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(One Night With Sole Regret #3)
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apresentando o vocalista, Jacob “Shade” Silverton
Ela é a mulher que ele nunca deve tocar...
O enigmático vocalista da Sole Regret, Jacob “Shade” Silverton é um
mulherengo consumado, mas até ele sabe que é melhor não se envolver
com uma mulher especial do seu passado. Misturar amizade e prazer só
pode levar a um coração partido, e ele já sofreu mágoas suficientes para
fugir de relacionamentos pela vida toda.
Ele é o homem que ela sempre desejou...
Amanda Lange sabe tudo sobre a reputação infame de Shade, mas isso
não a impede de querer mergulhar nos deslumbrantes braços do rockstar e
em sua cama. Ela se convence de que uma noite de paixão não vai
complicar sua amizade, mas conseguirá convencê-lo disso?
Ambos estão brincando com fogo...
Nenhum dos dois percebeu quanto um beijo poderia afetá-los. Á medida
que as chamas da paixão inflamam-se como a intensidade do inferno, será
que escaparão da experiência sem serem queimados ou ambos ficarão
marcados como dois tolos por terem se arriscado num relacionamento
fadado à ruína antes mesmo de começar?
Nota da Autora:
Devido aos custos de obtenção de permissão para citar letras em obras
de ficção, eu intencionalmente não usei as letras de músicas para “Angel”
e “I don't Want to Miss a Thing” do Aerosmith e “Walking on Sunshine”
do Katrina and The Waves neste livro. Embora eu não queira infringir os
direitos autorais dos letristas usando suas obras, eu encorajá-os a ouvir
estas músicas enquanto ler suas partes neste romance.
Capítulo 1
O dia de Shade fora de uma porcaria para merda. Um sentimento de
vazio e descrença espalhava-se da garganta ao peito e a raiva arrastava-se
por sua nuca. Olhou para a vaga vazia entre o Firebird de Kellen e o Jeep
de Owen, tentando compreender a ausência da tonelada de aço que tinha
deixado lá. Shade observou o estacionamento lotado. Talvez sua memória
estivesse confusa. Talvez não tivesse estacionado na vaga de costume.
Dois caminhões carregados com o equipamento do Sole Regret e a
estrutura de palco já estavam parados junto à cerca prontos para partir para
San Antonio no dia seguinte. O ônibus deles encontrava-se no lado oposto
do pátio. O baterista da banda, Gabe, estava puxando sua bolsa de viagem
do compartimento de bagagem do ônibus. Todos os demais - banda e
roadies - já estavam embarcando em seus veículos. O único lugar
nitidamente vazio era aquele onde Shade tinha estacionado seu brinquedo
favorito.
- Tudo bem! - Gritou. - Isso não é engraçado. Quem escondeu meu
carro?
- Não sou especialista nem nada, mas diria que ele foi roubado. - Kellen
disse atirando a bolsa dentro do porta-malas.
- Isso é o que você ganha por ser um idiota e comprar um carro de cento
e cinquenta mil dólares. - Owen falou com um sorriso afetado.
- Você devia chamar os policiais e fazer um registro. - Falou Kellen.
Prendendo seu longo cabelo preto na nuca com uma tira de couro que tirou
da bolsa. Então abriu a porta do carro e disse, - Eu ficaria e desfrutaria da
sua miséria, mas estou atrasado para um compromisso.
Shade conhecia a sensação.
- Não tenho tempo para isso agora. Tenho lugares onde preciso estar. Já
perdi minha chance de participar da festa da Julie, mas não quero que ela
pense que esqueci seu aniversário completamente.
Atirou a mala no lugar onde seu carro deveria estar estacionado.
- Porra!
- Onde está seu carro? - Adam parou entre Owen e Shade.
Adam era o guitarrista da banda e estava em segundo lugar na lista
negra de Shade, logo depois de quem tinha roubado seu carro. Os três
músicos olharam para o pátio lotado como se esperassem que o carro, de
repente, se revelasse e saísse de seu esconderijo.
Shade já estava chateado com Adam por tê-los atrasados em horas para
chegar em casa. Ele tinha passado metade do dia enroscando-se no hotel
com sua conselheira sobre abuso de drogas - que obviamente não era
muito boa no que fazia, pois Shade pegara Adam usando drogas no
backstage duas noites atrás. Teria sido bem feito para Adam se a banda e a
equipe tivessem deixado-no vir sozinho de Dallas para Austin. Talvez isso
teria ensinado ao estúpido egoísta uma lição. Todos os outros estiveram
ansiosos por esse dia de folga em casa, mas a única pessoa que importava
para Adam era Adam.
- Juro que se eu perder o aniversário da Julie, você vai ter que procurar
um bom dentista. - Shade disse para Adam.
- O quê? Eu não roubei seu carro, mas vou te dar uma carona.
Shade ficou surpreso com a oferta, mas Adam andava de motocicleta e
não achava sensato ficar perto dele em alta velocidade numa auto-estrada.
Ainda mais chateado como estava, provavelmente estrangularia-o até a
morte.
Owen deu um tapa no centro do peito de Adam.
- Ei, não precisa se preocupar. Eu já tinha dito que vou levá-lo. A casa
da Julie não fica longe da minha.
Tecnicamente, a casa de Adam ficava mais perto, mas Owen sabia o
quão incomodado Shade estava, e se a banda perdesse ambos os seus
vocalista e guitarrista em um acidente de moto, eles seriam um monte de
merda sem sorte.
Adam encolheu os ombros.
- Beleza. Mas, Shade, assim que você esfriar a cabeça um pouco, nós
precisamos ter uma conversa de homem para homem.
Shade não queria conversar com ele. Sua pressão arterial já estava
suficientemente alta para causar um derrame. Nada do que Adam pudesse
dizer faria com que ganhasse seu perdão.
Adam virou-se e caminhou para sua moto, com a cabeça baixa e os
ombros caídos. Kellen já estava dando marcha à ré no carro e saiu
cantando pneu deixando um cheiro de borracha queimada.
Owen ergueu a mala de Shade do asfalto e atirou-a no banco de trás do
Jeep. Depois de jogar sua própria bagagem para dentro, sentou-se atrás do
volante e esperou. Shade deu uma última olhada para a vaga vazia no
estacionamento, pensando como pudera negligenciar a tonelada brilhante
de metal preto que devia estar aguardando ali, e escorregou para o banco
do passageiro ao lado de Owen.
- A Tina vai ficar puta por você ter perdido a festa da Julie?
- A Tina fica puta por eu respirar. - Shade disse. Sua ex-esposa nem
tinha-o convidado para a festa. Não que suas vontades fossem impedí-lo de
aparecer.
Owen riu.
- Não é que isso é verdade? - Ligou o Jeep, deu ré e saiu da vaga. Owen
acenou para Gabe, que estava subindo em sua obscenamente grande
pickup, baixando a cabeça para evitar que seu moicano vermelho e preto
raspasse no teto da cabine. Gabe saudou Owen com dois dedos antes de
fechar a porta.
Owen ligou o rádio, e uma música forte e pesada soou dos alto-falantes.
- Então, o quê vai dar de presente pra Julie? - Ele gritou sobre o ruído
da estrada e da música.
O coração de Shade apertou-se.
- Porra! Esqueci completamente de comprar um presente. - Ela estaria
esperando por um presente. Não sabia bem do que ela gostava. Mas todas
as mulheres do planeta gostava de coisas brilhantes, não gostavam? - Não
posso aparecer de mãos vazias. Ache a loja de jóias mais próxima.
Owen suspirou com força.
- Certo. Por quê não? Obviamente não tenho nada melhor pra fazer com
minha noite de folga do que bancar o táxi pra você. Não tenho família pra
ver. Nem problemas pra resolver. - Sorriu ironicamente.
Shade sabia exatamente que tipo de problema Owen queria resolver.
Ele era o maior caçador de rabo de saia que já conhecera. Até mais do que
o homem que via refletido no espelho quando estava diante dele.
Shade puxou várias respirações profundas para acalmar os nervos em
frangalhos.
- Desculpa. - Disse depois de um momento. - Não tive a intenção de
pedir pra você me acompanhar. - Atribuiu sua atitude de merda a Adam,
que estava cem por cento em falta, como sempre. Seu carro podia ser
substituído, mas seu tempo limitado com Julie não podia. - Estou um
pouco tenso no momento.
Owen soltou uma risada.
- Só um pouco.
- Você se importaria de parar no shopping no caminho para a sua casa?
- Puxou outra respiração profunda. - Por favor?
- Não para você. - Owen falou, olhando por cima do ombro para poder
entrar na auto-estrada.
- Sério? Filho de uma... Eu devia ter chamado a porra de um táxi. -
Poderia esse dia ficar uma merda maior, afinal?
- Vou, no entanto, parar no shopping pela Julie. - Sorriu, sua
malandragem era francamente perturbadora. - Que pequena destruidora de
corações. Um dia vou casar com ela.
Shade empurrou-o contra a porta.
- Nem sequer pense em encostar nela.
Owen deu-lhe uma cotovelada nas costelas.
- Fala sério, cara? O que diabos tem de errado com você hoje à noite?
Melhor se acalmar antes de vê-la. Você está completamente fora de si.
Owen estava certo. Sabia que ele nunca se envolveria romanticamente
com sua Julie. Mas tinha perdido o resto do seu já esgotado senso de
humor quando foi forçado a pedir a uma funcionária do hotel para deixá-lo
entrar no quarto de Adam para assim poder chutar a bunda dele para fora
da cama à uma da tarde. Deus, por quê o cara sempre tinha que foder com
seus planos? E deixá-lo tão irritado que descontava sua frustração nas
pessoas que não mereciam isso?
- Merda!
Owen pegou a saída seguinte na interestatual. Rodaram pela área do
shopping, até avistarem uma loja de jóias. Uma vez do lado de dentro,
Shade não demorou muito para encontrar algo que achava que Julie
adorasse. Saiu da loja com a carteira e o humor um tanto mais leve do que
quando chegou. Mal podia esperar para abraçar sua anjinha e ver seu rosto
quando abrisse o presente. Sorriu com o pensamento.
- Sente-se melhor? - Owen perguntou.
- Sim. Tem muito tempo desde que eu a vi. Sinto tanta falta dela.
Voltaram para o Jeep e Owen levou-o para ver a única garota que
sempre teria seu coração.
Vários carros estavam parados na longa entrada de automóveis da casa
que já fora a residência de Shade. Sua ex-esposa recebera a maior parte
dos bens materiais no acordo de divórcio. Não tinha lutado contra ela;
Sabia que tinha cometido erros. Era fácil para um rockstar ter deslizes na
estrada. Muito fácil. Tentara não enganá-la e fora bem sucedido por mais
de um ano, mas ela tornara-se amargurada com sua carreira e ele perdera o
interesse na própria esposa. Em vez de tentar provar que não era um
traidor - como ela acusara-o falsamente cada vez que saía em turnê -
correspondeu as expectativas dela e tornou-se um idiota infiel. Reconhecia
isso. Procurara por isso. Não cometeria o erro de se casar novamente. Não
era o tipo de homem que podia fazer uma mulher feliz fora do quarto e
sabia disso também.
- Você quer que eu espere por você? - Owen perguntou quando Shade
abriu a porta.
Hesitou. Não sabia ao certo o que faria se Tina se recusasse a deixá-lo
entrar na casa. Ela não o queria ali. Teria-o convidado para a festa se o
quisesse lá. Estava certo que ela pensara que ficaria fora da cidade e
impossibilitado de aparecer. Se a irmã dela, Amanda, não tivesse mandado
uma mensagem avisando da festa, nunca teria ficado sabendo sobre ela.
- Não. Vou achar um jeito de ir pra casa. Você não precisa ser meu táxi
à noite toda. Vá procurar alguma diversão.
- Não me importo. Sei o quanto essa merda é pesada pra você.
Shade sorriu para Owen.
- Agradeço por querer ficar por mim, mas você merece uma noite de
folga. Vá para casa.
- Se você tem certeza.
- Tenho. - Não se importava se Tina o enxotasse. Veria Julie no dia do
seu aniversário e lhe daria o presente que acabara de comprar. Não
aceitaria não como resposta. - Obrigado pela carona. Se importa de passar
na minha casa pra me pegar amanhã? - Estava meio que sem carro.
- Sem problema. Estarei lá por volta do meio-dia.
- Obrigado. - Não tinha vontade de lidar com a polícia e a companhia de
seguros essa noite. Talvez pudesse convencer um dos assistentes da banda
a dar queixa do roubo do carro por ele. Eles não eram pagos para lidar com
todo tipo de merda?
Shade pendurou sua bolsa de viagem sobre um ombro e fechou a porta
do Jeep atrás dele. Começou a caminhar para a ampla porta da frente com
a sacola cor de rosa mais ridícula que podia existir balançando do seu lado.
Se perguntou rapidamente se Julie gostaria do que escolhera. Todas as
garotas gostavam de diamantes, certo?
Parou no degrau da frente tentando encontrar coragem, ouviu risadas
dentro da casa. Não houvera muito disso quando morara ali. Discussões
tinham sido a norma. Acusações. Xingamentos. E um monte de sexo
selvagem. Apertou a campainha e esperou.
Depois de um momento a porta abriu, e os olhos azuis e frios de Tina se
estreitaram quando o reconheceram. Com cabelos loiros e olhos azuis
atraentes, a mulher era uma visão deslumbrante. Pelo menos até abrir a
boca.
- Que porra você está fazendo aqui?
- Vim para desejar feliz aniversário pra Julie? - Levantou a
resplandecente sacola rosa. - Trouxe-lhe u presente.
- De uma loja de jóias? - Tina revirou os olhos para ele. - Tão estúpido
como sempre. Ela tem quatro anos, Shade. É muito nova pra usar jóias.
Seu coração vacilou. Odiava quando Tina o chamava de estúpido e ela
sabia disso. Mesmo se fosse verdade, não gostava de ouví-lo. E agora
estava ainda mais preocupado que Julie não fosse gostar do presente.
Quando o vira, pensou que seria perfeito para ela. Agora, não tinha tanta
certeza.
- Posso vê-la?
- Não é o seu fim de semana de visita. - Ela tentou fechar a porta em
sua cara, mas ele levantou a mão para bloqueá-la.
- Eu não a vejo há semanas.
- De quem é a culpa? Você nunca vem para casa. Está sempre viajando
com sua banda, enfiando o pau em qualquer coisa que tenha um buraco.
- Mamãe? - A doce voz de Julie soou do vestíbulo atrás de Tina. - Eu
quero mais sorvete, pô favo. Só o de molango.
Shade sorriu com as palavras ligeiramente enroladas dela. Sua garotinha
estava falando muito melhor do que da última vez que a vira. Se perguntou
quanto teria crescido em cinco semanas.
- Só um minuto, baby. - Tina falou.
- Me deixa falar com ela. - Shade disse. - Não vai demorar muito. Só
quero desejar feliz aniversário pra ela.
- Vê-lo vai confundi-la. Ela mal te conhece. Todo mundo ficaria melhor
se você apenas enviasse o dinheiro e desaparecesse definitivamente.
Provavelmente, mas era um bastardo egocêntrico e queria ver a filha no
seu aniversário. E não iria embora até que tivesse feito isso.
- Mamãe? Quem está aí? - Julie apareceu ao lado da mãe. Fez uma
pausa quando viu o pai parado na soleira da porta. Seus olhos azuis claros
arregalaram-se e ela deslizou a mão na da mãe. Tinha sorvete rosa
espalhado por todo o rosto e estava usando asas de fada com seu vestido de
princesa cor de rosa. Shade se derreteu. Toda vez que olhava para ela,
virava mingau. Sua filha parecia com ele. Tinha os cabelos loiros da mãe,
mas os brilhantes olhos azuis, nariz reto e o queixo obstinado eram todos
dele.
- Feliz aniversário, baby. - Falou.
- Oi, papai. Você vai cantar as músicas barulhentas hoje em casa?
Ele sorriu. Ela não tinha gostado do show do Sole Regret que assistiu,
porque o volume das músicas a incomodava. Mas disse que gostava delas
quando não estavam muito altas. Sua garotinha era do rock. Pressumia que
fosse genético.
- Não hoje à noite, princesa. Mas eu trouxe um presente pra você. -
Estendeu a sacola rosa em sua direção.
Puxando uma respiração animada em seu peito pequeno, Julie inclinou-
se em sua direção e soltou a mão de Tina para alcançar a sacola.
Tina agarrou seu pulso.
- Não. Vá procurar sua avó, e ela vai te dar mais sorvete.
- Quero meu pesente.
- Julie, eu disse não. Vá procurar sua avó.
- Você não pode dizer-lhe que ela não pode ganhar seu presente de
aniversário. - Shade disse. A antiga raiva que sentia da ex-esposa voltando
a superfície. Como Adam, Tina sabia exatamente como perturbá-lo.
- Você não pode baixar aqui sempre que tiver vontade, Shade. A ordem
de custódia...
- Eu só vim pra entregar o presente dela. - Interrompeu. - Por que você
sempre tem que ser uma va...? - Ele se conteve a tempo.
Julie explodiu em lágrimas. Sabia que era melhor não gritar na frente
dela. Que droga. Era muito difícil controlar seu temperamento quando
dizia respeito a Tina.
- Se não for embora, vou chamar a polícia. - Tina falou e levantou Julie
em seus braços, embalando a cabeça dela para que descansasse o rosto
contra seu ombro.
- Pelo que?
- Vou pensar em alguma coisa.
- Só quero ver minha filha no seu aniversário...
Tina cobriu as orelhas de Julie com as mãos.
- E quanto aos outros 364 dias do ano, quando você está muito ocupado
fodendo putas para sequer telefonar para ela?
- Eu tento ligar, mas você não me deixa falar com ela.
- Quando ela está na cama. Crianças de três anos não tem festas as duas
da manhã.
- Uma vez eu liguei muito tarde. Porque não sabia, nós estávamos na
Califórnia.
- Ela também não faz festa até a meia-noite.
- Não grite. - Julie chorou, puxando as mãos da mãe dos seus ouvidos. -
Não grite, não grite!
- Desculpe, baby. - Shade disse.
- Vê como você a deixa chateada? - Tina limpou o nariz escorrendo de
Julie com um guardanapo rosa que tirou do bolso e, em seguida, esfregou
o resto de sorvete do rosto dela com um canto ainda não usado.
- Eu? Vim apenas vê-la por alguns minutos e você age como se eu fosse
algum tipo de criminoso.
- Não um criminoso. - Tina falou friamente. - Apenas um idiota. Saia.
Agora! Detesto isso, Shade.
- Quero meu papai. - Julie lamentou, soluçando incontrolavelmente,
esticando os braços em sua direção.
Tina soltou um suspiro de exasperação.
- Está feliz, Shade? Você arruinou o aniversário dela. Ela estava se
divertindo muito até você chegar.
Shade estava muito nervoso para se defender. Não tinha feito nada de
errado. Sabia que Tina gostava de tornar sua vida miserável e, às vezes,
sentia que merecia, porém era uma boa mãe para Julie. Mas Tina fora a
única que conseguira deixar Julie tão triste dessa vez. Fora a única que se
recusara a deixá-la pegar seu presente. A única que nem sequer convidara
Shade para a festa da própria filha. Ele não era o culpado ali. Ou estava
esquecendo alguma coisa?
- Posso me sentar nos degraus com ela por alguns minutos? - Perguntou.
- Não vou nem entrar.
- Papai! - Julie gritou.
Não tinha certeza se seria capaz de acalmá-la a essa altura, mas não
aguentava vê-la tão perturbada. Talvez fosse melhor se ele se afastasse.
Talvez elas ficassem melhor sem ele. Mas apenas o pensamento de perder
esses poucos momentos roubados com sua princesa fizeram seus olhos
arderem e o peito doer.
- Certo. Dez minutos, Shade. E então você vai embora.
Assentiu, disposto a aceitar qualquer concessão.
Uma garotinha soluçante foi empurrada em sua direção.
Shade segurou Julie acomodando-a na curva de um braço. Ela apertou
os braços em volta de seu pescoço e enterrou o pequeno rosto molhado
contra seu ombro.
Julie arquejou e fungou por vários minutos, mas parou de chorar
imediatamente. Shade apenas a abraçou, balançando-a levemente
acariciando os cabelos loiros sedosos. Ouviu a porta fechar, e ficou
surpreso de Tina não achar que precisava supervisioná-los.
- Mamãe disse que você esqueceu meu aniversário. - Julie falou.
- Claro que não esqueci do seu aniversário, princesa. Tentei chegar aqui
tão logo eu pude.
- Ela disse que você tinha que cantar num lugar barulento hoje, por isso
não vinha.
- Não, eu não tenho um show hoje à noite, mas vou ter que cantar. Tenho
que cantar para a aniversariante.
Julie recuou e olhou-o nos olhos. Fazendo uma careta, agarrou seus
óculos escuros pelo apoio de nariz e tirou-os.
- Tire isso. Não posso ver você.
Com os olhos expostos, ele baixou o olhar para ela, com o coração, ao
mesmo tempo cheio de amor e perda, alegria e tristeza.
- Pode me ver agora? - Sussurrou.
Ela assentiu e esmagou seu rosto entre as duas mãos pegajosas. Ele fez
uma boca de peixe até ela dar uma risadinha.
- O que você quer que eu cante?
- A música da Cinderela!
Ele soltou um riso abafado.
- Acho que não sei essa.
- Eu vou te ensinar.
- Tudo bem.
- “Um sonho é um dexejo quando você está dormicido”, - Ela cantou,
usando braços e mãos expressivamente para pontuar suas palavras
sinceras. Ele pagaria por assentos na primeira fila para assistir seu
desempenho.
Shade abriu a boca para cantar depois dela, mas ela cobriu sua boca
com a mão.
- Espera. Eu errei.
- Eu sei. - Disse quando ela tirou a mão. - Que tal algo do Aerosmith?
Ela respirou fundo animada, seus olhos iluminando-se com ansiedade.
- Sim, papai. Cante a música do anjo. Viu minhas asas. - Esticou uma
mão por cima do ombro e puxou uma das frágeis asas brilhantes. - Sou um
anjo.
- Você com certeza é. - Ele disse. - Uma princesa anjo.
Limpou a garganta e cantou para ela, à capela, como sempre, com todo
o seu coração e alma. “Estou sozinho, sim...” No momento que cantou o
final da segunda linha, ela estava contorcendo-se em antecipação. Sabia o
que queria. Ela só gostava do refrão, então ele pulou a maior parte da
primeira estrofe e foi direto para a sua parte favorita.
Julie sorriu de prazer enquanto cantava para ela. Olhou-o com tal
adoração absoluta que sua garganta fechou e a voz saiu embargada durante
as próximas palavras. Saltou animadamente, e ele teve que erguer a mão
livre para apoiar suas costas para que não despencasse de seus braços em
direção aos degraus de tijolos a seus pés. Abraçou-o quando terminou e
cerrou a mãozinha ao redor da cruz pendurada na corrente em seu pescoço.
- Agora cante a música de bebê. - Pediu.
Sorriu. Não conseguia evitar. Ela sempre chamava “I Don't Want to
Miss a Thing” do Aerosmith de música de bêbe.
- Não quer abrir seu presente. - Ele perguntou.
Empurrou-se para trás e sorriu para ele amplamente. Assentiu,
contorcendo-se para descer. Ele colocou-a de pé e agachou-se na frente
dela para entregar-lhe a sacola cor de rosa. Desejou que o presente
estivesse melhor embrulhado, como algo que Julie pudesse rasgar da
forma como uma criança devia abrir um presente de aniversário. Ela puxou
o papel de seda e lutou para remover a grande caixa quadrada enfiada
dentro da sacola. Shade ajudou-a. Quando abriu a tampa para ela, seu
queixo caiu.
- Oh, papai! - Gritou entusiasmada.
- Você gostou?
Ela não conseguia formar palavras. Mas fez uma dancinha animada, o
corpo inteiro tremendo de alegria. Shade retirou a tiara com diamantes e
safiras cor de rosa da caixa e colocou-a sobre a cabeça dela. Suas mão
voaram para tocar a pequena coroa.
- Agora, eu sou realmente, de verdade uma verdadeira princesa.
Ela balançou a cabeça e olhou para cima para ele com os olhos
arregalados de expectativa.
- A mais bela princesa que já existiu.
Seu sorriso deslumbrante fez coisas com seu coração que faria qualquer
cardiologista se encolher.
- Quero ver minha coroa de princesa no espelho! - Virou-se e começou
a correr para a porta da frente, mas ele pegou-a e levantou-a em seus
braços de novo.
Sabia que se ela entrasse em casa, seu tempo com ela teria acabado.
Ainda não estava pronto para dizer tchau.
- Posso cantar a música do bebê primeiro?
Ela segurou a tiara em uma mão e assentiu.
- Sim, sim. Eu amo a música do bebê. - Abraçou-o com o braço livre. -
E adorei a minha coroa de princesa. Eu amo você, papai.
Desejou estar usando a porcaria dos óculos escuros. Que tipo de rockstar
fodão fica parado do lado de fora da casa da ex-esposa, agarrando-se a
uma garotinha, com lágrimas correndo dos olhos?
- Também te amo, baby.
- A mamãe disse que eu não posso mais ser um bebê. Que sou uma
garota grande agora.
- Você é uma garota grande. - Sussurrou em seu ouvido. E não tinha
certeza de quando isso acontecera. Ele perdera tantos acontecimentos
importantes. - Mas você pode ser um bebê quando estiver comigo, se
quiser.
- Cante.
Cantou “I Don't Want to Miss a Thing” como se estivesse na frente de
uma multidão de doze mil pessoas. Quando chegou ao refrão, Julie
representou a letra oferecendo-lhe um sorriso e um beijo na bochecha. Nos
momentos apropriados, abraçava-o apertado. Sentindo a pulsação de seu
coração com uma mãozinha e a sua própria com a outra mão. Sempre
experimentava essa música em um novo nível emocional quando cantava
para ela. Costumava cantá-la no meu da noite quando ela era um
bebezinho; Nunca falhara em acalmá-la. Quando a última linha do refrão
saiu por seus lábios entreabertos, percebeu como sentia falta dela. Mesmo
segurando-a, sentia falta dela. Terrivelmente.
Já perdera muito da criação dela. Demais. Esses momentos estavam
perdidos para sempre. Precisava encontrar um jeito de estar em casa com
mais frequência. Sua bebê estava crescendo sem ele. Não havia maneira de
colocar a infãncia dela em modo de espera até que pudesse encontrar
tempo para desfrutá-la.
A porta da frente se abriu, e os braços de Shade apertaram-se
automaticamente em torno de sua doce garotinha.
- Você canta bem. - Julie disse. - Quero cantar quando eu crescer. Quero
ser como você, papai.
Quando fora que todo o oxigênio evacuara da atmosfera? Shade fez um
grande esforço para puxar ar para os pulmões que, de repente, tinham
parado de funcionar.
Parada na soleira da porta, Tina bufou de aborrecimento.
- Você quer ser uma fraude que abandona a escola? Acho que não, Julie.
Você vai para a faculdade.
Shade não sabia porque ela continuava enchendo seu saco. Já era
doloroso o suficiente quando ela fazia isso com ele sozinho, mas quando
fazia na frente de Julie, ele não podia suportar. Se perguntou que tipo de
merdas a mulher falava sobre ele quando não estava por perto. Era um
milagre que tivesse algum tipo de relacionamento com a filha.
- É hora de você entrar, Julie. - Tina disse.
- Você quer ver minha nova casa de bonecas, papai? Ela parece um
palácio. E tem uma boneca princesa. E tem uma cama para dormir quando
está com sono. - Bocejou com a menção de dormir.
- O papai está indo embora agora. - Tina falou.
- Você vai voltar amanhã? - Julie perguntou.
- Tenho que cantar num lugar barulhento amanhã. - Ele disse.
- Você vai voltar em mais duas noites? - Ela perguntou.
Ele sacudiu a cabeça.
- Em mais três? - Ela barganhou, levantando três dedos.
- Mais seis noites.
Suas sobrancelhas finas arquearam-se em confusão. Ela ergueu cinco
dedos, e ele acrescentou um da sua própria mão. Ela deu-lhe um olhar
horrorizado.
- Isso são muitas noites, papai.
- Essa coisa é de verdade? - Tina cuspiu, arrancando a tiara da cabeça de
Julie e olhando boquiaberta para ele.
- Claro, que é de verdade. Eu não vou dar bijuteria pra ela.
- Ela não pode usar isso.
- Dá pra mim. - Julie teimou, tentando agarrar a tiara.
- Maravilha, Jacob. Você vem aqui, atrapalha tudo, lhe dá algo com que
ela não pode ficar, e agora eu tenho que ser a malvada e tirar isso dela.
- Por que você tem que tirar dela? Não é seu. É dela.
- E se ela perder? Ou as pedras caírem. Ou alguém pegá-lo? Ou se ela
for sequestrada por causa disso? Jesus, Shade, essa coisa deve ter-lhe
custado dez mil dólares.
Se ela sabia o que ele tinha gastado, não tinha a menor dúvida de que
ela iria penhorá-la e comprar para si mesma mais de cem pares de sapato
que nunca usaria.
- Apenas deixe-a usá-la dentro de casa. - Disse. - Tem seguro se ficar
danificada ou for roubada. Ela vai ficar bem.
- Me dá isso. - Julie choramingou. - Eu sou uma princesa. Uma princesa
de verdade. Meu papai me disse.
- Agora você a fez chorar de novo. - Tina resmungou e puxou Julie de
seus braços.
- Eu?
- Por que você tem que ser tão estúpido, Shade? É como se tivesse
nascido sem um cérebro.
- Maldita, não me chame de estúpido na frente da Julie, Tina.
- A verdade dói, não é?
- Papai! - Julie gritou quando Tina carregou-a para dentro de casa e
bateu a porta na cara de Shade. - Eu quero minha coroa de princesa. Eu
quero ela! - Pode ouvir Julie fazendo birra atrás da porta.
Não quisera que seu presente fosse um problema. Apenas pensou que
Julie gostaria dele. O preço fora considerável. Talvez devesse ter lhe
comprado uma bijuteria de strass ao invés disso. Julie nunca teria sabido a
diferença. Ela tinha três anos. Quatro, lembrou-se. Porra. Era mesmo um
estúpido.
Amaldiçoando a si mesmo em voz baixa, pegou a caixa vazia, enfiou-a
na sacola rosa com o papel de seda amassado e pendurou-a na maçaneta.
Julie estava mais longe da porta agora, assim não conseguiu ouvir o que
ela estava gritando, mas não teve dúvidas de que ela ainda estava chateada.
Talvez devesse fazer um favor a todos e ficar longe definitivamente.
Arrancou os óculos escuros do bolso e colocou-os. Não sabia ao certo
como faria para chegar em casa. Supôs que teria que chamar um táxi.
Virou-se para começar a descer a calçada; Descobriria isso depois que se
afastasse o bastante para não mais ouvir Julie chorando. Porque Deus, esse
som era como uma faca apunhalando e retorcendo-se em seu peito, e sabia
que Tina não o deixaria fazer nada a respeito disso. Sentiu-se um merda de
tão impotente.
A porta atrás dele abriu.
-Jacob? - Uma voz gentil disse por detrás dele.
Parou e virou-se lentamente. Provavelmente deveria ter esperado
encontrá-la ali, mas não estava de forma alguma preparado para a reação
de seu corpo ao dela. Seu coração saltou, suas entranhas apertaram, suas
bolas enrijeceram. Seu cabelo castanho na altura dos ombros balançava
suavemente com a brisa quente. Seus olhos castanho-esverdeados
brilharam quando seu rosto adorável abriu-se em um sorriso sincero. O
tempo parou quando permitiu que seu olhar viajasse pelo corpo esguio
dela. Aquelas longas pernas bronzeadas só poderiam ser a morte dele.
Havia se passado um longo tempo desde que a vira.
- Amanda.
Capítulo 2
Amanda provavelmente não devia ter observado o momento de
privacidade de Jacob com sua filha através da janela, mas não conseguira
evitar. Quisera abrí-la e escutar a voz deslumbrante dele, mas Tina ficara
andando pela sala chamando-o de todos os nomes obcenos em que
conseguira pensar, e ele não precisava ouví-los. Amanda entendia porque
Tina odiava Jacob. Ele machucara-a por traí-la com outra mulher. Bem,
várias outras mulheres. Não esperava que Tina fosse perdoá-lo, mas tentar
mantê-lo afastado da filha? Isso não era certo. Especialmente quando era
tão óbvio que eles adoravam um ao outro. Ele precisava da garotinha em
sua vida. E a despeito do que Tina pensasse, Julie precisava do pai.
Amanda desceu o degrau da frente e fechou a porta atrás dela. Esperava
que sua mãe colocasse algum juízo na cabeça da irmã para que deixasse
Julie usar a tiara. Jacob fizera um trabalho maravilhoso escolhendo algo
que Julie adoraria. Obviamente conhecia muito bem a filha e pensando
nisso escolhera o presente.
- Logo que a Tina esfriar a cabeça, ela vai deixar a Julie usar a tiara. -
Amanda falou. Desejou que ele não tivesse colocado os óculos. Ele tinha
olhos azuis lindos. E seu cabelo preto curto, pele bronzeada e grossos
cílios pretos faziam-nos ainda mais marcantes. Cada centímetro de seu
belo rosto estava marcado em sua memória - lábios sexy, nariz reto, testa
alta, mandíbula forte, queixo obstinado. Desejava Jacob “Shade” Silverton
há tanto tempo, que não conseguia recordar uma época em que
pensamentos sobre ele não passassem por sua cabeça constantemente.
- Eu não teria tanta certeza. - Ele falou.
- Como está indo a turnê? - Perguntou engatando uma conversa fiada
para mantê-lo por perto por tanto tempo quanto fosse possível. Se Tina
soubesse que estava ali fora conversando com ele, teria um ataque
cardíaco. Esse era o problema em ser apaixonada pelo ex-marido da irmã
mais nova. Não havia maneira de fazer isso funcionar sem que alguém se
machucasse ou enlouquecesse.
Jacob sorriu suavemente.
- Está indo muito bem. Música é a única coisa que anda ótima para
mim.
Ele ergueu o olhar para a casa de tijolos em estilo georgiano. Julie já
não podia mais ser ouvida gritando. Talvez Tina já tivesse cedido.
- Você não tem show hoje à noite? - Ela sabia muito bem que não tinha.
Sempre comprava ingressos para os shows da Sole Regret em Austin.
Mantinha um controle rígido sobre a agenda de shows da banda, pois a
melhor coisa depois de passar um tempo com Shade Silverton era vê-lo em
cima do palco. E se Amanda não tivesse percebido que ele estaria na
cidade nesse dia, nem teria se incomodado em entrar em uma briga enorme
com Tina por não tê-lo convidado para a festa de Julie. Em vez de fazer
como ela sugerira, Tina esquecera convenientemente de não dizer-lhe. Por
isso, pelo interesse da felicidade da sobrinha, Amanda interferira. Não
avisara Tina que mandara uma mensagem de texto para Jacob avisando
sobre a festa. Embora, ás vezes, se sentia obrigada a meter o nariz nos
assuntos das outras pessoas, não desejava morrer.
Jacob sacudiu a cabeça.
- Nós vamos para San Antonio amanhã, por isso decidimos ficar essa
noite em casa. A viagem daqui pra lá não é demorada.
Ela assentiu concordando e desviou o olhar para a calçada à procura de
seu carro esportivo sexy como o pecado. Não havia um Tesla Roadster à
vista.
- Onde está seu carro?
- Alguém roubou-o.
Ela ficou boquiaberta com sua indiferença.
- Alguém roubou-o?
- É. - Ele encolheu os ombros. - Ele pode ser substituído.
- Então como você chegou aqui?
- Owen me largou aqui. Eu estava ligando para um táxi me levar pra
casa. Vou cair fora daqui em poucos minutos.
- Eu levo você. - Ofereceu um tanto rápido demais. Precisava ser
cuidadosa ou ele descobriria o quanto ela o desejava. Não queria que as
coisas entre eles ficassem estranhas. Seria impossível para ele esquecer
que ela era a irmã da mulher que fez da sua vida um inferno.
- Isso não será necessário. Você devia voltar pra festa.
- Acabou. Todas as crianças foram embora. Eu estava só ajudando a
limpar.
- Oh.
- Isso vai me dar uma ótima desculpa para escapar de lavar sorvete cor
de rosa das paredes.
Ele sorriu e ela derreteu-se. Era como se o homem tivesse alguma
habilidade mágica para sumir com seus ossos.
- Certo. - Ele disse. - Se isso for te ajudar.
- Vou pegar minha bolsa e as chaves. - Disparou para dentro da casa e
encontrou a mãe na cadeira de balanço embalando Julie. A pequena
princesa aniversariante estava usando sua nova tiara e dormindo
profundamente com o polegar na boca. Amanda se enterneceu. Julie devia
ter herdado essa mágica do pai. Deus, amava essa criança.
- Tenho que ir. - Sussurrou para a mãe.
Ela assentiu.
- Vou avisar a Tina. Ela está chateada com o Jacob outra vez.
- Ela sempre está chateada com o Jacob. - Amanda debruçou-se para
beijar a bochecha da mãe e em seguida, a testa da sobrinha, antes de pegar
a bolsa e voltar correndo para fora.
Encontrou Jacob onde o deixara. Ele estava olhando fixamente para a
casa como se estivesse em transe. Ela se perguntou o que ele estaria
pensando por detrás de seus óculos escuros.
- Julie já está dormindo. - Contou-lhe. - E usando a tiara.
Jacob soltou um respiração profunda.
- Não gosto quando a Tina me critica desse jeito, mas odeio quando ela
faz isso na frente da Julie. Sua irmã provavelmente fala mal de mim o
tempo todo.
Amanda não queria confirmar suas suspeitas. Embora nunca tivessem
sido exatamente próximas, Tina era sua irmã mais nova. Mas ainda assim,
Jacob estava certo. Tina o insultava o tempo todo. Essa era a principal
razão porque Julie ficava confusa sobre o papel que o pai desempenhava
em sua vida. Jacob poderia fazer um esforço para ver a filha mais vezes,
porém a quantidade de besteiras que já tivera que aguentar de Tina toda
vez que aparecera, teria feito a maioria dos homens ficar longe.
- Julie ama você. - Amanda disse, destravando as portas do carro com o
botão na chave. - Isso é tudo o que importa.
- Só espero que ela não mude de ideia.
- Não precisa se preocupar com isso.
Abriu o porta malas e ele inclinou-se para colocar sua mala dentro.
Quando sentiu o cheiro almiscarado de sua loção pós-barba, seus joelhos
enfraqueceram. Precisou de cada grama de força de vontade para não
enterrar o rosto em seu pescoço e inalar. Mais uma vez, desejou não ser tão
atraída por ele. Sua latente masculinidade tornava muito difícil para ela se
comportar.
Quando ele não se moveu para longe imediatamente, Amanda arrastou
o olhar por seu corpo. Seu 1,82 centímetros de músculos duros e ombros
largos sobrecarregaram completamente seus sentidos. Por um minuto,
pensou que ele iria se inclinar com a intenção de beijá-la, mas como não
podia ver seus olhos escondidos por detrás dos óculos escuros, nem
conseguia saber ao certo se ele estava mesmo olhando para ela. Arrancou
os desconcertantes óculos de seu nariz.
- Não sei porque você sempre usa essa maldita coisa. - Disse, dobrando-
os e enfiando-os na gola da camiseta branca dele. Forçou as mãos a não
explorarem distraidamente o peito definido de músculos por baixo da
camiseta. O homem era deslumbrante. Perfeito. E ela gostava dele. Sempre
gostara. Ninguém podia culpá-la.
- Porque?
Desfiando o olhar apreciativo do corpo de Jacob, espiou seus olhos.
Sabia porque ele sempre usava óculos escuros. Ele tinha olhos azuis
expressivos que rapidamente faziam a pessoa perceber que ele não era o
filho da puta narcissista e sem coração que fingia ser. E era por isso que ela
o desejava. Não por ele ser o homem mais lindo que existia no mundo,
mas porque ele sentia. Profundamente. Aqueles lindos olhos azuis
revelavam tudo o que ele tentava esconder.
- Está com fome? - Perguntou. - Posso levá-lo em algum lugar. Será um
prazer.
- Estava planejando apenas relaxar em casa. Talvez pedir uma pizza.
Comê-la na frente da tevê. Tomar uma cerveja. Fazer uma boa sessão de
musculação acompanhada de um mergulho. E então sentar na banheira de
hidromassagem e vegetar.
Soou como se fosse ficar ocupado ficando suado, molhado e
possivelmente nu pela maior parte da noite. Santa gostosura. De repente,
Amanda precisava trocar a calcinha.
- Oh.
- Não me importaria de ter alguma companhia. - Antes que ele pudesse
se afastar, ela vislumbrou sua expressão desamparada. Ah Deus, ele estava
solitário. Não tinha certeza de como um homem que estava sempre
cercado por uma eterna multidão podia ser solitário, porém apesar de esses
lábios beijáveis serem capazes de mentir, seus olhos não podiam.
Amanda fechou o porta-malas.
- Eu conto como companhia? - Perguntou.
- Não é capaz de entender uma indireta? - Ele disse com um largo
sorriso. Entrou no carro e fechou a porta.
Uma indireta? O que isso significava? Que ele queria passar mais
tempo com ela? Seria verdade. Amanda era a irmã inteligente e peculiar.
Tina era a irmã gostosa que todos os caras queriam. Incluindo Jacob.
Amanda chegara a um acordo sobre os encantos de Tina - e a falta dos
próprios - depois da quarta vez que levara um fora do namorado para que
ele pudesse perseguir Tina. Não importando que a irmã não estivesse
interessada em ninguém que não tivesse uma carteira recheada.
Amanda sentou atrás do volante de seu modesto Toyota, fechou a porta
e prendeu o cinto de segurança.
- Você precisa parar em algum lugar antes que eu te leve pra casa? -
Perguntou.
- Você realmente não pegou a dica.
Ele soltou uma risada; O som profundo e abundante fazendo a barriga
dela tremer.
- Me diga, Amanda, você quer ficar comigo e comer uma pizza, tomar
uma cerveja? Assistir um filme?
- Que tipo de filme?
- Tanto faz. - Seus olhos se arregalaram como se atingido por uma
revelação horrenda. - Menos filme de mulherzinha.
Seu coração estava martelando como um britadeira, porém de alguma
maneira conseguiu parecer calma e ligar o carro.
- Não sei, Jacob. Sou muito exigente com os filmes que assisto. Tenho
preferência por filmes românticos.
- Acho que vamos ter que assistir a um jogo de golfe como alternativa.
Não vou ver filme de mulherzinha.
Golfe? Seria um festival de roncos. Mas se estivesse com Jacob,
imaginava que nem o jogo de golfe poderia ser chato.
- Bem, nesse caso... acho que posso tolerar um pouquinho de
testosterona. No entanto, eu estabeleço o limite do volume nos filmes de
luta.
Ele sorriu ironicamente e a temperatura dentro do carro subiu pelo
menos dez graus.
- Vai ser filme de terror com assassinatos violentos.
Ela riu desconfortavelmente. Era uma reconhecida covarde quando se
tratava de filmes de terror.
- Certo. Contanto que não se importe se eu me agarrar em você
apavorada e esconder o rosto em seu peito. - Não pôde evitar de deslizar o
olhar pelo peito grande e musculoso. Sim, parecia perfeito para esconder o
rosto. E também para acariciar. Lamber. Beijar. Afagar. Chupar.
Massagear. Arran...
- Eu não me importaria nem um pouco. - Ele disse.
Ergueu os olhos para encontrar os dele. Espere um segundo.
- Você está dando em cima de mim, Jacob?
- Eu pensei que fosse óbvio.
Oh inferno, sim.
- Não tenho certeza se eu deveria ficar sozinha com você. Você pode
tentar tirar minha calcinha.
Ele riu.
- Eu posso.
Sabia que ele estava provocando-a, mas isso não impediu que partes
dentro de sua calcinha não se preparassem para uma agradável invasão.
- Acho que vou ter que arriscar. - Disse, como se seu coração não
estivesse prestes a saltar do peito. - Você me deixou com um grande desejo
por pizza. E cerveja gelada.
Saiu com o carro e entrou na rua.
- E enterrar meu rosto em seu peito.
Ele gargalhou.
- Posso satisfazer você com todos os três.
Seus dedos roçaram a lateral de sua perna e ela quase pulou fora de sua
pele. Elogiou-se pela sábia decisão de colocar um shorts pela manhã.
- Ei, obrigado por me avisar sobre a festa da Julie.
- Sem problema! - Guinchou.
O polegar de Jacob esfregou uma pequena mancha de pele logo acima
de seu joelho. Sua calcinha precisaria de equipamento de mergulho se
ficasse mais molhada.
- Gostaria de ter chegado mais cedo. - Ele falou. - Adam parece pensar
que é o único na banda que tem uma vida. Estou cheio de tentar fazê-lo
enxergar além de si mesmo.
Amanda arriscou olhá-lo. Ele estava encarando o ponto onde seu
polegar ameaçava inflamar as terminações nervosas de sua pele, mas ele
não parecia perceber o que estava fazendo.
- Você não perdeu muito. Dez crianças detestáveis gritando, com as
mãos pegajosas cobertas de glacê rosa, algumas birras e uma dor de
estômago que acabou mal na piscina infantil.
- Julie fez um pedido e soprou as velinhas?
Amanda sorriu, lutando contra a vontade de acariciar seu cabelo escuro.
Adorava que a maior fraqueza do homem fosse uma garotinha de trinta
quilos que amava sorvete de morango.
- Sim. Apagou todas com um único sopro. Ela tem um fôlego como o
do pai.
Ele riu e puxou a mão de seu joelho como se acabasse de notar que
ainda estava tocando-a.
- Esse provavelmente não é um bom traço para se herdar.
- Claro que é. É parte do que faz você ser um cantor incrível. - Tirou os
olhos da estrada e achou-o encarando o painel de controle. O turbilhão em
seus lindos olhos azuis quebrou seu coração. - Sabe, gravei Julie soprando
as velinhas no meu celular.
Ele empertigou-se, e um sorriso suavizou seu rosto rígido.
- Você gravou?
- Tire meu celular da bolsa e então você pode assistir.
Ele franziu as sobrancelhas para sua bolsa, que estava espremida entre
os bancos da frente.
- Existem poucas coisas em que eu não toco. A bolsa de uma mulher é
uma delas.
- Por que? - Perguntou. - Com medo de que pode achar um absorvente
ou algo parecido dentro dela?
- Desde que vi o filme Mary Poppins quando era criança, fico
desconfiado com bolsas de mulheres. Não sei se você tem um cabide lá
dentro ou um jacaré ou uma motoserra.
- Não. - Disse. - Sem motoserra. Sem absorventes também. - Só para
deixar bem claro que não estava em seu período do mês. No caso dele
querer verificar o latejamento quente e molhado dentro de seu shorts.
Ele deu risada e enfiou uma mão hesitante dentro da bolsa. Seu grito
assustado fez Amanda pisar nos freios. A buzina do carro de trás soou.
- Oh, é apenas sua carteira. - Ele disse. - Pensei que fosse um jacaré.
Estapeou-o repetidas vezes no braço.
- Você me assustou.
Ele cutucou suas costelas, fazendo-a contorcer-se, o atrito contra o
assento chamando sua atenção à forma inapropriada como estava excitada.
Outra buzina soou quando desviou para a pista contrária. Estava surpresa
que ainda não tivesse batido em um poste de telefone. Era extremamente
difícil se concentrar na estrada com Jacob Silverton sentado ao lado dela,
com um cheiro tão incrível quanto sua aparência. Só podia imaginar como
seria bom sentí-lo. Maldição, estava com tesão. Precisava encontrar tempo
para namorar com mais frequência.
Jacob localizou o celular e pressionou os dedos sobre a tela.
- Hmm, - Murmurrou. - O que é isso? Um vídeo de sexo estrelado por
Amanda Lange?
- O quê? - Tentou agarrar seu celular - sabendo muito bem que não havia
nenhum vídeo pornográfico de si mesma armazenado nele. - Pensei que
tinha apagado isso.
- Ooo, - Ele disse, segurando o celular entre as mãos. - Quero ver isso.
Uma versão desafinada de “Parabéns pra você, Julie” veio dos pequenos
alto-falantes de seu celular. Jacob observou a tela completamente
hipnotizado e se Amanda não estivesse enganada, com os olhos um
pouquinho molhados. Sorriu. Acabara a conversa. O homem estava sem
palavras.
- Faça um pedido, Julie. - A voz de Tina disse dos alto-falantes.
- Como Aladim? - Julie perguntou.
- Depressa, as velas estão apagando.
- Eu desejo ser uma princesa. Uma princesa de verdade. - Houve uma
pausa e então todos bateram palmas.
- Viu, você fez o desejo dela virar realidade, sem nem mesmo saber
disso. - Amanda disse.
- Essa garota vai ser a minha perdição. - Jacob falou. Olhou o vídeo
outra vez. E mais outra.
Sua mão pairou sobre a coxa dele. Queria tanto tocá-lo, porém no
último instante perdeu a coragem e ao invés disso só remexeu no ar-
condicionado. Se perguntou fugazmente se ele reparara. Ficou
estranhamente com muito calor, apesar de estar com todas as aberturas
voltadas para ela e o ar ligado no máximo.
- Posso fazer mais vídeos dela pra você, se quiser.
Virou na rua que levava para a casa de Jacob, pensando que deveria ter
dirigido como seu avó - tentando disputar corrida com um caracol. A
viagem fora muito curta. Lentamente tirou o pé do pedal e deixou o carro
rodar o trecho final até o bairro.
- Fico de babá dela muitas vezes, sabe. Ela acha sua Tia Mander* muito
legal.
E alguém tinha que cuidar da criança quando Tina ia às compras. Ela
adorava gastar o dinheiro de Jacob. Ela encarava a tarefa como se
competisse para um evento olímpico.
-Você faria isso por mim? - Jacob disse, virando-se no banco e
inclinando-se em seu campo de visão para que pudesse olhá-la nos olhos.
*Mander é uma das formas de apelido para Amanda.
- Sim, com certeza eu faria. Devia ter pensado nisso antes.
- Obrigada, Amanda. Você é uma pessoa doce.
Ela reprimiu um estremecimento. Não queria-o pensando nela como
uma garota simpática e esquecível. Aquela em quem os caras sempre
pareciam pensar como uma de suas amigas. Uma amigona. Não queria ser
chamada de pessoa doce. Não depois de Jacob ter flertado com ela alguns
momentos antes e feito-a acreditar que seu maior desejo poderia se tornar
realidade.
Amanda dobrou na entrada de Jacob e encostou atrás de seu carro.
- Hum, Jacob? - Disse. - Esse não é o seu carro?
Ele não lhe respondeu, apenas escancarou a porta e saltou do carro.
Estava abraçando o brilhante capô preto do conversível antes que pudesse
soltar o cinto de segurança. Ela saiu e foi ficar ao lado dele.
- Pensei que você tivesse dito que ele foi roubado.
- Eu pensei que tivesse sido.
- Então como ele veio parar aqui?
- Não faço ideia.
Amanda notou um pedaço de papel rosa preso sob um limpador do para-
brisa. Puxou-o e leu a nota em voz alta. Shade, sei que você não vai se
importar de me emprestar seu carro para chegar a sua casa. Estarei na
banheira de hidromassagem esperando para agitar seu mundo, garanhão.
- Está assinado Verônica. E ela pontuou o i com um coração. Que graça.
Fingiu não ter se abalado pelo bilhete, mas realmente ficara ansiosa de
passar a noite com ele. Para seu infortúnio, outra mulher vencera a disputa.
E ao contrario de Amanda, Verônica provavelmente era auto-confiante,
com um belo rosto e gostosa para atrair alguém como Jacob.
- Maldita Verônica. - Jacob berrou. - E eu me perguntando onde tinha
deixado a chave reserva.
Possivelmente com a última “gata” que esteve em sua banheira de
hidromassagem.
- Acho que vou pra casa. - Amanda disse. - Fico feliz que seu carro
apareceu. Foi bom te ver...
Jacob moveu-se para ficar no caminho de Amanda. Ela não soube ao
certo como ele conseguiu prendê-la com tanta facilidade entre o lindo
pedaço de metal e sua atraente aparência de vocalista de metal, mas
ganhou sua atenção. Com as costas prensadas contra o lado do carro,
tentou recuperar os sentidos. Não adiantou. Seu coração continuou
retumbando fora de controle quando ergueu lentamente o olhar para olhá-
lo nos olhos.
- Você vai ficar. - Ele falou. - Eu convidei você. Ela vai embora.
Ninguém a convidou.
- Talvez eu não dev....
Jacob tocou seu rosto, e sua respiração parou na garganta.
- Você fica.
Não conseguiu desviar o olhar de seus intensos olhos azuis.
- Vou ficar. - Disse, obedientemente.
Ele deu um sorriso torto, arrancou os óculos da gola da camiseta e
colocou-os. Ela olhou fixamente para a cruz pendurada em seu pescoço.
- Quer esperar aqui fora enquanto eu chamo um táxi ou prefere esperar
dentro de casa? - Ele perguntou. - Com certeza ela vai fazer uma cena.
- Hum.
- Você pode ir pra sala de estar e escolher um filme para assistirmos ou
pegar alguma coisa pra comer na cozinha. Não vai demorar muito para eu
me livrar dela.
- Bom, tudo bem. Você tem o filme “Flores de Aço”? - Manteve
firmemente uma cara de paisagem no rosto enquanto piscava para ele. -
Faz séculos desde que o vi, por inteiro.
Ele gargalhou.
- Pensei que tínhamos combinado de não vermos filmes de mulherzinha.
Amanda bufou como se estivesse colocando de lado as vontades dele,
quando, na verdade, só queria provocá-lo. Não culpava Verônica por
convidar-se para passar à noite na banheira com esse homem, mas estava
muito feliz que Jacob faria a mulher ir embora.
- Acho que combinamos.
Ele enfiou o dedo indicador sob seu queixo e acariciou a pele logo
abaixo dos seus lábios com o polegar.
- Eu te beijaria, - Disse. - Mas não quero que Verônica pense que estou
com uma ereção por causa dela.
O quê?
Ele tinha realmente dito isso? Possivelmente não fora o que quisera
dizer. Muito espantada para retrucar, Amanda encarou-o boquiaberta.
Ele riu.
- Que expressão inestimável.
Apertou seu ombro, fazendo suas pernas começaram a tremer
incontrolavelmente.
- Vejo você lá dentro.
- Uh huh, - Conseguiu balbuciar com a boca escorrendo baba.
Virando-se Jacob seguiu apressado para a porta da frente, abriu-a e a
deixou aberta antes que ela pudesse recompor-se. Em seguida,
encaminhou-se para a lateral da casa que levava à piscina e a banheira de
hidromassagem na parte de trás.
E isso foi tudo Amanda pôde fazer para evitar escorrer para o chão
numa poça de luxúria.
Capítulo 3
Shade cobriu a distância de seu quintal em passos largos e com raiva.
Não podia acreditar que Verônica tivera a audácia de “pegar emprestado”
seu carro sem pedir. E ainda, pensar que ele ficaria suficientemente feliz
com isso para transar com ela? Não essa noite. Talvez nunca mais. Claro,
se ela não tivesse pegado o carro, então Amanda não teria-o levado para
casa e ele não estaria prevendo passar à noite com uma das poucas pessoas
que lhe permitiam baixar a guarda.
Um rastro de roupas descartadas começava no canto de trás da casa e
seguia até a banheira cercada por três lados por uma cerca de cedro para
dar privacidade. Conforme circundava a casa, foi recolhendo peças sexy de
suas roupas um item de cada vez. Meias compridas de renda aqui. Uma
tanga de cetim preto lá. Despejou a roupa no piso de ardósia no primeiro
degrau de madeira da banheira.
Verônica estava exatamente onde disse que estaria. Tinha um copo de
vinho na mão, seu cabelo negro como ébano amontoado no alto da cabeça,
os olhos fechados e seus belos seios nus pairavam acima da superfície da
água. Ela tinha um fantástico par de tetas. Sim. Ele reparara. Não haveria
um heterossexual do sexo masculino que não a achasse sexualmente
atrativa. E se Amanda não tivesse concordado em ficar, Shade, sem
dúvida, teria tirado a roupa para se juntar a Verônica. Mas Amanda estava
ali e por mais estranho que parecesse, preferia passar a noite atiçando-a do
que foder a deusa do sexo na banheira, até não mais poder se mover.
Limpou a garganta, e os sensuais olhos castanhos de Verônica se
abriram. Um sorriso convidativo espalhou-se por seus exuberantes lábios.
- Aí está você, amor. - Ela disse. - Eu estava começando a me
arrepender por não ter esperado você no estacionamento, mas você estava
muito atrasado e eu fiquei toda quente e suada. - Ela fez um beicinho. - E
não foi porque você me deixou assim.
Ela deu um pequeno gole no vinho. Uma garrafa verde estava deitada
em um isopor de gelo atrás dela.
- Gostaria de uma bebida?
- Eu tenho companhia, Verônica. Você precisa se vestir e ir embora.
- Companhia? Que tipo de companhia?
Lutou para achar a melhor forma de descrever Amanda. Amiga?
Família? Paixão de longa data?
- Companhia feminina.
- Mesmo? Não tenho nenhum problema com ela se juntar a nós, Shade.
Ela é sexy? - Verônica emitiu uma risada gutural. - Você sabe o quanto eu
gosto de mulheres.
Enquanto normalmente teria pensado que seria uma grande ideia, não
achava que Amanda faria um ménage com uma mulher que nem conhecia.
Shade gostava de flertar com Amanda, provocá-la, mas ela era inacessível.
Tinha a intenção de nunca dormir com ela. O que o fazia se perguntar por
que preferia passar à noite com ela ao invés de desfrutar dos peitos e da
bunda em sua banheira. Provavelmente porque ainda não se recuperara da
garota louca de Tulsa. Qual era mesmo o nome dela? Nikki. Maldição, a
mulher tentara reduzir seu pau a um carroço.
- Não, Verônica, vim aqui dizer pra você ir embora. Você não pode
simplesmente pegar meu carro sem pedir. E teve sorte que eu não chamei a
polícia e deixei te levarem no camburrão.
- Você imaginou que eu fosse te esperar no estacionamento por horas?
- Em primeiro lugar, por que você estava esperando por mim? Eu não
te chamei.
- Agora você está sendo um idiota.
Já fora chamado de coisa pior.
- Como você pegou minhas chaves?
- Você as deixou na minha casa. Lembra?
- Não.
- Você estava muito bêbado para dirigir, assim Selene levou você pra
casa e no outro dia você voltou pra buscar o carro. Eu não estava, então
você deve ter usado a cópia.
Enquanto se lembrava pouca coisa da noite de bebedeira com Verônica
e Selene, recordava de acordar com Selene em sua cama e, então, pegar o
carro na manhã seguinte. Esquecera completamente que dera as chaves
extras para Verônica. O Sole Regret voltara para a turnê um dia depois, e
recuperá-las não fora uma prioridade.
- Isso foi a mais de um mês. Você ficou com elas esse tempo todo?
Ela sorriu.
- E não pense que a ideia de pegar seu carro para um passeio todas as
noites não me passou pela cabeça. Mas eu não peguei. Até hoje à noite. E
não teria pegado se você não tivesse chegado tão tarde.
Ele não teria se atrasado se o guitarrista da sua banda não fosse um
imbecil sem consideração.
O aniversário de Julie não fora o único grande acontecimento que
perdera por causa de Adam. Perdera o nascimento de Julie por estar
acompanhando o rabo inconsciente de Adam até o hospital. Naquela época
Adam tivera a tendência a exagerar na heroína. E enquanto esperava na
sala de emergência que o reanimassem, perdera o telefonema avisando que
Tina entrara prematuramente em trabalho de parto. No momento em que
recebeu a mensagem, Julie já nascera em um hospital diferente, em um
estado diferente - três semanas antes do tempo, mas saudável. Nunca
perdoaria Adam por fazê-lo perder o primeiro sopro de vida da filha.
Nunca. Especialmente porque o idiota nem sequer entendia porque Shade
estava tão zangado com ele. Talvez um dia desistisse de Adam e deixasse-o
destruir a si mesmo, mas o cara era um desastre ambulante e Shade se
sentia responsável por ele. Se alguém não ficasse de olho nele, era
provável que acabasse morto. Por mais que o cara lhe irritasse, Shade não
queria isso. Eles haviam passado por muita coisa juntos. E nem tudo fora
ruim. Na verdade, Adam fora o único a dar a Shade um sonho para
perseguir. Antes de convencê-lo de que poderia cantar, ele estava
rapidamente se encaminhando para trabalhar em alguma fábrica - fora
muito afortunado.
- Por que você não vai perguntar pra sua companhia feminina se ela não
quer se juntar a nós? - Verônica falou. - Estou tão confortável e no clima.
Seria um pena desperdiçar uma buceta que está quente e suculenta pra
você. - Moveu as pontas dos dedos para estimular os mamilos. - Podemos
chamar Selene também se a sua companhia for muito tímida para transar
com a gente.
Verônica e Selene manteriam-no excitado e gozando à noite toda. Não
poderia dizer que não ficava tentado. Mas não estava negociando.
- Vou chamar um táxi enquanto você se veste. - Disse.
Virou-se para entrar em casa, e o copo de vinho passou arremessado por
ele, estilhaçando-se no piso de ardósia a seus pés.
- Seu maldito idiota!
- Não se esqueça de limpar o vidro quebrado antes de você ir. Vou pedir
pro táxi esperar na entrada da garragem.
Recomeçou a subir os degraus da varanda para entrar pela porta da
cozinha.
- Espere, Shade. Eu sinto muito. - Verônica chamou atrás dele. A água
respingou quando ela saiu da banheira. Os pés molhados batendo no deck
de madeira. Shade não cometeu o erro de se virar. Apenas entrou em casa.
Amanda estava espiando pela janela da cozinha.
- Sei que não é da minha conta, - Ela disse. - Mas a sua gatinha nua e
quente parece um pouco perturbada com você.
Ele soltou um riso.
- Herdei o gene para irritar as mulheres do meu pai.
- Você deve ter o homozigoto dominante característico.
- Huh?
Ela riu e alisou o cabelo castanho sedoso com uma mão.
- Desculpe. Piadinha de professora de biologia.
Shade nunca gostara da escola, mas respeitava professores. Garotas
espertas o intimidavam um pouco. Não que ele admitisse isso para elas.
Especialmente não para uma garota esperta e gostosa como Amanda
Lange.
- Como vai o trabalho? - Perguntou, encostando a porta por trás dele e
trancando-a.
- Oh está ótimo. Especialmente em junho, julho e agosto*.
Ele riu.
- Todo esse tempo de folga seria um agradável privilégio. Você sabe,
esses sãos os meses que eu mais trabalho.
- Como se ficar se pavoneando no palco por uma hora fosse trabalho.
Por favor! - Ele rolou os olhos.
Ele empertigou-se e fez uma careta.
- Eu não me pavoneio.
- Sim. Eu sei. - Sorriu. - Mas é muito sexy, por isso nunca pare.
Ele gargalhou. Era revigorante flertar com uma mulher que não achava
que isso significava que ela tinha que lançar-se em seu pau sedento por
uma vagina.
- Me deixa chamar um táxi pra Verônica e então vou pedir uma pizza.
Amanda acenou com a cabeça em direção à janela com vista para o
quintal.
- Eu acho que ela já foi.
No hemisfério norte o verão acontece nos meses de julho a setembro,
consequentemente as férias escolares são nessa época do ano.
O coração de Shade disparou.
- Merda! Ela ainda está com as minhas chaves.
Ele correu pela casa e abriu a porta da frente. Parada ao lado da porta
do motorista do carro dele, Verônica jogou um de seus sapatos de salto alto
nele.
- Imbecil!
Ele esquivou-se facilmente do projétil e atravessou a entrada de
automóveis. Verônica escancarou a porta e estava quase dentro do carro
antes que pudesse chegar a ela. Puxou-a contra ele e fechou a porta com o
pé. Um desastre fora evitado. E outro estava prestes a começar.
Verônica atingiu-o no peito com uma força surpreendente.
- Não me toque. Não me toque.
Ele soltou seu braço, e ela caiu contra seu peito, soluçando
incontrolavelmente. Porra. Hoje estava enrolado para fazer as mulheres
chorarem, e tinha uma fraqueza patológica às lágrimas. Porra dupla.
Envolveu Verônica em um abraço frouxo e acariciou suas costas.
- Não chore.
- V-você-você-você acha que sou feia, - Ela lamentou-se.
- O quê? Não. Eu não acho que você seja feia de jeito nenhum. Você é
linda. Perfeita.
- Então p-por que, por que não quer dormir comigoooo?
Ele mordeu o lábio para não rir. Ela soara absolutamente ridícula.
- Eu disse pra você: Tenho outros planos.
- Você-você-você vai dormir com elaaaaaa?
Não tinha nenhuma intenção de dormir com Amanda. Gostava muito
dela para transar com ela.
- Isso não é da sua conta.
Verônica agarrou-se a ele.
- Não me mande embora. Por favor. Preciso ficar com você.
- Isso não vai acontecer hoje à noite, Verônica. Talvez uma outra hora.
Ela se afastou e olhou para ele. Seu nariz estava vermelho e listras
pretas desciam por cada bochecha.
- É porque eu peguei o seu carro? Você está com raiva de mim?
Era muito mais complicado do que isso, porém aproveitou o caminho
mais fácil.
- Sim. E se você pegá-lo agora, vou ficar com tanta raiva que não vou te
ligar outra vez.
Ela choramingou.
Ele examinou seu rosto.
- Você não está chateada porque tem sentimentos por mim, está?
Porque ele não mais se permitia ter sentimentos. Não desde que seu
casamento fracassara. E Verônica sabia disso. Era por isso que ficava com
ela regularmente. Sexo casual era o único caminho a percorrer, pensara
que ela estivesse de acordo.
Verônica enxugou as lágrimas com as costas das mãos e disse:
- Claro que não. Eu só queria transar. Fiquei com tesão o dia todo
pensando no seu pau grande e grosso.
De alguma forma, conseguiu não rolar os olhos para ela.
- Se é isso o que diz, mas você estava agindo como quem tem ciúmes.
Ela deu um passo atrás, endireitou as costas e voltou a ser a mulher
autoconfiante que ele conhecia bem.
- Não ciúmes, Shade. Inveja. Eu estava ansiosa pra ser fodida até ficar
sem sentidos hoje. Ninguém tem o seu vigor, baby.
Bem, o pau dele estava ansioso por uma noite de descanso.
- Você vai me levar pra casa, pelo menos? - Ela perguntou. - Selene não
saiu do trabalho ainda. Ela me deixou no estacionamento para esperar por
você. Foi por isso que peguei seu carro.
Shade olhou por cima do ombro para a casa. Levar Verônica para casa
encurtaria seu tempo com Amanda, mas era somente uma viagem de dez
minutos, e seriam necessários mais do que isso para um táxi chegar.
- Sim, tudo bem. Só me dê um minuto.
Shade apanhou o sapato descartado de Verônica em seu caminho para
casa. Amanda estava parada no hall de entrada com os braços cruzados
sobre o peito e um olhar muito estranho.
- Eu devia ir. - Ela disse.
- Por favor, não vai. Eu só vou dar uma carona pra ela até em casa. Você
pode vir junto, se quiser.
- Seu carro só tem dois lugares, Shade.
Shade? Ela era uma das poucas pessoas que o chamavam pelo seu nome
verdadeiro, assim quando usava seu nome artístico desencadeava nele
todos os tipos de sinos de alerta. Esfregou a testa. Estava realmente
fodendo as coisas.
- Certo.
-Pensei que você fosse chamar um táxi pra ela.
- O táxi vai demorar mais pra chegar aqui do que se eu levá-la em casa.
Ela não mora longe.
Amanda encolheu os ombros.
- Seja o que for. Eu entendo. Talvez possamos fazer isso alguma outra
hora.
Shade tirou os óculos escuros e olhou-a nos olhos, com esperança de
que ela pudesse ver a sinceridade em sua expressão.
- Eu não quero que você vá embora, Amanda. Quero que ela vá.
Ela o surpreendeu corando e baixando o olhar.
- Tudo bem. - Puxou um respiração profunda e então, ergueu os olhos
sorrindo para ele. - Vou pedir uma pizza enquanto você vai. Espero que
seja fã de anchovas e abacaxi.
- Gosto deles, quase tanto, quanto gosto de “Flores de Aço”.
Ela riu e bateu em seu peito. Seu coração saltou, e seu pau decidiu que
não queria mais a noite de folga. Desça, rapaz. Gostosa ou não, Amanda é
zona proibida.
- Vá levar a Gata Molhada pra casa. Vou lhe dar cobertura.
Lutou contra a vontade de beijar seus suaves lábios sorridentes, em vez
disso, recolocou os óculos.
- Vou me apressar.
Havia benefícios por se possuir um carro que ia de zero a sessenta em
menos de quatro segundos.
Pelo tempo que levou para fechar a porta atrás dele, Verônica estava à
espera no carro. Embarcou e deixou o sapato dela cair em seu colo.
- Desculpa se chateei você, - Ela disse. Inclinou-se e beijou-lhe o
pescoço. Sua mão deslizou por sua coxa e entre as pernas. - Me perdoa?
- Sim. Que seja.
Ele ligou o carro, e o silencioso motor elétrico ronronou. No passado,
possuíra carros mais ruidosos, mas atualmente gostava da potência
tranquila de seu Tesla. Ele andava rápido, como qualquer carro esportivo,
porém o motor era mais silencioso e deslocava-se sem problemas, com
alguns movimentos das mãos, possuía o controle do carro. Amava-o
principalmente porque o fazia se sentir dirigindo um carro do futuro e
nunca precisava abastecê-lo. No entanto, teria que recarregá-lo quando
chegasse em casa. A bateria estava com a carga fraca.
- Eu poderia fazer as pazes com você. - A mão de Verônica deslizou
para sua virilha. - Você prefere uma punheta ou um boquete?
- Não estou interessado agora. - Falou, mas seu pau já intumescido o
estava fazendo parecer um mentiroso. Ás vezes, sua libido ficava
suscetível.
- Eu posso sentí-lo. - Ela disse e produziu uma risada gutural. - Vou
cuidar de você. A zoiúda não precisa ficar sabendo.
- Zoiúda?
- A coisinha linda que você deixou esperando na sua casa.
- Você viu ela?
- Ela tem a tendência de ver as coisas, através da janela, que não são da
conta dela.
- Bem, tenho certeza que ela vai agradecer-lhe por me deixar duro.
Continue a fazer o que está fazendo e vou estar pronto para transar com ela
assim que entrar pela porta. - Imaginou que assim seria mais amistoso
conseguir que Verônica parasse de acariciá-lo do que pedir para ela parar.
Ouvindo isso ela puxou a mão de sua virilha e colocou o máximo de
distância entre eles no espaço apertado, inclinando-se contra a porta do
passageiro, cruzou os braços sobre o amplo peito.
- Você é mesmo um imbecil. - Ela tentou encarar uma abertura no
painel do carro.
- E você não sabe como aceitar um não como resposta.
- Não entendo por que deveria aceitar. Nós sempre tivemos bons
momentos na cama.
E isso era a única coisa que eles tinham em comum. Os pneus cantaram
quando virou na entrada de automóveis dela. Parou em frente a porta da
garagem. Quando ela continuou encarando o painel e não se moveu para
sair do carro, debruçou-se sobre ela e abri-lhe a porta.
- Você não vai nem sequer sair do carro?
- Não. Tenho uma ereção furiosa agora e estou ansioso para voltar para
a zoiúda. - O que era verdade, porém as duas declarações não estavam
relacionadas. Não que Amanda e ereções furiosas não andessem de mãos
dadas. Ele só queria estar com ela por razões diferentes daquela que
acontecia em sua calça.
- Espero que seu pau caia. - Verônica disse e tropeçou para fora do carro
com um sapato no pé e o outro na mão.
Ele soltou um riso abafado.
- Não, não quer. Assim você não seria capaz de fodê-lo.
Ela rosnou para ele e então fechou a porta com força.
Sorrindo-lhe, acenou um adeus, manobrou o carro para fora da entrada e
encaminhou-se para casa.
Outra coisa boa sobre ter um carro esportivo rápido era que, quando
uma mulher rancorosa jogava o sapato nele, ela não acertava.
Shade ficou aliviado ao ver que o carro de Amanda ainda estava na
entrada da garagem quando retornou. Esperava que ela tivesse ido embora.
Conseguia entender a razão dela se sentir desconfortável o suficiente para
partir. Qual mulher queria ficar com um cara que chegava em casa e
encontrava uma garota nua, sem ter sido convidada na banheira de
hidromassagem? Amanda provavelmente achava que ele era o maior
mulherengo do planeta. E talvez ele fosse um concorrente para os dez
melhores devoradores de buceta de todos os tempos, mas não pensava com
seu pau. Só gostava de mantê-lo feliz, dando-lhe o que queria. Era uma
decisão totalmente consciente de sua parte. Não tinha nenhum problema
em dizer não a uma mulher. Assim como uma mulher nunca deveria ter
problemas em dizer-lhe não. O que vem fácil, vai fácil. E o mais fácil era
gozar.
Shade dirigiu para dentro da garagem e conectou o carro no carregador
antes de entrar na casa pela lavanderia. Pôde ouvir Amanda cantando na
cozinha logo que entrou. Ela estava gritando a música dos anos oitenta
“Walking on Sunshine” totalmente fora do tom. Sorriu e seguiu sua voz até
a area da cozinha. Observou-a do vão da porta. Ela tinha fones de ouvido
nas orelhas e não percebera sua presença, recompensando-o com uma
dancinha enquanto se servia de frutas em sua geladeira. Movimentou-se
para a pia e lavou uvas, morangos e maçãs antes de jogá-los numa tigela e
abrir várias gavetas até encontrar uma faca.
Enquanto cantava o refrão alegremente, seu bumbum bonitinho mexia
de um lado para outro. Sua dança era uma tortura bem melhor que seu
canto.
- Woh yeh! - Shade não pôde resistir se juntar a ela.
Amanda se virou, a faca na mão. Seu rosto ficando imediatamente
vermelho, ela arrancou os fones de ouvido.
- Quando você voltou? - Ela perguntou.
- Abaixe a faca, minha senhora, e nós vamos conversar.
Ela olhou para sua mão, que estava segurando a faca como uma arma, e
depois deixou-a cair sobre o granito escuro na ilha da cozinha.
- Oh Deus, há quanto tempo você está aí?
- Tempo suficiente para saber que você canta desafinado. Muito
desafinado.
- Não era pra você ouvir isso. Imaginei que levaria, no mínimo, uma
hora pra voltar.
A testa dele se enrugou.
- Eu te disse que iria me apressar.
- Sim, mas não esperei que você durasse tão pouco.
- O quê?
- Oh, vamos lá, Jacob, eu sei porque queria levá-la em casa. Não sou
estúpida.
- Você achou que eu queria ficar sozinho com ela?
- Bem, não queria?
- Não. Queria ficar sozinho com você.
Ela olhou-o com olhos arregalados e um punho sobre o coração,
aparentemente atônita.
Shade circundou o balcão da ilha e puxou uma toalha para enxugar as
frutas depositadas na grande tigela na pia. Sua faxineira sempre abastecia a
geladeira com frutas frescas, porque sabia que ele ansiava por elas quando
estava em casa. Enfiou uma uva na boca e atirou um suculenta maçã para
Amanda. Cantou o primeiro verso do refrão de “Walking on Sunshine”.
- Woh yeh! - Amanda cantou.
Ele repetiu a frase.
- Woh yeh! - Ela cantou com ainda mais entusiasmo.
Cantaram o próximo verso juntos, sorrindo um para o outro como duas
hienas loucas.
Shade começou a arrancar as uvas de seus caules e jogá-las na tigela
enquanto Amanda cortava ao meio diversas variedades de maçãs -
vermelhas, amarelas e verdes - fatiando-as. Revezaram-se cantando
enquanto trabalhavam.
Perguntou-se o que seus fãs diriam se ouvissem-no cantando uma
canção feminina de pop. Sua banda era conhecida por deixar a multidão
estarrecida com suas músicas heavy metal, porém estava se divertindo
jogando conversa fora com Amanda, e por isso arriscaria qualquer
reclamação do público.
Amanda passou para duas laranjas, enquanto ele removia as folhas dos
morangos. No momento que terminaram tinham na tigela o suficiente para
dez pessoas e haviam cantado o refrão da mesma música, pelo menos,
vinte vezes, mas Shade estava relutante em encerrar a fácil caramadagem
entre eles, então verificou a geladeira procurando por frutas que podiam ter
esquecido. Não conseguia fazer esse tipo de coisa muitas vezes. Sobretudo
não com uma mulher. Tinha uma reputação a manter, mas com Amanda,
podia deixar-se levar e apenas ser ele mesmo sem preocupar-se com o que
ela pensava dele. Mesmo quando fora comprometido e casado com sua
irmã, se quisesse um pouco de diversão boba, buscava o tranquilo
companheirismo dela.
Algo gelado explodiu em sua nuca. Berrou e virou-se apeans para ser
atingido por um fluxo de água no rosto. Brandindo a ducha da pia,
Amanda riu e borrifou-lhe água na orelha.
- Merda, isso está frio. - Ele protestou, cobrindo a orelha com a mão e
esfregando a água dela.
Ela fez uma cara de cachorrinho triste para ele, o lábio inferior fazendo
beicinho.
- Oh pobre baby. - Disse e então esguichou-lhe na base do pescoço.
- Você. - Rosnou, embora não pudesse tirar o sorriso do rosto.
Rindo alegremente, Amanda correu ao redor da ilha, e quando o balcão
estava entre eles, virou-se e acertou-o novamente.
Circundou o balcão em uma corrida. Ela gritou e derrapou para fora de
seu alcance, esguichando água em todas as direções. O líquido gelado
acertou-o no braço. Apesar de ficar todo encharcado, não voltou atrás, nem
mesmo quando tinha-a presa contra ele e ela dirigia-lhe um jato constante
que escorreu pela barriga de ambos.
- Está frio. - Ela gritou e soltou a ducha.
Shade arrancou-a da mão dela.
- Você não vai esquecer que está frio.
Segurou-a firmemente com uma mão e esguichou água por baixo de sua
camiseta. O que chamou sua atenção para, sua agora encharcada, camiseta
rosa pálido transparente, seus seios molhados e mamilos duros. A reação
de seu corpo foi instantânea. Seu cérebro ficou alguns segundos atrás.
Ela estava gritando.
- Frio, frio, frio. Jacob! Pare!
Largou a mangueira e segurou um provocante seio suculento na mão.
Seu polegar roçou o mamilo, e ela estremeceu. Não haveria água
suficientemente gelada no Oceano Ártico para esfriar o desejo ardente
inundando sua virilha.
Amanda precisava esbofeteá-lo, e logo, ou faria algo que ambos iriam
se arrepender. Ela levantou a mão e, em vez de deixá-lo com uma palma da
mão ardendo no rosto, tirou seus óculos escuros e jogou-os sobre o balcão.
Seus olhos se encontraram. Não conseguiu desviar o olhar. Ela se
aproximou. Ou foi ele quem se aproximou. Não teve certeza. Não
importava. Tudo o que sabia era que tinha que provar seus lábios. Sonhara
em beijá-la tantas vezes... Se perguntava se ela teria um gosto tão doce
quanto aparentava.
Seu coração acelerou e bateu mais rápido quando se inclinou para mais
perto. Não se sentia tão entusiasmado desde seu primeiro beijo no ensino
fundamental.
Seus lábios estavam a um milímetro dos dela quando a campainha tocou
e ele voltou à razão.
- Desculpe. - Disse e afastou-se desajeitado.
Não importava o quanto a queria, Amanda Lange estava fora de seu
alcance.
Sim, faça seu pau entender isso.
Capítulo 4
Amanda nunca desejara o mal de um entregador de pizza antes, mas
quando Jacob se afastou e ela perdeu o calor do corpo firme e o cheiro de
sua pele deliciosa, começou a enumerar uma lista de torturas.
Jacob quase a tinha beijado. Quase. E ainda podia sentir o peso de sua
mão em seu seio. Oh Deus, ela queria esse homem. E por cerca de trinta
segundos, pensou que poderia finalmente ter seu desejo realizado.
Encostando na ilha da cozinha para se apoiar, viu-o sair da cozinha para
atender a porta. Por que não fora mais explícita? Deveria tê-lo apenas
agarrado e beijado. Deixou bem claro que desejava-o. Como de costume,
sua tendência a hesitar e pensar demais nas coisas deixou-a sem o prêmio
que almejava. Precisava se soltar. Ser mais impetuosa. Cercar o homem
como uma leoa faminta por sexo. Sim, certo. Mesmo que encontrasse a
coragem para jogar a precaução de lado, esse tipo de tática não funcionava
com Jacob de qualquer maneira.
Com um suspiro, Amanda pegou uma toalha e começou a passar o pano
na água que escorrera pela cozinha. Manteve as mãos ocupadas, para que
não começasse a descartar as roupas esperando-o, nua, como a mulher que
ele despachara mais cedo. Não iria colocar-se em posição de ser rejeitada
por ele. Amanda sentira-se mal por Verônica - não que desejasse que a
Peituda Malory* ficasse por ali, nem que não estivesse feliz por Jacob tê-
la rejeitado e levado para casa - mas estava bastante desesperada pelo
homem, para fazer algo como esperá-lo nua em uma banheira de água
quente, de modo que sentira empatia pela mulher.
O cheiro de pizza acompanhou Jacob de volta à cozinha. Amanda jogou
o pano de prato úmido na pia e virou-se para encará-lo, fingindo que não
se sentia estranha, forçou um sorriso.
- Cheira bem.
* Peituda Malory ( no original Big Boobs Malory) faz referência a uma atriz pornô
chamada Samantha Malory.
Evitando encará-la, ele olhou por cima de sua cabeça enquanto
deslizava a caixa de pizza no balcão ainda úmido. Ele não era tão bom em
esconder o próprio constrangimento.
- Acho que você decidiu contra o abacaxi e anchovas.
- Sim, aproveitei-os algumas noites atrás. Pensei em variar um pouco.
Ele esticou a mão para seus óculos, mas apanhou-os antes que ele
pudesse colocar as mãos neles. Não se importava em deixá-lo
desconfortável em ter que olhar para ela depois que quase a beijara.
- Sem óculos escuros por essa noite. - Disse, enfiando-os na frente da
camiseta dela. O olhar dele pousou em seu peito e em sua camiseta
molhada. Dessa vez, quando seus mamilos endureceram, não foi por causa
do frio. Mas pelo fervor em seus olhos.
- Hum, - Ele levantou a cabeça e deu um passo para trás. - Vou pegar
algo seco para você colocar.
Ele fugiu antes que pudesse dizer-lhe que estava mais do que feliz em
vestir uma camiseta molhada, se ao olhá-la fazia parecer que gostava do
que via. Suspirando, escondeu os óculos em uma gaveta ao acaso e, em
seguida, procurou os pratos nos armários. Alguns minutos depois ele
voltou com uma toalha de banho e uma camisa masculina de fanela com
botões.
- Achei que estivesse com frio.
Oh claro. Assim ela deveria vestir uma grande camisa de flanela que a
cobriria do pescoço ao joelho, enquanto era forçada a olhar para sua
camiseta apertada que se colava a seus músculos bem definidos toda vez
que ele se mexia? E ele ainda esperava que ela não o jogasse no chão e
corresse as mãos por cada centímetro saliente dele? Seus olhos desceram
para a virilha. Sim, queria pôr especialmente as mãos naquela
protuberância específica.
- Obrigada. - Conseguiu dizer. Puxou a camiseta sobre sua cabeça e
estendeu a mão para a camisa que ele estava segurando em sua direção.
Ele olhou-a boquiaberto como se nunca tivesse visto uma garota de sutiã
antes. Tão logo ela se apoderou da camisa, ele virou-se e olhou na direção
oposta.
- Amanda, - Ele falou sem fôlego. - O que você está fazendo?
Sorriu, feliz por ele, pelo menos, parecer um pouco afobado.
- Colocando sua camisa para não pegar um resfriado.
Abotoou-a até o meio do peito, e então se contorceu para tirar o shorts
molhado. Em seguida, jogou-o nele, a peça bateu-lhe nas costas antes de
cair no chão.
- Devo tirar a minha calcinha também? Ela com certeza está molhada.
- Não!
Ela mordeu o lábio para segurar uma risada. Por que ele estava agindo
de forma tão envergonhada? Amanda imaginava que mulheres jogavam
suas calcinhas para ele o tempo todo.
- Estou decente. - Disse-lhe. Não que quisesse estar.
Ele puxou uma respiração profunda e virou-se para encará-la, como se
temendo caminhar para a guilhotina. Seu olhar deslizou de seus pés
subindo por suas pernas nuas e pela grande camisa disforme que se
ajustava nela como uma muumuu*.
*Muumuu - É um termo havaiano que significa cortar. É utilizado para designar um
tipo de vestido originário da região havaiana e inspirado no modelo tradicional de
vestido honoluku, com modelagem ampla e estampa com motivos polinésios. Porém, o
muumuu, como o próprio nome segure, é mais curto e possui mangas também curtas.
- Misericórdia. - Ele disse em voz baixa. Fechou os olhos e, então
inclinou-se para pegar o short e a camiseta molhada. - Vou colocá-los na
secadora pra você. - Ele fugiu da cozinha de novo.
Perplexa, Amanda coçou a cabeça. Qual era a porra do problema dele?
Ela não era tão desagradável, era? Por alguns minutos, realmente pensara
que ele estava atraído por ela. E agora a tratava como se tivesse uma
doença contagiosa.
Oh bem. Ela não iria deixar sua falta de interesse arruinar a noite dela.
Mesmo que ele não a quissese em um nível sexual, ainda podiam dar
algumas risadas juntos. Procurou na geladeira por duas cervejas, jogou
vários pedaços de pizza em um prato agarrou a tigela de frutas antes de
carregar tudo para a sala de vídeo fora da cozinha. Colocou tudo na mesa
de centro e ajoelhou-se na frente da estante com os discos Blu-ray,
explorando os títulos para achar algo que daria-lhe um motivo para
enterrar o rosto no peito dele. Só porque ele não era atraído por ela não
significava que não podia gostar de estar perto dele. Certo?
Muito desesperada, Amanda? Soltou um suspiro pesado.
Apoiada nos cotovelos e joelhos, ela balançou de um lado para outro
numa energia nervosa enquanto lia os títulos. Não teria sabido que ele
entrou na sala, se ele não tivesse murmurrado, filho da puta, baixinho.
Qual era o problema agora? Puxou um Blu-ray da prateleira e jogou-o
sobre a mesa de centro.
- Que tal esse?
- Bom. - Ele disse, sem olhar para ela. Atravessou a sala até o grande
pufe ao pé de uma poltrona enorme. Abriu-o e retirou um cobertor. - Tem
dois.
Quando ela se sentou no sofá em frente a tevê, ele desdobrou a cobertor
sobre seu colo e esticou-o o quanto pôde envolvendo suas pernas.
- Assim está melhor. - Disse.
- O que está melhor?
Ele deteve-se.
- Imaginei que estivesse com frio.
- Usando uma camisa de flanela?
- Nas pernas, quero dizer.
- É junho.
- O ar-condicionado está ligado.
- Tudo bem, já entendi. Vou continuar coberta. - Ela disse com irritação.
- Sente-se e coma.
Coçando a nuca, ele fitou a poltrona no outro lado da sala. Se ele se
movesse para sentar lá, ela iria dar-lhe um soco no nariz.
- Coloque o filme. - Falou e afrouxou o coberto para que pudesse alcançar
uma fatia de pizza.
Ele obedeceu. Ela olhou-o com raiva. Eles nem sequer tinham se
beijado, no entanto toda a fácil interação entre eles tinha desaparecido
como se ele tivesse descoberto que estava saindo com uma prima de
primeiro grau. Hesitou com a pizza oscilando na frente da boca. Oh Deus.
Talves ele pensasse nela como uma irmã. De repente, sentiu-se como
fazendo birra nas dimensões de Julie.
Jacob pôs o filme para rodar e então sentou-se no canto mais afastado
do sofá onde Amanda estava enrolada como um feijão em um burrito.
- Ah não. - Ela disse. - Se você vai me fazer assistir a um filme de
terror, tem que sentar a uma distância em que eu possa agarrá-lo.
Ele se aproximou, mas não parecia nem um pouco feliz com isso. Ela
mastigou sua pizza e bebeu cerveja fingindo que não se sentia como um
patinho feio. A sala escureceu quando o sol deslizou no horizonte. Logo, o
som de cinema e o suspense deixaram Amanda tão absorta no filme que
não conseguiu desviar o olhar da tela plana. Ela era a mulher perdida na
floresta. Era a mulher que não parava de olhar por cima do ombro. O som
de folhas sendo esmagadas ficando mais alto atrás dela. Mais próximo.
Mais forte. Algo agarrou seu ombro. Ela gritou.
Jacob desatou a rir.
Ela deu um tapa no braço dele.
- Você quase me mata de susto. - Seu coração batia fora de controle.
- Ei, você foi a única que quis sentar-se perto o bastante para ser
agarrada.
- Para assim eu poder me segurar em você quando estivesse com medo,
não para você me assustar.
A luz azul da tevê lançou um brilho estranho em seu rosto sorridente.
- Sinto muito.
- Não, você não sente.
Deu outro gole na cerveja só para encontrá-la vazia. Sua pizza também
tinha desaparecido do estômago enquanto estivera absorvida no filme.
Notou que Jacob acabara com todas as fatias de pizza que trouxera da
cozinha e ela não queria se mover do lugar.
Estendeu a mão para a tigela de frutas, acomodada entre ela e Jacob no
sofá. Os dois esticaram as mãos para a tigela, ao mesmo tempo, e a mão
dele roçou a sua. Seu corpo inteiro retesou-se em resposta. Ele puxou
bruscamente a mão agarrando sua cerveja. Caramba, estava muito quente
ali, ou era só por causa dele? Mais provável fosse que estivesse sufocando
debaixo do maldito cobertor. Chutou-o para longe e dobrou as pernas
debaixo dela, movendo-se para mais perto de Jacob. Ele pareceu não notar,
mas seu cheiro envolveu-a, mistuando-se com os aromas de dar água na
boca, dos morangos e laranjas subindo da tigela.
A azarada mulher na tela da tevê estava sendo brutalmente assassinada,
porém Amanda não achou a cena tão assustadora quanto o prólogo. Sangue
e tripas não incomodam professores de biologia. No entanto, a parte de ser
perseguida na escuridão aterrorizava-a. Assim, quando a próxima mulher
azarada se viu sendo peseguida por becos escuros no lado errado da
cidade, Amanda inclinou-se até sua testa estar descansando no ombro de
Jacob.
Ele ficou tenso, mas não afastou-a.
- Deus, por que essas mulheres não carregam um maldito celular? - Ela
disse. Para a mulher na tela que estava invadindo um armázem
abandonado, gritou. - Não entre aí, sua idiota.
Jacob tirou a tigela entre os quadris dos dois e colocou-a na mesa. Então
fez uma coisa totalmente desconcertante. Passou um braço ao redor dela e
embalou-a a seu lado. Seu coração estava definitivamente batendo
descontrolado agora. O sangue rugiu nos ouvidos, abafando os gritos da
mulher no filme. Filme? Que filme? Toda a consciência de Amanda estava
focada no forte corpo do homem pressionado contra o seu. Ela não tinha a
intenção de virar a cabeça e beijar seu pescoço, mas uma vez que cruzou
essa linha, não houve volta.
Capítulo 5
Todas as terminações nervosas do corpo de Shade estavam em sintonia
com a mulher ao lado dele, assim quando seus lábios macios roçaram sua
garganta, o último resquício de autocontrole se partiu como uma
sobrecarregada banda. Pensou que ao cobrí-la com uma camisa grande e
disforme manteria seus furiosos hormônios sob controle, mas vê-la
parecendo tão pequena e feminina em sua camisa desencadeara uma
segunda bateria de hormônios. O cobetor que usara para ocultar suas
sensuais pernas nuas, não ajudou a extinguir o desejo em sua virilha. E
agora? Agora não havia nada no inferno que faria ele passar mais um
momento sem saboreá-la. Cada centímetro dela. Já não mais importava se
ela estava fora de alcance - ele estava ardendo.
Ela arfou quando ele habilmente deitou-a de costas e cobriu seu
pequeno corpo tentador com o seu. Enterrou as mãos em seu cabelo e
inclinou sua cabeça para trás. Ela olhou para cima com seus grandes
suaves olhos verdes em choque.
- Você não deveria ter feito isso, Amanda. - Falou. - Eu não tenho tanto
autocontrole. - Reivindicou sua boca em um beijo profundo e faminto, sem
saber se queria puní-la por ser irresistivelmente inatingível ou devorá-la
inteira. Gemeu quando sua boca abriu-se para a dele. Porra, ela era ainda
mais doce do que imaginara.
Separou sua boca da dela para beijar e sugar seu pescoço.
- Jacob. - Ela sussurrou ofegante.
A maioria das mulheres que levava para a cama chamavam-no de Shade
porque era esse que achavam que era seu nome. Ouvir seu nome
verdadeiro o fez sentir-se vulnerável e desequilibrado. Embora, não tenha
contribuído para acalmar sua excitação. Se serviu de algo, foi para
abastecer o já inferno de chamas dentro dele. Seus dedos enroscaram-se na
flanela macia em seus ombros. Beijá-la não seria suficiente, mas as
carícias, muitas carícias teriam que bastar. Iria parar por ali. Não levaria
isso mais longe. Iria parar antes que destruísse sua amizade acalentada por
tanto tempo com uma foda sem sentido. Iria parar.
Seus dedos se atrapalharam com os botões da camisa. Apenas tinha que
sentir o contorno dos seios suaves dela contra as mãos. Isso era tudo.
Segurar essas delícias por um momento, e então parar. Shade abriu a
camisa e apoiou-se nos cotovelos para poder pôr as mãos sobre os seios.
As costas dela se arquearam, pressionando mais firme os globos macios de
encontro as suas mãos.
- Jacob. - Ela gemeu.
Oh Deus. Não podia deixar que ela chamasse seu nome de novo, ou os
bicos endurecidos dos mamilos dela que estavam queimando buracos
através do tecido do sutiã teriam que ser sugados, lambidos e mordiscados.
Não iria levar isso tão longe. Iria parar antes... Ela ergueu as costas do sofá
e desabotoou o sutiã.
- Amanda. - Murmurrou. Quis dizer isso como uma reprimenda, porém
soou como a carícia de um amante. Merda.
Tudo bem, massagiaria seus seios nus com as mãos e depois não iria
mais longe. Empurrou o sutiã solto para libertar os seios. Oh Deus, eles
eram perfeitos. Cobriu-os com as mãos para que a visão deles não o
tentassem a sugá-los por horas. Ocupou a boca com a dela, embora seus
desobedientes polegares insistissem em acariciar os botões tensos dos
mamilos até ela começar a contorcer-se debaixo dele, esfregando seu sexo
de encontro ao que tinha que ser a ereção mais dura que já experimentara.
As pernas dela se separaram, e ele acomodou-se entre suas coxas. Podia
sentir o calor emanando de seu sexo, não conseguiu evitar mover seu pau
contra a carne macia. Dane-se. Você não pode levar isso mais longe,
Silverton. Você tem que parar. Parar agora. Pare antes de ir longe demais.
- Possua-me, Jacob. - Ela gemeu em sua boca.
Sua mente estava dizendo não, não, não, porém seu corpo já havia se
rendido.
Separou sua boca, encerrando o beijo quente deles, e descansou a
bochecha de encontro a dela, tentando recobrar o fôlego.
- Nós não podemos fazer isso, Amanda.
- Por quê não?
- Porque... porque vai complicar as coisas.
- Não precisa ser assim. É apenas sexo.
Era com isso que estava acostumado, apenas sexo. Só sexo. Mas não
com mulheres com quem se importava, convivia fora da cama e que
ficariam inapropriadamente constrangidas por anos. Não, nunca faria
apenas sexo com alguém como Amanda. Ele fazia sexo com mulheres
como Verônica. Preferia assim. Então, por que estava tão excitado que
esperava ejacular em sua coxa, a qualquer momento?
- Jacob, por favor não me deixe assim. Estou prestes a explodir.
Sim, conhecia a sensação.
Tudo bem, daria-lhe alívio, fazendo-a gozar, e então pararia. Isso era
imprescindível. Sem qualquer dúvida.
- Fácil. - Sussurrou no ouvido dela. - Tenho algo pra você.
Traçou um lento percurso de beijos da orelha dela até sua clavícula.
Massageou seus seios em movimentos circulares delicados, decidindo
pemitir-se o prazer de provar seus mamilos. Sugá-los. Eles estavam tão
duros. Tão necessitados de uma atenção adequada. Dar-lhes prazer
ajudaria ela a alcançar o orgasmo. E assim, por Deus, colocaria um fim a
essa loucura.
Quando seus lábios sugaram um bico endurecido para dentro da boca,
ela estremeceu e agarrou a parte de trás de sua cabeça com ambas as mãos.
- Jacob. - Ela sussurrou. - Sim.
Ao som de seu nome, seu pau agitou-se, e ele sentiu a umidade do pré-
sêmen contra sua coxa. Balançou o quadril, esfregando-se de encontro as
almofadas do sofá, porque não importava o quanto quisesse mergulhar o
pau latejante dentro do calor úmido dela, não iria até esse ponto. Precisava
fazê-la gozar depressa para que pudesse ir se masturbar sozinho no
banheiro. Não conseguia lembrar a última vez que fizera isso, mas
certamente ainda sabia como fazer.
Deslocou uma mão para o sexo dela e esfregou-a, massageando seu
clitóris gentilmente por cima do cetim da calcinha.
- Jacob!
Ela tinha que parar de dizer o nome dele assim. Iria perder todo o
controle. Seu pau doía, protestando da posição desconfortável preso dentro
do jeans. Moveu a mão para deslizar o zíper. Suspirou de alívio quando
seu pênis saltou livre. Assim estava muito melhor. Com seu pau em uma
posição menos dolorosa e incomoda, pôde recuperar uma atitude
controlada. Ainda sugando o mamilo, passou a língua sobre a carne
sensível em sua boca, fazendo-a estremecer. Amanda segurou mais firme
seu cabelo, seus dedos prendendo-o ao seio, enquanto ele movia as mãos
para baixar sua calcinha lentamente. Ela contorceu-se para fora dela
ansiosamente, e ele levantou o quadril para que pudesse libertar a peça de
roupa de suas pernas. Rapidamente pressionou seu pênis contra as
almofadas para que não fizesse algo realmente estúpido como enfiar-se
dentro dela.
Senhor, podia sentir o cheiro almiscarado de sua excitação, sentir o
calor de sua buceta de encontro a sua barriga. Se movesse-se só um palmo
adiante, poderia lançar-se dentro desse calor acolhedor. E mergulhar nela
de novo e de novo, repetidamente. Com força e rapidez. Porra, tinha que
parar de pensar sobre essa buceta quente e lisa à sua disposição. Em vez de
fazer o que seu corpo exigia e arremeter para dentro dela, moveu-se para
baixo. Passou os dentes sobre o mamilo antes de sugar um rastro de beijos
de boca aberta para baixo de sua barriga. Se não provasse seu sexo logo,
simplesmente ficaria louco. Ou talvez, já tivesse perdido a maldita cabeça.
Amanda abriu as pernas fazendo-o gemer com a visão de sua posição
submissa na penumbra da televisão. Ele espalhou os lábios molhados com
dois dedos e, em seguida, esfregou a língua de encontro ao clitóris
inchado. Ela gritou e balançou o quadril enquanto o corpo inteiro ficava
tenso com a liberação.
- Oh Deus, Jacob. Vou gozar. Vou gozar.
Certo, fizera-a gozar. Prometera a si mesmo que pararia depois de dar-
lhe um orgasmo, mas droga, isso fora muito rápido. Tipo, cinco segundos?
Isso não podia contar como um verdadeiro orgasmo. Tinha que fazê-la
gozar de novo - mais forte dessa vez - e então cuidaria de si mesmo no
banheiro.
- Possua-me, Jacob. - Ela falou, balançando o quadril enquanto
espasmos involuntários sacudiam-na. - Por favor. Possua-me.
Escorregou dois dedos dentro dela, seu calor escorregadio engolfando,
apertando, comprimindo-os, tentando puxá-los profundamente. Seu pau
latejou de inveja.
Ela ficou mole. Sua respiração saindo em arquejos forçados.
- Você tem camisinha? Se não tiver, eu tenho algumas na minha bolsa.
Não respondeu-lhe. Não levaria isso tão longe. Beijar. Acariciar. Sugar
seus peitos. Masturbá-la. Saborear seus fluídos. Tudo bem. Estocar seu pau
dentro dela até explodir com a tão necessária liberação? Não iria acontecer.
Usou os dedos da forma como desejava que pudesse usar seu pau,
empurrando-os dentro de seu sedoso canal em movimentos firmes e
rítmicos. Chupando e lambendo o clitóris ao mesmo tempo, até sentir seus
músculos ficarem tensos e ela começar a balançar-se contra seu rosto.
- Jacob. - Ela implorou-lhe. - Oh Deus. Estou perto novamente. Possua-
me agora. Por favor.
Seu pênis estava preparado e pronto para bombear. Movendo-se para o
lado, puxou-a com ele quando se virou. Deitando-se de costas, apoiou-a de
forma que ela ficasse ajoelhada sobre seu rosto. Posicionou-a para poder
chupar seu clitóris e enfiar os dedos dentro e fora dela sem ter que usar a
outra mão para segurá-la porque, maldição, precisava da mão no momento.
Pegando seu pau latejante em um punho, envolveu a mão frouxamente em
torno dele e acariciou-se no mesmo ritmo que estava usando em sua buceta
doce e escorregadia. Permitiu-se fantasiar que não empurrava dentro da
própria mão, mas no corpo dela. Estava tudo bem pensar nisso, contanto
que não chegasse a fazê-lo. Certo? Sim, isso estava bem. Oh Deus, gozaria
tão forte. Amanda. Amanda.
Sua buceta apertou-se em volta de seus dedos e ela gritou em algum
ponto acima de sua cabeça enquanto outro orgasmo espalhava-se através
dela. Acariciou-se mais rápido, querendo juntar-se a ela, mas não estava lá
ainda. Separou a boca do clitóris dela, tentando recuperar o fôlego,
procurando liberação, percebendo que a mão não seria nenhuma substituta
para sua buceta apertadinha. Nesse tempo, ela fez algo que ele nunca
esperara. Virou o rosto para a outra extremidade do sofá e chupou a cabeça
de seu pau para dentro da boca.
Tudo bem. Estava tudo certo. Derá-lhe prazer oral. Ela podia fazer o
mesmo por ele e não seria absolutamente uma violação da promessa que
fizera a si mesmo em não fazer sexo com ela. Oh Deus, a boca quente dela
sugava-o tão certo. Estava tão excitado que não podia parar de acariciar-se
com a mão, assim ela cobriu-lhe a mão com as suas e bombeou-o com
força até fazê-lo entrar em erupção, jorrando porra em sua boca quando
por fim encontrou a liberação. Não conseguiu ver o que ela estava fazendo,
pois seus olhos reviraram-se nas órbitas e sua cabeça foi jogada para trás
em um êxtase ofuscante, mas tinha certeza que ela estava engolindo tudo
aquilo, que deviam ser uns doze galões de porra que estavam sendo
bombeados para fora dele.
- Oh Deus, Amanda. - Falou, sua voz rouca sem fôlego. - Amanda.
Quando por fim as vibrações dos espasmos de prazer abrandaram,
relaxou no sofá exalando um jorro de ar. A exuberante boca de Amanda
estalou libertando seu pênis, em seguida, virou para aconchegar-se ao seu
lado no sofá. Ela descansou a cabeça em seu ombro e uma mão na sua
barriga. Ele não teve energia para colocar qualquer distância entre eles. Ah
porra, estava em apuros.
Capítulo 6
Amanda precisava tirar as camisinhas de sua bolsa, porque não ficaria
satisfeita com um par de dedos depois de colocar seus olhos, mãos e lábios
no monstro dentro das calças de Jacob.
- Oh, merda. - Ele falou. - Eu não devia ter feito isso.
Amanda enrijeceu e então ergueu a cabeça para olhá-lo. Ele recusou-se
a encontrar seus olhos. Estava insinuando que ficar com ela no sofá fora
embaraçoso?
- Não devia ter feito o quê? - Disse, sua voz saindo misturada com a
raiva que estava sentindo.
- Eu não tinha intenção de dar em cima de você, Amanda, eu juro. Me
desculpa.
Jacob “Shade” Silverton estava desculpando-se por dar uns amassos? O
mundo tinha acabado sem ela perceber? Ou ele estava verdadeiramente
revoltado por ela ter sido a única a ter dois orgasmos avassaladores sob
seus cuidados e não ter sido uma estúpida peituda sensual que, sem dúvida,
esfregaria os peitos em volta de seu pênis?
- Por que você não passaria uma cantada em mim? - Ela falou,
Uma Noite de Paixão e Arrependimento
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Uma Noite de Paixão e Arrependimento

  • 1.
  • 2. Take Me (One Night With Sole Regret #3) by Olivia Cunning
  • 3. Livros de Olivia Cunning Sinners on Tour Series: Backstage Pass Rock Hard Hot Ticket Wicked Beat Double Time One Night with Sole Regret Series: Try Me Tempt Me Take Me Touch Me Tie Me Lovers' Leap Series: Loving on Borrowed Time Twice Upon a Time Escrito como Olivia Downing: Defying Destiny
  • 4. Pegue Me Uma Noite com Sole Regret Series #3 apresentando o vocalista, Jacob “Shade” Silverton Ela é a mulher que ele nunca deve tocar... O enigmático vocalista da Sole Regret, Jacob “Shade” Silverton é um mulherengo consumado, mas até ele sabe que é melhor não se envolver com uma mulher especial do seu passado. Misturar amizade e prazer só pode levar a um coração partido, e ele já sofreu mágoas suficientes para fugir de relacionamentos pela vida toda. Ele é o homem que ela sempre desejou... Amanda Lange sabe tudo sobre a reputação infame de Shade, mas isso não a impede de querer mergulhar nos deslumbrantes braços do rockstar e em sua cama. Ela se convence de que uma noite de paixão não vai complicar sua amizade, mas conseguirá convencê-lo disso? Ambos estão brincando com fogo... Nenhum dos dois percebeu quanto um beijo poderia afetá-los. Á medida que as chamas da paixão inflamam-se como a intensidade do inferno, será que escaparão da experiência sem serem queimados ou ambos ficarão marcados como dois tolos por terem se arriscado num relacionamento fadado à ruína antes mesmo de começar?
  • 5. Nota da Autora: Devido aos custos de obtenção de permissão para citar letras em obras de ficção, eu intencionalmente não usei as letras de músicas para “Angel” e “I don't Want to Miss a Thing” do Aerosmith e “Walking on Sunshine” do Katrina and The Waves neste livro. Embora eu não queira infringir os direitos autorais dos letristas usando suas obras, eu encorajá-os a ouvir estas músicas enquanto ler suas partes neste romance.
  • 6. Capítulo 1 O dia de Shade fora de uma porcaria para merda. Um sentimento de vazio e descrença espalhava-se da garganta ao peito e a raiva arrastava-se por sua nuca. Olhou para a vaga vazia entre o Firebird de Kellen e o Jeep de Owen, tentando compreender a ausência da tonelada de aço que tinha deixado lá. Shade observou o estacionamento lotado. Talvez sua memória estivesse confusa. Talvez não tivesse estacionado na vaga de costume. Dois caminhões carregados com o equipamento do Sole Regret e a estrutura de palco já estavam parados junto à cerca prontos para partir para San Antonio no dia seguinte. O ônibus deles encontrava-se no lado oposto do pátio. O baterista da banda, Gabe, estava puxando sua bolsa de viagem do compartimento de bagagem do ônibus. Todos os demais - banda e roadies - já estavam embarcando em seus veículos. O único lugar nitidamente vazio era aquele onde Shade tinha estacionado seu brinquedo favorito. - Tudo bem! - Gritou. - Isso não é engraçado. Quem escondeu meu carro? - Não sou especialista nem nada, mas diria que ele foi roubado. - Kellen disse atirando a bolsa dentro do porta-malas. - Isso é o que você ganha por ser um idiota e comprar um carro de cento e cinquenta mil dólares. - Owen falou com um sorriso afetado. - Você devia chamar os policiais e fazer um registro. - Falou Kellen. Prendendo seu longo cabelo preto na nuca com uma tira de couro que tirou da bolsa. Então abriu a porta do carro e disse, - Eu ficaria e desfrutaria da
  • 7. sua miséria, mas estou atrasado para um compromisso. Shade conhecia a sensação. - Não tenho tempo para isso agora. Tenho lugares onde preciso estar. Já perdi minha chance de participar da festa da Julie, mas não quero que ela pense que esqueci seu aniversário completamente. Atirou a mala no lugar onde seu carro deveria estar estacionado. - Porra! - Onde está seu carro? - Adam parou entre Owen e Shade. Adam era o guitarrista da banda e estava em segundo lugar na lista negra de Shade, logo depois de quem tinha roubado seu carro. Os três músicos olharam para o pátio lotado como se esperassem que o carro, de repente, se revelasse e saísse de seu esconderijo. Shade já estava chateado com Adam por tê-los atrasados em horas para chegar em casa. Ele tinha passado metade do dia enroscando-se no hotel com sua conselheira sobre abuso de drogas - que obviamente não era muito boa no que fazia, pois Shade pegara Adam usando drogas no backstage duas noites atrás. Teria sido bem feito para Adam se a banda e a equipe tivessem deixado-no vir sozinho de Dallas para Austin. Talvez isso teria ensinado ao estúpido egoísta uma lição. Todos os outros estiveram ansiosos por esse dia de folga em casa, mas a única pessoa que importava para Adam era Adam. - Juro que se eu perder o aniversário da Julie, você vai ter que procurar um bom dentista. - Shade disse para Adam. - O quê? Eu não roubei seu carro, mas vou te dar uma carona. Shade ficou surpreso com a oferta, mas Adam andava de motocicleta e não achava sensato ficar perto dele em alta velocidade numa auto-estrada.
  • 8. Ainda mais chateado como estava, provavelmente estrangularia-o até a morte. Owen deu um tapa no centro do peito de Adam. - Ei, não precisa se preocupar. Eu já tinha dito que vou levá-lo. A casa da Julie não fica longe da minha. Tecnicamente, a casa de Adam ficava mais perto, mas Owen sabia o quão incomodado Shade estava, e se a banda perdesse ambos os seus vocalista e guitarrista em um acidente de moto, eles seriam um monte de merda sem sorte. Adam encolheu os ombros. - Beleza. Mas, Shade, assim que você esfriar a cabeça um pouco, nós precisamos ter uma conversa de homem para homem. Shade não queria conversar com ele. Sua pressão arterial já estava suficientemente alta para causar um derrame. Nada do que Adam pudesse dizer faria com que ganhasse seu perdão. Adam virou-se e caminhou para sua moto, com a cabeça baixa e os ombros caídos. Kellen já estava dando marcha à ré no carro e saiu cantando pneu deixando um cheiro de borracha queimada. Owen ergueu a mala de Shade do asfalto e atirou-a no banco de trás do Jeep. Depois de jogar sua própria bagagem para dentro, sentou-se atrás do volante e esperou. Shade deu uma última olhada para a vaga vazia no estacionamento, pensando como pudera negligenciar a tonelada brilhante de metal preto que devia estar aguardando ali, e escorregou para o banco do passageiro ao lado de Owen. - A Tina vai ficar puta por você ter perdido a festa da Julie? - A Tina fica puta por eu respirar. - Shade disse. Sua ex-esposa nem
  • 9. tinha-o convidado para a festa. Não que suas vontades fossem impedí-lo de aparecer. Owen riu. - Não é que isso é verdade? - Ligou o Jeep, deu ré e saiu da vaga. Owen acenou para Gabe, que estava subindo em sua obscenamente grande pickup, baixando a cabeça para evitar que seu moicano vermelho e preto raspasse no teto da cabine. Gabe saudou Owen com dois dedos antes de fechar a porta. Owen ligou o rádio, e uma música forte e pesada soou dos alto-falantes. - Então, o quê vai dar de presente pra Julie? - Ele gritou sobre o ruído da estrada e da música. O coração de Shade apertou-se. - Porra! Esqueci completamente de comprar um presente. - Ela estaria esperando por um presente. Não sabia bem do que ela gostava. Mas todas as mulheres do planeta gostava de coisas brilhantes, não gostavam? - Não posso aparecer de mãos vazias. Ache a loja de jóias mais próxima. Owen suspirou com força. - Certo. Por quê não? Obviamente não tenho nada melhor pra fazer com minha noite de folga do que bancar o táxi pra você. Não tenho família pra ver. Nem problemas pra resolver. - Sorriu ironicamente. Shade sabia exatamente que tipo de problema Owen queria resolver. Ele era o maior caçador de rabo de saia que já conhecera. Até mais do que o homem que via refletido no espelho quando estava diante dele. Shade puxou várias respirações profundas para acalmar os nervos em frangalhos. - Desculpa. - Disse depois de um momento. - Não tive a intenção de
  • 10. pedir pra você me acompanhar. - Atribuiu sua atitude de merda a Adam, que estava cem por cento em falta, como sempre. Seu carro podia ser substituído, mas seu tempo limitado com Julie não podia. - Estou um pouco tenso no momento. Owen soltou uma risada. - Só um pouco. - Você se importaria de parar no shopping no caminho para a sua casa? - Puxou outra respiração profunda. - Por favor? - Não para você. - Owen falou, olhando por cima do ombro para poder entrar na auto-estrada. - Sério? Filho de uma... Eu devia ter chamado a porra de um táxi. - Poderia esse dia ficar uma merda maior, afinal? - Vou, no entanto, parar no shopping pela Julie. - Sorriu, sua malandragem era francamente perturbadora. - Que pequena destruidora de corações. Um dia vou casar com ela. Shade empurrou-o contra a porta. - Nem sequer pense em encostar nela. Owen deu-lhe uma cotovelada nas costelas. - Fala sério, cara? O que diabos tem de errado com você hoje à noite? Melhor se acalmar antes de vê-la. Você está completamente fora de si. Owen estava certo. Sabia que ele nunca se envolveria romanticamente com sua Julie. Mas tinha perdido o resto do seu já esgotado senso de humor quando foi forçado a pedir a uma funcionária do hotel para deixá-lo entrar no quarto de Adam para assim poder chutar a bunda dele para fora da cama à uma da tarde. Deus, por quê o cara sempre tinha que foder com seus planos? E deixá-lo tão irritado que descontava sua frustração nas
  • 11. pessoas que não mereciam isso? - Merda! Owen pegou a saída seguinte na interestatual. Rodaram pela área do shopping, até avistarem uma loja de jóias. Uma vez do lado de dentro, Shade não demorou muito para encontrar algo que achava que Julie adorasse. Saiu da loja com a carteira e o humor um tanto mais leve do que quando chegou. Mal podia esperar para abraçar sua anjinha e ver seu rosto quando abrisse o presente. Sorriu com o pensamento. - Sente-se melhor? - Owen perguntou. - Sim. Tem muito tempo desde que eu a vi. Sinto tanta falta dela. Voltaram para o Jeep e Owen levou-o para ver a única garota que sempre teria seu coração. Vários carros estavam parados na longa entrada de automóveis da casa que já fora a residência de Shade. Sua ex-esposa recebera a maior parte dos bens materiais no acordo de divórcio. Não tinha lutado contra ela; Sabia que tinha cometido erros. Era fácil para um rockstar ter deslizes na estrada. Muito fácil. Tentara não enganá-la e fora bem sucedido por mais de um ano, mas ela tornara-se amargurada com sua carreira e ele perdera o interesse na própria esposa. Em vez de tentar provar que não era um traidor - como ela acusara-o falsamente cada vez que saía em turnê - correspondeu as expectativas dela e tornou-se um idiota infiel. Reconhecia isso. Procurara por isso. Não cometeria o erro de se casar novamente. Não era o tipo de homem que podia fazer uma mulher feliz fora do quarto e sabia disso também. - Você quer que eu espere por você? - Owen perguntou quando Shade abriu a porta.
  • 12. Hesitou. Não sabia ao certo o que faria se Tina se recusasse a deixá-lo entrar na casa. Ela não o queria ali. Teria-o convidado para a festa se o quisesse lá. Estava certo que ela pensara que ficaria fora da cidade e impossibilitado de aparecer. Se a irmã dela, Amanda, não tivesse mandado uma mensagem avisando da festa, nunca teria ficado sabendo sobre ela. - Não. Vou achar um jeito de ir pra casa. Você não precisa ser meu táxi à noite toda. Vá procurar alguma diversão. - Não me importo. Sei o quanto essa merda é pesada pra você. Shade sorriu para Owen. - Agradeço por querer ficar por mim, mas você merece uma noite de folga. Vá para casa. - Se você tem certeza. - Tenho. - Não se importava se Tina o enxotasse. Veria Julie no dia do seu aniversário e lhe daria o presente que acabara de comprar. Não aceitaria não como resposta. - Obrigado pela carona. Se importa de passar na minha casa pra me pegar amanhã? - Estava meio que sem carro. - Sem problema. Estarei lá por volta do meio-dia. - Obrigado. - Não tinha vontade de lidar com a polícia e a companhia de seguros essa noite. Talvez pudesse convencer um dos assistentes da banda a dar queixa do roubo do carro por ele. Eles não eram pagos para lidar com todo tipo de merda? Shade pendurou sua bolsa de viagem sobre um ombro e fechou a porta do Jeep atrás dele. Começou a caminhar para a ampla porta da frente com a sacola cor de rosa mais ridícula que podia existir balançando do seu lado. Se perguntou rapidamente se Julie gostaria do que escolhera. Todas as garotas gostavam de diamantes, certo?
  • 13. Parou no degrau da frente tentando encontrar coragem, ouviu risadas dentro da casa. Não houvera muito disso quando morara ali. Discussões tinham sido a norma. Acusações. Xingamentos. E um monte de sexo selvagem. Apertou a campainha e esperou. Depois de um momento a porta abriu, e os olhos azuis e frios de Tina se estreitaram quando o reconheceram. Com cabelos loiros e olhos azuis atraentes, a mulher era uma visão deslumbrante. Pelo menos até abrir a boca. - Que porra você está fazendo aqui? - Vim para desejar feliz aniversário pra Julie? - Levantou a resplandecente sacola rosa. - Trouxe-lhe u presente. - De uma loja de jóias? - Tina revirou os olhos para ele. - Tão estúpido como sempre. Ela tem quatro anos, Shade. É muito nova pra usar jóias. Seu coração vacilou. Odiava quando Tina o chamava de estúpido e ela sabia disso. Mesmo se fosse verdade, não gostava de ouví-lo. E agora estava ainda mais preocupado que Julie não fosse gostar do presente. Quando o vira, pensou que seria perfeito para ela. Agora, não tinha tanta certeza. - Posso vê-la? - Não é o seu fim de semana de visita. - Ela tentou fechar a porta em sua cara, mas ele levantou a mão para bloqueá-la. - Eu não a vejo há semanas. - De quem é a culpa? Você nunca vem para casa. Está sempre viajando com sua banda, enfiando o pau em qualquer coisa que tenha um buraco. - Mamãe? - A doce voz de Julie soou do vestíbulo atrás de Tina. - Eu quero mais sorvete, pô favo. Só o de molango.
  • 14. Shade sorriu com as palavras ligeiramente enroladas dela. Sua garotinha estava falando muito melhor do que da última vez que a vira. Se perguntou quanto teria crescido em cinco semanas. - Só um minuto, baby. - Tina falou. - Me deixa falar com ela. - Shade disse. - Não vai demorar muito. Só quero desejar feliz aniversário pra ela. - Vê-lo vai confundi-la. Ela mal te conhece. Todo mundo ficaria melhor se você apenas enviasse o dinheiro e desaparecesse definitivamente. Provavelmente, mas era um bastardo egocêntrico e queria ver a filha no seu aniversário. E não iria embora até que tivesse feito isso. - Mamãe? Quem está aí? - Julie apareceu ao lado da mãe. Fez uma pausa quando viu o pai parado na soleira da porta. Seus olhos azuis claros arregalaram-se e ela deslizou a mão na da mãe. Tinha sorvete rosa espalhado por todo o rosto e estava usando asas de fada com seu vestido de princesa cor de rosa. Shade se derreteu. Toda vez que olhava para ela, virava mingau. Sua filha parecia com ele. Tinha os cabelos loiros da mãe, mas os brilhantes olhos azuis, nariz reto e o queixo obstinado eram todos dele. - Feliz aniversário, baby. - Falou. - Oi, papai. Você vai cantar as músicas barulhentas hoje em casa? Ele sorriu. Ela não tinha gostado do show do Sole Regret que assistiu, porque o volume das músicas a incomodava. Mas disse que gostava delas quando não estavam muito altas. Sua garotinha era do rock. Pressumia que fosse genético. - Não hoje à noite, princesa. Mas eu trouxe um presente pra você. - Estendeu a sacola rosa em sua direção.
  • 15. Puxando uma respiração animada em seu peito pequeno, Julie inclinou- se em sua direção e soltou a mão de Tina para alcançar a sacola. Tina agarrou seu pulso. - Não. Vá procurar sua avó, e ela vai te dar mais sorvete. - Quero meu pesente. - Julie, eu disse não. Vá procurar sua avó. - Você não pode dizer-lhe que ela não pode ganhar seu presente de aniversário. - Shade disse. A antiga raiva que sentia da ex-esposa voltando a superfície. Como Adam, Tina sabia exatamente como perturbá-lo. - Você não pode baixar aqui sempre que tiver vontade, Shade. A ordem de custódia... - Eu só vim pra entregar o presente dela. - Interrompeu. - Por que você sempre tem que ser uma va...? - Ele se conteve a tempo. Julie explodiu em lágrimas. Sabia que era melhor não gritar na frente dela. Que droga. Era muito difícil controlar seu temperamento quando dizia respeito a Tina. - Se não for embora, vou chamar a polícia. - Tina falou e levantou Julie em seus braços, embalando a cabeça dela para que descansasse o rosto contra seu ombro. - Pelo que? - Vou pensar em alguma coisa. - Só quero ver minha filha no seu aniversário... Tina cobriu as orelhas de Julie com as mãos. - E quanto aos outros 364 dias do ano, quando você está muito ocupado fodendo putas para sequer telefonar para ela? - Eu tento ligar, mas você não me deixa falar com ela.
  • 16. - Quando ela está na cama. Crianças de três anos não tem festas as duas da manhã. - Uma vez eu liguei muito tarde. Porque não sabia, nós estávamos na Califórnia. - Ela também não faz festa até a meia-noite. - Não grite. - Julie chorou, puxando as mãos da mãe dos seus ouvidos. - Não grite, não grite! - Desculpe, baby. - Shade disse. - Vê como você a deixa chateada? - Tina limpou o nariz escorrendo de Julie com um guardanapo rosa que tirou do bolso e, em seguida, esfregou o resto de sorvete do rosto dela com um canto ainda não usado. - Eu? Vim apenas vê-la por alguns minutos e você age como se eu fosse algum tipo de criminoso. - Não um criminoso. - Tina falou friamente. - Apenas um idiota. Saia. Agora! Detesto isso, Shade. - Quero meu papai. - Julie lamentou, soluçando incontrolavelmente, esticando os braços em sua direção. Tina soltou um suspiro de exasperação. - Está feliz, Shade? Você arruinou o aniversário dela. Ela estava se divertindo muito até você chegar. Shade estava muito nervoso para se defender. Não tinha feito nada de errado. Sabia que Tina gostava de tornar sua vida miserável e, às vezes, sentia que merecia, porém era uma boa mãe para Julie. Mas Tina fora a única que conseguira deixar Julie tão triste dessa vez. Fora a única que se recusara a deixá-la pegar seu presente. A única que nem sequer convidara Shade para a festa da própria filha. Ele não era o culpado ali. Ou estava
  • 17. esquecendo alguma coisa? - Posso me sentar nos degraus com ela por alguns minutos? - Perguntou. - Não vou nem entrar. - Papai! - Julie gritou. Não tinha certeza se seria capaz de acalmá-la a essa altura, mas não aguentava vê-la tão perturbada. Talvez fosse melhor se ele se afastasse. Talvez elas ficassem melhor sem ele. Mas apenas o pensamento de perder esses poucos momentos roubados com sua princesa fizeram seus olhos arderem e o peito doer. - Certo. Dez minutos, Shade. E então você vai embora. Assentiu, disposto a aceitar qualquer concessão. Uma garotinha soluçante foi empurrada em sua direção. Shade segurou Julie acomodando-a na curva de um braço. Ela apertou os braços em volta de seu pescoço e enterrou o pequeno rosto molhado contra seu ombro. Julie arquejou e fungou por vários minutos, mas parou de chorar imediatamente. Shade apenas a abraçou, balançando-a levemente acariciando os cabelos loiros sedosos. Ouviu a porta fechar, e ficou surpreso de Tina não achar que precisava supervisioná-los. - Mamãe disse que você esqueceu meu aniversário. - Julie falou. - Claro que não esqueci do seu aniversário, princesa. Tentei chegar aqui tão logo eu pude. - Ela disse que você tinha que cantar num lugar barulento hoje, por isso não vinha. - Não, eu não tenho um show hoje à noite, mas vou ter que cantar. Tenho que cantar para a aniversariante.
  • 18. Julie recuou e olhou-o nos olhos. Fazendo uma careta, agarrou seus óculos escuros pelo apoio de nariz e tirou-os. - Tire isso. Não posso ver você. Com os olhos expostos, ele baixou o olhar para ela, com o coração, ao mesmo tempo cheio de amor e perda, alegria e tristeza. - Pode me ver agora? - Sussurrou. Ela assentiu e esmagou seu rosto entre as duas mãos pegajosas. Ele fez uma boca de peixe até ela dar uma risadinha. - O que você quer que eu cante? - A música da Cinderela! Ele soltou um riso abafado. - Acho que não sei essa. - Eu vou te ensinar. - Tudo bem. - “Um sonho é um dexejo quando você está dormicido”, - Ela cantou, usando braços e mãos expressivamente para pontuar suas palavras sinceras. Ele pagaria por assentos na primeira fila para assistir seu desempenho. Shade abriu a boca para cantar depois dela, mas ela cobriu sua boca com a mão. - Espera. Eu errei. - Eu sei. - Disse quando ela tirou a mão. - Que tal algo do Aerosmith? Ela respirou fundo animada, seus olhos iluminando-se com ansiedade. - Sim, papai. Cante a música do anjo. Viu minhas asas. - Esticou uma mão por cima do ombro e puxou uma das frágeis asas brilhantes. - Sou um anjo.
  • 19. - Você com certeza é. - Ele disse. - Uma princesa anjo. Limpou a garganta e cantou para ela, à capela, como sempre, com todo o seu coração e alma. “Estou sozinho, sim...” No momento que cantou o final da segunda linha, ela estava contorcendo-se em antecipação. Sabia o que queria. Ela só gostava do refrão, então ele pulou a maior parte da primeira estrofe e foi direto para a sua parte favorita. Julie sorriu de prazer enquanto cantava para ela. Olhou-o com tal adoração absoluta que sua garganta fechou e a voz saiu embargada durante as próximas palavras. Saltou animadamente, e ele teve que erguer a mão livre para apoiar suas costas para que não despencasse de seus braços em direção aos degraus de tijolos a seus pés. Abraçou-o quando terminou e cerrou a mãozinha ao redor da cruz pendurada na corrente em seu pescoço. - Agora cante a música de bebê. - Pediu. Sorriu. Não conseguia evitar. Ela sempre chamava “I Don't Want to Miss a Thing” do Aerosmith de música de bêbe. - Não quer abrir seu presente. - Ele perguntou. Empurrou-se para trás e sorriu para ele amplamente. Assentiu, contorcendo-se para descer. Ele colocou-a de pé e agachou-se na frente dela para entregar-lhe a sacola cor de rosa. Desejou que o presente estivesse melhor embrulhado, como algo que Julie pudesse rasgar da forma como uma criança devia abrir um presente de aniversário. Ela puxou o papel de seda e lutou para remover a grande caixa quadrada enfiada dentro da sacola. Shade ajudou-a. Quando abriu a tampa para ela, seu queixo caiu. - Oh, papai! - Gritou entusiasmada. - Você gostou?
  • 20. Ela não conseguia formar palavras. Mas fez uma dancinha animada, o corpo inteiro tremendo de alegria. Shade retirou a tiara com diamantes e safiras cor de rosa da caixa e colocou-a sobre a cabeça dela. Suas mão voaram para tocar a pequena coroa. - Agora, eu sou realmente, de verdade uma verdadeira princesa. Ela balançou a cabeça e olhou para cima para ele com os olhos arregalados de expectativa. - A mais bela princesa que já existiu. Seu sorriso deslumbrante fez coisas com seu coração que faria qualquer cardiologista se encolher. - Quero ver minha coroa de princesa no espelho! - Virou-se e começou a correr para a porta da frente, mas ele pegou-a e levantou-a em seus braços de novo. Sabia que se ela entrasse em casa, seu tempo com ela teria acabado. Ainda não estava pronto para dizer tchau. - Posso cantar a música do bebê primeiro? Ela segurou a tiara em uma mão e assentiu. - Sim, sim. Eu amo a música do bebê. - Abraçou-o com o braço livre. - E adorei a minha coroa de princesa. Eu amo você, papai. Desejou estar usando a porcaria dos óculos escuros. Que tipo de rockstar fodão fica parado do lado de fora da casa da ex-esposa, agarrando-se a uma garotinha, com lágrimas correndo dos olhos? - Também te amo, baby. - A mamãe disse que eu não posso mais ser um bebê. Que sou uma garota grande agora. - Você é uma garota grande. - Sussurrou em seu ouvido. E não tinha
  • 21. certeza de quando isso acontecera. Ele perdera tantos acontecimentos importantes. - Mas você pode ser um bebê quando estiver comigo, se quiser. - Cante. Cantou “I Don't Want to Miss a Thing” como se estivesse na frente de uma multidão de doze mil pessoas. Quando chegou ao refrão, Julie representou a letra oferecendo-lhe um sorriso e um beijo na bochecha. Nos momentos apropriados, abraçava-o apertado. Sentindo a pulsação de seu coração com uma mãozinha e a sua própria com a outra mão. Sempre experimentava essa música em um novo nível emocional quando cantava para ela. Costumava cantá-la no meu da noite quando ela era um bebezinho; Nunca falhara em acalmá-la. Quando a última linha do refrão saiu por seus lábios entreabertos, percebeu como sentia falta dela. Mesmo segurando-a, sentia falta dela. Terrivelmente. Já perdera muito da criação dela. Demais. Esses momentos estavam perdidos para sempre. Precisava encontrar um jeito de estar em casa com mais frequência. Sua bebê estava crescendo sem ele. Não havia maneira de colocar a infãncia dela em modo de espera até que pudesse encontrar tempo para desfrutá-la. A porta da frente se abriu, e os braços de Shade apertaram-se automaticamente em torno de sua doce garotinha. - Você canta bem. - Julie disse. - Quero cantar quando eu crescer. Quero ser como você, papai. Quando fora que todo o oxigênio evacuara da atmosfera? Shade fez um grande esforço para puxar ar para os pulmões que, de repente, tinham parado de funcionar.
  • 22. Parada na soleira da porta, Tina bufou de aborrecimento. - Você quer ser uma fraude que abandona a escola? Acho que não, Julie. Você vai para a faculdade. Shade não sabia porque ela continuava enchendo seu saco. Já era doloroso o suficiente quando ela fazia isso com ele sozinho, mas quando fazia na frente de Julie, ele não podia suportar. Se perguntou que tipo de merdas a mulher falava sobre ele quando não estava por perto. Era um milagre que tivesse algum tipo de relacionamento com a filha. - É hora de você entrar, Julie. - Tina disse. - Você quer ver minha nova casa de bonecas, papai? Ela parece um palácio. E tem uma boneca princesa. E tem uma cama para dormir quando está com sono. - Bocejou com a menção de dormir. - O papai está indo embora agora. - Tina falou. - Você vai voltar amanhã? - Julie perguntou. - Tenho que cantar num lugar barulhento amanhã. - Ele disse. - Você vai voltar em mais duas noites? - Ela perguntou. Ele sacudiu a cabeça. - Em mais três? - Ela barganhou, levantando três dedos. - Mais seis noites. Suas sobrancelhas finas arquearam-se em confusão. Ela ergueu cinco dedos, e ele acrescentou um da sua própria mão. Ela deu-lhe um olhar horrorizado. - Isso são muitas noites, papai. - Essa coisa é de verdade? - Tina cuspiu, arrancando a tiara da cabeça de Julie e olhando boquiaberta para ele. - Claro, que é de verdade. Eu não vou dar bijuteria pra ela.
  • 23. - Ela não pode usar isso. - Dá pra mim. - Julie teimou, tentando agarrar a tiara. - Maravilha, Jacob. Você vem aqui, atrapalha tudo, lhe dá algo com que ela não pode ficar, e agora eu tenho que ser a malvada e tirar isso dela. - Por que você tem que tirar dela? Não é seu. É dela. - E se ela perder? Ou as pedras caírem. Ou alguém pegá-lo? Ou se ela for sequestrada por causa disso? Jesus, Shade, essa coisa deve ter-lhe custado dez mil dólares. Se ela sabia o que ele tinha gastado, não tinha a menor dúvida de que ela iria penhorá-la e comprar para si mesma mais de cem pares de sapato que nunca usaria. - Apenas deixe-a usá-la dentro de casa. - Disse. - Tem seguro se ficar danificada ou for roubada. Ela vai ficar bem. - Me dá isso. - Julie choramingou. - Eu sou uma princesa. Uma princesa de verdade. Meu papai me disse. - Agora você a fez chorar de novo. - Tina resmungou e puxou Julie de seus braços. - Eu? - Por que você tem que ser tão estúpido, Shade? É como se tivesse nascido sem um cérebro. - Maldita, não me chame de estúpido na frente da Julie, Tina. - A verdade dói, não é? - Papai! - Julie gritou quando Tina carregou-a para dentro de casa e bateu a porta na cara de Shade. - Eu quero minha coroa de princesa. Eu quero ela! - Pode ouvir Julie fazendo birra atrás da porta. Não quisera que seu presente fosse um problema. Apenas pensou que
  • 24. Julie gostaria dele. O preço fora considerável. Talvez devesse ter lhe comprado uma bijuteria de strass ao invés disso. Julie nunca teria sabido a diferença. Ela tinha três anos. Quatro, lembrou-se. Porra. Era mesmo um estúpido. Amaldiçoando a si mesmo em voz baixa, pegou a caixa vazia, enfiou-a na sacola rosa com o papel de seda amassado e pendurou-a na maçaneta. Julie estava mais longe da porta agora, assim não conseguiu ouvir o que ela estava gritando, mas não teve dúvidas de que ela ainda estava chateada. Talvez devesse fazer um favor a todos e ficar longe definitivamente. Arrancou os óculos escuros do bolso e colocou-os. Não sabia ao certo como faria para chegar em casa. Supôs que teria que chamar um táxi. Virou-se para começar a descer a calçada; Descobriria isso depois que se afastasse o bastante para não mais ouvir Julie chorando. Porque Deus, esse som era como uma faca apunhalando e retorcendo-se em seu peito, e sabia que Tina não o deixaria fazer nada a respeito disso. Sentiu-se um merda de tão impotente. A porta atrás dele abriu. -Jacob? - Uma voz gentil disse por detrás dele. Parou e virou-se lentamente. Provavelmente deveria ter esperado encontrá-la ali, mas não estava de forma alguma preparado para a reação de seu corpo ao dela. Seu coração saltou, suas entranhas apertaram, suas bolas enrijeceram. Seu cabelo castanho na altura dos ombros balançava suavemente com a brisa quente. Seus olhos castanho-esverdeados brilharam quando seu rosto adorável abriu-se em um sorriso sincero. O tempo parou quando permitiu que seu olhar viajasse pelo corpo esguio dela. Aquelas longas pernas bronzeadas só poderiam ser a morte dele.
  • 25. Havia se passado um longo tempo desde que a vira. - Amanda. Capítulo 2 Amanda provavelmente não devia ter observado o momento de privacidade de Jacob com sua filha através da janela, mas não conseguira evitar. Quisera abrí-la e escutar a voz deslumbrante dele, mas Tina ficara andando pela sala chamando-o de todos os nomes obcenos em que conseguira pensar, e ele não precisava ouví-los. Amanda entendia porque Tina odiava Jacob. Ele machucara-a por traí-la com outra mulher. Bem, várias outras mulheres. Não esperava que Tina fosse perdoá-lo, mas tentar mantê-lo afastado da filha? Isso não era certo. Especialmente quando era tão óbvio que eles adoravam um ao outro. Ele precisava da garotinha em sua vida. E a despeito do que Tina pensasse, Julie precisava do pai. Amanda desceu o degrau da frente e fechou a porta atrás dela. Esperava que sua mãe colocasse algum juízo na cabeça da irmã para que deixasse Julie usar a tiara. Jacob fizera um trabalho maravilhoso escolhendo algo que Julie adoraria. Obviamente conhecia muito bem a filha e pensando nisso escolhera o presente. - Logo que a Tina esfriar a cabeça, ela vai deixar a Julie usar a tiara. - Amanda falou. Desejou que ele não tivesse colocado os óculos. Ele tinha
  • 26. olhos azuis lindos. E seu cabelo preto curto, pele bronzeada e grossos cílios pretos faziam-nos ainda mais marcantes. Cada centímetro de seu belo rosto estava marcado em sua memória - lábios sexy, nariz reto, testa alta, mandíbula forte, queixo obstinado. Desejava Jacob “Shade” Silverton há tanto tempo, que não conseguia recordar uma época em que pensamentos sobre ele não passassem por sua cabeça constantemente. - Eu não teria tanta certeza. - Ele falou. - Como está indo a turnê? - Perguntou engatando uma conversa fiada para mantê-lo por perto por tanto tempo quanto fosse possível. Se Tina soubesse que estava ali fora conversando com ele, teria um ataque cardíaco. Esse era o problema em ser apaixonada pelo ex-marido da irmã mais nova. Não havia maneira de fazer isso funcionar sem que alguém se machucasse ou enlouquecesse. Jacob sorriu suavemente. - Está indo muito bem. Música é a única coisa que anda ótima para mim. Ele ergueu o olhar para a casa de tijolos em estilo georgiano. Julie já não podia mais ser ouvida gritando. Talvez Tina já tivesse cedido. - Você não tem show hoje à noite? - Ela sabia muito bem que não tinha. Sempre comprava ingressos para os shows da Sole Regret em Austin. Mantinha um controle rígido sobre a agenda de shows da banda, pois a melhor coisa depois de passar um tempo com Shade Silverton era vê-lo em cima do palco. E se Amanda não tivesse percebido que ele estaria na cidade nesse dia, nem teria se incomodado em entrar em uma briga enorme com Tina por não tê-lo convidado para a festa de Julie. Em vez de fazer como ela sugerira, Tina esquecera convenientemente de não dizer-lhe. Por
  • 27. isso, pelo interesse da felicidade da sobrinha, Amanda interferira. Não avisara Tina que mandara uma mensagem de texto para Jacob avisando sobre a festa. Embora, ás vezes, se sentia obrigada a meter o nariz nos assuntos das outras pessoas, não desejava morrer. Jacob sacudiu a cabeça. - Nós vamos para San Antonio amanhã, por isso decidimos ficar essa noite em casa. A viagem daqui pra lá não é demorada. Ela assentiu concordando e desviou o olhar para a calçada à procura de seu carro esportivo sexy como o pecado. Não havia um Tesla Roadster à vista. - Onde está seu carro? - Alguém roubou-o. Ela ficou boquiaberta com sua indiferença. - Alguém roubou-o? - É. - Ele encolheu os ombros. - Ele pode ser substituído. - Então como você chegou aqui? - Owen me largou aqui. Eu estava ligando para um táxi me levar pra casa. Vou cair fora daqui em poucos minutos. - Eu levo você. - Ofereceu um tanto rápido demais. Precisava ser cuidadosa ou ele descobriria o quanto ela o desejava. Não queria que as coisas entre eles ficassem estranhas. Seria impossível para ele esquecer que ela era a irmã da mulher que fez da sua vida um inferno. - Isso não será necessário. Você devia voltar pra festa. - Acabou. Todas as crianças foram embora. Eu estava só ajudando a limpar. - Oh.
  • 28. - Isso vai me dar uma ótima desculpa para escapar de lavar sorvete cor de rosa das paredes. Ele sorriu e ela derreteu-se. Era como se o homem tivesse alguma habilidade mágica para sumir com seus ossos. - Certo. - Ele disse. - Se isso for te ajudar. - Vou pegar minha bolsa e as chaves. - Disparou para dentro da casa e encontrou a mãe na cadeira de balanço embalando Julie. A pequena princesa aniversariante estava usando sua nova tiara e dormindo profundamente com o polegar na boca. Amanda se enterneceu. Julie devia ter herdado essa mágica do pai. Deus, amava essa criança. - Tenho que ir. - Sussurrou para a mãe. Ela assentiu. - Vou avisar a Tina. Ela está chateada com o Jacob outra vez. - Ela sempre está chateada com o Jacob. - Amanda debruçou-se para beijar a bochecha da mãe e em seguida, a testa da sobrinha, antes de pegar a bolsa e voltar correndo para fora. Encontrou Jacob onde o deixara. Ele estava olhando fixamente para a casa como se estivesse em transe. Ela se perguntou o que ele estaria pensando por detrás de seus óculos escuros. - Julie já está dormindo. - Contou-lhe. - E usando a tiara. Jacob soltou um respiração profunda. - Não gosto quando a Tina me critica desse jeito, mas odeio quando ela faz isso na frente da Julie. Sua irmã provavelmente fala mal de mim o tempo todo. Amanda não queria confirmar suas suspeitas. Embora nunca tivessem sido exatamente próximas, Tina era sua irmã mais nova. Mas ainda assim,
  • 29. Jacob estava certo. Tina o insultava o tempo todo. Essa era a principal razão porque Julie ficava confusa sobre o papel que o pai desempenhava em sua vida. Jacob poderia fazer um esforço para ver a filha mais vezes, porém a quantidade de besteiras que já tivera que aguentar de Tina toda vez que aparecera, teria feito a maioria dos homens ficar longe. - Julie ama você. - Amanda disse, destravando as portas do carro com o botão na chave. - Isso é tudo o que importa. - Só espero que ela não mude de ideia. - Não precisa se preocupar com isso. Abriu o porta malas e ele inclinou-se para colocar sua mala dentro. Quando sentiu o cheiro almiscarado de sua loção pós-barba, seus joelhos enfraqueceram. Precisou de cada grama de força de vontade para não enterrar o rosto em seu pescoço e inalar. Mais uma vez, desejou não ser tão atraída por ele. Sua latente masculinidade tornava muito difícil para ela se comportar. Quando ele não se moveu para longe imediatamente, Amanda arrastou o olhar por seu corpo. Seu 1,82 centímetros de músculos duros e ombros largos sobrecarregaram completamente seus sentidos. Por um minuto, pensou que ele iria se inclinar com a intenção de beijá-la, mas como não podia ver seus olhos escondidos por detrás dos óculos escuros, nem conseguia saber ao certo se ele estava mesmo olhando para ela. Arrancou os desconcertantes óculos de seu nariz. - Não sei porque você sempre usa essa maldita coisa. - Disse, dobrando- os e enfiando-os na gola da camiseta branca dele. Forçou as mãos a não explorarem distraidamente o peito definido de músculos por baixo da camiseta. O homem era deslumbrante. Perfeito. E ela gostava dele. Sempre
  • 30. gostara. Ninguém podia culpá-la. - Porque? Desfiando o olhar apreciativo do corpo de Jacob, espiou seus olhos. Sabia porque ele sempre usava óculos escuros. Ele tinha olhos azuis expressivos que rapidamente faziam a pessoa perceber que ele não era o filho da puta narcissista e sem coração que fingia ser. E era por isso que ela o desejava. Não por ele ser o homem mais lindo que existia no mundo, mas porque ele sentia. Profundamente. Aqueles lindos olhos azuis revelavam tudo o que ele tentava esconder. - Está com fome? - Perguntou. - Posso levá-lo em algum lugar. Será um prazer. - Estava planejando apenas relaxar em casa. Talvez pedir uma pizza. Comê-la na frente da tevê. Tomar uma cerveja. Fazer uma boa sessão de musculação acompanhada de um mergulho. E então sentar na banheira de hidromassagem e vegetar. Soou como se fosse ficar ocupado ficando suado, molhado e possivelmente nu pela maior parte da noite. Santa gostosura. De repente, Amanda precisava trocar a calcinha. - Oh. - Não me importaria de ter alguma companhia. - Antes que ele pudesse se afastar, ela vislumbrou sua expressão desamparada. Ah Deus, ele estava solitário. Não tinha certeza de como um homem que estava sempre cercado por uma eterna multidão podia ser solitário, porém apesar de esses lábios beijáveis serem capazes de mentir, seus olhos não podiam. Amanda fechou o porta-malas. - Eu conto como companhia? - Perguntou.
  • 31. - Não é capaz de entender uma indireta? - Ele disse com um largo sorriso. Entrou no carro e fechou a porta. Uma indireta? O que isso significava? Que ele queria passar mais tempo com ela? Seria verdade. Amanda era a irmã inteligente e peculiar. Tina era a irmã gostosa que todos os caras queriam. Incluindo Jacob. Amanda chegara a um acordo sobre os encantos de Tina - e a falta dos próprios - depois da quarta vez que levara um fora do namorado para que ele pudesse perseguir Tina. Não importando que a irmã não estivesse interessada em ninguém que não tivesse uma carteira recheada. Amanda sentou atrás do volante de seu modesto Toyota, fechou a porta e prendeu o cinto de segurança. - Você precisa parar em algum lugar antes que eu te leve pra casa? - Perguntou. - Você realmente não pegou a dica. Ele soltou uma risada; O som profundo e abundante fazendo a barriga dela tremer. - Me diga, Amanda, você quer ficar comigo e comer uma pizza, tomar uma cerveja? Assistir um filme? - Que tipo de filme? - Tanto faz. - Seus olhos se arregalaram como se atingido por uma revelação horrenda. - Menos filme de mulherzinha. Seu coração estava martelando como um britadeira, porém de alguma maneira conseguiu parecer calma e ligar o carro. - Não sei, Jacob. Sou muito exigente com os filmes que assisto. Tenho preferência por filmes românticos. - Acho que vamos ter que assistir a um jogo de golfe como alternativa.
  • 32. Não vou ver filme de mulherzinha. Golfe? Seria um festival de roncos. Mas se estivesse com Jacob, imaginava que nem o jogo de golfe poderia ser chato. - Bem, nesse caso... acho que posso tolerar um pouquinho de testosterona. No entanto, eu estabeleço o limite do volume nos filmes de luta. Ele sorriu ironicamente e a temperatura dentro do carro subiu pelo menos dez graus. - Vai ser filme de terror com assassinatos violentos. Ela riu desconfortavelmente. Era uma reconhecida covarde quando se tratava de filmes de terror. - Certo. Contanto que não se importe se eu me agarrar em você apavorada e esconder o rosto em seu peito. - Não pôde evitar de deslizar o olhar pelo peito grande e musculoso. Sim, parecia perfeito para esconder o rosto. E também para acariciar. Lamber. Beijar. Afagar. Chupar. Massagear. Arran... - Eu não me importaria nem um pouco. - Ele disse. Ergueu os olhos para encontrar os dele. Espere um segundo. - Você está dando em cima de mim, Jacob? - Eu pensei que fosse óbvio. Oh inferno, sim. - Não tenho certeza se eu deveria ficar sozinha com você. Você pode tentar tirar minha calcinha. Ele riu. - Eu posso. Sabia que ele estava provocando-a, mas isso não impediu que partes
  • 33. dentro de sua calcinha não se preparassem para uma agradável invasão. - Acho que vou ter que arriscar. - Disse, como se seu coração não estivesse prestes a saltar do peito. - Você me deixou com um grande desejo por pizza. E cerveja gelada. Saiu com o carro e entrou na rua. - E enterrar meu rosto em seu peito. Ele gargalhou. - Posso satisfazer você com todos os três. Seus dedos roçaram a lateral de sua perna e ela quase pulou fora de sua pele. Elogiou-se pela sábia decisão de colocar um shorts pela manhã. - Ei, obrigado por me avisar sobre a festa da Julie. - Sem problema! - Guinchou. O polegar de Jacob esfregou uma pequena mancha de pele logo acima de seu joelho. Sua calcinha precisaria de equipamento de mergulho se ficasse mais molhada. - Gostaria de ter chegado mais cedo. - Ele falou. - Adam parece pensar que é o único na banda que tem uma vida. Estou cheio de tentar fazê-lo enxergar além de si mesmo. Amanda arriscou olhá-lo. Ele estava encarando o ponto onde seu polegar ameaçava inflamar as terminações nervosas de sua pele, mas ele não parecia perceber o que estava fazendo. - Você não perdeu muito. Dez crianças detestáveis gritando, com as mãos pegajosas cobertas de glacê rosa, algumas birras e uma dor de estômago que acabou mal na piscina infantil. - Julie fez um pedido e soprou as velinhas? Amanda sorriu, lutando contra a vontade de acariciar seu cabelo escuro.
  • 34. Adorava que a maior fraqueza do homem fosse uma garotinha de trinta quilos que amava sorvete de morango. - Sim. Apagou todas com um único sopro. Ela tem um fôlego como o do pai. Ele riu e puxou a mão de seu joelho como se acabasse de notar que ainda estava tocando-a. - Esse provavelmente não é um bom traço para se herdar. - Claro que é. É parte do que faz você ser um cantor incrível. - Tirou os olhos da estrada e achou-o encarando o painel de controle. O turbilhão em seus lindos olhos azuis quebrou seu coração. - Sabe, gravei Julie soprando as velinhas no meu celular. Ele empertigou-se, e um sorriso suavizou seu rosto rígido. - Você gravou? - Tire meu celular da bolsa e então você pode assistir. Ele franziu as sobrancelhas para sua bolsa, que estava espremida entre os bancos da frente. - Existem poucas coisas em que eu não toco. A bolsa de uma mulher é uma delas. - Por que? - Perguntou. - Com medo de que pode achar um absorvente ou algo parecido dentro dela? - Desde que vi o filme Mary Poppins quando era criança, fico desconfiado com bolsas de mulheres. Não sei se você tem um cabide lá dentro ou um jacaré ou uma motoserra. - Não. - Disse. - Sem motoserra. Sem absorventes também. - Só para deixar bem claro que não estava em seu período do mês. No caso dele querer verificar o latejamento quente e molhado dentro de seu shorts.
  • 35. Ele deu risada e enfiou uma mão hesitante dentro da bolsa. Seu grito assustado fez Amanda pisar nos freios. A buzina do carro de trás soou. - Oh, é apenas sua carteira. - Ele disse. - Pensei que fosse um jacaré. Estapeou-o repetidas vezes no braço. - Você me assustou. Ele cutucou suas costelas, fazendo-a contorcer-se, o atrito contra o assento chamando sua atenção à forma inapropriada como estava excitada. Outra buzina soou quando desviou para a pista contrária. Estava surpresa que ainda não tivesse batido em um poste de telefone. Era extremamente difícil se concentrar na estrada com Jacob Silverton sentado ao lado dela, com um cheiro tão incrível quanto sua aparência. Só podia imaginar como seria bom sentí-lo. Maldição, estava com tesão. Precisava encontrar tempo para namorar com mais frequência. Jacob localizou o celular e pressionou os dedos sobre a tela. - Hmm, - Murmurrou. - O que é isso? Um vídeo de sexo estrelado por Amanda Lange? - O quê? - Tentou agarrar seu celular - sabendo muito bem que não havia nenhum vídeo pornográfico de si mesma armazenado nele. - Pensei que tinha apagado isso. - Ooo, - Ele disse, segurando o celular entre as mãos. - Quero ver isso. Uma versão desafinada de “Parabéns pra você, Julie” veio dos pequenos alto-falantes de seu celular. Jacob observou a tela completamente hipnotizado e se Amanda não estivesse enganada, com os olhos um pouquinho molhados. Sorriu. Acabara a conversa. O homem estava sem palavras. - Faça um pedido, Julie. - A voz de Tina disse dos alto-falantes.
  • 36. - Como Aladim? - Julie perguntou. - Depressa, as velas estão apagando. - Eu desejo ser uma princesa. Uma princesa de verdade. - Houve uma pausa e então todos bateram palmas. - Viu, você fez o desejo dela virar realidade, sem nem mesmo saber disso. - Amanda disse. - Essa garota vai ser a minha perdição. - Jacob falou. Olhou o vídeo outra vez. E mais outra. Sua mão pairou sobre a coxa dele. Queria tanto tocá-lo, porém no último instante perdeu a coragem e ao invés disso só remexeu no ar- condicionado. Se perguntou fugazmente se ele reparara. Ficou estranhamente com muito calor, apesar de estar com todas as aberturas voltadas para ela e o ar ligado no máximo. - Posso fazer mais vídeos dela pra você, se quiser. Virou na rua que levava para a casa de Jacob, pensando que deveria ter dirigido como seu avó - tentando disputar corrida com um caracol. A viagem fora muito curta. Lentamente tirou o pé do pedal e deixou o carro rodar o trecho final até o bairro. - Fico de babá dela muitas vezes, sabe. Ela acha sua Tia Mander* muito legal. E alguém tinha que cuidar da criança quando Tina ia às compras. Ela adorava gastar o dinheiro de Jacob. Ela encarava a tarefa como se competisse para um evento olímpico. -Você faria isso por mim? - Jacob disse, virando-se no banco e inclinando-se em seu campo de visão para que pudesse olhá-la nos olhos. *Mander é uma das formas de apelido para Amanda.
  • 37. - Sim, com certeza eu faria. Devia ter pensado nisso antes. - Obrigada, Amanda. Você é uma pessoa doce. Ela reprimiu um estremecimento. Não queria-o pensando nela como uma garota simpática e esquecível. Aquela em quem os caras sempre pareciam pensar como uma de suas amigas. Uma amigona. Não queria ser chamada de pessoa doce. Não depois de Jacob ter flertado com ela alguns momentos antes e feito-a acreditar que seu maior desejo poderia se tornar realidade. Amanda dobrou na entrada de Jacob e encostou atrás de seu carro. - Hum, Jacob? - Disse. - Esse não é o seu carro? Ele não lhe respondeu, apenas escancarou a porta e saltou do carro. Estava abraçando o brilhante capô preto do conversível antes que pudesse soltar o cinto de segurança. Ela saiu e foi ficar ao lado dele. - Pensei que você tivesse dito que ele foi roubado. - Eu pensei que tivesse sido. - Então como ele veio parar aqui? - Não faço ideia. Amanda notou um pedaço de papel rosa preso sob um limpador do para- brisa. Puxou-o e leu a nota em voz alta. Shade, sei que você não vai se importar de me emprestar seu carro para chegar a sua casa. Estarei na banheira de hidromassagem esperando para agitar seu mundo, garanhão. - Está assinado Verônica. E ela pontuou o i com um coração. Que graça. Fingiu não ter se abalado pelo bilhete, mas realmente ficara ansiosa de passar a noite com ele. Para seu infortúnio, outra mulher vencera a disputa. E ao contrario de Amanda, Verônica provavelmente era auto-confiante, com um belo rosto e gostosa para atrair alguém como Jacob.
  • 38. - Maldita Verônica. - Jacob berrou. - E eu me perguntando onde tinha deixado a chave reserva. Possivelmente com a última “gata” que esteve em sua banheira de hidromassagem. - Acho que vou pra casa. - Amanda disse. - Fico feliz que seu carro apareceu. Foi bom te ver... Jacob moveu-se para ficar no caminho de Amanda. Ela não soube ao certo como ele conseguiu prendê-la com tanta facilidade entre o lindo pedaço de metal e sua atraente aparência de vocalista de metal, mas ganhou sua atenção. Com as costas prensadas contra o lado do carro, tentou recuperar os sentidos. Não adiantou. Seu coração continuou retumbando fora de controle quando ergueu lentamente o olhar para olhá- lo nos olhos. - Você vai ficar. - Ele falou. - Eu convidei você. Ela vai embora. Ninguém a convidou. - Talvez eu não dev.... Jacob tocou seu rosto, e sua respiração parou na garganta. - Você fica. Não conseguiu desviar o olhar de seus intensos olhos azuis. - Vou ficar. - Disse, obedientemente. Ele deu um sorriso torto, arrancou os óculos da gola da camiseta e colocou-os. Ela olhou fixamente para a cruz pendurada em seu pescoço. - Quer esperar aqui fora enquanto eu chamo um táxi ou prefere esperar dentro de casa? - Ele perguntou. - Com certeza ela vai fazer uma cena. - Hum. - Você pode ir pra sala de estar e escolher um filme para assistirmos ou
  • 39. pegar alguma coisa pra comer na cozinha. Não vai demorar muito para eu me livrar dela. - Bom, tudo bem. Você tem o filme “Flores de Aço”? - Manteve firmemente uma cara de paisagem no rosto enquanto piscava para ele. - Faz séculos desde que o vi, por inteiro. Ele gargalhou. - Pensei que tínhamos combinado de não vermos filmes de mulherzinha. Amanda bufou como se estivesse colocando de lado as vontades dele, quando, na verdade, só queria provocá-lo. Não culpava Verônica por convidar-se para passar à noite na banheira com esse homem, mas estava muito feliz que Jacob faria a mulher ir embora. - Acho que combinamos. Ele enfiou o dedo indicador sob seu queixo e acariciou a pele logo abaixo dos seus lábios com o polegar. - Eu te beijaria, - Disse. - Mas não quero que Verônica pense que estou com uma ereção por causa dela. O quê? Ele tinha realmente dito isso? Possivelmente não fora o que quisera dizer. Muito espantada para retrucar, Amanda encarou-o boquiaberta. Ele riu. - Que expressão inestimável. Apertou seu ombro, fazendo suas pernas começaram a tremer incontrolavelmente. - Vejo você lá dentro. - Uh huh, - Conseguiu balbuciar com a boca escorrendo baba. Virando-se Jacob seguiu apressado para a porta da frente, abriu-a e a
  • 40. deixou aberta antes que ela pudesse recompor-se. Em seguida, encaminhou-se para a lateral da casa que levava à piscina e a banheira de hidromassagem na parte de trás. E isso foi tudo Amanda pôde fazer para evitar escorrer para o chão numa poça de luxúria. Capítulo 3 Shade cobriu a distância de seu quintal em passos largos e com raiva. Não podia acreditar que Verônica tivera a audácia de “pegar emprestado” seu carro sem pedir. E ainda, pensar que ele ficaria suficientemente feliz com isso para transar com ela? Não essa noite. Talvez nunca mais. Claro, se ela não tivesse pegado o carro, então Amanda não teria-o levado para casa e ele não estaria prevendo passar à noite com uma das poucas pessoas que lhe permitiam baixar a guarda. Um rastro de roupas descartadas começava no canto de trás da casa e seguia até a banheira cercada por três lados por uma cerca de cedro para dar privacidade. Conforme circundava a casa, foi recolhendo peças sexy de suas roupas um item de cada vez. Meias compridas de renda aqui. Uma tanga de cetim preto lá. Despejou a roupa no piso de ardósia no primeiro degrau de madeira da banheira. Verônica estava exatamente onde disse que estaria. Tinha um copo de
  • 41. vinho na mão, seu cabelo negro como ébano amontoado no alto da cabeça, os olhos fechados e seus belos seios nus pairavam acima da superfície da água. Ela tinha um fantástico par de tetas. Sim. Ele reparara. Não haveria um heterossexual do sexo masculino que não a achasse sexualmente atrativa. E se Amanda não tivesse concordado em ficar, Shade, sem dúvida, teria tirado a roupa para se juntar a Verônica. Mas Amanda estava ali e por mais estranho que parecesse, preferia passar a noite atiçando-a do que foder a deusa do sexo na banheira, até não mais poder se mover. Limpou a garganta, e os sensuais olhos castanhos de Verônica se abriram. Um sorriso convidativo espalhou-se por seus exuberantes lábios. - Aí está você, amor. - Ela disse. - Eu estava começando a me arrepender por não ter esperado você no estacionamento, mas você estava muito atrasado e eu fiquei toda quente e suada. - Ela fez um beicinho. - E não foi porque você me deixou assim. Ela deu um pequeno gole no vinho. Uma garrafa verde estava deitada em um isopor de gelo atrás dela. - Gostaria de uma bebida? - Eu tenho companhia, Verônica. Você precisa se vestir e ir embora. - Companhia? Que tipo de companhia? Lutou para achar a melhor forma de descrever Amanda. Amiga? Família? Paixão de longa data? - Companhia feminina. - Mesmo? Não tenho nenhum problema com ela se juntar a nós, Shade. Ela é sexy? - Verônica emitiu uma risada gutural. - Você sabe o quanto eu gosto de mulheres. Enquanto normalmente teria pensado que seria uma grande ideia, não
  • 42. achava que Amanda faria um ménage com uma mulher que nem conhecia. Shade gostava de flertar com Amanda, provocá-la, mas ela era inacessível. Tinha a intenção de nunca dormir com ela. O que o fazia se perguntar por que preferia passar à noite com ela ao invés de desfrutar dos peitos e da bunda em sua banheira. Provavelmente porque ainda não se recuperara da garota louca de Tulsa. Qual era mesmo o nome dela? Nikki. Maldição, a mulher tentara reduzir seu pau a um carroço. - Não, Verônica, vim aqui dizer pra você ir embora. Você não pode simplesmente pegar meu carro sem pedir. E teve sorte que eu não chamei a polícia e deixei te levarem no camburrão. - Você imaginou que eu fosse te esperar no estacionamento por horas? - Em primeiro lugar, por que você estava esperando por mim? Eu não te chamei. - Agora você está sendo um idiota. Já fora chamado de coisa pior. - Como você pegou minhas chaves? - Você as deixou na minha casa. Lembra? - Não. - Você estava muito bêbado para dirigir, assim Selene levou você pra casa e no outro dia você voltou pra buscar o carro. Eu não estava, então você deve ter usado a cópia. Enquanto se lembrava pouca coisa da noite de bebedeira com Verônica e Selene, recordava de acordar com Selene em sua cama e, então, pegar o carro na manhã seguinte. Esquecera completamente que dera as chaves extras para Verônica. O Sole Regret voltara para a turnê um dia depois, e recuperá-las não fora uma prioridade.
  • 43. - Isso foi a mais de um mês. Você ficou com elas esse tempo todo? Ela sorriu. - E não pense que a ideia de pegar seu carro para um passeio todas as noites não me passou pela cabeça. Mas eu não peguei. Até hoje à noite. E não teria pegado se você não tivesse chegado tão tarde. Ele não teria se atrasado se o guitarrista da sua banda não fosse um imbecil sem consideração. O aniversário de Julie não fora o único grande acontecimento que perdera por causa de Adam. Perdera o nascimento de Julie por estar acompanhando o rabo inconsciente de Adam até o hospital. Naquela época Adam tivera a tendência a exagerar na heroína. E enquanto esperava na sala de emergência que o reanimassem, perdera o telefonema avisando que Tina entrara prematuramente em trabalho de parto. No momento em que recebeu a mensagem, Julie já nascera em um hospital diferente, em um estado diferente - três semanas antes do tempo, mas saudável. Nunca perdoaria Adam por fazê-lo perder o primeiro sopro de vida da filha. Nunca. Especialmente porque o idiota nem sequer entendia porque Shade estava tão zangado com ele. Talvez um dia desistisse de Adam e deixasse-o destruir a si mesmo, mas o cara era um desastre ambulante e Shade se sentia responsável por ele. Se alguém não ficasse de olho nele, era provável que acabasse morto. Por mais que o cara lhe irritasse, Shade não queria isso. Eles haviam passado por muita coisa juntos. E nem tudo fora ruim. Na verdade, Adam fora o único a dar a Shade um sonho para perseguir. Antes de convencê-lo de que poderia cantar, ele estava rapidamente se encaminhando para trabalhar em alguma fábrica - fora muito afortunado.
  • 44. - Por que você não vai perguntar pra sua companhia feminina se ela não quer se juntar a nós? - Verônica falou. - Estou tão confortável e no clima. Seria um pena desperdiçar uma buceta que está quente e suculenta pra você. - Moveu as pontas dos dedos para estimular os mamilos. - Podemos chamar Selene também se a sua companhia for muito tímida para transar com a gente. Verônica e Selene manteriam-no excitado e gozando à noite toda. Não poderia dizer que não ficava tentado. Mas não estava negociando. - Vou chamar um táxi enquanto você se veste. - Disse. Virou-se para entrar em casa, e o copo de vinho passou arremessado por ele, estilhaçando-se no piso de ardósia a seus pés. - Seu maldito idiota! - Não se esqueça de limpar o vidro quebrado antes de você ir. Vou pedir pro táxi esperar na entrada da garragem. Recomeçou a subir os degraus da varanda para entrar pela porta da cozinha. - Espere, Shade. Eu sinto muito. - Verônica chamou atrás dele. A água respingou quando ela saiu da banheira. Os pés molhados batendo no deck de madeira. Shade não cometeu o erro de se virar. Apenas entrou em casa. Amanda estava espiando pela janela da cozinha. - Sei que não é da minha conta, - Ela disse. - Mas a sua gatinha nua e quente parece um pouco perturbada com você. Ele soltou um riso. - Herdei o gene para irritar as mulheres do meu pai. - Você deve ter o homozigoto dominante característico. - Huh?
  • 45. Ela riu e alisou o cabelo castanho sedoso com uma mão. - Desculpe. Piadinha de professora de biologia. Shade nunca gostara da escola, mas respeitava professores. Garotas espertas o intimidavam um pouco. Não que ele admitisse isso para elas. Especialmente não para uma garota esperta e gostosa como Amanda Lange. - Como vai o trabalho? - Perguntou, encostando a porta por trás dele e trancando-a. - Oh está ótimo. Especialmente em junho, julho e agosto*. Ele riu. - Todo esse tempo de folga seria um agradável privilégio. Você sabe, esses sãos os meses que eu mais trabalho. - Como se ficar se pavoneando no palco por uma hora fosse trabalho. Por favor! - Ele rolou os olhos. Ele empertigou-se e fez uma careta. - Eu não me pavoneio. - Sim. Eu sei. - Sorriu. - Mas é muito sexy, por isso nunca pare. Ele gargalhou. Era revigorante flertar com uma mulher que não achava que isso significava que ela tinha que lançar-se em seu pau sedento por uma vagina. - Me deixa chamar um táxi pra Verônica e então vou pedir uma pizza. Amanda acenou com a cabeça em direção à janela com vista para o quintal. - Eu acho que ela já foi. No hemisfério norte o verão acontece nos meses de julho a setembro, consequentemente as férias escolares são nessa época do ano.
  • 46. O coração de Shade disparou. - Merda! Ela ainda está com as minhas chaves. Ele correu pela casa e abriu a porta da frente. Parada ao lado da porta do motorista do carro dele, Verônica jogou um de seus sapatos de salto alto nele. - Imbecil! Ele esquivou-se facilmente do projétil e atravessou a entrada de automóveis. Verônica escancarou a porta e estava quase dentro do carro antes que pudesse chegar a ela. Puxou-a contra ele e fechou a porta com o pé. Um desastre fora evitado. E outro estava prestes a começar. Verônica atingiu-o no peito com uma força surpreendente. - Não me toque. Não me toque. Ele soltou seu braço, e ela caiu contra seu peito, soluçando incontrolavelmente. Porra. Hoje estava enrolado para fazer as mulheres chorarem, e tinha uma fraqueza patológica às lágrimas. Porra dupla. Envolveu Verônica em um abraço frouxo e acariciou suas costas. - Não chore. - V-você-você-você acha que sou feia, - Ela lamentou-se. - O quê? Não. Eu não acho que você seja feia de jeito nenhum. Você é linda. Perfeita. - Então p-por que, por que não quer dormir comigoooo? Ele mordeu o lábio para não rir. Ela soara absolutamente ridícula. - Eu disse pra você: Tenho outros planos. - Você-você-você vai dormir com elaaaaaa? Não tinha nenhuma intenção de dormir com Amanda. Gostava muito dela para transar com ela.
  • 47. - Isso não é da sua conta. Verônica agarrou-se a ele. - Não me mande embora. Por favor. Preciso ficar com você. - Isso não vai acontecer hoje à noite, Verônica. Talvez uma outra hora. Ela se afastou e olhou para ele. Seu nariz estava vermelho e listras pretas desciam por cada bochecha. - É porque eu peguei o seu carro? Você está com raiva de mim? Era muito mais complicado do que isso, porém aproveitou o caminho mais fácil. - Sim. E se você pegá-lo agora, vou ficar com tanta raiva que não vou te ligar outra vez. Ela choramingou. Ele examinou seu rosto. - Você não está chateada porque tem sentimentos por mim, está? Porque ele não mais se permitia ter sentimentos. Não desde que seu casamento fracassara. E Verônica sabia disso. Era por isso que ficava com ela regularmente. Sexo casual era o único caminho a percorrer, pensara que ela estivesse de acordo. Verônica enxugou as lágrimas com as costas das mãos e disse: - Claro que não. Eu só queria transar. Fiquei com tesão o dia todo pensando no seu pau grande e grosso. De alguma forma, conseguiu não rolar os olhos para ela. - Se é isso o que diz, mas você estava agindo como quem tem ciúmes. Ela deu um passo atrás, endireitou as costas e voltou a ser a mulher autoconfiante que ele conhecia bem. - Não ciúmes, Shade. Inveja. Eu estava ansiosa pra ser fodida até ficar
  • 48. sem sentidos hoje. Ninguém tem o seu vigor, baby. Bem, o pau dele estava ansioso por uma noite de descanso. - Você vai me levar pra casa, pelo menos? - Ela perguntou. - Selene não saiu do trabalho ainda. Ela me deixou no estacionamento para esperar por você. Foi por isso que peguei seu carro. Shade olhou por cima do ombro para a casa. Levar Verônica para casa encurtaria seu tempo com Amanda, mas era somente uma viagem de dez minutos, e seriam necessários mais do que isso para um táxi chegar. - Sim, tudo bem. Só me dê um minuto. Shade apanhou o sapato descartado de Verônica em seu caminho para casa. Amanda estava parada no hall de entrada com os braços cruzados sobre o peito e um olhar muito estranho. - Eu devia ir. - Ela disse. - Por favor, não vai. Eu só vou dar uma carona pra ela até em casa. Você pode vir junto, se quiser. - Seu carro só tem dois lugares, Shade. Shade? Ela era uma das poucas pessoas que o chamavam pelo seu nome verdadeiro, assim quando usava seu nome artístico desencadeava nele todos os tipos de sinos de alerta. Esfregou a testa. Estava realmente fodendo as coisas. - Certo. -Pensei que você fosse chamar um táxi pra ela. - O táxi vai demorar mais pra chegar aqui do que se eu levá-la em casa. Ela não mora longe. Amanda encolheu os ombros. - Seja o que for. Eu entendo. Talvez possamos fazer isso alguma outra
  • 49. hora. Shade tirou os óculos escuros e olhou-a nos olhos, com esperança de que ela pudesse ver a sinceridade em sua expressão. - Eu não quero que você vá embora, Amanda. Quero que ela vá. Ela o surpreendeu corando e baixando o olhar. - Tudo bem. - Puxou um respiração profunda e então, ergueu os olhos sorrindo para ele. - Vou pedir uma pizza enquanto você vai. Espero que seja fã de anchovas e abacaxi. - Gosto deles, quase tanto, quanto gosto de “Flores de Aço”. Ela riu e bateu em seu peito. Seu coração saltou, e seu pau decidiu que não queria mais a noite de folga. Desça, rapaz. Gostosa ou não, Amanda é zona proibida. - Vá levar a Gata Molhada pra casa. Vou lhe dar cobertura. Lutou contra a vontade de beijar seus suaves lábios sorridentes, em vez disso, recolocou os óculos. - Vou me apressar. Havia benefícios por se possuir um carro que ia de zero a sessenta em menos de quatro segundos. Pelo tempo que levou para fechar a porta atrás dele, Verônica estava à espera no carro. Embarcou e deixou o sapato dela cair em seu colo. - Desculpa se chateei você, - Ela disse. Inclinou-se e beijou-lhe o pescoço. Sua mão deslizou por sua coxa e entre as pernas. - Me perdoa? - Sim. Que seja. Ele ligou o carro, e o silencioso motor elétrico ronronou. No passado, possuíra carros mais ruidosos, mas atualmente gostava da potência tranquila de seu Tesla. Ele andava rápido, como qualquer carro esportivo,
  • 50. porém o motor era mais silencioso e deslocava-se sem problemas, com alguns movimentos das mãos, possuía o controle do carro. Amava-o principalmente porque o fazia se sentir dirigindo um carro do futuro e nunca precisava abastecê-lo. No entanto, teria que recarregá-lo quando chegasse em casa. A bateria estava com a carga fraca. - Eu poderia fazer as pazes com você. - A mão de Verônica deslizou para sua virilha. - Você prefere uma punheta ou um boquete? - Não estou interessado agora. - Falou, mas seu pau já intumescido o estava fazendo parecer um mentiroso. Ás vezes, sua libido ficava suscetível. - Eu posso sentí-lo. - Ela disse e produziu uma risada gutural. - Vou cuidar de você. A zoiúda não precisa ficar sabendo. - Zoiúda? - A coisinha linda que você deixou esperando na sua casa. - Você viu ela? - Ela tem a tendência de ver as coisas, através da janela, que não são da conta dela. - Bem, tenho certeza que ela vai agradecer-lhe por me deixar duro. Continue a fazer o que está fazendo e vou estar pronto para transar com ela assim que entrar pela porta. - Imaginou que assim seria mais amistoso conseguir que Verônica parasse de acariciá-lo do que pedir para ela parar. Ouvindo isso ela puxou a mão de sua virilha e colocou o máximo de distância entre eles no espaço apertado, inclinando-se contra a porta do passageiro, cruzou os braços sobre o amplo peito. - Você é mesmo um imbecil. - Ela tentou encarar uma abertura no painel do carro.
  • 51. - E você não sabe como aceitar um não como resposta. - Não entendo por que deveria aceitar. Nós sempre tivemos bons momentos na cama. E isso era a única coisa que eles tinham em comum. Os pneus cantaram quando virou na entrada de automóveis dela. Parou em frente a porta da garagem. Quando ela continuou encarando o painel e não se moveu para sair do carro, debruçou-se sobre ela e abri-lhe a porta. - Você não vai nem sequer sair do carro? - Não. Tenho uma ereção furiosa agora e estou ansioso para voltar para a zoiúda. - O que era verdade, porém as duas declarações não estavam relacionadas. Não que Amanda e ereções furiosas não andessem de mãos dadas. Ele só queria estar com ela por razões diferentes daquela que acontecia em sua calça. - Espero que seu pau caia. - Verônica disse e tropeçou para fora do carro com um sapato no pé e o outro na mão. Ele soltou um riso abafado. - Não, não quer. Assim você não seria capaz de fodê-lo. Ela rosnou para ele e então fechou a porta com força. Sorrindo-lhe, acenou um adeus, manobrou o carro para fora da entrada e encaminhou-se para casa. Outra coisa boa sobre ter um carro esportivo rápido era que, quando uma mulher rancorosa jogava o sapato nele, ela não acertava. Shade ficou aliviado ao ver que o carro de Amanda ainda estava na entrada da garagem quando retornou. Esperava que ela tivesse ido embora. Conseguia entender a razão dela se sentir desconfortável o suficiente para partir. Qual mulher queria ficar com um cara que chegava em casa e
  • 52. encontrava uma garota nua, sem ter sido convidada na banheira de hidromassagem? Amanda provavelmente achava que ele era o maior mulherengo do planeta. E talvez ele fosse um concorrente para os dez melhores devoradores de buceta de todos os tempos, mas não pensava com seu pau. Só gostava de mantê-lo feliz, dando-lhe o que queria. Era uma decisão totalmente consciente de sua parte. Não tinha nenhum problema em dizer não a uma mulher. Assim como uma mulher nunca deveria ter problemas em dizer-lhe não. O que vem fácil, vai fácil. E o mais fácil era gozar. Shade dirigiu para dentro da garagem e conectou o carro no carregador antes de entrar na casa pela lavanderia. Pôde ouvir Amanda cantando na cozinha logo que entrou. Ela estava gritando a música dos anos oitenta “Walking on Sunshine” totalmente fora do tom. Sorriu e seguiu sua voz até a area da cozinha. Observou-a do vão da porta. Ela tinha fones de ouvido nas orelhas e não percebera sua presença, recompensando-o com uma dancinha enquanto se servia de frutas em sua geladeira. Movimentou-se para a pia e lavou uvas, morangos e maçãs antes de jogá-los numa tigela e abrir várias gavetas até encontrar uma faca. Enquanto cantava o refrão alegremente, seu bumbum bonitinho mexia de um lado para outro. Sua dança era uma tortura bem melhor que seu canto. - Woh yeh! - Shade não pôde resistir se juntar a ela. Amanda se virou, a faca na mão. Seu rosto ficando imediatamente vermelho, ela arrancou os fones de ouvido. - Quando você voltou? - Ela perguntou. - Abaixe a faca, minha senhora, e nós vamos conversar.
  • 53. Ela olhou para sua mão, que estava segurando a faca como uma arma, e depois deixou-a cair sobre o granito escuro na ilha da cozinha. - Oh Deus, há quanto tempo você está aí? - Tempo suficiente para saber que você canta desafinado. Muito desafinado. - Não era pra você ouvir isso. Imaginei que levaria, no mínimo, uma hora pra voltar. A testa dele se enrugou. - Eu te disse que iria me apressar. - Sim, mas não esperei que você durasse tão pouco. - O quê? - Oh, vamos lá, Jacob, eu sei porque queria levá-la em casa. Não sou estúpida. - Você achou que eu queria ficar sozinho com ela? - Bem, não queria? - Não. Queria ficar sozinho com você. Ela olhou-o com olhos arregalados e um punho sobre o coração, aparentemente atônita. Shade circundou o balcão da ilha e puxou uma toalha para enxugar as frutas depositadas na grande tigela na pia. Sua faxineira sempre abastecia a geladeira com frutas frescas, porque sabia que ele ansiava por elas quando estava em casa. Enfiou uma uva na boca e atirou um suculenta maçã para Amanda. Cantou o primeiro verso do refrão de “Walking on Sunshine”. - Woh yeh! - Amanda cantou. Ele repetiu a frase. - Woh yeh! - Ela cantou com ainda mais entusiasmo.
  • 54. Cantaram o próximo verso juntos, sorrindo um para o outro como duas hienas loucas. Shade começou a arrancar as uvas de seus caules e jogá-las na tigela enquanto Amanda cortava ao meio diversas variedades de maçãs - vermelhas, amarelas e verdes - fatiando-as. Revezaram-se cantando enquanto trabalhavam. Perguntou-se o que seus fãs diriam se ouvissem-no cantando uma canção feminina de pop. Sua banda era conhecida por deixar a multidão estarrecida com suas músicas heavy metal, porém estava se divertindo jogando conversa fora com Amanda, e por isso arriscaria qualquer reclamação do público. Amanda passou para duas laranjas, enquanto ele removia as folhas dos morangos. No momento que terminaram tinham na tigela o suficiente para dez pessoas e haviam cantado o refrão da mesma música, pelo menos, vinte vezes, mas Shade estava relutante em encerrar a fácil caramadagem entre eles, então verificou a geladeira procurando por frutas que podiam ter esquecido. Não conseguia fazer esse tipo de coisa muitas vezes. Sobretudo não com uma mulher. Tinha uma reputação a manter, mas com Amanda, podia deixar-se levar e apenas ser ele mesmo sem preocupar-se com o que ela pensava dele. Mesmo quando fora comprometido e casado com sua irmã, se quisesse um pouco de diversão boba, buscava o tranquilo companheirismo dela. Algo gelado explodiu em sua nuca. Berrou e virou-se apeans para ser atingido por um fluxo de água no rosto. Brandindo a ducha da pia, Amanda riu e borrifou-lhe água na orelha. - Merda, isso está frio. - Ele protestou, cobrindo a orelha com a mão e
  • 55. esfregando a água dela. Ela fez uma cara de cachorrinho triste para ele, o lábio inferior fazendo beicinho. - Oh pobre baby. - Disse e então esguichou-lhe na base do pescoço. - Você. - Rosnou, embora não pudesse tirar o sorriso do rosto. Rindo alegremente, Amanda correu ao redor da ilha, e quando o balcão estava entre eles, virou-se e acertou-o novamente. Circundou o balcão em uma corrida. Ela gritou e derrapou para fora de seu alcance, esguichando água em todas as direções. O líquido gelado acertou-o no braço. Apesar de ficar todo encharcado, não voltou atrás, nem mesmo quando tinha-a presa contra ele e ela dirigia-lhe um jato constante que escorreu pela barriga de ambos. - Está frio. - Ela gritou e soltou a ducha. Shade arrancou-a da mão dela. - Você não vai esquecer que está frio. Segurou-a firmemente com uma mão e esguichou água por baixo de sua camiseta. O que chamou sua atenção para, sua agora encharcada, camiseta rosa pálido transparente, seus seios molhados e mamilos duros. A reação de seu corpo foi instantânea. Seu cérebro ficou alguns segundos atrás. Ela estava gritando. - Frio, frio, frio. Jacob! Pare! Largou a mangueira e segurou um provocante seio suculento na mão. Seu polegar roçou o mamilo, e ela estremeceu. Não haveria água suficientemente gelada no Oceano Ártico para esfriar o desejo ardente inundando sua virilha. Amanda precisava esbofeteá-lo, e logo, ou faria algo que ambos iriam
  • 56. se arrepender. Ela levantou a mão e, em vez de deixá-lo com uma palma da mão ardendo no rosto, tirou seus óculos escuros e jogou-os sobre o balcão. Seus olhos se encontraram. Não conseguiu desviar o olhar. Ela se aproximou. Ou foi ele quem se aproximou. Não teve certeza. Não importava. Tudo o que sabia era que tinha que provar seus lábios. Sonhara em beijá-la tantas vezes... Se perguntava se ela teria um gosto tão doce quanto aparentava. Seu coração acelerou e bateu mais rápido quando se inclinou para mais perto. Não se sentia tão entusiasmado desde seu primeiro beijo no ensino fundamental. Seus lábios estavam a um milímetro dos dela quando a campainha tocou e ele voltou à razão. - Desculpe. - Disse e afastou-se desajeitado. Não importava o quanto a queria, Amanda Lange estava fora de seu alcance. Sim, faça seu pau entender isso. Capítulo 4 Amanda nunca desejara o mal de um entregador de pizza antes, mas quando Jacob se afastou e ela perdeu o calor do corpo firme e o cheiro de sua pele deliciosa, começou a enumerar uma lista de torturas.
  • 57. Jacob quase a tinha beijado. Quase. E ainda podia sentir o peso de sua mão em seu seio. Oh Deus, ela queria esse homem. E por cerca de trinta segundos, pensou que poderia finalmente ter seu desejo realizado. Encostando na ilha da cozinha para se apoiar, viu-o sair da cozinha para atender a porta. Por que não fora mais explícita? Deveria tê-lo apenas agarrado e beijado. Deixou bem claro que desejava-o. Como de costume, sua tendência a hesitar e pensar demais nas coisas deixou-a sem o prêmio que almejava. Precisava se soltar. Ser mais impetuosa. Cercar o homem como uma leoa faminta por sexo. Sim, certo. Mesmo que encontrasse a coragem para jogar a precaução de lado, esse tipo de tática não funcionava com Jacob de qualquer maneira. Com um suspiro, Amanda pegou uma toalha e começou a passar o pano na água que escorrera pela cozinha. Manteve as mãos ocupadas, para que não começasse a descartar as roupas esperando-o, nua, como a mulher que ele despachara mais cedo. Não iria colocar-se em posição de ser rejeitada por ele. Amanda sentira-se mal por Verônica - não que desejasse que a Peituda Malory* ficasse por ali, nem que não estivesse feliz por Jacob tê- la rejeitado e levado para casa - mas estava bastante desesperada pelo homem, para fazer algo como esperá-lo nua em uma banheira de água quente, de modo que sentira empatia pela mulher. O cheiro de pizza acompanhou Jacob de volta à cozinha. Amanda jogou o pano de prato úmido na pia e virou-se para encará-lo, fingindo que não se sentia estranha, forçou um sorriso. - Cheira bem. * Peituda Malory ( no original Big Boobs Malory) faz referência a uma atriz pornô chamada Samantha Malory.
  • 58. Evitando encará-la, ele olhou por cima de sua cabeça enquanto deslizava a caixa de pizza no balcão ainda úmido. Ele não era tão bom em esconder o próprio constrangimento. - Acho que você decidiu contra o abacaxi e anchovas. - Sim, aproveitei-os algumas noites atrás. Pensei em variar um pouco. Ele esticou a mão para seus óculos, mas apanhou-os antes que ele pudesse colocar as mãos neles. Não se importava em deixá-lo desconfortável em ter que olhar para ela depois que quase a beijara. - Sem óculos escuros por essa noite. - Disse, enfiando-os na frente da camiseta dela. O olhar dele pousou em seu peito e em sua camiseta molhada. Dessa vez, quando seus mamilos endureceram, não foi por causa do frio. Mas pelo fervor em seus olhos. - Hum, - Ele levantou a cabeça e deu um passo para trás. - Vou pegar algo seco para você colocar. Ele fugiu antes que pudesse dizer-lhe que estava mais do que feliz em vestir uma camiseta molhada, se ao olhá-la fazia parecer que gostava do que via. Suspirando, escondeu os óculos em uma gaveta ao acaso e, em seguida, procurou os pratos nos armários. Alguns minutos depois ele voltou com uma toalha de banho e uma camisa masculina de fanela com botões. - Achei que estivesse com frio. Oh claro. Assim ela deveria vestir uma grande camisa de flanela que a cobriria do pescoço ao joelho, enquanto era forçada a olhar para sua camiseta apertada que se colava a seus músculos bem definidos toda vez que ele se mexia? E ele ainda esperava que ela não o jogasse no chão e corresse as mãos por cada centímetro saliente dele? Seus olhos desceram
  • 59. para a virilha. Sim, queria pôr especialmente as mãos naquela protuberância específica. - Obrigada. - Conseguiu dizer. Puxou a camiseta sobre sua cabeça e estendeu a mão para a camisa que ele estava segurando em sua direção. Ele olhou-a boquiaberto como se nunca tivesse visto uma garota de sutiã antes. Tão logo ela se apoderou da camisa, ele virou-se e olhou na direção oposta. - Amanda, - Ele falou sem fôlego. - O que você está fazendo? Sorriu, feliz por ele, pelo menos, parecer um pouco afobado. - Colocando sua camisa para não pegar um resfriado. Abotoou-a até o meio do peito, e então se contorceu para tirar o shorts molhado. Em seguida, jogou-o nele, a peça bateu-lhe nas costas antes de cair no chão. - Devo tirar a minha calcinha também? Ela com certeza está molhada. - Não! Ela mordeu o lábio para segurar uma risada. Por que ele estava agindo de forma tão envergonhada? Amanda imaginava que mulheres jogavam suas calcinhas para ele o tempo todo. - Estou decente. - Disse-lhe. Não que quisesse estar. Ele puxou uma respiração profunda e virou-se para encará-la, como se temendo caminhar para a guilhotina. Seu olhar deslizou de seus pés subindo por suas pernas nuas e pela grande camisa disforme que se ajustava nela como uma muumuu*. *Muumuu - É um termo havaiano que significa cortar. É utilizado para designar um tipo de vestido originário da região havaiana e inspirado no modelo tradicional de vestido honoluku, com modelagem ampla e estampa com motivos polinésios. Porém, o muumuu, como o próprio nome segure, é mais curto e possui mangas também curtas.
  • 60. - Misericórdia. - Ele disse em voz baixa. Fechou os olhos e, então inclinou-se para pegar o short e a camiseta molhada. - Vou colocá-los na secadora pra você. - Ele fugiu da cozinha de novo. Perplexa, Amanda coçou a cabeça. Qual era a porra do problema dele? Ela não era tão desagradável, era? Por alguns minutos, realmente pensara que ele estava atraído por ela. E agora a tratava como se tivesse uma doença contagiosa. Oh bem. Ela não iria deixar sua falta de interesse arruinar a noite dela. Mesmo que ele não a quissese em um nível sexual, ainda podiam dar algumas risadas juntos. Procurou na geladeira por duas cervejas, jogou vários pedaços de pizza em um prato agarrou a tigela de frutas antes de carregar tudo para a sala de vídeo fora da cozinha. Colocou tudo na mesa de centro e ajoelhou-se na frente da estante com os discos Blu-ray, explorando os títulos para achar algo que daria-lhe um motivo para enterrar o rosto no peito dele. Só porque ele não era atraído por ela não significava que não podia gostar de estar perto dele. Certo? Muito desesperada, Amanda? Soltou um suspiro pesado. Apoiada nos cotovelos e joelhos, ela balançou de um lado para outro numa energia nervosa enquanto lia os títulos. Não teria sabido que ele entrou na sala, se ele não tivesse murmurrado, filho da puta, baixinho. Qual era o problema agora? Puxou um Blu-ray da prateleira e jogou-o sobre a mesa de centro. - Que tal esse? - Bom. - Ele disse, sem olhar para ela. Atravessou a sala até o grande pufe ao pé de uma poltrona enorme. Abriu-o e retirou um cobertor. - Tem dois.
  • 61. Quando ela se sentou no sofá em frente a tevê, ele desdobrou a cobertor sobre seu colo e esticou-o o quanto pôde envolvendo suas pernas. - Assim está melhor. - Disse. - O que está melhor? Ele deteve-se. - Imaginei que estivesse com frio. - Usando uma camisa de flanela? - Nas pernas, quero dizer. - É junho. - O ar-condicionado está ligado. - Tudo bem, já entendi. Vou continuar coberta. - Ela disse com irritação. - Sente-se e coma. Coçando a nuca, ele fitou a poltrona no outro lado da sala. Se ele se movesse para sentar lá, ela iria dar-lhe um soco no nariz. - Coloque o filme. - Falou e afrouxou o coberto para que pudesse alcançar uma fatia de pizza. Ele obedeceu. Ela olhou-o com raiva. Eles nem sequer tinham se beijado, no entanto toda a fácil interação entre eles tinha desaparecido como se ele tivesse descoberto que estava saindo com uma prima de primeiro grau. Hesitou com a pizza oscilando na frente da boca. Oh Deus. Talves ele pensasse nela como uma irmã. De repente, sentiu-se como fazendo birra nas dimensões de Julie. Jacob pôs o filme para rodar e então sentou-se no canto mais afastado do sofá onde Amanda estava enrolada como um feijão em um burrito. - Ah não. - Ela disse. - Se você vai me fazer assistir a um filme de terror, tem que sentar a uma distância em que eu possa agarrá-lo.
  • 62. Ele se aproximou, mas não parecia nem um pouco feliz com isso. Ela mastigou sua pizza e bebeu cerveja fingindo que não se sentia como um patinho feio. A sala escureceu quando o sol deslizou no horizonte. Logo, o som de cinema e o suspense deixaram Amanda tão absorta no filme que não conseguiu desviar o olhar da tela plana. Ela era a mulher perdida na floresta. Era a mulher que não parava de olhar por cima do ombro. O som de folhas sendo esmagadas ficando mais alto atrás dela. Mais próximo. Mais forte. Algo agarrou seu ombro. Ela gritou. Jacob desatou a rir. Ela deu um tapa no braço dele. - Você quase me mata de susto. - Seu coração batia fora de controle. - Ei, você foi a única que quis sentar-se perto o bastante para ser agarrada. - Para assim eu poder me segurar em você quando estivesse com medo, não para você me assustar. A luz azul da tevê lançou um brilho estranho em seu rosto sorridente. - Sinto muito. - Não, você não sente. Deu outro gole na cerveja só para encontrá-la vazia. Sua pizza também tinha desaparecido do estômago enquanto estivera absorvida no filme. Notou que Jacob acabara com todas as fatias de pizza que trouxera da cozinha e ela não queria se mover do lugar. Estendeu a mão para a tigela de frutas, acomodada entre ela e Jacob no sofá. Os dois esticaram as mãos para a tigela, ao mesmo tempo, e a mão dele roçou a sua. Seu corpo inteiro retesou-se em resposta. Ele puxou bruscamente a mão agarrando sua cerveja. Caramba, estava muito quente
  • 63. ali, ou era só por causa dele? Mais provável fosse que estivesse sufocando debaixo do maldito cobertor. Chutou-o para longe e dobrou as pernas debaixo dela, movendo-se para mais perto de Jacob. Ele pareceu não notar, mas seu cheiro envolveu-a, mistuando-se com os aromas de dar água na boca, dos morangos e laranjas subindo da tigela. A azarada mulher na tela da tevê estava sendo brutalmente assassinada, porém Amanda não achou a cena tão assustadora quanto o prólogo. Sangue e tripas não incomodam professores de biologia. No entanto, a parte de ser perseguida na escuridão aterrorizava-a. Assim, quando a próxima mulher azarada se viu sendo peseguida por becos escuros no lado errado da cidade, Amanda inclinou-se até sua testa estar descansando no ombro de Jacob. Ele ficou tenso, mas não afastou-a. - Deus, por que essas mulheres não carregam um maldito celular? - Ela disse. Para a mulher na tela que estava invadindo um armázem abandonado, gritou. - Não entre aí, sua idiota. Jacob tirou a tigela entre os quadris dos dois e colocou-a na mesa. Então fez uma coisa totalmente desconcertante. Passou um braço ao redor dela e embalou-a a seu lado. Seu coração estava definitivamente batendo descontrolado agora. O sangue rugiu nos ouvidos, abafando os gritos da mulher no filme. Filme? Que filme? Toda a consciência de Amanda estava focada no forte corpo do homem pressionado contra o seu. Ela não tinha a intenção de virar a cabeça e beijar seu pescoço, mas uma vez que cruzou essa linha, não houve volta.
  • 64. Capítulo 5 Todas as terminações nervosas do corpo de Shade estavam em sintonia com a mulher ao lado dele, assim quando seus lábios macios roçaram sua garganta, o último resquício de autocontrole se partiu como uma sobrecarregada banda. Pensou que ao cobrí-la com uma camisa grande e disforme manteria seus furiosos hormônios sob controle, mas vê-la parecendo tão pequena e feminina em sua camisa desencadeara uma segunda bateria de hormônios. O cobetor que usara para ocultar suas sensuais pernas nuas, não ajudou a extinguir o desejo em sua virilha. E agora? Agora não havia nada no inferno que faria ele passar mais um momento sem saboreá-la. Cada centímetro dela. Já não mais importava se ela estava fora de alcance - ele estava ardendo. Ela arfou quando ele habilmente deitou-a de costas e cobriu seu pequeno corpo tentador com o seu. Enterrou as mãos em seu cabelo e inclinou sua cabeça para trás. Ela olhou para cima com seus grandes suaves olhos verdes em choque. - Você não deveria ter feito isso, Amanda. - Falou. - Eu não tenho tanto autocontrole. - Reivindicou sua boca em um beijo profundo e faminto, sem saber se queria puní-la por ser irresistivelmente inatingível ou devorá-la inteira. Gemeu quando sua boca abriu-se para a dele. Porra, ela era ainda mais doce do que imaginara. Separou sua boca da dela para beijar e sugar seu pescoço. - Jacob. - Ela sussurrou ofegante. A maioria das mulheres que levava para a cama chamavam-no de Shade
  • 65. porque era esse que achavam que era seu nome. Ouvir seu nome verdadeiro o fez sentir-se vulnerável e desequilibrado. Embora, não tenha contribuído para acalmar sua excitação. Se serviu de algo, foi para abastecer o já inferno de chamas dentro dele. Seus dedos enroscaram-se na flanela macia em seus ombros. Beijá-la não seria suficiente, mas as carícias, muitas carícias teriam que bastar. Iria parar por ali. Não levaria isso mais longe. Iria parar antes que destruísse sua amizade acalentada por tanto tempo com uma foda sem sentido. Iria parar. Seus dedos se atrapalharam com os botões da camisa. Apenas tinha que sentir o contorno dos seios suaves dela contra as mãos. Isso era tudo. Segurar essas delícias por um momento, e então parar. Shade abriu a camisa e apoiou-se nos cotovelos para poder pôr as mãos sobre os seios. As costas dela se arquearam, pressionando mais firme os globos macios de encontro as suas mãos. - Jacob. - Ela gemeu. Oh Deus. Não podia deixar que ela chamasse seu nome de novo, ou os bicos endurecidos dos mamilos dela que estavam queimando buracos através do tecido do sutiã teriam que ser sugados, lambidos e mordiscados. Não iria levar isso tão longe. Iria parar antes... Ela ergueu as costas do sofá e desabotoou o sutiã. - Amanda. - Murmurrou. Quis dizer isso como uma reprimenda, porém soou como a carícia de um amante. Merda. Tudo bem, massagiaria seus seios nus com as mãos e depois não iria mais longe. Empurrou o sutiã solto para libertar os seios. Oh Deus, eles eram perfeitos. Cobriu-os com as mãos para que a visão deles não o tentassem a sugá-los por horas. Ocupou a boca com a dela, embora seus
  • 66. desobedientes polegares insistissem em acariciar os botões tensos dos mamilos até ela começar a contorcer-se debaixo dele, esfregando seu sexo de encontro ao que tinha que ser a ereção mais dura que já experimentara. As pernas dela se separaram, e ele acomodou-se entre suas coxas. Podia sentir o calor emanando de seu sexo, não conseguiu evitar mover seu pau contra a carne macia. Dane-se. Você não pode levar isso mais longe, Silverton. Você tem que parar. Parar agora. Pare antes de ir longe demais. - Possua-me, Jacob. - Ela gemeu em sua boca. Sua mente estava dizendo não, não, não, porém seu corpo já havia se rendido. Separou sua boca, encerrando o beijo quente deles, e descansou a bochecha de encontro a dela, tentando recobrar o fôlego. - Nós não podemos fazer isso, Amanda. - Por quê não? - Porque... porque vai complicar as coisas. - Não precisa ser assim. É apenas sexo. Era com isso que estava acostumado, apenas sexo. Só sexo. Mas não com mulheres com quem se importava, convivia fora da cama e que ficariam inapropriadamente constrangidas por anos. Não, nunca faria apenas sexo com alguém como Amanda. Ele fazia sexo com mulheres como Verônica. Preferia assim. Então, por que estava tão excitado que esperava ejacular em sua coxa, a qualquer momento? - Jacob, por favor não me deixe assim. Estou prestes a explodir. Sim, conhecia a sensação. Tudo bem, daria-lhe alívio, fazendo-a gozar, e então pararia. Isso era imprescindível. Sem qualquer dúvida.
  • 67. - Fácil. - Sussurrou no ouvido dela. - Tenho algo pra você. Traçou um lento percurso de beijos da orelha dela até sua clavícula. Massageou seus seios em movimentos circulares delicados, decidindo pemitir-se o prazer de provar seus mamilos. Sugá-los. Eles estavam tão duros. Tão necessitados de uma atenção adequada. Dar-lhes prazer ajudaria ela a alcançar o orgasmo. E assim, por Deus, colocaria um fim a essa loucura. Quando seus lábios sugaram um bico endurecido para dentro da boca, ela estremeceu e agarrou a parte de trás de sua cabeça com ambas as mãos. - Jacob. - Ela sussurrou. - Sim. Ao som de seu nome, seu pau agitou-se, e ele sentiu a umidade do pré- sêmen contra sua coxa. Balançou o quadril, esfregando-se de encontro as almofadas do sofá, porque não importava o quanto quisesse mergulhar o pau latejante dentro do calor úmido dela, não iria até esse ponto. Precisava fazê-la gozar depressa para que pudesse ir se masturbar sozinho no banheiro. Não conseguia lembrar a última vez que fizera isso, mas certamente ainda sabia como fazer. Deslocou uma mão para o sexo dela e esfregou-a, massageando seu clitóris gentilmente por cima do cetim da calcinha. - Jacob! Ela tinha que parar de dizer o nome dele assim. Iria perder todo o controle. Seu pau doía, protestando da posição desconfortável preso dentro do jeans. Moveu a mão para deslizar o zíper. Suspirou de alívio quando seu pênis saltou livre. Assim estava muito melhor. Com seu pau em uma posição menos dolorosa e incomoda, pôde recuperar uma atitude controlada. Ainda sugando o mamilo, passou a língua sobre a carne
  • 68. sensível em sua boca, fazendo-a estremecer. Amanda segurou mais firme seu cabelo, seus dedos prendendo-o ao seio, enquanto ele movia as mãos para baixar sua calcinha lentamente. Ela contorceu-se para fora dela ansiosamente, e ele levantou o quadril para que pudesse libertar a peça de roupa de suas pernas. Rapidamente pressionou seu pênis contra as almofadas para que não fizesse algo realmente estúpido como enfiar-se dentro dela. Senhor, podia sentir o cheiro almiscarado de sua excitação, sentir o calor de sua buceta de encontro a sua barriga. Se movesse-se só um palmo adiante, poderia lançar-se dentro desse calor acolhedor. E mergulhar nela de novo e de novo, repetidamente. Com força e rapidez. Porra, tinha que parar de pensar sobre essa buceta quente e lisa à sua disposição. Em vez de fazer o que seu corpo exigia e arremeter para dentro dela, moveu-se para baixo. Passou os dentes sobre o mamilo antes de sugar um rastro de beijos de boca aberta para baixo de sua barriga. Se não provasse seu sexo logo, simplesmente ficaria louco. Ou talvez, já tivesse perdido a maldita cabeça. Amanda abriu as pernas fazendo-o gemer com a visão de sua posição submissa na penumbra da televisão. Ele espalhou os lábios molhados com dois dedos e, em seguida, esfregou a língua de encontro ao clitóris inchado. Ela gritou e balançou o quadril enquanto o corpo inteiro ficava tenso com a liberação. - Oh Deus, Jacob. Vou gozar. Vou gozar. Certo, fizera-a gozar. Prometera a si mesmo que pararia depois de dar- lhe um orgasmo, mas droga, isso fora muito rápido. Tipo, cinco segundos? Isso não podia contar como um verdadeiro orgasmo. Tinha que fazê-la gozar de novo - mais forte dessa vez - e então cuidaria de si mesmo no
  • 69. banheiro. - Possua-me, Jacob. - Ela falou, balançando o quadril enquanto espasmos involuntários sacudiam-na. - Por favor. Possua-me. Escorregou dois dedos dentro dela, seu calor escorregadio engolfando, apertando, comprimindo-os, tentando puxá-los profundamente. Seu pau latejou de inveja. Ela ficou mole. Sua respiração saindo em arquejos forçados. - Você tem camisinha? Se não tiver, eu tenho algumas na minha bolsa. Não respondeu-lhe. Não levaria isso tão longe. Beijar. Acariciar. Sugar seus peitos. Masturbá-la. Saborear seus fluídos. Tudo bem. Estocar seu pau dentro dela até explodir com a tão necessária liberação? Não iria acontecer. Usou os dedos da forma como desejava que pudesse usar seu pau, empurrando-os dentro de seu sedoso canal em movimentos firmes e rítmicos. Chupando e lambendo o clitóris ao mesmo tempo, até sentir seus músculos ficarem tensos e ela começar a balançar-se contra seu rosto. - Jacob. - Ela implorou-lhe. - Oh Deus. Estou perto novamente. Possua- me agora. Por favor. Seu pênis estava preparado e pronto para bombear. Movendo-se para o lado, puxou-a com ele quando se virou. Deitando-se de costas, apoiou-a de forma que ela ficasse ajoelhada sobre seu rosto. Posicionou-a para poder chupar seu clitóris e enfiar os dedos dentro e fora dela sem ter que usar a outra mão para segurá-la porque, maldição, precisava da mão no momento. Pegando seu pau latejante em um punho, envolveu a mão frouxamente em torno dele e acariciou-se no mesmo ritmo que estava usando em sua buceta doce e escorregadia. Permitiu-se fantasiar que não empurrava dentro da própria mão, mas no corpo dela. Estava tudo bem pensar nisso, contanto
  • 70. que não chegasse a fazê-lo. Certo? Sim, isso estava bem. Oh Deus, gozaria tão forte. Amanda. Amanda. Sua buceta apertou-se em volta de seus dedos e ela gritou em algum ponto acima de sua cabeça enquanto outro orgasmo espalhava-se através dela. Acariciou-se mais rápido, querendo juntar-se a ela, mas não estava lá ainda. Separou a boca do clitóris dela, tentando recuperar o fôlego, procurando liberação, percebendo que a mão não seria nenhuma substituta para sua buceta apertadinha. Nesse tempo, ela fez algo que ele nunca esperara. Virou o rosto para a outra extremidade do sofá e chupou a cabeça de seu pau para dentro da boca. Tudo bem. Estava tudo certo. Derá-lhe prazer oral. Ela podia fazer o mesmo por ele e não seria absolutamente uma violação da promessa que fizera a si mesmo em não fazer sexo com ela. Oh Deus, a boca quente dela sugava-o tão certo. Estava tão excitado que não podia parar de acariciar-se com a mão, assim ela cobriu-lhe a mão com as suas e bombeou-o com força até fazê-lo entrar em erupção, jorrando porra em sua boca quando por fim encontrou a liberação. Não conseguiu ver o que ela estava fazendo, pois seus olhos reviraram-se nas órbitas e sua cabeça foi jogada para trás em um êxtase ofuscante, mas tinha certeza que ela estava engolindo tudo aquilo, que deviam ser uns doze galões de porra que estavam sendo bombeados para fora dele. - Oh Deus, Amanda. - Falou, sua voz rouca sem fôlego. - Amanda. Quando por fim as vibrações dos espasmos de prazer abrandaram, relaxou no sofá exalando um jorro de ar. A exuberante boca de Amanda estalou libertando seu pênis, em seguida, virou para aconchegar-se ao seu lado no sofá. Ela descansou a cabeça em seu ombro e uma mão na sua
  • 71. barriga. Ele não teve energia para colocar qualquer distância entre eles. Ah porra, estava em apuros. Capítulo 6 Amanda precisava tirar as camisinhas de sua bolsa, porque não ficaria satisfeita com um par de dedos depois de colocar seus olhos, mãos e lábios no monstro dentro das calças de Jacob. - Oh, merda. - Ele falou. - Eu não devia ter feito isso. Amanda enrijeceu e então ergueu a cabeça para olhá-lo. Ele recusou-se a encontrar seus olhos. Estava insinuando que ficar com ela no sofá fora embaraçoso? - Não devia ter feito o quê? - Disse, sua voz saindo misturada com a raiva que estava sentindo. - Eu não tinha intenção de dar em cima de você, Amanda, eu juro. Me desculpa. Jacob “Shade” Silverton estava desculpando-se por dar uns amassos? O mundo tinha acabado sem ela perceber? Ou ele estava verdadeiramente revoltado por ela ter sido a única a ter dois orgasmos avassaladores sob seus cuidados e não ter sido uma estúpida peituda sensual que, sem dúvida, esfregaria os peitos em volta de seu pênis? - Por que você não passaria uma cantada em mim? - Ela falou,