Este documento descreve (1) como Nirenberg e seus colaboradores usaram RNA poli-U, poli-A e poli-C para decifrar o código genético, (2) como isso levou à conclusão de que diferentes combinações de tripletos de RNA codificam diferentes aminoácidos, e (3) como trabalhos posteriores, incluindo de Khorana, confirmaram essas descobertas e ajudaram a decifrar completamente o código genético na década de 1960.
1. ESCOLA SECUNDÁRIA DE JAIME MONIZ
Disciplina: Biologia e Geologia – 11º ano Ano letivo: 2012/2013
Unidade 5: Crescimento e renovação celular
Tema: Código genético
Nome do aluno:_____________________________________ nº:___ Turma: ___ Data: __/__/__
FICHA DE TRABALHO
EXPERIÊNCIA DE NIRENBERG E COLABORADORES
Em 1961, Marshall Nirenberg e os seus colaboradores, tendo em conta o "Dogma Central", bem
como a hipótese de o código genético assentar em tripletos, levaram a cabo uma série de
experiências no sentido de decifrar o código genético.
Apresenta-se, seguidamente, a descrição de alguns dos procedimentos que auxiliaram a decifrar
o código genético.
Nirenberg sintetizou artificialmente RNA mensageiro (mRNA), formado exclusivamente por
nucleótidos uracilo (UUU UUU UUU UUU...).
Ao mRNA poli-U, adicionaram extrato de bactérias, garantindo a presença de todos os
ingredientes necessários para que a síntese proteica pudesse ocorrer.
Verificaram que se formava um péptido com um só tipo de aminoácidos.
Seguiram-se duas experiências idênticas, mas usaram mRNA poli-A (AAA AAA AAA
AAA...) e mRNA poli-C (CCC CCC CCC CCC...).
Verificaram que, também nestes casos, se formava um péptido, constituído por um só tipo
de aminoácidos.
1 – Como são constituídos os tripletos de RNA utilizados por estes investigadores?
2 – Como são formados os péptidos sintetizados a partir de RNA poli-U, poli-A e poli-C,
respetivamente?
3 – Refira a importância de adicionar ao mRNA extrato bacteriano.
2. 4 – Que conclusão retira deste dispositivo experimental?
5 – Qual a importância desta experiência efetuada por M. Nirenberg e colaboradores na
elaboração do código genético?
Posteriormente, outros investigadores tentaram aprofundar as experiências de Nirenberg, no
sentido de decifrar o código genético. Entre eles, destaca-se o trabalho de H. G. Khorana.
Khorana sintetizou moléculas de mRNA com nucleótidos alternados (por exemplo,
ACACACACA...). Esta cadeia permitia dois tipos de combinações (ACA e CAC). Neste caso, a
cadeia peptídica era formada por dois tipos de aminoácidos – treonina (Tre) e histidina (His).
Estas experiências permitiram concluir que diferentes combinações de tripletos são
responsáveis pela codificação de diferentes aminoácidos. Por outro lado, estes resultados
permitiram confirmar que o código genético está escrito de forma sequencial e que, teoricamente,
a sua leitura pode iniciar-se em qualquer ponto.
O facto de a sequência de três nucleótidos do mRNA codificar um aminoácido, valeu-lhe a
designação de codão. Cada codão, resulta, por complementaridade, de um tripleto de nucleótidos
do DNA, que alguns autores designam por codogene.
Trabalhos posteriores permitiram identificar a intervenção de um outro tipo de RNA – o RNA de
transferência (tRNA). O tRNA é responsável pelo transporte de um determinado aminoácido até
ao local de síntese de proteínas – os ribossomas.
Assim, parecia que as ideias de Watson e Crick estariam corretas. Uma informação do DNA é
transcrita para o mRNA, sendo, posteriormente, traduzida para linguagem proteica (com
intervenção do tRNA e dos ribossomas).
No final da década de 60 do século XX, o código genético estava decifrado e as suas principais
características identificadas.