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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012
1
A (nova) representação social e psíquica dos personagens femininos em Avenida
Brasi
1
Cinthia Ferreira de SOUZA2
Faculdade Pitágoras/ Guarapari, ES
RESUMO
O presente trabalho pretende analisar a nova representação social e psíquica dos
personagens femininos na atual novela das nove, Avenida Brasil a partir da reportagem da
revista Época. O objetivo é identificar como são apresentadas e representadas algumas
personagens, bem como a possibilidade de influenciar os comportamentos na
contemporaneidade, contribuindo para a discussão da influência da mídia nas relações
sociais, na construção de papéis sociais e de identidades femininas.
PALAVRAS-CHAVE: novela, representação social, mulher, identidade
1- INTRODUÇÃO
As mudanças do universo feminino tiveram um impacto forte no relacionamento familiar e
nos papéis que as mulheres vêem assumindo, seja na esfera pessoal, seja profissional.
E os meios de comunicação de massa são importantes para partilhar as representações
sociais, que transmitem conceitos variados que funcionam como mediadores entre o
sujeito e o objeto social. Desta maneira, são produzidas as explicações que subsidiam o
senso comum através da objetivação, ou seja, conceitos abstratos, como a representação
da mulher que são transformados em imagem para uma identificação mais nítida da
formação das representações sociais. Como é o caso da telenovela no Brasil. Ela tem
grande importância cultural. Nela são abordados temas do cotidiano, muitos deles
socialmente polêmicos. (SOUZA, 2011)
Podemos observar o surgimento de novas identidades e das transformações destas muito
facilmente. A popular “novela das nove” é um exemplo disso. O objetivo desse trabalho é
perceber a telenovela como um instrumento capaz de criar condições favoráveis para a
1
Trabalho apresentado no GP Ficcao Seriada do XII Encontro dos Grupos de Pesquisa em Comunicação, evento
componente do XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.
2
Mestre em Psicologia e Graduada em Jornalismo pela UFES - ES, email: cinthiasouza.ferreira@yahoo.com.br
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construção de novas identidades, em especial, a novela Avenida Brasil e a representação
dos papéis femininos que ela veicula.
Assim, o presente trabalho analisa algumas personagens femininas da atual novela do
horário nobre, Avenida Brasil, escrita pelo autor João Emanuel Carneiro, e suas
representações sobre o feminino, bem como a possibilidade de influenciar os
comportamentos na contemporaneidade, contribuindo para a discussão da influência da
mídia nas relações sociais, na construção de papéis sociais e de identidades femininas.
Atualmente, vislumbramos na sociedade brasileira o surgimento de uma vasta
complexidade de identidades e relações sociais, oriundas muito provavelmente do intenso
fluxo de informações que dispomos, pelas mudanças culturais e de comportamentos. A
novela Avenida Brasil foi escolhida devido ao seu grande sucesso e popularidade, além da
de sua repercussão em outro produtos midiáticos.
2 – METODOLOGIA
Realizou - se a analise da sinopse da novela das nove, Avenida Brasil, exibida atualmente
pela Rede Globo de Televisão, e feito o levantamento das personagens de maior destaque,
considerando a repercussão de suas tramas na mídia, como por exemplo, na revista Época,
edição datada 28 de maio de 2012.
As personagens analisadas foram: Carminha (Adriana Esteves), Nina / Rita (Débora
Falabella), Suelle (Iris Valverder) e Tessália (Débora nascimento). Em seguida analisou-se
a história das personagens, o perfil psicosocial de cada uma delas e a forma como são
apresentadas e representadas na trama.
3 – UMA NOVA REPRESENTACAO SOCIAL DA MULHER
De acordo com (SANTOS, 2008) as dicotomias impostas pelos folhetins no tratamento do
texto narrativo predominaram em boa parte da história da telenovela no Brasil: os ricos e os
pobres, os bons e os maus, o herói e os vilões, os mocinhos e os bandidos e, principalmente,
na idealização do modelo feminino e das questões de tratamento da realidade psíquica das
personagens femininas atravessadas, na maior parte das representações, pelo modelo
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tradicionalmente patriarcalista e preconceituoso que divide mulheres legítimas e ilegítimas,
decentes e indecentes, da vida e de família. Mesmo quando as telenovelas assumiram
conflitos que as aproximaram de temas políticos e sociais, as questões da mulher ficaram
alijadas das tramas.
Os personagens femininos nas telenovelas brasileiras, em especial do horário nobre, tendem
ser representadas e definidas como vilã e mocinha e o caráter dessas são bem definidas pelo
autor e pelo público. Ou mulheres trabalhadoras, provedoras do lar em algumas tramas,
porém o seu perfil psicológico deve ser bem definido e essas personagens devem se
posicionar pelo lado do bem ou do mal.
Embora sejam reconhecidas essas transformações em relação ao universo feminino nas
telenovelas, na nova novela das nove, Avenida Brasil, de João Emanuel Carneiro, se
destaca no cenário atual por apresentar novos tipos femininos e tem provocado a reação do
público e altos índices de audiência. Segundo dados do IBOPE a ficção seriada atinge entre
39 e 41 pontos.
A partir da reportagem da revista Época, datada 28 de maio de 2012, foram selecionadas as
personagens de maior destaque na trama. A matéria aponta as características e definem o
caráter das mesmas. O presente trabalho se apropriou do discurso do texto da revista e
verificou as possíveis representações sociais e as implicações que essas personagens têm
trazido para a vida dos brasileiros.
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Revista Época, 28 de maio de 2012
Analisamos quatro personagens femininas, presentes nas tramas principais da novela. São
elas: Carminha (Adriana Esteves) - vilã, Nina (Débora Falabella) – heroína/ vingadora,
Suelle( Iris valverder) – Maria chuteira, Tessália ( Débora nascimento ) – a cobiçada. É
importante ressaltar que tais características são indicadas pela revista.
Ao analisar o perfil de Carminha nos deparamos com uma esposa dissimulada. Tem como
perfil psicológico a ambição. É ardilosa e sedutora. Carminha é esposa de Jorge Tufão. Ela
se aproveita da ingenuidade do jogador e o envolve indiretamente na morte de do pai de
Rita (Débora Falabella) e se casa com Tufão. Sem escrúpulos, planeja dar um golpe no ex-
jogador com a ajuda do seu amante Max. No passado, Carminha além de ser responsável
pela morte do pai de Rita/Nina, a abandona em lixão quando criança.
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Personagem Carminha
Embora apresente esse desvio de caráter e ser capaz de atos cruéis como abandonar uma
criança no lixão, Carminha tem uma dose de humor devido ao seu discurso verdadeiro e
direto e politicamente incorreto, como por exemplo, quando critica o cheiro dos pobres.
Suas caras e bocas demonstram falsidade e o que deveria gerar repulsa no público, provoca
diversão. No primeiro momento o telespectador se assusta com tanta sinceridade, mas no
segundo momento o próprio público reconhece esse discurso e atitudes no meio em que está
inserido ou com pessoas com as quais convive.
Já a personagem Nina/Rita (Débora Falabella) foge da representação social da heroína
sofredora. Ao contrário, ela ainda é heroína, mas vingadora. Filha de Genésio, seu verdadeiro
nome é Rita. Perdeu o pai quando criança e foi abandonada pela madrasta, Carminha, em um
lixão, onde foi criada por Lucinda até ser levada para a Argentina por Martín. Lá, tornou-se a
misteriosa e cativante Nina. Após a morte do pai adotivo, volta ao Brasil para se vingar de
Carmen, a megera que deu um golpe no seu pai biológico e causou a morte dele. Para ela, os
fins justificam os meios.
Personagem Rita/ Nina
Mulheres determinadas são recorrentes em novelas desde a década de 1970, quando a
emancipação feminina era uma nova bandeira social. A diferença é que, hoje, elas não
sobressaem apenas por assumir uma atitude independente. É como se seu poder já fosse
visto de maneira natural. “As mocinhas conquistaram mais poder de escolha, sem que isso
seja considerado uma transgressão”, diz Mauro Alencar, doutor em teledramaturgia
brasileira e latino-americana pela Universidade de São Paulo (USP) e Academia de Artes e
Ciências da Televisão de Nova York. (Revista Veja, 2012)
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A proliferação das mocinhas-alfa no horário nobre é indício também de uma nova postura
do público diante das heroínas românticas. “A heroína frágil, chorosa e hesitante está
caindo em desuso. O galã impoluto, aquele acima de qualquer suspeita, também está
praticamente em extinção. A rejeição a este tipo de personagem, maniqueísta ao extremo e
desprovido de nuances, costuma ser grande nos grupos de discussão promovidos pela TV
Globo. Daí, a relutância de alguns autores em continuar apostando neles”, diz André
Bernardo, autor do livro A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo. (Revista Veja, 2012)
Mocinhas que assumem as rédeas da vida amorosa, além de ser tendência nas novelas,
também refletem uma realidade social. Livres de barreiras externas, como o preconceito
social diante da solteirice ou da separação, e com caminhos abertos no mercado de trabalho,
as mulheres tomam decisões pautadas pela razão - e não por fantasias - em seus
relacionamentos. (Revista Veja, 2012)
Outra personagem de bastante sucesso e comum na mídia brasileira e no dia a dia dos
brasileiros é a Maria chuteira. Representada pela personagem Suelle (Iris Valverde) é a
Maria Chuteira da trama. Trabalha na loja de Diógenes, mas falta o serviço com freqüência
para ficar assediando os jogadores de futebol. Seu objetivo é se casar com um craque de
futebol e se mudar para o exterior.
Personagem Suelle
Suelle recorre a roupas sensuais e extravagantes para atrair os homens e utiliza o sexo como
um meio de alcançar seus objetivos. O que poderia gerar rejeição do público devido à
liberdade sexual e a banalização do sexo, na verdade provoca uma admiração por parte dos
homens – que apreciam a ideia de uma mulher livre e que diz o que quer, e nas mulheres, é
justamente essa liberdade, sem pudores e repressão sociocultural da sexualidade feminina.
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[As telenovelas] valorizam tipos ideais de
mulher que acumulam funções e
responsabilidades, aproximando-se de um padrão
perverso de super mulher, que seria livre para
escolher ter poucos filhos, se relacionar com
diversos homens ao longo da vida, questionar a
autoridade patriarcal de pais e esposos
(HAMBURGUER, 2005).
Para Mattos (2006), essa concepção do gênero feminino não trouxe as vantagens
pretendidas pelas mulheres. O que se deu foi uma masculinização do feminino. “As
mulheres não parecem ter descoberto uma forma expressiva de vivenciar sua condição,
colocando em xeque os pontos centrais da dominação, mas sim, parecem ter tomado o
modelo masculino como o modelo a ser seguido. Desta maneira, não se toca na estrutura da
dominação, mas se luta para deixar de ser o pólo dominado para passar a ser o pólo
dominante.” (MATTOS, 2006 apud SIFUENTES,2009)
E Tessália (Débora nascimento) é a mulher desejada por todos do bairro onde vive. De
personalidade doce, ingênua e tranqüila, além de romântica, atrai a atenção dos homens nos
bairros, mas não tem consciência do seu poder e da sua beleza. Ganhou o concurso “Garota
Chpainha” do salão Monalisa, onde trabalha.
A representação social da beleza está na personagem Tessália. Além da beleza, a
ingenuidade e o romantismo marcam a personagem, o que gera identificação no público
feminino e desejo no masculino.
Personagem Tessália
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8
4-CONSIDERACOES FINAIS
De acordo com Stuart Hall (2006), as sociedades atuais estão passando por um processo de
mudança estrutural, em que desaparecem as “velhas identidades” que nos davam algumas
certezas dando lugar às “novas identidades”, que fragmenta os indivíduos, sua cultura de
gênero, de classe, de etnia... Seria uma identidade transitória, não fixa, instável ou ainda,
com várias nuances, o que demarcaria um contexto de “crise de identidades”. Nessa
perspectiva pós-moderna de sujeito, não se concebe as identidades como algo definido, mas
sim como algo que é construído nos contextos e nas interações. (SILVA, GERMANO e
HAERTER, 2008)
É o que se percebe na atual novela das nove. A representação social do feminino e do papel
da mulher se modifica ao longo do tempo. Avenida Brasil trás uma nova representação do
feminino, o que não quer dizer que seja a única e imutável.
As novas identidades, na perspectiva de Hall, são forjadas dentro do discurso e nesse
sentido emerge a necessidade de compreendê-lo enquanto uma narrativa e não como algo
acabado, definido. Essas identidades “híbridas” abrangem mesclas interculturais e estão
relacionadas ao discurso, cujas transformações acarretam conseqüências nas identidades
pessoais (GOFMAN,1975 apud. SILVA, GERMANO e HAERTER, 2008)
Assim, a mídia influencia os indivíduos de distintas formas, orientando seu comportamento
em torno de um ideal de homem e de mulher, um comportamento “correto”, uma
personalidade determinada de acordo com a posição de classe ou étnica a que o
indivíduo se vincula. Exemplos disso temos os padrões de beleza, o ideal de mulher, os
valores éticos e outros. (SILVA, GERMANO e HAERTER, 2008)
Nesse sentido, a telenovela oferece uma gama de significados que são negociados,
interpretados e reelaborados pelos telespectadores durante o processo de mediação da
recepção. A recepção da telenovela se estende às conversações cotidianas que os
telespectadores mantêm entre os membros de uma comunidade, promovendo a circulação
dos sentidos e significados presentes na novela que geram, conseqüentemente, debates e
discussões sobre temas salutares em diversas áreas, catalizando uma discussão nacional e
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participando da construção da representação de uma sociedade. “A novela é de certa forma
a caixa de ressonância de um debate público que a ultrapassa” (ORTIZ, BORELLI e
RAMOS, 1991, p. 111, apud TONON, 2003).
As mudanças são resultados das interações sociais. Os indivíduos interagem constantemente
com o ambiente e com a comunidade nos quais estão inseridos, sujeitando-se as regras,
valores e convenções, ou seja, ao contexto de práticas sociais e culturais dos membros
pertencentes a essa comunidade. O processo de mediação da recepção perpassa o ambiente
doméstico e alcança as ruas, promovendo a circulação de sentidos e a produção de
significados. (TONON, 2003)
A sociedade, em geral e o receptor, em particular estão em constante processo de
construção, desconstrução e reconstrução da cultura, esse processo é “em realidade o
próprio principio da evolução de qualquer sistema cultural” (CUCHE, 1999, p. 137) que
ocorre em função das demandas sociais, culturais, econômicas, políticas, ideológicas entre
outras presentes no cotidiano das práticas desenvolvidas pelos atores sociais, num processo
constante de luta hegemônica travada pelas culturas dominantes em relação às culturas
populares, as quais apropriam-se, resistem, reformulam ou negam os bens culturais.
(SIFUENTES, 2009)
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: EDUSC, 1999.
HAMBURGER, E. O Brasil Antenado. A sociedade da novela. Jorge Zahar: Rio de Janeiro,
2005.
MATTOS, P. A mulher moderna numa sociedade desigual. In: SOUZA, Jessé (Org.). A
invisibilidade da desigualdade brasileira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. p. 153-196.
ORTIZ, Renato; BORELLI, Silvia; RAMOS, José Mario Ortiz. A telenovela: história e
produção. São Paulo: Brasiliense, 1991.
SANTOS, L. A representação da subjetividade feminina nas telenovelas brasileiras. Revista
Poiési. FUNLAM. Nº 15 - Junho de 2008.
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10
SIFUENTES, L. Personagem de novela ou mulher da vida real? Mediações culturais na
conformação da identidade feminina. Revista Contracampo, Niterói, nº 20, Agosto de 2009
SILVA, M.F; GERMANO, R.P e HAERTER, L. O papel da mulher na novela das oito: uma
análise acerca das personagens femininas em Duas Caras e das construções identitárias que as
perpassam. Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder. Florianópolis, de 25 a 28 de agosto de
2008
SOUZA, C,F. Representação social das mulheres nas telenovelas. XVI Congresso de Ciências da
Comunicação na Região Sudeste – São Paulo - SP – 12 a 14 de maio de 2011
TONON, J. B. Telenovelas e representações sociais em estudo de caso sobre “Mulheres
Apaixonadas”. Programa de Pós Graduação em Comunicação Midiática da Faculdade de
Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP – campus Bauru, 2003
SITE
Disponível: http://tvg.globo.com/novelas/avenida-brasil/index.html
Disponível:http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/novelas-a-vez-das-mocinhas-alfa-x-machos-
beta
PERIÓDICOS
ASTUTO, B. As mulheres de João. Revista Época, nº 732, maio de 2012.

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  • 1. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012 1 A (nova) representação social e psíquica dos personagens femininos em Avenida Brasi 1 Cinthia Ferreira de SOUZA2 Faculdade Pitágoras/ Guarapari, ES RESUMO O presente trabalho pretende analisar a nova representação social e psíquica dos personagens femininos na atual novela das nove, Avenida Brasil a partir da reportagem da revista Época. O objetivo é identificar como são apresentadas e representadas algumas personagens, bem como a possibilidade de influenciar os comportamentos na contemporaneidade, contribuindo para a discussão da influência da mídia nas relações sociais, na construção de papéis sociais e de identidades femininas. PALAVRAS-CHAVE: novela, representação social, mulher, identidade 1- INTRODUÇÃO As mudanças do universo feminino tiveram um impacto forte no relacionamento familiar e nos papéis que as mulheres vêem assumindo, seja na esfera pessoal, seja profissional. E os meios de comunicação de massa são importantes para partilhar as representações sociais, que transmitem conceitos variados que funcionam como mediadores entre o sujeito e o objeto social. Desta maneira, são produzidas as explicações que subsidiam o senso comum através da objetivação, ou seja, conceitos abstratos, como a representação da mulher que são transformados em imagem para uma identificação mais nítida da formação das representações sociais. Como é o caso da telenovela no Brasil. Ela tem grande importância cultural. Nela são abordados temas do cotidiano, muitos deles socialmente polêmicos. (SOUZA, 2011) Podemos observar o surgimento de novas identidades e das transformações destas muito facilmente. A popular “novela das nove” é um exemplo disso. O objetivo desse trabalho é perceber a telenovela como um instrumento capaz de criar condições favoráveis para a 1 Trabalho apresentado no GP Ficcao Seriada do XII Encontro dos Grupos de Pesquisa em Comunicação, evento componente do XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Mestre em Psicologia e Graduada em Jornalismo pela UFES - ES, email: cinthiasouza.ferreira@yahoo.com.br
  • 2. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012 2 construção de novas identidades, em especial, a novela Avenida Brasil e a representação dos papéis femininos que ela veicula. Assim, o presente trabalho analisa algumas personagens femininas da atual novela do horário nobre, Avenida Brasil, escrita pelo autor João Emanuel Carneiro, e suas representações sobre o feminino, bem como a possibilidade de influenciar os comportamentos na contemporaneidade, contribuindo para a discussão da influência da mídia nas relações sociais, na construção de papéis sociais e de identidades femininas. Atualmente, vislumbramos na sociedade brasileira o surgimento de uma vasta complexidade de identidades e relações sociais, oriundas muito provavelmente do intenso fluxo de informações que dispomos, pelas mudanças culturais e de comportamentos. A novela Avenida Brasil foi escolhida devido ao seu grande sucesso e popularidade, além da de sua repercussão em outro produtos midiáticos. 2 – METODOLOGIA Realizou - se a analise da sinopse da novela das nove, Avenida Brasil, exibida atualmente pela Rede Globo de Televisão, e feito o levantamento das personagens de maior destaque, considerando a repercussão de suas tramas na mídia, como por exemplo, na revista Época, edição datada 28 de maio de 2012. As personagens analisadas foram: Carminha (Adriana Esteves), Nina / Rita (Débora Falabella), Suelle (Iris Valverder) e Tessália (Débora nascimento). Em seguida analisou-se a história das personagens, o perfil psicosocial de cada uma delas e a forma como são apresentadas e representadas na trama. 3 – UMA NOVA REPRESENTACAO SOCIAL DA MULHER De acordo com (SANTOS, 2008) as dicotomias impostas pelos folhetins no tratamento do texto narrativo predominaram em boa parte da história da telenovela no Brasil: os ricos e os pobres, os bons e os maus, o herói e os vilões, os mocinhos e os bandidos e, principalmente, na idealização do modelo feminino e das questões de tratamento da realidade psíquica das personagens femininas atravessadas, na maior parte das representações, pelo modelo
  • 3. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012 3 tradicionalmente patriarcalista e preconceituoso que divide mulheres legítimas e ilegítimas, decentes e indecentes, da vida e de família. Mesmo quando as telenovelas assumiram conflitos que as aproximaram de temas políticos e sociais, as questões da mulher ficaram alijadas das tramas. Os personagens femininos nas telenovelas brasileiras, em especial do horário nobre, tendem ser representadas e definidas como vilã e mocinha e o caráter dessas são bem definidas pelo autor e pelo público. Ou mulheres trabalhadoras, provedoras do lar em algumas tramas, porém o seu perfil psicológico deve ser bem definido e essas personagens devem se posicionar pelo lado do bem ou do mal. Embora sejam reconhecidas essas transformações em relação ao universo feminino nas telenovelas, na nova novela das nove, Avenida Brasil, de João Emanuel Carneiro, se destaca no cenário atual por apresentar novos tipos femininos e tem provocado a reação do público e altos índices de audiência. Segundo dados do IBOPE a ficção seriada atinge entre 39 e 41 pontos. A partir da reportagem da revista Época, datada 28 de maio de 2012, foram selecionadas as personagens de maior destaque na trama. A matéria aponta as características e definem o caráter das mesmas. O presente trabalho se apropriou do discurso do texto da revista e verificou as possíveis representações sociais e as implicações que essas personagens têm trazido para a vida dos brasileiros.
  • 4. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012 4 Revista Época, 28 de maio de 2012 Analisamos quatro personagens femininas, presentes nas tramas principais da novela. São elas: Carminha (Adriana Esteves) - vilã, Nina (Débora Falabella) – heroína/ vingadora, Suelle( Iris valverder) – Maria chuteira, Tessália ( Débora nascimento ) – a cobiçada. É importante ressaltar que tais características são indicadas pela revista. Ao analisar o perfil de Carminha nos deparamos com uma esposa dissimulada. Tem como perfil psicológico a ambição. É ardilosa e sedutora. Carminha é esposa de Jorge Tufão. Ela se aproveita da ingenuidade do jogador e o envolve indiretamente na morte de do pai de Rita (Débora Falabella) e se casa com Tufão. Sem escrúpulos, planeja dar um golpe no ex- jogador com a ajuda do seu amante Max. No passado, Carminha além de ser responsável pela morte do pai de Rita/Nina, a abandona em lixão quando criança.
  • 5. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012 5 Personagem Carminha Embora apresente esse desvio de caráter e ser capaz de atos cruéis como abandonar uma criança no lixão, Carminha tem uma dose de humor devido ao seu discurso verdadeiro e direto e politicamente incorreto, como por exemplo, quando critica o cheiro dos pobres. Suas caras e bocas demonstram falsidade e o que deveria gerar repulsa no público, provoca diversão. No primeiro momento o telespectador se assusta com tanta sinceridade, mas no segundo momento o próprio público reconhece esse discurso e atitudes no meio em que está inserido ou com pessoas com as quais convive. Já a personagem Nina/Rita (Débora Falabella) foge da representação social da heroína sofredora. Ao contrário, ela ainda é heroína, mas vingadora. Filha de Genésio, seu verdadeiro nome é Rita. Perdeu o pai quando criança e foi abandonada pela madrasta, Carminha, em um lixão, onde foi criada por Lucinda até ser levada para a Argentina por Martín. Lá, tornou-se a misteriosa e cativante Nina. Após a morte do pai adotivo, volta ao Brasil para se vingar de Carmen, a megera que deu um golpe no seu pai biológico e causou a morte dele. Para ela, os fins justificam os meios. Personagem Rita/ Nina Mulheres determinadas são recorrentes em novelas desde a década de 1970, quando a emancipação feminina era uma nova bandeira social. A diferença é que, hoje, elas não sobressaem apenas por assumir uma atitude independente. É como se seu poder já fosse visto de maneira natural. “As mocinhas conquistaram mais poder de escolha, sem que isso seja considerado uma transgressão”, diz Mauro Alencar, doutor em teledramaturgia brasileira e latino-americana pela Universidade de São Paulo (USP) e Academia de Artes e Ciências da Televisão de Nova York. (Revista Veja, 2012)
  • 6. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012 6 A proliferação das mocinhas-alfa no horário nobre é indício também de uma nova postura do público diante das heroínas românticas. “A heroína frágil, chorosa e hesitante está caindo em desuso. O galã impoluto, aquele acima de qualquer suspeita, também está praticamente em extinção. A rejeição a este tipo de personagem, maniqueísta ao extremo e desprovido de nuances, costuma ser grande nos grupos de discussão promovidos pela TV Globo. Daí, a relutância de alguns autores em continuar apostando neles”, diz André Bernardo, autor do livro A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo. (Revista Veja, 2012) Mocinhas que assumem as rédeas da vida amorosa, além de ser tendência nas novelas, também refletem uma realidade social. Livres de barreiras externas, como o preconceito social diante da solteirice ou da separação, e com caminhos abertos no mercado de trabalho, as mulheres tomam decisões pautadas pela razão - e não por fantasias - em seus relacionamentos. (Revista Veja, 2012) Outra personagem de bastante sucesso e comum na mídia brasileira e no dia a dia dos brasileiros é a Maria chuteira. Representada pela personagem Suelle (Iris Valverde) é a Maria Chuteira da trama. Trabalha na loja de Diógenes, mas falta o serviço com freqüência para ficar assediando os jogadores de futebol. Seu objetivo é se casar com um craque de futebol e se mudar para o exterior. Personagem Suelle Suelle recorre a roupas sensuais e extravagantes para atrair os homens e utiliza o sexo como um meio de alcançar seus objetivos. O que poderia gerar rejeição do público devido à liberdade sexual e a banalização do sexo, na verdade provoca uma admiração por parte dos homens – que apreciam a ideia de uma mulher livre e que diz o que quer, e nas mulheres, é justamente essa liberdade, sem pudores e repressão sociocultural da sexualidade feminina.
  • 7. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012 7 [As telenovelas] valorizam tipos ideais de mulher que acumulam funções e responsabilidades, aproximando-se de um padrão perverso de super mulher, que seria livre para escolher ter poucos filhos, se relacionar com diversos homens ao longo da vida, questionar a autoridade patriarcal de pais e esposos (HAMBURGUER, 2005). Para Mattos (2006), essa concepção do gênero feminino não trouxe as vantagens pretendidas pelas mulheres. O que se deu foi uma masculinização do feminino. “As mulheres não parecem ter descoberto uma forma expressiva de vivenciar sua condição, colocando em xeque os pontos centrais da dominação, mas sim, parecem ter tomado o modelo masculino como o modelo a ser seguido. Desta maneira, não se toca na estrutura da dominação, mas se luta para deixar de ser o pólo dominado para passar a ser o pólo dominante.” (MATTOS, 2006 apud SIFUENTES,2009) E Tessália (Débora nascimento) é a mulher desejada por todos do bairro onde vive. De personalidade doce, ingênua e tranqüila, além de romântica, atrai a atenção dos homens nos bairros, mas não tem consciência do seu poder e da sua beleza. Ganhou o concurso “Garota Chpainha” do salão Monalisa, onde trabalha. A representação social da beleza está na personagem Tessália. Além da beleza, a ingenuidade e o romantismo marcam a personagem, o que gera identificação no público feminino e desejo no masculino. Personagem Tessália
  • 8. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012 8 4-CONSIDERACOES FINAIS De acordo com Stuart Hall (2006), as sociedades atuais estão passando por um processo de mudança estrutural, em que desaparecem as “velhas identidades” que nos davam algumas certezas dando lugar às “novas identidades”, que fragmenta os indivíduos, sua cultura de gênero, de classe, de etnia... Seria uma identidade transitória, não fixa, instável ou ainda, com várias nuances, o que demarcaria um contexto de “crise de identidades”. Nessa perspectiva pós-moderna de sujeito, não se concebe as identidades como algo definido, mas sim como algo que é construído nos contextos e nas interações. (SILVA, GERMANO e HAERTER, 2008) É o que se percebe na atual novela das nove. A representação social do feminino e do papel da mulher se modifica ao longo do tempo. Avenida Brasil trás uma nova representação do feminino, o que não quer dizer que seja a única e imutável. As novas identidades, na perspectiva de Hall, são forjadas dentro do discurso e nesse sentido emerge a necessidade de compreendê-lo enquanto uma narrativa e não como algo acabado, definido. Essas identidades “híbridas” abrangem mesclas interculturais e estão relacionadas ao discurso, cujas transformações acarretam conseqüências nas identidades pessoais (GOFMAN,1975 apud. SILVA, GERMANO e HAERTER, 2008) Assim, a mídia influencia os indivíduos de distintas formas, orientando seu comportamento em torno de um ideal de homem e de mulher, um comportamento “correto”, uma personalidade determinada de acordo com a posição de classe ou étnica a que o indivíduo se vincula. Exemplos disso temos os padrões de beleza, o ideal de mulher, os valores éticos e outros. (SILVA, GERMANO e HAERTER, 2008) Nesse sentido, a telenovela oferece uma gama de significados que são negociados, interpretados e reelaborados pelos telespectadores durante o processo de mediação da recepção. A recepção da telenovela se estende às conversações cotidianas que os telespectadores mantêm entre os membros de uma comunidade, promovendo a circulação dos sentidos e significados presentes na novela que geram, conseqüentemente, debates e discussões sobre temas salutares em diversas áreas, catalizando uma discussão nacional e
  • 9. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012 9 participando da construção da representação de uma sociedade. “A novela é de certa forma a caixa de ressonância de um debate público que a ultrapassa” (ORTIZ, BORELLI e RAMOS, 1991, p. 111, apud TONON, 2003). As mudanças são resultados das interações sociais. Os indivíduos interagem constantemente com o ambiente e com a comunidade nos quais estão inseridos, sujeitando-se as regras, valores e convenções, ou seja, ao contexto de práticas sociais e culturais dos membros pertencentes a essa comunidade. O processo de mediação da recepção perpassa o ambiente doméstico e alcança as ruas, promovendo a circulação de sentidos e a produção de significados. (TONON, 2003) A sociedade, em geral e o receptor, em particular estão em constante processo de construção, desconstrução e reconstrução da cultura, esse processo é “em realidade o próprio principio da evolução de qualquer sistema cultural” (CUCHE, 1999, p. 137) que ocorre em função das demandas sociais, culturais, econômicas, políticas, ideológicas entre outras presentes no cotidiano das práticas desenvolvidas pelos atores sociais, num processo constante de luta hegemônica travada pelas culturas dominantes em relação às culturas populares, as quais apropriam-se, resistem, reformulam ou negam os bens culturais. (SIFUENTES, 2009) 5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: EDUSC, 1999. HAMBURGER, E. O Brasil Antenado. A sociedade da novela. Jorge Zahar: Rio de Janeiro, 2005. MATTOS, P. A mulher moderna numa sociedade desigual. In: SOUZA, Jessé (Org.). A invisibilidade da desigualdade brasileira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. p. 153-196. ORTIZ, Renato; BORELLI, Silvia; RAMOS, José Mario Ortiz. A telenovela: história e produção. São Paulo: Brasiliense, 1991. SANTOS, L. A representação da subjetividade feminina nas telenovelas brasileiras. Revista Poiési. FUNLAM. Nº 15 - Junho de 2008.
  • 10. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012 10 SIFUENTES, L. Personagem de novela ou mulher da vida real? Mediações culturais na conformação da identidade feminina. Revista Contracampo, Niterói, nº 20, Agosto de 2009 SILVA, M.F; GERMANO, R.P e HAERTER, L. O papel da mulher na novela das oito: uma análise acerca das personagens femininas em Duas Caras e das construções identitárias que as perpassam. Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder. Florianópolis, de 25 a 28 de agosto de 2008 SOUZA, C,F. Representação social das mulheres nas telenovelas. XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – São Paulo - SP – 12 a 14 de maio de 2011 TONON, J. B. Telenovelas e representações sociais em estudo de caso sobre “Mulheres Apaixonadas”. Programa de Pós Graduação em Comunicação Midiática da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP – campus Bauru, 2003 SITE Disponível: http://tvg.globo.com/novelas/avenida-brasil/index.html Disponível:http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/novelas-a-vez-das-mocinhas-alfa-x-machos- beta PERIÓDICOS ASTUTO, B. As mulheres de João. Revista Época, nº 732, maio de 2012.