O documento discute disgrafia, definindo-a como uma dificuldade na escrita devido a fatores orgânicos ou funcionais. Apresenta várias definições de autores sobre disgrafia e descreve características comportamentais e específicas de crianças disgráficas. Também classifica os tipos de disgrafia e discute causas e desenvolvimento da escrita.
1. Silvana Reis1
DISGRAFIA É uma palavra de origem grega. DYS=Dificuldade; difícil e
GRAPHOS=.Grafia
ORTOGRAFIA É a parte da Gramática que ensina a escrever corretamente as
palavras.
AJURIAGUERRA Para este autor: “É disgráfico a criança, cuja qualidade da escrita é
deficiente e quando nenhum déficit neurológico ou intelectual explica esta deficiência”.
PERELLÓ Para este autor: “A disgrafia consiste, basicamente, na dificuldade de
diferenciar e analisar os símbolos e reproduzi-los, respeitando a totalidade de seus
elementos e de sua correta coordenação no espaço”.
LEFEVRE Para este autor: “A escrita, muitas vezes ilegível, em que se deve à
dificuldades no ato motor de escrever, podendo fazer partes de síndromes em que
ocorrem alterações da coordenação motora do tônus, do ritmo, etc.
AUTORES DESCONHECIDOS “A disgrafia é representada por uma disfunção motora
para grafar os fonemas”.
“É uma dificuldade expressiva para a escrita que
ainda não está bem definida”.
“São perturbações da escrita quanto ao trabalho
- ao traçado das letras e disposições dos
conjuntos gráficos no espaço utilizado”.
2. Silvana Reis2
DisgrafiaDisgrafiaDisgrafiaDisgrafia
DISGRAFIA É uma palavra de origem grega.
DYS=Dificuldade; difícil e GRAPHOS=.Grafia
Ortografia É a parte da Gramática que ensina a escrever corretamente as
palavras.
AJURIAGUERRA Para este autor: “É disgráfico a criança, cuja qualidade da escrita
é deficiente e quando nenhum déficit neurológico ou
intelectual explica esta deficiência”.
PERELLÓ Para este autor: “A disgrafia consiste, basicamente, na dificuldade de
diferenciar e analisar os símbolos e reproduzi-los, respeitando a
totalidade de seus elementos e de sua correta coordenação no
espaço”.
LEFEVRE Para este autor: “A escrita, muitas vezes ilegível, em que se deve à
dificuldades no ato motor de escrever, podendo fazer partes de
síndromes em que ocorrem alterações da coordenação motora do
tônus, do ritmo, etc.
AUTORES DESCONHECIDOS “A disgrafia é representada por uma disfunção
motora para grafar os fonemas”.
3. Silvana Reis3
“É uma dificuldade expressiva para a escrita
que ainda não está bem definida”.
“São perturbações da escrita quanto ao
trabalho - ao traçado das letras e
disposições dos conjuntos gráficos no espaço
utilizado”.
OS FATORES DO DESENVOLVIMENTO DO GRAFISMO Dois grandes fatores
parecem autorizar e animar o crescimento da escrita: 1) O exercício específico
2) Desenvolvimento motor
1) O EXERCÍCIO:
Os programas escolares prevêem exercícios de escrita, cuja finalidade é
precisamente guiar e acelerar o desenvolvimento do grafismo.
Mas, não há dúvida de que é preciso ampliar consideravelmente a noção
de exercício quando se consideram os fatores de desenvolvimento da
escrita:
Todos os trabalhos escritos e, mesmo os grafismos espontâneos contribuem
para melhorar o grau de firmeza e o manejo do instrumento;
O desenho e, até mesmo a pintura contribuem para isto.
É muito provável que, considerando-se coisas iguais, principalmente,
considerando-se idade e nível de desenvolvimento psicomotor iguais, a
criança que escreve muito produz um GRAFISMO MELHOR do que aquela
que, por razão qualquer (por exemplo, uma escolaridade problemática),
escreveu pouco.
Entre adultos, é evidente que as freqüências de exercícios é essencial, assim
como em relação ao nível cultural-intectual.
4. Silvana Reis4
EX: Um lenhador possui um domínio gráfico pior do que um empregado de
escritório, simplesmente, porque ao longo do ano todo, tem poucas
oportunidades de escrever.
Assim, observam-se entre numerosos adultos trabalhadores manuais
(braçais), de nível intelectual médio ou medíocre, uma verdadeira
“deteriorização gráfica” precoce, após o fim da escolaridade primária,
devido a falta de prática deste tipo de habilidade.
PROGRAMAS ESCOLARES:
O objetivo da escrita é acelerar o desenvolvimento do grafismo.
Todos os trabalhos escritos, direcionados ou espontâneos contribuem para a
melhora da grafia.
A criança que exercita bastante, geralmente, tem a letra melhor do aquela
que não exercitou.
Entre adultos de nível cultural diferente, por exemplo, um trabalhador da
zona rural que utilize pouco a grafia e um outro que trabalhe em escritório,
haverá uma grande diferença na forma de escrever e na aparência da
letra.
2) O DESENVOLVIMENTO MOTOR:
O desenvolvimento da escrita se deve, simplesmente, ao acúmulo do
exercício.
Prova disto, é que os adultos que aprendem a escrever, atingem quase
que de repente, uma melhor grafia do que o atingido por uma criança
em diversos anos.
É certo que, como muitas outras atividades, a escrita reflete o nível de
desenvolvimento motor da pessoa que escreve.
5. Silvana Reis5
A escrita é um produto de uma atividade psicomotora, extremamente,
complexa.
Diversos fatores contribuem para a escrita, como:
A maturação geral do SNC, mantida pelo conjunto de exercícios
motores;
O desenvolvimento psicomotor geral, principalmente, no que diz respeito
ao sustento tônico e à coordenação dos movimentos;
O desenvolvimento, a nível das atividades finas dos dedos e das mãos;
Todas as atividades de manipulação e todos os exercícios de habilidade
digital fina contribuem neste sentido para o crescimento da escrita.
OBS: Sob estes diferentes aspectos, o desenvolvimento motor é um fator
essencial, durante toda a duração da atividade primária, do
desenvolvimento da escrita.
Este desenvolvimento reflete a organização progressiva de uma
atividade motora, extremamente, complexa e diferenciada e,
também frágil.
Os embaraços do desenvolvimento, como as DISGRAFIAS e as
degradações entre os adultos (as “deteriorizações gráficas”), assim o
mostram.
O desenvolvimento psicomotor está integrado no desenvolvimento
geral da criança.
Indiretamente, o desenvolvimento da escrita reflete este
desenvolvimento.
Desenvolvimento intelectual: os débeis-mentais, sem perturbações
motoras produzem um grafismo de nível bastante inferior ao que
produzem os indivíduos normais da mesma idade.
O desenvolvimento afetivo e social também pode interferir no
desenvolvimento da escrita.
6. Silvana Reis6
Uma escala capaz de expor o desenvolvimento da escrita deve levar
em consideração estes fatores do desenvolvimento, e as condições
de seu funcionamento, assim como os obstáculos impostos ao ato
gráfico.
OBS: Toda a gênese do grafismo, entre 06 e 12 anos, reflete a dinâmica
desta contradição entre fatores de desenvolvimento que lhe imprimem seu
movimento, assim como, obstáculos que a orientam , a canalizam, a guiam e,
algumas vezes, a forçam em caminhos incômodos.
Esta gênese (do grafismo) passa, normalmente, nas condições
habituais de aquisição da escrita durante a escolaridade primária,
através de 3 grandes fases:
1) Pré-Caligráfica;
2) Caligráfica Infantil
3) Pós-Caligráfica
7. Silvana Reis7
CAUSAS DA DISGRAFIA: Orgânica (Central e Periférica)
Funcional ou Não Orgânica (Emocional e Com
Privações de Experiências Motoras)
As causas orgânicas dividem-se em: Central
Periférica
CAUSAS ORGÂNICAS CENTRAIS:
1) Nas disfunções cerebrais mínimas (DCM) em que há uma INTERFERÊNCIA SOBRE
OS MOVIMENTOS.
2) Nas disfunções cerebrais (atáxicas), quando há disfunção cerebral pela
influência da coordenação e equilíbrio, geralmente, ocorre a DISGRAFIA.
3) Nas imaturidades das fibras nervosas encefálicas e em outras alterações
encefálicas que intervenham sobre o movimento, como doenças que levam a
tumores, rigidez e que, conseqüentemente, irão interferir na escrita, levando a
um disfuncionamento da ÁREA MOTORA GRÁFICA.
CAUSAS ORGÂNICAS PERIFÉRICAS:
1) É causada por alterações musculares nervosas ou ósseas no dimídio (lado
direito / esquerdo) superior dominante. Ocorrendo, nos casos de:
Atrofia;
Fratura;
Queimadura;
Cortes profundos;
Utilização de gesso por tempo indeterminado, levando a uma falta de uso
do membro na realização do ATO MOTOR.
CAUSAS FUNCIONAIS OU NÃO ORGÂNICAS: divide-se em:
1) Emocional
2) Privações de Experiências Motoras
CAUSAS FUNCIONAIS EMOCIONAIS:
1) Alto nível de cobrança;
2) Carência afetiva;
3) Ansiedade;
4) Rejeição;
8. Silvana Reis8
5) Superproteção;
6) Conflitos ambientais (brigas, desentendimentos em geral...).
CAUSAS FUNCIONAIS COM PRIVAÇÕES DE EXPERIÊNCIAS MOTORAS:
1) Estimulação deficitária;
2) Ausência de espaço vivencial...
CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO DISGRÁFICO
Letra deitada;
Letra tremida;
Letra garranchada;
Letra feia;
Letra com diferentes tamanhos e tipos de letras...
CARACTERÍSTICAS DO DISGRÁFICO: 1) Comportamental
2) Específica
O DISGRÁFICO apresenta-se na idade escolar, mas é possível prevenir, observando
determinados comportamentos durante a evolução da criança até a idade de + ou –
6 anos.
I) CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS É evidente o atraso e alterações na
evolução motora.
1) Tropeça;
2) Excesso de quedas;
3) Deixa cair objetos;
4) Derruba “coisas” sobre mesa e móveis;
5) Calça sapatos trocados;
6) Veste roupas pelo avesso;
7) Tem dificuldades para praticar determinados esportes;
8) Abotoa a roupa errada;
9) Não consegue dar laço no sapato;
10) Possui inabilidade para manusear objetos;
11) Possui inabilidade para subir e descer escadas;
12) Apresenta desalinho com a própria aparência.
II) CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS O aspecto receptivo também está bastante
prejudicado, assim como o intelectivo no que diz respeito, principalmente, à
atenção, por isso quase todas as atividades pré-escolares não são bem
realizadas.
1) Letra feia;
2) Caderno sujo;
3) Páginas amassadas, sujas e furadas;
4) Borrões;
5) “Orelhas” nas páginas;
9. Silvana Reis9
6) Capas arrancadas;
7) Desorientação espacial;
8) Dificuldade de copiar do quadro para o caderno;
9) Lentidão para executar trabalhos;
10) Letras de tamanhos variados e de formas diferentes;
11) Inversão de movimentos e de símbolos;
12) Dificuldade motora que vai interferir na realização do movimento gráfico.
CLASSIFICAÇÃO DAS DISGRAFIAS: 1) Disgrafia Disléxica
2) Disgrafia Caligráfica ou Motora
DISGRAFIA DISLÉXICA É a alteração simbólica da linguagem ESCRITA, como
conseqüência das dificuldades DISLÉXICAS da
criança.
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA DISGRAFIA DISLÉXICA Afeta o conteúdo da escrita
1) Omissões de letras, sílabas ou palavras;
2) Confusões de letras com sons semelhantes;
3) Inversão ou transposição da ordem das sílabas;
4) Inversão das palavras na frase;
5) Uniões ou separações indevidas de letras, sílabas ou palavras;
6) Acréscimo de letras ou sílabas
DISGRAFIA CALIGRÁFICA OU MOTORA Afeta a forma das letras e a qualidade da
escrita em seus aspectos perceptivos motores e não a capacidade de simbolização.
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA DISGRAFIA CALIGRÁFICA OU MOTORA Afetam
especificamente, a qualidade
da escrita, como:
1) Transtorno da forma das letras;
2) Transtorno do tamanho das letras;
3) Inclinação defeituosa das palavras e das margens;
4) Transtorno da direção dos giros da escrita das letras (movimentos incorretos)
5) Alteração tônico postural da criança.
DISORTOGRAFIA É a escrita incorreta com erros e trocas de grafemas. O
processo de escrever corretamente exige um certo número
de capacidades, que é preciso cultivar.
10. Silvana Reis10
LURIA (1980), E TSVETKOVA (1977) Ressaltam a importância da capacidade de:
1) Análise da palavra falada;
2) Correta configuração dos fonemas falados para um bom desenvolvimento da
ortografia;
3) Aptidão para dividir a cadeia falada em seus elos menores – os FONEMAS – e a
capacidade para reconhecê-los, diferenciá-los e seqüênciá-los na ordem em
que se apresentam, é essencial para a escrita.
JORRIM Dá ênfase a dois fatores chaves:
1) RaciocínioViso-Espacial que vai interferir nas funções visuais superiores:
Percepção visual da forma, da constância, de figura-fundo;
Memória visual e motora;
Orientação, posição e noção espacial.
2) Habilidades Lingüísticas - Perceptivas
Percepção de fonemas, palavras, frases, ruídos, sons, melodia e ritmo.
Memória de ruídos e sons, fonemas, palavras e frases;
Reconhecimento do vocabulário básico;
Reconhecimento de palavras ausentes.