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DÉBORAH SOBJEIRO FRISANCO
PLANO DE EXPORTAÇÃO
MEL
Índice
1. Produto a ser exportado: Mel...........................................................................................1
1.1.Transformação do Néctar em Mel..................................................................................1
1.2. A Composição do Mel..................................................................................................2
2. A Apicultura no Brasil......................................................................................................2
3. A Produção e Comercialização de Mel no Brasil.............................................................3
4. País que será exportado Mel: Canadá..............................................................................7
4.1. Dados Básicos..............................................................................................................7
4.2. Comércio Exterior........................................................................................................8
4.2.1. Direção do comércio exterior.................................................................................9
5. Relações Econômicas Brasil-Canadá................................................................................9
6. Apicultura no Canadá.....................................................................................................10
7. Importações de Mel do Canadá......................................................................................11
8. Motivos que levaram a escolha do País Canadá............................................................13
9. Preço................................................................................................................................15
10. Embalagem e rotulagem................................................................................................16
11. Concorrência.................................................................................................................17
1. Produto a ser exportado: Mel...........................................................................................1
13. Referências Bibliográficas.............................................................................................18
1. Produto a ser exportado: Mel
O mel é uma substância viscosa, aromática e açucarada
produzido pelas abelhas, tendo como matéria-prima o néctar das
flores das mais variadas espécies vegetais, secreções das partes
vivas das plantas ou excreções de insetos sugadores que as abelhas
coletam, transformam, combinam com suas substâncias próprias,
armazenam e deixam maturar nos favos da colméia.
O mel das abelhas, conhecido pelo homem desde tempos imemoriais, sempre foi
utilizado como alimento e remédio caseiro pela maioria das civilizações conhecidas. E tanto o
mel como as abelhas eram, na Antigüidade, consideradas sagradas e bem antes da existência
do homem, as abelhas já produziam o mel.
Seu aroma, paladar, coloração, viscosidade e propriedades medicinais estão
diretamente relacionados com a fonte de néctar que o originou e também com a espécie de
abelha que o produziu.
Quando o mel é originado principalmente de flores de plantas pertencentes à mesma
família, gênero ou espécie, é denominado de unifloral ou monofloral. Quando é produzido a
partir de diferentes origens florais, recebe a denominação de mel multifloral ou polifloral.
1.1.Transformação do Néctar em Mel
O néctar é transportado para a colméia, onde
irá sofrer mudanças em sua concentração e composição
química, para então ser armazenado nos alvéolos.
Entretanto, mesmo durante o seu transporte para a
colméia, secreções de várias glândulas, principalmente
das glândulas hipofaringeanas, são acrescentadas,
introduzindo ao material original enzimas como a
invertase (a -glicosidase), diastase (a e β amilase), glicose oxidase, catalase e fosfatase.
Na produção do mel, as abelhas processam o néctar em duas etapas. Na primeira
ocorrem transformações físicas e na outra, as transformações são de natureza química.
Transformação física é a perda de água do néctar por evaporação devido ao calor
existente na colméia (em torno de 35ºC) e a constante ventilação produzida pelo movimento
1
das asas das abelhas. Transformação química, por sua vez, ocorre pela ação da enzima
invertase, produzida pelas abelhas que atuam sobre a sacarose, principal açúcar do néctar,
transformando-o em dois açúcares mais simples: glicose e frutose.
A cristalização do mel é um processo natural, que não interfere em sua composição e
qualidade. Consiste na separação da glicose da frutose, pelo fato de a glicose ser menos
solúvel do que a frutose.
A fermentação é um processo que interfere na composição e na qualidade do mel,
tornando-o impróprio para o consumo humano. É causada pela ação de leveduras
(microorganismos) sobre a glicose e a frutose, tendo como produto o álcool etílico e o dióxido
de carbono. O álcool na presença de oxigênio pode ser quebrado em ácido acético (vinagre),
daí o gosto azedo presente no mel fermentado. O alto teor de umidade favorece a
fermentação.
1.2. A Composição do Mel
O mel é constituído pelos seguintes componentes nas quantidades médias especificadas:
Açucares naturais:
Levulose 40,5%, Dextrose 34,0%, Sacarose 1,9%
Enzimas e Vitaminas: 2,6%
Água: 17,7%
Cinzas: 1,8%
Proteínas: 1,5%
Vitaminas:
B, B1, B2, B5, B6, BC, C, G, H e PP
Sais Minerais: Cálcio, fósforo, enxofre, potássio cloro, sódio, magnésio, ferro, manganês,
cobre, silício, bório, nitrogênio e outros presentes em pequenas quantidades.
Ácidos: Málico, cítrico, fórmico, tânico, cúprico, oxálico, fosfórico, butríco, acético, latico,
valerianico e propiônico.
Outros elementos: Açucares, lipídios, fermentos, histamina, maltose, dulcitol, aldeidos,
clorofila, carotina, tanino, albumina, malase e vários óleos.
2
2. AApicultura no Brasil
No Brasil a história da apicultura tem início com a introdução de abelhas da espécie
Apis mellifera no estado do Rio de Janeiro, em 1839 – quando o padre Antônio Carneiro
trouxe algumas colônias da região do Porto, em Portugal. Outras raças de Apis mellifera
foram introduzidas posteriormente, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, por imigrantes
europeus.
A apicultura brasileira tomou um novo rumo com a introdução da abelha africana
(Apis mellifera scutellata) em 1956, quando, por um acidente, essas abelhas escaparam do
apiário experimental e passaram a se acasalar com as de raça européia. A partir desse
momento, começou a se formar um híbrido natural entre as abelhas africanas e européias, que
passou a ser chamada de Abelha africanizada.
A alta agressividade e tendência enxameatória destas abelhas africanizadas causou,
inicialmente, um grande problema no manejo dos apiários, e muitos apicultores abandonaram
a atividade. Somente com o desenvolvimento de técnicas adequadas às abelhas africanizadas,
ocorrido nos anos 70, a apicultura passou a crescer e se expandiu para as regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste.
Com a entrada do mel brasileiro no mercado internacional, a apicultura viveu um
grande momento de mobilização e crescimento. Esse desenvolvimento da atividade fica
evidente quando se observa a evolução da produção de mel no Brasil ocorrida no período de
2000 a 2004, que registra um crescimento de 47,7%. Um incremento bem superior ao
ocorrido entre 1990 e 2000, que foi de apenas 35,1%.
A cadeia produtiva da apicultura envolve cerca de 350 mil pessoas no Brasil, sendo
a maioria de pequenos produtores e a atividade gera e ocupação, ajudando a fixar o homem no
campo. Segundo a Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), a produção nacional é de
cerca de 40 mil toneladas, levando o Brasil ao quinto lugar no ranking de produtores
mundiais.
3
3. A Produção e Comercialização de Mel no Brasil
Inicialmente, a introdução da abelha africanizada causou uma redução na produção
de mel no Brasil. Esta situação foi revertida após a adequação das técnicas de criação, quando
a apicultura passou a ser praticada em todo país. Com o crescente aumento do número de
colméias, a produção tende a continuar crescendo nos próximos anos.
Segundo estimativas da Confederação Brasileira de Apicultura, o Brasil possuía em
janeiro de 2004 cerca de 4 milhões de colméias, produzindo 33.000 toneladas de mel/ano.
Estima-se que a produtividade da atividade no Brasil seja de 30 kg de mel/colméia/ano. A
produtividade pode dobrar em poucos anos, com as melhorias técnicas que vem sendo
desenvolvidas.
A apicultura tem sido, ao longo dos anos, uma atividade exclusiva de pequenos e
médios produtores, fora do âmbito do investimento de grandes grupos empresariais. Esta
situação despertou o espírito empreendedor de alguns apicultores, que passaram a investir em
seu próprio negócio, ampliando a base de produção e assumindo a comercialização direta dos
seus produtos.
A maior parte dos produtores de mel é de pequenos e médios apicultores que
possuem, em média, menos de 100 colméias, e que estão normalmente ligados a associações
ou cooperativas apícolas.
Esta característica prevaleceu também para os negócios voltados para o comércio
fracionado de mel e dos demais produtos da colméia no mercado interno. Associações,
cooperativas e produtores independentes montaram seus próprios entrepostos de mel,
legalizaram sua situação junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e
realizaram a comercialização dos seus produtos em seu estado e nos estados vizinhos. O
mercado de mel fracionado era, até então, atendido principalmente por micro e pequenas
empresas regionais.
A partir de 2001, por ocasião da suspensão das importações do mel da China pelos
paises da Comunidade Européia, o mercado mundial passou a viver uma situação atípica,
causada pela elevação dos preços internacionais do mel, que ultrapassou a barreira dos dois
dólares o quilograma. Nesse mesmo período, o real foi desvalorizado em relação ao dólar, e
exportar passou a ser uma ótima opção para o setor. O mercado interno se viu pressionado
pelo preço e pela demanda internacional, e, em 2003, o mel que era vendido pelos produtores
por R$ 1,60 passou para mais de R$ 5,00 o quilo.
4
A apicultura brasileira chegou assim à era da exportação, e o panorama da economia
apícola mudou drasticamente. Com a alta demanda internacional do produto, e os preços
favoráveis à exportação, grande parte do mel brasileiro é hoje direcionada para o mercado
externo. Os preços no mercado interno subiram, as vendas fracionadas das empresas regionais
caíram e passou-se a observar uma retração nas atividades destas. A grande procura pelo
produto condicionou a comercialização do mel ao pagamento praticamente a vista aos
produtores, dificultando ainda mais a atuação dos pequenos negócios regionais.
Tabela 1 - Exportações brasileiras de mel, por país, 2001 a 2004.
País
2001 2002 2003 2004
Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor
t US$ 1000 t US$ 1000 t US$ 1000 t US$ 1000
Alemanha 2.106,83 2.342,99 5.391,36 9.036,02 10.563,34 24.882,93 10.745,81 22.585,02
Reino Unido 0 0 702,81 1.051,56 1.163,13 2.679,48 3.772,80 7.660,19
Estados Unidos 292,63 329,07 6.139,39 12.417,86 6.777,44 16.129,74 3.774,60 6.576,00
Espanha 41,02 52,83 102,6 117,32 221,56 492,07 1.206,04 2.575,53
Bélgica 0 0 223,91 375,98 237,78 579,73 463,87 968,6
Outros 48,19 84,47 80,43 142,48 309,9 781,16 1.065,36 2.009,04
Total 2.488,67 2.809,35 12.640,49 23.141,22 19.273,15 45.545,10 21.028,47 42.374,38
Fonte: SECEX-MDIC
Em 2002 e 2003, quando o Brasil realmente entrou para o seleto grupo dos
exportadores mundial de mel, o percentual da produção exportada foi de 52,68% e 64,20%,
respectivamente.
A Alemanha, em 2003, retomou o papel de principal importador do mel brasileiro,
perdido, em 2002, para os Estados Unidos. O valor de 20,9 milhões de dólares das aquisições
germânicas foi mais que o dobro do valor registrado em 2002 e quase dez vezes o de 2001. A
disputa internacional pelo produto brasileiro elevou o seu preço, de US$ 1,13 o quilo em 2001
para US$ 2,34/kg em 2003. Reino Unido, Bélgica e Espanha também incrementaram
significativamente suas compras, contribuindo para o excelente desempenho brasileiro.
Segundo o IBGE, a produção nacional de mel, em 2005, atingiu 33.750 toneladas. O
Brasil exportou 14,4 mil toneladas de mel para a União Européia, gerando uma receita de US$
18,9 milhões. São Paulo (US$ 7,72 milhões), Ceará (US$ 3,4 milhões), Piauí (US$ 3,05
milhões) e Santa Catarina (US$ 2,93 milhões) foram os principais exportadores.
Já em 2006, a exportação brasileira de mel apresentou alta. De janeiro a setembro, a
receita foi de U$ 17,8 milhões, 37% maior que no igual período de 2005. O desempenho
favorável contraria as previsões mais pessimistas, traçadas no início do ano, após o embargo
da União Européia, que alegou descumprimento do prazo de implantação das análises a serem
feitas no âmbito do Programa Nacional de Controle de Resíduos (PNCR).
5
Com o embargo europeu a exportação de mel brasileiro foi redirecionada aos
Estados Unidos de maneira a permitir que, ao final de 2006, fosse alcançada quantidade
semelhante à de 2005, mas com valor 23% superior, como resultado de aumento de preços
que independe do volume exportado pelo Brasil. A União Européia decidiu suspender a
importação de mel produzido no Brasil sob a alegação de que o País não tem equivalência
com o bloco no que se refere às diretivas para controle de resíduos e qualidade do produto. A
decisão entrou em vigor em 17 de março de 2006. O embargo não se aplicaria às remessas do
produto em trânsito antes da entrada em vigor da medida.
A partir de abril de 2006 o mercado americano absorveu quase a totalidade do mel
enviado pelas empresas brasileiras ao exterior.
O crescimento deve-se, em grande medida, ao incremento das vendas brasileiras
para os Estados Unidos. De janeiro a setembro, os norte-americanos compraram US$ 11,87
milhões, 262,7% a mais que em 2005. E, com base nos dados de setembro de 2006, é possível
identificar tendência ainda de alta nos negócios, já que a exportação para os Estados Unidos
registrou aumento de 380% em relação a setembro de 2005, atingindo US$ 2,88 milhões.
Tabela 2 - Exportação Brasileira de Mel Natural, 2005 e 2006.
País
2005 2006 Participação
% no valorQuantidade Valor Preço Quantidade Valor Preço
(t) (US$ 1.000) (US$/t) (t) (US$ 1.000) (US$/t) 2005 2006
Estados Unidos 3.317 4.353 1.312 10.785 17.329 1.607 23 74,2
Alemanha 6.234 8.106 1.300 2.586 4.077 1.577 42,8 17,5
Reino Unido 3.780 4.959 1.312 831 1.251 1.505 26,2 5,4
Canadá 20 37 1.868 134 215 1.612 0,2 0,9
Bélgica 182 294 1.616 165 274 1.662 1,6 1,2
Subtotal 13.533 17.749 1.312 14.500 23.147 1.596 93,7 99,1
Outros 909 1.192 1.311 100 212 2.129 6,3 0,9
Total 14.442 18.940 1.311 14.600 23.359 1.600 100 100
Fonte: SECEX/MDIC.
A exportação brasileira de mel aumentou 39,6% em janeiro-outubro de 2006, para
US$ 20,1 milhões, comparado a igual período do ano anterior, contrariando previsões
decorrentes do embargo imposto pela União Européia ao produto brasileiro. O encolhimento
das vendas para a União Européia foi compensando, em grande parte, pela exportação para os
Estados Unidos, que cresceu 294,1% no mesmo período, para US$ 14,1 milhões.
As vendas do primeiro trimestre de 2006 para a União Européia, portanto antes do
embargo, tiveram incremento de 49,11%, para US$ 6,01 milhões, em relação ao mesmo
período de 2005. Somente as vendas para a Alemanha, maior mercado consumidor do mel
6
brasileiro dentro da Europa, somaram US$ 4,077 milhões no primeiro trimestre do ano, o que
representa cerca de 50% das exportações brasileiras para aquele país em todo o ano de 2005
(US$ 8,1 milhões).
O mercado americano foi o principal importador do mel brasileiro, alcançando US$
3,006 milhões, o equivalente a 96,6% do total das exportações no período. Destaca-se que de
2005 para 2006, o Brasil passou de sétimo para o quarto maior exportador de mel para os
Estados Unidos, ultrapassando países como Vietnã, Índia e Rússia, tradicionais exportadores.
4. País que será exportado Mel: Canadá
O Canadá é o segundo maior país do
mundo em extensão territorial, atrás apenas da
Rússia, ocupa mais da metade do continente
norte-americano e é banhado por três oceanos: o
Pacífico, o Ártico e o Atlântico. País privilegiado
quanto à riqueza e à variedade de seus recursos
naturais, o Canadá possui enormes reservas
florestais, grandes extensões de terras cultiváveis e significativo potencial de pesca. Rico em
minerais, ocupa lugar de destaque entre os principais produtores e exportadores mundiais.
4.1. Dados Básicos
Superfície: 9.984.670 Km2
População (estimativa jan/2007): 32.777.304
Densidade demográfica: 3,3 hab/km2
População economicamente ativa: 17.183.400 (2004)
Principais cidades: Toronto, Montreal, Vancouver, Ottawa (capital), Calgary, Edmonton,
Winnipeg e Halifax.
Moeda: Dólar canadense (CAD)
Cotação: 1 US$ = CAD$ 1,088 (18/05/2007)
Idioma: inglês e francês
PIB (preços correntes) : US$ 1,124 bilhões (estimativa 2005)
Composição do PIB (estimativa 2005):
Indústria 29,1%
7
Serviços 68,7%
Agropecuária 2,2%
Crescimento real do PIB: 2,8% (estimativa 2005)
PIB “per capita”: US$ 34.907
Comércio Exterior (2005):
Exportações (FOB): US$ 355,363 bilhões
Importações (FOB): US$ 314,022 bilhões
Intercâmbio Comercial Bilateral (2005):
Exportações brasileiras: US$ 1,944 bilhões
Importações brasileiras: US$ 1,019 bilhões
Clima: Predomina o clima continental, ainda que, dadas as dimensões do território, também
ocorram o oceânico e o ártico. Em sua maior parte, o Canadá é um país frio, com inverno
longo e rigoroso. A costa do Pacífico possui clima mais ameno, devido à influência oceânica e
aos ventos do oeste. Nessa área, as precipitações são abundantes durante todo o ano, enquanto
as temperaturas oscilam entre -3º C em janeiro e 15º C em agosto. Na região norte, o clima é
polar, com temperatura média anual de -5º C. O restante do território – sobretudo o centro – é
submetido a um clima continental com invernos extensos e rigorosos e verões frescos.
Temperatura média nas principais cidades
Cidades Primavera Verão Outono Inverno
Vancouver 9,13º C 16,58º C 9,82º C 3,61º C
Ottawa 5,23º C 17,00º C 8,95º C -11,27º C
Toronto 5,86º C 19,3º C 10,85º C - 9,21º C
Montreal 4,76º C 21,17º C 6,01º C -10,26º C
4.2. Comércio Exterior
O comércio exterior tem papel relevante na economia canadense e equivale a mais
de 70% do PIB. Dados da OMC, referentes ao período 2001/2003, indicam que o comércio
exterior per capita elevou-se, no período, a US$ 18,943.00. Apenas as exportações, por
exemplo, representam mais de 40% do produto interno bruto do Canadá, sendo responsáveis
por 25% dos empregos existentes na economia.
Percebe-se uma expressiva evolução do comércio exterior canadense nos últimos
cinco anos. A corrente de comércio passou, nesse período, de pouco mais de US$ 480 bilhões
em 2001, para aproximadamente US$ 670 bilhões em 2005, um aumento de 40%. Durante
8
esse período, o país registrou superávits na balança comercial nunca inferiores a US$ 30
bilhões.
Tabela 3 - Evolução da Balança Comercial, 2001 – 2005
(US$ milhões)
2001 2002 2003 2004 2005
Exportações(FOB) 261.300 252.381 271.588 315.954 355.363
Importações (FOB) 221.484 221.981 239.394 271.880 314.022
Saldo Comercial 39.816 30.400 32.194 44.074 41.341
Interc. Comercial 482.784 474.362 510.982 587.834 669.385
Fonte: FMI - Direction of Trade Statistics.
4.2.1. Direção do comércio exterior
É significativa a dependência do mercado dos Estados Unidos, que absorveu 84,1%
das exportações canadenses em 2005. Outros parceiros relevantes são Reino Unido (1,8%) e
China (1,7%). Conscientes de que sua prosperidade econômica se ancora no mercado dos
Estados Unidos, o Canadá desenvolve esforços para sensibilizar o empresariado com vistas a
uma participação mais agressiva nos mercados emergentes (China, Índia e Brasil) e no dos
Estados membros da União Européia e do Japão. O Brasil foi destino de apenas 0,3% das
exportações canadenses.
As importações, embora em menor proporção, também se centralizam nos EUA,
origem de 57,5 % das compras canadenses em 2005. Outros grandes fornecedores são China
(7,4%), México (3,8%) e Japão (3,7%). O Brasil ocupa a 12ª posição entre os fornecedores
canadenses, com participação de 0,8%.
5. Relações Econômicas Brasil-Canadá
A partir de 2002, as exportações brasileiras para o Canadá têm observado um
crescimento constante, o qual situou-se em 40,7% naquele ano, 25,1% em 2003, 22,7% em
2004 e expressivos 62,1% em 2005. No entanto, a participação do mercado canadense nas
exportações totais brasileiras mantém-se reduzida, tendo atingindo, em 2005, o maior valor do
período em análise (1,6%). Percebe-se ainda que o Canadá responde por apenas 6,8% das
exportações brasileiras para o NAFTA; os Estados Unidos concentram 78,9% do total
exportado para o bloco.
Já as importações brasileiras provenientes do Canadá tiveram quedas significativas
nos anos de 2001 e 2002 (14,7% e 20,1% respectivamente), recuperando-se nos anos
9
subseqüentes, de modo que, em 2005, o valor total importado foi pouco superior ao registrado
em 2001. A participação canadense no total das importações brasileiras (1,4%) e no total
importado do NAFTA (7,0%) é semelhante à participação registrada no caso das exportações.
Tabela 4 - Evolução do intercâmbio comercial Brasil - Canadá, 2001/2005 (US$ mil)
INTERCÂMBIO COMERCIAL BRASIL /
CANADÁ
2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5
Exportações 555.340 781.540 977.536 1.199.32
2
1.944.011
Variação em relação ao ano anterior -1,8% 40,7% 25,1% 22,7% 62,1%
Part. (%) no total das exportações brasileiras para
o NAFTA
3,3% 4,2% 4,8% 4,8% 6,8%
Part. (%) no total das exportações brasileiras 1,0% 1,3% 1,3% 1,2% 1,6%
Importações 926.798 740.125 750.306 866.304 1.019.551
Variação em relação ao ano anterior -14,7% -20,1% 1,4% 15,5% 17,7%
Part. (%) no total das importações brasileiras do
NAFTA
6,4% 6,4% 6,9% 6,7% 7,0%
Part. (%) no total das importações brasileiras 1,7% 1,6% 1,6% 1,4% 1,4%
Intercâmbio Comercial 1.482.13
8
1.521.66
5
1.727.84
2
2.065.62
6
2.963.562
Variação em relação ao ano anterior -10,3% 2,7% 13,5% 19,5% 43,5%
Part. (%) no total do intercâmbio Brasil-NAFTA 4,8% 5,1% 5,5% 5,4% 6,9%
Part. (%) no total do intercâmbio brasileiro 1,3% 1,4% 1,4% 1,3% 1,5%
Saldo Comercial -371.458 41.415 227.230 333.018 924.460
Fonte: MDIC/SECEX/Sistema Alice.
6. Apicultura no Canadá
As abelhas de mel foram introduzidas no Canadá há mais de 250 anos atrás.
Cortiços de palha com abelhas da Europa foram embalados com gelo e serragem para manter
os enxames frescos e ajudar a assegurar a sobrevivência das abelhas durante as três semanas
de viagem através do Oceano Atlântico. O mel era importante para os primeiros colonizadores
vindos da Inglaterra e França porque o açúcar importado era difícil de se obter. Os longos e
rigorosos invernos do Norte tornavam impossível a ultrapassagem da época fria e os cortiços
não eram fáceis de manejar.
Depois do quadro móvel, as colméias Langstroth tornaram-se disponíveis nos
anos 1880, quando os apicultores da Nova Escócia e Nova Brunswick começaram a inventar
as colméias ao ar livre, usando grandes caixas de embalagem e palha para a isolação. Alguns
trouxeram as colméias para dentro de casa para passarem o inverno no porão fresco e escuro.
A apicultura estava bem desenvolvida na virada do século, e em 1901 foi fundada
a Associação dos Apicultores Marítimos. As províncias do Oeste têm uma história de
colonização e agricultura mais recente. Apicultores nas pradarias e norte do Canadá
tradicionalmente importavam pacotes de abelhas dos Estados Unidos, usavam-nas por uma
10
estação e depois abandonavam-nas. Através dos anos, as técnicas de hibernação foram
melhoradas a ponto dos apicultores canadenses serem agora menos dependentes de abelhas
importadas, alcançando um nível de sobrevivência de cerda de 95%.
O estande do CNC ( Conselho Nacional do Mel), montado durante a
APIEXPO/99 mostrou as tradições da apicultura canadense, dos antigos abrigos de trabalho às
modernas construções termostáticamente controladas.
Os apicultores ajudaram o povo canadense nos períodos de falta de açúcar, não
apenas nos passados anos da colonização mas também durante duas guerras mundiais. Apesar
do preço fixo de 13 centavos de libra para o mel em 1942, a apicultura expandiu-se para
sustentar a polinização de frutas e garantir uma fonte de adoçante para os lares canadenses. A
proibição britânica de importar mel canadense e os problemas de preços baixos, a
uniformização da rotulagem e promoções de venda estavam crescendo. Os apicultores
canadenses verificaram a necessidade de uma associação nacional para dar assistência à
indústria apícola.
No ano de 1940, foi formado o Conselho Canadense do Mel para promover a
ligação entre os apicultores e o Governo e ajudar os associados a promover o mel e a
polinização. Através dos esforços do CHC ( Canadian Honey Council) os apicultores
expandiram os mercados de exportação, conseguiram regulamentos apropriados para a
comercialização do mel e sobreviveram à invasão de pragas parasitárias. Hoje o CHC
representa 11.000 apicultores mantendo 600.000 colméias com um valor de produtos apícolas
acima de 100 milhões de dólares canadenses.
O Conselho Nacional do Mel interferiu com severos regulamentos na importação
de abelhas. Desde 1987 somente pacotes de abelhas de países livres de ácaros, Austrália e
Nova Zelândia, tem sido importados. Rainhas tem sido permitidas da Austrália, Nova
Zelândia e Hawai. Esta política permitiu tempo à indústria apícola para preparar-se para a
chegada dos ácaros da varroase e acariose.
Através do CHC e da Associação Canadense de Apicultores Profissionais um
grande volume de pesquisas tem sido realizadas e o Canadá lidera o mundo no tratamento da
acariose.
7. Importações de Mel do Canadá
O Canadá é o 11º maior importador de Mel no Mundo. Apesar de ter uma elevada
produção de Mel, suas importações de Mel são bem elevadas, conforme mostra a Tabela 5:
11
Tabela 5 - Importações Canadá 2003 à 2005 - Mel natural
Países
Fornecedores
US$ mil - FOB Participação %
2003 2004 2005 2003 2004 2005
Austrália 1.933 3.118 5.471 10,584 17,566 33,962
Argentina 11.296 4.183 4.465 61,855 23,566 27,717
China 2.058 7.805 2.753 11,269 43,971 17,089
Estados Unidos 1.379 1.249 1.591 7,551 7,036 9,876
Nova Zelândia 136 117 209 0,744 0,659 1,297
Suíça 135 174 207 0,739 0,980 1,284
Filipinas 0 0 174 0,000 0,000 1,080
Reino Unido 349 172 171 1,911 0,969 1,061
Índia 6 15 165 0,032 0,084 1,024
Turquia 98 105 149 0,536 0,591 0,924
Brasil 302 237 137 1,653 1,335 0,850
Bulgária 0 1 88 0,000 0,005 0,546
Vietnã 77 60 86 0,421 0,338 0,533
Coréia 0 0 85 0,000 0,000 0,527
Grécia 105 103 62 0,574 0,580 0,384
França 26 49 46 0,142 0,276 0,285
Paquistão 7 3 40 0,038 0,016 0,248
Rússia 6 1 30 0,032 0,005 0,186
Israel 57 41 25 0,312 0,230 0,155
Irã 40 24 22 0,219 0,135 0,136
Itália 35 29 17 0,191 0,163 0,105
Eslovênia 40 44 15 0,219 0,247 0,093
Romênia 7 7 14 0,038 0,039 0,086
Hungria 6 14 12 0,032 0,078 0,074
Ucrânia 4 6 7 0,021 0,033 0,043
Moldávia 4 8 6 0,021 0,045 0,037
Serbia e Montenegro 0 0 5 0,000 0,000 0,031
Áustria 3 3 5 0,016 0,016 0,031
Tailândia 0 53 5 0,000 0,298 0,031
Portugal 7 5 5 0,038 0,028 0,031
Egito 13 0 4 0,071 0,000 0,024
Peru 0 1 3 0,000 0,005 0,018
Taiwan 8 2 2 0,043 0,011 0,012
Uruguai 0 0 2 0,000 0,000 0,012
Alemanha 4 0 1 0,021 0,000 0,006
Chile 17 2 1 0,093 0,011 0,006
Macedônia 0 0 1 0,000 0,000 0,006
Arábia Saudita 9 3 0 0,049 0,016 0,000
Cuba 57 30 0 0,312 0,169 0,000
Sri Lanka 0 1 0 0,000 0,005 0,000
Síria 0 1 0 0,000 0,005 0,000
Quênia 0 2 0 0,000 0,011 0,000
Polônia 10 3 0 0,054 0,016 0,000
12
Países Baixos 0 3 0 0,000 0,016 0,000
México 4 0 0 0,021 0,000 0,000
Malásia 5 3 0 0,027 0,016 0,000
Hong Kong 3 0 0 0,016 0,000 0,000
Espanha 4 1 0 0,021 0,005 0,000
Dinamarca 0 66 0 0,000 0,371 0,000
Croácia 10 3 0 0,054 0,016 0,000
Colômbia 0 1 0 0,000 0,005 0,000
Bélgica 2 0 0 0,010 0,000 0,000
Total 18.262 17.750 16.109 100,000% 100,000% 100,000%
Fonte: Sistema Radar Comercial - (Secex) do MDIC
8. Motivos que levaram a escolha do País Canadá
O País Canadá foi escolhido para exportar mel Brasileiro pelos seguintes motivos:
- Conforme a Tabela 6, o Canadá é o 11º país maior importador de Mel no Mundo,
perdendo apenas para a Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Japão, França, Itália,
Espanha, Bélgica, Suíça e Países Baixos.
- Dados do SECEX/MDIC revelam que no ano de 2006, os Estados Unidos
importaram do Brasil US$ 17,33 milhões de Mel, o que corresponde a mais de 74% do total
exportado pelo Brasil. Os dados do DAI Brasil/USAID mostram que de janeiro a novembro
de 2006 as exportações americanas de mel, no valor de US$ 7,32 milhões, cresceram mais de
27%. E os principais destinos foram Canadá (16,55%), Yemen (11,06%), Coréia (10,92%),
Arábia Saudita (10,23%), Japão (9,60%), Israel (7,38%) e Kuwait (5,26%). Sendo assim,
percebe-se que os EUA pode estar importando mel do Brasil para exportar para o Canadá.
- Quebra na safra de mel na Ásia, especialmente no Vietnã e China, resultando na
redução da oferta; o que torna favorável para o Brasil, já que em 2005, 17% das importações
de Mel do Canadá vieram da China (SECEX/MDIC).
- Entrada em vigência, a partir de 1º de maio deste ano, de barreira tarifária da
Aduana Americana (tarifa antidupimg de 300%, sobre as importações da China); onde o Mel
chinês pode perder competitividade.
- Sumiço de abelhas nos EUA e Alemanha (no EUA estima-se a diminuição de 25%
dos enxames - ou 500 mil colônias e que afeta 30 dos 50 estados, segundo a Federação
Americana de Apicultores), devido a DCC (Desordem de Colapso Colonial); Casos
semelhantes aconteceram no Canadá e partes da Europa.
13
Tabela 6 - Importações Totais de Mel
(US$ 1000 - FOB)
País
Importações Totais de Mel
2003 2004 2005
Alemanha 241.861 230.292 163.081
Estados Unidos 210.051 139.886 125.504
Reino Unido 64.476 73.641 63.336
Japão 62.013 65.073 57.586
França 52.379 56.546 43.273
Itália 42.531 42.448 25.833
Espanha 28.113 31.138 21.940
Bélgica 20.891 21.775 20.430
Suíça 22.067 23.024 18.746
Países Baixos 25.316 24.492 17.778
Canadá 18.262 17.750 16.109
Áustria 14.239 14.581 11.773
Dinamarca 15.082 12.901 9.733
Polônia 4.619 5.653 8.296
Suécia 9.731 10.256 8.094
Grécia 4.930 8.485 7.457
Hong Kong 7.141 9.623 6.592
Cingapura 5.884 5.287 5.321
Austrália 25.078 9.080 4.813
Irlanda 4.309 5.239 4.161
Malásia 6.377 4.614 4.026
República Tcheca 2.999 3.126 3.443
Hungria 2.826 3.891 2.993
Portugal 5.990 4.692 2.751
Taiwan 1.730 1.458 2.749
Finlândia 3.684 4.103 2.729
Coréia 1.204 1.854 2.134
Indonésia 4.100 3.349 1.907
República Eslovaca 1.681 1.175 1.722
Eslovênia 215 775 1.235
África do Sul 1.275 2.491 1.204
Marrocos 1.173 1.187 1.124
China 1.385 1.597 1.005
Tailândia 891 1.548 922
Chipre 75 248 915
Noruega 810 900 857
Luxemburgo 780 902 751
Rússia 1.525 864 603
Lituânia 64 427 537
Letônia 228 514 529
Turquia 1.188 640 510
Estônia 328 551 418
Venezuela 263 202 336
Costa Rica 474 436 290
Islândia 259 258 265
14
Filipinas 266 206 249
Índia 1.750 2.562 211
Argélia 147 168 193
Equador 142 229 193
Colômbia 360 153 148
Argentina 161 105 137
Malta 23 87 103
Croácia 80 28 101
Panamá 81 108 83
Sri Lanka 204 132 80
Ucrânia 231 1 72
Romênia 551 157 41
Nova Zelândia 28 151 16
México 11 30 14
Guatemala 36 25 12
Peru 29 41 11
Uruguai 0 0 9
Nicarágua 0 6 3
Chile 7 6 0
Paraguai 0 3 0
Servia 27 2 0
Mundo 924.631 853.166 677.484
Fonte: Sistema Radar Comercial - (Secex) do MDIC
9. Preço
O Mel será exportado para o Canadá com o preço FOB de US$ 1,46/Kg .
Apuração do preço de Exportação R$/Kg de Mel US$/Kg de Mel
Preço de Mercado Interno FOB sem o IPI R$ 3,25 1,61
Deduções
IPI - Isento de IPI conf. Tabela IPI -TIPI - 2007 do decreto 6006-
2006 - -
ICMS (18% sobre o preço de M. Interno) R$ 0,59 0,29
PIS e COFINS (3,65% sobre o preço de M. Interno) R$ 0,12 0,06
Lucro no mercado interno (14,4% sobre o preço de M. Interno) R$ 0,47 0,23
Embalagem de mercado interno R$ 0,10 0,05
Total das Deduções R$ 1,28 0,63
1º Subtotal (preço - total de deduções) R$ 1,97 0,98
Inclusões
Embalagem de exportação R$ 0,13 0,06
Custos de exportação (frete e seguro da fábrica ao local de
embarque, custos p/ a Administração Bancária, custos que
originam os trâmites aduaneiros, custos adicionais) R$ 0,42 0,21
Total das Inclusões R$ 0,55 0,27
2º Subtotal ( 1º subtotal + total de inclusões) R$ 2,52 1,25
Margem de lucro pretendida (14,4% sobre o preço FOB) R$ 0,43 0,21
Preço FOB (2º subtotal - lucro pretendido) R$ 2,95 1,46
15
10. Embalagem e rotulagem
O Mel brasileiro será exportado para o Canadá em Tambores metálicos, que é uma
embalagem adequada às exigências dos importadores.
As normas canadenses para embalagens aplicam-se apenas a produtos já
previamente empacotados para venda a varejo e não a produtos importados a granel ou
reempacotados por importadores no Canadá.
Embora próximo dos EUA, o Canadá ainda reflete a influência do Reino Unido em
termos de percepção de imagem, como demonstram os rótulos de determinados produtos ao
incluírem palavras como Royal, Monarch, Prince ou o desenho de uma coroa. Muitos
produtos, desde papel higiênico a jóias, usam esses termos para projetar uma imagem de
prestígio ou de luxo.
Existe uma tendência natural, ao desenhar um rótulo, de torná-lo colorido, brilhante,
vistoso. Contudo, nota-se tendência contrária recente, que se tem provado eficaz para muitos
produtos. O rótulo nesses casos tem apenas uma cor, geralmente branca ou amarela, com
letras negras, sem qualquer desenho gráfico. Pretende-se transmitir a idéia de economia para
os consumidores de menor poder aquisitivo. Esse tipo de rótulo é comum para alimentos e
produtos de grande consumo, tais como guardanapos, sabão e pasta de dente.
Alguns produtos brasileiros exportados a granel para o Canadá, tais como café e
suco de laranja, após empacotados, têm sido rotulados dessa forma.
O Consumer Packaging and Labelling Act and Regulations requer quatro
informações básicas em um rótulo: identidade do produto, quantidade líquida, nome do
fabricante ou do distribuidor e sua sede. Os primeiros dois itens têm de ser informados em
inglês e francês, o último poderá ser em qualquer das duas línguas.
O uso opcional de descrição da qualidade, tal como first choice ou best quality, nos
rótulos é aceitável apenas no caso de ser precedida pelo nome do fabricante. Por exemplo,
Frigorífico ABC Best Quality Corned Beef é aceitável, enquanto Best Quality Corned Beef
não é.
Os regulamentos de rotulagem são administrados, dependendo do tipo do produto,
pelo Ministério da Agricultura, pelo Ministério da Indústria e pelo Ministério da Saúde do
Canadá.
16
11. Concorrência
Os maiores concorrentes do Brasil, que atuam na comercialização do mel no Canadá
são os países: Austrália, Argentina, China e Estados Unidos.
O Canadá também possui muitas empresas que produzem e comercializam mel. Mas
segundo dados do Statistics Canada (23-221-XIB, CATS, 32-229-XIB, 21-020-XIE), o preço
interno do mel no Canadá é muito alto, o que acaba gerando um grande volume de
importações, pois o mel importado acaba sendo mais barato que o mel produzido no país.
Sendo assim, para o mel Brasileiro obter um bom posicionamento no mercado, deve-
se obedecer as exigências de qualidade, pontualidade e oferecer um bom preço de venda.
12. Vantagem Competitiva
O diferencial do mel brasileiro está na diversidade, o grande potencial para produção
de mel orgânico. Além disso, o Brasil tem uma característica que outros países não têm:
condições de oferecer mel o ano todo, pois, em algum lugar do País, todos os meses, está
entrando mel. Se falhar a produção em algum estado, o Brasil consegue recuperar em outro,
mantendo a rotatividade do produto.
Na Argentina, onde a exportação é sete vezes superior à do Brasil, a produção se
concentra entre novembro e fevereiro. O Uruguai e a China têm a mesma característica.
Então, para os importadores, é um conforto saber que poderão ser abastecidos o ano
todo pelo Brasil.
17
13. Referências Bibliográficas
Como Exportar - Canadá
Ministério das Relações Exteriores
Departamento de Promoção Comercial
Divisão de Informação Comercial
Brasília, 2006
http://www.mdic.gov.br
http://www.mre.gov.br
http://www.braziltradenet.gov.br
http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br/
http://www.breyer.ind.br
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/mel.htm
http://www.ccbc.org.br
http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=7951
http://www.netcomex.com.br/noticias.asp?id_tipo_noticia=1&id_secao=11&id_noticia=3484
http://asn.interjornal.com.br/noticia.kmf?noticia=5969631&canal=215&total=481&indice=0
http://www.honeycouncil.ca
http://www.exporta.sp.gov.br
http://www.portaldoexportador.gov.br
18

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Plano exportação mel Canadá

  • 1. DÉBORAH SOBJEIRO FRISANCO PLANO DE EXPORTAÇÃO MEL
  • 2. Índice 1. Produto a ser exportado: Mel...........................................................................................1 1.1.Transformação do Néctar em Mel..................................................................................1 1.2. A Composição do Mel..................................................................................................2 2. A Apicultura no Brasil......................................................................................................2 3. A Produção e Comercialização de Mel no Brasil.............................................................3 4. País que será exportado Mel: Canadá..............................................................................7 4.1. Dados Básicos..............................................................................................................7 4.2. Comércio Exterior........................................................................................................8 4.2.1. Direção do comércio exterior.................................................................................9 5. Relações Econômicas Brasil-Canadá................................................................................9 6. Apicultura no Canadá.....................................................................................................10 7. Importações de Mel do Canadá......................................................................................11 8. Motivos que levaram a escolha do País Canadá............................................................13 9. Preço................................................................................................................................15 10. Embalagem e rotulagem................................................................................................16 11. Concorrência.................................................................................................................17 1. Produto a ser exportado: Mel...........................................................................................1 13. Referências Bibliográficas.............................................................................................18
  • 3. 1. Produto a ser exportado: Mel O mel é uma substância viscosa, aromática e açucarada produzido pelas abelhas, tendo como matéria-prima o néctar das flores das mais variadas espécies vegetais, secreções das partes vivas das plantas ou excreções de insetos sugadores que as abelhas coletam, transformam, combinam com suas substâncias próprias, armazenam e deixam maturar nos favos da colméia. O mel das abelhas, conhecido pelo homem desde tempos imemoriais, sempre foi utilizado como alimento e remédio caseiro pela maioria das civilizações conhecidas. E tanto o mel como as abelhas eram, na Antigüidade, consideradas sagradas e bem antes da existência do homem, as abelhas já produziam o mel. Seu aroma, paladar, coloração, viscosidade e propriedades medicinais estão diretamente relacionados com a fonte de néctar que o originou e também com a espécie de abelha que o produziu. Quando o mel é originado principalmente de flores de plantas pertencentes à mesma família, gênero ou espécie, é denominado de unifloral ou monofloral. Quando é produzido a partir de diferentes origens florais, recebe a denominação de mel multifloral ou polifloral. 1.1.Transformação do Néctar em Mel O néctar é transportado para a colméia, onde irá sofrer mudanças em sua concentração e composição química, para então ser armazenado nos alvéolos. Entretanto, mesmo durante o seu transporte para a colméia, secreções de várias glândulas, principalmente das glândulas hipofaringeanas, são acrescentadas, introduzindo ao material original enzimas como a invertase (a -glicosidase), diastase (a e β amilase), glicose oxidase, catalase e fosfatase. Na produção do mel, as abelhas processam o néctar em duas etapas. Na primeira ocorrem transformações físicas e na outra, as transformações são de natureza química. Transformação física é a perda de água do néctar por evaporação devido ao calor existente na colméia (em torno de 35ºC) e a constante ventilação produzida pelo movimento 1
  • 4. das asas das abelhas. Transformação química, por sua vez, ocorre pela ação da enzima invertase, produzida pelas abelhas que atuam sobre a sacarose, principal açúcar do néctar, transformando-o em dois açúcares mais simples: glicose e frutose. A cristalização do mel é um processo natural, que não interfere em sua composição e qualidade. Consiste na separação da glicose da frutose, pelo fato de a glicose ser menos solúvel do que a frutose. A fermentação é um processo que interfere na composição e na qualidade do mel, tornando-o impróprio para o consumo humano. É causada pela ação de leveduras (microorganismos) sobre a glicose e a frutose, tendo como produto o álcool etílico e o dióxido de carbono. O álcool na presença de oxigênio pode ser quebrado em ácido acético (vinagre), daí o gosto azedo presente no mel fermentado. O alto teor de umidade favorece a fermentação. 1.2. A Composição do Mel O mel é constituído pelos seguintes componentes nas quantidades médias especificadas: Açucares naturais: Levulose 40,5%, Dextrose 34,0%, Sacarose 1,9% Enzimas e Vitaminas: 2,6% Água: 17,7% Cinzas: 1,8% Proteínas: 1,5% Vitaminas: B, B1, B2, B5, B6, BC, C, G, H e PP Sais Minerais: Cálcio, fósforo, enxofre, potássio cloro, sódio, magnésio, ferro, manganês, cobre, silício, bório, nitrogênio e outros presentes em pequenas quantidades. Ácidos: Málico, cítrico, fórmico, tânico, cúprico, oxálico, fosfórico, butríco, acético, latico, valerianico e propiônico. Outros elementos: Açucares, lipídios, fermentos, histamina, maltose, dulcitol, aldeidos, clorofila, carotina, tanino, albumina, malase e vários óleos. 2
  • 5. 2. AApicultura no Brasil No Brasil a história da apicultura tem início com a introdução de abelhas da espécie Apis mellifera no estado do Rio de Janeiro, em 1839 – quando o padre Antônio Carneiro trouxe algumas colônias da região do Porto, em Portugal. Outras raças de Apis mellifera foram introduzidas posteriormente, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, por imigrantes europeus. A apicultura brasileira tomou um novo rumo com a introdução da abelha africana (Apis mellifera scutellata) em 1956, quando, por um acidente, essas abelhas escaparam do apiário experimental e passaram a se acasalar com as de raça européia. A partir desse momento, começou a se formar um híbrido natural entre as abelhas africanas e européias, que passou a ser chamada de Abelha africanizada. A alta agressividade e tendência enxameatória destas abelhas africanizadas causou, inicialmente, um grande problema no manejo dos apiários, e muitos apicultores abandonaram a atividade. Somente com o desenvolvimento de técnicas adequadas às abelhas africanizadas, ocorrido nos anos 70, a apicultura passou a crescer e se expandiu para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Com a entrada do mel brasileiro no mercado internacional, a apicultura viveu um grande momento de mobilização e crescimento. Esse desenvolvimento da atividade fica evidente quando se observa a evolução da produção de mel no Brasil ocorrida no período de 2000 a 2004, que registra um crescimento de 47,7%. Um incremento bem superior ao ocorrido entre 1990 e 2000, que foi de apenas 35,1%. A cadeia produtiva da apicultura envolve cerca de 350 mil pessoas no Brasil, sendo a maioria de pequenos produtores e a atividade gera e ocupação, ajudando a fixar o homem no campo. Segundo a Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), a produção nacional é de cerca de 40 mil toneladas, levando o Brasil ao quinto lugar no ranking de produtores mundiais. 3
  • 6. 3. A Produção e Comercialização de Mel no Brasil Inicialmente, a introdução da abelha africanizada causou uma redução na produção de mel no Brasil. Esta situação foi revertida após a adequação das técnicas de criação, quando a apicultura passou a ser praticada em todo país. Com o crescente aumento do número de colméias, a produção tende a continuar crescendo nos próximos anos. Segundo estimativas da Confederação Brasileira de Apicultura, o Brasil possuía em janeiro de 2004 cerca de 4 milhões de colméias, produzindo 33.000 toneladas de mel/ano. Estima-se que a produtividade da atividade no Brasil seja de 30 kg de mel/colméia/ano. A produtividade pode dobrar em poucos anos, com as melhorias técnicas que vem sendo desenvolvidas. A apicultura tem sido, ao longo dos anos, uma atividade exclusiva de pequenos e médios produtores, fora do âmbito do investimento de grandes grupos empresariais. Esta situação despertou o espírito empreendedor de alguns apicultores, que passaram a investir em seu próprio negócio, ampliando a base de produção e assumindo a comercialização direta dos seus produtos. A maior parte dos produtores de mel é de pequenos e médios apicultores que possuem, em média, menos de 100 colméias, e que estão normalmente ligados a associações ou cooperativas apícolas. Esta característica prevaleceu também para os negócios voltados para o comércio fracionado de mel e dos demais produtos da colméia no mercado interno. Associações, cooperativas e produtores independentes montaram seus próprios entrepostos de mel, legalizaram sua situação junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e realizaram a comercialização dos seus produtos em seu estado e nos estados vizinhos. O mercado de mel fracionado era, até então, atendido principalmente por micro e pequenas empresas regionais. A partir de 2001, por ocasião da suspensão das importações do mel da China pelos paises da Comunidade Européia, o mercado mundial passou a viver uma situação atípica, causada pela elevação dos preços internacionais do mel, que ultrapassou a barreira dos dois dólares o quilograma. Nesse mesmo período, o real foi desvalorizado em relação ao dólar, e exportar passou a ser uma ótima opção para o setor. O mercado interno se viu pressionado pelo preço e pela demanda internacional, e, em 2003, o mel que era vendido pelos produtores por R$ 1,60 passou para mais de R$ 5,00 o quilo. 4
  • 7. A apicultura brasileira chegou assim à era da exportação, e o panorama da economia apícola mudou drasticamente. Com a alta demanda internacional do produto, e os preços favoráveis à exportação, grande parte do mel brasileiro é hoje direcionada para o mercado externo. Os preços no mercado interno subiram, as vendas fracionadas das empresas regionais caíram e passou-se a observar uma retração nas atividades destas. A grande procura pelo produto condicionou a comercialização do mel ao pagamento praticamente a vista aos produtores, dificultando ainda mais a atuação dos pequenos negócios regionais. Tabela 1 - Exportações brasileiras de mel, por país, 2001 a 2004. País 2001 2002 2003 2004 Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor t US$ 1000 t US$ 1000 t US$ 1000 t US$ 1000 Alemanha 2.106,83 2.342,99 5.391,36 9.036,02 10.563,34 24.882,93 10.745,81 22.585,02 Reino Unido 0 0 702,81 1.051,56 1.163,13 2.679,48 3.772,80 7.660,19 Estados Unidos 292,63 329,07 6.139,39 12.417,86 6.777,44 16.129,74 3.774,60 6.576,00 Espanha 41,02 52,83 102,6 117,32 221,56 492,07 1.206,04 2.575,53 Bélgica 0 0 223,91 375,98 237,78 579,73 463,87 968,6 Outros 48,19 84,47 80,43 142,48 309,9 781,16 1.065,36 2.009,04 Total 2.488,67 2.809,35 12.640,49 23.141,22 19.273,15 45.545,10 21.028,47 42.374,38 Fonte: SECEX-MDIC Em 2002 e 2003, quando o Brasil realmente entrou para o seleto grupo dos exportadores mundial de mel, o percentual da produção exportada foi de 52,68% e 64,20%, respectivamente. A Alemanha, em 2003, retomou o papel de principal importador do mel brasileiro, perdido, em 2002, para os Estados Unidos. O valor de 20,9 milhões de dólares das aquisições germânicas foi mais que o dobro do valor registrado em 2002 e quase dez vezes o de 2001. A disputa internacional pelo produto brasileiro elevou o seu preço, de US$ 1,13 o quilo em 2001 para US$ 2,34/kg em 2003. Reino Unido, Bélgica e Espanha também incrementaram significativamente suas compras, contribuindo para o excelente desempenho brasileiro. Segundo o IBGE, a produção nacional de mel, em 2005, atingiu 33.750 toneladas. O Brasil exportou 14,4 mil toneladas de mel para a União Européia, gerando uma receita de US$ 18,9 milhões. São Paulo (US$ 7,72 milhões), Ceará (US$ 3,4 milhões), Piauí (US$ 3,05 milhões) e Santa Catarina (US$ 2,93 milhões) foram os principais exportadores. Já em 2006, a exportação brasileira de mel apresentou alta. De janeiro a setembro, a receita foi de U$ 17,8 milhões, 37% maior que no igual período de 2005. O desempenho favorável contraria as previsões mais pessimistas, traçadas no início do ano, após o embargo da União Européia, que alegou descumprimento do prazo de implantação das análises a serem feitas no âmbito do Programa Nacional de Controle de Resíduos (PNCR). 5
  • 8. Com o embargo europeu a exportação de mel brasileiro foi redirecionada aos Estados Unidos de maneira a permitir que, ao final de 2006, fosse alcançada quantidade semelhante à de 2005, mas com valor 23% superior, como resultado de aumento de preços que independe do volume exportado pelo Brasil. A União Européia decidiu suspender a importação de mel produzido no Brasil sob a alegação de que o País não tem equivalência com o bloco no que se refere às diretivas para controle de resíduos e qualidade do produto. A decisão entrou em vigor em 17 de março de 2006. O embargo não se aplicaria às remessas do produto em trânsito antes da entrada em vigor da medida. A partir de abril de 2006 o mercado americano absorveu quase a totalidade do mel enviado pelas empresas brasileiras ao exterior. O crescimento deve-se, em grande medida, ao incremento das vendas brasileiras para os Estados Unidos. De janeiro a setembro, os norte-americanos compraram US$ 11,87 milhões, 262,7% a mais que em 2005. E, com base nos dados de setembro de 2006, é possível identificar tendência ainda de alta nos negócios, já que a exportação para os Estados Unidos registrou aumento de 380% em relação a setembro de 2005, atingindo US$ 2,88 milhões. Tabela 2 - Exportação Brasileira de Mel Natural, 2005 e 2006. País 2005 2006 Participação % no valorQuantidade Valor Preço Quantidade Valor Preço (t) (US$ 1.000) (US$/t) (t) (US$ 1.000) (US$/t) 2005 2006 Estados Unidos 3.317 4.353 1.312 10.785 17.329 1.607 23 74,2 Alemanha 6.234 8.106 1.300 2.586 4.077 1.577 42,8 17,5 Reino Unido 3.780 4.959 1.312 831 1.251 1.505 26,2 5,4 Canadá 20 37 1.868 134 215 1.612 0,2 0,9 Bélgica 182 294 1.616 165 274 1.662 1,6 1,2 Subtotal 13.533 17.749 1.312 14.500 23.147 1.596 93,7 99,1 Outros 909 1.192 1.311 100 212 2.129 6,3 0,9 Total 14.442 18.940 1.311 14.600 23.359 1.600 100 100 Fonte: SECEX/MDIC. A exportação brasileira de mel aumentou 39,6% em janeiro-outubro de 2006, para US$ 20,1 milhões, comparado a igual período do ano anterior, contrariando previsões decorrentes do embargo imposto pela União Européia ao produto brasileiro. O encolhimento das vendas para a União Européia foi compensando, em grande parte, pela exportação para os Estados Unidos, que cresceu 294,1% no mesmo período, para US$ 14,1 milhões. As vendas do primeiro trimestre de 2006 para a União Européia, portanto antes do embargo, tiveram incremento de 49,11%, para US$ 6,01 milhões, em relação ao mesmo período de 2005. Somente as vendas para a Alemanha, maior mercado consumidor do mel 6
  • 9. brasileiro dentro da Europa, somaram US$ 4,077 milhões no primeiro trimestre do ano, o que representa cerca de 50% das exportações brasileiras para aquele país em todo o ano de 2005 (US$ 8,1 milhões). O mercado americano foi o principal importador do mel brasileiro, alcançando US$ 3,006 milhões, o equivalente a 96,6% do total das exportações no período. Destaca-se que de 2005 para 2006, o Brasil passou de sétimo para o quarto maior exportador de mel para os Estados Unidos, ultrapassando países como Vietnã, Índia e Rússia, tradicionais exportadores. 4. País que será exportado Mel: Canadá O Canadá é o segundo maior país do mundo em extensão territorial, atrás apenas da Rússia, ocupa mais da metade do continente norte-americano e é banhado por três oceanos: o Pacífico, o Ártico e o Atlântico. País privilegiado quanto à riqueza e à variedade de seus recursos naturais, o Canadá possui enormes reservas florestais, grandes extensões de terras cultiváveis e significativo potencial de pesca. Rico em minerais, ocupa lugar de destaque entre os principais produtores e exportadores mundiais. 4.1. Dados Básicos Superfície: 9.984.670 Km2 População (estimativa jan/2007): 32.777.304 Densidade demográfica: 3,3 hab/km2 População economicamente ativa: 17.183.400 (2004) Principais cidades: Toronto, Montreal, Vancouver, Ottawa (capital), Calgary, Edmonton, Winnipeg e Halifax. Moeda: Dólar canadense (CAD) Cotação: 1 US$ = CAD$ 1,088 (18/05/2007) Idioma: inglês e francês PIB (preços correntes) : US$ 1,124 bilhões (estimativa 2005) Composição do PIB (estimativa 2005): Indústria 29,1% 7
  • 10. Serviços 68,7% Agropecuária 2,2% Crescimento real do PIB: 2,8% (estimativa 2005) PIB “per capita”: US$ 34.907 Comércio Exterior (2005): Exportações (FOB): US$ 355,363 bilhões Importações (FOB): US$ 314,022 bilhões Intercâmbio Comercial Bilateral (2005): Exportações brasileiras: US$ 1,944 bilhões Importações brasileiras: US$ 1,019 bilhões Clima: Predomina o clima continental, ainda que, dadas as dimensões do território, também ocorram o oceânico e o ártico. Em sua maior parte, o Canadá é um país frio, com inverno longo e rigoroso. A costa do Pacífico possui clima mais ameno, devido à influência oceânica e aos ventos do oeste. Nessa área, as precipitações são abundantes durante todo o ano, enquanto as temperaturas oscilam entre -3º C em janeiro e 15º C em agosto. Na região norte, o clima é polar, com temperatura média anual de -5º C. O restante do território – sobretudo o centro – é submetido a um clima continental com invernos extensos e rigorosos e verões frescos. Temperatura média nas principais cidades Cidades Primavera Verão Outono Inverno Vancouver 9,13º C 16,58º C 9,82º C 3,61º C Ottawa 5,23º C 17,00º C 8,95º C -11,27º C Toronto 5,86º C 19,3º C 10,85º C - 9,21º C Montreal 4,76º C 21,17º C 6,01º C -10,26º C 4.2. Comércio Exterior O comércio exterior tem papel relevante na economia canadense e equivale a mais de 70% do PIB. Dados da OMC, referentes ao período 2001/2003, indicam que o comércio exterior per capita elevou-se, no período, a US$ 18,943.00. Apenas as exportações, por exemplo, representam mais de 40% do produto interno bruto do Canadá, sendo responsáveis por 25% dos empregos existentes na economia. Percebe-se uma expressiva evolução do comércio exterior canadense nos últimos cinco anos. A corrente de comércio passou, nesse período, de pouco mais de US$ 480 bilhões em 2001, para aproximadamente US$ 670 bilhões em 2005, um aumento de 40%. Durante 8
  • 11. esse período, o país registrou superávits na balança comercial nunca inferiores a US$ 30 bilhões. Tabela 3 - Evolução da Balança Comercial, 2001 – 2005 (US$ milhões) 2001 2002 2003 2004 2005 Exportações(FOB) 261.300 252.381 271.588 315.954 355.363 Importações (FOB) 221.484 221.981 239.394 271.880 314.022 Saldo Comercial 39.816 30.400 32.194 44.074 41.341 Interc. Comercial 482.784 474.362 510.982 587.834 669.385 Fonte: FMI - Direction of Trade Statistics. 4.2.1. Direção do comércio exterior É significativa a dependência do mercado dos Estados Unidos, que absorveu 84,1% das exportações canadenses em 2005. Outros parceiros relevantes são Reino Unido (1,8%) e China (1,7%). Conscientes de que sua prosperidade econômica se ancora no mercado dos Estados Unidos, o Canadá desenvolve esforços para sensibilizar o empresariado com vistas a uma participação mais agressiva nos mercados emergentes (China, Índia e Brasil) e no dos Estados membros da União Européia e do Japão. O Brasil foi destino de apenas 0,3% das exportações canadenses. As importações, embora em menor proporção, também se centralizam nos EUA, origem de 57,5 % das compras canadenses em 2005. Outros grandes fornecedores são China (7,4%), México (3,8%) e Japão (3,7%). O Brasil ocupa a 12ª posição entre os fornecedores canadenses, com participação de 0,8%. 5. Relações Econômicas Brasil-Canadá A partir de 2002, as exportações brasileiras para o Canadá têm observado um crescimento constante, o qual situou-se em 40,7% naquele ano, 25,1% em 2003, 22,7% em 2004 e expressivos 62,1% em 2005. No entanto, a participação do mercado canadense nas exportações totais brasileiras mantém-se reduzida, tendo atingindo, em 2005, o maior valor do período em análise (1,6%). Percebe-se ainda que o Canadá responde por apenas 6,8% das exportações brasileiras para o NAFTA; os Estados Unidos concentram 78,9% do total exportado para o bloco. Já as importações brasileiras provenientes do Canadá tiveram quedas significativas nos anos de 2001 e 2002 (14,7% e 20,1% respectivamente), recuperando-se nos anos 9
  • 12. subseqüentes, de modo que, em 2005, o valor total importado foi pouco superior ao registrado em 2001. A participação canadense no total das importações brasileiras (1,4%) e no total importado do NAFTA (7,0%) é semelhante à participação registrada no caso das exportações. Tabela 4 - Evolução do intercâmbio comercial Brasil - Canadá, 2001/2005 (US$ mil) INTERCÂMBIO COMERCIAL BRASIL / CANADÁ 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 Exportações 555.340 781.540 977.536 1.199.32 2 1.944.011 Variação em relação ao ano anterior -1,8% 40,7% 25,1% 22,7% 62,1% Part. (%) no total das exportações brasileiras para o NAFTA 3,3% 4,2% 4,8% 4,8% 6,8% Part. (%) no total das exportações brasileiras 1,0% 1,3% 1,3% 1,2% 1,6% Importações 926.798 740.125 750.306 866.304 1.019.551 Variação em relação ao ano anterior -14,7% -20,1% 1,4% 15,5% 17,7% Part. (%) no total das importações brasileiras do NAFTA 6,4% 6,4% 6,9% 6,7% 7,0% Part. (%) no total das importações brasileiras 1,7% 1,6% 1,6% 1,4% 1,4% Intercâmbio Comercial 1.482.13 8 1.521.66 5 1.727.84 2 2.065.62 6 2.963.562 Variação em relação ao ano anterior -10,3% 2,7% 13,5% 19,5% 43,5% Part. (%) no total do intercâmbio Brasil-NAFTA 4,8% 5,1% 5,5% 5,4% 6,9% Part. (%) no total do intercâmbio brasileiro 1,3% 1,4% 1,4% 1,3% 1,5% Saldo Comercial -371.458 41.415 227.230 333.018 924.460 Fonte: MDIC/SECEX/Sistema Alice. 6. Apicultura no Canadá As abelhas de mel foram introduzidas no Canadá há mais de 250 anos atrás. Cortiços de palha com abelhas da Europa foram embalados com gelo e serragem para manter os enxames frescos e ajudar a assegurar a sobrevivência das abelhas durante as três semanas de viagem através do Oceano Atlântico. O mel era importante para os primeiros colonizadores vindos da Inglaterra e França porque o açúcar importado era difícil de se obter. Os longos e rigorosos invernos do Norte tornavam impossível a ultrapassagem da época fria e os cortiços não eram fáceis de manejar. Depois do quadro móvel, as colméias Langstroth tornaram-se disponíveis nos anos 1880, quando os apicultores da Nova Escócia e Nova Brunswick começaram a inventar as colméias ao ar livre, usando grandes caixas de embalagem e palha para a isolação. Alguns trouxeram as colméias para dentro de casa para passarem o inverno no porão fresco e escuro. A apicultura estava bem desenvolvida na virada do século, e em 1901 foi fundada a Associação dos Apicultores Marítimos. As províncias do Oeste têm uma história de colonização e agricultura mais recente. Apicultores nas pradarias e norte do Canadá tradicionalmente importavam pacotes de abelhas dos Estados Unidos, usavam-nas por uma 10
  • 13. estação e depois abandonavam-nas. Através dos anos, as técnicas de hibernação foram melhoradas a ponto dos apicultores canadenses serem agora menos dependentes de abelhas importadas, alcançando um nível de sobrevivência de cerda de 95%. O estande do CNC ( Conselho Nacional do Mel), montado durante a APIEXPO/99 mostrou as tradições da apicultura canadense, dos antigos abrigos de trabalho às modernas construções termostáticamente controladas. Os apicultores ajudaram o povo canadense nos períodos de falta de açúcar, não apenas nos passados anos da colonização mas também durante duas guerras mundiais. Apesar do preço fixo de 13 centavos de libra para o mel em 1942, a apicultura expandiu-se para sustentar a polinização de frutas e garantir uma fonte de adoçante para os lares canadenses. A proibição britânica de importar mel canadense e os problemas de preços baixos, a uniformização da rotulagem e promoções de venda estavam crescendo. Os apicultores canadenses verificaram a necessidade de uma associação nacional para dar assistência à indústria apícola. No ano de 1940, foi formado o Conselho Canadense do Mel para promover a ligação entre os apicultores e o Governo e ajudar os associados a promover o mel e a polinização. Através dos esforços do CHC ( Canadian Honey Council) os apicultores expandiram os mercados de exportação, conseguiram regulamentos apropriados para a comercialização do mel e sobreviveram à invasão de pragas parasitárias. Hoje o CHC representa 11.000 apicultores mantendo 600.000 colméias com um valor de produtos apícolas acima de 100 milhões de dólares canadenses. O Conselho Nacional do Mel interferiu com severos regulamentos na importação de abelhas. Desde 1987 somente pacotes de abelhas de países livres de ácaros, Austrália e Nova Zelândia, tem sido importados. Rainhas tem sido permitidas da Austrália, Nova Zelândia e Hawai. Esta política permitiu tempo à indústria apícola para preparar-se para a chegada dos ácaros da varroase e acariose. Através do CHC e da Associação Canadense de Apicultores Profissionais um grande volume de pesquisas tem sido realizadas e o Canadá lidera o mundo no tratamento da acariose. 7. Importações de Mel do Canadá O Canadá é o 11º maior importador de Mel no Mundo. Apesar de ter uma elevada produção de Mel, suas importações de Mel são bem elevadas, conforme mostra a Tabela 5: 11
  • 14. Tabela 5 - Importações Canadá 2003 à 2005 - Mel natural Países Fornecedores US$ mil - FOB Participação % 2003 2004 2005 2003 2004 2005 Austrália 1.933 3.118 5.471 10,584 17,566 33,962 Argentina 11.296 4.183 4.465 61,855 23,566 27,717 China 2.058 7.805 2.753 11,269 43,971 17,089 Estados Unidos 1.379 1.249 1.591 7,551 7,036 9,876 Nova Zelândia 136 117 209 0,744 0,659 1,297 Suíça 135 174 207 0,739 0,980 1,284 Filipinas 0 0 174 0,000 0,000 1,080 Reino Unido 349 172 171 1,911 0,969 1,061 Índia 6 15 165 0,032 0,084 1,024 Turquia 98 105 149 0,536 0,591 0,924 Brasil 302 237 137 1,653 1,335 0,850 Bulgária 0 1 88 0,000 0,005 0,546 Vietnã 77 60 86 0,421 0,338 0,533 Coréia 0 0 85 0,000 0,000 0,527 Grécia 105 103 62 0,574 0,580 0,384 França 26 49 46 0,142 0,276 0,285 Paquistão 7 3 40 0,038 0,016 0,248 Rússia 6 1 30 0,032 0,005 0,186 Israel 57 41 25 0,312 0,230 0,155 Irã 40 24 22 0,219 0,135 0,136 Itália 35 29 17 0,191 0,163 0,105 Eslovênia 40 44 15 0,219 0,247 0,093 Romênia 7 7 14 0,038 0,039 0,086 Hungria 6 14 12 0,032 0,078 0,074 Ucrânia 4 6 7 0,021 0,033 0,043 Moldávia 4 8 6 0,021 0,045 0,037 Serbia e Montenegro 0 0 5 0,000 0,000 0,031 Áustria 3 3 5 0,016 0,016 0,031 Tailândia 0 53 5 0,000 0,298 0,031 Portugal 7 5 5 0,038 0,028 0,031 Egito 13 0 4 0,071 0,000 0,024 Peru 0 1 3 0,000 0,005 0,018 Taiwan 8 2 2 0,043 0,011 0,012 Uruguai 0 0 2 0,000 0,000 0,012 Alemanha 4 0 1 0,021 0,000 0,006 Chile 17 2 1 0,093 0,011 0,006 Macedônia 0 0 1 0,000 0,000 0,006 Arábia Saudita 9 3 0 0,049 0,016 0,000 Cuba 57 30 0 0,312 0,169 0,000 Sri Lanka 0 1 0 0,000 0,005 0,000 Síria 0 1 0 0,000 0,005 0,000 Quênia 0 2 0 0,000 0,011 0,000 Polônia 10 3 0 0,054 0,016 0,000 12
  • 15. Países Baixos 0 3 0 0,000 0,016 0,000 México 4 0 0 0,021 0,000 0,000 Malásia 5 3 0 0,027 0,016 0,000 Hong Kong 3 0 0 0,016 0,000 0,000 Espanha 4 1 0 0,021 0,005 0,000 Dinamarca 0 66 0 0,000 0,371 0,000 Croácia 10 3 0 0,054 0,016 0,000 Colômbia 0 1 0 0,000 0,005 0,000 Bélgica 2 0 0 0,010 0,000 0,000 Total 18.262 17.750 16.109 100,000% 100,000% 100,000% Fonte: Sistema Radar Comercial - (Secex) do MDIC 8. Motivos que levaram a escolha do País Canadá O País Canadá foi escolhido para exportar mel Brasileiro pelos seguintes motivos: - Conforme a Tabela 6, o Canadá é o 11º país maior importador de Mel no Mundo, perdendo apenas para a Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Japão, França, Itália, Espanha, Bélgica, Suíça e Países Baixos. - Dados do SECEX/MDIC revelam que no ano de 2006, os Estados Unidos importaram do Brasil US$ 17,33 milhões de Mel, o que corresponde a mais de 74% do total exportado pelo Brasil. Os dados do DAI Brasil/USAID mostram que de janeiro a novembro de 2006 as exportações americanas de mel, no valor de US$ 7,32 milhões, cresceram mais de 27%. E os principais destinos foram Canadá (16,55%), Yemen (11,06%), Coréia (10,92%), Arábia Saudita (10,23%), Japão (9,60%), Israel (7,38%) e Kuwait (5,26%). Sendo assim, percebe-se que os EUA pode estar importando mel do Brasil para exportar para o Canadá. - Quebra na safra de mel na Ásia, especialmente no Vietnã e China, resultando na redução da oferta; o que torna favorável para o Brasil, já que em 2005, 17% das importações de Mel do Canadá vieram da China (SECEX/MDIC). - Entrada em vigência, a partir de 1º de maio deste ano, de barreira tarifária da Aduana Americana (tarifa antidupimg de 300%, sobre as importações da China); onde o Mel chinês pode perder competitividade. - Sumiço de abelhas nos EUA e Alemanha (no EUA estima-se a diminuição de 25% dos enxames - ou 500 mil colônias e que afeta 30 dos 50 estados, segundo a Federação Americana de Apicultores), devido a DCC (Desordem de Colapso Colonial); Casos semelhantes aconteceram no Canadá e partes da Europa. 13
  • 16. Tabela 6 - Importações Totais de Mel (US$ 1000 - FOB) País Importações Totais de Mel 2003 2004 2005 Alemanha 241.861 230.292 163.081 Estados Unidos 210.051 139.886 125.504 Reino Unido 64.476 73.641 63.336 Japão 62.013 65.073 57.586 França 52.379 56.546 43.273 Itália 42.531 42.448 25.833 Espanha 28.113 31.138 21.940 Bélgica 20.891 21.775 20.430 Suíça 22.067 23.024 18.746 Países Baixos 25.316 24.492 17.778 Canadá 18.262 17.750 16.109 Áustria 14.239 14.581 11.773 Dinamarca 15.082 12.901 9.733 Polônia 4.619 5.653 8.296 Suécia 9.731 10.256 8.094 Grécia 4.930 8.485 7.457 Hong Kong 7.141 9.623 6.592 Cingapura 5.884 5.287 5.321 Austrália 25.078 9.080 4.813 Irlanda 4.309 5.239 4.161 Malásia 6.377 4.614 4.026 República Tcheca 2.999 3.126 3.443 Hungria 2.826 3.891 2.993 Portugal 5.990 4.692 2.751 Taiwan 1.730 1.458 2.749 Finlândia 3.684 4.103 2.729 Coréia 1.204 1.854 2.134 Indonésia 4.100 3.349 1.907 República Eslovaca 1.681 1.175 1.722 Eslovênia 215 775 1.235 África do Sul 1.275 2.491 1.204 Marrocos 1.173 1.187 1.124 China 1.385 1.597 1.005 Tailândia 891 1.548 922 Chipre 75 248 915 Noruega 810 900 857 Luxemburgo 780 902 751 Rússia 1.525 864 603 Lituânia 64 427 537 Letônia 228 514 529 Turquia 1.188 640 510 Estônia 328 551 418 Venezuela 263 202 336 Costa Rica 474 436 290 Islândia 259 258 265 14
  • 17. Filipinas 266 206 249 Índia 1.750 2.562 211 Argélia 147 168 193 Equador 142 229 193 Colômbia 360 153 148 Argentina 161 105 137 Malta 23 87 103 Croácia 80 28 101 Panamá 81 108 83 Sri Lanka 204 132 80 Ucrânia 231 1 72 Romênia 551 157 41 Nova Zelândia 28 151 16 México 11 30 14 Guatemala 36 25 12 Peru 29 41 11 Uruguai 0 0 9 Nicarágua 0 6 3 Chile 7 6 0 Paraguai 0 3 0 Servia 27 2 0 Mundo 924.631 853.166 677.484 Fonte: Sistema Radar Comercial - (Secex) do MDIC 9. Preço O Mel será exportado para o Canadá com o preço FOB de US$ 1,46/Kg . Apuração do preço de Exportação R$/Kg de Mel US$/Kg de Mel Preço de Mercado Interno FOB sem o IPI R$ 3,25 1,61 Deduções IPI - Isento de IPI conf. Tabela IPI -TIPI - 2007 do decreto 6006- 2006 - - ICMS (18% sobre o preço de M. Interno) R$ 0,59 0,29 PIS e COFINS (3,65% sobre o preço de M. Interno) R$ 0,12 0,06 Lucro no mercado interno (14,4% sobre o preço de M. Interno) R$ 0,47 0,23 Embalagem de mercado interno R$ 0,10 0,05 Total das Deduções R$ 1,28 0,63 1º Subtotal (preço - total de deduções) R$ 1,97 0,98 Inclusões Embalagem de exportação R$ 0,13 0,06 Custos de exportação (frete e seguro da fábrica ao local de embarque, custos p/ a Administração Bancária, custos que originam os trâmites aduaneiros, custos adicionais) R$ 0,42 0,21 Total das Inclusões R$ 0,55 0,27 2º Subtotal ( 1º subtotal + total de inclusões) R$ 2,52 1,25 Margem de lucro pretendida (14,4% sobre o preço FOB) R$ 0,43 0,21 Preço FOB (2º subtotal - lucro pretendido) R$ 2,95 1,46 15
  • 18. 10. Embalagem e rotulagem O Mel brasileiro será exportado para o Canadá em Tambores metálicos, que é uma embalagem adequada às exigências dos importadores. As normas canadenses para embalagens aplicam-se apenas a produtos já previamente empacotados para venda a varejo e não a produtos importados a granel ou reempacotados por importadores no Canadá. Embora próximo dos EUA, o Canadá ainda reflete a influência do Reino Unido em termos de percepção de imagem, como demonstram os rótulos de determinados produtos ao incluírem palavras como Royal, Monarch, Prince ou o desenho de uma coroa. Muitos produtos, desde papel higiênico a jóias, usam esses termos para projetar uma imagem de prestígio ou de luxo. Existe uma tendência natural, ao desenhar um rótulo, de torná-lo colorido, brilhante, vistoso. Contudo, nota-se tendência contrária recente, que se tem provado eficaz para muitos produtos. O rótulo nesses casos tem apenas uma cor, geralmente branca ou amarela, com letras negras, sem qualquer desenho gráfico. Pretende-se transmitir a idéia de economia para os consumidores de menor poder aquisitivo. Esse tipo de rótulo é comum para alimentos e produtos de grande consumo, tais como guardanapos, sabão e pasta de dente. Alguns produtos brasileiros exportados a granel para o Canadá, tais como café e suco de laranja, após empacotados, têm sido rotulados dessa forma. O Consumer Packaging and Labelling Act and Regulations requer quatro informações básicas em um rótulo: identidade do produto, quantidade líquida, nome do fabricante ou do distribuidor e sua sede. Os primeiros dois itens têm de ser informados em inglês e francês, o último poderá ser em qualquer das duas línguas. O uso opcional de descrição da qualidade, tal como first choice ou best quality, nos rótulos é aceitável apenas no caso de ser precedida pelo nome do fabricante. Por exemplo, Frigorífico ABC Best Quality Corned Beef é aceitável, enquanto Best Quality Corned Beef não é. Os regulamentos de rotulagem são administrados, dependendo do tipo do produto, pelo Ministério da Agricultura, pelo Ministério da Indústria e pelo Ministério da Saúde do Canadá. 16
  • 19. 11. Concorrência Os maiores concorrentes do Brasil, que atuam na comercialização do mel no Canadá são os países: Austrália, Argentina, China e Estados Unidos. O Canadá também possui muitas empresas que produzem e comercializam mel. Mas segundo dados do Statistics Canada (23-221-XIB, CATS, 32-229-XIB, 21-020-XIE), o preço interno do mel no Canadá é muito alto, o que acaba gerando um grande volume de importações, pois o mel importado acaba sendo mais barato que o mel produzido no país. Sendo assim, para o mel Brasileiro obter um bom posicionamento no mercado, deve- se obedecer as exigências de qualidade, pontualidade e oferecer um bom preço de venda. 12. Vantagem Competitiva O diferencial do mel brasileiro está na diversidade, o grande potencial para produção de mel orgânico. Além disso, o Brasil tem uma característica que outros países não têm: condições de oferecer mel o ano todo, pois, em algum lugar do País, todos os meses, está entrando mel. Se falhar a produção em algum estado, o Brasil consegue recuperar em outro, mantendo a rotatividade do produto. Na Argentina, onde a exportação é sete vezes superior à do Brasil, a produção se concentra entre novembro e fevereiro. O Uruguai e a China têm a mesma característica. Então, para os importadores, é um conforto saber que poderão ser abastecidos o ano todo pelo Brasil. 17
  • 20. 13. Referências Bibliográficas Como Exportar - Canadá Ministério das Relações Exteriores Departamento de Promoção Comercial Divisão de Informação Comercial Brasília, 2006 http://www.mdic.gov.br http://www.mre.gov.br http://www.braziltradenet.gov.br http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br/ http://www.breyer.ind.br http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/mel.htm http://www.ccbc.org.br http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=7951 http://www.netcomex.com.br/noticias.asp?id_tipo_noticia=1&id_secao=11&id_noticia=3484 http://asn.interjornal.com.br/noticia.kmf?noticia=5969631&canal=215&total=481&indice=0 http://www.honeycouncil.ca http://www.exporta.sp.gov.br http://www.portaldoexportador.gov.br 18