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Programa de saúde da família – PSF: Uma reflexão crítica dos PSFs sob a
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Programa de saúde da família – PSF: Uma reflexão crítica dos PSFs sob a
ótica da disciplina “Psicologia e Saúde Coletiva” da graduação de Psicologia
do Centro Universitário Nove de Julho - UNINOVE
Categoria : Equipe Transdisciplinar de Saúde no Campo Psi
Publicado por Eduardo Alencar [eduardo_alencar] em 4/9/06
Autores: Dácio Silva
Daniela Perestrelo
Eduardo Alencar
RESUMO
O Presente Trabalho pretende propiciar uma reflexão crítica sobre o funcionamento do
Programa de Saúde da Família (PSF) , de acordo com seus objetivos propostos em seu
planejamento em 1994 versus sua atuação durante os seus 10 anos de vida até o ano de 2004 a
partir de algumas pesquisas e autores que estudaram o tema neste período. De maneira a
apresentá-lo em seminário – proposta de avaliação educacional para disciplina de “Psicologia e
Saúde Coletiva” do 7º semestre da graduação de Psicologia do Centro Universitário Nove de Julho.
Neste caminho, a opinião dos autores deste e sobre este trabalho tentarão solidificar argumentos
que justifique a atuação do Psicólogo enquanto membro da equipe multidisciplinar do PSF.
Palavras Chaves: Programa de Saúde da Família, Atuação do Psicólogo em equipe multidisciplinar,
Saúde Coletiva e promoção de Saúde.
PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) : CONSIDERAÇÕES ATUAIS SOBRE SUA
ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO
Segundo Silva (2004), com o objetivo de modificar os paradigmas da prática das ações de saúde,
com o abandono do modelo tradicional, de assistência hospitalar e individual para uma ação direta e
coletiva dentro de ambientes físicos e sociais da família, nasceu o programa de Saúde da família,
mais conhecido como PSF.
O PSF está contemplado a dez anos de vida, no documento original do Ministério da Saúde, onde
abrange uma estratégia que prioriza as ações de Promoção, Proteção e Recuperação da saúde dos
indivíduos da comunidade bem como os membros de sua família, dos recém – nascidos, dos idosos
sadios e / ou doentes de forma integral ou contínua.
Inicialmente, na propagação dos primeiros PSFs, a equipe era composta minimamente por:
01 Médico
01 Enfermeiro
01 Auxiliar de Enfermagem
04 à 06 agentes de saúde
Silva (2004) destaca que em função do projeto inicial ter sido elaborado em outro contexto histórico
(1994), este quadro de equipe multidisciplinar aparentemente dava conta dos objetivos do programa:
1) Promoção de Saúdo Individual e Coletiva, 2) Proteção de minorias e indivíduos / famílias sem
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2. recursos e 3) Recuperação de enfermos ou dependentes químicos.
Hoje em dia, Silva (2004) em suas novas pesquisas relata a atualização desta equipe na grande
maioria dos núcleos de PSF espalhados por SP, acrescentou-se:
01 Cirurgião
01 Nutricionista
01 Fisioterapeuta
01 Psicólogo
01 Farmacêutico
XX Agentes de Saúde (conforme necessidade local)
Silva (2004) foi a campo realizar pesquisas sobre as atualizações do PSF uma vez que a crescente
disseminação das Doenças patológicas e psicopatológicas tem se estendido rapidamente à
familiares de indivíduos enfermos.
Atualmente ainda se preconiza que projetos sociais sofram avaliações processuais e não apenas
pontuais como tem sido feitas em algumas sub prefeituras de SP. Acontece, no entanto, que os
métodos de avaliação utilizados no Brasil para estas avaliações, tem sido totalmente
departamentalizados quanto a medicina clássica, ou seja, tem-se escrito sobre o enfoque do Agente
de Saúde, do usuário , do impacto social, enfim, sem haver uma avaliação do programa como um
todo.
Silva (2004) parece apontar um “norte” para futuros pesquisadores formadores de opiniões e
preocupados com a qualidade do PSF, no sentido de buscar uma avaliação completa e compactada
ao invés de avaliar pontos separadamente como tem sido realizado nos últimos anos. Esta
avaliação departamentalizada pode ser a aparente causa das diferentes estruturações de equipes e
estruturas do PSF pelo Brasil.
Em SP por exemplo, há prefeituras como SP – Capital que ainda não incluíram outros profissionais
para formação de uma equipe que atue sob ótica multidisciplinar, mantendo o modelo clássico de
PSF (Médico –Enfermeiro – Auxiliar de Enfermagem – Agente de Saúde) que segundo as pesquisas
citadas não atingem por completo os objetivos iniciais do projeto.
Silva (2004) aponta ainda que a mudança de gestão pública, a “guerra” entre partidos propicia à
algumas prefeituras a ênfase no desenvolvimento de estruturas de saúde e em outros casos,
caminham para outras preocupações de ordem pública como planejamento habitacional,
saneamento básico, entre outros que também merecem atenção de Gestores de Poder Público.
Em seu mais novo trabalho na RBPS, silva 2004 relata:
(...) O que chama a atenção é que na maioria dos trabalhos publicados
e até mesmo nas análises governamentais, o PSF está longe de seus objetivos e ainda tem muito a
evoluir. Em termos de cobertura populacional houve um incremento extremamente significativo
nestes dez anos, no entanto, quando são avaliados os indicadores de saúde, temos melhorias
modestas e sem expressividade. Não se tem uma avaliação de impacto consistente do PSF. Será
que o tão preconizado e desejado impacto do programa ocorreu? E se aconteceu em que nível de
satisfação obtivemos? Uma avaliação do programa também deverá trazer resultados heterogêneos
entre os estados Federativos. (...)
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3. Novamente, Silva (2004) faz levantamentos e apontamentos que remetem a importância de
pesquisas integradas que possam propiciar aos estados federativos, por exemplo, uma análise mais
profunda sobre o cumprimento dos objetivos x a diferença de estruturas dos PSFs, ou seja, se na
Bahia um PSF com estrutura moderna e multidisciplinar tem atingido os objetivos deste programa
estendendo o atendimento as famílias por exemplo, e em SP com a equipe precária, não se
consegue atingir os objetivos de saúde individuais, induzem-nos a pensar: A) Será que esta
prestação de serviços está coerente com um modelo de Programa de Saúde da FAMÍLIA? B) Como
podemos melhorar esta situação retendo custos ao estado?
Enfim, é possível realizar uma reflexão crítica sobre este programa (PSF) no papel e outra reflexão
sobre o programa enquanto práticas espalhadas pelo Brasil. Os servidores tem diferentes níveis de
qualidade, níveis de informações, de qualidade, de cultura e de trabalho. Não seguem um padrão,
apesar das mesmas diretrizes orientadas pelo ministério da saúde, etc.
Silva (2004) aponta ainda que do ponto de vista econômico, anteriormente pensava-se que com a
introdução do PSF, haveria uma racionalização de gastos e uma redução de custos no seguimento
de saúde por todo o País.
Segundo o Tribunal de contas da União Isso não ocorreu até o presente momento, porém, temos
que considerar o aumento da acessibilidade de usuários aos programas médicos, um déficit na
demanda por especialistas, viraram referências de hospitais (Nos casos em que o PSF
aparentemente deu certo), sabe-se ainda que hoje, mais do que nunca, para se realizar a atenção
primária verdadeiramente, o custo não é menor do que os tradicionais programas de saúde.
Os resultados finais apontados por Silva (2004) demonstram que em suma, o PSF em 2004
completara 10 anos de vida, mas não era mais uma criança, já atingira todo o Brasil (Estruturado ou
não), em alguns estados ainda apresenta altos índices de riscos de saúde e alto custo no
investimento de terapias multidisciplinares, a manutenção deste sistema, parece potencializar a
atuação do governo o que pode aparentemente motivá-los a manter o PSF, ainda que
precariamente.
PROGRAMA MÉDICO DA FAMÍLIA: UM CASO PIONEIRO NA CIDADE DE NITERÓI / RJ
Situada na região Metropolitana do Rio de Janeiro, a cidade de Niterói é considerada um dos
municípios brasileiros melhor posicionados quanto a qualidade de vida. Apesar disso, estima-se
que a população em situação de risco social totaliza aproximadamente 120 mil dos seus
aproximadamente 450 mil habitantes.
Em 1992, preocupados com esta situação emergencial, a Fundação Municipal de Saúde – FMS,
considerada como órgão municipal gestor de políticas públicas de Saúde, implementou o primeiro
módulo do Programa Médico da Família, com o objetivo de melhorar a qualidade nos serviços
médicos prestados a sociedade.
O programa focalizava principalmente as regiões com maior índice de pobreza, baseado em
sistemas Cubanos de atendimento em saúde. A implementação da iniciativa foi pioneira no Brasil e
acabou em alguma medida, influenciando a proposta federal na área de Saúde da Família em 1993
e posteriormente na inauguração do PSF em 1994.
O que os autores querem mostrar com os dados acima é de que a cerca de dez anos já se
pensavam em uma intervenção nas práticas de saúde coletiva, no sentido de ampliar a qualidade
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4. dos serviços médicos a famílias de baixa renda.
Neste sentido, parece coerente que hoje o PSF preocupe-se mais do que nunca em desenvolver-se
(estruturalmente e funcionalmente) para garantir atendimento médico e posteriormente
multidisciplinar a famílias de baixa renda em nossa comunidade.
Vale ressaltar aqui as características que o Programa Médico da Família trouxeram como herança
ao PSF:
1)Maior Cobertura a Gestantes e crianças;
2)Déficit de Cesarianas e custos com as mesmas;
3)Déficit de sub – nutrição infantil (mesmo que ainda sobre prescrições médicas e não mediante
Nutricionistas);
4)Superávit de doenças crônicas – degenerativas controladas por atos médicos;
Hoje, os médicos membros dos PSFs pelo Brasil ainda permanecem prestando acessória técnica a
membros da comunidade para garantir os itens acima. Outras informações obtidas pelos autores na
pesquisa sobre o Programa Médico da Família que hoje permanecem estampados no PSF
referem-se às estruturas administrativas:
1)A Fundação Municipal de Saúde exerce o Recrutamento e Seleção de Profissionais (Concursos);
2)Controla e coordena a compra de materiais médicos e de expediente;
3)Cada Instituição associada ao programa tem autonomia para controlar os recursos financeiros
para manutenção do programa, demitindo e contratando membros para equipe mediante relação
com o FMS.
PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE CURITIBA / PR
Com quase 1,5 milhões de habitantes, a cidade de Curitiba é a sexta mais populosa do Brasil.
Capital do estado do Paraná, desde a segunda metade dos anos 70, vem se destacando no cenário
nacional pelas soluções inovadoras nos campos urbanísticos e administrativos.
Apesar do seu rápido crescimento populacional, Curitiba permanece com bons indicadores de
Qualidade de vida, em comparação com o restante do país. Inseridos nas estratégias do Sistema
Único de Saúde (SUS), para os grandes centros Urbanos, o PSF de Curitiba está sendo
gradativamente implementado desde 1995, adotando-se os seguintes critérios para escolha das
áreas: A) riscos sociais, B) indicadores epdemológicos desfavoráveis, C) dificuldades de acesso dos
profissionais a determinada região e D) Mão de Obra especializada disponível na região.
As Unidades do PSF de Curitiba São responsáveis por um território pré – definido e regionalizado
pelo estado, ou seja, atuam baseados em um mapeamento que possibilita a identificação das
famílias e das situações – problemas.
Atualmente, garante-se a cobertura a cerca de 350 mil pessoas residentes neste mapeamento. As
equipes multi - profissionais compostas por:
Médico (quantidade a depender das necessidades locais)
Enfermeiro (quantidade a depender das necessidades locais)
Auxiliar de Enfermagem (quantidade a depender das necessidades locais)
Dentistas (quantidade a depender das necessidades locais)
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5. Técnicos de higiene dental (quantidade a depender das necessidades locais)
Auxiliar de consultório dentário (quantidade a depender das necessidades locais)
Psicólogo (quantidade a depender das necessidades locais)
Agentes de Saúde (quantidade a depender das necessidades locais)
Aparentemente a ênfase da estrutura do PSF de Curitiba está concentrada nos profissionais de
saúde e higiene bucal, as equipes buscam o reconhecimento das famílias como espaço de vivências
co – responsáveis na defesa da Saúde. Embora a figura do Agente Comunitário de Saúde nestes
programas esteja incorporado apenas a cerca de 5 anos.
O grande desafio enfrentado, segundo o Governo do estado, é a resistência das estruturas em se
adaptar as demandas locais, o que acaba sendo reforçado por uma cultura institucional que ainda
reluta em aceitar um trabalho em “moldes” mais interativos com a comunidade. Na opinião de
funcionários do PSF de Curitiba, os Agentes de Saúde vêem propiciando grandes contribuições no
contato, relacionamento e medidas de prevenção de saúde diante as comunidades e suas famílias.
PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM SP – CAPITAL
Preocupados com as diferentes estruturas dos PSFs pelo Brasil, optamos por entrar em contato com
a Secretaria da Saúde da Prefeitura de São Paulo – Capital, que por sua vez nos enviou um
documento Norteador sobre as Responsabilidades da Rede de Apoio a Implementação do PSF.
Segundo Suplicy e Col. (2002), Após oito anos sem integrar-se ao Sistema Único de Saúde - SUS,
a cidade de São Paulo, desde janeiro de 2001, vem assumindo o compromisso de incluir 10 milhões
de paulistanos no Sistema Único de Saúde – SUS cuja a responsabilidade deve ser compartilhada
entre: A) Gestores Federais, B) Gestores Estaduais, Municipais e C) Sociedade (através de
conselhos locais, distritais, etc.) no intuito de organizar as unidades básicas de saúde como o PSF
por exemplo, para assegurar assim a qualidade na prestação de serviços de saúde.
Dada a estrutura central do PSF aos órgãos acima citados,
cada qual poderia modelá-lo de acordo com as necessidades de suas comunidades:
- Coordenador Geral do PSF na Instituição afiliada;
- Vice – Coordenador;
- Assessores (A depender do tamanho dos programas);
- Interlocutores Regionais;
- Assessorias e grupos de trabalho ligados a técnicos e especialistas;
- Apoio Administrativo;
Jorge (2002) apoiando Suplicy e Col. (2002) afirma que:
“Mesmo que a Lei 8.142/90 defina alguns fóruns para o exercício do controle social, as conferências
e os conselhos de saúde, a serem efetivados nas três esferas do governo, é particularmente
importante o papel do PSF no estímulo à criação ou fortalecimento dos conselhos distritais e locais
de Saúde. Provocando então outros espaços para diálogo entre o governo e a sociedade, a exemplo
de outras instâncias como (a câmara de vereadores e Associações de Moradores) para participar
das políticas públicas, definições, execuções, orçamentos participativos(...)das Unidades básicas de
Saúde.”
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6. Neste sentido, a participação da sociedade neste programa (seja via Agentes de Saúde ou via apoio
administrativo em reuniões de orçamentos participativos), seriam:
·Cuidar da Saúde das famílias de forma humanizada estabelecendo vínculos entre profissionais
técnicos x familiares / indivíduos / comunidades;
·Fortalecer o processo de descentralização das ações e serviços de saúde, integrando os pontos do
sistema Municipal de Saúde;
·Democratizar o conhecimento dos processos de saúde;
·Incentivar a comunidade a participar dos processos organizacionais de saúde coletiva;
·Superar lacunas das políticas tradicionais de promoção e prevenção de saúde;
Se prestarmos atenção nos objetivos acima citados e considerar que estes fazem parte do Manual
que norteia as normas e procedimentos da implementação do PSF, fica claro que a preocupação em
descentralizar o serviço de saúde, ou pelo menos alguns de seus aspectos, abrindo inclusive vagas
para comunidade (Como por exemplo as posições dos Agentes de Saúde), pode-se dizer que o
programa em síntese vem se esforçando para o cumprimento destas diretrizes.
Por que então alguns PSF mantém o tradicional modelo (Médico – Enfermeiro – Auxiliar de
Enfermagem – Agente de Saúde) e não evoluem para modelos multidisciplinares mais abrangentes
como o PSF de Curitiba? Esta e outras questões serão discutidas no próximo tópico incentivando a
reflexão a partir da reflexão dos alunos sobre este tema.
CARGOS, FUNÇÕES E LIMITAÇÕES DO MODELO TRADICIONAL DE PSF
Sobre os Cargos:
A) Agente Comunitário de Saúde:Acompanhamento de no máximo 150 famílias em seus domicílios;
fortalecer o elo entre os indivíduos: família / técnicos / comunidades, participar dos processos de
mapeamento de necessidades de atendimento básico de saúde; realizar visitas domiciliares e
relatórios destas visitas,coletar e registrar dados de saúde solicitados pela equipe técnica; levantar
a dinâmica social da comunidade, ou seja, suas necessidades, costumes, cultura; desenvolver
ações básicas de saúde com ênfase em orientação e prevenção de doenças; participar de ações
contra dengue e outras doenças epidemológicas; levantar locais de riscos sociais, desemprego e
falta de cidadania;
B) Auxiliar de Enfermagem:atuar com promoção e prevenção de saúde em instituições e domicílios;
apoiar os agentes comunitários no levantamento de necessidades de saúde da comunidade;
monitorar condições de saúde e enfermidade; executar sob supervisão de enfermeiros os
procedimentos de vigilância sanitária e epidemiológica nas áreas de atenção a mulher, crianças,
idosos, tuberculose, hanseníase, doenças crônico – degenerativas e infecto – contagiosas; limpeza
e desinfetarão de equipamentos médicos; preencher relatórios e registros de sua competência;
participar da capacitação e treinamento de agentes de saúde;
C) Enfermeiros: planejar ações educativas visando prevenção de saúde; realizar consultas de
enfermagem; participar junto aos médicos de atendimentos espontâneos; participar de reuniões
diárias com a equipe; desenvolver e participar de pesquisas na área de saúde; transcrever a
prescrição dos pacientes crônicos e controlados pela equipe em uso de medicações; ajudar na
organização das unidades básicas de saúde;
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7. D) Médico: elaboração de diagnósticos epidemiológicos; assistência médica integral á indivíduos;·
realizar consultas, diagnósticos e tratamentos de indivíduos e suas famílias; realizar procedimentos
ambulatoriais; atestar óbitos à pacientes; planejar visitas domiciliares junto a agentes de saúde;
planejar e acompanhar com o gerente e enfermeiro o trabalho do PSF; desenvolver o colaborar com
pesquisas na área de saúde;
Como podemos observar, a equipe inicial do PSF é restrita aos quatro profissionais acima citados, o
que nos leva a responder a questão anterior de que estas responsabilidades aparentam não dar
conta das demandas de saúde bio – psico – social, do ponto de vista dos alunos, necessitando de
mais profissionais em sua estrutura “multidisciplinar”. Tais limitações podem apresentar ausência
em tratamentos mais efetivos em alguns casos e ausência de tratamentos de outras especialidades
em outros casos.
Podemos pegar como outro exemplo o PSF de Curitiba onde uma equipe voltada para promoção e
prevenção de saúde / higiene bucal tem obtido grandes resultados na aparência da população, onde
pesquisas locais indicam que uma população com dentes e sorrisos saudáveis pode apresentar uma
auto – estima / imagem positiva que retroage sobre sua qualidade de vida.
O modelo do PSF tradicional por sua vez aparenta estar restrito a estas metas por exemplo, no
sentido de que Médicos – Enfermeiros não possuem o conhecimento técnico de Dentistas.
Voltando a reflexão para área de Psicoterapia, qual (s) médico ou enfermeiro executaria psicoterapia
a população local? Qual médico ou enfermeiro executaria sessões de RPG e / ou outras técnicas
fisioterápicas na comunidade local?
De fato, o PSF tradicional tem e teve as suas vantagens, porém, com as análises feitas até o
presente momento, levando em consideração inclusive o desenvolvimento de novas estruturas em
algumas cidades e estados brasileiros, podemos chegar a conclusão de que é necessário atualizar o
quadro de especialidades multidisciplinares no PSF de SP – Capital.
Tratamentos Medicamentosos que não atuam nas causas de muitos problemas psicológicos,
conhecimentos relevantes da área de serviço social, como a etnia, família e gêneros, o
desenvolvimento cultural poderiam ser fortes aliados dos médicos e enfermeiros, conseqüentemente
nos Agentes de saúde e auxiliares de enfermagem, uma vez que o programa tem suas
características voltadas a descentralização de conhecimento médico e a estimulação da
participação das famílias e comunidades, conseqüentemente as culturas locais na participação da
prevenção e promoção de saúde.
A INSERÇÃO DO PSICÓLOGO NO PSF: POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO NO PSF DE SP –
CAPITAL
Baseado nas pesquisas realizadas pelos autores acerca do PSF no Brasil somado as aulas já
vistas de “Psicologia e Saúde Coletiva”, e a estrutura curricular do curso de Psicologia do Centro
Universitário Nove de Julho - UNINOVE, os alunos pensaram nas seguintes possibilidades do
psicólogo no PSF de SP – Capital:
Quanto a campos de Atuação:
·Psicólogo da Saúde: Atuação voltada a equipe multidisciplinar no sentido de contribuir com a
promoção e prevenção de Saúde nas comunidades e suas Famílias, podendo ainda, estender suas
técnicas psicoterapias aos outros técnicos do PSF como por exemplo, promovendo dinâmicas de
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8. grupos com finalidade de aprendizado, debates e discussões sobre assuntos da comunidade,
contribuindo com pesquisas sobre a área da Saúde, enfim, auxiliando nos processos Educacionais
dos Agentes de Saúdes, entre outras possibilidades
·Psicólogo do Trabalho: Realizar levantamentos acerca da estrutura e funcionamento do PFS junto
a Médicos e Gerentes, no sentido de alinhar os outros membros da equipe as necessidades da
comunidade, pesquisar assuntos pertinentes a motivação dos técnicos, escolha e captação de
agentes de saúde segundo as necessidades da comunidade local, realizar pesquisas acerca do
desempenho prestados pelos mais diferentes PSFs com a finalidade de igualar e melhorar a
qualidade no atendimento e prestação de serviços, uma padronização, etc.
·Psicólogo Educacional: Planejamento de Programas de educação com foco de prevenção e
promoção de saúde à crianças (Higiene bucal, educação sexual, etc.), à mulheres (cuidados com a
gravidez, cuidados com crianças, etc.) à adolescentes (Uso e abuso de drogas, violência, etc.) à
comunidade em geral (Mutirões contra doenças infecto – contagiosas e degenerativas, contra
estresse, promoção de lazer e qualidade de vida, etc.) à idosos (qualidade de vida na 3º idade,
relação com a família, etc.), à famílias com membros excepcionais (Suas limitações, o mercado – de
– trabalho, etc.), enfim, muitas possibilidades de atuação com práticas educacionais dentro do PSF
que contribuiriam significativamente com o impacto positivo deste programa nas comunidades e
suas famílias.
Quanto a Uso de abordagens teóricas:
·Abordagem comportamental: Coleta e registro de dados de ambiente Físico e Social buscando
ordem entre os eventos que se relacionam entre a sociedade x PSF x famílias x Indivíduos,
levantamento de contingências relevantes através de análises funcionais do comportamento
humano para promoção de saúde e qualidade de vida. Mapeamento de estimulação aversiva e falta
de repertório comportamental diretamente ligado a comunidade e aos membros do próprio PSF,
produção de pesquisas na área de Saúde sobre a ótica comportamental, psicoterapia baseado na
modificação de comportamentos alvos, sujeito único e linha de base.
·Abordagem Psicanalítica: Coleta de dados pertinentes a relação dos indivíduos e suas influências
(Internas x externas), pesquisas sob a ótica psicanaílica, psicoterapia baseado na dinâmica e
estrutura da psiquê (ID – EGO – SUPEREGO), buscar função das pulsões e estruturação de
doenças psicológicas (Neurose, Psicose, etc.), buscar sintomas que se manifestam indicando
aspectos da subjetividade de indivíduos, identificar relatos relevantes para Análises mais profundas,
promover grupos de reflexão entre membros do PSF x Comunidade, orientação individual e coletiva
de sujeitos e famílias.
·Abordagem Fenomenológica: Descrever fielmente como se dá a relação dos sujeitos enquanto
ser-no-mundo, procurando compreender não apenas a casualidade, mas o “como” desta
casualidade, ou seja, buscando de que maneira se estruturou esta casualidade, como se dá as
relações humanas em determinados locais, realizar pesquisas sob a ótica fenomenológica,
promover reflexões críticas acerca de temas diversos entre membros do PSF e da comunidade, etc.
·Abordagem Psicodramática: Através de dinâmicas de grupos, roly – play, e outras técnicas de
psicoterapia em grupo, promover a qualidade de vida e a promoção de saúde a membros do PSF e
da comunidade, promover debates e reflexões em grupos com a finalidade de construir melhores
relações entre os membros enquanto sujeitos inseridos em suas famílias e estas inseridas na
comunidade, pesquisas sob a ótica psicodramática, etc.
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9. Quanto a considerações básicas para qualquer campo e / ou abordagem:
·Uso dos princípios básicos da ética profissional do psicólogo;
·Estabelecer relação terapêutica diferenciada dos moldes clínicos uma vez que inserido em um
contexto Institucional que visa a promoção de Saúde Coletiva;
·Buscar supervisão quando se deparar com assuntos acima de sua alçada técnico – profissional;
·Adaptar conhecimentos psicológicos à equipe multidisciplinar para que haja clara comunicação
entre os membros da equipe;
BIBLIOGRAFIA
SUPLICY, M. Documento norteador da rede de apoio à implementação do PSF. Prefeitura municipal
de São Paulo. 2002.
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