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Literacia dos Oceanos
para a comunidade escolar
PROJETO
CHEF FISH
CHEF FISH CONCEBIDO POR: FINANCIADO POR:
O projeto Chef Fish é concebido e implementado pela DECO e é cofinanciado a 85% pelo EEA Grants e a 15% pela
DECO.
Através dos fundos EEA Grants e Norway Grants, a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega contribuem para reduzir as
disparidades sociais e económicas e reforçar as relações bilaterais com os países beneficiários na Europa.
Os três países doadores cooperam estreitamente com a União Europeia através do Acordo sobre o Espaço Económico
Europeu (EEE).
Para o período 2009-14, as subvenções das EEA Grants e Norway Grants totalizam o valor de 1,79 mil milhões
de euros. A Noruega contribui com cerca de 97% do financiamento total. Estas subvenções estão disponíveis para
Organizações Não Governamentais, centros de investigação e universidades, e setores público e privado nos 12
Estados-membros integrados mais recentemente na União Europeia, Grécia, Portugal e Espanha. Há uma ampla
cooperação com as entidades governamentais dos países doadores, e as atividades podem ser implementadas até
2016.
As principais áreas de apoio são a proteção do ambiente e alterações climáticas, investigação e bolsas de estudo,
sociedade civil, a saúde e as crianças, a igualdade de género, a justiça e o património cultural.
Título: Projecto Chef Fish
Subtítulo: Literacia dos Oceanos para a comunidade escolar
Coordenação: DECO - Fernanda Santos
Conceção: DECO e APLM
Redação e Revisão: DECO - Inês Paraíso, APLM - Filipa Ferro e Flávia Silva, DECO Proteste - Dulce Ricardo
Capa, projeto gráfico e paginação: Ana Lisboa
Infografias e Ilustração: Ana Lisboa
Fotografias: pág. 7, 9 e 10, Rui Seiça
Ilustrações da capa: Ana Lisboa
Redação e Coordenação DECOJovem: Inês Paraíso e Fernanda Santos
2015 DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor - DECOJovem
Todos os direitos reservados por:
DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor
Rua Artilharia 1, 79
1600 Lisboa
1.ª edição: outubro 2015
Índice
Os 7 princípios essenciais do oceano ......................................................... 5
A importância do oceano .................................................................................. 6
Peixe fora d’água ............................................................................................ 7
Portugal à beira-mar ......................................................................................... 8
Do mar para a mesa ........................................................................................... 9
O pescado preferido dos portugueses .............................................................. 10
O Oceano sobre Pressão ................................................................................ 14
A ação do homem sobre o mar .......................................................................... 15
A poluição marinha ........................................................................................... 15
O lixo marinho e os seus impactes ................................................................... 16
A sobre-exploração dos recursos marinhos .................................................... 18
Escolher e Comprar ........................................................................................ 19
O peixe sustentável ............................................................................................ 20
Nova rotulagem dos produtos da pesca ........................................................... 21
Informação sobre a etiqueta ............................................................................. 21
Conselhos para escolher e comprar o pescado ................................................ 22
Como escolher os melhores produtos do mar? ............................................... 22
Conservar e Comer ......................................................................................... 25
Congelar ............................................................................................................. 26
Descongelar ....................................................................................................... 27
Comer ................................................................................................................. 27
Bibliografia ...................................................................................................... 30
5Os 7 princípios do Oceano
O Oceano faz parte da identidade
sociocultural portuguesa e repre-
senta uma vasta área de recursos,
conhecimentoseartes.Tendocomo
ponto de partida os 7 Princípios
Essenciais do Oceano, este e-book
pretende dar a conhecer uma
perspectiva abrangente sobre o
tema e promover a reflexão e com-
portamentos mais sustentáveis.
Através de cada um destes
princípios é relembrado o impor-
tante papel que o oceano desem-
penha na vida da Terra.
Os princípios e conceitos do Ocea-
no podem ser abordados nos pro-
gramas curriculares do ensino
pré-escolar ao 12º ano de escolari-
dade. Mais informações em:
Conhecer o Oceano.
“Literacia
dos oceanos
é compreender
a influência
do Oceano
em nós
e a nossa
influência
no Oceano.”
(Ocean Literacy, 2013)
OS 7 PRINCÍPIOS ESSENCIAIS
DO OCEANO
6
5
2O Oceano e a
vida marinha
têm uma forte
ação na
dinâmica da
terra.
3
O Oceano
exerce uma
influência
importante
no clima.
4
O Oceano
permite que
a terra seja
habitável.
O Oceano
suporta uma
imensa
diversidade
de vida.
O Oceano e a
Humanidade
estão
fortemente
interligados.
Há muito por
descobrir e
explorar no
oceano.
7
1
A Terra tem um
Oceano muito
global e diverso.
Fig.1-Os7PrincípiosEssenciaisdoOceano
6 Os 7 princípios do Oceano
• Regulação do clima e condições meteorológicas.
• Fonte de oxigénio, alimento
e outros recursos naturais essenciais
à vida na terra.
• Acolhe uma grande diversidade
de seres vivos.
• Criação de trabalho e
desenvolvimento económico
• Definição da identidade cultural
• Qualidade de vida e bem-estar do
ser humano.
• A Pesquisa e investigação marinha
apresentam inúmeras potencialidades.
O primeiro passo para a proteção do Oceano é a disseminação do conheci-
mento sobre o Oceano para que todos possam decidir como agir da melhor
forma para o preservar. A exploração sustentável dos recursos e serviços
do Oceano e a qualidade das águas marinhas dependem da compreensão
que todos têm das consequências das suas ações na saúde do Oceano e da
importância que este assume para a nossa qualidade de vida.
O Oceano é a característica distintiva do planeta Terra – o Planeta Azul. É
constituído por diversas bacias interligadas – o Atlântico Norte, o Atlântico
Sul, o Índico, o Pacífico Norte, o Pacífico Sul e o Ártico – que contêm 97% da
água do planeta, cobrindo aproximadamente 70% da superfície terrestre.
A importância do Oceano
Fig.2-PlanetaAzul
8 Peixe fora D’Água
PEIXE FORA D’ÁGUA
Portugal à Beira-mar
As trocas comerciais e científicas da época dos Descobrimentos permiti-
ram o desenvolvimento de Portugal.
A pesca é praticada pelo homem desde a pré-história, com o objetivo de
manter a sua subsistência a partir do meio aquático.
De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, Por-
tugaltemumafaixacosteirade1187kmeaterceiramaiorZonaEconómica
Exclusiva (ZEE)1
da Europa, que é 18 vezes maior que o território continen-
tal do país, trazendo benefícios para o nosso país em termos de exploração
de energia, recursos minerais, biodiversidade e investigação científica.
Com uma costa rica em peixe, é fácil aceitar que rapidamente o peixe se
tornou um elemento primordial para a alimentação, e consequentemente
o grande responsável pela povoação da costa e dinamização da economia
do mar.
O Circuito do Pescado (ACOPE - Associação dos
Comerciantes de Pescado)
1 Os países costeiros têm direito a declarar uma Zona Económica Exclusiva (ZEE) de espaço marítimo para além das suas águas ter-
ritoriais, na qual têm prerrogativas na utilização dos recursos vivos e não vivos do mar e responsabilidade na sua gestão ambiental.
CAPTURA LOTAS
MERCADOS
ABASTECEDORES
E GROSSISTAS
AQUICULTURA
IMPORTAÇÕES
CONSUMIDOR
GRANDE
DISTRIBUIÇÃO
RETALHISTAS
ESPECIALIZADOS
HOTELARIA
E RESTAURAÇÃO
9Peixe fora D’Água
Do Mar para a Mesa
Pesca
Podemos distinguir dois tipos de pesca: a pesca
artesanal ou tradicional e a pesca industrial ou
moderna. A Pesca tradicional ou artesanal e
que é maioritária em Portugal caracteriza-se
pela existência de meios tradicionais de
captura com técnicas passadas de geração
em geração, com recurso a linha e redes e
onde os barcos são de reduzidas dimensões
e de fraca tonelagem. O destino da pro-
dução é o autoconsumo ou a venda nos
mercados locais.
A pesca industrial ou moderna é praticada por navios
de grande tonelagem, equipados com redes de grandes dimensões e fun-
cionam como autênticas unidades industriais, uma vez que procedem à
captura do peixe, ao seu tratamento e respetiva embalagem e congelação.
As principais espécies capturadas em Portugal Continental são a sardinha,
a cavala, o carapau, o polvo, o berbigão, o peixe-espada preto, a faneca e
o carapau, representando cerca de 80% de todo o pescado desembarcado,
não havendo informação científica de captura excessiva.
Aquicultura
A aquicultura é a produção de produtos de pescado cujo crescimento é
acompanhado pelo homem até à sua colocação no mercado.
Pode ser classificada como extensiva, intensiva ou semi-intensiva, com
base nos níveis de controlo da produção e a necessidade de fornecimento
de rações e suplementos alimentares.
Os maiores produtores de pescado em aquicultura são a Ásia (84%), Áfri-
Conhece aqui as Artes da Pesca
FOTOGRAFIA:RUISEIÇA
10 Peixe fora D’Água
ca (10%), América Latina e Caribe (4%) e
apenas 2% é produzido nas restantes
partes do mundo. Na Europa os prin-
cipais produtores são a Noruega,
Espanha e França.
As espécies produzidas são: cerca
de 131 espécies de peixes, entre
as quais: salmão, truta, robalo,
dourada; 27 espécies de crustá-
ceos, como por exemplo: lagostim
e gamba; e 42 espécies de moluscos,
tais como o mexilhão, ostra e ameijoa.
Apesar dos impactes ambientais da
aquicultura, nomeadamente ao nível da
poluição, também existem benefícios para este
modo de produção, tais como o aumento significativo da produção de
diferentes espécies de pescado, o aumento do controlo da produção e o
desenvolvimento da economia nacional e local.
O pescado preferido dos Portugueses
Hoje em dia, cada vez mais pessoas dependem da pesca e da aquicultura
para a sua alimentação.
Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimen-
tação e Agricultura (FAO), World Review of Fisheries and Aquaculture, as
pessoas nunca consumiram tanto peixe ou dependeram tão fortemente
do setor para o seu bem-estar como hoje em dia. A Pesca Mundial produziu
em 2012, 158 milhões de toneladas de peixe, sendo 43% da produção pro-
veniente de aquicultura.
Portugal é o maior consumidor de peixe por habitante na União
Europeia e o terceiro a nível mundial. O consumo de peixe em
Portugal é de 57 kg por ano per capita. No total são consumidas,
por ano, 600 mil toneladas de pescado, em Portugal.
FOTOGRAFIA:RUISEIÇA
11Peixe fora D’Água
Estas são as principais espécies de pescado mais consumido e capturado
que chegam às mesas portuguesas. Estão distribuídas de acordo com os
stocks populacionais de produtos marinhos comercializados, pescados de
forma biologicamente sustentável. Saber em que categoria de consumo
as espécies de pescado se inserem, permitirá ao consumidor efetuar uma
escolha mais informada e com menor impactes ambientais.
Todos os produtos pescados representados nos quadros seguintes estão
identificados com o respetivo nome, tamanho mínimo de captura, habi-
tat natural, período de reprodução. Para algumas das espécies são ainda,
referidas algumas curiosidades.
CONSUMO FREQUENTE:
Espécies de pescado disponíveis no mercado com menor risco ou ameaça
de extinção.
ROBALO
(Peixe) - 36cm
Habitat:
Atlântico Nordeste e Mar
Mediterrâneo
Reprodução:
Janeiro a abril
É a 3.ª espécie mais produzida
em aquicultura em Portugal
SARDINHA
(Peixe) - 11cm
Habitat:
Atlântico Nordeste
e Mar Mediterrâneo
Reprodução:
Outubro a abril
Migra em grandes cardumes.
CAVALA
(Peixe) - 20cm
Habitat:
Atlântico Nordeste e Mar
Mediterrâneo
Reprodução:
Fevereiro a Abril
Migra em grandes cardumes.
CARAPAU
(Peixe) - 15cm
Habitat:
Atlântico Nordeste, Mar
Mediterrâneo e Arquipélago da
Madeira
Reprodução:
Dezembro a abril, com um pico
em fevereiro
Migra em grandes cardumes.
POLVO
(Molusco) - 750g
Habitat:
Atlântico Nordeste, Mar
Mediterrâneo e Arquipélago
da Madeira
Reprodução:
Todo o ano, com períodos
mais intensos na primave-
ra e no outono
A fêmea morre após
efetuar a postura e cuidar
de cerca de 500 mil ovos.
12 Peixe fora D’Água
CONSUMO MODERADO:
Espécies de pescado disponíveis no mercado com algum risco ou ameaça
de extinção.
SAFIO OU CONGRO
(Peixe) - 58cm
Habitat:
Atlântico Nordeste, Mar
Mediterrâneo e nos Arquipéla-
gos da Madeira e dos Açores
Reprodução:
Meses de Verão
Após a reprodução, o safio
morre.
SARGO
(Peixe) - 15cm
Habitat:
Atlântico Nordeste, Mar
Mediterrâneo e nos Arquipéla-
gos da Madeira e dos Açores
Reprodução:
Final do inverno, princípio da
primavera
Têm vários dentes incisivos e
molares.
CHERNE
(Peixe) - N.Def.
Habitat:
Atlântico Nordeste e nos
Arquipélagos da Madeira e dos
Açores
Reprodução:
Fim de julho a início de
outubro
Tem vida longa que pode
viver até aos 60 (fêmeas) e 80
(macho) anos.
CANTARILHO
(Peixe) - N.Def.
Habitat:
Atlântico Nordeste, Mar
Mediterrâneo e Arquipélago da
Madeira
Reprodução:
Verão
É um peixe solitário que se
agrega, apenas, na altura da
reprodução.
CHOCO
(Molusco) - 10cm
Habitat:
Atlântico Nordeste, Arquipélago
da Madeira e Mar Mediterrâneo
Reprodução:
Entre fevereiro e outubro
Os chocos são chamados de
camaleões do mar.
LINGUADO
(Peixe) - 24cm
Habitat:
Atlântico Nordeste
e Mar Mediterrâneo
Reprodução:
Janeiro a abril
Nas primeiras etapas de vida o
olho esquerdo do linguado
migra para o lado direito, para
que possa viver semienterrado
com olhos de fora.
GORAZ
(Peixe) - 25cm
Habitat:
Atlântico Nordeste
Reprodução:
Outubro a janeiro
Tem sido alvo de estudo para
reprodução em aquicultura.
ATUM
(Peixe) - 3,2kg
Habitat:
Atlântico Nordeste e nos
Arquipélagos da Madeira e dos
Açores
Reprodução:
Verão
Forma cardumes que habitam
maioritariamente junto à
superfície.
13Peixe fora D’Água
CONSUMO MODERADO
E CAUTELOSO
Espécies de pescado disponíveis
no mercado com risco ou ameaça
de extinção.
BACALHAU
(Peixe) - 40cm
Habitat:
Atlântico Nordeste e Mar
Mediterrâneo
Reprodução:
Entre Fevereiro a abril
As fêmeas jovens põem cerca
de 500 mil ovos
SALMÃO
(Peixe) - 55cm
Habitat:
Atlântico Norte e Pacífico
Reprodução:
Entre dezembro e janeiro
O salmão nasce em água doce.
TAMBORIL
(Peixe) - 22cm
Habitat:
Atlântico Nordeste
e Mar Mediterrâneo
Reprodução:
De fevereiro a julho
A fêmea desova até 1 milhão
de ovos.
LULA
(Molusco) - 10cm
Habitat:
Atlântico Nordeste e Mar
Mediterrâneo
Reprodução:
De outubro a fevereiro e de
abril a junho
CAMARÃO
(Peixe) - ND
Habitat:
Atlântico, Mar Mediterrâneo e
Oceano Índico Oeste
Reprodução:
É reproduzido em aquicultura
O camarão tropical alcança
rapidamente a maturidade
reprodutiva.
PESCADA BRANCA
(Peixe) - 27cm
Habitat:
Atlântico Nordeste e Mar
Mediterrâneo
Reprodução:
Janeiro a abril
A Pescada-do-Chile e a Pesca-
da-do-Pacífico também são
usadas na alimentação.
PEIXE ESPADA
PRETO
(Peixe) - ND
Habitat:
Portugal Continental na zona
de Sesimbra e nos Arquipélagos
da Madeira e dos Açores
Reprodução:
Outubro a janeiro
Tem um ciclo de vida longo,
crescimento lento e baixo.
15Oceano sobre Pressão
3. OCEANO SOBRE PRESSÃO
A ação do Homem sobre o Mar
O Oceano está cada vez mais vulnerável aos impactes e pressões das
atividades humanas. A introdução de contaminantes como os fertili-
zantes, pesticidas, metais pesados e outras substâncias químicas a partir
dos cursos de água, a descarga de esgotos e de águas residuais não trata-
das adequadamente, a exploração e os derrames de combustíveis fósseis,
bem como o lixo marinho e a sobrepesca causam perdas extensivas da vida
marinha, sobretudo ao nível da sobrevivência e reprodução das espécies e
destruição dos habitats marinhos.
A poluição marinha
A descarga no Oceano de vários tipos de
resíduos, nomeadamente industriais e nu-
cleares – uma prática comum no passado
em muitos países – foi regulamentada na
década de 70, não deixando, no entanto,
de ocorrer de forma ilegal. O legado de-
sta poluição persiste e é ainda possível
encontrar poluentes banidos no final
dos anos 70 e nos anos 80, adsorvidos em
partículas plásticas e em películas de óleos
recolhidas no mar.
A introdução nos meios aquáticos de poluição
orgânica promove a eutrofização2
e anoxia3
o que tem levado ao apareci-
mento de extensas zonas desprovidas de vida nas áreas costeiras. Outros
poluentes, não biodegradáveis, como os pesticidas e os metais pesados,
são tóxicos para muitos organismos, afetando as suas funções vitais ou
provocando alterações na proporção entre os sexos, o que compromete a
sobrevivência das espécies e comunidades.
Os impactes económicos da poluição do Oceano têm aumentado de forma
constante e é expectável que ocorra um maior declínio na vida marinha,
incluindo as populações de peixes.
2 Eutrofização é o fenómeno causado pelo excesso de nutrientes (compostos químicos ricos em fósforo ou nitrogénio) numa massa de água, provo-
cando um aumento excessivo de algas.
3 Anoxia – ausência de oxigénio.
Fig.3-AquaDynamics2015
16 O Oceano sobre Pressão
O lixo marinho e os seus impactes
O lixo marinho é considerado como um dos problemas de poluição mais di-
fusos que o Oceano enfrenta atualmente. Com origem tanto em atividades
terrestres (80%) como em atividades marítimas (20%), a sua distribuição é
global, podendo ser encontrado em ambientes muito distintos. É compos-
to por diversos materiais que, dependendo do seu tempo de degradação,
permanecem no ambiente marinho durante anos, décadas ou mesmo cen-
tenas de anos, e os seus impactes afetam diretamente sociedades, econo-
mias e a biodiversidade.
Praias e zonas costeiras
Superfície
e coluna de água
Fundo do mar
Fig. 4 - Produção própria (APLM)
“O lixo marinho é qualquer material sólido persistente, fabri-
cado ou processado que é descartado, eliminado ou abandona-
do no ambiente marinho e costeiro, ou mesmo longe da costa e
que encontra o seu caminho para o mar através do vento, chu-
va, águas residuais, transportado pelos rios ou arrastado pelas
marés (UNEP, 2009).”
17O Oceano sobre Pressão
Aoníveldabiodiversidadeeecossistemas,osprincipaisimpactesdolixomarinho
referem-se:
	
O plástico é o material predominante do lixo marinho (corresponde entre 60 a
80% dos itens encontrados) e devido às suas propriedades é facilmente trans-
portado, tem um tempo de degradação elevado e fragmenta-se em pedaços de
pequenas dimensões o que amplia o problema. O lixo marinho é um problema
comportamental à escala global que está relacionado com os padrões de pro-
duçãoeconsumodominantes,comadeficientegestãodosresíduos,comainad-
equada implementação das medidas previstas nos acordos internacionais dos
resíduos produzidos em mar e com o comportamento negligente dos cidadãos
emgeral.
As abordagens para mitigar ou minimizar este problema são várias: desde o
desenvolvimentodeaçõesdesensibilização,formaçãoeeducaçãoambiental,às
limpezasdepraia,passandopelaaplicaçãodeboaspráticasnaindústriaegestão
de resíduos e utilização de instrumentos de mercado, que incentivem os con-
sumidores afazeremescolhasmelhores.
Fig. 9 - Exemplos de microplásticos provenientes de diferentes fontes: cosméticos, indústria,
fragmentação
i) Ao aprisionamento
de animais marinhos,
nomeadamente aves,
focas, tartarugas,
golfinhos e baleias que
ficam feridos ou morrem
presos em redes de pesca,
cordas e linhas;
ii) À ingestão de lixo
marinho por parte dos
animais, porque o
confundem com alimen-
to e cuja acumulação no
estômago provoca uma
falsa sensação de
saciação levando à morte
por fome ou mal
nutrição;
iii) Ao transporte de
espécies invasoras, que
viajam grandes distân-
cias fixadas ao lixo
marinho e cuja propa-
gação em novos ambien-
tes se pode tornar numa
ameaça à biodiversidade
local;
iv) À destruição de
habitats bentónicos e
costeiros.
Fig. 5 - Tartaruga
aprisionada
Fig. 6 - Albatroz com
detritos plásticos
ingeridos
Fig. 7 - Cirrípedes fixos
a lixo marinho
Fig. 8 - Rede de arrasto
em um coral couve-flor
18 Oceano sobre Pressão
A sobre-exploração dos recursos marinhos
Apescanãosóéoprincipalmeiodesubsistênciademuitascomunidadescostei-
ras como providencia a principal fonte de proteína para milhões de pessoas em
todoomundo.
Com o crescimento exponencial da população mundial, nas últimas décadas, e
consequenteaumentodaprocuradealimento,ecomamodernizaçãodastécni-
cas de captura, transporte e armazenamento, aumentou também a exploração
deespéciesmarinhasparaalimentação.Noentanto,oOceanotemrecursoslim-
itados e a exploração excessiva dos seus recursos pode levar a que estes se esgo-
tem.
A sobrepesca é um dos mais graves exemplos de sobre-exploração dos recursos
marinhos consistindo numa captura de peixes que supera a capacidade de re-
produçãonatural dapopulação.
Em última análise, as espécies ameaçadas correm o
risco de extinção, o que terá sérios impactes ao
níveldabiodiversidademarinhaedobem-estar
social e económico das comunidades que de-
pendemdiretamentedapesca.
A exploração dos recursos marinhos carece
de uma gestão eficiente que cada vez mais
se percebeurgente.
No que se refere à proteção e conservação
da biodiversidade marinha, podem-se esta-
belecer limites de captura (para quantidades e
tamanhos); definir reservas marinhas ou áreas
marinhas protegidas; criar políticas de pesca sus-
tentável, restringindo as práticas de pesca prejudiciais,
definir legislação a nível internacional e regional; educar o público em geral,
paraanecessidadederestaurarasaúdeeprodutividadedoOceano.
O Oceano é também fonte de recursos minerais e energéticos e, com o desen-
volvimentodastecnologiasdeprospeçãoeextração,asuaexploraçãoapartirdos
fundos oceânicos é, hoje em dia, viável e cada vez mais atrativa. Em particular,
no que se refere à exploração de metais preciosos e raros em terra, importantes
para a composição de sistemas eletrónicos avançados. Outros exemplos de ex-
ploração marinha estão relacionados com fontes de energia como a energia das
ondaseeólica(fontesrenováveis)ouaexploraçãodepetróleoougás(fontesnão
renováveis).
20Escolher e Comprar
4. ESCOLHER e COMPRAR
O Peixe sustentável
A atividade piscatória deve assegurar que o peixe que fica nos mares é
suficiente para manter os ecossistemas saudáveis e garantir que estes se
possam reproduzir.
A União Europeia regula a gestão das pescas e as normas da pesca e aqui-
cultura, para que a captura seja realizada de forma sustentável.
Também, os consumidores devem ajudar para que a pesca se
torne mais sustentável, ajustando os seus padrões de consumo.
Enquanto interveniente no mercado, o consumidor deve estar
informado dos produtos do mar que escolhe e a altura do ano
em que os deve consumir.
Ao respeitar a sazonalidade das espécies preserva-se a biodiversidade das
espécies marinhas. Para garantir o consumo de um produto de qualidade
há que evitar o consumo de pescado em épocas de defeso, isto é, quando as
espécies piscícolas estão em reprodução ou são espécies juvenis.
A maioria dos peixes, moluscos e crustáceos têm um tamanho mínimo de
captura definido por lei. Se o peixe não tiver o tamanho mínimo, não será
aceite para venda e não chegará aos consumidores legalmente.
A comunidade piscatória portuguesa tem grande importância cultural e
económica no país. Ao escolher espécies importadas, provenientes
de países terceiros, como a Perca do Nilo que vem de África, o
consumidor está a contribuir para um elevado impacte am-
biental, devido ao transporte e à sobre-exploração de recur-
sos de países em vias de desenvolvimento. O transporte
de peixe implica um elevado nível de emissões atmos-
féricas e a utilização de combustíveis fósseis, porque o
peixe percorre uma grande distância de avião, barco ou
estrada e é distribuído em vários locais do mundo. A pega-
da ecológica do peixe importado é ainda maior devido ao
elevado consumo energético da sua refrigeração.
21 Escolher e Comprar
O consumidor deverá adequar a quantidade de peixe que ingere às suas
necessidades nutritivas, reduzindo a quantidade de peixe que come ou re-
duzindo o número de refeições com peixe. Desta forma estará a reduzir
a pressão sobre a vida dos oceanos. Ao alterar os hábitos e ao optar por
espécies menos consumidas, que não costuma confecionar, o consumidor
conseguirá uma refeição mais económica com a mesma qualidade nutri-
tiva. As espécies menos consumidas são muitas vezes as que apresentam
menor valor de mercado, não só gastará menos como ainda consumirá
peixe fresco e de qualidade, ajudando à sobrevivência de espécies mais
consumidas e em risco como o atum, o salmão ou o bacalhau.
Nova Rotulagem dos Produtos da Pesca
As novas regras de rotulagem introduzidas pela política comum das pes-
cas da União Europeia, a 1 de janeiro de 2014, ajudam os consumidores a
saber exatamente de onde provém o peixe que estão a comprar e se este foi
pescado de forma responsável.
As informações são de carácter obrigatório e facultativo e os produtos
abrangidos são:
•Peixes vivos, frescos ou refrigerados; peixes congelados, filetes de
peixe fresco, refrigerados ou congelados;
	 •Peixe seco, salgado ou em salmoura4
, peixe fumado;
•Crustáceos mesmo sem casca, vivos, frescos, refrigerados, congela-
dos, secos, salgados ou em salmoura; crustáceos com casca, cozidos
em água ou congelados, secos, salgados ou em salmoura;
•Moluscos com ou sem concha, vivos, frescos, refrigerados, congela-
dos, secos, salgados ou em salmoura; invertebrados aquáticos, exce-
to moluscos, vivos, frescos, refrigerados, congelados, secos, salgados
ou em salmoura;
	•Algas.
4 A salmoura é uma solução de água saturada de sal onde se podem conservar alimentos, como carne, peixe e conservas em geral.
22Escolher e Comprar
Informação sobre a etiqueta
A etiqueta tem como função informar o consumi-
dor de forma clara e objetiva, acerca da origem e
características dos produtos da pesca.
É fundamental compreender e interpretar os da-
dos disponíveis.
Todos os produtos da pesca, inclusive os proveni-
entes da aquicultura e os mariscos, devem indi-
car obrigatoriamente:
1 – Denominação comercial da espécie: indica a espé-
cie mediante uma designação comumente utilizada e
autorizada na Lista das Denominações Comerciais de
Espécies admitidas em Portugal.
2 - Método de Produção: Identifica a forma de obtenção
da espécie: pesca extrativa; capturado em água doce; criado
em aquicultura;
3 – Zonas de captura: Indica a zona da procedência dos produ-
tos da pesca, em função das grandes zonas geográficas em que os
oceanos foram divididos.
*Adicionalmente devem ser tidas em conta as seguintes particularidades:
Conselhos para escolher e comprar o pescado
É essencial que o consumidor saiba escolher o peixe que compra. Enquan-
to alimento fresco, o pescado altera-se rapidamente. Para saber escolher
VIVOS - FRESCOS -
REFRIGERADOS - COZIDOS
PESO LÍQUIDO
FORMA DE APRESENTAÇÃO E /OU
TRATAMENTO
IDENTIFICAÇÃO DO PRIMEIRO EXPEDI-
DOR / EMPRESAS EMBALADORA
MENÇÕES “PRODUTO DESCONGELADO” E
“NÃO RECONGELAR”
% DE ÁGUA DE VIDRAGEM5
PREÇO POR QUILO DE PESO LÍQUIDO
/PESO LÍQUIDO ESCORRIDO
CONGELADOS
E ULTRACONGELADOS
Produtos de Pesca, Aquicultura ou Mariscos
EMBALADOS GRANEL EMBALADOS GRANEL
x
x
x
x
x x x x
x x x x
x x x x
(Dispensável desde que o
número de unidades possa
ser contado do exterior ou
esteja indicado no rótulo)
Informação Mínima Obrigatória
5 Água de vidragem – a vidragem consiste numa película de gelo que envolve o pescado congelado, impedindo que este desidrate, aumentando o
tempo de conservação do pescado.
23 Escolher e Comprar
com cuidado os produtos do mar, a informação dada no local de venda,
também pode ser uma ajuda. Quando for comprar pescado tenha em con-
ta estas dicas:
Dica 1 - Compre de manhã! É nesta altura que os produtos estão mais frescos.
Dica 2 – Verifique toda a oferta disponível! Assim poderá escolher o melhor 	
produto ao melhor preço.
Dica 3 – Durante a exposição dos produtos da pesca frescos, estes deverão 		
estar acondicionados em gelo, distribuído por todo o pescado.
Dica 4 – Todos os produtos da pesca deverão estar etiquetados.
Dica 5 – Os filetes de peixe devem ter carne firme e brilhante, sem extremidades
escuras ou secas.
Dica 6 – Compre o pescado quando tiver terminado as restantes compras. 		
Não e esqueça que são produtos perecíveis!
Dica 7 – A qualidade dos produtos da pesca frescos reside na sua frescura. 		
Seja exigente e observe o seu aspeto, odor e as condições em que estão acondicio-
nados.
Como escolher os melhores produtos do mar?
Como reconhecer o Peixe Fresco
- Cheiro agradável e suave a maresia. Recuse o peixe se este apresentar um odor
demasiado intenso ou a amoníaco;
- Pele com uma pigmentação viva e brilhante, sem descoloração. Com o decorrer do
tempo a pele tem tendência para ficar baça e as escamas desprende-se facilmente;
- Olhos salientes, a córnea transparente e a pupila negra brilhante. Se os olhos
estiverem côncavos, a córnea opaca e a pupila acinzentada, o peixe já não está nas
melhores condições;
- Guelras avermelhadas, brilhantes e sem muco. Ao longo do tempo ficam amarelas e
com o muco leitoso;
- Carne firme e elástica. Pouco a pouco amolece e perde elasticidade, ficando
avermelhada junto da coluna vertebral;
- A coluna vertebral quebra-se em vez de se despegar;
- A membrana que cobre a parede abdominal adere totalmente.
Peixe
Fresco
Bivalves – amêijoa, berbigão, mexilhão - devem:
- Ser expostos à venda vivos, com valvas fechadas, oferecendo resistência à abertura
e, se estiverem abertos, devem fechar rapidamente as valvas (conchas) a qualquer
estímulo;
- Ter líquido no interior das conchas incolor e límpido; Apresentar cheiro agradável
e pronunciado;
- Ter a carne húmida, bem aderente à concha, de aspeto esponjoso, de cor cinza-claro
nas ostras e amarelada nos mexilhões. Cefalópodes – polvo, lula e choco - devem:
- Ter a pele lisa e húmida;
- Os olhos vivos e salientes;
- Ter carne consistente e elástica;
- Apresentar a ausência de qualquer pigmentação estranha;
- Apresentar cheiro próprio e agradável;
- O polvo tem coloração característica acinzentada a levemente rosada;
- Na lula, a coloração característica do produto fresco é clara e levemente rosada.
Importante: Polvos e lulas não devem apresentar coloração vermelha ou roxa,
principalmente na parte interna dos tentáculos.
Moluscos
24Os 7 princípios do Oceano
- A embalagem deve estar hermeticamente fechada, para se evitarem contaminações,
deterioração ou desidratação de pescado;
- Os rótulos devem conter:
- A denominação comercial da espécie.
- O método de produção (capturado no mar ou capturado em água doce ou de aquicultura
- A zona de captura
- A data de durabilidade mínima
- O peso líquido escorrido (deve excluir a água de vidragem*)
- A identificação do lote precedido da letra "L" (quando, na data de validade, não aparecer
o dia e o mês)
- As condições de conservação - A lista de ingredientes (caso exista mais que um)
- O modo de utilização (se a sua omissão não permitir o uso adequado)
- A expressão “não volte a congelar”;
- A embalagem não deve ter gelo solto. Se tal acontecer significa que houve variações
de temperatura significativas, desde que o produto foi embalado até chegar ao
consumidor. O peixe pode já não estar nas melhores condições;
- O peixe deve ter a cor característica da espécie e estar envolto numa camada de gelo
fina e homogénea. Seja embalado inteiro ou em postas e filetes, as extremidades não
devem estar secas nem amareladas, uma vez que podem indicar desidratação;
- Evite comprar pescado excessivamente vidrado;
- Verifique se há um termómetro na arca frigorífica da loja e de que a temperatura
indicada não é superior a 18ºC negativos;
- O peixe, tal como qualquer outro produto congelado, deve ser adquirido em último
lugar. Convém transportá-lo num saco isotérmico e colocá-lo no frigorífico ou no
congelador (caso pretenda guardá-lo por mais tempo).
Congelados
- O bacalhau salgado seco do Atlântico (o único admitido) passa por um longo
processo de Cura Tradicional Portuguesa;
- Depois de escalado o bacalhau tem que estar 30 dias em salga e mais 30 dias a
maturar, ou seja, em contato com o sal, mas num ambiente mais aberto. De seguida é
seco e armazenado e não pode ser comercializado com menos de 150 dias, desde o
início da cura;
- O Bacalhau de Cura Tradicional Portuguesa tem que ter um peso superior a 1,5kg,
musculatura bem estruturada e firme e coloração uniforme entre amarelo pálido e
amarelo palha;
- A humidade favorece o desenvolvimento de bactérias. Faça o teste: segure o peixe
pelo corpo e deixe cair a cauda. Se dobrar, tem água em excesso. Não compre
bacalhau mal curado;
- Observe a pesagem e certifique-se de que lhe estão a vender o tipo comercial indica-
do. Por exemplo, o bacalhau crescido deve ter entre 1 e 2 kg. Se pesar menos, pertence
a uma categoria inferior: o bacalhau corrente;
- A cor avermelhada e a presença de pó muito fino, cinzento, branco, amarelado são
sinais de má conservação. Não coma peixe nestas condições;
- O aspeto pegajoso ou cozido e as manchas não características do bacalhau são maus
indicadores.
Seco
- Lagosta e camarão devem ter um aspeto brilhante e húmido, o corpo deve apresen-
tar curvatura natural e rígida, e articulações firmes e resistentes. A carapaça e a
cabeça devem estar bem agarradas ao corpo. Os olhos deverão ser vivos e destacados
e devem apresentar um odor suave e próprio à espécie. É importante verificar
também se apresentam manchas negras ou alaranjadas na carapaça, características
dos camarões ou lagostas com qualidade comprometida;
- Os caranguejos inteiros devem ser expostos à venda vivos e robustos, com cheiro
próprio e suave, aspeto brilhante e húmido. As suas articulações devem ser firmes e
as pernas devem estar inteiras e firmes. A carapaça deve estar bem aderente ao corpo
e os olhos vivos e destacados.
Crustáceos
eMariscos
26 Conservar e Comer
5. CONSERVAR E COMER
Ao longo da história, o Homem desenvolveu uma grande variedade de
métodos de conservação dos alimentos. Os métodos mais ancestrais como
a defumação e a salga permitiram não só o consumo em larga escala de
um produto tão perecível quanto é o peixe, como o seu transporte para zo-
nas distantes do litoral. Só com o aparecimento das máquinas de fabrico
de gelo artificial e os novos métodos de conservação, surgiram os conge-
lados e as conservas modernas. A par do consumo de pescado fresco, os
produtos do mar transformados assumem, atualmente, um importante
valor na nossa alimentação.
Congelar
Quase todos os alimentos podem ser congelados e conservados durante
meses, desde que respeitem algumas regras de higiene e a cadeia de frio. 	
	
6 Para branquear o pescado, mergulhe o pescado limpo, sem escamas e cortado durante 2 ou 3 minutos em água a ferver. Arrefeça num recipiente
com água fria e gelo, seque com um pano ou papel de cozinha e congele.
1
2
3
1
2
3
4
Zona menos fria
Fruta e legumes cozinhados, iogurtes,
queijo, compotas, maioneses e outros
molhos embalados.
Zona mais fria
Junto à serpentina de arrefecimento,
guarde peixe, marisco e carne crus e
cozinhados,
bolos com creme e sobras de refeições.
Gaveta
Fruta e legumes frescos, de preferência,
em embalagens individuais.
Porta
Ovos, produtos para barrar, como
margarina ou manteiga, e bebidas.
4
DICA 01
Em casa, comece por arrumar os alimentos frescos
e congelados e só depois os restantes produtos. O
desrespeito pela cadeia de frio acarreta riscos: um
aumento da temperatura provoca e acelera o
desenvolvimento de possíveis microrganismos
existentes no produto, reduzindo o respetivo prazo
de validade. Um produto que à partida estava em
boas condições poderá originar uma intoxicação.
O peixe e o marisco degradam-se depressa.
Congele apenas aquele em cuja frescura confia e
tenha em consideração as características
definidas no capítulo anterior referentes à escolha
e compra de produtos do mar.
No caso do bacalhau, deverá demolhá-lo no
frigorífico antes de congelar. Coloque as postas
com a pele para cima numa bacia com água.
Mantenha no frigorífico durante 24 a 48 horas,
consoante a espessura do peixe. Mude a água no
mínimo 2 vezes por dia.
DICA 02
DICA 03
27Conservar e Comer
Descongelar
DICA 04
Em casa, comece por arrumar os
alimentos frescos e congelados e
só depois os restantes produtos.
O desrespeito pela cadeia de frio
acarreta riscos: um aumento da
temperatura provoca e acelera o
desenvolvimento de possíveis
microrganismos existentes no
produto, reduzindo o respetivo
prazo de validade. Um produto
que à partida estava em boas
condições poderá originar uma
intoxicação.
DICA 05
Se comprou peixe fresco, pode
congelá-lo cru, mas bem limpo,
descamado, sem tripas e sem
cabeça. Pode congelar o peixe
inteiro, em postas ou filetes,
consoante a utilidade que lhe
der. Contudo, lembre-se que ao
congelar pequenas porções
acelera o processo de
(des)congelação.
DICA 06
Para uma boa conservação e
higiene, os melhores
equipamentos de frio são os de 4
estrelas. Depois deverá verificar
regularmente a temperatura do
congelador, que deve permanecer
a – 18 °C, pelo menos. A cada três
ou seis meses, descongele e limpe
o interior do aparelho com duas
colheres de sopa de vinagre ou de
bicarbonato de sódio, diluídas
em água morna. Desta forma
previne contaminações e poupa
energia, já que a acumulação de
gelo gera maior gasto.
Os crustáceos,
como o camarão,
podem ser
congelados
inteiros, num
saco com água
no fundo, ou
descascados e
branqueados6.
DICA 07
Coloque uma etiqueta com o nome do
alimento, o peso e a data de congelação.
Se possível, limite a grossura das postas de
peixe a 4/5 centímetros. Anote, num quadro
os alimentos armazenados, com as respetivas
datas de congelação. Evita assim compras
inúteis, ou a deterioração dos mesmos.
O prazo de conservação do
peixe e marisco é diferente.
Por exemplo, peixe magro
ou meio-gordo como:
pescada, raia, truta, solha e
dourada têm prazo de
conservação de seis meses.
O peixe-gordo como o atum,
salmão, sardinhas ou
carapau e o marisco têm
prazo de conservação de
três meses.
DICA 08 DICA 09 DICA 10
Para congelar os alimentos,
lave bem as mãos e use facas e
tábuas limpas para manipular
e cortar os alimentos. Use
recipientes herméticos e
limpos (caixas de plástico ou
sacos de congelação novos),
para evitar que os alimentos
oxidem ou fiquem queimados
pelo frio.
DICA 01 DICA 02 DICA 04
Para uma
descongelação mais
rápida, pode fazê-lo
em água fria, desde
que a embalagem
esteja bem fechada.
DICA 03
O peixe deve ser
descongelado na
parte inferior do
frigorífico. Nunca
à temperatura
ambiente.
Quando
descongelado, o
peixe deve ser
consumido o mais
rapidamente
possível e nunca
voltar a ser
congelado.
Não descongele o
peixe à temperatura
ambiente ou em
lugares quentes
(perto do fogão, em
cima de um radiador
ou ao sol, por
exemplo). Se o fizer,
poderá alterar o
aspeto, o aroma, a
textura, o sabor e o
valor nutritivo do
peixe.
Os peixes de pequena
dimensão (linguados,
salmonetes e sardinhas,
por exemplo) podem ser
estufados, fritos ou
grelhados ainda congelados.
Para cozer, não precisa de
descongelar nenhum tipo
de peixe, o que vai
proporcionar um maior
aproveitamento nutritivo,
maior segurança e rapidez.
DICA 05
28 Conservar e Comer
Comer
Existem dois grandes grupos de peixes: os peixes azuis e os peixes brancos.
Para distinguir os dois tipos deverá observar a forma do peixe, a cor da
pele, a forma, posição e número de barbatanas, se tem escamas e quais as
suas características, e particularidades existentes na cabeça.
Peixes Azuis
Sardinha, Carapau/Chicharro, Atum, Cavala, Salmão
Os peixes azuis são saudáveis, saborosos e fáceis de preparar.
São caracterizados por terem uma cor azulada na região do lombo e por
conterem na sua composição um alto teor de gordura. Este indicador varia
consoante a altura do ano em que estas espécies são capturadas.
Neste grupo estão os peixes migratórios que utilizam as reservas de gordu-
ra para as longas viagens. São ainda ricos em ácidos gordos ómega 3, cujo
consumo regular (pelo menos 3 vezes por semana) previne doenças cardio-
vasculares, reduz o colesterol e o crescimento de células cancerígenas.
Os peixes azuis são, ainda, um alimento de fácil digestão e baixo em calorias;
contêm proteínas com diversos aminoácidos fundamentais ao organismo;
são ricos em vitaminas A, D e B12, essenciais à visão, pele, absorção de cálcio
(necessários aos dentes e aos ossos), absorção de fósforo (essencial para o
cérebro) e ao metabolismo do corpo.
Peixes Brancos
Pescada, Bacalhau, Besugo, Tamboril, Dourada e Robalo
Os peixes brancos ou magros são ligeiros, suaves e tenros. São peixes mais
finos, com baixo teor de calorias e gordura.
Possuem, regra geral, cor da pele prateada. Preferem viver em águas mais
profundas e vivem de um modo mais sedentário que os peixes azuis.
São uma fonte importante de proteínas e sais minerais; são recomendados
a bebés e crianças, uma vez que a sua carne é magra, suave e digere-se com
muita facilidade.
A sua carne é rica em vitamina B, responsável pela transformação dos di-
versos tipos de açúcar, pela regulação do sistema nervoso e dos impulsos
nervosos e pela metabolização do oxigénio.
29Conervar e Comer
O que difere o pescado da carne de mamíferos e aves?
Segundo o IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o peixe e o marisco
apresentam menor teor de gordura e valor energético do que a carne dos mamíferos
e aves. Contudo, a natureza dos lípidos presentes no pescado torna-o num alimen-
to mais saudável. Por outro lado, os produtos da pesca e aquicultura são mais ri-
cos em sais minerais, nomeadamente iodo e selénio. É também, uma boa fonte de
proteínas de alta qualidade, pois possuem todos os aminoácidos essenciais, são
facilmente digeríveis e adequados a todas as idades.
Qual o melhor processo para cozinhar
o pescado?
Para ser saudável não é necessário sacrificar o
prazer e o sabor à mesa!
Aqui ficam algumas dicas importantes para a
confeção de pescado:
- Cozer em água ou a vapor .
- Grelhar, mas sem deixar a chama ou a fonte de
calor incidir diretamente no peixe
- Se escolher fritar o pescado, utilize óleos monoinsatu-
rados, nomeadamente o azeite, uma vez que parte deste óleo
é absorvido pelo alimento.
NOTA: É de salientar que alguns ácidos gordos ómega 3 passam para o óleo de fritura
e oxidam rapidamente. Desta forma, não deverá utilizar várias vezes o mesmo óleo.
O recurso a gorduras sólidas e óleos vegetais hidrogenados, como a manteiga, deve
ser evitado, porque podem apresentar ácidos gordos trans prejudiciais à saúde, so-
bretudo em consumidores que sofram de doenças cardiovasculares.
Bibliografia
ACOPE, associação dos comerciantes de pescado
APLM – Associação Portuguesa do Lixo Marinho
Ciência Viva - Conhecer o Oceano
DECO Proteste - Bacalhau (2014)
DECO Proteste - Marisco (2013)
DECO Proteste – Sardinha (2015)
DECO Proeste – Conservar o Peixe (2015)
DECO – Revista Teste Saúde N.º 111 – Outubro 2014 – Congelar e Descongelar
dgrm - Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marinhos
Direção Geral de Política do Mar
DocaPesca, Portos e Lotas, S.A.
European Commission – Campanha Inseparáveis
European Commission - Guia de Bolso da Rotulagem para produtos de pesca e aqui-
cultura
FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – Pesca e Aqui-
cultura
Kit do Mar – EMEPC
LPN - Liga para a Proteção da Natureza
MARLISCO Portugal
Ocean Literacy
Ocean Literacy – Ocean Literacy Principles and Fundamental Concepts
Ocean Literacy – The Scope and Sequence Conservation International – The Ocean
Ocean Health Index
Pescado Controlado – Fileira do Pescado
UNET - United Nations Environment Programme
World Wide Fund for Nature – Living Blue Planet Report
World Wildlife Fund – Threats National Oceanography Centre – Seas Under Threat
Indíce de Imagens
Tema 1
Fig. 1 - 7 Princípios Essenciais do Oceano:
1.Mapa Topográfico do Planeta: www.seajester.eq8r.net/map_world_ocean_floor_topo_green_
brown.htm
	 2.Zona costeira (Consolação, Portugal): foto por Filipa Ferro, APLM
3.Nuvens, chuva, mar: http://www.politicalmetaphors.com/2014/07/
	4.Cadeias de Cianobactérias (fotografia de James Golden): http://jgi.doe.gov/doe-jgi-sci-
ence-highlight-benefits-of-diversity-driven-genome-sequencing-in-cyanogeba
5.Recife de coral: http://www.nfwf.org/coralreef/Pages/home.aspx#.VPYiznysWSo
6.Pesca artesanal (fotografia de Javier Teniente): http://fotosmundo.net/hijos-oceano-pesca-ar-
tesanal
	
7. Investigação subaquática: http://oceandoctor.org/erika-bergman
Fig. 2 - Planeta Azul: www.science.ku.dk/english/press/news/2012/water_blue_plan-
et_minik
Tema 3
Fig. 3 - Aqua Dynamics 2015: www.aquadynamics.ch/cwao.
Fig. 4 - Produção própria (APLM)	
Fig. 5 - Tartaruga aprisionada (foto por Jordi Chias Pujo): http://www.ghostfishing.
org/ghostnets-fish-on-marine-rubbish-threatens-australian-turtles/;
Fig. 6 - Albatroz com detritos plásticos ingeridos (foto por C. Fackler): https://
marinedebrisblog.wordpress.com/2011/07/26/arteducation/;
Fig. 7 - Cirrípedes fixos a lixo marinho (foto por Paula Sobral, APLM);
Fig. 8 - A rede de arrasto em um coral couve-flor: http://www.pifsc.noaa.gov/cred/
entanglement.php
Fig. 9 - Microsferas em cosméticos (BBC News): http://www.bbc.com/news/blogs-
magazine-monitor-27440188; Pellets plásticos (5Gyres): http://www.5gyres.org/blog/
posts/2014/07/26/ddt_in_the_pellets_under_your_feet; Fragmentos plásticos (foto por
João Frias, APLM);
CONCURSO
CHEF FISH
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Mostra que és um Chef Fish.
Participa!
www.decojovem.pt

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  • 1. Literacia dos Oceanos para a comunidade escolar PROJETO CHEF FISH
  • 2. CHEF FISH CONCEBIDO POR: FINANCIADO POR: O projeto Chef Fish é concebido e implementado pela DECO e é cofinanciado a 85% pelo EEA Grants e a 15% pela DECO. Através dos fundos EEA Grants e Norway Grants, a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega contribuem para reduzir as disparidades sociais e económicas e reforçar as relações bilaterais com os países beneficiários na Europa. Os três países doadores cooperam estreitamente com a União Europeia através do Acordo sobre o Espaço Económico Europeu (EEE). Para o período 2009-14, as subvenções das EEA Grants e Norway Grants totalizam o valor de 1,79 mil milhões de euros. A Noruega contribui com cerca de 97% do financiamento total. Estas subvenções estão disponíveis para Organizações Não Governamentais, centros de investigação e universidades, e setores público e privado nos 12 Estados-membros integrados mais recentemente na União Europeia, Grécia, Portugal e Espanha. Há uma ampla cooperação com as entidades governamentais dos países doadores, e as atividades podem ser implementadas até 2016. As principais áreas de apoio são a proteção do ambiente e alterações climáticas, investigação e bolsas de estudo, sociedade civil, a saúde e as crianças, a igualdade de género, a justiça e o património cultural. Título: Projecto Chef Fish Subtítulo: Literacia dos Oceanos para a comunidade escolar Coordenação: DECO - Fernanda Santos Conceção: DECO e APLM Redação e Revisão: DECO - Inês Paraíso, APLM - Filipa Ferro e Flávia Silva, DECO Proteste - Dulce Ricardo Capa, projeto gráfico e paginação: Ana Lisboa Infografias e Ilustração: Ana Lisboa Fotografias: pág. 7, 9 e 10, Rui Seiça Ilustrações da capa: Ana Lisboa Redação e Coordenação DECOJovem: Inês Paraíso e Fernanda Santos 2015 DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor - DECOJovem Todos os direitos reservados por: DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor Rua Artilharia 1, 79 1600 Lisboa 1.ª edição: outubro 2015
  • 3. Índice Os 7 princípios essenciais do oceano ......................................................... 5 A importância do oceano .................................................................................. 6 Peixe fora d’água ............................................................................................ 7 Portugal à beira-mar ......................................................................................... 8 Do mar para a mesa ........................................................................................... 9 O pescado preferido dos portugueses .............................................................. 10 O Oceano sobre Pressão ................................................................................ 14 A ação do homem sobre o mar .......................................................................... 15 A poluição marinha ........................................................................................... 15 O lixo marinho e os seus impactes ................................................................... 16 A sobre-exploração dos recursos marinhos .................................................... 18 Escolher e Comprar ........................................................................................ 19 O peixe sustentável ............................................................................................ 20 Nova rotulagem dos produtos da pesca ........................................................... 21 Informação sobre a etiqueta ............................................................................. 21 Conselhos para escolher e comprar o pescado ................................................ 22 Como escolher os melhores produtos do mar? ............................................... 22 Conservar e Comer ......................................................................................... 25 Congelar ............................................................................................................. 26 Descongelar ....................................................................................................... 27 Comer ................................................................................................................. 27 Bibliografia ...................................................................................................... 30
  • 4.
  • 5. 5Os 7 princípios do Oceano O Oceano faz parte da identidade sociocultural portuguesa e repre- senta uma vasta área de recursos, conhecimentoseartes.Tendocomo ponto de partida os 7 Princípios Essenciais do Oceano, este e-book pretende dar a conhecer uma perspectiva abrangente sobre o tema e promover a reflexão e com- portamentos mais sustentáveis. Através de cada um destes princípios é relembrado o impor- tante papel que o oceano desem- penha na vida da Terra. Os princípios e conceitos do Ocea- no podem ser abordados nos pro- gramas curriculares do ensino pré-escolar ao 12º ano de escolari- dade. Mais informações em: Conhecer o Oceano. “Literacia dos oceanos é compreender a influência do Oceano em nós e a nossa influência no Oceano.” (Ocean Literacy, 2013) OS 7 PRINCÍPIOS ESSENCIAIS DO OCEANO 6 5 2O Oceano e a vida marinha têm uma forte ação na dinâmica da terra. 3 O Oceano exerce uma influência importante no clima. 4 O Oceano permite que a terra seja habitável. O Oceano suporta uma imensa diversidade de vida. O Oceano e a Humanidade estão fortemente interligados. Há muito por descobrir e explorar no oceano. 7 1 A Terra tem um Oceano muito global e diverso. Fig.1-Os7PrincípiosEssenciaisdoOceano
  • 6. 6 Os 7 princípios do Oceano • Regulação do clima e condições meteorológicas. • Fonte de oxigénio, alimento e outros recursos naturais essenciais à vida na terra. • Acolhe uma grande diversidade de seres vivos. • Criação de trabalho e desenvolvimento económico • Definição da identidade cultural • Qualidade de vida e bem-estar do ser humano. • A Pesquisa e investigação marinha apresentam inúmeras potencialidades. O primeiro passo para a proteção do Oceano é a disseminação do conheci- mento sobre o Oceano para que todos possam decidir como agir da melhor forma para o preservar. A exploração sustentável dos recursos e serviços do Oceano e a qualidade das águas marinhas dependem da compreensão que todos têm das consequências das suas ações na saúde do Oceano e da importância que este assume para a nossa qualidade de vida. O Oceano é a característica distintiva do planeta Terra – o Planeta Azul. É constituído por diversas bacias interligadas – o Atlântico Norte, o Atlântico Sul, o Índico, o Pacífico Norte, o Pacífico Sul e o Ártico – que contêm 97% da água do planeta, cobrindo aproximadamente 70% da superfície terrestre. A importância do Oceano Fig.2-PlanetaAzul
  • 7.
  • 8. 8 Peixe fora D’Água PEIXE FORA D’ÁGUA Portugal à Beira-mar As trocas comerciais e científicas da época dos Descobrimentos permiti- ram o desenvolvimento de Portugal. A pesca é praticada pelo homem desde a pré-história, com o objetivo de manter a sua subsistência a partir do meio aquático. De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, Por- tugaltemumafaixacosteirade1187kmeaterceiramaiorZonaEconómica Exclusiva (ZEE)1 da Europa, que é 18 vezes maior que o território continen- tal do país, trazendo benefícios para o nosso país em termos de exploração de energia, recursos minerais, biodiversidade e investigação científica. Com uma costa rica em peixe, é fácil aceitar que rapidamente o peixe se tornou um elemento primordial para a alimentação, e consequentemente o grande responsável pela povoação da costa e dinamização da economia do mar. O Circuito do Pescado (ACOPE - Associação dos Comerciantes de Pescado) 1 Os países costeiros têm direito a declarar uma Zona Económica Exclusiva (ZEE) de espaço marítimo para além das suas águas ter- ritoriais, na qual têm prerrogativas na utilização dos recursos vivos e não vivos do mar e responsabilidade na sua gestão ambiental. CAPTURA LOTAS MERCADOS ABASTECEDORES E GROSSISTAS AQUICULTURA IMPORTAÇÕES CONSUMIDOR GRANDE DISTRIBUIÇÃO RETALHISTAS ESPECIALIZADOS HOTELARIA E RESTAURAÇÃO
  • 9. 9Peixe fora D’Água Do Mar para a Mesa Pesca Podemos distinguir dois tipos de pesca: a pesca artesanal ou tradicional e a pesca industrial ou moderna. A Pesca tradicional ou artesanal e que é maioritária em Portugal caracteriza-se pela existência de meios tradicionais de captura com técnicas passadas de geração em geração, com recurso a linha e redes e onde os barcos são de reduzidas dimensões e de fraca tonelagem. O destino da pro- dução é o autoconsumo ou a venda nos mercados locais. A pesca industrial ou moderna é praticada por navios de grande tonelagem, equipados com redes de grandes dimensões e fun- cionam como autênticas unidades industriais, uma vez que procedem à captura do peixe, ao seu tratamento e respetiva embalagem e congelação. As principais espécies capturadas em Portugal Continental são a sardinha, a cavala, o carapau, o polvo, o berbigão, o peixe-espada preto, a faneca e o carapau, representando cerca de 80% de todo o pescado desembarcado, não havendo informação científica de captura excessiva. Aquicultura A aquicultura é a produção de produtos de pescado cujo crescimento é acompanhado pelo homem até à sua colocação no mercado. Pode ser classificada como extensiva, intensiva ou semi-intensiva, com base nos níveis de controlo da produção e a necessidade de fornecimento de rações e suplementos alimentares. Os maiores produtores de pescado em aquicultura são a Ásia (84%), Áfri- Conhece aqui as Artes da Pesca FOTOGRAFIA:RUISEIÇA
  • 10. 10 Peixe fora D’Água ca (10%), América Latina e Caribe (4%) e apenas 2% é produzido nas restantes partes do mundo. Na Europa os prin- cipais produtores são a Noruega, Espanha e França. As espécies produzidas são: cerca de 131 espécies de peixes, entre as quais: salmão, truta, robalo, dourada; 27 espécies de crustá- ceos, como por exemplo: lagostim e gamba; e 42 espécies de moluscos, tais como o mexilhão, ostra e ameijoa. Apesar dos impactes ambientais da aquicultura, nomeadamente ao nível da poluição, também existem benefícios para este modo de produção, tais como o aumento significativo da produção de diferentes espécies de pescado, o aumento do controlo da produção e o desenvolvimento da economia nacional e local. O pescado preferido dos Portugueses Hoje em dia, cada vez mais pessoas dependem da pesca e da aquicultura para a sua alimentação. Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimen- tação e Agricultura (FAO), World Review of Fisheries and Aquaculture, as pessoas nunca consumiram tanto peixe ou dependeram tão fortemente do setor para o seu bem-estar como hoje em dia. A Pesca Mundial produziu em 2012, 158 milhões de toneladas de peixe, sendo 43% da produção pro- veniente de aquicultura. Portugal é o maior consumidor de peixe por habitante na União Europeia e o terceiro a nível mundial. O consumo de peixe em Portugal é de 57 kg por ano per capita. No total são consumidas, por ano, 600 mil toneladas de pescado, em Portugal. FOTOGRAFIA:RUISEIÇA
  • 11. 11Peixe fora D’Água Estas são as principais espécies de pescado mais consumido e capturado que chegam às mesas portuguesas. Estão distribuídas de acordo com os stocks populacionais de produtos marinhos comercializados, pescados de forma biologicamente sustentável. Saber em que categoria de consumo as espécies de pescado se inserem, permitirá ao consumidor efetuar uma escolha mais informada e com menor impactes ambientais. Todos os produtos pescados representados nos quadros seguintes estão identificados com o respetivo nome, tamanho mínimo de captura, habi- tat natural, período de reprodução. Para algumas das espécies são ainda, referidas algumas curiosidades. CONSUMO FREQUENTE: Espécies de pescado disponíveis no mercado com menor risco ou ameaça de extinção. ROBALO (Peixe) - 36cm Habitat: Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo Reprodução: Janeiro a abril É a 3.ª espécie mais produzida em aquicultura em Portugal SARDINHA (Peixe) - 11cm Habitat: Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo Reprodução: Outubro a abril Migra em grandes cardumes. CAVALA (Peixe) - 20cm Habitat: Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo Reprodução: Fevereiro a Abril Migra em grandes cardumes. CARAPAU (Peixe) - 15cm Habitat: Atlântico Nordeste, Mar Mediterrâneo e Arquipélago da Madeira Reprodução: Dezembro a abril, com um pico em fevereiro Migra em grandes cardumes. POLVO (Molusco) - 750g Habitat: Atlântico Nordeste, Mar Mediterrâneo e Arquipélago da Madeira Reprodução: Todo o ano, com períodos mais intensos na primave- ra e no outono A fêmea morre após efetuar a postura e cuidar de cerca de 500 mil ovos.
  • 12. 12 Peixe fora D’Água CONSUMO MODERADO: Espécies de pescado disponíveis no mercado com algum risco ou ameaça de extinção. SAFIO OU CONGRO (Peixe) - 58cm Habitat: Atlântico Nordeste, Mar Mediterrâneo e nos Arquipéla- gos da Madeira e dos Açores Reprodução: Meses de Verão Após a reprodução, o safio morre. SARGO (Peixe) - 15cm Habitat: Atlântico Nordeste, Mar Mediterrâneo e nos Arquipéla- gos da Madeira e dos Açores Reprodução: Final do inverno, princípio da primavera Têm vários dentes incisivos e molares. CHERNE (Peixe) - N.Def. Habitat: Atlântico Nordeste e nos Arquipélagos da Madeira e dos Açores Reprodução: Fim de julho a início de outubro Tem vida longa que pode viver até aos 60 (fêmeas) e 80 (macho) anos. CANTARILHO (Peixe) - N.Def. Habitat: Atlântico Nordeste, Mar Mediterrâneo e Arquipélago da Madeira Reprodução: Verão É um peixe solitário que se agrega, apenas, na altura da reprodução. CHOCO (Molusco) - 10cm Habitat: Atlântico Nordeste, Arquipélago da Madeira e Mar Mediterrâneo Reprodução: Entre fevereiro e outubro Os chocos são chamados de camaleões do mar. LINGUADO (Peixe) - 24cm Habitat: Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo Reprodução: Janeiro a abril Nas primeiras etapas de vida o olho esquerdo do linguado migra para o lado direito, para que possa viver semienterrado com olhos de fora. GORAZ (Peixe) - 25cm Habitat: Atlântico Nordeste Reprodução: Outubro a janeiro Tem sido alvo de estudo para reprodução em aquicultura. ATUM (Peixe) - 3,2kg Habitat: Atlântico Nordeste e nos Arquipélagos da Madeira e dos Açores Reprodução: Verão Forma cardumes que habitam maioritariamente junto à superfície.
  • 13. 13Peixe fora D’Água CONSUMO MODERADO E CAUTELOSO Espécies de pescado disponíveis no mercado com risco ou ameaça de extinção. BACALHAU (Peixe) - 40cm Habitat: Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo Reprodução: Entre Fevereiro a abril As fêmeas jovens põem cerca de 500 mil ovos SALMÃO (Peixe) - 55cm Habitat: Atlântico Norte e Pacífico Reprodução: Entre dezembro e janeiro O salmão nasce em água doce. TAMBORIL (Peixe) - 22cm Habitat: Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo Reprodução: De fevereiro a julho A fêmea desova até 1 milhão de ovos. LULA (Molusco) - 10cm Habitat: Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo Reprodução: De outubro a fevereiro e de abril a junho CAMARÃO (Peixe) - ND Habitat: Atlântico, Mar Mediterrâneo e Oceano Índico Oeste Reprodução: É reproduzido em aquicultura O camarão tropical alcança rapidamente a maturidade reprodutiva. PESCADA BRANCA (Peixe) - 27cm Habitat: Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo Reprodução: Janeiro a abril A Pescada-do-Chile e a Pesca- da-do-Pacífico também são usadas na alimentação. PEIXE ESPADA PRETO (Peixe) - ND Habitat: Portugal Continental na zona de Sesimbra e nos Arquipélagos da Madeira e dos Açores Reprodução: Outubro a janeiro Tem um ciclo de vida longo, crescimento lento e baixo.
  • 14.
  • 15. 15Oceano sobre Pressão 3. OCEANO SOBRE PRESSÃO A ação do Homem sobre o Mar O Oceano está cada vez mais vulnerável aos impactes e pressões das atividades humanas. A introdução de contaminantes como os fertili- zantes, pesticidas, metais pesados e outras substâncias químicas a partir dos cursos de água, a descarga de esgotos e de águas residuais não trata- das adequadamente, a exploração e os derrames de combustíveis fósseis, bem como o lixo marinho e a sobrepesca causam perdas extensivas da vida marinha, sobretudo ao nível da sobrevivência e reprodução das espécies e destruição dos habitats marinhos. A poluição marinha A descarga no Oceano de vários tipos de resíduos, nomeadamente industriais e nu- cleares – uma prática comum no passado em muitos países – foi regulamentada na década de 70, não deixando, no entanto, de ocorrer de forma ilegal. O legado de- sta poluição persiste e é ainda possível encontrar poluentes banidos no final dos anos 70 e nos anos 80, adsorvidos em partículas plásticas e em películas de óleos recolhidas no mar. A introdução nos meios aquáticos de poluição orgânica promove a eutrofização2 e anoxia3 o que tem levado ao apareci- mento de extensas zonas desprovidas de vida nas áreas costeiras. Outros poluentes, não biodegradáveis, como os pesticidas e os metais pesados, são tóxicos para muitos organismos, afetando as suas funções vitais ou provocando alterações na proporção entre os sexos, o que compromete a sobrevivência das espécies e comunidades. Os impactes económicos da poluição do Oceano têm aumentado de forma constante e é expectável que ocorra um maior declínio na vida marinha, incluindo as populações de peixes. 2 Eutrofização é o fenómeno causado pelo excesso de nutrientes (compostos químicos ricos em fósforo ou nitrogénio) numa massa de água, provo- cando um aumento excessivo de algas. 3 Anoxia – ausência de oxigénio. Fig.3-AquaDynamics2015
  • 16. 16 O Oceano sobre Pressão O lixo marinho e os seus impactes O lixo marinho é considerado como um dos problemas de poluição mais di- fusos que o Oceano enfrenta atualmente. Com origem tanto em atividades terrestres (80%) como em atividades marítimas (20%), a sua distribuição é global, podendo ser encontrado em ambientes muito distintos. É compos- to por diversos materiais que, dependendo do seu tempo de degradação, permanecem no ambiente marinho durante anos, décadas ou mesmo cen- tenas de anos, e os seus impactes afetam diretamente sociedades, econo- mias e a biodiversidade. Praias e zonas costeiras Superfície e coluna de água Fundo do mar Fig. 4 - Produção própria (APLM) “O lixo marinho é qualquer material sólido persistente, fabri- cado ou processado que é descartado, eliminado ou abandona- do no ambiente marinho e costeiro, ou mesmo longe da costa e que encontra o seu caminho para o mar através do vento, chu- va, águas residuais, transportado pelos rios ou arrastado pelas marés (UNEP, 2009).”
  • 17. 17O Oceano sobre Pressão Aoníveldabiodiversidadeeecossistemas,osprincipaisimpactesdolixomarinho referem-se: O plástico é o material predominante do lixo marinho (corresponde entre 60 a 80% dos itens encontrados) e devido às suas propriedades é facilmente trans- portado, tem um tempo de degradação elevado e fragmenta-se em pedaços de pequenas dimensões o que amplia o problema. O lixo marinho é um problema comportamental à escala global que está relacionado com os padrões de pro- duçãoeconsumodominantes,comadeficientegestãodosresíduos,comainad- equada implementação das medidas previstas nos acordos internacionais dos resíduos produzidos em mar e com o comportamento negligente dos cidadãos emgeral. As abordagens para mitigar ou minimizar este problema são várias: desde o desenvolvimentodeaçõesdesensibilização,formaçãoeeducaçãoambiental,às limpezasdepraia,passandopelaaplicaçãodeboaspráticasnaindústriaegestão de resíduos e utilização de instrumentos de mercado, que incentivem os con- sumidores afazeremescolhasmelhores. Fig. 9 - Exemplos de microplásticos provenientes de diferentes fontes: cosméticos, indústria, fragmentação i) Ao aprisionamento de animais marinhos, nomeadamente aves, focas, tartarugas, golfinhos e baleias que ficam feridos ou morrem presos em redes de pesca, cordas e linhas; ii) À ingestão de lixo marinho por parte dos animais, porque o confundem com alimen- to e cuja acumulação no estômago provoca uma falsa sensação de saciação levando à morte por fome ou mal nutrição; iii) Ao transporte de espécies invasoras, que viajam grandes distân- cias fixadas ao lixo marinho e cuja propa- gação em novos ambien- tes se pode tornar numa ameaça à biodiversidade local; iv) À destruição de habitats bentónicos e costeiros. Fig. 5 - Tartaruga aprisionada Fig. 6 - Albatroz com detritos plásticos ingeridos Fig. 7 - Cirrípedes fixos a lixo marinho Fig. 8 - Rede de arrasto em um coral couve-flor
  • 18. 18 Oceano sobre Pressão A sobre-exploração dos recursos marinhos Apescanãosóéoprincipalmeiodesubsistênciademuitascomunidadescostei- ras como providencia a principal fonte de proteína para milhões de pessoas em todoomundo. Com o crescimento exponencial da população mundial, nas últimas décadas, e consequenteaumentodaprocuradealimento,ecomamodernizaçãodastécni- cas de captura, transporte e armazenamento, aumentou também a exploração deespéciesmarinhasparaalimentação.Noentanto,oOceanotemrecursoslim- itados e a exploração excessiva dos seus recursos pode levar a que estes se esgo- tem. A sobrepesca é um dos mais graves exemplos de sobre-exploração dos recursos marinhos consistindo numa captura de peixes que supera a capacidade de re- produçãonatural dapopulação. Em última análise, as espécies ameaçadas correm o risco de extinção, o que terá sérios impactes ao níveldabiodiversidademarinhaedobem-estar social e económico das comunidades que de- pendemdiretamentedapesca. A exploração dos recursos marinhos carece de uma gestão eficiente que cada vez mais se percebeurgente. No que se refere à proteção e conservação da biodiversidade marinha, podem-se esta- belecer limites de captura (para quantidades e tamanhos); definir reservas marinhas ou áreas marinhas protegidas; criar políticas de pesca sus- tentável, restringindo as práticas de pesca prejudiciais, definir legislação a nível internacional e regional; educar o público em geral, paraanecessidadederestaurarasaúdeeprodutividadedoOceano. O Oceano é também fonte de recursos minerais e energéticos e, com o desen- volvimentodastecnologiasdeprospeçãoeextração,asuaexploraçãoapartirdos fundos oceânicos é, hoje em dia, viável e cada vez mais atrativa. Em particular, no que se refere à exploração de metais preciosos e raros em terra, importantes para a composição de sistemas eletrónicos avançados. Outros exemplos de ex- ploração marinha estão relacionados com fontes de energia como a energia das ondaseeólica(fontesrenováveis)ouaexploraçãodepetróleoougás(fontesnão renováveis).
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  • 20. 20Escolher e Comprar 4. ESCOLHER e COMPRAR O Peixe sustentável A atividade piscatória deve assegurar que o peixe que fica nos mares é suficiente para manter os ecossistemas saudáveis e garantir que estes se possam reproduzir. A União Europeia regula a gestão das pescas e as normas da pesca e aqui- cultura, para que a captura seja realizada de forma sustentável. Também, os consumidores devem ajudar para que a pesca se torne mais sustentável, ajustando os seus padrões de consumo. Enquanto interveniente no mercado, o consumidor deve estar informado dos produtos do mar que escolhe e a altura do ano em que os deve consumir. Ao respeitar a sazonalidade das espécies preserva-se a biodiversidade das espécies marinhas. Para garantir o consumo de um produto de qualidade há que evitar o consumo de pescado em épocas de defeso, isto é, quando as espécies piscícolas estão em reprodução ou são espécies juvenis. A maioria dos peixes, moluscos e crustáceos têm um tamanho mínimo de captura definido por lei. Se o peixe não tiver o tamanho mínimo, não será aceite para venda e não chegará aos consumidores legalmente. A comunidade piscatória portuguesa tem grande importância cultural e económica no país. Ao escolher espécies importadas, provenientes de países terceiros, como a Perca do Nilo que vem de África, o consumidor está a contribuir para um elevado impacte am- biental, devido ao transporte e à sobre-exploração de recur- sos de países em vias de desenvolvimento. O transporte de peixe implica um elevado nível de emissões atmos- féricas e a utilização de combustíveis fósseis, porque o peixe percorre uma grande distância de avião, barco ou estrada e é distribuído em vários locais do mundo. A pega- da ecológica do peixe importado é ainda maior devido ao elevado consumo energético da sua refrigeração.
  • 21. 21 Escolher e Comprar O consumidor deverá adequar a quantidade de peixe que ingere às suas necessidades nutritivas, reduzindo a quantidade de peixe que come ou re- duzindo o número de refeições com peixe. Desta forma estará a reduzir a pressão sobre a vida dos oceanos. Ao alterar os hábitos e ao optar por espécies menos consumidas, que não costuma confecionar, o consumidor conseguirá uma refeição mais económica com a mesma qualidade nutri- tiva. As espécies menos consumidas são muitas vezes as que apresentam menor valor de mercado, não só gastará menos como ainda consumirá peixe fresco e de qualidade, ajudando à sobrevivência de espécies mais consumidas e em risco como o atum, o salmão ou o bacalhau. Nova Rotulagem dos Produtos da Pesca As novas regras de rotulagem introduzidas pela política comum das pes- cas da União Europeia, a 1 de janeiro de 2014, ajudam os consumidores a saber exatamente de onde provém o peixe que estão a comprar e se este foi pescado de forma responsável. As informações são de carácter obrigatório e facultativo e os produtos abrangidos são: •Peixes vivos, frescos ou refrigerados; peixes congelados, filetes de peixe fresco, refrigerados ou congelados; •Peixe seco, salgado ou em salmoura4 , peixe fumado; •Crustáceos mesmo sem casca, vivos, frescos, refrigerados, congela- dos, secos, salgados ou em salmoura; crustáceos com casca, cozidos em água ou congelados, secos, salgados ou em salmoura; •Moluscos com ou sem concha, vivos, frescos, refrigerados, congela- dos, secos, salgados ou em salmoura; invertebrados aquáticos, exce- to moluscos, vivos, frescos, refrigerados, congelados, secos, salgados ou em salmoura; •Algas. 4 A salmoura é uma solução de água saturada de sal onde se podem conservar alimentos, como carne, peixe e conservas em geral.
  • 22. 22Escolher e Comprar Informação sobre a etiqueta A etiqueta tem como função informar o consumi- dor de forma clara e objetiva, acerca da origem e características dos produtos da pesca. É fundamental compreender e interpretar os da- dos disponíveis. Todos os produtos da pesca, inclusive os proveni- entes da aquicultura e os mariscos, devem indi- car obrigatoriamente: 1 – Denominação comercial da espécie: indica a espé- cie mediante uma designação comumente utilizada e autorizada na Lista das Denominações Comerciais de Espécies admitidas em Portugal. 2 - Método de Produção: Identifica a forma de obtenção da espécie: pesca extrativa; capturado em água doce; criado em aquicultura; 3 – Zonas de captura: Indica a zona da procedência dos produ- tos da pesca, em função das grandes zonas geográficas em que os oceanos foram divididos. *Adicionalmente devem ser tidas em conta as seguintes particularidades: Conselhos para escolher e comprar o pescado É essencial que o consumidor saiba escolher o peixe que compra. Enquan- to alimento fresco, o pescado altera-se rapidamente. Para saber escolher VIVOS - FRESCOS - REFRIGERADOS - COZIDOS PESO LÍQUIDO FORMA DE APRESENTAÇÃO E /OU TRATAMENTO IDENTIFICAÇÃO DO PRIMEIRO EXPEDI- DOR / EMPRESAS EMBALADORA MENÇÕES “PRODUTO DESCONGELADO” E “NÃO RECONGELAR” % DE ÁGUA DE VIDRAGEM5 PREÇO POR QUILO DE PESO LÍQUIDO /PESO LÍQUIDO ESCORRIDO CONGELADOS E ULTRACONGELADOS Produtos de Pesca, Aquicultura ou Mariscos EMBALADOS GRANEL EMBALADOS GRANEL x x x x x x x x x x x x x x x x (Dispensável desde que o número de unidades possa ser contado do exterior ou esteja indicado no rótulo) Informação Mínima Obrigatória 5 Água de vidragem – a vidragem consiste numa película de gelo que envolve o pescado congelado, impedindo que este desidrate, aumentando o tempo de conservação do pescado.
  • 23. 23 Escolher e Comprar com cuidado os produtos do mar, a informação dada no local de venda, também pode ser uma ajuda. Quando for comprar pescado tenha em con- ta estas dicas: Dica 1 - Compre de manhã! É nesta altura que os produtos estão mais frescos. Dica 2 – Verifique toda a oferta disponível! Assim poderá escolher o melhor produto ao melhor preço. Dica 3 – Durante a exposição dos produtos da pesca frescos, estes deverão estar acondicionados em gelo, distribuído por todo o pescado. Dica 4 – Todos os produtos da pesca deverão estar etiquetados. Dica 5 – Os filetes de peixe devem ter carne firme e brilhante, sem extremidades escuras ou secas. Dica 6 – Compre o pescado quando tiver terminado as restantes compras. Não e esqueça que são produtos perecíveis! Dica 7 – A qualidade dos produtos da pesca frescos reside na sua frescura. Seja exigente e observe o seu aspeto, odor e as condições em que estão acondicio- nados. Como escolher os melhores produtos do mar? Como reconhecer o Peixe Fresco - Cheiro agradável e suave a maresia. Recuse o peixe se este apresentar um odor demasiado intenso ou a amoníaco; - Pele com uma pigmentação viva e brilhante, sem descoloração. Com o decorrer do tempo a pele tem tendência para ficar baça e as escamas desprende-se facilmente; - Olhos salientes, a córnea transparente e a pupila negra brilhante. Se os olhos estiverem côncavos, a córnea opaca e a pupila acinzentada, o peixe já não está nas melhores condições; - Guelras avermelhadas, brilhantes e sem muco. Ao longo do tempo ficam amarelas e com o muco leitoso; - Carne firme e elástica. Pouco a pouco amolece e perde elasticidade, ficando avermelhada junto da coluna vertebral; - A coluna vertebral quebra-se em vez de se despegar; - A membrana que cobre a parede abdominal adere totalmente. Peixe Fresco Bivalves – amêijoa, berbigão, mexilhão - devem: - Ser expostos à venda vivos, com valvas fechadas, oferecendo resistência à abertura e, se estiverem abertos, devem fechar rapidamente as valvas (conchas) a qualquer estímulo; - Ter líquido no interior das conchas incolor e límpido; Apresentar cheiro agradável e pronunciado; - Ter a carne húmida, bem aderente à concha, de aspeto esponjoso, de cor cinza-claro nas ostras e amarelada nos mexilhões. Cefalópodes – polvo, lula e choco - devem: - Ter a pele lisa e húmida; - Os olhos vivos e salientes; - Ter carne consistente e elástica; - Apresentar a ausência de qualquer pigmentação estranha; - Apresentar cheiro próprio e agradável; - O polvo tem coloração característica acinzentada a levemente rosada; - Na lula, a coloração característica do produto fresco é clara e levemente rosada. Importante: Polvos e lulas não devem apresentar coloração vermelha ou roxa, principalmente na parte interna dos tentáculos. Moluscos
  • 24. 24Os 7 princípios do Oceano - A embalagem deve estar hermeticamente fechada, para se evitarem contaminações, deterioração ou desidratação de pescado; - Os rótulos devem conter: - A denominação comercial da espécie. - O método de produção (capturado no mar ou capturado em água doce ou de aquicultura - A zona de captura - A data de durabilidade mínima - O peso líquido escorrido (deve excluir a água de vidragem*) - A identificação do lote precedido da letra "L" (quando, na data de validade, não aparecer o dia e o mês) - As condições de conservação - A lista de ingredientes (caso exista mais que um) - O modo de utilização (se a sua omissão não permitir o uso adequado) - A expressão “não volte a congelar”; - A embalagem não deve ter gelo solto. Se tal acontecer significa que houve variações de temperatura significativas, desde que o produto foi embalado até chegar ao consumidor. O peixe pode já não estar nas melhores condições; - O peixe deve ter a cor característica da espécie e estar envolto numa camada de gelo fina e homogénea. Seja embalado inteiro ou em postas e filetes, as extremidades não devem estar secas nem amareladas, uma vez que podem indicar desidratação; - Evite comprar pescado excessivamente vidrado; - Verifique se há um termómetro na arca frigorífica da loja e de que a temperatura indicada não é superior a 18ºC negativos; - O peixe, tal como qualquer outro produto congelado, deve ser adquirido em último lugar. Convém transportá-lo num saco isotérmico e colocá-lo no frigorífico ou no congelador (caso pretenda guardá-lo por mais tempo). Congelados - O bacalhau salgado seco do Atlântico (o único admitido) passa por um longo processo de Cura Tradicional Portuguesa; - Depois de escalado o bacalhau tem que estar 30 dias em salga e mais 30 dias a maturar, ou seja, em contato com o sal, mas num ambiente mais aberto. De seguida é seco e armazenado e não pode ser comercializado com menos de 150 dias, desde o início da cura; - O Bacalhau de Cura Tradicional Portuguesa tem que ter um peso superior a 1,5kg, musculatura bem estruturada e firme e coloração uniforme entre amarelo pálido e amarelo palha; - A humidade favorece o desenvolvimento de bactérias. Faça o teste: segure o peixe pelo corpo e deixe cair a cauda. Se dobrar, tem água em excesso. Não compre bacalhau mal curado; - Observe a pesagem e certifique-se de que lhe estão a vender o tipo comercial indica- do. Por exemplo, o bacalhau crescido deve ter entre 1 e 2 kg. Se pesar menos, pertence a uma categoria inferior: o bacalhau corrente; - A cor avermelhada e a presença de pó muito fino, cinzento, branco, amarelado são sinais de má conservação. Não coma peixe nestas condições; - O aspeto pegajoso ou cozido e as manchas não características do bacalhau são maus indicadores. Seco - Lagosta e camarão devem ter um aspeto brilhante e húmido, o corpo deve apresen- tar curvatura natural e rígida, e articulações firmes e resistentes. A carapaça e a cabeça devem estar bem agarradas ao corpo. Os olhos deverão ser vivos e destacados e devem apresentar um odor suave e próprio à espécie. É importante verificar também se apresentam manchas negras ou alaranjadas na carapaça, características dos camarões ou lagostas com qualidade comprometida; - Os caranguejos inteiros devem ser expostos à venda vivos e robustos, com cheiro próprio e suave, aspeto brilhante e húmido. As suas articulações devem ser firmes e as pernas devem estar inteiras e firmes. A carapaça deve estar bem aderente ao corpo e os olhos vivos e destacados. Crustáceos eMariscos
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  • 26. 26 Conservar e Comer 5. CONSERVAR E COMER Ao longo da história, o Homem desenvolveu uma grande variedade de métodos de conservação dos alimentos. Os métodos mais ancestrais como a defumação e a salga permitiram não só o consumo em larga escala de um produto tão perecível quanto é o peixe, como o seu transporte para zo- nas distantes do litoral. Só com o aparecimento das máquinas de fabrico de gelo artificial e os novos métodos de conservação, surgiram os conge- lados e as conservas modernas. A par do consumo de pescado fresco, os produtos do mar transformados assumem, atualmente, um importante valor na nossa alimentação. Congelar Quase todos os alimentos podem ser congelados e conservados durante meses, desde que respeitem algumas regras de higiene e a cadeia de frio. 6 Para branquear o pescado, mergulhe o pescado limpo, sem escamas e cortado durante 2 ou 3 minutos em água a ferver. Arrefeça num recipiente com água fria e gelo, seque com um pano ou papel de cozinha e congele. 1 2 3 1 2 3 4 Zona menos fria Fruta e legumes cozinhados, iogurtes, queijo, compotas, maioneses e outros molhos embalados. Zona mais fria Junto à serpentina de arrefecimento, guarde peixe, marisco e carne crus e cozinhados, bolos com creme e sobras de refeições. Gaveta Fruta e legumes frescos, de preferência, em embalagens individuais. Porta Ovos, produtos para barrar, como margarina ou manteiga, e bebidas. 4 DICA 01 Em casa, comece por arrumar os alimentos frescos e congelados e só depois os restantes produtos. O desrespeito pela cadeia de frio acarreta riscos: um aumento da temperatura provoca e acelera o desenvolvimento de possíveis microrganismos existentes no produto, reduzindo o respetivo prazo de validade. Um produto que à partida estava em boas condições poderá originar uma intoxicação. O peixe e o marisco degradam-se depressa. Congele apenas aquele em cuja frescura confia e tenha em consideração as características definidas no capítulo anterior referentes à escolha e compra de produtos do mar. No caso do bacalhau, deverá demolhá-lo no frigorífico antes de congelar. Coloque as postas com a pele para cima numa bacia com água. Mantenha no frigorífico durante 24 a 48 horas, consoante a espessura do peixe. Mude a água no mínimo 2 vezes por dia. DICA 02 DICA 03
  • 27. 27Conservar e Comer Descongelar DICA 04 Em casa, comece por arrumar os alimentos frescos e congelados e só depois os restantes produtos. O desrespeito pela cadeia de frio acarreta riscos: um aumento da temperatura provoca e acelera o desenvolvimento de possíveis microrganismos existentes no produto, reduzindo o respetivo prazo de validade. Um produto que à partida estava em boas condições poderá originar uma intoxicação. DICA 05 Se comprou peixe fresco, pode congelá-lo cru, mas bem limpo, descamado, sem tripas e sem cabeça. Pode congelar o peixe inteiro, em postas ou filetes, consoante a utilidade que lhe der. Contudo, lembre-se que ao congelar pequenas porções acelera o processo de (des)congelação. DICA 06 Para uma boa conservação e higiene, os melhores equipamentos de frio são os de 4 estrelas. Depois deverá verificar regularmente a temperatura do congelador, que deve permanecer a – 18 °C, pelo menos. A cada três ou seis meses, descongele e limpe o interior do aparelho com duas colheres de sopa de vinagre ou de bicarbonato de sódio, diluídas em água morna. Desta forma previne contaminações e poupa energia, já que a acumulação de gelo gera maior gasto. Os crustáceos, como o camarão, podem ser congelados inteiros, num saco com água no fundo, ou descascados e branqueados6. DICA 07 Coloque uma etiqueta com o nome do alimento, o peso e a data de congelação. Se possível, limite a grossura das postas de peixe a 4/5 centímetros. Anote, num quadro os alimentos armazenados, com as respetivas datas de congelação. Evita assim compras inúteis, ou a deterioração dos mesmos. O prazo de conservação do peixe e marisco é diferente. Por exemplo, peixe magro ou meio-gordo como: pescada, raia, truta, solha e dourada têm prazo de conservação de seis meses. O peixe-gordo como o atum, salmão, sardinhas ou carapau e o marisco têm prazo de conservação de três meses. DICA 08 DICA 09 DICA 10 Para congelar os alimentos, lave bem as mãos e use facas e tábuas limpas para manipular e cortar os alimentos. Use recipientes herméticos e limpos (caixas de plástico ou sacos de congelação novos), para evitar que os alimentos oxidem ou fiquem queimados pelo frio. DICA 01 DICA 02 DICA 04 Para uma descongelação mais rápida, pode fazê-lo em água fria, desde que a embalagem esteja bem fechada. DICA 03 O peixe deve ser descongelado na parte inferior do frigorífico. Nunca à temperatura ambiente. Quando descongelado, o peixe deve ser consumido o mais rapidamente possível e nunca voltar a ser congelado. Não descongele o peixe à temperatura ambiente ou em lugares quentes (perto do fogão, em cima de um radiador ou ao sol, por exemplo). Se o fizer, poderá alterar o aspeto, o aroma, a textura, o sabor e o valor nutritivo do peixe. Os peixes de pequena dimensão (linguados, salmonetes e sardinhas, por exemplo) podem ser estufados, fritos ou grelhados ainda congelados. Para cozer, não precisa de descongelar nenhum tipo de peixe, o que vai proporcionar um maior aproveitamento nutritivo, maior segurança e rapidez. DICA 05
  • 28. 28 Conservar e Comer Comer Existem dois grandes grupos de peixes: os peixes azuis e os peixes brancos. Para distinguir os dois tipos deverá observar a forma do peixe, a cor da pele, a forma, posição e número de barbatanas, se tem escamas e quais as suas características, e particularidades existentes na cabeça. Peixes Azuis Sardinha, Carapau/Chicharro, Atum, Cavala, Salmão Os peixes azuis são saudáveis, saborosos e fáceis de preparar. São caracterizados por terem uma cor azulada na região do lombo e por conterem na sua composição um alto teor de gordura. Este indicador varia consoante a altura do ano em que estas espécies são capturadas. Neste grupo estão os peixes migratórios que utilizam as reservas de gordu- ra para as longas viagens. São ainda ricos em ácidos gordos ómega 3, cujo consumo regular (pelo menos 3 vezes por semana) previne doenças cardio- vasculares, reduz o colesterol e o crescimento de células cancerígenas. Os peixes azuis são, ainda, um alimento de fácil digestão e baixo em calorias; contêm proteínas com diversos aminoácidos fundamentais ao organismo; são ricos em vitaminas A, D e B12, essenciais à visão, pele, absorção de cálcio (necessários aos dentes e aos ossos), absorção de fósforo (essencial para o cérebro) e ao metabolismo do corpo. Peixes Brancos Pescada, Bacalhau, Besugo, Tamboril, Dourada e Robalo Os peixes brancos ou magros são ligeiros, suaves e tenros. São peixes mais finos, com baixo teor de calorias e gordura. Possuem, regra geral, cor da pele prateada. Preferem viver em águas mais profundas e vivem de um modo mais sedentário que os peixes azuis. São uma fonte importante de proteínas e sais minerais; são recomendados a bebés e crianças, uma vez que a sua carne é magra, suave e digere-se com muita facilidade. A sua carne é rica em vitamina B, responsável pela transformação dos di- versos tipos de açúcar, pela regulação do sistema nervoso e dos impulsos nervosos e pela metabolização do oxigénio.
  • 29. 29Conervar e Comer O que difere o pescado da carne de mamíferos e aves? Segundo o IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o peixe e o marisco apresentam menor teor de gordura e valor energético do que a carne dos mamíferos e aves. Contudo, a natureza dos lípidos presentes no pescado torna-o num alimen- to mais saudável. Por outro lado, os produtos da pesca e aquicultura são mais ri- cos em sais minerais, nomeadamente iodo e selénio. É também, uma boa fonte de proteínas de alta qualidade, pois possuem todos os aminoácidos essenciais, são facilmente digeríveis e adequados a todas as idades. Qual o melhor processo para cozinhar o pescado? Para ser saudável não é necessário sacrificar o prazer e o sabor à mesa! Aqui ficam algumas dicas importantes para a confeção de pescado: - Cozer em água ou a vapor . - Grelhar, mas sem deixar a chama ou a fonte de calor incidir diretamente no peixe - Se escolher fritar o pescado, utilize óleos monoinsatu- rados, nomeadamente o azeite, uma vez que parte deste óleo é absorvido pelo alimento. NOTA: É de salientar que alguns ácidos gordos ómega 3 passam para o óleo de fritura e oxidam rapidamente. Desta forma, não deverá utilizar várias vezes o mesmo óleo. O recurso a gorduras sólidas e óleos vegetais hidrogenados, como a manteiga, deve ser evitado, porque podem apresentar ácidos gordos trans prejudiciais à saúde, so- bretudo em consumidores que sofram de doenças cardiovasculares.
  • 30. Bibliografia ACOPE, associação dos comerciantes de pescado APLM – Associação Portuguesa do Lixo Marinho Ciência Viva - Conhecer o Oceano DECO Proteste - Bacalhau (2014) DECO Proteste - Marisco (2013) DECO Proteste – Sardinha (2015) DECO Proeste – Conservar o Peixe (2015) DECO – Revista Teste Saúde N.º 111 – Outubro 2014 – Congelar e Descongelar dgrm - Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marinhos Direção Geral de Política do Mar DocaPesca, Portos e Lotas, S.A. European Commission – Campanha Inseparáveis European Commission - Guia de Bolso da Rotulagem para produtos de pesca e aqui- cultura FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – Pesca e Aqui- cultura Kit do Mar – EMEPC LPN - Liga para a Proteção da Natureza MARLISCO Portugal Ocean Literacy Ocean Literacy – Ocean Literacy Principles and Fundamental Concepts Ocean Literacy – The Scope and Sequence Conservation International – The Ocean Ocean Health Index Pescado Controlado – Fileira do Pescado UNET - United Nations Environment Programme World Wide Fund for Nature – Living Blue Planet Report World Wildlife Fund – Threats National Oceanography Centre – Seas Under Threat
  • 31. Indíce de Imagens Tema 1 Fig. 1 - 7 Princípios Essenciais do Oceano: 1.Mapa Topográfico do Planeta: www.seajester.eq8r.net/map_world_ocean_floor_topo_green_ brown.htm 2.Zona costeira (Consolação, Portugal): foto por Filipa Ferro, APLM 3.Nuvens, chuva, mar: http://www.politicalmetaphors.com/2014/07/ 4.Cadeias de Cianobactérias (fotografia de James Golden): http://jgi.doe.gov/doe-jgi-sci- ence-highlight-benefits-of-diversity-driven-genome-sequencing-in-cyanogeba 5.Recife de coral: http://www.nfwf.org/coralreef/Pages/home.aspx#.VPYiznysWSo 6.Pesca artesanal (fotografia de Javier Teniente): http://fotosmundo.net/hijos-oceano-pesca-ar- tesanal 7. Investigação subaquática: http://oceandoctor.org/erika-bergman Fig. 2 - Planeta Azul: www.science.ku.dk/english/press/news/2012/water_blue_plan- et_minik Tema 3 Fig. 3 - Aqua Dynamics 2015: www.aquadynamics.ch/cwao. Fig. 4 - Produção própria (APLM) Fig. 5 - Tartaruga aprisionada (foto por Jordi Chias Pujo): http://www.ghostfishing. org/ghostnets-fish-on-marine-rubbish-threatens-australian-turtles/; Fig. 6 - Albatroz com detritos plásticos ingeridos (foto por C. Fackler): https:// marinedebrisblog.wordpress.com/2011/07/26/arteducation/; Fig. 7 - Cirrípedes fixos a lixo marinho (foto por Paula Sobral, APLM); Fig. 8 - A rede de arrasto em um coral couve-flor: http://www.pifsc.noaa.gov/cred/ entanglement.php Fig. 9 - Microsferas em cosméticos (BBC News): http://www.bbc.com/news/blogs- magazine-monitor-27440188; Pellets plásticos (5Gyres): http://www.5gyres.org/blog/ posts/2014/07/26/ddt_in_the_pellets_under_your_feet; Fragmentos plásticos (foto por João Frias, APLM);
  • 32. CONCURSO CHEF FISH Inscrições abertas! Mostra que és um Chef Fish. Participa! www.decojovem.pt