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Drogas:
Cartilha
para
educadores
Cartilha educadores   drogas
Drogas:
Cartilha para
educadores
Presidenta da República

Dilma Rousseff



Vice-Presidente da República

Michel Temer



Ministro da Justiça

José Eduardo Cardozo



Secretária Nacional de Políticas sobre Drogas

Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte
Presidência da República
            Ministério da Justiça
Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas




           Drogas:
         Cartilha para
         educadores


          2ª edição - reimpressão
             Brasília, DF - 2011
Conteúdo e Texto original
                                            Beatriz H. Carlini, MPH, PhD

                                            Adaptação para esta edição
                                            Secretaria Nacional de
                                            Políticas sobre Drogas
 Copyright © 2011
 Secretaria Nacional de                     Projeto Gráfico
 Políticas sobre Drogas                     Lew Lara
 Disponível em: www.senad.gov.br
 Tiragem:50.000 exemplares                  Ilustração
 Impresso no Brasil                         Toninho Euzébio

 2ª Edição - reimpressão                    Diagramação
 Secretaria Nacional de                     Ponto Dois Design Gráfico
 Políticas sobre Drogas                     Bruno Soares
 Endereço para correspondência:
 Esplanada dos Ministérios, Bloco T,
 Anexo II, 2º andar, sala 207.
 Brasília DF. CEP 70064-900



              Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)

B823l     Brasil. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD).
             Drogas: cartilha para educadores / Secretaria Nacional de Políticas
          sobre Drogas (SENAD); conteúdo e texto original: Beatriz H. Carlini. --
          2. ed., reimpr. – Brasília : Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de
          Políticas sobre Drogas, 2011.
            48 p. : il., color. - (Série Por dentro do assunto)

                 	
             1. Entorpecente. 2. Toxicologia. 3. Toxicomania I. Carlini, Beatriz H. II.
          Título. III. Ministério da Justiça. III. Série
          	

                                                                            CDD 362.29
Apresentação
	     Os novos tempos de governo, marcados pela ênfase
na participação social e na organização da sociedade, valori-
zam a descentralização das ações relacionadas à prevenção
do uso de drogas e à atenção e reinserção social de usuários
e dependentes.

	     No desenvolvimento de seu papel de coordenação e arti-
culação de ações voltadas a esses temas, a Secretaria Nacional
de Políticas sobre Drogas apresenta a Série “Por Dentro do As-
sunto”, com o objetivo de socializar conhecimentos dirigidos a
públicos específicos.

	     Esta série, construída com base nas necessidades ex-
pressas por múltiplos setores da população e em conhecimen-
tos científicos atualizados, procura apresentar as questões de
forma leve, informal e interativa com os leitores.

	     A iniciativa é norteada pela crença de que o encaminha-
mento dos temas de interesse social só será efetivo com a alian-
ça entre as ações do poder público e a sabedoria e o empenho
de cada pessoa e de cada comunidade.

	     Acreditamos estar, dessa forma, contribuindo com a
nossa parte.



               Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas
6
Série: Por Dentro do Assunto
Cartilha para
                                       educadores
	     Educadores de ensino fundamental e médio são, cada
vez mais, cobrados pelos pais de alunos, direção da escola e
pela opinião pública para abordarem a questão das drogas em
sala de aula, e para saberem lidar de modo efetivo com alunos
que necessitam atenção especial nessa questão.

	     Se você é um desses educadores sob pressão, sabe que
a tarefa não é fácil. E que, na maioria dos casos, você e seus
colegas estão fazendo o que é possível, sem que tenham opor-
tunidade de realmente planejar ações e discutir projetos mais
estruturados na área.

	     Esta cartilha se propõe a oferecer subsídios teóricos e
práticos para que seus esforços sejam mais alinhados com o
que as pesquisas científicas têm apontado como mais eficaz no
campo da prevenção do consumo de drogas na escola.




                                    7
                        Cartilha para educadores
8
Série: Por Dentro do Assunto
Faça as pazes com
                        você mesmo(a)
	     Parte da ansiedade do educador sobre o que fazer em
sala de aula e na escola como um todo, quando o assunto é
drogas, vem do fato de que esse tópico não fez parte de sua
formação profissional, é um conteúdo completamente ignorado
na maioria dos cursos que habilitam educadores. Mesmo as-
sim, é frequente se observar educadores sentindo-se culpados,
tentando explicar, meio na defensiva, o fato de não terem muito
claro o que fazer com esse assunto.

	     Uma primeira consideração a fazer sobre a questão de
como lidar com o tema drogas no seu cotidiano profissional é
estar ciente de que a falta de clareza sobre como agir não é fruto
de uma dificuldade pessoal sua ou de problemas na sua forma-
ção acadêmica, mas o retrato não retocado de uma realidade
que todos gostaríamos que fosse diferente.

	     Admitido esse fato, não há porque se defender da pres-
são para que você “faça alguma coisa”, organizando atividades
nas quais você não acredita. Exemplo disso são as palestras
que, uma vez por ano, alertam para os perigos das drogas, mas
não conseguem estabelecer um diálogo realmente franco com
os adolescentes.


                                   9
                       Cartilha para educadores
10
Série: Por Dentro do Assunto
Palestras: se não der
para evitar, tente melhorá-las
 	      Há pouca polêmica entre cientistas que fazem pesquisa so-
 bre prevenção: convidar palestrantes, uma ou duas vezes por ano,
 para falarem na escola não tem o menor efeito na mudança de
 comportamento, ou mesmo de visão dos estudantes em relação às
 drogas. O principal efeito dessas iniciativas é apaziguar a consciên-
 cia dos adultos, que pensam que estão fazendo algo positivo.

 	      Mas, às vezes, por mais que você argumente que esses
 eventos não valem a pena, eles vão ocorrer.

 	      Aqui vão algumas dicas para que as palestras não sejam
 esforço, dinheiro e tempo completamente perdidos:
     •	 Prepare seus alunos primeiro: envolva-os em discussões
        de grupo para organizar dúvidas e comentários, fazer
        depoimentos ou analisar artigos de jornais ou revistas.
        Estimule o pensamento crítico em relação ao assunto
        nessas discussões. Muitos adolescentes só vão ser
        sinceros se houver estímulo e sensação de que eles
        serão aceitos mesmo se tiverem opiniões diferentes.
     •	 Depois da palestra, faça uma discussão em classe e
        convide-os a escrever um parágrafo de crítica do evento,
        analisando os pontos positivos e negativos. Uma idéia
        é que eles escrevam sem ter que assinar o nome e
        que troquem as críticas entre si. Eles poderão ler o que
        acharam do evento com sinceridade, sem medo de ter
        sua identidade revelada.
     •	 O deboche deve ser tratado com neutralidade, mas
        críticas bem construídas são dignas de respostas. Tente
        envolver os alunos na procura de respostas.


                                   11
                        Cartilha para educadores
12
Série: Por Dentro do Assunto
O ideal e a realidade
	      Além do desconforto de ser acusado de não ter o co-
nhecimento que não lhe foi oferecido, o educador enfrenta uma
série de desafios. Todos sabemos que o professor não é pai,
nem mãe, polícia ou médico. Mas na prática, muitas vezes, o
educador vai responder a situações que lembram esses papéis
sociais.

	      O professor é modelo de referência para o jovem e, como
tal, seria desejável que não bebesse, não fumasse, tivesse ali-
mentação adequada, se exercitasse regularmente, fosse ponde-
rado, justo e bem disposto. Mas na prática… bem, na prática to-
dos nós, adultos, batalhamos para ser seres humanos melhores,
mas continuamos fumando e comendo muito, comportamentos
que são em geral visíveis aos alunos.




                                 13
                      Cartilha para educadores
14
Série: Por Dentro do Assunto
Como posso abordar a questão
das drogas com meus alunos
se sou fumante?
    	      Adolescentes não vão poupar um professor que prega
    uma vida saudável e não consegue manter sua própria saúde.
    Os comentários são bem previsíveis: “como é que ele(a) quer
    discutir vida saudável e uso de drogas se, quando sai da escola,
    corre para acender um cigarro?”

    	      As pesquisas sugerem que há uma saída, tanto para
    pais como para professores tabagistas: admitir o uso e contar
    as dificuldades para mudar. Compartilhar a trajetória e dizer que
    teria sido bom se tivesse oportunidade de repensar seu hábito
    de fumar antes de ter se tornado dependente, etc.

    	      Se esse é o seu caso, tente. Não fique na defensiva,
    tentando esconder o óbvio. Você pode ter surpresas boas.




	       Ciente desse fosso entre o que é possível e o que é de-
sejável, esta cartilha descreve princípios de prevenção e ofe-
rece algumas reflexões sobre como agir mesmo que a preven-
ção ideal esteja longe de ser alcançada. O objetivo é convidar
o educador a agir, tirá-lo da dificuldade causada por não poder
oferecer o projeto exemplar. Como diz o ditado: “Evite tornar o
ótimo o maior inimigo do bom”.

                                     15
                          Cartilha para educadores
16
Série: Por Dentro do Assunto
Prevenção ao abuso de
          drogas na escola: o que
                você pode fazer?
	     O educador pode contribuir para prevenir o abuso de dro-
gas entre adolescentes de duas formas básicas: incentivando a
reflexão e a adoção de medidas na própria escola onde trabalha
e atuando diretamente com seus alunos, na sala de aula.




                                 17
                      Cartilha para educadores
18
Série: Por Dentro do Assunto
Trabalhando com a escola
A - Criando regras claras de convivência

	      Muito mais eficaz do que trazer pessoas de fora da escola
para falar com os alunos é promover discussões internas para defi-
nir regras e o papel dos diferentes agentes da comunidade escolar
para tratar a questão do consumo de drogas entre seus alunos.

	      Esta iniciativa contribui para melhorar a convivência, dá
parâmetros claros a pais e alunos, diminui o campo das incerte-
zas numa área tão difícil de tomar decisões.

	      O modo concreto de se fazer isso pode variar, mas abai-
xo estão sugeridas algumas questões para ajudar a refletir:

    •	 Profissionais da escola podem se reunir, antes de levar a
       discussão para os alunos, produzindo um consenso mí-
       nimo sobre o assunto: Quais são as leis e regras sobre o
       fumo dentro da escola? Bebida alcoólica nas redondezas
       da escola é tolerável? E em festas promovidas pela esco-
       la? Qual é o procedimento recomendável para o educador
       que tem evidências de uso de drogas entre seus alunos,
       ou mesmo de tráfico? Para quem/onde recorrer? Quais
       serão as medidas tomadas no caso de as regras estabe-
       lecidas não serem cumpridas? O que será comunicado
       aos pais? O que será de responsabilidade da escola?


                                  19
                       Cartilha para educadores
•	 Colocar esse consenso em um documento escrito, apro-
    vado pelos profissionais da escola, mas ainda em caráter
    provisório. Isso porque ainda falta envolver pais, alunos e
    a comunidade próxima à escola nesse processo.


	      Comunidade próxima, aqui, significa bares, padarias,
pontos de taxi, bancas de jornais, papelarias e residências vizi-
nhas à escola. Essa comunidade que rodeia a escola interage
com alunos e pode, potencialmente, vender cigarros e bebidas
a seus alunos pelo simples fato de nunca ninguém da escola ter
ido lá para trocar idéias e pedir limites nessa prática. A vizinhan-
ça também pode ajudar a proteger os alunos, avisando a escola
se algum aluno estiver envolvido em uso ou comércio ilegal de
drogas, estiver sob o efeito de drogas e em risco.

	      Pesquisas têm sugerido que há uma tendência da co-
munidade escolar em ignorar o contato com a vizinhança e dei-
xar de lado aliados importantes na garantia da segurança, da
saúde e da proteção de seus alunos.

	      Serviços de saúde, clubes, associações comunitárias,
ONGs, empresas e igrejas também podem ser instituições essen-
ciais nas relações da escola com a comunidade com o objetivo de
diminuir os riscos de uso indevido de drogas pelos alunos.


•	 Consultar pais: por meio de uma reunião ou pelo correio,
    dar espaço para dúvidas, discordâncias, modificações
    que se considerem pertinentes.

                                20
                   Série: Por Dentro do Assunto
•	 Uma vez que os adultos, diretamente envolvidos na vida
   escolar dos alunos, tenham alcançado um consenso, en-
   volver os alunos nessa questão. Numa atividade em sala
   de aula ou em reuniões, o ideal seria dar espaço para
   que os jovens conheçam as regras, entendam sua lógica
   (mesmo que não concordem), saibam as consequências
   de não segui-las e possam sugerir mudanças que serão
   analisadas para verificar a conveniência e possibilidade
   de implantação.

•	 Mandar uma cópia impressa para cada família, com uma
   página destacável, que os pais e os alunos devem assinar
   e mandar de volta à escola, informando que estão cientes
   das regras em vigência. Recomendar que o restante do
   documento seja guardado como referência.

•	 Contatar a vizinhança: por exemplo, se a escola decidiu
   que não vai aceitar o ato ilegal de vender bebidas alco-
   ólicas para seus alunos menores de dezoito anos, seria
   bom avisar aos comerciantes locais desse fato, mesmo
   que seja óbvio que eles deveriam cumprir a lei. É aconse-
   lhável divulgar quem é o profissional da escola que vai fa-
   zer os contatos. Nesse caso é importante fazer parcerias
   com os Conselhos Tutelares e com o Ministério Público.




                                21
                     Cartilha para educadores
B - Promovendo um ambiente escolar saudável

	     Crianças e adolescentes respondem de modo muito in-
tenso ao ambiente em que vivem. E um dos principais ambien-
tes, nessa época da vida, é a escola.	

	     O educador que luta por uma escola que ofereça opor-
tunidades para seus alunos e funcionários crescerem, partici-
parem, exercerem sua criatividade de modo produtivo (através




                                22
                   Série: Por Dentro do Assunto
de expressão artística, por exemplo), aprenderem conteúdos
relevantes e usarem sua energia física em atividades enrique-
cedoras (como esporte) é um educador que contribui para uma
escola (e uma sociedade) com menos sofrimento e menos uso
de drogas.


    	      Identificar-se e estar satisfeito com a escola que frequenta
    constituem fatores de proteção ao uso de drogas entre adoles-
    centes (ou seja, são fatores que, quando presentes, diminuem a
    probabilidade de que o adolescente use drogas). Para que essa
    identidade e satisfação tenham chances reais de se manifestar,
    a escola precisa oferecer um ambiente que dê oportunidades aos
    alunos de criar laços afetivos e acadêmicos com a escola.

    	      Existem vários programas de prevenção nesse sentido.
    Eles são os programas mais recomendáveis quando se trata do
    ensino fundamental, até 6º ano, em geral combinados com uma
    abordagem aos pais, orientando-os sobre como criar filhos no
    mundo conturbado de hoje.



	       Outro componente importante na construção de uma es-
cola saudável é dar espaço para os alunos se expressarem, en-
volverem-se em novas propostas, compartilharem problemas e
procurarem soluções. Uma escola que inclua, congregue, contri-
bui para o desenvolvimento da auto-estima e para a percepção
de limites.

                                     23
                          Cartilha para educadores
24
Série: Por Dentro do Assunto
Na sala de aula,
                          com seus alunos

C - Reconhecendo seu papel e seus limites

	     A não ser que sua escola seja muito diferente da média, a
maioria dos seus alunos não está envolvido com drogas ilegais,
não bebe pesadamente e não fuma. Ainda, entre aqueles que
se engajam em um ou mais desses comportamentos, somente
alguns estão realmente com problemas persistentes, ou correm
o risco de apresentar esses problemas em breve.




                                 25
                      Cartilha para educadores
O quadro abaixo mostra a porcentagem de estudantes
que já fizeram uso de cada uma das drogas pelo menos uma vez
na vida. Os dados são resultado de uma pesquisa, realizada em
2004, com estudantes de ensino fundamental e médio em vinte
e sete capitais brasileiras*.


                                                      Porcentagem
    Drogas
                                                      de alunos que usaram
    Álcool                                            65,2%
    Tabaco                                            24,9%
    Solventes                                         15,5%
    Maconha                                           5,9%
    Ansiolíticos (calmantes)                          4,1%
    Anfetamínicos (estimulantes)                      3,7%




	        O trabalho do professor deve dirigir-se, prioritariamente,
ao primeiro grupo de alunos: a maioria que, tipicamente, não
usa drogas (no caso de álcool e tabaco, só experimentou ou usa
eventualmente). Esse trabalho, tecnicamente chamado preven-
ção universal, visa a aumentar as chances de que os alunos que
não usam drogas continuem não usando ou adiem o início do

*	         Dados extraídos do V Levantamento Nacional sobre o consumo de Drogas Psico-
trópicas entre estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino nas 27
capitais brasileiras, realizado pela Senad em parceria com o CEBRID.


                                        26
                           Série: Por Dentro do Assunto
uso e que, os que estão experimentando álcool e tabaco, parem
por aí e não se arrisquem mais, diminuam o consumo ou apren-
dam a evitar os riscos associados ao uso.	



   O Instituto de Medicina dos EUA propôs, em 1998, a adoção
   dos seguintes níveis de prevenção.
      •	 Prevenção universal - dirigida a um público geral,
         que não apresenta risco maior de envolvimento com
         drogas do que o esperado para a faixa etária e a cul-
         tura onde vive.
      •	 Prevenção seletiva - dirigida a grupos sociais espe-
         cíficos que apresentam maiores riscos do que a média
         de se envolverem com drogas. São exemplos: crianças
         com comportamento agressivo desde a educação in-
         fantil, filhos de dependentes de drogas, grupos sociais
         que tendem a usar drogas como parte de sua identida-
         de enquanto grupo.
      •	 Prevenção indicada - dirigida a indivíduos que já vêm
         usando substâncias, de modo arriscado, mas que não
         são dependentes.




	    Isso não significa que o professor deva ignorar alunos
com problemas com drogas, mas esse não deve ser seu foco
principal de trabalho. Esses alunos, muitas vezes, necessitam
da abordagem de um profissional especializado e o educador,
ao perceber a necessidade, pode fazer encaminhamentos para
serviços da área de saúde.

                                  27
                       Cartilha para educadores
28
Série: Por Dentro do Assunto
O que fazer e o que não fazer
para ajudar um aluno que
apresenta problemas com drogas
 	      Caso você tenha um aluno que precise de uma ajuda
 mais individual, e você esteja disposto a oferecê-la, leia abaixo
 algumas dicas de como ter uma conversa:
     •	 Coloque claramente sua preocupação com o
        comportamento dele(a), de modo calmo, dando
        exemplos bem concretos e específicos de episódios que
        você observou;
     •	 Evite fazer julgamentos, sermões; isso só vai colocar o
        estudante na defensiva e aumentar a culpa;
     •	 Enfatize que a situação em que ele se encontra só pode
        mudar, se ele assumir a responsabilidade de mudá-la;
        cabe a ele a decisão final, embora possa haver ajuda
        dos outros;
     •	 Ofereça opções de comportamentos alternativos e
        convide-o a refletir; não exija que ele se comprometa
        com nada de imediato, a não ser o de refletir sobre o
        que você falou;
     •	 Enfatize que ele(a) é capaz de mudar, que, embora
        possa parecer difícil, é possível. Começar com
        pequenos passos pode ser a melhor maneira de
        conseguir mais.




                                  29
                       Cartilha para educadores
Esta cartilha não vai fornecer uma fórmula secreta de
como trabalhar em sala de aula, até porque… essa fórmula não
existe. Mas as experiências mostram que alguns princípios e
abordagens surtem mais efeito do que outros. Veja abaixo:

    ►	Apresente informações fundamentadas sobre drogas
       de maneira isenta e honesta; sem usar exagero ou estraté-
       gias de amedrontamento. Os diferentes setores da escola
       devem ter coerência na forma de abordar as questões.

    ►	 Inclua informação realista sobre os riscos de se usar dro-
       gas, mas mencione também os benefícios de não usá-las.

    ►	 Caso vá explorar os vários motivos pelos quais as pes-
       soas usam drogas, discuta também alternativas, outras
       atividades que as pessoas poderiam ter escolhido ao in-
       vés de usar drogas.

    ►	 Não faça sermão, tente envolver seus alunos ao máximo,
       usando as opiniões e visões que eles oferecem.




                                 30
                    Série: Por Dentro do Assunto
►	 Não exagere os dados de consumo de drogas na nos-
  sa sociedade. A maioria dos nossos jovens é saudável e
  prefere se abster. Exagero só faz com que os jovens de-
  senvolvam uma visão deformada da realidade, pensando
  que se eles e seus amigos não usam drogas, é porque
  estão “por fora”; afinal os jornais, seus pais e professores
  garantem que o consumo de drogas está, cada vez mais,
  disseminado.

►	 Não generalize as informações como se todas as dro-
  gas fossem iguais, fazendo afirmações do tipo “não use
  drogas” ou “os problemas que as drogas causam”. É im-
  portante saber que, embora seja desejável que os ado-
  lescentes retardem o início do consumo, existem usos de
  algumas drogas ou medicamentos que não trazem prejuí-
  zos. Os efeitos são diferentes, o que torna necessário que
  as informações sejam dadas nomeando as drogas sobre
  as quais estamos falando.




                              31
                   Cartilha para educadores
32
Série: Por Dentro do Assunto
Melhorando a percepção
dos alunos sobre as normas de
comportamento entre os jovens:
estratégia de prevenção
    	     Pesquisas indicam que os estudantes de alto risco, atra-
    ídos pelo uso de drogas, tendem a ter uma concepção deforma-
    da da realidade. Quando convidados a estimar a proporção de
    jovens que, como eles, bebem, fumam e usam outras drogas,
    estes tendem a dar porcentagens bem mais altas do que na
    verdade as pesquisas indicam.

    	     Estudos também mostram que, quando esses estudan-
    tes são convidados a contrastar suas estimativas de consumo
    com dados reais de uso, provoca-se uma situação de discre-
    pância propiciadora de mudança. Muitos jovens, ao terem sua
    percepção da realidade “corrigida” reconsideram seu uso de
    substâncias.



	       Os programas mais efetivos são aqueles nos quais os
jovens têm a oportunidade de exercitar maneiras de lidar com
os desafios normais de sua faixa etária, como: vencer a timidez,
aprender a se comunicar, agir diante de agressões, tomar deci-
sões na vida pessoal e escolar. As pesquisas indicam que es-
ses são os motivos emocionais mais comuns para experimentar
drogas, esperando que elas aliviem a tensão que esses desafios
provocam.

                                   33
                        Cartilha para educadores
34
Série: Por Dentro do Assunto
Uma matéria diferente
na escola: competência
para viver	
 	      Vários trabalhos científicos mostram que ajudar os jo-
 vens a lidar com questões de timidez, sensibilidade extrema,
 frustração, dificuldade de se colocar diante de um grupo, dentro
 do currículo escolar, resulta numa diminuição do uso de drogas
 entre estudantes, que perdura por, pelo menos, seis anos após
 o desenvolvimento das atividades.

 	      O projeto mais exemplar nesse campo é o Life Skills
 Training (LST), (Treinamento das Habilidades de Vida) conce-
 bido na Cornell University por Gilbert Botvin e colegas. Esse
 programa convida estudantes e professores a discutir os de-
 safios afetivos e emocionais dentro da sala de aula e a tentar
 criar e exercitar formas de lidar com eles. Propõe três eixos de
 atividades, cada um focado no desenvolvimento de habilidades
 sociais distintas:



                                 35
                      Cartilha para educadores
•	 Auto gerenciamento - ajuda estudantes a analisar sua
        auto-imagem e os efeitos dela no seu comportamento,
        determinar objetivos pessoais de vida, monitorar
        progressos nesse sentido, identificar comportamentos e
        decisões cotidianas que foram influenciadas por outras
        pessoas, analisar essas situações e aprender a avaliar
        as consequências de determinados comportamentos
        antes de adotá-los;

     •	 Habilidades sociais gerais - ajuda os estudantes a
        superar a timidez e a dificuldade de se comunicar, a
        obter firmeza na comunicação verbal e não verbal, tanto
        na recusa como na aceitação de convites, assim como
        trabalhar com o reconhecimento de alternativas viáveis à
        passividade ou agressividade diante de situações difíceis.

     •	 Habilidade de resistir a drogas - ajuda os jovens
        a reconhecer os mitos e concepções equivocadas,
        disseminadas socialmente, em relação ao cigarro,
        álcool, medicamentos e drogas ilícitas, assim como lidar
        com a pressão dos meios de comunicação de massa e
        dos amigos para usá-los.


	     Adolescente tem muito orgulho de ter autonomia e idéias
próprias. Assim, embora os dados sejam unânimes em apontar
pressão de grupo como um fator importante para o início do uso
de drogas, não é aconselhável que este tema seja abordado di-
retamente. Use estratégias criativas, principalmente dando voz
aos alunos que vêem os possíveis benefícios que as drogas po-
dem trazer e preferem escolher outras formas de alcançar esses
benefícios (descontração, relaxamento, sentir-se parte da “tur-
ma”, ter coragem de paquerar).

                                 36
                    Série: Por Dentro do Assunto
Procure adaptar o seu trabalho a seu público-alvo: se você
é educador na área de esportes, por exemplo, seu trabalho de pre-
venção vai render mais entre jovens que adoram esportes (e que,
em geral, não são muito atraídos por matérias que requerem leitura
e estudo). Assim, procure adaptar sua mensagem a seu público, e
evite recomendar livros para discussão, ou aulas teóricas sobre o
assunto.	

	    Uma forma eficaz de trabalhar é desenvolver um progra-
ma específico para participantes de times esportivos da escola.

	      A idéia é simples e original: desenvolver atividades de
promoção à saúde como parte integrante dos treinamentos dos
times, com supervisão dos próprios técnicos esportivos e seus
ajudantes.

	      Esse tipo de postura tem sido chave para o sucesso de
ações preventivas: para se contrapor a uma cultura grupal de
esculpir o corpo com remédios e beber até cair depois do jogo é
preciso atuar no próprio palco onde essa sub-cultura é construí-
da - nas quadras, nos treinos.

	     É necessário escolher adultos apropriados para trabalhar
com esses jovens. Para estudantes atletas, que, muitas vezes,
pouco valorizam o currículo formal, pedir para o professor de
Ciências trabalhar o problema na sua disciplina seria possivel-
mente inócuo (senão contraproducente).




                                  37
                       Cartilha para educadores
Palavras finais
	     Para abordar a questão das drogas e desenvolver ações
de prevenção na escola, é necessário ter um planejamento que
envolva os diferentes segmentos, incluindo coordenadores, pro-
fessores, pais, funcionários, estudantes e comunidade.

	     O trabalho deve ser desenvolvido durante todo o proces-
so escolar, por meio de métodos interativos, integrados ao currí-
culo, e que promovam a saúde.




                                 38
                    Série: Por Dentro do Assunto
Recursos comunitários

	      Apresentamos, abaixo, algumas indicações de institui-
ções públicas, privadas e órgãos não-governamentais das quais
você poderá dispor na sua cidade ou região caso queira obter
maiores informações sobre o assunto abordado nesta cartilha.


Secretaria Nacional de
Políticas Sobre Drogas - SENAD
    •	 SENAD
       Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Anexo II, 2º andar, sala
       207. Brasília DF. CEP 70064-900
       www.senad.gov.br

    •	 Central de Atendimento VIVA VOZ
       0800 510 0015
       http://psicoativas.ufcspa.edu.br/vivavoz/index.php

    •	 Observatório Brasileiro de Informações
       Sobre Drogas - OBID
       www.obid.senad.gov.br

       No Observatório Brasileiro de informações sobre Drogas
(OBID) você vai encontrar muitas informações importantes: contatos
de locais para tratamento em todo o país, instituições que fazem
prevenção, grupos de ajuda-mútua e outros recursos comunitários.
São disponibilizadas, ainda, informações atualizadas sobre drogas,
cursos, palestras e eventos.

                                    39
                         Cartilha para educadores
Dentro do OBID, há dois sites específicos voltados para os
jovens: Mundo Jovem e Jovem sem Tabaco, além de uma relação
de links para outros sites que irão ampliar o seu conhecimento.

   •	 Mundo Jovem
      www.obid.senad.gov.br/portais/mundojovem

   •	 Jovem sem Tabaco
      www.obid.senad.gov.br/portais/jovemsemtabaco


Outras Referências
   •	 Ministério da Saúde
      www.saude.gov.br
      Disque Saúde: 0800 61 1997

   •	 Centros de Atenção Psicossocial - CAPS
      www.saude.gov.br
      Disque Saúde: 0800 61 1997

   •	 Programa Nacional de DST e AIDS
      www.aids.gov.br

   •	 Secretaria Nacional da Juventude- SNJ
      Contatos: juventudenacional@planalto.gov.br
      Tel.: (61) 3411- 1160

   •	 Conselhos Estaduais sobre Drogas
      Para saber o endereço dos Conselhos do seu estado consulte
      o site: www.obid.senad.gov.br

   •	 Conselhos Municipais sobre Drogas
      Para saber o endereço dos Conselhos do seu município
      consulte o site: www.obid.senad.gov.br


                                 40
                    Série: Por Dentro do Assunto
•	 Canal Kids
    www.canalkids.com.br

 •	 Agência de Notícias dos Direitos da Infância
    www.andi.org.br

 •	 Instituto Nacional do Câncer – INCA e Programa Nacional
    de Controle do Tabagismo
    Central de Atendimento: 0800 61 1997
    www.inca.gov.br
    www.inca.gov.br/tabagismo


Grupos de auto-ajuda
 •	 Alcoólicos Anônimos - AA
    www.alcoolicosanonimos.org.br
    Central de Atendimento 24 horas: (11) 3315 9333
    Caixa Postal 580 CEP 01060-970 - São Paulo

 •	 AL-ANON E ALATEEN (Para familiares e amigos de
    alcoólicos)
    www.al-anon.org.br

 •	 Amor-exigente (Para pais e familiares de usuários de drogas)
    www.amorexigente.org.br

 •	 Associação Brasileira de Terapia Comunitária -
    ABRATECOM
    www.abratecom.org.br

 •	 Grupos Familiares - NAR - ANON (Grupos para familiares e
    amigos de usuários de drogas)
    www.naranon.org.br



                                41
                     Cartilha para educadores
•	 Narcóticos Anônimos – NA
      www.na.org.br

   •	 Pastoral da Sobriedade
      www.sobriedade.org.br

   •	 Liga de Apoio ao Abandono do Cigarro
      www.vidasemcigarro.8m.com



Leituras que ajudam

Série de publicações disponibilizadas pela Senad:
As publicações listadas abaixo são distribuídas gratuitamente e
enviadas pelos Correios. Podem ser solicitadas no site da SENAD
(www.senad.gov.br) ou pelo telefone do serviço VIVA VOZ. Estão
também disponíveis no portal do OBID (www.obid.senad.gov.br) para
download.

   •	 Cartilhas da Série Por Dentro do Assunto.
      Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2010

   •	 Glossário de Álcool e Drogas.
      Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2010

   •	 Livreto Informativo sobre Drogas Psicotrópicas.
      Leitura recomendada para alunos a partir do 7º ano do ensino
      fundamental. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas
      - SENAD e Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas -
      CEBRID, 2010




                                   42
                      Série: Por Dentro do Assunto
Outras referências de leituras
 •	 123 Respostas Sobre Drogas -
    Coleção Diálogo na Sala de Aula.
    Içami Tiba. São Paulo: Editora Scipione, 2003.

 •	 Admirável Mundo Novo.
    Aldous Huxley. São Paulo: Globo, 2001.

 •	 Adolescência e drogas.
    Ilana Pinsky, Marco Antônio Bessa (orgs). São Paulo:
    Contexto, 2004.

 •	 Anjos caídos - Como prevenir e eliminar as
    drogas na vida do adolescente.
    Içami Tiba. São Paulo: Gente, 1999.

 •	 A Saúde mental do jovem brasileiro.
    Bacy Fleitlich-Bilyk, Enio Roberto de Andrade, Sandra
    Scivoletto, Vanessa Dentzien Pinzon. São Paulo: Edições
    Inteligentes, 2004.

 •	 Conversando sobre drogas.
    Ronaldo Ribeiro Jacobina, Antonio Nery Filho, Salvador:
    Edufba, 1999.

 •	 Cuidando da Pessoa com Problemas Relacionados com
    Álcool e Outras Drogas - Coleção Guia para Família. v. 1.
    Selma de Lourdes Bordin; Marine Meyer; Sérgio Nicastri; Ellen
    Burd Nisenbaum e Marcelo Ribeiro. São Paulo: Atheneu, 2004.

 •	 Desafio da convivência - Pais e Filhos.
    Lídia Rosenberg Aratangy. São Paulo: Gente, 1998.

 •	 Depois Daquela Viagem: Diário de Bordo de uma Jovem
    que Aprendeu a Viver com Aids.
    Valeria Piassa Polizzi. São Paulo: Ática, 2003.

                                 43
                      Cartilha para educadores
•	 Doces Venenos: Conversas e desconversas sobre drogas.
   Lídia Rosenberg Aratangy. São Paulo: Olho D’ Água, 1991.

•	 Drogas - mitos e verdades.
   Beatriz Carlini Cotrim. São Paulo: Ática, 1998.

•	 Drogas, Prevenção e Tratamento - O que você queria saber
   sobre drogas e não tinha a quem perguntar.
   Daniela Maluf e cols. São Paulo: Cia Editora, 2002.

•	 Esmeralda - Por que não dancei.
   Esmeralda do Carmo Ortiz. São Paulo: Editora Senac, 2001.

•	 Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituída.
   Kai Herman. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

•	 Liberdade é poder decidir.
   Maria de Lurdes Zemel e Maria Elisa de Lamboy.
   São Paulo: FTD, 2000.

•	 O que é toxicomania.
   Jandira Masur. São Paulo: Brasiliense, 1986.

•	 O Vencedor.
   Frei Betto. São Paulo: Ática, 2000.

•	 Pais e Filhos - companheiros de Viagem.
   Roberto Shinyashiki. São Paulo: Gente, 1992.

•	 Satisfaçam minha curiosidade - Drogas.
   Susana Leote. São Paulo: Impala Editores, 2003.

•	 Tabebuias: ou Histórias Reais daqueles que se livraram
   das drogas na Fazenda da Esperança.
   Christiane Suplicy Teixeira. São Paulo: Cidade Nova, 2001.




                               44
                  Série: Por Dentro do Assunto
Filmes sobre o tema
 •	 28 dias, 2000.
    Direção: Betty Thomas

 •	 A corrente do bem, 2000.
    Direção: Mini Leder

 •	 Bicho de sete cabeças, 2000.
    Direção: Laís Bodanzky

 •	 Coisas que perdemos pelo Caminho, 2007.
    Direção: Susanne Bier

 •	 Diário de um adolescente, 1995.
    Direção: Scott Kalvert

 •	 Despedida em Las Vegas, 1996.
    Direção: Mike Figgis

 •	 	 ntre os Muros da Escola, 2008.
    E
    Direção: Laurent Cantet

 •	 Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituída, 1981.
    Direção: Uli Edel

 •	 Ironweed, 1987.
    Direção: Hector Babenco

 •	 La Luna, 1979.
    Direção: Bernardo Bertolucci

 •	 Maria cheia de graça, 2004.
    Direção: Joshua Marston

 •	 Meu nome não é Johnny, 2008.
    Direção: Mauro Lima



                                45
                     Cartilha para educadores
•	 Notícias de uma guerra particular, 1999.
   Direção: João Moreira Salles e Kátia Lund

•	 O Informante, 1999.
   Direção: Michael Mann

•	 Por volta da meia noite, 1986.
   Direção: Bertrand Tavernier

•	 Quando um homem ama uma mulher, 1994.
   Direção: Luis Mandoki

•	 Ray, 2004.
   Direção: Taylor Hackford

•	 Réquiem para um sonho, 2000.
   Direção: Darren Aronofsky

•	 Todos os corações do mundo, 1995.
   Direção: Murillo Salles




                              46
                 Série: Por Dentro do Assunto
Cartilha educadores   drogas
O QUE É O VIVAVOZ ?
O VIVAVOZ é uma central telefônica de orientações e informações sobre a
prevenção do uso indevido de drogas. O telefonema é gratuito e o atendi-
mento é sigiloso. A pessoa não precisa se identificar.

É BOM FALAR COM QUEM ENTENDE
•	 O atendimento é realizado por consultores capacitados e supervisionados
   por profissionais, mestres e doutores, da área da saúde
•	 Os profissionais indicam locais para tratamento
•	 Oferecem aconselhamento por meio de intervenção breve para pessoas
   que usam drogas e seus familiares
•	 Prestam informações científicas sobre drogas
•	 O horário de funcionamento: segunda a sexta, das 8h às 24h


O VIVAVOZ é resultado de uma parceria entre a Secretaria Nacional de Polí-
ticas sobre Drogas - SENAD e a Universidade Federal de Ciências de Saúde
de Porto Alegre. Após 4 anos de funcionamento, os resultados positivos e a
demanda do público para o teleatendimento apontaram para a necessidade
de ampliação do serviço. Para isto, uma parceria com o Programa Nacional
de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), do Ministério da Justiça,
permitiu a ampliação do período de atendimento.


                                    48
                       Série: Por Dentro do Assunto
DROGAS
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  • 4. Presidenta da República Dilma Rousseff Vice-Presidente da República Michel Temer Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo Secretária Nacional de Políticas sobre Drogas Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte
  • 5. Presidência da República Ministério da Justiça Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas Drogas: Cartilha para educadores 2ª edição - reimpressão Brasília, DF - 2011
  • 6. Conteúdo e Texto original Beatriz H. Carlini, MPH, PhD Adaptação para esta edição Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas Copyright © 2011 Secretaria Nacional de Projeto Gráfico Políticas sobre Drogas Lew Lara Disponível em: www.senad.gov.br Tiragem:50.000 exemplares Ilustração Impresso no Brasil Toninho Euzébio 2ª Edição - reimpressão Diagramação Secretaria Nacional de Ponto Dois Design Gráfico Políticas sobre Drogas Bruno Soares Endereço para correspondência: Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Anexo II, 2º andar, sala 207. Brasília DF. CEP 70064-900 Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP) B823l Brasil. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD). Drogas: cartilha para educadores / Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD); conteúdo e texto original: Beatriz H. Carlini. -- 2. ed., reimpr. – Brasília : Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2011. 48 p. : il., color. - (Série Por dentro do assunto) 1. Entorpecente. 2. Toxicologia. 3. Toxicomania I. Carlini, Beatriz H. II. Título. III. Ministério da Justiça. III. Série CDD 362.29
  • 7. Apresentação Os novos tempos de governo, marcados pela ênfase na participação social e na organização da sociedade, valori- zam a descentralização das ações relacionadas à prevenção do uso de drogas e à atenção e reinserção social de usuários e dependentes. No desenvolvimento de seu papel de coordenação e arti- culação de ações voltadas a esses temas, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas apresenta a Série “Por Dentro do As- sunto”, com o objetivo de socializar conhecimentos dirigidos a públicos específicos. Esta série, construída com base nas necessidades ex- pressas por múltiplos setores da população e em conhecimen- tos científicos atualizados, procura apresentar as questões de forma leve, informal e interativa com os leitores. A iniciativa é norteada pela crença de que o encaminha- mento dos temas de interesse social só será efetivo com a alian- ça entre as ações do poder público e a sabedoria e o empenho de cada pessoa e de cada comunidade. Acreditamos estar, dessa forma, contribuindo com a nossa parte. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas
  • 8. 6 Série: Por Dentro do Assunto
  • 9. Cartilha para educadores Educadores de ensino fundamental e médio são, cada vez mais, cobrados pelos pais de alunos, direção da escola e pela opinião pública para abordarem a questão das drogas em sala de aula, e para saberem lidar de modo efetivo com alunos que necessitam atenção especial nessa questão. Se você é um desses educadores sob pressão, sabe que a tarefa não é fácil. E que, na maioria dos casos, você e seus colegas estão fazendo o que é possível, sem que tenham opor- tunidade de realmente planejar ações e discutir projetos mais estruturados na área. Esta cartilha se propõe a oferecer subsídios teóricos e práticos para que seus esforços sejam mais alinhados com o que as pesquisas científicas têm apontado como mais eficaz no campo da prevenção do consumo de drogas na escola. 7 Cartilha para educadores
  • 10. 8 Série: Por Dentro do Assunto
  • 11. Faça as pazes com você mesmo(a) Parte da ansiedade do educador sobre o que fazer em sala de aula e na escola como um todo, quando o assunto é drogas, vem do fato de que esse tópico não fez parte de sua formação profissional, é um conteúdo completamente ignorado na maioria dos cursos que habilitam educadores. Mesmo as- sim, é frequente se observar educadores sentindo-se culpados, tentando explicar, meio na defensiva, o fato de não terem muito claro o que fazer com esse assunto. Uma primeira consideração a fazer sobre a questão de como lidar com o tema drogas no seu cotidiano profissional é estar ciente de que a falta de clareza sobre como agir não é fruto de uma dificuldade pessoal sua ou de problemas na sua forma- ção acadêmica, mas o retrato não retocado de uma realidade que todos gostaríamos que fosse diferente. Admitido esse fato, não há porque se defender da pres- são para que você “faça alguma coisa”, organizando atividades nas quais você não acredita. Exemplo disso são as palestras que, uma vez por ano, alertam para os perigos das drogas, mas não conseguem estabelecer um diálogo realmente franco com os adolescentes. 9 Cartilha para educadores
  • 12. 10 Série: Por Dentro do Assunto
  • 13. Palestras: se não der para evitar, tente melhorá-las Há pouca polêmica entre cientistas que fazem pesquisa so- bre prevenção: convidar palestrantes, uma ou duas vezes por ano, para falarem na escola não tem o menor efeito na mudança de comportamento, ou mesmo de visão dos estudantes em relação às drogas. O principal efeito dessas iniciativas é apaziguar a consciên- cia dos adultos, que pensam que estão fazendo algo positivo. Mas, às vezes, por mais que você argumente que esses eventos não valem a pena, eles vão ocorrer. Aqui vão algumas dicas para que as palestras não sejam esforço, dinheiro e tempo completamente perdidos: • Prepare seus alunos primeiro: envolva-os em discussões de grupo para organizar dúvidas e comentários, fazer depoimentos ou analisar artigos de jornais ou revistas. Estimule o pensamento crítico em relação ao assunto nessas discussões. Muitos adolescentes só vão ser sinceros se houver estímulo e sensação de que eles serão aceitos mesmo se tiverem opiniões diferentes. • Depois da palestra, faça uma discussão em classe e convide-os a escrever um parágrafo de crítica do evento, analisando os pontos positivos e negativos. Uma idéia é que eles escrevam sem ter que assinar o nome e que troquem as críticas entre si. Eles poderão ler o que acharam do evento com sinceridade, sem medo de ter sua identidade revelada. • O deboche deve ser tratado com neutralidade, mas críticas bem construídas são dignas de respostas. Tente envolver os alunos na procura de respostas. 11 Cartilha para educadores
  • 14. 12 Série: Por Dentro do Assunto
  • 15. O ideal e a realidade Além do desconforto de ser acusado de não ter o co- nhecimento que não lhe foi oferecido, o educador enfrenta uma série de desafios. Todos sabemos que o professor não é pai, nem mãe, polícia ou médico. Mas na prática, muitas vezes, o educador vai responder a situações que lembram esses papéis sociais. O professor é modelo de referência para o jovem e, como tal, seria desejável que não bebesse, não fumasse, tivesse ali- mentação adequada, se exercitasse regularmente, fosse ponde- rado, justo e bem disposto. Mas na prática… bem, na prática to- dos nós, adultos, batalhamos para ser seres humanos melhores, mas continuamos fumando e comendo muito, comportamentos que são em geral visíveis aos alunos. 13 Cartilha para educadores
  • 16. 14 Série: Por Dentro do Assunto
  • 17. Como posso abordar a questão das drogas com meus alunos se sou fumante? Adolescentes não vão poupar um professor que prega uma vida saudável e não consegue manter sua própria saúde. Os comentários são bem previsíveis: “como é que ele(a) quer discutir vida saudável e uso de drogas se, quando sai da escola, corre para acender um cigarro?” As pesquisas sugerem que há uma saída, tanto para pais como para professores tabagistas: admitir o uso e contar as dificuldades para mudar. Compartilhar a trajetória e dizer que teria sido bom se tivesse oportunidade de repensar seu hábito de fumar antes de ter se tornado dependente, etc. Se esse é o seu caso, tente. Não fique na defensiva, tentando esconder o óbvio. Você pode ter surpresas boas. Ciente desse fosso entre o que é possível e o que é de- sejável, esta cartilha descreve princípios de prevenção e ofe- rece algumas reflexões sobre como agir mesmo que a preven- ção ideal esteja longe de ser alcançada. O objetivo é convidar o educador a agir, tirá-lo da dificuldade causada por não poder oferecer o projeto exemplar. Como diz o ditado: “Evite tornar o ótimo o maior inimigo do bom”. 15 Cartilha para educadores
  • 18. 16 Série: Por Dentro do Assunto
  • 19. Prevenção ao abuso de drogas na escola: o que você pode fazer? O educador pode contribuir para prevenir o abuso de dro- gas entre adolescentes de duas formas básicas: incentivando a reflexão e a adoção de medidas na própria escola onde trabalha e atuando diretamente com seus alunos, na sala de aula. 17 Cartilha para educadores
  • 20. 18 Série: Por Dentro do Assunto
  • 21. Trabalhando com a escola A - Criando regras claras de convivência Muito mais eficaz do que trazer pessoas de fora da escola para falar com os alunos é promover discussões internas para defi- nir regras e o papel dos diferentes agentes da comunidade escolar para tratar a questão do consumo de drogas entre seus alunos. Esta iniciativa contribui para melhorar a convivência, dá parâmetros claros a pais e alunos, diminui o campo das incerte- zas numa área tão difícil de tomar decisões. O modo concreto de se fazer isso pode variar, mas abai- xo estão sugeridas algumas questões para ajudar a refletir: • Profissionais da escola podem se reunir, antes de levar a discussão para os alunos, produzindo um consenso mí- nimo sobre o assunto: Quais são as leis e regras sobre o fumo dentro da escola? Bebida alcoólica nas redondezas da escola é tolerável? E em festas promovidas pela esco- la? Qual é o procedimento recomendável para o educador que tem evidências de uso de drogas entre seus alunos, ou mesmo de tráfico? Para quem/onde recorrer? Quais serão as medidas tomadas no caso de as regras estabe- lecidas não serem cumpridas? O que será comunicado aos pais? O que será de responsabilidade da escola? 19 Cartilha para educadores
  • 22. • Colocar esse consenso em um documento escrito, apro- vado pelos profissionais da escola, mas ainda em caráter provisório. Isso porque ainda falta envolver pais, alunos e a comunidade próxima à escola nesse processo. Comunidade próxima, aqui, significa bares, padarias, pontos de taxi, bancas de jornais, papelarias e residências vizi- nhas à escola. Essa comunidade que rodeia a escola interage com alunos e pode, potencialmente, vender cigarros e bebidas a seus alunos pelo simples fato de nunca ninguém da escola ter ido lá para trocar idéias e pedir limites nessa prática. A vizinhan- ça também pode ajudar a proteger os alunos, avisando a escola se algum aluno estiver envolvido em uso ou comércio ilegal de drogas, estiver sob o efeito de drogas e em risco. Pesquisas têm sugerido que há uma tendência da co- munidade escolar em ignorar o contato com a vizinhança e dei- xar de lado aliados importantes na garantia da segurança, da saúde e da proteção de seus alunos. Serviços de saúde, clubes, associações comunitárias, ONGs, empresas e igrejas também podem ser instituições essen- ciais nas relações da escola com a comunidade com o objetivo de diminuir os riscos de uso indevido de drogas pelos alunos. • Consultar pais: por meio de uma reunião ou pelo correio, dar espaço para dúvidas, discordâncias, modificações que se considerem pertinentes. 20 Série: Por Dentro do Assunto
  • 23. • Uma vez que os adultos, diretamente envolvidos na vida escolar dos alunos, tenham alcançado um consenso, en- volver os alunos nessa questão. Numa atividade em sala de aula ou em reuniões, o ideal seria dar espaço para que os jovens conheçam as regras, entendam sua lógica (mesmo que não concordem), saibam as consequências de não segui-las e possam sugerir mudanças que serão analisadas para verificar a conveniência e possibilidade de implantação. • Mandar uma cópia impressa para cada família, com uma página destacável, que os pais e os alunos devem assinar e mandar de volta à escola, informando que estão cientes das regras em vigência. Recomendar que o restante do documento seja guardado como referência. • Contatar a vizinhança: por exemplo, se a escola decidiu que não vai aceitar o ato ilegal de vender bebidas alco- ólicas para seus alunos menores de dezoito anos, seria bom avisar aos comerciantes locais desse fato, mesmo que seja óbvio que eles deveriam cumprir a lei. É aconse- lhável divulgar quem é o profissional da escola que vai fa- zer os contatos. Nesse caso é importante fazer parcerias com os Conselhos Tutelares e com o Ministério Público. 21 Cartilha para educadores
  • 24. B - Promovendo um ambiente escolar saudável Crianças e adolescentes respondem de modo muito in- tenso ao ambiente em que vivem. E um dos principais ambien- tes, nessa época da vida, é a escola. O educador que luta por uma escola que ofereça opor- tunidades para seus alunos e funcionários crescerem, partici- parem, exercerem sua criatividade de modo produtivo (através 22 Série: Por Dentro do Assunto
  • 25. de expressão artística, por exemplo), aprenderem conteúdos relevantes e usarem sua energia física em atividades enrique- cedoras (como esporte) é um educador que contribui para uma escola (e uma sociedade) com menos sofrimento e menos uso de drogas. Identificar-se e estar satisfeito com a escola que frequenta constituem fatores de proteção ao uso de drogas entre adoles- centes (ou seja, são fatores que, quando presentes, diminuem a probabilidade de que o adolescente use drogas). Para que essa identidade e satisfação tenham chances reais de se manifestar, a escola precisa oferecer um ambiente que dê oportunidades aos alunos de criar laços afetivos e acadêmicos com a escola. Existem vários programas de prevenção nesse sentido. Eles são os programas mais recomendáveis quando se trata do ensino fundamental, até 6º ano, em geral combinados com uma abordagem aos pais, orientando-os sobre como criar filhos no mundo conturbado de hoje. Outro componente importante na construção de uma es- cola saudável é dar espaço para os alunos se expressarem, en- volverem-se em novas propostas, compartilharem problemas e procurarem soluções. Uma escola que inclua, congregue, contri- bui para o desenvolvimento da auto-estima e para a percepção de limites. 23 Cartilha para educadores
  • 26. 24 Série: Por Dentro do Assunto
  • 27. Na sala de aula, com seus alunos C - Reconhecendo seu papel e seus limites A não ser que sua escola seja muito diferente da média, a maioria dos seus alunos não está envolvido com drogas ilegais, não bebe pesadamente e não fuma. Ainda, entre aqueles que se engajam em um ou mais desses comportamentos, somente alguns estão realmente com problemas persistentes, ou correm o risco de apresentar esses problemas em breve. 25 Cartilha para educadores
  • 28. O quadro abaixo mostra a porcentagem de estudantes que já fizeram uso de cada uma das drogas pelo menos uma vez na vida. Os dados são resultado de uma pesquisa, realizada em 2004, com estudantes de ensino fundamental e médio em vinte e sete capitais brasileiras*. Porcentagem Drogas de alunos que usaram Álcool 65,2% Tabaco 24,9% Solventes 15,5% Maconha 5,9% Ansiolíticos (calmantes) 4,1% Anfetamínicos (estimulantes) 3,7% O trabalho do professor deve dirigir-se, prioritariamente, ao primeiro grupo de alunos: a maioria que, tipicamente, não usa drogas (no caso de álcool e tabaco, só experimentou ou usa eventualmente). Esse trabalho, tecnicamente chamado preven- ção universal, visa a aumentar as chances de que os alunos que não usam drogas continuem não usando ou adiem o início do * Dados extraídos do V Levantamento Nacional sobre o consumo de Drogas Psico- trópicas entre estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino nas 27 capitais brasileiras, realizado pela Senad em parceria com o CEBRID. 26 Série: Por Dentro do Assunto
  • 29. uso e que, os que estão experimentando álcool e tabaco, parem por aí e não se arrisquem mais, diminuam o consumo ou apren- dam a evitar os riscos associados ao uso. O Instituto de Medicina dos EUA propôs, em 1998, a adoção dos seguintes níveis de prevenção. • Prevenção universal - dirigida a um público geral, que não apresenta risco maior de envolvimento com drogas do que o esperado para a faixa etária e a cul- tura onde vive. • Prevenção seletiva - dirigida a grupos sociais espe- cíficos que apresentam maiores riscos do que a média de se envolverem com drogas. São exemplos: crianças com comportamento agressivo desde a educação in- fantil, filhos de dependentes de drogas, grupos sociais que tendem a usar drogas como parte de sua identida- de enquanto grupo. • Prevenção indicada - dirigida a indivíduos que já vêm usando substâncias, de modo arriscado, mas que não são dependentes. Isso não significa que o professor deva ignorar alunos com problemas com drogas, mas esse não deve ser seu foco principal de trabalho. Esses alunos, muitas vezes, necessitam da abordagem de um profissional especializado e o educador, ao perceber a necessidade, pode fazer encaminhamentos para serviços da área de saúde. 27 Cartilha para educadores
  • 30. 28 Série: Por Dentro do Assunto
  • 31. O que fazer e o que não fazer para ajudar um aluno que apresenta problemas com drogas Caso você tenha um aluno que precise de uma ajuda mais individual, e você esteja disposto a oferecê-la, leia abaixo algumas dicas de como ter uma conversa: • Coloque claramente sua preocupação com o comportamento dele(a), de modo calmo, dando exemplos bem concretos e específicos de episódios que você observou; • Evite fazer julgamentos, sermões; isso só vai colocar o estudante na defensiva e aumentar a culpa; • Enfatize que a situação em que ele se encontra só pode mudar, se ele assumir a responsabilidade de mudá-la; cabe a ele a decisão final, embora possa haver ajuda dos outros; • Ofereça opções de comportamentos alternativos e convide-o a refletir; não exija que ele se comprometa com nada de imediato, a não ser o de refletir sobre o que você falou; • Enfatize que ele(a) é capaz de mudar, que, embora possa parecer difícil, é possível. Começar com pequenos passos pode ser a melhor maneira de conseguir mais. 29 Cartilha para educadores
  • 32. Esta cartilha não vai fornecer uma fórmula secreta de como trabalhar em sala de aula, até porque… essa fórmula não existe. Mas as experiências mostram que alguns princípios e abordagens surtem mais efeito do que outros. Veja abaixo: ► Apresente informações fundamentadas sobre drogas de maneira isenta e honesta; sem usar exagero ou estraté- gias de amedrontamento. Os diferentes setores da escola devem ter coerência na forma de abordar as questões. ► Inclua informação realista sobre os riscos de se usar dro- gas, mas mencione também os benefícios de não usá-las. ► Caso vá explorar os vários motivos pelos quais as pes- soas usam drogas, discuta também alternativas, outras atividades que as pessoas poderiam ter escolhido ao in- vés de usar drogas. ► Não faça sermão, tente envolver seus alunos ao máximo, usando as opiniões e visões que eles oferecem. 30 Série: Por Dentro do Assunto
  • 33. ► Não exagere os dados de consumo de drogas na nos- sa sociedade. A maioria dos nossos jovens é saudável e prefere se abster. Exagero só faz com que os jovens de- senvolvam uma visão deformada da realidade, pensando que se eles e seus amigos não usam drogas, é porque estão “por fora”; afinal os jornais, seus pais e professores garantem que o consumo de drogas está, cada vez mais, disseminado. ► Não generalize as informações como se todas as dro- gas fossem iguais, fazendo afirmações do tipo “não use drogas” ou “os problemas que as drogas causam”. É im- portante saber que, embora seja desejável que os ado- lescentes retardem o início do consumo, existem usos de algumas drogas ou medicamentos que não trazem prejuí- zos. Os efeitos são diferentes, o que torna necessário que as informações sejam dadas nomeando as drogas sobre as quais estamos falando. 31 Cartilha para educadores
  • 34. 32 Série: Por Dentro do Assunto
  • 35. Melhorando a percepção dos alunos sobre as normas de comportamento entre os jovens: estratégia de prevenção Pesquisas indicam que os estudantes de alto risco, atra- ídos pelo uso de drogas, tendem a ter uma concepção deforma- da da realidade. Quando convidados a estimar a proporção de jovens que, como eles, bebem, fumam e usam outras drogas, estes tendem a dar porcentagens bem mais altas do que na verdade as pesquisas indicam. Estudos também mostram que, quando esses estudan- tes são convidados a contrastar suas estimativas de consumo com dados reais de uso, provoca-se uma situação de discre- pância propiciadora de mudança. Muitos jovens, ao terem sua percepção da realidade “corrigida” reconsideram seu uso de substâncias. Os programas mais efetivos são aqueles nos quais os jovens têm a oportunidade de exercitar maneiras de lidar com os desafios normais de sua faixa etária, como: vencer a timidez, aprender a se comunicar, agir diante de agressões, tomar deci- sões na vida pessoal e escolar. As pesquisas indicam que es- ses são os motivos emocionais mais comuns para experimentar drogas, esperando que elas aliviem a tensão que esses desafios provocam. 33 Cartilha para educadores
  • 36. 34 Série: Por Dentro do Assunto
  • 37. Uma matéria diferente na escola: competência para viver Vários trabalhos científicos mostram que ajudar os jo- vens a lidar com questões de timidez, sensibilidade extrema, frustração, dificuldade de se colocar diante de um grupo, dentro do currículo escolar, resulta numa diminuição do uso de drogas entre estudantes, que perdura por, pelo menos, seis anos após o desenvolvimento das atividades. O projeto mais exemplar nesse campo é o Life Skills Training (LST), (Treinamento das Habilidades de Vida) conce- bido na Cornell University por Gilbert Botvin e colegas. Esse programa convida estudantes e professores a discutir os de- safios afetivos e emocionais dentro da sala de aula e a tentar criar e exercitar formas de lidar com eles. Propõe três eixos de atividades, cada um focado no desenvolvimento de habilidades sociais distintas: 35 Cartilha para educadores
  • 38. • Auto gerenciamento - ajuda estudantes a analisar sua auto-imagem e os efeitos dela no seu comportamento, determinar objetivos pessoais de vida, monitorar progressos nesse sentido, identificar comportamentos e decisões cotidianas que foram influenciadas por outras pessoas, analisar essas situações e aprender a avaliar as consequências de determinados comportamentos antes de adotá-los; • Habilidades sociais gerais - ajuda os estudantes a superar a timidez e a dificuldade de se comunicar, a obter firmeza na comunicação verbal e não verbal, tanto na recusa como na aceitação de convites, assim como trabalhar com o reconhecimento de alternativas viáveis à passividade ou agressividade diante de situações difíceis. • Habilidade de resistir a drogas - ajuda os jovens a reconhecer os mitos e concepções equivocadas, disseminadas socialmente, em relação ao cigarro, álcool, medicamentos e drogas ilícitas, assim como lidar com a pressão dos meios de comunicação de massa e dos amigos para usá-los. Adolescente tem muito orgulho de ter autonomia e idéias próprias. Assim, embora os dados sejam unânimes em apontar pressão de grupo como um fator importante para o início do uso de drogas, não é aconselhável que este tema seja abordado di- retamente. Use estratégias criativas, principalmente dando voz aos alunos que vêem os possíveis benefícios que as drogas po- dem trazer e preferem escolher outras formas de alcançar esses benefícios (descontração, relaxamento, sentir-se parte da “tur- ma”, ter coragem de paquerar). 36 Série: Por Dentro do Assunto
  • 39. Procure adaptar o seu trabalho a seu público-alvo: se você é educador na área de esportes, por exemplo, seu trabalho de pre- venção vai render mais entre jovens que adoram esportes (e que, em geral, não são muito atraídos por matérias que requerem leitura e estudo). Assim, procure adaptar sua mensagem a seu público, e evite recomendar livros para discussão, ou aulas teóricas sobre o assunto. Uma forma eficaz de trabalhar é desenvolver um progra- ma específico para participantes de times esportivos da escola. A idéia é simples e original: desenvolver atividades de promoção à saúde como parte integrante dos treinamentos dos times, com supervisão dos próprios técnicos esportivos e seus ajudantes. Esse tipo de postura tem sido chave para o sucesso de ações preventivas: para se contrapor a uma cultura grupal de esculpir o corpo com remédios e beber até cair depois do jogo é preciso atuar no próprio palco onde essa sub-cultura é construí- da - nas quadras, nos treinos. É necessário escolher adultos apropriados para trabalhar com esses jovens. Para estudantes atletas, que, muitas vezes, pouco valorizam o currículo formal, pedir para o professor de Ciências trabalhar o problema na sua disciplina seria possivel- mente inócuo (senão contraproducente). 37 Cartilha para educadores
  • 40. Palavras finais Para abordar a questão das drogas e desenvolver ações de prevenção na escola, é necessário ter um planejamento que envolva os diferentes segmentos, incluindo coordenadores, pro- fessores, pais, funcionários, estudantes e comunidade. O trabalho deve ser desenvolvido durante todo o proces- so escolar, por meio de métodos interativos, integrados ao currí- culo, e que promovam a saúde. 38 Série: Por Dentro do Assunto
  • 41. Recursos comunitários Apresentamos, abaixo, algumas indicações de institui- ções públicas, privadas e órgãos não-governamentais das quais você poderá dispor na sua cidade ou região caso queira obter maiores informações sobre o assunto abordado nesta cartilha. Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas - SENAD • SENAD Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Anexo II, 2º andar, sala 207. Brasília DF. CEP 70064-900 www.senad.gov.br • Central de Atendimento VIVA VOZ 0800 510 0015 http://psicoativas.ufcspa.edu.br/vivavoz/index.php • Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas - OBID www.obid.senad.gov.br No Observatório Brasileiro de informações sobre Drogas (OBID) você vai encontrar muitas informações importantes: contatos de locais para tratamento em todo o país, instituições que fazem prevenção, grupos de ajuda-mútua e outros recursos comunitários. São disponibilizadas, ainda, informações atualizadas sobre drogas, cursos, palestras e eventos. 39 Cartilha para educadores
  • 42. Dentro do OBID, há dois sites específicos voltados para os jovens: Mundo Jovem e Jovem sem Tabaco, além de uma relação de links para outros sites que irão ampliar o seu conhecimento. • Mundo Jovem www.obid.senad.gov.br/portais/mundojovem • Jovem sem Tabaco www.obid.senad.gov.br/portais/jovemsemtabaco Outras Referências • Ministério da Saúde www.saude.gov.br Disque Saúde: 0800 61 1997 • Centros de Atenção Psicossocial - CAPS www.saude.gov.br Disque Saúde: 0800 61 1997 • Programa Nacional de DST e AIDS www.aids.gov.br • Secretaria Nacional da Juventude- SNJ Contatos: juventudenacional@planalto.gov.br Tel.: (61) 3411- 1160 • Conselhos Estaduais sobre Drogas Para saber o endereço dos Conselhos do seu estado consulte o site: www.obid.senad.gov.br • Conselhos Municipais sobre Drogas Para saber o endereço dos Conselhos do seu município consulte o site: www.obid.senad.gov.br 40 Série: Por Dentro do Assunto
  • 43. • Canal Kids www.canalkids.com.br • Agência de Notícias dos Direitos da Infância www.andi.org.br • Instituto Nacional do Câncer – INCA e Programa Nacional de Controle do Tabagismo Central de Atendimento: 0800 61 1997 www.inca.gov.br www.inca.gov.br/tabagismo Grupos de auto-ajuda • Alcoólicos Anônimos - AA www.alcoolicosanonimos.org.br Central de Atendimento 24 horas: (11) 3315 9333 Caixa Postal 580 CEP 01060-970 - São Paulo • AL-ANON E ALATEEN (Para familiares e amigos de alcoólicos) www.al-anon.org.br • Amor-exigente (Para pais e familiares de usuários de drogas) www.amorexigente.org.br • Associação Brasileira de Terapia Comunitária - ABRATECOM www.abratecom.org.br • Grupos Familiares - NAR - ANON (Grupos para familiares e amigos de usuários de drogas) www.naranon.org.br 41 Cartilha para educadores
  • 44. • Narcóticos Anônimos – NA www.na.org.br • Pastoral da Sobriedade www.sobriedade.org.br • Liga de Apoio ao Abandono do Cigarro www.vidasemcigarro.8m.com Leituras que ajudam Série de publicações disponibilizadas pela Senad: As publicações listadas abaixo são distribuídas gratuitamente e enviadas pelos Correios. Podem ser solicitadas no site da SENAD (www.senad.gov.br) ou pelo telefone do serviço VIVA VOZ. Estão também disponíveis no portal do OBID (www.obid.senad.gov.br) para download. • Cartilhas da Série Por Dentro do Assunto. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2010 • Glossário de Álcool e Drogas. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2010 • Livreto Informativo sobre Drogas Psicotrópicas. Leitura recomendada para alunos a partir do 7º ano do ensino fundamental. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD e Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas - CEBRID, 2010 42 Série: Por Dentro do Assunto
  • 45. Outras referências de leituras • 123 Respostas Sobre Drogas - Coleção Diálogo na Sala de Aula. Içami Tiba. São Paulo: Editora Scipione, 2003. • Admirável Mundo Novo. Aldous Huxley. São Paulo: Globo, 2001. • Adolescência e drogas. Ilana Pinsky, Marco Antônio Bessa (orgs). São Paulo: Contexto, 2004. • Anjos caídos - Como prevenir e eliminar as drogas na vida do adolescente. Içami Tiba. São Paulo: Gente, 1999. • A Saúde mental do jovem brasileiro. Bacy Fleitlich-Bilyk, Enio Roberto de Andrade, Sandra Scivoletto, Vanessa Dentzien Pinzon. São Paulo: Edições Inteligentes, 2004. • Conversando sobre drogas. Ronaldo Ribeiro Jacobina, Antonio Nery Filho, Salvador: Edufba, 1999. • Cuidando da Pessoa com Problemas Relacionados com Álcool e Outras Drogas - Coleção Guia para Família. v. 1. Selma de Lourdes Bordin; Marine Meyer; Sérgio Nicastri; Ellen Burd Nisenbaum e Marcelo Ribeiro. São Paulo: Atheneu, 2004. • Desafio da convivência - Pais e Filhos. Lídia Rosenberg Aratangy. São Paulo: Gente, 1998. • Depois Daquela Viagem: Diário de Bordo de uma Jovem que Aprendeu a Viver com Aids. Valeria Piassa Polizzi. São Paulo: Ática, 2003. 43 Cartilha para educadores
  • 46. • Doces Venenos: Conversas e desconversas sobre drogas. Lídia Rosenberg Aratangy. São Paulo: Olho D’ Água, 1991. • Drogas - mitos e verdades. Beatriz Carlini Cotrim. São Paulo: Ática, 1998. • Drogas, Prevenção e Tratamento - O que você queria saber sobre drogas e não tinha a quem perguntar. Daniela Maluf e cols. São Paulo: Cia Editora, 2002. • Esmeralda - Por que não dancei. Esmeralda do Carmo Ortiz. São Paulo: Editora Senac, 2001. • Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituída. Kai Herman. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. • Liberdade é poder decidir. Maria de Lurdes Zemel e Maria Elisa de Lamboy. São Paulo: FTD, 2000. • O que é toxicomania. Jandira Masur. São Paulo: Brasiliense, 1986. • O Vencedor. Frei Betto. São Paulo: Ática, 2000. • Pais e Filhos - companheiros de Viagem. Roberto Shinyashiki. São Paulo: Gente, 1992. • Satisfaçam minha curiosidade - Drogas. Susana Leote. São Paulo: Impala Editores, 2003. • Tabebuias: ou Histórias Reais daqueles que se livraram das drogas na Fazenda da Esperança. Christiane Suplicy Teixeira. São Paulo: Cidade Nova, 2001. 44 Série: Por Dentro do Assunto
  • 47. Filmes sobre o tema • 28 dias, 2000. Direção: Betty Thomas • A corrente do bem, 2000. Direção: Mini Leder • Bicho de sete cabeças, 2000. Direção: Laís Bodanzky • Coisas que perdemos pelo Caminho, 2007. Direção: Susanne Bier • Diário de um adolescente, 1995. Direção: Scott Kalvert • Despedida em Las Vegas, 1996. Direção: Mike Figgis • ntre os Muros da Escola, 2008. E Direção: Laurent Cantet • Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituída, 1981. Direção: Uli Edel • Ironweed, 1987. Direção: Hector Babenco • La Luna, 1979. Direção: Bernardo Bertolucci • Maria cheia de graça, 2004. Direção: Joshua Marston • Meu nome não é Johnny, 2008. Direção: Mauro Lima 45 Cartilha para educadores
  • 48. • Notícias de uma guerra particular, 1999. Direção: João Moreira Salles e Kátia Lund • O Informante, 1999. Direção: Michael Mann • Por volta da meia noite, 1986. Direção: Bertrand Tavernier • Quando um homem ama uma mulher, 1994. Direção: Luis Mandoki • Ray, 2004. Direção: Taylor Hackford • Réquiem para um sonho, 2000. Direção: Darren Aronofsky • Todos os corações do mundo, 1995. Direção: Murillo Salles 46 Série: Por Dentro do Assunto
  • 50. O QUE É O VIVAVOZ ? O VIVAVOZ é uma central telefônica de orientações e informações sobre a prevenção do uso indevido de drogas. O telefonema é gratuito e o atendi- mento é sigiloso. A pessoa não precisa se identificar. É BOM FALAR COM QUEM ENTENDE • O atendimento é realizado por consultores capacitados e supervisionados por profissionais, mestres e doutores, da área da saúde • Os profissionais indicam locais para tratamento • Oferecem aconselhamento por meio de intervenção breve para pessoas que usam drogas e seus familiares • Prestam informações científicas sobre drogas • O horário de funcionamento: segunda a sexta, das 8h às 24h O VIVAVOZ é resultado de uma parceria entre a Secretaria Nacional de Polí- ticas sobre Drogas - SENAD e a Universidade Federal de Ciências de Saúde de Porto Alegre. Após 4 anos de funcionamento, os resultados positivos e a demanda do público para o teleatendimento apontaram para a necessidade de ampliação do serviço. Para isto, uma parceria com o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), do Ministério da Justiça, permitiu a ampliação do período de atendimento. 48 Série: Por Dentro do Assunto
  • 51. DROGAS Cartilha para pais de crianças Cartilha para pais de adolescentes Cartilha para educadores Cartilha sobre tabaco Cartilha sobre maconha, cocaína e inalantes Cartilha mudando comportamentos