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Brugnera, Ana Carolina.
Meio ambiente cultural da Amazônia brasileira : dos modos
de vida a moradia do Caboclo Ribeirinho (Dissertação), Universidade
Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015.
Juscelino Barreto, Manaus/AM Ficha: 04
Endereço Porto do Bairro II de Maio, Lago Colônia
Antônio Aleixo, Manaus/SM
Patrimônio Imaterial
Coordenadas 3° 5'4.42"S / 59°52'53.64"O  Técnicas construtivas Artesanato
Contato (92) 99077680  Confecção de utensílios Brincadeiras infantis
Local de nascimento Pará Culinária tradicional Mitos e estórias
Atividade/Profissão Pescador e comerciante Medicina Manejos da natureza
Festas Outros
Síntese da entrevista:
Seu Juscelino, mais conhecido como JJ devido ao nome da firma que tinha de parceria com um amigo chamado José, Juscelino e José – JJ, nasceu no bairro do Puraquequara na área que
foi vendida para a construção do atual balneário “Remanso do Boto”. Morava com sua família em uma casa simples, uma maromba coberta e cercada de palha, com assoalho de joarizeiro
(uma espécie de palmeira cortada ao meio e aplainada).
Há 37 anos veio morar no lago do bairro da Colônia Antônio Aleixo. No início, ao sair do Puraquequara, seu Juscelino foi trabalhar em Manaus como engarrafador na Antártica, após uma
série de assaltos resolveu voltar para perto de onde tinha nascido e resolveu morar na Colônia, numa casa comprada dentro da comunidade. Depois resolveu construir mais um flutuante –
Seu JJ já construiu oito vendidos para outras comunidades – no lago da Colônia, para onde se mudou para alugar a casa. Seu flutuante é construído em cima das bóias de açacu, com vigas
e esteios de maçaranduba e paredes de escama de castanheira, o açacu é vendido no bairro do Lago do Catalão, em frente à Manaus vindo de Alto Rio Branco (3 meses de viagem rebocados
por barco). Seu JJ possui uma mercearia em outro flutuante ao lado de sua casa e também atua com passeios turísticos e como vigilante de embarcações. Contou que esta área era cercada
de mata e igapós (“araçazal”), um lago no qual haviam muitos peixes (“um boiador de peixe danado”) que atualmente são poucos devido à assoreação provocada pelas construções de
pousadas, estaleiros etc. na beira do lago. Segundo Juscelino, esta situação também tem feito com que o lago seque completamente no período de seca, o que anteriormente não ocorria.
Os barcos maiores chegam a ter prejuízo de dois mil reais pois necessitam ser calafetados novamente, são raros os pescadores que tem condições financeiras para pagar marinhas em áreas
que permanecem inundadas, chamadas de “alta vigia”, por exemplo, no lago do Puraquequara. Seu JJ nos contou que quando chegou no lago da Colônia haviam cerca de 4 a 5 flutuantes,
e hoje existem de 30 a 40. Seu irmão e seu filho trabalham como carpinteiros navais. Segundo Seu JJ, as grandes embarcações que circulam no Rio Amazonas na época da cheia do rio
provocam grandes oscilações na água chegando a derrubar alguns flutuantes. Ele também é pescador artesanal cadastrado na Colônia Z12 de Manaus (bairro da Colônia), e utiliza malhadeira
e tarrafo, em canoas de alumínio com motor de popa. Começou a trabalhar no ramo da pesca como dono do motor (do barco), alugando-o e sem pescar. O gelo para o peixe é comprado por
terceiros da fábrica de gelo do bairro Colônia Engenheiro Machado. Seu pai foi primeiro comandante de navio, vindo do Acre, e se tornou agricultor, plantando arroz, mandioca e milho.
Juscelino fabricando o canico. Juscelino fabricando o canico. Juscelino fabricando o canico. Sr. Juscelino Barreto
Brugnera, Ana Carolina.
Meio ambiente cultural da Amazônia brasileira : dos modos
de vida a moradia do Caboclo Ribeirinho (Dissertação), Universidade
Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015.
Bem móvel Bens ligados a pesca:
1- Canoa;
2- Barco;
3- Caniço
Descrição do Objeto:
3 - Feito a partir de um galho de arvore e um fio de nylon, o caniço é uma espécie de vara de pescar, utilizado para
uma pesca individual.
1 e 2 - O barco e as canoas são feitas de tabua. Juceçino é dono deste pequeno porto onde os pescadores deixam
suas embarcações.Uso e função Pesca
Autor, fabricante Juscelino Barreto
Material 1 - Madeira,
2 – madeira;
3 – madeira e nylon
Juscelino Caniços Canoas de pescadores. Juscelino trabalha
como especie de vigia.
Pier
Bem Imóvel Flutuante de seu Juscelino Barreto
Estilo Flutuante
Implantação Urbana
Uso Misto: Residencial e Comércio
Dimensões -
Entrada/Acessos Acesso principal frontal
Pavimentos 1 pavimento flutuante
Pé-direito -
Distância da superfície nenhuma
Topografias Plana, sobre a gua (hidrologia)
Estruturas anexas Mercearia flutuante
Brugnera, Ana Carolina.
Meio ambiente cultural da Amazônia brasileira : dos modos
de vida a moradia do Caboclo Ribeirinho (Dissertação), Universidade
Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015.
Descrição: Na região amazônica podemos observar diferentes tipos de construções de flutuantes, desde as casas tradicionais até estruturas sobre plataformas metálicas, como postos de
abastecimento de gasolina e balsas de garimpo. Mesmo existindo estas variedades, observamos que alguns fatores são comuns e característicos a todas as edificações flutuantes: a
possibilidade de oferecer mais flexibilidade. Os flutuantes adaptam-se às diferenças de nível do rio que acontecem anualmente, permitindo assim, que uma grande parcela da vida econômica
da cidade se desenvolva em suas águas.
As casas mais tradicionais, usam toras de madeira, comumente reutilizadas. As toras mais utilizadas, como já mencionado, são as do açacu, que pode atingir até 40m de altura e cuja madeira
tem baixa densidade e conserva-se durante décadas sob a água. O açacu não tem tendência a rachar nem a envergar e muito menos apodrecer . Dura “a eternidade”, décadas, como descrito
por Juscelino Barreto, cerca de trinta a quarenta anos.
Para confeccionar esta fundação flutuante, o ribeirinho cria um sistema de estruturação inteligente: sobre as toras flutuantes são colocados três sistemas de vigas de madeira, que devem ser
fixadas no amado do açacu para que a casa não bambeie futuramente. A casca e o “branco” acabam logo.
O primeiro sistema de vigas é colocado de modo a permitir a junção e fixação das toras, formando um bloco flutuante único. Sobre ele é instalado o segundo conjunto de vigas que, desta vez
transversal ao suporte principal, localiza-se longitudinalmente às toras, que funcionam como base para a montagem do acabamento lateral e permitem a colocação de caibros . O terceiro
sistema de vigas, que suporta o tablado construído em pranchas de madeira que compõem o piso, acaba por estruturar a flutuação.
O Flutuante de Juscelino é construído em cima das bóias de açacu, com vigas e esteios de maçaranduba e paredes de escama de castanheira, o açacu é vendido no bairro do Lago do
Catalão, em frente à Manaus vindo de Alto Rio Branco (3 meses de viagem rebocados por barco). Seu JJ possui uma mercearia em outro flutuante ao lado de sua casa e também atua com
passeios turísticos e como vigilante de embarcações. Juscelino ainda nos explica este sistema de construção: com lápis régua e pregos faz uma pequena maquete improvisada explicando
como se estrutura um flutuante. As boias de açacu, as vigas de Itauba ou maçaranduba, os pilaretes presos na base, a estrutura do telhado, vedações, piso e cobertura etc.
Fachada Frontal Fachada dos Lateral Esquadrias do telhado e parte lateral. Foto dos fundos para rua
Equipe:
Este trabalho e levantamento de campo foi Realizado pelo Programa de Gestão do Patrimônio Histórico e Cultural da Fábrica Intercement – Etapa Diagnóstico e Prospecção – Manaus/AM,
sendo coordenado pela L.D. Dra. Erika Robrahn Gonzalez. Teve como equipe de Patrimônio Histórico Cultural:
Ana Carolina Brugnera – Arquiteta e Urbanista – Gestão
Mariana Barcellini – Geografa
Paola Weitbrecht – Graduanda em Arquitetura
Korina Sophia Brugnera – Estagiária – Técnica em Patrimônio Cultural
O material colhido fora trabalhado para então adequação a esta ficha de cadastro que faz parte da pesquisa de mestrado em questão.
Data do Campo: Outubro/2012
Data da ficha: Junho/2014

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Juscelino Barreto

  • 1. Brugnera, Ana Carolina. Meio ambiente cultural da Amazônia brasileira : dos modos de vida a moradia do Caboclo Ribeirinho (Dissertação), Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015. Juscelino Barreto, Manaus/AM Ficha: 04 Endereço Porto do Bairro II de Maio, Lago Colônia Antônio Aleixo, Manaus/SM Patrimônio Imaterial Coordenadas 3° 5'4.42"S / 59°52'53.64"O  Técnicas construtivas Artesanato Contato (92) 99077680  Confecção de utensílios Brincadeiras infantis Local de nascimento Pará Culinária tradicional Mitos e estórias Atividade/Profissão Pescador e comerciante Medicina Manejos da natureza Festas Outros Síntese da entrevista: Seu Juscelino, mais conhecido como JJ devido ao nome da firma que tinha de parceria com um amigo chamado José, Juscelino e José – JJ, nasceu no bairro do Puraquequara na área que foi vendida para a construção do atual balneário “Remanso do Boto”. Morava com sua família em uma casa simples, uma maromba coberta e cercada de palha, com assoalho de joarizeiro (uma espécie de palmeira cortada ao meio e aplainada). Há 37 anos veio morar no lago do bairro da Colônia Antônio Aleixo. No início, ao sair do Puraquequara, seu Juscelino foi trabalhar em Manaus como engarrafador na Antártica, após uma série de assaltos resolveu voltar para perto de onde tinha nascido e resolveu morar na Colônia, numa casa comprada dentro da comunidade. Depois resolveu construir mais um flutuante – Seu JJ já construiu oito vendidos para outras comunidades – no lago da Colônia, para onde se mudou para alugar a casa. Seu flutuante é construído em cima das bóias de açacu, com vigas e esteios de maçaranduba e paredes de escama de castanheira, o açacu é vendido no bairro do Lago do Catalão, em frente à Manaus vindo de Alto Rio Branco (3 meses de viagem rebocados por barco). Seu JJ possui uma mercearia em outro flutuante ao lado de sua casa e também atua com passeios turísticos e como vigilante de embarcações. Contou que esta área era cercada de mata e igapós (“araçazal”), um lago no qual haviam muitos peixes (“um boiador de peixe danado”) que atualmente são poucos devido à assoreação provocada pelas construções de pousadas, estaleiros etc. na beira do lago. Segundo Juscelino, esta situação também tem feito com que o lago seque completamente no período de seca, o que anteriormente não ocorria. Os barcos maiores chegam a ter prejuízo de dois mil reais pois necessitam ser calafetados novamente, são raros os pescadores que tem condições financeiras para pagar marinhas em áreas que permanecem inundadas, chamadas de “alta vigia”, por exemplo, no lago do Puraquequara. Seu JJ nos contou que quando chegou no lago da Colônia haviam cerca de 4 a 5 flutuantes, e hoje existem de 30 a 40. Seu irmão e seu filho trabalham como carpinteiros navais. Segundo Seu JJ, as grandes embarcações que circulam no Rio Amazonas na época da cheia do rio provocam grandes oscilações na água chegando a derrubar alguns flutuantes. Ele também é pescador artesanal cadastrado na Colônia Z12 de Manaus (bairro da Colônia), e utiliza malhadeira e tarrafo, em canoas de alumínio com motor de popa. Começou a trabalhar no ramo da pesca como dono do motor (do barco), alugando-o e sem pescar. O gelo para o peixe é comprado por terceiros da fábrica de gelo do bairro Colônia Engenheiro Machado. Seu pai foi primeiro comandante de navio, vindo do Acre, e se tornou agricultor, plantando arroz, mandioca e milho. Juscelino fabricando o canico. Juscelino fabricando o canico. Juscelino fabricando o canico. Sr. Juscelino Barreto
  • 2. Brugnera, Ana Carolina. Meio ambiente cultural da Amazônia brasileira : dos modos de vida a moradia do Caboclo Ribeirinho (Dissertação), Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015. Bem móvel Bens ligados a pesca: 1- Canoa; 2- Barco; 3- Caniço Descrição do Objeto: 3 - Feito a partir de um galho de arvore e um fio de nylon, o caniço é uma espécie de vara de pescar, utilizado para uma pesca individual. 1 e 2 - O barco e as canoas são feitas de tabua. Juceçino é dono deste pequeno porto onde os pescadores deixam suas embarcações.Uso e função Pesca Autor, fabricante Juscelino Barreto Material 1 - Madeira, 2 – madeira; 3 – madeira e nylon Juscelino Caniços Canoas de pescadores. Juscelino trabalha como especie de vigia. Pier Bem Imóvel Flutuante de seu Juscelino Barreto Estilo Flutuante Implantação Urbana Uso Misto: Residencial e Comércio Dimensões - Entrada/Acessos Acesso principal frontal Pavimentos 1 pavimento flutuante Pé-direito - Distância da superfície nenhuma Topografias Plana, sobre a gua (hidrologia) Estruturas anexas Mercearia flutuante
  • 3. Brugnera, Ana Carolina. Meio ambiente cultural da Amazônia brasileira : dos modos de vida a moradia do Caboclo Ribeirinho (Dissertação), Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015. Descrição: Na região amazônica podemos observar diferentes tipos de construções de flutuantes, desde as casas tradicionais até estruturas sobre plataformas metálicas, como postos de abastecimento de gasolina e balsas de garimpo. Mesmo existindo estas variedades, observamos que alguns fatores são comuns e característicos a todas as edificações flutuantes: a possibilidade de oferecer mais flexibilidade. Os flutuantes adaptam-se às diferenças de nível do rio que acontecem anualmente, permitindo assim, que uma grande parcela da vida econômica da cidade se desenvolva em suas águas. As casas mais tradicionais, usam toras de madeira, comumente reutilizadas. As toras mais utilizadas, como já mencionado, são as do açacu, que pode atingir até 40m de altura e cuja madeira tem baixa densidade e conserva-se durante décadas sob a água. O açacu não tem tendência a rachar nem a envergar e muito menos apodrecer . Dura “a eternidade”, décadas, como descrito por Juscelino Barreto, cerca de trinta a quarenta anos. Para confeccionar esta fundação flutuante, o ribeirinho cria um sistema de estruturação inteligente: sobre as toras flutuantes são colocados três sistemas de vigas de madeira, que devem ser fixadas no amado do açacu para que a casa não bambeie futuramente. A casca e o “branco” acabam logo. O primeiro sistema de vigas é colocado de modo a permitir a junção e fixação das toras, formando um bloco flutuante único. Sobre ele é instalado o segundo conjunto de vigas que, desta vez transversal ao suporte principal, localiza-se longitudinalmente às toras, que funcionam como base para a montagem do acabamento lateral e permitem a colocação de caibros . O terceiro sistema de vigas, que suporta o tablado construído em pranchas de madeira que compõem o piso, acaba por estruturar a flutuação. O Flutuante de Juscelino é construído em cima das bóias de açacu, com vigas e esteios de maçaranduba e paredes de escama de castanheira, o açacu é vendido no bairro do Lago do Catalão, em frente à Manaus vindo de Alto Rio Branco (3 meses de viagem rebocados por barco). Seu JJ possui uma mercearia em outro flutuante ao lado de sua casa e também atua com passeios turísticos e como vigilante de embarcações. Juscelino ainda nos explica este sistema de construção: com lápis régua e pregos faz uma pequena maquete improvisada explicando como se estrutura um flutuante. As boias de açacu, as vigas de Itauba ou maçaranduba, os pilaretes presos na base, a estrutura do telhado, vedações, piso e cobertura etc. Fachada Frontal Fachada dos Lateral Esquadrias do telhado e parte lateral. Foto dos fundos para rua Equipe: Este trabalho e levantamento de campo foi Realizado pelo Programa de Gestão do Patrimônio Histórico e Cultural da Fábrica Intercement – Etapa Diagnóstico e Prospecção – Manaus/AM, sendo coordenado pela L.D. Dra. Erika Robrahn Gonzalez. Teve como equipe de Patrimônio Histórico Cultural: Ana Carolina Brugnera – Arquiteta e Urbanista – Gestão Mariana Barcellini – Geografa Paola Weitbrecht – Graduanda em Arquitetura Korina Sophia Brugnera – Estagiária – Técnica em Patrimônio Cultural O material colhido fora trabalhado para então adequação a esta ficha de cadastro que faz parte da pesquisa de mestrado em questão. Data do Campo: Outubro/2012 Data da ficha: Junho/2014