capacidade enunciativa da linguagem escrita tradicional, mas traz consigo algumas particularidades que vão além do olhar e do ver, mas que fazem pensar, por ser “(...) uma representação das representações” (SAMAIN, apud ALVES, 2004: 71), pois vão adquirindo então uma imperturbável imutação desta realidade registrada, que ali aprisionada mostra o que diz Sontag “(...) o qüão irreal e remota é a realidade” (SONTAG, 1981: 157).
  • 45. ESCREVER COM IMAGENS Assim, como se ordenam as letras, as palavras e as frases, para se enunciar uma informação, as fotografias necessitam também desta organização, de forma a fazerem o observador pensar, através da simbolização da realidade que elas trazem consigo, como Aumont descreve, “ (...) a imagem tem dessa maneira a capacidade de transmitir e talvez, de fabricar reflexão no que diz respeito ao mundo” (AUMONT apud ALVES, 2004: 71).
  • 46. 3. A importância de uma equipe na pesquisa fotoetnográfica
  • 47.   Observação participante.
  • 48. A observação participante supõe uma interação entre o pesquisador e o pesquisado
  • 49. Seu Bolinha o informante.
  • 50. A observação participante exige que se insira no ambiente da pesquisa e assim se possa ir construindo o própria objeto e se redefinindo os objetivos de sua pesquisa.
  • 51. Uma pesquisa com fotografias, exige o desenvolvimento de uma observação participante.
  • 52. A observação participante implica saber ouvir, escutar, ver, fazer uso de todos os sentidos.
  • 53. É preciso aprender quando perguntar e quando não perguntar, assim como que perguntas fazer na hora certa
  • 54.   É importante ter o registro de TUDO em imagens fotográficas e em um diário de campo.
  • 55. Os tropeços no convívio com os moradores, fazem aprender a pensar e a refletir sobre a natureza de suas relações com os informantes
  • 56. Para um etnólogo, um antropólogo ou mesmo um fotógrafo, se faz necessário desempenhar, a função do “flâneur” para poder se conhecer o objeto de estudo.
  • 57. Procure desenvolver um amplo conhecimento sobre o seu objeto de pesquisa. Conheça bem o seu campo de pesquisa.
  • 58. É IMPORTANTE A EQUIPE SABER COMPARTILHAR DESCOBERTAS
  • 59. É importante um sentido de “TIME”, para a realização de um bom trabalho.
  • 60. A organização do material de pesquisa de campo é fundamental. Projeto Ilha dos Marinheiros Formulário de mapeamento das casas da Ilha Nome:____________________________Coordenador: ________________________ Local: ______________________________Data:____________________________ N* da Foto N* da casa / cor Nome da Família N* de habitantes Autoriza fotos?
  • 61. Autorizações de uso de imagem são muito importantes para a pesquisa. AUTORIZAÇÃO PARA USO DE IMAGEM Pelo presente instrumento particular, Eu, ___________________________________________________________ residente à Ilha dos Marinheiros, município de Rio Grande (RS). Data de nascimento: _____________________________________________ RG:_________________________ CPF:_________________________ doravante denominado(a) LICENCIANTE e o Projeto Ilha dos Marinheiros, doravante denominado LICENCIADO, têm entre si junto e acertado o que segue: 1. O LICENCIANTE autoriza o LICENCIADO a utilizar sua imagem fixada na obra adiante especificada: mostras fotográficas, aulas expositivas, congressos, impressões em livros e jornais e ou em matérias referentes ao Projeto Ilha dos Marinheiros. 2. O LICENCIADO é a Universidade Católica de Pelotas, aqui denominada de Projeto Ilha dos Marinheiros. 3. A presente autorização confere ao LICENCIADO o direito de usar a imagem do LICENCIANTE fixada na obra abaixo discriminada como ilustração de mostras fotográficas do Projeto Ilha dos Marinheiros por prazo indeterminado. 4. O LICENCIADO não responderá pelos direitos autorais de quem captou sua imagem, sempre que a fixação desta tenha sido especialmente feita para os fins desta autorização. 5. O LICENCIANTE recuperará todos os direitos aqui cedidos sobre sua imagem fixada em obra que não tiver sido publicada após 1 (um) ano da data deste instrumento, mediante simples carta do LICENCIANTE ao LICENCIADO solicitando a devolução do suporte físico correspondente. 6. O presente contrato confere exclusivamente ao LICENCIADO, obrigando-se o LICENCIANTE a não autorizar para terceiros a utilização da imagem deste contrato, salvo a anuência escrita do LICENCIADO. Rio Grande, de 2004. LICENCIANTE _________________________________ Assinatura do fotografado LICENCIADO _________________________________ Assinatura do fotógrafo
  • 62.   A pesquisa tradicional com questionários e entrevistas são muito importantes. PROJETO ILHA DOS MARINHEIROS QUESTIONÁRIO MORADORES DA ILHA ALUNO:____________________________________ GRUPO:__________________________________ 1. NOME:________________________________________________I DADE:______________________ 2. N* CASA/LOCAL:______________________________________ESC OLARIDADE:____________ 3. PROFISSÃO:____________________________________________ ___________________________ 4. QUANTO TEMPO RESIDE NA ILHA?________________________________________________ 5. VOCÊ POSSUI MUITAS FOTOGRAFIAS SUAS(EM QUE VC APARECE)? ( ) SIM ( ) NÃO 6. VOCÊ JÁ SE VIU, EM FOTOGRAFIAS, TRABALHANDO? ( ) SIM ( ) NÃO OBS.: ANOTAR O NOME E IDADE DE TODOS OS INTEGRANTES DA FAMÍLIA ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________
  • 63. É importante uma inserção na comunidade a ser investigada, e a orientação é do pesquisador procurar uma a convivência diária com o objeto de pesquisa é o sugere uma “(...) “aculturação” do observador...” (MALINOWSKI, 1984:XII)
  • 64. A equipe deve estar comprometida com o trabalho e disposta a enfrentar todas as adversidades para uma boa realização da pesquisa.
  • 65. A equipe disposta a enfrentar todas as adversidades para uma boa realização da pesquisa.
  • 66. Ao retornar ao fotografado, leve sempre as fotografias da visita anterior e lhe de as fotos de presente.
  • 67. A entrevista com as fotografias é muito importante para o trabalho.
  • 68. A pesquisa sobre a comunidade, sobre a sua história e sua cultura é muito importante.
  • 69.
  • 70. O feedback entre o grupo de pesquisa é muito importante para verificar distorções no trabalho e as corrigir. cultura é muito importante.
  • 71. REFERENCIAL TEÓRICO TRABALHO DE CAMPO ANALISE DOS DADOS A REFLEXÃO SOBRE ESTES ELEMENTOS É QUE NOS DARÁ AS CONCLUSÕES, SOBRE O TRABALHO FOTOETNOGRÁFICO
  • 72. 4. Orientações e técnicas para o uso da fotografia na pesquisa
  • 73. Elaborar um trabalho de antropologia visual, na área de ciências sociais, com a utilização de imagens fotográficas, exige um minucioso planejamento e uma construção, que deve ser muito bem elaborada. .
  • 74. Fotografar: É registrar o que vemos. É selecionar entre o que vemos e o que queremos mostrar. É Contar o que vemos, por imagens. É Escrever com imagens, PARA DEPOIS FAZER OS OUTROS VEREM!
  • 75. Antes de fotografar identifique-se e procure esclarecer sobre os motivos pelos quais deseja fotografar.
  • 76. A realização de fotografias só deverá ser feita após: VOCE OBTER UMA AUTORIZAÇÃO
  • 77. • As fotografias só deverão serem realizadas se os moradores visitados permitirem.
  • 78. • Devemos preservar a intimidade de cada grupo ou família fotografado
  • 79. Fotografe o comum, não espere acontecimentos “especiais”.
  • 80. A fotografia deverá ser encarada como uma outra forma de contar.
  • 81. Suas atitudes podem comprometer o trabalho de todos, fotografe com responsabilidade.
  • 82. • Fotógrafo é muito importante que: Você ganhe a confiança das pessoas as quais vai fotografar.
  • 83. • As fotografias servem para descrever a situação de uma comunidade. • Fotografe tudo.
  • 84. Uma boa fotografia para a pesquisa será o resultado da utilização das boas técnicas de fotografar, aliadas ao resultado de BOAS RELAÇÕES HUMANAS estabelecidas com os Ilhéus.
  • 85. Estabeleça uma ordem em suas fotografias e as cumpra sempre.
  • 86. Uma solicitação de permissão para o assunto a ser fotografado e o fornecimento de uma autorização, ainda que tácita, são importantes.
  • 87. Mostre a cena fotografada, de forma que relate o que está vendo.
  • 88. Bata sempre, NO MINÍMO, duas ou três fotografias de cada assunto ou cena.
  • 89. As fotografias nos permitirão inserirmo-nos no seio da comunidade. Porém, do mesmo modo, rápida e totalmente pode nos tornar rejeitados, se nos fizermos CULPADOS de intrusão indevida com a câmara. ( John Collier Jr.)
  • 90. Toda história deve ter principio, meio e fim. Ao fotografar conte sua história com imagens e dentro desta lógica.
  • 91. Fotógrafo : • NUNCA MOSTRE AS FOTOGRAFIAS D E U M A FA M Í L I A O U G R U P O SOCIAL, PARA OUTRO, MESMO QUE SEJAM PARENTES, AMIGOS OU VIZINHOS.
  • 92. Portanto o uso da fotografia em pesquisa, onde “os aparelhos são produtos da técnica que, por sua vez, é um texto científico aplicado” (FLUSSER, 1998, p.33), busca uma reflexão de como o sujeito compreende a sua sociabilidade e a sua cultura a partir destas imagens que narram suas práticas sociais.
  • 93. Assim, utilizando a fotografia, o investigador poderá registrar e aproximar-se o mais perto possível de uma realidade que se modifica rapidamente, e ir ao encontro do que Levi-Strauss dizia sobre a pesquisa em etnografia: “(...) consiste na observação e análise de grupos humanos considerados em sua particularidade” (LEVI-STRAUSS, 1967:14). A fotografia, ao fragmentar a realidade, a particulariza, pois ao congelar o movimento da própria vida, o fragmenta e o descreve com eloquência.
  • 94. As seqüências fotográficas deverão ser compreensíveis para quem as ve.
  • 97.
  • 98. ESTABELEÇA NARRATIVAS FOTOGRÁFICAS DE FORMA A TENTAR CONTAR A HISTÓRIA SOMENTE ATRAVÉS DE IMAGENS
  • 99.
  • 100. A fotografia é um aprendizado de observação paciente, de elaboração minuciosa de diferentes estratégias de aproximação com o objeto, de desenvolvimento de uma percepção seletiva, de uma vigilância constante e de prontidão para captar o acontecimento no momento do acontecimento. A dupla capacidade da câmara de subjetivar e objetivar a realidade, a constante consciência de que se é responsável por este processo, por uma técnica de apreensão da realidade, de que se é sujeito deste acontecimento, é um ensinamento epistemológico. (LEAL apud ACHUTTI, 1997: XXIII)
  • 101. Assim, utilizando a fotografia, o investigador poderá registrar e aproximar-se o mais perto possível de uma realidade que se modifica rapidamente, e ir ao encontro do que Levi-Strauss dizia sobre a pesquisa em etnografia: “(...) consiste na observação e análise de grupos humanos considerados em sua particularidade” (LEVI-STRAUSS, 1967:14). A fotografia, ao fragmentar a realidade, a particulariza, pois ao congelar o movimento da própria vida, o fragmenta e o descreve com eloquência.
  • 102. ORIENTAÇÕES PARA O FOTOGRAFAR
  • 104. Sugestão de suporte fotográfico e sensibilidade para o trabalho • Trabalhar com ISO 400, preferencialmente. • Sem o uso do flash, se reporta melhor ao clima e ao efeito da luz na cena a ser fotografada. • Falta Luz! Use o tripé! • Com filme tradicional use um ISO 400
  • 105. • Fotometre, enquadre bem, percorra os quatro cantos do visor da câmara fotográfica antes do clic final.
  • 106. A utilização de closes, serve para nos “detalhar” temas e assuntos com maior precisão.
  • 107. Fotógrafo : • Não esqueça dos filmes, das baterias de reserva e de usar as técnicas fotográficas em TODAS as fotografias.
  • 109.
  • 113. • Para as fotografias sugerimos uma objetiva normal 50 mm e luminosa.
  • 114. • Para as fotografias sugerimos uma objetiva grande angular zoom 24x85 mm e luminosa.
  • 115. • Para as fotografias sugerimos uma objetiva Zoom 70/200 mm e luminosa.
  • 116. O TRABALHO DE CAMPO
  • 117. Em primeiro lugar, estabeleça um relacionamento com cada pesquisado que visitar, e se insira na comunidade.
  • 118. Existem barreiras culturais enormes entre você e os outros. Mantenha uma atitude de respeito sendo educado, cortês e interessado pelo outro.
  • 119. Respeite os valores culturais e religiosos dos outros.
  • 120. O segredo está no RELACIONAMENTO estabelecido com as pessoas.
  • 121. Estabeleça relacionamentos, escute mais do que fale. Perca “tempo” com o outro. Assim o conquistará e saberá como o deve retratar.
  • 122. É embaraçoso e às vezes impossível guardar distância, enquanto se fazem registros humanos.
  • 123. As vezes é mais produtivo “visitar”, conversar, do que fazer o trabalho de campo.
  • 124. Mostre as situações sociais da comunidade apresentando em imagens os dados etnográficos dos Ilhéus e de como é a vida naquele momento.
  • 125. A empatia, a paciência, a educação e a sua compreensão, servirão para que as pessoas, acreditem no seu trabalho e se tornem seus parceiros, como “assuntos”.
  • 126. John Collier Jr. (1974), sugere uma práxis em trabalhos desta natureza. Que as imagens colhidas anteriormente (na visita anterior) sejam devolvidas ampliadas a cada nova visita que se faz ao fotografado.
  • 127. É necessário que se interesse pelo outro, por sua vida, seus afazeres, suas necessidades e sentimentos.
  • 128. A simpatia e a intimidade não podem ser impostas. • Elas tem que serem conquistadas.
  • 129. Os dados etnográficos devem ser mostrados em imagens, apresentando como é a vida naquele momento do objeto de pesquisa.
  • 130. • Apresente aspectos etnográficos particulares do vestir e do viver no dia a dia.
  • 131. • Lembrem-se, estamos invadindo a privacidade das pessoas e lhes devemos respeito e consideração.
  • 132. A presença constante contribui para gerar confiança na população estudada.
  • 133. Não há trabalho de campo que requeira maior responsabilidade, relacionamento, amizade do que um relato fotográfico íntimo de uma cultura social e familiar.